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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017

MATERIAL DIDÁTICO

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS

0800 283 8380


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SUMÁRIO
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3
UNIDADE 2 – LEGISLAÇÃO: CONSTITUIÇÃO, LEI, DECRETO, PORTARIA.
HIERARQUIA: LEGISLAÇÃO FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL ....................... 5
UNIDADE 3 – LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL .... 10
UNIDADE 4 – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. TRABALHO DA
MULHER E DO MENOR ........................................................................................... 25
UNIDADE 5 – ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO ENGENHEIRO E
TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E A IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA .............................................................. 28
UNIDADE 6 – EMBARGOS OU INTERDIÇÃO ........................................................ 32
UNIDADE 7 - CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT ............................................................... 33
UNIDADE 8 – NORMAS TÉCNICAS, PORTARIAS NORMATIVAS, NORMAS
NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E INTERNACIONAIS ............................................. 36
UNIDADE 9 – TÉCNICAS DO PREPARO DE NORMAS, INSTRUÇÕES E ORDENS
DE SERVIÇO. IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS
INTERNAS PARA A ENGENHARIA DE SEGURANÇA .......................................... 46
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
A Saúde e Segurança do Trabalho é matéria constitucional, regulamentada e
normalizada. A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo
6º e artigo 7º, incisos XII, XIII, XXVIII e XXXIII, dispõe, especificamente, sobre
segurança e saúde dos trabalhadores.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos [...].
Igualmente a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – dedica o seu
Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada
pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho
de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras – NR – previstas no Capítulo V da
CLT. Esta mesma Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam
determinadas pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do atual
Ministério do Trabalho e Emprego.
A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica através da Lei
nº 5.889, de 5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais – NRR –
foram aprovadas pela Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo
essa portaria foi revogada e a regulamentação do trabalho rural está concentrada
em uma norma regulamentadora específica, que é a NR-31.

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Incorporam-se às leis brasileiras, as Convenções da OIT – Organização


Internacional do Trabalho – quando promulgadas por Decretos Presidenciais. As
Convenções Internacionais são promulgadas após submetidas e aprovadas pelo
Congresso Nacional. Além dessa legislação básica, há um conjunto de Leis,
Decretos, Portarias e Instruções Normativas que complementam o ordenamento
jurídico dessa matéria.
Além disso, há a legislação acidentária, pertinente à área da Previdência
Social. Aqui se estabelecem os critérios das aposentadorias especiais, do seguro de
acidente do trabalho, indenizações e reparações.
Completando essa extensa legislação, devemos lembrar que a ocorrência
dos acidentes (lesões imediatas ou doenças do trabalho) pode dar origem a ações
civis e penais, concorrendo com as ações trabalhistas e previdenciárias (MATTOS,
2012).
Veremos então neste último módulo básico, a legislação, convenções,
portarias normativas e outros dispositivos legais que fornecem o suporte legal para
que o Engenheiro de Segurança do Trabalho atue de maneira hábil, justa e
competente no desenvolvimento de sua profissão.
Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao
final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo
dos estudos.
Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser
científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às
regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem
de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original.

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UNIDADE 2 – LEGISLAÇÃO: CONSTITUIÇÃO, LEI,


DECRETO, PORTARIA. HIERARQUIA: LEGISLAÇÃO
FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL

Legislação e fontes formais do direito


A hierarquia das fontes formais no nosso sistema de direito é a seguinte:
1° - constituição e leis constitucionais (emendas constitucionais);
2° - leis complementares;
3° - leis ordinárias e tratados internacionais incorporados ao direito interno.
Dentre as leis, as federais predominam sobre as estaduais e estas sobre as
municipais, enquanto a complementar prevalece sobre a lei ordinária;
4°- costume;
5°- contratos coletivos de trabalho, que, desde que não transgridam norma
de ordem pública, têm valor de lei ordinária;
6°- regulamentos. Princípios gerais do direito, quando inexistir norma a ser
aplicada ao caso concreto, isto é, no caso de lacuna.

Essa hierarquia das fontes formais, ou seja, das normas do direito positivo
significa que o juiz, ao ter de decidir um caso, só deve aplicar uma fonte quando não
existir outra imediatamente superior (GUSMÃO, 2011).

A Constituição
A Constituição é a pedra angular de toda a ordem jurídica estatal, fonte de
validade de todo o direito do Estado, estabelecedora do processo de criação do
direito estatal. Está acima de qualquer lei, sendo, por isso, a lei suprema. É a fonte
principal do direito do Estado, a lei fundamental, à qual devem adaptar-se todas as
demais leis, pois se com ela conflitarem são inconstitucionais.
A Constituição é expressão do poder constituinte que detém a sociedade
política (Estado). Como lei fundamental, organiza e estrutura Estado e governo, bem
como prescreve os direitos individuais, que devem ser respeitados pelo poder
público, prevendo para tal fim procedimentos eficazes, aptos a garanti-los, como o
habeas corpus, para a defesa da liberdade, ou o mandado de segurança, para a
proteção de direito líquido e certo.
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A Constituição, por isso, é lei de organização do Estado e lei de garantias. É


a lei das leis que estrutura e organiza o Estado e o governo, dando-lhes forma
jurídica, estabelecendo as suas funções e os seus limites, bem como prescreve os
direitos individuais e os procedimentos aptos a defendê-los. Enuncia os princípios
fundamentais a serem observados pela legislação. Transforma o Estado em Estado
constitucional; pode sofrer modificações através de emendas constitucionais, que
não podem alterá-la substancialmente, por decorrerem do poder de reforma, que é
limitado, derivado do poder constituinte.

A lei
A lei é a principal fonte do direito moderno. Historicamente (promovendo
breve retrospectiva), a primeira legislação que se tem notícia é o Código de
Hamurabi, que depois se apurou não ser o mais antigo, mas o mais completo que se
conhece. Depois, entre os romanos, a Lei das XII Tábuas, e o corpus iuris civilis (§
164). Anteriormente a ela predominou o costume. E entre nós e em países que
optaram pela codificação, como, por exemplo, a França, a Itália, a Alemanha,
Portugal, a Espanha etc., e toda a América Latina, não há outra acima dela. É a
principal fonte do direito estatal, com validade, eficácia e aplicabilidade no território
do Estado (princípio da territorialidade do direito).
A lei não é produto espontâneo como o costume, mas fruto de elaboração
discursiva, de estudos, discussões, debates, votações, sanção, publicação, que
permite, com facilidade, determinar o momento em que se torna ela obrigatória, o
que não ocorre com o direito consuetudinário, isto é, o direito resultante de costume.

Regulamento
É a norma jurídica emanada, exclusivamente, da Administração Pública
(Poder Executivo) em virtude de atribuição constitucional de poder normativo. É
também denominado lei material, em contraposição à lei formal, ou, então, decreto.
Em sentido amplo, os regulamentos são internos ou administrativos e
externos ou normativos. Os primeiros têm por objeto a organização de um órgão, ou
de um ente público. Daí serem denominados regulamentos de organização; não

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vinculam terceiros. Os “externos” ou “normativos” alcançam terceiros, isto é, pessoas


estranhas à Administração.
Os regulamentos podem ser ainda de execução, independentes, delegados
ou por autorização especial. Os de execução contêm normas especiais para a
aplicação de lei, sendo, assim, normas secundárias em relação à lei, que é, então, a
norma primária. Pressupõem, portanto, lei anterior, que limita, previamente, a sua
matéria, não podendo ampliá-la ou modificá-la. Nesse caso, a Administração possui
poder normativo limitado, subordinado ao preceituado na lei.
Os regulamentos independentes resultam de poder normativo genérico,
atribuído pelo legislador à Administração. O fundamento desses regulamentos está
no fato de a Administração necessitar de competência para formular normas para
desempenhar a sua função: administração e serviços públicos; não podem dispor
sobre a matéria reservada, constitucionalmente, à lei (GUSMÃO, 2011).

Decreto-lei
Regra de direito baixada pelo chefe do Poder Executivo, quando
monopolizar o poder legiferante com ou sem autorização constitucional. É também
denominado, impropriamente, decreto legislativo, ou ainda, ordenança de
necessidade ou de urgência, ou como em alguns países, decreto, denominação que
o confunde com regulamento. Tem força de lei e vale como lei. Nos países em que
impera divisão de poderes não há lugar para essa norma. Querendo defini-lo, pode-
se dizer ser a lei ditada pelo Executivo. No Brasil, de 1930 a 1934, o Presidente da
República legislava através de decretos (leis), porque a Revolução de 1930 havia
dissolvido o Congresso, mas, durante o Estado Novo (Constituição de 1937), por
decreto-lei. Assim, entre nós, só a partir de 1937 foi oficialmente empregada a
expressão decreto-lei.

Medida Provisória
Ato normativo, editado pelo Presidente da República, com força de lei, em
havendo extraordinária urgência e necessidade, cuja eficácia cessa,
retroativamente, se não aprovado pelo Congresso Nacional (Câmara dos Deputados
e Senado). Aprovando-a, transforma-se em lei.

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A Medida Provisória é medida normativa de extraordinária necessidade e


urgência, exigida pela ordem econômico-financeira, pela paz social ou pela ordem e
segurança públicas. Extraordinária necessidade e urgência a justificam, desde que
não possam aguardar a elaboração de uma lei. Matéria penal está dela excluída por
não haver crime no Estado de direito sem ser previsto em lei (§§ 71 e 105). Prevista
no art. 62 de nossa Constituição Federal de 1988, em “caso de relevância e
urgência”, editada, produz efeitos da data de sua publicação, devendo o Presidente
da República imediatamente submetê-la ao Congresso Nacional, que, se em
recesso, deve ser convocado para se reunir extraordinariamente, no prazo de cinco
dias, para apreciá-la.” Perde a eficácia retroativamente se não convertida em lei pelo
Congresso no prazo de trinta dias (parágrafo único do art. 63). Rejeitada, deverá o
Congresso elaborar, com urgência, lei disciplinadora da matéria da medida
provisória não aprovada.
Porém, o Presidente da República (art. 84, XXVI, da Constituição Federal),
no caso de o Congresso retardar a aprovação da medida, antes de expirar o prazo
fatal de trinta dias, para evitar a insegurança das relações jurídicas dela decorrentes,
pode, e deve, baixar outra idêntica ou semelhante, encaminhando-a, de imediato, ao
Congresso. Se rejeitada, não pode ser repetida sob pena de inconstitucionalidade.

Hierarquia das leis


No Brasil, Estado Federado, a Constituição Federal fundamenta a validade
de todas as regras jurídicas da União, dos Estados e dos Municípios. Uma lei federal
só é válida se estiver no seu âmbito de atuação, traçado na Constituição Federal.
Uma lei estadual vale enquanto esteja de acordo com a esfera de competência do
Estado para regular determinada matéria, nos termos da mesma Constituição
Federal. Da mesma forma, uma lei municipal retira seu fundamento de validade no
rol de competência que foi conferido ao Município pela Constituição Federal.
Assim, se uma lei federal invade a competência estadual ou municipal,
torna-se inválida e inconstitucional. Porém, por óbvio, não se trata de hierarquia,
mas de conflito de competências, a ser resolvido sempre com base na Constituição
Federal.
Não há, portanto, que se falar em hierarquia entre normas oriundas de entes
estatais distintos, autônomos, como na nossa Federação. Em caso de conflito entre
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lei federal, estadual e municipal, prevalecerá sempre aquela competente para o trato
da matéria. Caso a lei federal esteja, por exemplo, invadindo competência do
município, a lei municipal é que prevalecerá.

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UNIDADE 3 – LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA,


PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL

A legislação brasileira referente a acidentes de trabalho tem acontecido de


forma lenta e gradual e tem a finalidade de amparar o trabalhador, assim como os
seus dependentes, por ocasião de um acidente fatal. Atualmente existe uma
legislação que compreende a proteção ampla, da mesma forma que outros direitos
têm sido criados ainda pela jurisprudência.
O Código Comercial - 1850, foi o primeiro diploma a tratar da matéria e nele
eram previstos a garantia de pagamento de três meses de salários ao preposto que
sofresse acidente de trabalho (art. 78).
Vamos começar por entender algumas diferenças existentes entre
benefícios acidentários e previdenciários.
O Regime Geral de Previdência Social compreende os seguintes benefícios
gerais:
Quanto ao segurado: Quanto ao dependente: Quanto ao segurado
e dependente:
a) aposentadoria por a) pensão por morte; a) pecúlio;
invalidez; b) auxílio-reclusão. b) serviço social;
b) aposentadoria por idade: c) reabilitação
c) aposentadoria por tempo profissional.
de serviço;
d) aposentadoria especial;
e) salário-família;
f) salário-maternidade;
g) auxílio-acidente.

Quando ocorre acidente de trabalho, a Previdência Social proporciona


auxílio-doença acidentário, na hipótese de redução temporária, ou incapacitação
temporária para o trabalho; auxílio-acidente na hipótese de redução parcial e
permanente da capacidade para o trabalho; aposentadoria por invalidez acidentária,
quando ocorre incapacitação total e permanente para o trabalho; pensão por morte
acidentária e por fim, abono anual que obedece às mesmas normas do décimo
terceiro salário e é pago a quem vem recebendo prestações acidentárias em
decorrência desses benefícios (GONÇALVES, 2009).

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BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Auxílio-doença
O auxílio-doença será devido ao segurado que, cumprido o período de
carência exigido pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos. Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do
afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao
segurado empregado o seu salário integral.
A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a
seu cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros
quinze dias, devendo encaminhar o segurado empregado à perícia médica da
Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar os quinze dias.
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para
sua atividade habitual, deverá submeter-se a processos de reabilitação profissional
para o exercício de outra atividade.
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o
desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez.
O segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela
empresa como licenciado.

Auxílio- acidente
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando,
após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia.
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do
auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento
auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. O
recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria,
não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

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A Previdência Social prevê que a perda da audição, em qualquer grau,


somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do
reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar,
comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho, que
habitualmente exercia.

Aposentadoria por invalidez


A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição.
A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação
mediante exame médico pericial a cargo da Previdência Social, podendo o
segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e
definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida ao segurado
empregado, a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, ou a partir da
entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento
decorrerem mais de trinta dias. Durante os primeiros quinze dias de afastamento da
atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado
o salário.
O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá
sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por
invalidez, será observado o seguinte procedimento:
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data
do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a anteceda sem
interrupção, o benefício cessará de imediato para o segurado empregado que tiver
direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na
forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado
de capacidade fornecido pela Previdência Social.

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II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer dentro de 5 (cinco) anos,


contados da data da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
anteceda sem interrupção, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o
exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será
mantida, sem prejuízo da volta à atividade.
Observe-se que o beneficiário empregado em gozo de uma das prestações,
acima citadas, tem direito ao abono anual, equivalente ao 13º salário.

Pensão por morte


A pensão por morte,seja por acidente típico, seja por doença ocupacional, é
devida aos dependentes do segurado.

Estabilidade provisória
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo de
doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de
auxílio-acidente.
Em se tratando de contrato por prazo determinado, a rescisão contratual
poderá ser efetuada no término do prazo ajustado, não havendo que se falar em
estabilidade.
Ressalte-se que, se o empregado se afasta apenas por até 15 (quinze) dias
da empresa, não há concessão do auxílio-doença e não haverá garantia de
emprego.
A garantia de emprego de doze meses só é assegurada após a cessação do
auxílio-doença. Caso o empregado se afaste com periodicidade para tratamento
médico, com percepção de auxílio-doença acidentário, será computada a garantia
de doze meses a partir do retorno do empregado ao trabalho, isto é, quando da
cessação definitiva do auxílio-doença acidentário.
Destaque-se, também, que o contrato de trabalho do empregado encontra-
se interrompido até o décimo quinto dia e suspenso a partir do décimo sexto dia ao
do acidente.

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Seguro Acidente do Trabalho – SAT


O Seguro Acidente do Trabalho – SAT – tem sua base constitucional
estampada no inciso XXVIII do art. 7º, Inciso I do art.195 e inciso I do art. 201, todos
da Carta Magna de 1988, garantindo ao empregado um seguro contra acidente do
trabalho, às expensas do empregador, mediante pagamento de um adicional sobre a
folha de salários, com administração atribuída à Previdência Social.
A base infraconstitucional da exação é a Lei nº 8.212/91, que estabelece em
seu art. 22, II: “Art.22 – A contribuição a cargo da empresa destinada à Seguridade
Social, além do disposto no art. 23, é de:
I - .............................................................................................................
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei
8.213/91, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho,
sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado grave.

A atividade preponderante da empresa, para fins de enquadramento na


alíquota de grau de risco destinada a arrecadar recursos para custear o
financiamento dos benefícios concedidos em razão de maior incidência de
incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais, é aquela que ocupa, na
empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos
(CENOFISCO, 2012).
O enquadramento das atividades da empresa é de responsabilidade da
própria empresa como, também, estabelece o Decreto nº 3.048/99, em seu art.202,
§ 4º, que a empresa o faça de acordo com a Relação de Atividades Preponderantes

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e correspondentes graus de risco, prevista em seu Anexo V, obedecidas as


seguintes disposições:
a) a empresa com estabelecimento único e uma única atividade enquadrar-
se-á na respectiva atividade;
b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade
econômica para enquadrar-se simulará o enquadramento em cada uma delas,
prevalecendo como preponderante aquela que tenha o maior número de segurados
empregados e trabalhadores avulsos;
b1) para fins de enquadramento não serão considerados os empregados
que prestam serviços em atividades-meio, assim entendidas aquelas atividades que
auxiliam ou complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da
empresa, como, por exemplo, administração geral, recepção, faturamento, cobrança,
etc.;
c) a empresa com mais de um estabelecimento e diversas atividades
econômicas procederá da seguinte forma:
c1) enquadrar-se-á, inicialmente, por estabelecimento, em cada uma das
atividades econômicas existentes, prevalecendo como preponderante aquela que
tenha o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos e, em
seguida, comparará os enquadramentos dos estabelecimentos para definir o
enquadramento da empresa, cuja atividade econômica preponderante será aquela
que tenha o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos,
apurada dentre todos os seus estabelecimentos;
c2) na ocorrência de atividade econômica preponderante idêntica (mesmo
CNAE), em estabelecimentos distintos, o número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos dessas atividades será totalizado para definição da atividade
econômica preponderante da empresa;
d) apurando-se, no estabelecimento, na empresa ou no órgão do poder
público, o mesmo número de segurados empregados e trabalhadores avulsos em
atividades econômicas distintas, será considerado como preponderante aquela que
corresponder ao maior grau de risco.
Importante frisar que, para o financiamento dos benefícios de aposentadoria
especial, segundo a Lei nº 9.732/98 (DOU de 14.12.98), com vigência a partir da

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competência de abril/99, as alíquotas (1%, 2% ou 3%) serão acrescidas de doze,


nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade, exercida pelo segurado a
serviço da empresa, que permita a concessão desse benefício após quinze, vinte ou
vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente (CENOFISCO, 2012).
Observe-se que o acréscimo incide exclusivamente sobre o total das
remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos sujeitos a condições especiais.
Com relação aos demais empregados da empresa, que não estiverem
expostos a agente nocivo e, consequentemente, não fizerem jus à aposentadoria
especial, não haverá qualquer acréscimo na alíquota destinada ao SAT. Cabe
destacar que, com a revogação do § 9º, do art. 202 do Regulamento da Previdência
Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 pelo art. 4º do Decreto nº 3.265/99, a
microempresa e a empresa de pequeno porte não optantes pelo SIMPLES, que
recolhiam a contribuição sobre o percentual mínimo de 1% para o financiamento das
aposentadorias especiais, ficam sujeitas às alíquotas normais de 1%, 2% ou 3%,
conforme o enquadramento.
Havendo agente nocivo, que propicie ao empregado o benefício de
aposentadoria especial, deverá ser observada a majoração de alíquota contida na
Lei nº 9.732/98.
Ressalte-se que a Medida Provisória nº 83, de 12.12.2002, publicada no
DOU de 13.12.02, que dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao
cooperado de cooperativa de trabalho e de produção, em seu § 1º do art. 1º, criou
para as empresas tomadoras de serviços de cooperado, que labore em condições
especiais, contribuições adicionais de 9%, 7% e 5%, incidentes sobre o valor bruto
da nota fiscal ou sobre a fatura de prestação de serviços.
A Medida, em seu art. 6º, majorou para 4%, 3% e 2% os percentuais de
retenção do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços relativos a
serviços prestados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de
trabalho temporário, por segurado empregado, cuja atividade permita a concessão
de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. A MP também
criou, em seu art. 4º, para as empresas a obrigação de arrecadar a contribuição do
segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva

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remuneração, e recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu


cargo até o dia 02 do mês seguinte ao da competência. No caso do contratado não
ser inscrito no INSS, a empresa deverá inscrevê-lo no INSS como contribuinte
individual.
Em seu art. 10, a MP disciplinou que a alíquota de um, dois ou três por
cento, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou
daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta
por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento,
em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica,
apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de
frequência, gravidade e custo, calculados segundo a metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social.
A Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação, ou seja
13.12.02, produzindo seus efeitos, quanto aos §§ 1º e 2º do art. 1º e aos arts. 4º a 6
e 9º, a partir do dia primeiro ao nonagésimo dia da sua publicação (CENOFISCO,
2012).

O Direito do Trabalho e a Legislação sindical


O Direito do Trabalho vem passando por um processo evolutivo que amplia
cada vez mais o papel do empregador nos infortúnios laborais decorrentes de uma
ordem de serviço. Essa evolução tem implicações nas esferas civil e criminal do
Direito cuja deflagração independe da vontade da vítima, ou seja, os processos de
acidente do trabalho passam pela intervenção do Ministério Público (TAVARES,
RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
As implicações, diante da legislação vigente, dizem respeito à
conscientização dos prepostos que exercem cargos de chefia, pelo desenvolvimento
de mentalidade prevencionista.
Legalmente, acidente do trabalho é aquele decorrente do exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

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Cabe à empresa adotar medidas coletivas e individuais de proteção e


segurança da saúde do trabalhador, bem como informar os riscos da operação a ser
executada e do produto manipulado.
Sempre que for constatado um acidente do trabalho ou doença profissional,
esse deve ser comunicado pela empresa ao INSS, através do Cadastro da
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), sob pena de multa em caso de
omissão. A comunicação é obrigatória, e cópia fiel do documento será fornecida ao
empregado ou à sua família e ao sindicato. Cabe ressaltar a importância da
comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do formulário, tendo
em vista as informações nele contidas não apenas do ponto de vista previdenciário,
estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.
Conforme Tavares, Ribeiro Neto e Hoffmann (2008), no caso da contratação
de serviços prestados por empresas especializadas (limpeza, construção civil,
jardinagem, etc.), cabe à empresa e seus prepostos a fiscalização dos serviços
prestados, visando eximir possível responsabilidade de ordem trabalhista. Para
tanto, cabe ao preposto da empresa:
exigir o cumprimento das normas de higiene e segurança;
permitir que somente pessoas habilitadas executem o serviço;
reportar-se ao chefe de cada equipe nomeado pela contratada, que deve
estar presente em todos os momentos do trabalho.

O descumprimento das normas de higiene e segurança do trabalho por parte


da contratada deve ser comunicado ao gestor do contrato, para as providências
cabíveis.
Embora se reconheça a importância do conhecimento das normas
regulamentadoras, não se pode perder de vista a valoração do ser humano, não
pela penalização imposta ao infrator, mas principalmente pelas garantias dos direitos
individuais e da preservação da saúde e da vida (TAVARES, RIBEIRO NETO,
HOFFMANN, 2008).
De acordo com a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, o montante das
despesas decorrentes de acidente do trabalho é pago pelo empregador por meio do
recolhimento de uma taxa ao INSS cuja variação percentual obedece à graduação

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de risco da empresa. Uma vez enquadrada a empresa, caberá ao Ministério do


Trabalho e à Previdência Social proceder, se necessário, ao reenquadramento, caso
as estatísticas de acidente do trabalho o justifiquem, visando estimular investimentos
em prevenção de acidentes.
Empregador/preposto/chefe ao determinar a realização de certa atividade,
deve observar três princípios básicos: viabilidade da execução da tarefa, habilitação
do empregado para executá-Ia e condições de segurança para a execução.
Viabilidade de execução da tarefa – existem determinadas tarefas que,
embora não sejam de risco, poderão apresentá-lo, por exemplo: substituição de uma
lâmpada. Se houver presença de tensão, há risco; se não houver, não há risco. O
interruptor desliga apenas um polo (neutro ou fase); portanto, a cautela manda que
desliguemos neutro e fase pelo disjuntor.
Habilitação do empregado para a tarefa – ainda nos reportando ao exemplo
da troca da lâmpada, tarefa aparentemente simples, se realizada por pessoa
inabilitada, que desconheça os princípios básicos de eletricidade, poderá causar
acidentes, isto é, a pessoa pode tomar um choque e, estando sobre uma escada,
poderá cair, acidentando-se.
Condições de segurança para a execução – usando ainda o exemplo da
lâmpada, imaginemos que a troca seja feita por uma pessoa habilitada para essa
tarefa. Ela desliga o disjuntor elétrico, mas passa por um piso molhado e os sapatos,
consequentemente molhados, fazem-na escorregar do alto da escada, ocasionando
o acidente com lesões.

Nos exemplos anteriores, selecionamos uma situação extremamente fácil,


visando a sensibilização da chefia, pois, por mais simples e corriqueira que possa
parecer, toda situação requer cuidados.

Responsabilidade civil e penal do empregador


Em alguns casos, pode-se invocar para um mesmo fato tutela jurisdicional
das esferas cível e penal. Para tanto, é necessário que o fato concreto seja tipificado
como crime e importe em prejuízo de ordem material, podendo este ser a suspensão

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temporária ou perda da capacidade de trabalho do empregado (TAVARES, RIBEIRO


NETO, HOFFMANN, 2008).
É oportuno conhecermos um conceito básico de definição do crime, que
consiste na ação ou omissão do agente. Não necessariamente o crime se constitui
quando a ordem leva a uma condição insegura. A simples omissão em permitir que
determinada atividade seja realizada, cuja condição insegura esteja presente ou seja
presumível, levará o agente (supervisor, chefe) a responder por ato, que, por dever
de ofício,deveria impedir. A responsabilidade civil independe da penal; todavia, a
sentença penal torna indiscutível a responsabilidade reparatória na esfera civil.
Mesmo em casos de sentença absolutória (absolvição) na esfera penal,
existem casos em que é possível intentar ação de reparação de danos na esfera
civil. Para tanto, é necessário que a absolvição tenha se dado por falta ou
insuficiência de provas, cuja imputação do crime não fique de todo comprovada.
Assim, é correto afirmarmos que doravante a possibilidade de termos ações cíveis
acumuladas com ações penais deve constituir a regra, excetuando-se os casos em
que só haja ações cíveis (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
Em algumas empresas com determinadas características, muitas vezes torna-
se difícil identificar o responsável pela ordem, podendo este ser desde o chefe
imediato até o superior que assinou a Ordem de Serviço (OS), o técnico que a
elaborou, ou outros. Pode haver ainda a coautoria. Assim, se a gerência, por meio
de uma OS ou outro documento oficial, manda que seja executado um serviço sob
condições inadequadas e essa posição é ratificada em campo, resultando assim
acidente do trabalho com vítima, todos os culpados estarão sujeitos a responder.
Nos casos de dúvida, a questão deve ser discutida internamente, e, se não se
chegar a um consenso, deve ser acionado o SESMT, que emitirá laudo
vislumbrando o desfecho da questão.
Aqui é importante ressaltar que, com o advento do novo Código Civil, é
obrigatório no contrato social das empresas a identificação do(s) administrador(es)
da sociedade, que, em tese, é(são) o(s) primeiro(s) responsável(eis) pela má gestão
e incompetência empresarial; surgindo assim, a imediata responsabilidade
acidentária (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).

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Efeitos do acidente do trabalho


Ao ser constatado um acidente do trabalho com vítima, por cuja ocorrência a
chefia seja culpada, esta estará sujeita às sanções cominadas em lei. No acidente
do trabalho com vítima fatal em que se comprove a culpabilidade de quem ordenou
o serviço ou de quem deveria evitá-lo por exercício de função e deixou de fazê-lo,
este poderá responder por crime previsto no art. 121, entre outros, do Código Penal.
A culpa não decorre da vontade do agente de praticar a lesão, mas do ato de
negligência, imprudência ou imperícia. Qualquer dessas condições presentes
caracteriza a culpa. Assim, na inobservância de uma norma ou de um procedimento
que cause lesão, o responsável pode ser penalizado. Ainda que no acidente tenha
havido culpa recíproca (do empregado e da chefia), isso não exclui a
responsabilidade daquele que tenha contribuído para o fato (TAVARES, RIBEIRO
NETO, HOFFMANN, 2008).
O Código Penal brasileiro, em seu art. 121, caput, trata do homicídio simples.
O parágrafo 3º (homicídio culposo), do mesmo artigo, engloba a hipótese de a morte
ser provocada por acidente do trabalho cuja culpa possa ser imputada à chefia, a
qualquer preposto envolvido na atividade ou mesmo a um colega de trabalho,
bastando a constatação de imprudência, imperícia ou negligência. A culpa recíproca
(vitima,chefia, preposto e colega) não exclui a responsabilidade. Assim, quem tiver
contribuído de alguma forma para a morte do colega, mesmo que também tenha
sido vítima, poderá ser responsabilizado pelo evento.
Se houver negligência, imprudência ou imperícia, ficará caracterizado o
homicídio culposo, e a culpa poderá ser:
• Pela escolha do empregado – o empregado que provocou o acidente não
tinha a qualificação necessária para executar o serviço;
• Pela ausência de fiscalização – o responsável pela fiscalização deixou de
fazê-la (exemplo: não testou o equipamento e uma falha neste resultou em
acidente com lesões corporais nos envolvidos);
• Pela ação – o indivíduo praticou ato imprudente ou imperito que resultou em
dano (exemplo: movimentou ou alterou o sentido de uma escada rolante sem
observar a presença de um colega ou usuário sobre ela);

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• Pela omissão – o agente negligenciou as cautelas recomendadas, deixando


de praticar os atos impeditivos da ocorrência do ato danoso (exemplo: deixou
de limpar substância escorregadia derramada na área de circulação, o que
resultou em queda com lesões);
• Por custódia – o indivíduo faltou com a cautela ou atenção devida na guarda
do bem.

A responsabilidade civil foi ampliada com a inserção do novo Código Civil


brasileiro, de 2002, em especial no que diz respeito aos elementos caracterizadores
ou que fundamentam o dever de reparar o dano causado, sendo mais fácil a
constatação, já que em diversos casos não mais existe a necessidade da
demonstração de culpa (negligência, imperícia ou imprudência). Nesse aspecto, o
fato, e não a culpa, torna-se o elemento mais importante para que surja o dever de
reparar o dano causado, o que implica radical evolução a respeito da
responsabilidade civil (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).
É fundamental destacar o art. 927: “Aquele que, por ato ilícito (ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo”. A lei preconiza, também, em seu parágrafo único, que “Haverá
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem”.
Dessa forma, a nova lei possibilita uma interpretação ampla e extensiva do
que se pode entender por atividade que envolva risco para terceiros, aumentando,
assim, as hipóteses de responsabilidade sem culpa, que mais se enquadram com os
princípios e ideais de justiça que inspiram e sustentam o Direito e o pensamento da
sociedade moderna.
Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários
individuais e as empresas respondem, independentemente de culpa, pelos danos
causados pelos produtos postos em circulação.
Segundo o art. 932: “São também responsáveis pela reparação civil: [...] III - o
empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”.

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Outro dispositivo importante, o art. 931, por sua vez, é um complemento ao


parágrafo único do art. 927 (todos do Código Civil), ao delimitar que os riscos
inerentes à exploração de determinada atividade econômica são os fatos geradores
do dever de indenizar.
O art. 932 traduz o que já vinha ocorrendo, já que vem expor o
posicionamento que a doutrina e a jurisprudência já tinham adotado antes mesmo do
advento do novo Código Civil. E, finalmente, o art. 933: “As pessoas indicadas nos
incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte,
responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos”.
Desta forma, a responsabilidade civil é a obrigação de reparação do dano
causado, mediante indenização. As causas que originam a responsabilidade civil
são o dolo e a culpa. Não se exclui ainda a responsabilidade objetiva, que consiste
na ocorrência de fatos indesejáveis e imprevisíveis, em que o simples nexo causal
entre o fato lesivo e os danos verificados já é suficiente para obrigar a reparação do
dano sofrido pela vítima, independentemente de ter ou não havido culpa do agente
que praticou ou provocou o dano.
Nesse sentido, contudo, o dano é, sem dúvida, o ator principal da
responsabilidade civil. Não poderia se falar em indenização nem em ressarcimento
se não houvesse a figura do dano. Pode haver responsabilidade sem culpa;
contudo, não pode haver responsabilidade sem dano. Na lógica da responsabilidade
objetiva, qualquer que seja a característica do risco que tenha fundamento: risco
profissional, risco ocupacional, risco proveito, risco criado, etc., o dano constitui o
seu elemento principal. Haja vista que, sem dano, evidentemente, não haverá o que
reparar, ainda que a conduta tenha sido culposa ou até mesmo dolosa (TAVARES,
RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).

Intervenção do Ministério Público


Nos processos de acidente do trabalho há intervenção compulsória do
Ministério Público, independentemente da vontade da vítima. Isso significa que,
embora haja inércia do interessado, compete ao Estado, por meio da Promotoria
Pública, instaurar a demanda judicial cabível.

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Essa competência deve-se à natureza da lide de ordem pública, alimentar, de


direito indisponível e irrenunciável e, ainda, à qualidade da parte, normalmente mais
fraca na relação jurídica processual.
O processo penal poderá ser deflagrado após o encerramento do inquérito
policial, que para ser iniciado basta existir um fato aparentemente criminoso, sendo
várias as possibilidades de sua instauração, ou seja, exame de corpo de delito,
flagrante, comunicação por indivíduo comum, solicitação do Ministério Público, etc.
Concluída a fase de inquérito policial, este é encaminhado ao Promotor
Público, que, constatando indícios da existência do crime, oferecerá denúncia. Caso
aceite a denúncia, o juiz dará início ao processo penal, decidindo sobre a existência
ou não do crime e seu regular apenamento. Sendo promulgada sentença
condenatória, haverá também implicações cíveis, ou seja, não há discussão quanto
ao mérito da questão, ficando pendente apenas a apuração do valor devido.
Outra possibilidade é a sentença absolutória, que não eximirá de
responsabilidade no civil, caso sua fundamentação tenha sido insuficiência de
provas ou por excludente de ilicitude, comportando, assim, reapreciação nessa
esfera (TAVARES, RIBEIRO NETO, HOFFMANN, 2008).

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UNIDADE 4 – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.


TRABALHO DA MULHER E DO MENOR

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) expressa direitos e deveres do


trabalhador e do empregador, tendo relação direta e imediata com a questão da
responsabilidade em sentido amplo.
Tomando como exemplo o parágrafo 2º do art. 229 da Constituição Estadual
de São Paulo, fica garantido ao empregado o direito de parar ou se negar a fazer
determinada atividade até a eliminação de risco grave presente ou iminente no local
de trabalho.
O empregado também tem obrigações a cumprir, sob pena de sanções
disciplinares cabíveis, podendo, em decorrência disso, até ser dispensado por justa
causa. Conforme prescreve o art. 158 da CLT, o empregado deve observar as
Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, colaborando com a empresa na
aplicação das ordens de serviços quanto às precauções a tomar no sentido de evitar
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Constitui ato faltoso do empregado
a recusa injustificada de realização de determinada tarefa.
A responsabilidade decorre da inobservância das disposições legais
referentes à legislação trabalhista, tanto por parte do empregador quanto do
empregado.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa
brasileira referente ao Direito do trabalho e o Direito processual do trabalho. Ela foi
criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo
então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, unificando toda
legislação trabalhista então existente no Brasil. Seu objetivo principal é a
regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas.

TRABALHO DA MULHER
A Constituição da República traz a base dos direitos da mulher trabalhadora.
Pela Lei Maior, à mulher são concedidos os seguintes direitos sociais: licença a
gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e oitenta
dias; proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei, e proibição de diferença de salário, dentre outros.
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Em nível infraconstitucional, a CLT cuida da proteção do trabalho da mulher


nos arts. 372 a 401. À mulher é permitido cumprir trabalho em jornada
extraordinária, devendo receber adicional de 50%. ; é igualmente permitida a mulher
o trabalho em atividades insalubres e perigosas.
É proibida a mulher o deslocamento de peso, quando utilizada apenas
energia muscular, sendo superior a vinte quilos em se tratando de serviço contínuo;
e vinte e cinco quilos quando se tratar de serviço ocasional (art. 390 da CLT).
Tratando-se de tração mecânica esta proibição desaparece (parágrafo único do art.
390 da CLT).
Quanto a proteção à maternidade, a Constituição Federal determina que a
empregada não poderá ser despedida desde a confirmação da gravidez e até cinco
meses após o parto. No caso de aborto não criminoso a mulher terá direito a um
repouso remunerado de 2 (duas) semanas. A Lei nº 9.799, de 26-5-1999, inseriu
texto consolidado, com significativas regras que disciplinaram o acesso da mulher ao
trabalho.

TRABALHO DO MENOR
A Constituição da República proíbe o trabalho do menor até 16 anos de idade.
Veda, também, o trabalho a menores de dezoito anos à noite, ou em atividades pe-
rigosas ou insalubres (art. 7º, inc. XXXIII).
A jornada de trabalho do menor poderá ser de oito horas, ficando vedada a
hora extra, exceto duas horas a mais, sem acréscimo salarial, desde que respeitada
a duração semanal de 44 horas; e até o máximo de 12 horas de trabalho num dia,
em excepcional no caso de força maior e que sua presença seja imprescindível, com
remuneração das horas excedentes com 50% a mais ao da hora normal (art. 413 da
CLT). Quando o menor tiver dois empregos, as horas de trabalho em cada um
serão totalizadas.
O menor que possua Carteira de Trabalho pode celebrar Contrato de
Trabalho sem a assistência paterna. Poderá, durante a vigência do Contrato, assinar
os recibos de pagamento; não poderá, todavia, dar quitação das verbas rescisórias
quando da extinção do pacto laboral, havendo a necessária participação de seu
representante legal.

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Temos, hoje em dia, além das normas previstas na CLT, o Estatuto da


Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), que traz um capítulo sobre o trabalho
desses menores (arts. 60 a 69).
O menor não pode trabalhar em local que prejudique a moralidade.
Segundo a Lei nº 8.069/90, é vedado ao menor o trabalho em atividades
penosas. Para exercer trabalho nas ruas, praças e demais logradouros, será
necessário prévia autorização do Juiz da Infância e da Juventude.

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UNIDADE 5 – ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO


ENGENHEIRO E TÉCNICO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO E A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE
GESTÃO DE SEGURANÇA

Segundo Silva (2010), quando se fala da implantação, seja de um sistema


de gestão ou então de uma cultura voltada à segurança do trabalho, o primeiro
passo está relacionado ao estabelecimento de uma política de Segurança e Saúde
no Trabalho (SST), onde esta pode ser definida como a linha de conduta adotada
pela empresa para o desenvolvimento, o desempenho e os objetivos das suas
atividades preventivas de infortúnios trabalho.
Todos os tópicos a seguir não só podem como devem ser acompanhados
pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho, mostrando seu interesse e co-
responsabilidade para com a implantação do SST.
Trata-se de uma orientação geral que ao ser desenvolvida deve levar em
conta fatores como as características da organização, seus riscos, legislação e
cultura. O principal aspecto que norteia este processo é o fato de que a política de
segurança e saúde no trabalho deve ser desenvolvida e ratificada pela alta
administração da empresa.
Essa política deve atender no mínimo a alguns requisitos, tais como:
ser apropriada à natureza e escala dos riscos de saúde e segurança da
organização;
incluir o comprometimento para melhoria contínua;
comprometer-se em cumprir com a legislação e regulamentos em vigor
referentes à saúde e segurança, e com outros requisitos com os quais a
organização se subscreva;
ser comunicada a todos os empregados para que se conscientizem de suas
obrigações pessoais com relação à saúde e segurança;
estar disponível às partes interessadas;
ser revisadas periodicamente para assegurar que permaneça relevante e
apropriada para organização;
colocação da gestão da SST como uma primeira responsabilidade dos
gerentes de linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão;
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garantia de treinamento de todos empregados;


análises críticas periódicas das políticas e auditorias;
garantia de seu entendimento, implementação e manutenção de todos os
níveis da organização (SILVA, 2010).

Programa de Segurança
Visando auxiliar na implantação da política e objetivo, devem ser criados
programas de segurança direcionados a diversas atividades da empresa, sendo
gerenciados conforme as atividades, produtos, serviços e condições operacionais a
organização. Definem as principais ações relacionadas a este programa:
Ações formadas e seu cumprimento;
Definição de responsabilidades;
Prazos Fixados;
Recursos necessários.

Estrutura e Responsabilidade
A principal responsabilidade sobre a segurança e saúde do trabalho é da
alta administração da empresa, que deve garantir os recursos necessários para sua
implementação. Esta deve também nomear um membro responsável pela perfeita
implantação e manutenção do sistema de gestão de SST, e que repasse para cada
empregado o seu papel perante esta atividade. Definem que estas atividades devem
ser definidas, documentadas e comunicadas, a fim de facilitar a gestão da
Segurança e Saúde do Trabalho (SILVA, 2010).

Treinamento, conscientização e competência


Ao estabelecer uma política educacional na área da prevenção, a empresa
estará garantindo pessoas mais capacitadas para o desenvolvimento de seu
trabalho, utilizando-se de procedimentos mais seguros.
Descreve que as pessoas devem compreender o que se espera delas na
realização de suas tarefas e de como estas atividades contribuem para os
resultados da organização, certamente terão um desempenho satisfatório na
realização de seus serviços. Ao mesmo tempo, estes procedimentos servem de

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30

apoio para que os empregados tenham mais condições de participar no processo


prevencionista, além de tirar lições do seu dia-a-dia para empregado ou grupo frente
à segurança do trabalho.
Desta forma, verifica-se a necessidade constante de treinamento e
conscientização dos empregados, de forma a tornar a segurança do trabalho um
processo contínuo no dia-a-dia do trabalho. Prevenir é um processo e não um
produto, um objeto acabado e palpável. É um processo à medida que é composto
por cadeias de comportamento dos profissionais que ao final produzem como
resultado, que é no caso da segurança no trabalho, a baixa probabilidade, ao final,
de ocorrer acidentes após a execução de uma atividade.
Os profissionais que atuam com segurança do trabalho e os empregados
devem desenvolver competências adequadas, com o objetivo de capacitar este para
agir em relação aos determinantes dos acidentes. Isto significa que a empresa deve
relacionar os diversos cargos e atividades existentes em seus processos, visando
detectar em cada um quais as variáveis relacionadas à segurança do trabalho, para
com isso definir as competências necessárias para cada empregado em sua
atividade (SILVA, 2010).
Esta etapa é definida como aquela relacionada com as competências
necessárias para desempenhar tarefas que possam ter algum impacto sobre a
segurança e saúde do trabalho. Isto significa criar nos empregados uma consciência
de garantir a concreta implementação e continuidade do programa, e qual sua
importância para a melhoria da produtividade na empresa. Deve também ser
garantida a formação específica sobre os riscos de sua atividade.

Consulta e Comunicação
Devem ser considerados os seguintes aspectos quanto à consulta e
comunicação aos empregados:
Envolvimento no desenvolvimento e análise das políticas e procedimentos
para a gestão dos riscos;
Consulta quando existir qualquer mudança que afete sua segurança e saúde
no local de trabalho;
Representação nos assuntos de Segurança e Saúde;

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Informação quanto a quem são seus representantes nos assuntos SST e o


representante nomeado pela alta administração.

Documentação
A documentação relativa ao sistema de gestão deve ser criada e mantida,
seja em papel ou meio eletrônico, objetivando a descrição dos principais elementos
do sistema e sua interação, além de fornecer orientação sobre a documentação
relacionada.
A organização deve documentar e manter atualizada toda a documentação
necessária para assegurar que o seu sistema de gestão SST seja adequadamente
compreendido e eficazmente implementado.
Todos os documentos relativos ao sistema de gestão devem ser controlados
de maneira a estar disponível, sempre que necessário, tanto para procedimentos
internos quanto de possível fiscalização dos órgãos competentes (SILVA, 2010).

Monitoração do Desempenho
Entende-se por controle operacional as ações visando monitorar o
desempenho garantindo o cumprimento do programa e o atendimento dos objetivos
propostos. O controle operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais
críticos) e com a política, os objetivos e o programa de gestão SST.
Serão identificadas as operações e atividades associadas aos riscos, e onde
serão necessárias as medidas de controle.
As operações específicas ligadas a esta ação são:
Estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados;
Estipulação e manutenção de procedimentos relativos aos riscos de locais de
trabalho, processo, instalações, equipamentos, procedimentos operacionais e
organização de trabalho, incluindo suas adaptações às capacidades
humanas, de forma a eliminar ou reduzir os riscos de SST na sua fonte
(SILVA, 2010).

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UNIDADE 6 – EMBARGOS OU INTERDIÇÃO

A NR 03 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as


empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou
equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização
trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e a
Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá
embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.
Quando o agente da inspeção do trabalho constatar situação de grave e
iminente risco à saúde e/ou integridade física do trabalhador, com base em critérios
técnicos, deverá propor de imediato à autoridade regional competente a interdição
do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo
parcial ou total da obra, determinando as medidas que deverão ser adotadas para a
correção das situações de risco.
A autoridade regional competente, à vista de novo laudo técnico do agente
da inspeção do trabalho, procederá à suspensão ou não da interdição ou embargo.
E à vista de relatório circunstanciado, elaborado por agente da inspeção do trabalho
que comprove o descumprimento reiterado das disposições legais e/ou
regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, poderá convocar
representante legal da empresa para apurar o motivo da irregularidade e propor
solução para corrigir as situações que estejam em desacordo com exigências legais.
Entende-se por descumprimento reiterado a lavratura do auto de infração
por 3 (três) vezes no tocante ao descumprimento do mesmo item de norma
regulamentadora ou a negligência do empregador em cumprir as disposições legais
e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, violando-as
reiteradamente, deixando de atender às advertências, intimações ou sanções e sob
reiterada ação fiscal por parte dos agentes da inspeção do trabalho.

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UNIDADE 7 - CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA


ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT

Uma das funções mais importantes da OIT é o estabelecimento e adoção de


normas internacionais de trabalho sob a forma de convenções ou recomendações.
Estes instrumentos são adotados pela Conferência Internacional do Trabalho com a
participação de representantes dos trabalhadores, empregadores e dos governos.
As Convenções da OIT são tratados internacionais que, uma vez ratificados
pelos Estados Membros, passam a integrar a legislação nacional. A aplicação das
normas pelos países é examinada por uma Comissão de Peritos na Aplicação de
Convenções e Recomendações da OIT que recebe e avalia queixas, dando-lhes
seguimento e produzindo relatórios de memórias para discussão, publicação e
difusão.
Em 1998, foi adotada a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos
Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. É uma reafirmação universal do
compromisso dos Estados Membros e da comunidade internacional em geral de
respeitar, promover e aplicar um patamar mínimo de princípios e direitos no trabalho,
que são reconhecidamente fundamentais para os trabalhadores.
Esses princípios e direitos fundamentais estão recolhidos em oito
Convenções que cobrem quatro áreas básicas: liberdade sindical e direito à
negociação coletiva, erradicação do trabalho infantil, eliminação do trabalho forçado
e não discriminação no emprego ou ocupação.
Na realidade, Convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT
– são tratados multilaterais abertos, de caráter normativo, que podem ser ratificadas
sem limitação de prazo por qualquer dos Estados-Membros.

RATIFICAÇÃO
• Até 18 meses da adoção de uma convenção, cada Estado-Membro tem
obrigação de submetê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o
Congresso Nacional) para aprovação;
• após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação
do tratado junto à OIT;

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• após a ratificação, o Estado-Membro deve promulgar o tratado, ou seja,


adotar medidas legais ou outras que assegurem a aplicação da Convenção
em prazos determinados, incluindo o estabelecimento de sanções
apropriadas, mantendo serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento.
Em geral, é prevista consulta prévia às entidades mais representativas de
empregadores e trabalhadores.

VIGÊNCIA
• Internacional: Inicia-se 12 meses após ratificação de uma convenção por dois
Estados-Membros;
• Nacional: A partir de 12 meses após a ratificação pelo Estado-Membro, desde
que a convenção já vigore em âmbito internacional.

VALIDADE
• O prazo de validade de cada ratificação é de 10 anos;
• Ao término da validade, o Estado-Membro pode denunciar a convenção,
cessando sua responsabilidade em relação à mesma 12 meses após;
• Não havendo sido denunciada a convenção até 12 meses do término da
validade da ratificação, renova-se a validade tacitamente por mais 10 anos.

REVISÃO
Uma convenção pode ser objeto de revisão. A ratificação por um Estado-
Membro da convenção revisora implicará a denúncia imediata da anterior, que
deixará de estar aberta à ratificação, embora continue vigorando em relação aos
países que a ratificaram e deixaram de aderir ao instrumento de revisão.

ÁREA DE APLICAÇÃO
A abrangência de cada convenção é definida em seu texto, havendo, porém,
em algumas convenções, possibilidade de exclusão total ou parcial de ramos da
atividade econômica, empresas ou produtos, ou mesmo a exclusão de aplicação de
parte da convenção em todo o território nacional, a critério da autoridade nacional

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competente, após consulta às organizações representativas de empregadores e


trabalhadores (BRASIL/OIT, 2002).
Convenção nº 184 – Segurança e Saúde na Agricultura, 2001.
Convenção nº 182 – Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para sua
Eliminação, 1999.
Convenção nº 176 – Segurança e Saúde na Mineração, 1995.
Convenção nº 174 – Prevenção de Acidentes Industriais Maiores, 1993.
Convenção nº 170 – Segurança na Utilização de Produtos Químicos, 1990.
Convenção nº 167 – Segurança e Saúde na Construção, 1988.
Convenção nº 162 – Prevenção e Controle do Asbesto, 1986.
Convenção nº 161 – Serviços de Saúde no Trabalho, 1985.
Convenção nº 155 – Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981.
Convenção nº 152 – Segurança e Higiene no Trabalho Portuário, 1979.
Convenção nº 148 – Meio Ambiente de Trabalho (Contaminação do Ar, Ruído e
Vibrações), 1977.
Convenção nº 139 – Câncer Profissional, 1974.
Convenção nº 136 – Benzeno, 1971.
Convenção nº 127 – Peso Máximo, 1967.
Convenção nº 124 – Exame Médico dos Menores na Mineração Subterrânea, 1965.
Convenção nº 120 – Higiene no Comércio e Escritórios,1964.
Convenção nº 115 – Proteção Contra Radiações, 1960.
Convenção nº 113 – Exame Médico de Pescadores, 1959.
Convenção nº 103 – Proteção à Maternidade (Revisada),1952.
Convenção nº 81 – Inspeção do Trabalho, 1947.
Convenção nº 45 – Trabalho Subterrâneo de Mulheres,1935.
Convenção nº 42 – Indenização de Trabalhadores por Doenças Ocupacionais
(Revisada), 1934.
Convenção nº 16 – Exame Médico de Menores no Trabalho Marítimo, 1921.
Convenção nº 12 – Indenização por Acidente do Trabalho na Agricultura, 1921.
As recomendações da OIT podem ser lidas na íntegra no link:
http://www.oitbrasil.org.br/content/recommendations

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UNIDADE 8 – NORMAS TÉCNICAS, PORTARIAS


NORMATIVAS, NORMAS NACIONAIS, ESTRANGEIRAS E
INTERNACIONAIS

No Brasil, as Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NR,


regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios
relacionados à segurança e medicina do trabalho no Brasil. São as Normas
Regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, foram aprovadas pela Portaria
Nº 3.214, 08 de junho de 1978. São de observância obrigatória por todas as
empresas brasileiras regidas pela CLT.
São elaboradas e modificadas por comissões tripartites específicas
compostas por representantes do governo, empregadores e empregados. Ao longo
do todo o curso elas foram citadas direta ou indiretamente.
As normas internacionais foram citadas anteriormente. Elas estão em forma
de Convenção estabelecidas pela OIT. As portarias mais importantes são as
seguintes:
PORTARIA MTB Nº 3.214, DE 08 DE JUNHO DE 1978 - Aprova as Normas
Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.
PORTARIA 3.275 de 21 de Setembro de 1989 – Sobre as atividades do
Técnico de Segurança do Trabalho.
PORTARIA Nº 777/GM Em 28 de abril de 2004 – Dispõe sobre os
procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do
trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde.
PORTARIA Nº 5, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2006 – Inclui doenças na
relação nacional de notificação compulsória, define doenças de notificação imediata,
relação dos resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de
Referência Nacional ou Regional e normas para notificação de casos.
PORTARIA 262 de 29 de maio de 2008 – Novos procedimentos para
emissão do Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho.
PORTARIA Nº 76, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008 – Grau de Risco - Altera
o Quadro I da Norma Regulamentadora Nº 4.
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PORTARIA Nº 84, DE 04 DE MARÇO DE 2009 - SIT - SECRETARIA DE


INSPEÇÃO DO TRABALHO – Altera a redação do item 1.7 da Norma
Regulamentadora nº 1.
PORTARIA Nº 32, DE 8 DE JANEIRO DE 2009, Disciplina a avaliação de
conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual e dá outras providências.

AS NORMAS REGULAMENTADORAS
De acordo com a Portaria Nº 3.214/78, SSST – Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho, atualmente, DSST – Departamento de Segurança e Saúde no
Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, temos as seguintes normas
regulamentadoras:
NR1 - Disposições Gerais
Determina que as normas regulamentadoras, relativas à segurança e
medicina do trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as
empresas privadas e públicas, desde que possuam empregados celetistas.
Determina, também, que o Departamento de Segurança e Saúde no
Trabalho é o órgão competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar
todas as atividades inerentes.
Dá competência às DRT regionais, determina as responsabilidades do
empregador e a responsabilidade dos empregados.
NR2 - Inspeção Prévia
Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de
suas instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá
o CAI – Certificado de Aprovação de Instalações, por meio de modelo
preestabelecido.
NR3 - Embargo ou Interdição
A DRT poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de
serviços se os mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador,
mediante laudo técnico, e/ou exigir providências a serem adotadas para prevenção
de acidentes do trabalho e doenças profissionais.
Caso haja interdição ou embargo em um determinado setor, os empregados
receberão os salários como se estivessem trabalhando.

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NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho - SESMT
A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade
principal da empresa (Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE) e
do número total de empregados do estabelecimento. Dependendo desses
elementos, o SESMT deverá ser composto por um Engenheiro de Segurança do
Trabalho, um Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem
do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, todos empregados da empresa.
Atualmente, esta Norma está sendo revista pela Comissão Tripartite
Paritária Permanente. A nova NR4 – Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do
Trabalho, pela Portaria nº 10, de 6 de abril de 2000. As novidades são os serviços
terceirizados, o SEST próprio, o SEST coletivo e a obrigatoriedade de todo
estabelecimento, mesmo com um empregado, ser obrigado a participar do
programa.
NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
Todas empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
instituições beneficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados
celetistas, dependendo do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20
empregados são obrigadas a manter a CIPA. Este dimensionamento depende da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, que remete a outra
listagem de número de empregados.
Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
tornando compatível o trabalho com a preservação da saúde do trabalhador. A CIPA
é composta de um representante da empresa – Presidente (designado) e
representantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um
ano e direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade.
NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI
As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos
de proteção individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do
trabalhador.
Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do
Trabalho e Emprego e a empresa que importa EPI também deverá ser registrada

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junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim


todo um processo administrativo.
NR7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO
Trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas: exame
admisisional, exame periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função,
demissional e exames complementares, dependendo do grau de risco da empresa,
ou empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes,
benzeno, etc., à critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na
própria NR7 , bem como, na NR15, existirão exames específicos para cada risco que
o trabalho possa gerar.
NR8 - Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a
proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Deve-se
observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.
NR9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador,
através da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao MEIO
AMBIENTE e RECURSOS NATURAIS.
Leva-se em conta os Agentes físicos, químicos e biológicos. Além desses
agentes, destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os Riscos Mecânicos.
É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não
sofrerem ações de natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se
atualizados os Laudos Técnicos e o Perfil Profissiográfico Previdenciário.
NR10 - Instalações e Serviços de Eletricidade
Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que
trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto,
execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e
usuários. Esta Norma encontra-se sob consulta pública para a sua revisão.
NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
Destina-se a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportadores
Industriais e Máquinas Transportadoras.

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NR12 - Máquinas e Equipamentos


Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as
máquinas e os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das
máquinas e equipamentos. Contém Anexos para o uso de Motoserras, Cilindros de
Massa, etc.
No Estado de São Paulo, as empresas devem observar a Convenção
Coletiva para Melhoria das Condições de Trabalho em Prensas e Equipamentos
Similares, Injetoras de Plásticos e Tratamento Galvânico de Superfícies nas
Indústrias Metalúrgicas no Estado de São Paulo, assinada em 29.11.02, em vigência
a partir de 28.01.03.
NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
É de competência do engenheiro especializado nas atividades referentes a
projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e
supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão.
Norma que exige treinamento específico para os seus operadores, contendo
várias classificações e categorias, nas especialidades, devido, principalmente, ao
seu elevado grau de risco.
NR14 - Fornos
Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases,
chamas, líquidos. Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal,
estadual e municipal.
NR15 - Atividades e Operações Insalubres
Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16 - Atividades Perigosas,
quando ocorre além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo
de exposição ao agente, que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a
sua vida laboral.
As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são
considerados os agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto;
Tolerância para Exposição ao Calor; Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e
Poeiras Minerais.

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Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou


do engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho
e Emprego.
NR16 - Atividades e Operações Perigosas
Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância, são as
atividades perigosas, aquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia Elétrica.
NR17 - Ergonomia
Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas, máquinas, ambiente,
comunicações dos elementos do sistema, informações, processamento, tomada de
decisões, organização e consequências do trabalho.
Observe-se que as LER – Lesões por Esforços Repetitivos, hoje
denominada DORT – Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho – constituem
o principal grupo de problemas à saúde, reconhecidos pela sua relação laboral. O
termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante hoje das
relações de doenças profissionais da Previdência.
NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –
PCMAT
O PCMAT é o PPRA da Construção civil. Resume-se no elenco de
providências a serem executadas, em função do cronograma de uma obra,
levando-se em conta os riscos de acidentes e doenças do trabalho e as suas
respectivas medidas de segurança.
NR19 - Explosivos
Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de
explosivos.
NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.
NR21 - Trabalho a céu aberto
Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo,
contra intempéries (insolação, condições sanitárias, água, etc.).
NR22 - Trabalhos subterrâneos

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Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto,


garimpos, beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.
Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições
hiperbáricas. Esta atividade possui várias outras legislações complementares.
NR23 - Proteção contra Incêndios
Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para
retirada de pessoal em serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As
empresas devem observar as normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.
NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho
Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o
próprio nome contempla. E, cabe a CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância
desta norma. Deve-se observar, também, nas Convenções Coletivas de Trabalho de
sua categoria se existe algum item sobre o assunto.
NR25 - Resíduos Industriais
Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade,
periculosidade, risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às
disposições contidas na NR15 e legislações pertinentes nos níveis federal, estadual
e municipal.
NR26 - Sinalização de Segurança
Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção
evitando a distração, confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados
especiais quanto a produtos e locais perigosos.
NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança no Ministério do
Trabalho e Emprego
Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do
2º grau de Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério
do Trabalho e Emprego, devidamente registrado através das DRT regionais.
NR28 - Fiscalização e Penalidades
Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, para cada
item das normas. Estas gradações são divididas por número de empregados, risco
na segurança e risco em medicina do trabalho.

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O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o


estabelecimento, faz a notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa.
Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade
física do trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição do
estabelecimento.
NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
Esta NR regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças
profissionais, alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde
dos trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações
portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto
organizado.
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de
bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na
Convenção nº 147 da Organização Internacional do Trabalho - Normas Mínimas
para Marinha Mercante, utilizados no transporte de mercadorias ou de passageiros,
inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima
de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e
portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento.
NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
Esta NR tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária,
silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio
ambiente do trabalho.
Para fins de aplicação desta NR considera-se atividade agro-econômica,
aquelas que operando na transformação do produto agrário, não altere a sua
natureza, retirando-lhe a condição de matéria-prima.
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
Esta NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores

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dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e
assistência à saúde em geral.
Para fins de aplicação desta NR, entende-se como serviços de saúde
qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e
todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde
em qualquer nível de complexidade.
A responsabilidade é solidária entre contratante e contratado quanto ao
cumprimento da NR 32. A conscientização e colaboração de todos é muito
importante para prevenção de acidentes na área da saúde.
As atividades relacionadas aos serviços de saúde são aquelas que, no
entendimento do legislador, apresentam maior risco devido à possibilidade de
contato com micro-organismos encontrados nos ambientes e equipamentos
utilizados no exercício do trabalho, com potencial de provocar doenças nos
trabalhadores.
Os trabalhadores diretamente envolvidos com este agentes são: médicos,
enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e
hospitais, dentistas,limpeza e manutenção de equipamentos hospitalar, motoristas
de ambulância, entre outros envolvidos em serviços de saúde.
NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento
e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança
e saúde dos trabalhadores e que interagem direta ou indiretamente neste espaços.
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir
a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval
Esta NR trata de nove procedimentos de trabalhos executados em
estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura;
jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas

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provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e


máquinas portáteis rotativas.
Esta NR tem por finalidade estabelecer os vários requisitos mínimos e as
medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas
atividades da indústria de construção e reparação naval.
NR 35 - Trabalho em Altura
A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima
de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda.
NR (ainda não aprovada) - Norma Regulamentadora sobre Abate e
Processamento de Carnes e Derivados
Disponibiliza para consulta pública o texto técnico básico de criação da
Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados pela
Portaria Nº 273 de 16 de agosto de 2011.

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UNIDADE 9 – TÉCNICAS DO PREPARO DE NORMAS,


INSTRUÇÕES E ORDENS DE SERVIÇO. IMPORTÂNCIA DA
UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS INTERNAS PARA A
ENGENHARIA DE SEGURANÇA

Os objetivos da normalização, segundo ABNT são:


a) SIMPLIFICAÇÃO – Redução da crescente variedade de procedimentos e
tipos de produtos;
b) COMUNICAÇÃO – Proporciona meios mais eficientes para a troca de
informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações
comerciais e de serviços;
c) ECONOMIA – Visa a economia global, tanto do lado do produtor quanto
do consumidor;
d) SEGURANÇA – A proteção da vida humana e da saúde é considerada
um dos principais objetivos da normalização;
e) PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR – A norma traz à comunidade a
possibilidade de aferir a qualidade dos produtos;
f) ELIMINAÇÃO DAS BARREIRAS COMERCIAIS – A normalização evita a
existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes
países, facilitando assim o intercâmbio comercial.
Os benefícios da normalização podem ser divididos em qualitativos e
quantitativos, como seguem:
Qualitativos Quantitativos
Utiliza adequadamente os recursos Reduz o consumo e o desperdício
(equipamentos, materiais e mão de (gestão de materiais);
obra); Especifica matérias-primas;
Disciplina a produção e as atividades, Padroniza componentes e
uniformizando o trabalho; equipamentos;
Facilita o treinamento e melhora o nível Reduz as variedades de produtos;
técnico da mão de obra;

Registra o conhecimento tecnológico; Fornece procedimentos para cálculos e


Facilita a contratação ou venda de projetos;
tecnologia. Aumenta a produtividade;
Melhora a qualidade de produtos e
serviços;
Controla produtos e processos.

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Particularmente na área de Segurança do Trabalho, as normas técnicas são


de fundamental importância, pois além de estabelecerem as condições técnicas
mínimas de qualidade, todas as atividades estão relacionadas à melhoria da
qualidade dos produtos e serviços prestados, buscando o aprimoramento das
condições de segurança dos edifícios e demais locais e, consequentemente, de
seus ocupantes.

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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
FIESP/CIESP. Manual Prático de legislação de segurança e medicina no trabalho.
São Paulo: FIESP/CIESP, 2003.

TAVARES, José Da Cunha; RIBEIRO NETO, João Batista; HOFFMANN, Silvana


Carvalho. Sistemas de Gestão Integrados: qualidade, meio ambiente,
responsabilidade social, Segurança e Saúde no Trabalho. Noções gerais de direito
ligadas ao tema “Responsabilidade Acidentária – Lei n. 8.212 de 24 de julho de
1991. São Paulo: Editora Senac, 2008.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm

BRASIL. Convenções da OIT. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego/SIT, 2002.


Disponível em: http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_convencoes_oit.pdf

BRASIL. DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Aprova a


Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm

BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da


Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências.

Brasil. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas


Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível em:
http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm

CENOFISCO. Centro de Orientação Fiscal. Encargos trabalhistas (2012). Disponível


em:
http://www.empresario.com.br/legislacao/edicoes/2012/1704_encargos_trabalhistas.
html

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GONÇALVES, Marcos Fernandes. Diferença entre benefícios acidentários e


previdenciários (2009). Disponível em: http://www.juslaboral.net/2009

GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 44 ed. Rio de


Janeiro: Forense, 2011.

MATTOS, Ricardo Pereira de. Segurança e saúde no trabalho: legislação.


Disponível em: http://www.ricardomattos.com/legisla.htm

OIT. Convenções ratificadas pelo Brasil. Disponível em:


http://www.oitbrasil.org.br/convention

SILVA, Reni de Jesus Braz da. A estabilidade acidentária e os contratos de trabalho


por prazo determinado no Brasil. Curitiba: FARESC, 2010.

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