Você está na página 1de 235

Aula 3

Princípios expressos e implícitos da


administração pública

Direito Administrativo para Auditor da


Receita Federal

Prof. Erick Alves


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

NOÇÕES SOBRE NORMAS JURÍDICAS, REGRAS E PRINCÍPIOS........................................................................ 4

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO............................................................................................................ 6

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..................................................................................... 12

PRINCÍPIOS EXPRESSOS............................................................................................................................... 13

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 13

LEGALIDADE................................................................................................................................................. 16

ATENÇÃO!!................................................................................................................................................... 16

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 17

IMPESSOALIDADE........................................................................................................................................ 19

PRESTE ATENÇÃO!................................................................................................................................................................................................ 19

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 21

MORALIDADE............................................................................................................................................ 24

CURIOSIDADE............................................................................................................................................... 25

DETALHANDO UM POUCO MAIS.................................................................................................................... 26

ATENÇÃO!!................................................................................................................................................... 27

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 28

PUBLICIDADE............................................................................................................................................... 31

ATENÇÃO!!................................................................................................................................................... 32

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 33

EFICIÊNCIA................................................................................................................................................... 36

DETALHANDO UM POUCO MAIS.................................................................................................................... 37

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 38

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS OU RECONHECIDOS................................................................................................ 42

AUTOTUTELA............................................................................................................................................... 43

ATENÇÃO!!................................................................................................................................................... 43

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 44

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 44

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.................................................................................................... 46

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 47

SEGURANÇA JURÍDICA.................................................................................................................................. 49

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 50

CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.............................................................................................................. 52

2 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 52

ESPECIALIDADE............................................................................................................................................ 53

HIERARQUIA................................................................................................................................................. 53

PRECAUÇÃO................................................................................................................................................. 53

SINDICABILIDADE......................................................................................................................................... 53

SUBSIDIARIEDADE........................................................................................................................................ 54

MOTIVAÇÃO................................................................................................................................................. 55

ATENÇÃO!!................................................................................................................................................... 55

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 55

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 56

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO......................................................................................................... 58

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 58

OUTROS PRINCÍPIOS.................................................................................................................................... 60

QUESTÕES COMENTADAS DA BANCA CESPE................................................................................................ 63

LISTA DE QUESTÕES – FGV........................................................................................................................... 87

LISTA DE QUESTÕES .................................................................................................................................... 97

QUESTÕES DE PROVA COMENTADAS – FGV.................................................................................................. 107

QUESTÕES DE CONCURSO COMENTADAS.................................................................................................... 124

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................................. 163

QUESTÕES COMENTADAS DA BANCA VUNESP............................................................................................. 181

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................................. 209

GABARITO – FGV........................................................................................................................................... 222

GABARITO.................................................................................................................................................... 223

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 224

PRINCÍPIOS EXPRESSOS (CF, ART. 37, CAPUT):.............................................................................................. 224

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS OU RECONHECIDOS................................................................................................ 225

INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO............................................................................................ 227

TESTE DE DIREÇÃO....................................................................................................................................... 228

EXERCÍCIOS PARA REVISÃO.......................................................................................................................... 228

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS...................................................................................................................... 231

3 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Noções sobre normas jurídicas, regras e princípios

O direito não se resume a um conjunto de palavras escritas num dispositivo legal. Ele é mais que isso. Na verdade, o
direito exprime em normas jurídicas os valores reputados como dignos de proteção pela sociedade. Por exemplo, a
liberdade, antes de ser um direito previsto na Constituição, é um valor amplamente aceito pelos indivíduos como
indispensável à dignidade humana.
As normas jurídicas que expressam esses valores podem ser classificadas em duas categorias básicas: regras
e princípios.
As regras contemplam previsões de conduta determinadas e precisas. Ou seja, entre várias alternativas de conduta, as
regras determinam como os sujeitos devem (“é obrigatório”), não devem (“é proibido”) ou podem (“é facultado”)
conduzir-se[1].
Exemplo de uma regra é o comando do inciso XXI, do artigo 37, da Constituição Federal, segundo o qual “as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública”, ressalvados os casos
especificados na legislação. Assim, ao efetuar uma compra para a Administração, o agente público deve
necessariamente observar a regra prevista na lei (“lei” em sentido amplo), isto é, deve realizar licitação prévia, a menos
que se depare com alguma das hipóteses de exceção, que também estão previstas na lei. Nesse caso, a ponderação
entre fazer ou não a licitação já foi feita pelo legislador: cumpre ao agente apenas cumprir a regra.
Os princípios, por sua vez, determinam o alcance e o sentido das regras, servindo de parâmetro para a exata
compreensão delas e para a própria produção normativa. Eles não se restringem a fixar limites ou a fornecer soluções
exatas, e sim consagram os valores a serem atingidos. Dessa forma, os princípios não fornecem solução única, mas
propiciam um elenco de alternativas, exigindo, por ocasião de sua aplicação, que se escolha por uma dentre diversas
soluções.
Por exemplo, um dos princípios que regem as licitações públicas é o da igualdade (entre licitantes), previsto no artigo 5º
da Lei 14.133/2021. Por esse princípio, não é admitido o estabelecimento de condições que impliquem preferência a
favor de determinados licitantes em detrimento dos demais. A “igualdade entre os licitantes”, portanto, é um valor a
ser perseguido na produção e na aplicação das regras da licitação. Assim, caso determinado agente público
responsável por elaborar um edital de licitação se depare com situação na qual inexista regra jurídica a apontar de
maneira evidente a solução, ele deve analisar as circunstâncias do caso concreto, ponderar as diversas possibilidades e,
enfim, adotar providência que não prejudique a igualdade entre os licitantes. As soluções podem, então, variar em cada
caso, mas devem ser sempre motivadas ou justificadas pela aplicação do princípio.
Carvalho Filho assevera que as regras são operadas de modo disjuntivo, vale dizer, o conflito entre elas é dirimido
no plano da validade: havendo mais de uma regra aplicável a uma mesma situação, apenas uma delas deverá
prevalecer.
Para o conflito entre as leis, por exemplo, vale o entendimento de que a norma superior prevalece sobre a inferior (a
Constituição prevalece sobre as leis e estas sobre os decretos e assim por diante). Se equivalentes, em termos de
hierarquia, aplica-se a lei mais nova sobre a antiga (critério cronológico ou da anterioridade). Por fim, existe ainda o
critério da especialidade, em que lei especial derroga lei geral.
Os princípios, ao contrário, não se excluem na hipótese de conflito: dotados que são de determinado valor ou razão, o
conflito entre princípios deve ser resolvido mediante a ponderação de valores (ou ponderação de interesses), ou seja,
deve-se buscar uma solução que harmonize, relativize todos os princípios em jogo, um cedendo espaço para o outro.
A ponderação é possível porque os princípios, ao contrário das regras, não possuem hierarquização material entre si,
vale dizer, não há princípio mais ou menos importante, todos se equiparam.

4 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Um exemplo de ponderação entre princípios pode ser encontrado na jurisprudência do STJ (RMS 24339). Na ocorrência
de ilegalidade é dever da Administração e do Judiciário anular o ato administrativo ilegal (princípio da legalidade). No
entanto, é possível o princípio da legalidade ceder espaço para o princípio da segurança jurídica, nos casos em que a
manutenção do ato ilegal causar menos prejuízos que a sua anulação (fenômeno da estabilização dos efeitos do ato
administrativo).
E como trazer esses conceitos para o objeto do nosso estudo? Conforme ensina Marçal Justen Filho, a estruturação do
Direito Administrativo é produzida pela Constituição, a qual “delineia os princípios fundamentais, indica as situações em
que será indispensável a existência de regras e fornece as diretivas de desenvolvimento do sistema normativo”.
Portanto, além das inúmeras regras aplicáveis ao Direito Administrativo, a maioria positivada nas leis que veremos no
decorrer do curso, os princípios também orientam o estudo e a aplicação desse ramo do direito, talvez em grau até
maior, eis que os princípios constituem as bases, os alicerces, os valores fundamentais do sistema de regras. Aliás, alguns
doutrinadores defendem que ofender um princípio seria pior que transgredir uma regra. Celso Antônio Bandeira de
Melo, por exemplo, afirma que a desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento
obrigatório, mas a todo o sistema de comandos.
Enfim, estabelecidas as diferenças conceituais entre regras e princípios, vamos então, nesta aula, nos ocupar apenas do
estudo dos princípios básicos que regem a Administração Pública. Antes, vamos falar sobre o regime-jurídico
administrativo, que é o sistema de valores que formam a base do Direito Administrativo.

[1] Marçal Justen Filho (2014, p. 136).

5 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Regime jurídico-administrativo
Inicialmente, cumpre destacar a diferença entre as expressões “regime da Administração Pública” e “regime jurídico-
administrativo”.
Segundo ensina a professora Di Pietro, “a expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para
designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração
Pública”. Como vimos, a maioria das relações da Administração Pública se submete ao direito público, mas também
podem ser regidas pelo direito privado, embora nunca integralmente.
Por outro lado, a expressão regime jurídico-administrativo se refere, unicamente, às situações em que a
Administração Pública se coloca numa situação privilegiada, vertical na relação jurídica. Baseia-se na existência de
prerrogativas passíveis de serem exercidas pela Administração, contrabalançadas pela imposição de restrições
especiais à atuação dessa mesma Administração, não existentes – nem as prerrogativas nem as restrições – nas
relações típicas de direito privado[1].
Em outras palavras, pode-se dizer que o regime jurídico-administrativo compõe-se do conjunto de prerrogativas e
restrições a que está sujeita a Administração, conjunto esse que não está presente nas relações entre particulares. As
prerrogativas decorrem da necessidade de satisfação dos interesses coletivos, enquanto as restrições servem para
proteger os direitos individuais frente ao Estado.
Importante frisar que, mesmo nas situações em que atua sob o regime de direito privado, se nivelando ao particular, ou
seja, não exercendo sobre ele qualquer prerrogativa de Poder Público – como quando uma entidade estatal
desempenha atividade econômica –, a Administração ainda se sujeita a determinados princípios do direito público, os
quais lhe garantem certos privilégios, ou prerrogativas (ex: processo especial de execução, impenhorabilidade de seus
bens, prazos dilatados em juízo), e lhe impõem determinadas restrições (ex: necessidade de dar publicidade a seus
atos).
Nas palavras de Di Pietro:

“Daí a bipolaridade do Direito Administrativo: liberdade do indivíduo e autoridade da Administração;


restrições e prerrogativas. Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à
observância da lei; é a aplicação do direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-se a
autoridade da Administração Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe outorgados
prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o
particular”.

O regime jurídico-administrativo é o sistema que dá identidade ao Direito Administrativo. Pode ser sintetizado em dois
princípios:

1. Supremacia do interesse público sobre o privado.

2. Indisponibilidade do interesse público.

Conforme leciona Celso Antônio Bandeira de Melo, todo o sistema de Direito Administrativo se constrói sobre os
mencionados princípios, que caracterizam o binômio “prerrogativas da Administração – direitos dos administrados”[2].
Vamos ver então as características desses princípios.
O princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas e privilégios da
Administração Pública, típicos do direito público. É a causa da verticalidade nas relações administração-particular, em
contraposição à horizontalidade nas relações entre particulares.

6 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

A noção central desse princípio é: havendo conflito entre o interesse público e os interesses particulares, aquele deve
prevalecer. Destaque-se, porém, que as prerrogativas não devem ser vistas como um fim em si mesmas, mas como
meios, como instrumentos para que a Administração possa atingir os objetivos que lhe são impostos pela Constituição e
pelas leis, sempre com o fim de satisfazer o interesse público.
Outro detalhe é que, conforme as lições de Lucas Furtado, não existem interesses públicos presumidos ou ilimitados.
Eles somente existem após serem reconhecidos pela Constituição ou por lei como tais, e necessariamente terão limites
também fixados pela Constituição ou pela lei.
A grande maioria das prerrogativas necessárias à realização dos interesses públicos decorre de maneira explícita ou
implícita da própria Constituição Federal. A lei desempenha papel secundário no processo de criação das prerrogativas
públicas, pois se submete aos ditames constitucionais. Ademais, os instrumentos infralegais, apesar de serem fontes de
Direito Administrativo, não podem participar desse processo, ou seja, não podem criar prerrogativas para a
Administração, ante o comando constitucional de que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”.
Como exemplos da materialização do princípio da supremacia do interesse público, tem-se o exercício do poder de
polícia (como a interdição de estabelecimentos); o poder de modificar unilateralmente os contratos; a possibilidade de
intervenção na propriedade privada (como a desapropriação); o poder de aplicar sanções administrativas (como a multa
de trânsito) etc.
Já o segundo princípio, o da indisponibilidade do interesse público, em contraponto ao primeiro, fundamenta as
restrições impostas à Administração.
Em linguagem jurídica, “dispor” de alguma coisa é, simplificadamente, poder fazer o que queira com ela, sem dar
satisfações a ninguém.
Como ensina Carvalho Filho, os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes.
Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade. Portanto, por esse princípio, o interesse
público é indisponível pela Administração. Esta somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine a sua
atuação, e nos limites estipulados por essa lei, e não de acordo com a vontade própria dos seus agentes.
De fato, a lei é o instrumento que traduz a vontade do povo, verdadeiro proprietário do patrimônio e do interesse
público, cuja satisfação constitui dever da Administração. Assim, as restrições impostas pela lei limitam a atividade da
Administração a determinados fins e princípios alinhados ao interesse geral. Caso esses fins e princípios não forem
observados, haverá desvio de poder e consequente nulidade dos atos da Administração.
Como exemplos de restrições decorrentes do princípio da indisponibilidade do interesse público, tem-se a necessidade
de realizar concurso público para admissão de pessoal efetivo; a necessidade de licitação prévia para a celebração de
contratos administrativos; as restrições às alienações de bens públicos, etc.
Repare, nesses exemplos, a existência de limites à atuação estatal. Vejamos o caso do concurso público. A necessidade
de realização de concurso impõe à Administração o dever de escolher pessoas para compor seus quadros efetivos
seguindo os procedimentos e critérios estabelecidos em lei, os quais buscam assegurar a ampla concorrência. Ou seja,
nesse caso, a sociedade, por intermédio da norma aprovada por seus representantes no Poder Legislativo, restringiu a
possibilidade de a Administração contratar livremente qualquer indivíduo, a seu bel prazer, pois entendeu que o
interesse público seria melhor satisfeito caso o acesso aos cargos públicos fosse oportunizado a maior número de
pessoas, mediante a aprovação em processo seletivo, e não pela escolha de determinados sujeitos segundos critérios
próprios da Administração ou de seus agentes.
Importante ressaltar que os princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público não se encontram
expressos na Constituição Federal de 1988. Entretanto, no caput do art. 37, a Carta da República enumera alguns dos
mais importantes princípios administrativos que deles decorrem: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

7 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O regime jurídico-administrativo é entendido por toda a doutrina de Direito Administrativo como o conjunto de
regras e princípios que norteiam a atuação da Administração Pública, de modo muito distinto das relações
privadas. Assinale no rol abaixo qual a situação jurídica que não é submetida a este regime.
a) Contrato de locação de imóvel firmado com a Administração Pública.

b) Ato de nomeação de servidor público aprovado em concurso público.

c) Concessão de alvará de funcionamento para estabelecimento comercial pela Prefeitura Municipal.

d) Decreto de utilidade pública de um imóvel para fins de desapropriação.

e) Aplicação de penalidade a fornecedor privado da Administração.

Comentário:

Considero essa uma ótima questão para fixarmos o conceito de regime-jurídico administrativo. Como bem informa o
enunciado, esse regime norteia a atuação da Administração Pública de modo muito distinto das relações privadas.
Caracteriza-se pela presença de dois princípios: (i) supremacia do interesse público sobre o privado; e (ii)
indisponibilidade do interesse público.
Em suma, o princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas e dos privilégios
da Administração Pública, enquanto o princípio da indisponibilidade do interesse público, em contraponto ao primeiro,
fundamenta as restrições impostas à Administração.
Assim, as situações jurídicas que se submetem ao regime jurídico-administrativo se caracterizam ou pela presença de
prerrogativas e privilégios conferidos à Administração ou pela existência de restrições à atuação dessa mesma
Administração.

8 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Com base nesse arcabouço teórico, vamos analisar cada situação:

(a) CERTA. Os contratos da Administração podem ser contratos de direito privado ou contratos administrativos,
sendo que apenas os contratos administrativos são regidos plenamente pelo regime jurídico-administrativo. O contrato
de locação de imóvel firmado pela Administração Pública é exemplo de contrato regido predominantemente pelo
direito privado, portanto, sem privilégios especiais à Administração, daí o gabarito.
Com efeito, os contratos de direito privado têm como uma das características diferenciadoras dos contratos
administrativos a igualdade de tratamento das partes. Entretanto, vale relembrar o ensinamento de Di Pietro, de que
mesmo quando submetida a regras de direito privado, a Administração não se despe de certos privilégios e sempre se
submete a determinadas restrições, na medida necessária para adequar o meio utilizado ao fim público a cuja
consecução se vincula por lei.
Assim, mesmo quando celebra contratos predominantemente regidos pelo direito privado, o Poder Público não poderá
abdicar de algumas prerrogativas e sujeições, sendo, então, indispensáveis, por exemplo, que o contrato contenha
cláusulas indicativas do crédito pelo qual correrá a despesa e que vinculem o contrato à licitação ou ao termo que a
dispensou ou a inexigiu, bem como à proposta do licitante vencedor; e, ainda, existe a necessidade de dar a devida
publicidade ao ajuste, dentre outras formalidades, tudo com o fim de proteger o interesse geral.
(b) ERRADA. A nomeação de servidor aprovado em concurso público é ato submetido ao regime jurídico-
administrativo. Com efeito, em vista do princípio da indisponibilidade do interesse público, a Administração deve
contratar seu pessoal efetivo mediante concurso público e, mais ainda, formalizar e dar publicidade ao ato de
nomeação dos servidores aprovados.
(c) ERRADA. A concessão de alvará de funcionamento para estabelecimento comercial pela Prefeitura Municipal é
típico exemplo da supremacia do interesse público sobre o privado, pelo qual a Administração pode impor obrigações
a particulares com o fim de proteger o interesse geral. Portanto, é sim atividade sujeita ao regime jurídico-
administrativo.
(d) ERRADA. A desapropriação de imóvel particular para atender a fins de utilidade pública é outro exemplo de
aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, portanto, situação jurídica sujeita ao
regime jurídico-administrativo.
(e) ERRADA. Mais um exemplo do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. A possibilidade de
aplicação de penalidade a fornecedor privado da Administração é uma das chamadas “cláusulas exorbitantes”, próprias
dos contratos administrativos regidos pelo direito público, nos quais o interesse público se sobressai sobre os interesses
particulares.
Gabarito: alternativa “a”

(ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - Área Tributária e Aduaneira - Prova 2) Tratando-
se do regime jurídico-administrativo, assinale a afirmativa falsa.
a) Por decorrência do regime jurídico-administrativo não se tolera que o Poder Público celebre acordos judiciais, ainda
que benéficos, sem a expressa autorização legislativa.
b) O regime jurídico-administrativo compreende um conjunto de regras e princípios que baliza a atuação do Poder
Público, exclusivamente, no exercício de suas funções de realização do interesse público primário.
c) A aplicação do regime jurídico-administrativo autoriza que o Poder Público execute ações de coerção sobre os
administrados sem a necessidade de autorização judicial.
d) As relações entre entidades públicas estatais, ainda que de mesmo nível hierárquico, vinculam-se ao regime jurídico-
administrativo, a despeito de sua horizontalidade.
e) O regime jurídico-administrativo deve pautar a elaboração de atos normativos administrativos, bem como a
execução de atos administrativos e ainda a sua respectiva interpretação.

9 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Comentário:

Vamos analisar as alternativas buscando a opção “errada”:

(a) CERTA. Ao contrário dos particulares, que podem fazer qualquer coisa desde que não haja lei que os proíba, o Poder
Público, em homenagem aos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público, só pode fazer aquilo
que a lei permite. Esse é um dos pilares do regime jurídico-administrativo. Portanto, ainda que o acordo judicial seja
benéfico, não se tolera que o Poder Público o celebre sem que exista expressa autorização legislativa.
(b) ERRADA. O regime jurídico-administrativo, além de balizar a atuação do Poder Público no exercício de suas funções
de realização do interesse público primário (administração extroversa), também abrange as atividades instrumentais do
Estado, ou seja, ações que ocorrem dentro o núcleo estatal (administração introversa), a exemplo da nomeação de
servidor admitido mediante concurso público. Portanto, a palavra “exclusivamente” macula o quesito.
(c) CERTA. Um dos princípios fundamentais do regime jurídico-administrativo é a supremacia do interesse público
sobre o privado. E é com base nesse princípio que o Poder Público pode executar ações de coerção sobre os
administrados sem a necessidade de autorização judicial, desde que previstas em lei.
(d) CERTA. A situação apresentada nessa alternativa exemplifica o comentário à alternativa “b”, acima, de que as
relações internas da Administração (administração introversa) também se submetem ao regime jurídico-
administrativo.
(e) CERTA. Ao lado do princípio da supremacia do interesse público, o regime jurídico-administrativo também se
fundamenta no princípio da indisponibilidade do interesse público, o qual impõe restrições à atuação da
Administração. Por esse princípio, a atuação do Poder Público deve ser pautada pela lei, vale dizer, a Administração só
pode atuar conforme a previsão legal. Portanto, é correto dizer que a elaboração de atos normativos administrativos,
bem como a execução de atos administrativos e ainda a sua respectiva interpretação, devem ser pautados pelo regime
jurídico-administrativo, eis que devem observar os ditames da lei.
Gabarito: alternativa “b”

Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o Estado somente poderá exercer sua função
administrativa sob o regime de direito público.
Comentários:

A função administrativa pode ser exercida tanto sob o regime de direito público como sob o regime de direito privado.
Embora a maioria dos atos praticados pela Administração obedeça ao regime de direito público, é possível que a
Administração pratique atos sob o regime de direito privado. Um exemplo, são os contratos de locação celebrados pela
Administração, que são contratos de direito privado.
Gabarito: Errado

O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é um dos pilares do regime jurídico
administrativo e autoriza a administração pública a impor, mesmo sem previsão no ordenamento jurídico,
restrições aos direitos dos particulares em caso de conflito com os interesses de toda a coletividade.
Comentário:

De fato o princípio da supremacia do interesse público é um dos pilares do regime jurídico administrativo, mas ele só
autoriza a imposição de restrições de direitos, como no exercício do poder de polícia ou na intervenção administrativa,
quando existir previsão legal.
Gabarito: Errado

10 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

As restrições impostas à atividade administrativa que decorrem do fato de ser a administração pública mera
gestora de bens e de interesses públicos derivam do princípio da indisponibilidade do interesse público, que é um
dos pilares do regime jurídico-administrativo.
Comentário:

A Administração não possui livre disposição dos bens e interesses públicos, uma vez que atua em nome do povo, este
sim titular da coisa pública. É justamente daí que decorrem as restrições impostas à atividade administrativa,
consequência lógica do princípio da indisponibilidade do interesse público, um dos pilares do regime jurídico
administrativo.
Gabarito: Certo

A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a atividade da administração pública,
expressamente previsto na Constituição Federal.
Comentário:

Os princípios expressos na Constituição Federal são os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e


eficiência. Os dois princípios fundamentais do Direito Administrativo – supremacia e indisponibilidade do interesse
público – são apenas implícitos, daí o erro.
Gabarito: Errado

Agora sim, estamos prontos para estudar os princípios da Administração Pública.

Em frente!

[1] Alexandrino, M. e Paulo, V. (2014, p. 10).


[2] A expressão “direitos dos administrados” também pode ser entendida como “restrições à
Administração”.

11 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Princípios básicos da Administração Pública

Como dito, os princípios desempenham papel relevante para o Direito Administrativo, permitindo à Administração e ao
Judiciário estabelecer o necessário equilíbrio entre as prerrogativas da Administração e os direitos dos
administrados[1].
Lembre-se de que o regime jurídico-administrativo, sistema que dá identidade ao Direito Administrativo, repousa
sobre dois princípios básicos: o da supremacia e o da indisponibilidade do interesse público, os quais fundamentam
a bipolaridade desse ramo do direito: as prerrogativas e restrições concedidas à Administração.
Tais princípios não são específicos do Direito Administrativo, pois informam todos os ramos do direito público, mas
são essenciais, porque, a partir deles, constroem-se todos os demais princípios e regras que integram o regime jurídico-
administrativo.
Os princípios que analisaremos adiante, derivados do binômio supremacia/indisponibilidade do interesse público, são
aplicáveis a todo sistema regido pelo Direito Administrativo. Por isso são chamados de princípios “básicos” ou “gerais”.
Existem, contudo, outros princípios que são de aplicação restrita, a exemplo dos princípios aplicáveis a determinados
processos administrativos (oficialidade, gratuidade etc.), ou apenas às licitações (julgamento objetivo, vinculação a
instrumento convocatório etc.). Tais princípios serão estudados nas aulas que cuidam das matérias a que se referem.
Os princípios básicos da Administração Pública podem ser subdivididos em princípios expressos e implícitos, a
depender de estarem ou não registrados de forma explícita no art. 37, caput da Constituição Federal. Vejamos.

[1] Di Pietro (2009, p. 63)

12 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Princípios expressos
A Constituição Federal, no caput do art. 37, estabelece de forma expressa alguns princípios básicos que devem pautar a
atuação da Administração Pública:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Importante perceber que tais princípios devem ser observados por toda a Administração Pública, direta e indireta, de
qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Aliás, até mesmo particulares que estejam no exercício de função pública, como as Organizações Sociais que
recebem recursos públicos para o desempenho de atividades de interesse geral, acham-se obrigadas a observar os
aludidos princípios[1].
Assim, não existe exceção em relação à observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência por parte da Administração Pública. Segundo Carvalho Filho, esses princípios revelam as
diretrizes fundamentais da Administração, de modo que só se poderá considerar válida a conduta administrativa que
estiver compatível com eles.
A doutrina classifica como “expressos” apenas os princípios enunciados no art. 37, caput da Constituição. Todos os
demais, inclusive os previstos nas normas infraconstitucionais[2], são considerados princípios implícitos, uma vez que
são decorrência lógica das disposições da Carta Magna.

Questões para fixar


(CESPE - 2017 - SEDF - Analista de Gestão Educacional - Administração) À luz da legislação que rege os atos
administrativos, a requisição dos servidores distritais e a ética no serviço público, julgue o seguinte item.Legalidade e

13 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à administração pública direta e indireta.
Comentário:

Os princípios constitucionais expressos são aqueles listados no art. 37, caput da Constituição Federal, quais sejam,
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Importante perceber que tais princípios devem ser observados por toda a Administração Pública, direta e indireta, de
qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Portanto, é correto afirmar que
legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à administração pública direta e indireta.
Gabarito: Certo

(CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental - Conhecimentos Básicos - Todos os Temas) O princípio da moralidade e
o da eficiência estão expressamente previstos na CF, ao passo que o da proporcionalidade constitui princípio implícito,
não positivado no texto constitucional.
Comentário:

Os princípios da Administração Pública considerados expressos são os listados no art. 37, caput, da Constituição
Federal. Vejamos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...)

Para guardar esses princípios, utilize o mnemônico LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.
Portanto, é correto afirmar que moralidade e eficiência são princípios expressos, e que proporcionalidade constitui
princípio apenas implícito.
Gabarito: Certo

(CESPE - 2013 - MJ - Todos os Cargos - Conhecimentos Básicos) Os princípios fundamentais orientadores de toda a
atividade da administração pública encontram-se explicitamente no texto da Constituição Federal, como é o caso do
princípio da supremacia do interesse público.
Comentário:

O item está errado. Apenas parte dos princípios que orientam a atividade da Administração Pública estão expressos na
Constituição Federal, no caput do art. 37. São eles: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência
(LIMPE). Muitos outros se encontram implícitos no texto da Constituição ou expressos na legislação infraconstitucional,
dentre eles o da supremacia do interesse público, da motivação, da segurança jurídica, da continuidade do serviço
público etc.
Gabarito: Errado

Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade,


publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública direta, autárquica e fundacional, mas não às
empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica.

Comentário:

14 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O item está errado. O caput do art. 37 da CF dispõe que a “administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
Portanto, o comando constitucional sujeita aos princípios da Administração Pública toda a administração indireta,
incluindo fundações e autarquias da mesma forma que empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica.
Gabarito: Errado

A partir de agora, vamos estudar cada um dos princípios expressos!

[1] Ver, por exemplo, o Acórdão 3239/2013-TCU-Plenário.


[2] Por exemplo, a Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal) faz referência
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

15 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Legalidade

O princípio da legalidade estabelece que toda e qualquer atividade da Administração Pública deve ser autorizada por
lei. Em outras palavras, diz-se que a Administração só pode agir segundo a lei (secundum legem), e não contra a lei
(contra legem) ou além da lei (praeter legem).
É o princípio basilar do Estado de Direito, que se caracteriza pela submissão do Estado às leis que ele próprio edita.

Lembre-se de que a lei é o instrumento portador da vontade dos cidadãos e que a Administração tem o dever de
satisfazer, de tornar concreto o interesse geral. Portanto, o respeito à legalidade deve constituir diretriz básica da
conduta dos agentes públicos, sob pena de nulidade dos atos praticados, nulidade que pode ser decretada pela própria
Administração (autotutela) ou pelo Judiciário (desde que provocado).
Uma distinção clássica apresentada pela doutrina é que, enquanto os indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o
que a lei não veda (princípio da legalidade geral, constitucional ou da reserva legal), o administrador público só pode
atuar onde a lei autoriza (princípio da legalidade estrita ou da legalidade administrativa).
Perceberam a diferença? Os indivíduos, em suas atividades particulares, têm liberdade para fazer qualquer coisa que a lei
não proíba; já os agentes da Administração só podem fazer o que a lei permite. Segundo ensina Hely Lopes Meirelles, “na
Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal”. Os limites da ação estatal são dados pela lei, que
traduz a vontade geral.
Assim, o princípio da legalidade, quando visto sob a ótica do setor privado (reserva legal), caracteriza-se
pela autonomia de vontade, e está previsto como direito fundamental no art. 5º, inciso II da Constituição
Federal: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Quando visto sob a ótica da Administração Pública, o princípio da legalidade, previsto no caput do art. 37 da CF,
caracteriza-se pela restrição de vontade, no sentido de que os agentes administrativos só podem agir “se” e “quando”
a lei autorizar, isto é, só podem atuar em consonância com a vontade geral (legalidade administrativa) e não com suas
pretensões pessoais.
Assim, ao contrário dos particulares, não é suficiente a ausência de proibição em lei para que a Administração pública
possa agir; é necessária a existência de uma lei que imponha (atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária)
determinada atuação administrativa.

Atenção!!
No caso de atuação vinculada, o administrador deve agir exatamente como prescreve a lei, sem espaço
para escolhas; na hipótese de atuação discricionária, a escolha é possível, mas deve observar
os termos, condições e limites impostos pela lei.

Em razão dessa necessidade de plena obediência à lei, diz-se que a função administrativa se subordina à legislativa.
De fato, o exercício da função administrativa depende do exercício da atividade legislativa, uma vez que a
Administração só pode fazer aquilo que a lei antecipadamente autoriza.
Um ponto importante é que princípio da legalidade administrativa se refere à lei em sentido amplo, ou seja, o
administrador não se sujeita apenas à lei formal, aprovada pelo Poder Legislativo. Mais que isso, a Administração deve
obediência ao ordenamento jurídico como um todo, incluindo normas regulamentares por ela mesmo editadas
(decretos, portarias, instruções normativas etc.), e também aos princípios constitucionais.

16 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Vale ressaltar que o princípio da legalidade constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais,
pois assegura que a atuação do Estado esteja limitada ao que dispuser a lei, prevenindo quaisquer ações autoritárias ou
abusivas tendentes a restringir direitos.
Porém, existem situações previstas na Constituição que podem resultar em algum tipo de restrição ao princípio da
legalidade, nas quais a Administração pode extrapolar os limites da lei. São elas:

Estado de defesa (CF, art. 136);

Estado de sítio (CF, art. 137 a 139); e

Medidas provisórias (CF, art. 62).

Nesses casos, o Poder Executivo (e não a lei em sentido formal) pode impor restrições aos direitos individuais a fim de
enfrentar questões excepcionais, urgentes e relevantes. O detalhamento dos institutos do estado de defesa, estado de
sítio e medidas provisórias é objeto de estudo do Direito Constitucional.
Por fim, cumpre destacar as diferenças usualmente apontadas pela doutrina entre os significados de legalidade
e legitimidade. Enquanto legalidade significa agir conforme o texto da lei, legitimidade denota obedecer não só à lei,
mas também aos demais princípios administrativos, como moralidade, honestidade, probidade administrativa e
interesse público. Conforme assevera Hely Lopes Meirelles “cumprir simplesmente a lei na frieza de seu
texto [legalidade] não é o mesmo que atendê-la na sua letra e no seu espírito [legitimidade]”. Vê-se, então, que o
conceito de legitimidade apresenta certa carga valorativa, sendo, assim, mais abrangente do que o conceito de
legalidade.
Existe ainda o princípio da juridicidade, que vem ganhado destaque na doutrina moderna por buscar ampliar os
conceitos tradicionais do princípio da legalidade. Por juridicidade, deve-se entender uma conjunção dos princípios
da legalidade, da legitimidade e da moralidade. Assim, passa-se a exigir que a atuação da Administração, além de
baseada em lei anterior, esteja voltada para os reais anseios da coletividade (abrangendo o caráter de legitimidade,
mais amplo que o da legalidade) e sempre atendendo à moral[1].

Questões para fixar


(CESPE / CEBRASPE - 2011 - TRE-ES - Analista - Contabilidade - Específicos) Enquanto na administração privada só é
permitido fazer o que a lei autoriza, na administração pública é lícito fazer tudo que a lei não proíbe.
Comentário:

A questão está errada, pois inverteu os conceitos:

“Enquanto na administração pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, na administração privada é
lícito fazer tudo que a lei não proíbe.”

Gabarito: Errado

(CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o
estado de sítio constituem exceção ao princípio da legalidade na administração pública.
Comentário:

17 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O quesito está correto. Conforme ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello, a medida provisória, o estado de
defesa e o estado de sítio são exceções ao princípio da legalidade. O primeiro por ser um diploma normativo de exceção
e precariedade, pois só é aplicável em caso de “relevância e urgência”. Os dois últimos por restringirem direitos em
situações excepcionais.
Gabarito: Certo

[1] Knoplock (2013, p. 138-139)

18 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Impessoalidade

Comumente, o princípio da impessoalidade admite seu exame sob os seguintes aspectos[1]:

Dever de isonomia por parte da Administração Pública.

Dever de conformidade aos interesses públicos.

Vedação à promoção pessoal dos agentes públicos.

A partir da primeira perspectiva, o princípio da impessoalidade estabelece que os atos administrativos devem ser
praticados tendo em vista o interesse público, e não os interesses pessoais do agente ou de terceiros. Impede, assim,
que a Administração beneficie ou prejudique esta ou aquela pessoa em especial.
Nessa concepção, o princípio da impessoalidade representa uma faceta do princípio da isonomia, pois objetiva a
igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica
situação jurídica, sem favorecimentos ou discriminações de qualquer espécie.
É por isso que a Constituição exige concurso público como condição para o ingresso em cargo efetivo ou emprego
público (CF, art. 37, II) ou a realização de licitação pública para a contratação de obras, serviços, compras e alienações
(CF, art. 37, XXI). Tais institutos são formas de dar oportunidades iguais a todos.

Preste atenção!

A respeito do princípio da impessoalidade e sua relação com o princípio da isonomia, Carvalho Filho assevera que têm
sido admitidas exceções para sua aplicação. Como exemplo, podem-se citar as exigências de altura mínima e de idade
em concursos públicos.
Sobre o tema, Lucas Furtado esclarece que o STF coloca três critérios necessários para legitimar exigências
discriminatórias em editais de concurso público: (i) que haja pertinência entre o critério de discriminação e a atividade
do cargo; (ii) que o critério seja fixado em parâmetros razoáveis; (iii) que o critério tenha sido previsto em lei e não
apenas no edital do concurso.
Assim, por exemplo, o STF reconheceu que, em se tratando de concurso público para agente de polícia, mostra-se
razoável a exigência, por lei, de que o candidato tenha altura mínima de 1,60m. A exigência de altura, por sua vez, não
seria razoável para o cargo de escrivão de polícia, dada as atribuições do cargo, para as quais o fator altura é
irrelevante[2].

Quanto à segunda perspectiva (dever de conformidade aos interesses públicos), o princípio da impessoalidade se
confunde com o princípio da finalidade, o qual impõe que o fim a ser buscado pelo administrador público em suas
atividades deve ser tão-somente aquele prescrito pela lei, ou seja, o fim legal, de interesse geral e impessoal. Nas
palavras de Hely Lopes Meirelles, o fim legal é “unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa
ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”.

19 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Assim, qualquer ato praticado com objetivo diverso do interesse público será considerado nulo, por desvio de
finalidade.
Entretanto, é possível que o interesse público coincida com o de particulares, como normalmente ocorre nos atos
administrativos negociais e nos contratos públicos. Nas compras efetuadas pela Administração, por exemplo, o Poder
Público deseja adquirir e o empresário deseja vender determinado bem. Os interesses, portanto, são convergentes.
Nesses casos, é permitido aliar a pretensão do particular com o interesse coletivo. O que o princípio da impessoalidade
proíbe é a prática de ato administrativo sem nenhum interesse público envolvido.
Em relação à terceira perspectiva, o princípio da impessoalidade veda a promoção pessoal do agente à custa das
realizações da Administração Pública.
Com efeito, as realizações governamentais não devem ser atribuídas ao agente ou à autoridade que as pratica. Estes
apenas lhes dão forma. Ao contrário, os atos e provimentos administrativos devem ser vistos como manifestações
institucionais do órgão ou da entidade pública. O servidor ou autoridade é apenas o meio de manifestação da vontade
estatal.
A própria Constituição Federal contém uma regra expressa decorrente desse princípio, ao proibir que
conste nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em
publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos (CF, art. 37, §1º). O STF, inclusive,
entende que essa vedação atinge também qualquer menção ao partido político do administrador público[3].
Assim, uma obra realizada por determinado Município não poderá ser anunciada como obra do Sr. Fulano, Prefeito, ou
da Sra. Ciclana, Secretária de Obras, e nem mesmo do Partido XYZ, legenda política das autoridades. Ao contrário, a
obra deverá ser sempre tratada e anunciada como obra do Município ou da Prefeitura, vedada qualquer alusão às
características dos agentes públicos e respectivos partidos políticos, inclusive eventuais símbolos ou imagens ligados a
seus nomes.
Esse terceiro enfoque do princípio da impessoalidade, ao retirar a responsabilidade pessoal dos agentes públicos,
permite que se reconheça a validade dos atos praticados em nome da Administração por agentes cuja investidura no
cargo venha a ser futuramente anulada (agente de fato).
Por exemplo, imagine uma situação em que determinado cidadão de boa-fé obtenha certidão negativa de débitos
perante a Receita Federal emitida pelo servidor Fulano, e que, posteriormente, se verifique que o aludido servidor foi
investido no cargo de forma irregular (sem concurso público, por exemplo). Nesse caso, pela aplicação do princípio da
impessoalidade, tem-se que a certidão obtida pelo cidadão não foi emitida pelo servidor Fulano, e sim pela Receita
Federal, de modo que o documento não poderia ser declarado inválido em razão da situação irregular do servidor. Em
outras palavras, a perda da competência do agente público não invalida os atos praticados por este agente enquanto
detinha competência para a sua prática. Ressalte-se, porém, que aos atos dos agentes de fato são válidos apenas se
praticados perante terceiros de boa-fé.
Por fim, vale saber que o princípio da impessoalidade encontra-se implícito na Lei 9.784/1999 (Lei do Processo
Administrativo Federal), nos dois sentidos assinalados, pois a lei exige que se observe, nos processos administrativos,
a “objetividade no atendimento ao interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades”, e, ainda, a
“interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige”[4].

20 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Questões para fixar


(CESPE - 2017 - SEDF - Conhecimentos Básicos - Cargos 1, 3 a 26) Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a
determinado programa de governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse
caso, haverá, pela autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.
Comentários:

Uma das vertentes do princípio da impessoalidade é a que veda a promoção pessoal do agente público às custas das
suas realizações na Administração Pública. Portanto, se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado
programa de governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá,
pela autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade. Assim, o quesito está correto.
Com efeito, além do princípio da impessoalidade em si, a autoridade estará desobedecendo um dispositivo
constitucional expresso (CF, art. 37, §1º):

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Gabarito: Certo

Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações administrativo-governamentais são imputadas ao ente


público e não ao agente público.
Comentário:

O princípio da impessoalidade veda a promoção pessoal do agente à custa das realizações da Administração Pública.
Assim, as realizações governamentais não devem ser atribuídas ao agente ou à autoridade que as pratica. Estes apenas
lhes dão forma. Ao contrário, os atos e provimentos administrativos devem ser vistos como manifestações
institucionais do órgão ou da entidade pública. O servidor ou autoridade é apenas o meio de manifestação da
vontade estatal.
Gabarito: Certo

21 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

(CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador do Estado) Suponha que o governador de determinado estado tenha atribuído o
nome de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, a escola pública estadual construída com recursos financeiros
repassados mediante convênio com a União. Nesse caso, há violação do princípio da impessoalidade, dada a existência
de proibição constitucional à publicidade de obras com nomes de autoridades públicas.
Comentário:

De fato, existe proibição constitucional à publicidade de obras com nomes de autoridades públicas. Está no art. 37, §1
da CF:

1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

A proibição existe para inibir a promoção pessoal do agente público à custa do dinheiro público. Sendo assim, em
regra, é vedado atribuir a obras e ruas o nome de autoridades públicas. Ocorre que essa vedação incide apenas sobre o
nome de pessoas vivas, afinal, em tese, pessoas já falecidas não precisam se autopromover.
Sobre o tema, vamos ver o que diz a Lei 6.454/1977, que dispõe sobre a denominação de logradouros, obras serviços e
monumentos públicos:

Art. 1º É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado
pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer
natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta. (Redação dada pela Lei
nº 12.781, de 2013)
Art. 2º É igualmente vedada a inscrição dos nomes de autoridades ou administradores em placas
indicadores de obras ou em veículo de propriedade ou a serviço da Administração Pública direta ou
indireta.
Art. 3º As proibições constantes desta Lei são aplicáveis às entidades que, a qualquer título, recebam
subvenção ou auxílio dos cofres públicos federais.

O STF também já analisou o tema na ADI 307/CE, considerando constitucional norma da Constituição do Ceará que
veda ao estado e aos municípios atribuir nome de pessoa viva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório de
água, viaduto, praça de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifício público, auditórios, cidades e salas de aulas.
No caso, o STF declarou constitucional a norma da Constituição cearense, considerando que a atribuição de nome de
pessoa pública viva a bens públicos é inconstitucional por ofensa ao princípio da impessoalidade.
Assim, a questão está errada, pois a vedação existe, mas somente para pessoas vivas (registre-se que o Nelson
Mandela faleceu em 2013).
Gabarito: Errado

(CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área I) O princípio da
impessoalidade é corolário do princípio da isonomia.
Comentário:

Afirmativa correta. Um dos sentidos do princípio da impessoalidade se relaciona com a ideia de isonomia. Daí que surge
a exigência do concurso público e da licitação, permitindo que os candidatos aos empregos ou cargos permanentes e os
possíveis fornecedores que desejem firmar contrato administrativo com a Administração possam participar de um
processo de escolha em igualdades de condições.
Outro exemplo de aplicação do princípio da isonomia/impessoalidade é o precatório, isto é, o regime de pagamento

22 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

das dívidas do Estado para com os cidadãos que tenham sido constituídas em virtude de sentença judicial. Segundo o
art. 100 da CF, os pagamentos devem ser feitos exclusivamente na ordem cronológica (as dívidas constituídas primeiro
devem ser pagas antes), proibida a designação de casos ou de pessoas específicas nas dotações orçamentárias (não
pode furar a fila).
Por oportuno, saliente-se que o princípio da isonomia ou da igualdade deve garantir o tratamento impessoal e
isonômico apenas entre iguais, isto é, entre os que preenchem as mesmas condições ou se encontram em situações
comparáveis. Isso significa que os desiguais devem ser tratados desigualmente em relação àqueles que não se
enquadram nessa distinção, as chamadas discriminações positivas, que não são vedadas. É por isso, por exemplo, que
a Administração pode estabelecer alíquotas distintas de Imposto de Renda em razão da renda do contribuinte (quem
ganha mais paga mais).
Gabarito: Certo

(CESPE - 2010 - ABIN - Agente Técnico de Inteligência - Área de Administração) O princípio da impessoalidade
decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo,
a administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade
oficial para veicular promoção pessoal.
Comentário:

O princípio da impessoalidade se relaciona com o princípio da finalidade. Vimos que o princípio da supremacia do
interesse público se fundamenta na razão de ser da Administração, ou seja, o alcance do interesse público. Dessa
forma, podemos relacionar a finalidade com a supremacia do interesse público. Em outra acepção, o princípio da
impessoalidade representa a isonomia ou igualdade, vedando, portanto, privilégios injustificados em concursos
públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal. Logo, o item está perfeito!
Gabarito: Certo

[1] Furtado (2014, p. 83-84)


[2] Ver RE 148.095-MS e RE 194.952-MS
[3] Ver RE 191.688/RS.
[4] Lei 9.784/1999, artigo 2º, parágrafo único, incisos III e XIII.

23 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Moralidade
O princípio da moralidade impõe a necessidade de atuação ética dos agentes públicos, traduzida na capacidade de
distinguir entre o que é honesto e que é desonesto. Liga-se à ideia de probidade e de boa-fé.
O princípio da moralidade corresponde à noção de “bom administrador”, que não somente deve ser conhecedor da lei,
mas também dos princípios éticos regentes da função administrativa, porque, como já diziam os romanos, nem tudo
que é legal é honesto.
Exige-se, assim, que os agentes públicos, sobretudo aqueles que ocupam posições mais elevadas, tenham conduta
impecável, ilibada, exemplar, pautada pela lealdade, boa-fé, fidelidade funcional e outros aspectos atinentes à
moralidade.
Segundo Hely Lopes Meirelles, a denominada moralidade administrativa não se confunde com a moralidade comum.

Com efeito, a doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe da concepção subjetiva, isto é, da moral
comum, da ideia pessoal do agente sobre o que é certo ou errado em termos éticos. Na verdade, o que importa é
a noção objetiva do conceito, ou seja, a moralidade administrativa, passível de ser extraída do conjunto de normas
concernentes à conduta de agentes públicos existentes no ordenamento jurídico, relacionada à ideia geral de boa
administração.
É verdade que moralidade administrativa é um conceito indeterminado, que não possui uma definição única, assim
como ocorre com os conceitos de “bem comum” e “interesse público”. Embora seja um conceito indeterminado, não
deixa de ser considerado um conceito objetivo, passível de avaliação e controle.
Por essa característica objetiva, reforçada inclusive pela previsão expressa no caput do art. 37 da CF, a moralidade é
vista como aspecto vinculado do ato administrativo, sendo, portanto, requisito de validade do ato. Assim, um ato
contrário à moralidade administrativa deve ser declarado nulo, podendo essa avaliação ser efetuada pela própria
Administração (autotutela) ou pelo Poder Judiciário (desde que provocado).
A Constituição Federal é pródiga em dispositivos relacionados à moralidade administrativa. Por exemplo, no art. 37, §4º,
dispõe que os atos de improbidade administrativa são punidos com a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei.
De acordo com o Dicionário Aurélio (eletrônico), probidade diz respeito à integridade de caráter, honradez, ou seja,
conceito estreitamente correlacionado com o de moralidade administrativa.
Além disso, no art. 14, §9º, ao tratar de voto e eleições, a CF coloca a probidade administrativa e a moralidade para o
exercício do mandato como objetivos a serem alcançados pela lei que estabelecer os casos de inelegibilidades.
No plano legal, a Lei 9.784/1999 refere-se aos conceitos de moralidade ao prescrever que “nos processos administrativos
serão observados, entre outros, os critérios de atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé[1]”.
Existe também a Lei 12.813/2013, que dispõe sobre o conflito de interesses no Poder Executivo federal, tratando do
relacionamento entre setor público e privado e os interesses subjacentes.
Outra norma relevante é o Código de Ética do servidor público civil federal (Decreto 1.171/1994), o qual dispõe que o
“servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto”.
Ademais, a norma prescreve que a “moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo”. Assim, vê-se que um

24 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

parâmetro básico a ser utilizado para avaliar a moralidade de determinada conduta é verificar se o agente público teve
for fim o interesse comum, e não seus interesses pessoais.
De se destacar também a Súmula Vinculante nº 13 do STF[2], a qual veda expressamente a prática do nepotismo
(nomeação de parentes para o exercício de cargos públicos), uma das formas mais comuns de ofensa ao princípio da
moralidade. A vedação estende-se à administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Veja o texto da Súmula:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

A expressão “ajuste mediante designações recíprocas” na parte final da Súmula veda o chamado nepotismo cruzado,
que ocorre quando há uma espécie de troca de favores, ou seja, um ajuste que garante nomeações recíprocas de
parentes de autoridades. É o caso, por exemplo, do Prefeito que contrata um parente do presidente da Câmara e este,
por sua vez, nomeia um parente do Prefeito.

Curiosidade
Se você tem dificuldade para identificar parentes em linha reta e colateral, a seguinte ilustração deve resolver o seu
problema:

25 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Quanto aos parentes por afinidade, é interessante conhecer o art. 1.595 do Código Civil:

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.

§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou
companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

Portanto, parentes por afinidade são: sogro, sogra, nora, genro, cunhados, padrasto, madrasta e enteados. Com o fim
do casamento ou união estável, extingue-se o vínculo, e com isso, o parentesco por afinidade, exceto em relação ao
sogro ou sogra, genro ou nora, padrasto ou madrasta, e enteados. Todos esses possuem vínculos perpétuos.
É por isso que dizem que sogro e sogra são “para sempre”.

Ainda, é importante destacar que, além do princípio da moralidade, o STF entende que a prática do nepotismo também
ofende os princípios da impessoalidade e da eficiência.

Detalhando um pouco mais...

26 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

A Súmula Vinculante nº 13 do STF não proíbe nomeações de parente para cargos políticos.

Para entender melhor, é importante ressaltar que a proibição presente na SV 13 estabelece uma espécie de nepotismo
presumido, em que a simples nomeação de parente que se enquadre nos requisitos da Súmula já seria considerada
nepotismo, independentemente das qualificações do nomeado e da intenção do agente que o nomeou. A Súmula
apresenta, portanto, uma regra objetiva.
Tal regra objetiva, contudo, conforme a jurisprudência do STF, não se aplica aos agentes políticos, como os de Ministro
de Estado ou de Secretário Estadual ou Municipal. Ela atinge apenas nomeações para cargos e funções de confiança em
geral, de natureza administrativa, como assessores, chefes de gabinete etc.
Em outras palavras, a simples designação de um parente para exercer um cargo político não caracteriza o nepotismo,
como no caso dos agentes administrativos. Não existe, para os agentes políticos, o chamado nepotismo presumido.
Sendo assim, será lícito que Governador nomeie irmão para o cargo de Secretário de Estado, ou que Prefeito nomeia
sua filha para o cargo de Secretária da Educação, desde que a nomeação não tenha objetivos meramente pessoais e os
nomeados possuam as qualificações adequadas para o cargo.
É óbvio que, se o nomeado para o cargo político não possuir qualificações mínimas para o cargo e, ainda, se ficar
demonstrado que sua nomeação teve o objetivo de, puramente, atender interesses pessoais, o nepotismo ficará
caracterizado e a nomeação será ilegal. A tal conclusão podemos chegar simplesmente se lembrarmos que a
Administração Pública deve obediência aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Outra exceção à Súmula diz respeito aos servidores já admitidos via concurso público, os quais, na visão do STF, não
podem ser prejudicados em razão do grau de parentesco, inclusive porque tais servidores passaram por rigorosos
concursos públicos, tendo, portanto, o mérito de assumir um cargo de chefia ou de direção. Assim, no entendimento da
Suprema Corte, a norma antinepotismo deve incidir sobre cargos de provimento em comissão, as funções gratificadas e
os cargos de direção e assessoramento, devendo ser retirados da incidência da norma os servidores admitidos
mediante concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo. Portanto, norma que proíba servidores
públicos de servirem sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil (por exemplo: João e Maria
são casados e ocupantes de cargos efetivos. João não poderia ser chefe de Maria e vice-versa) não pode alcançar os
servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo,
haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos, violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da
CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos aprovados em concurso público. No
entanto, esclareça-se que permanece em vigor a diretriz contida na Lei Federal 8.112, de 1990, em que se proíbe ao
servidor público manter sob sua chefia imediata cônjuge ou parentes até o 2º grau civil.

Não obstante a existência das normas destacadas anteriormente, vale destacar que, segundo o entendimento do
Supremo Tribunal Federal (STF)[3] e também do Superior Tribunal de Justiça (STJ)[4], a plena efetividade da moralidade
administrativa independe da existência de lei que proíba a conduta reprovada.

Atenção!!

A ausência de norma específica não é justificativa para que a Administração atue em desconformidade com o princípio da
moralidade administrativa.Em outras palavras, para que se possa anular um ato ofensivo ao princípio da moralidade,

27 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

não precisa haver uma lei dizendo que tal conduta é desonesta ou ímproba. Do contrário, conforme esclarece Lucas
Furtado, “teríamos reduzido a moralidade à legalidade, o que não é o propósito da Constituição Federal, que separa e
distingue os dois princípios”.

O próprio caso do nepotismo é um exemplo claro do que estamos falando: não há uma lei formal
que, expressamente, vede o nepotismo no âmbito de todas as esferas federativas. Mas, por ser uma prática
frontalmente ofensiva ao princípio da moralidade e a outros princípios constitucionais,
como impessoalidade, eficiência e igualdade, não é admitido que ocorra na Administração Pública.
Maria Sylvia Di Pietro assevera que o princípio da moralidade deve ser observado não apenas pelo agente público, mas
também pelo particular que se relaciona com a Administração. Nas licitações públicas, por exemplo, são frequentes os
conluios entre empresas licitantes para combinar preços, prática que caracteriza ofensa ao princípio em tela.
Por fim, registre-se que um importante meio disponível a qualquer cidadão para provocar o controle judicial da
moralidade administrativa é a ação popular, prevista no art. 5º da Constituição Federal nos seguintes termos:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

Questões para fixar


(CESPE - 2016 - INSS - Técnico do Seguro Social) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de
todo ato da administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.
Comentário:

A doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe da concepção subjetiva, isto é, da moral comum, da
ideia pessoal do agente sobre o que é certo ou errado em termos éticos. Na verdade, o que importa é a noção objetiva
do conceito, ou seja, a moralidade administrativa, passível de ser extraída do conjunto de normas concernentes à
conduta de agentes públicos existentes no ordenamento jurídico, relacionada à ideia geral de boa administração.
Assim, na análise da moralidade administrativa, não é imprescindível avaliar a intenção do agente.
Por exemplo, se uma autoridade nomear um parente até o terceiro grau para cargo em comissão estará ofendendo o
princípio da moralidade, ainda que esteja com a melhor das intenções. Não importa, no caso, que esse parente seja
muito competente e que a intenção da autoridade esteja totalmente voltada ao interesse público. Isso porque o
nepotismo é proibido em nosso ordenamento jurídico, objetivamente. Assim, o simples fato de nomear um parente até
o terceiro grau para cargo em comissão representa uma ofensa princípio da moralidade.
Na mesma linha, a nomeação de parentes para cargos políticos só não ofende o princípio da moralidade porque não há
vedação para isso. Também aqui não é necessário aferir a intenção do agente. Note que, se ele nomear um parente
totalmente despreparado para um cargo político, o que estará ofendendo os princípios administrativos não é a intenção
da autoridade, e sim as características do nomeado. Imagine que a autoridade nomeie alguém sem qualquer habilidade
para aquele cargo político, mas, quando você for avaliar a "intenção" dessa autoridade, verificar que é a melhor
possível, que a autoridade "realmente" acha que aquilo está certo e vai atender o interesse público. Essa nomeação
mereceria ser mantida só porque a “intenção” da autoridade é boa? Lógico que não, né?! Portanto, o que importa não é
o que a gente acha ser bom ou mal, certo ou errado, mas o que a lei diz que é. Essa é a chamada "moral administrativa",
que independe da moral comum, ou seja, da intenção do agente, embora às vezes elas se confundam. Nem sempre o
que é certo pra mim é certo pra você. Por isso não dá para "confiar" na intenção do agente.

28 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Gabarito: Errado

(CESPE - 2016 - FUB - Assistente em Administração) O dever do administrador público de agir de forma ética e com
boa-fé se refere ao seu dever de eficiência.
Comentários:

Palavras como “ética”, “boa-fé”, “bons costumes”, “honestidade”, “justiça” e “probidade” sempre devem nos
remeter ao princípio de moralidade, e não da eficiência.
Gabarito: Errado

(CESPE - 2013 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Haverá ofensa ao princípio da moralidade
administrativa sempre que o comportamento da administração, embora em consonância com a lei, ofender a moral, os
bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade.
Comentário:

Aqui vale a máxima: nem tudo que é legal é moral. Assim, é correto afirmar que atenta contra o princípio da moralidade
o comportamento da administração que, embora em consonância com a lei, venha a ofender a moral, os bons
costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade. Como exemplo,
imagine que determinado município gastou grande parte do orçamento para adquirir, mediante regular licitação, um
carro de luxo para uso exclusivo do prefeito, enquanto todas as ambulâncias da cidade estavam sem condições de uso.
Ora, ainda que a aquisição do carro tenha observado todos os preceitos da lei de licitações, sendo, portanto, legal, não
poderia ser considerada moral, pois desprezou outras necessidades mais urgentes da população.
Gabarito: Certo

(CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) Caracteriza nepotismo a nomeação de familiar de servidor efetivo do
IBAMA que, em razão de sua qualificação, seja convidado a ocupar uma das diretorias dessa autarquia.
Comentário:

A questão exige uma análise mais detalhada da Súmula Vinculante nº 13. Vamos transcrevê-la novamente, destacando
os itens mais importantes para resolver o item:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da [1] autoridade nomeante ou de [2] servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

Como se vê, a vedação é para a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, das seguintes pessoas: [1] autoridade nomeante; ou [2] servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento.
A questão está falando que a pessoa nomeada é familiar de servidor efetivo, que não é uma das pessoas mencionadas
acima.
Por exemplo: João é servidor efetivo do IBAMA, aprovado em concurso e tudo. O presidente do IBAMA resolveu
nomear a irmã de João para um cargo de diretoria nesta entidade. Isso é nepotismo? O que João tem a ver com isso?
Não foi ele quem nomeou ela. Só acontece que ele é servidor efetivo lá e a irmã dele é qualificada o suficiente para ser
nomeada como diretora lá.

29 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Logo, o item está errado.

Gabarito: Errado

(CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) O princípio da moralidade administrativa torna jurídica a
exigência de atuação ética dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos administrativos.
Comentário:

O quesito está correto, pois apresenta a definição correta do princípio da moralidade administrativa. Interessante notar
que, embora se trate de um conceito indeterminado, uma ofensa à moralidade administrativa pode levar à invalidação
dos atos administrativos.
Vale dizer: um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a uma análise de mérito (oportunidade e
conveniência), mas a uma análise de legitimidade, isto é, um ato contrário à moral administrativa é um ato nulo, e não
meramente inoportuno e inconveniente, podendo a declaração de nulidade ser feita pela própria Administração
(autotutela) e também pelo Poder Judiciário.
Gabarito: Certo

[1] Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, inciso IV.


[2] Súmula Vinculante 13.
[3] Rcl 6702-PR
[4] RMS 15.166-BA

30 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Publicidade
O princípio da publicidade impõe à Administração Pública o dever de dar transparência a seus atos, tornando-os
públicos, do conhecimento de todos.
A publicidade é necessária para que os cidadãos e os órgãos competentes possam avaliar e controlar a legalidade, a
moralidade, a impessoalidade e todos os demais requisitos que devem informar as atividades do Estado. E isso é óbvio,
pois não se pode avaliar aquilo que não se conhece.
Não é por outra razão que a Constituição Federal assegura a todos o direito de receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (CF, art. 5º, XXXIII).
E para que a sociedade possa exigir a transparência das ações governamentais, a Constituição Federal prevê uma série
de institutos jurídicos, a exemplo do habeas data (CF, art. 5º, LXXII), mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX), direito
de petição aos Poderes Públicos (CF, art. 5º, XXXIV, “a”), direito à obtenção de certidões em repartições públicas (CF,
art. 5º, XXXIV, “b”) e ação popular (CF, art. 5º, LXXIII).
A Lei 9.784/1999, por sua vez, diz que nos processos administrativos é obrigatória a “divulgação oficial dos atos
administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição[1]”.
Embora a transparência seja a regra, o texto constitucional prevê algumas situações em que o princípio da publicidade
poderá ser restringido. São elas:

Segurança da sociedade e do Estado.

Quando a intimidade ou o interesse social o exigirem.

Como exemplo da primeira hipótese, tem-se o art. 5º, XXXIII da CF, pelo qual “todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”.
Quanto à segunda situação, cite-se o art. 5º, LX da CF, pelo qual “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
Repare, nos dispositivos constitucionais acima, que somente a lei (em sentido formal) pode instituir regras de sigilo,
sendo vedado à Administração cria-las por meio de atos infralegais.
Detalhe importante é que publicidade não se confunde com publicação de atos.

A publicação, em regra, se refere à divulgação em órgãos oficiais e outros meios de imprensa escrita (diário oficial,
boletim interno, jornais contratados com essa finalidade), sendo, assim, apenas uma das formas possíveis de dar
publicidade aos atos administrativos. Existem diversos outros meios de publicidade, como por exemplo, notificação
direta, divulgação na internet e afixação de avisos.
Conforme assevera Hely Lopes Meirelles, “a publicação que produz efeitos jurídicos é a do órgão oficial da
Administração, e não a divulgação pela imprensa particular, pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial”.
Assim, para que produzam efeitos jurídicos, os atos precisam ser objeto de publicação em meio oficial.
Segundo o autor, por órgão oficial entende-se o diário oficial das entidades públicas – impresso ou pela forma
eletrônica na internet -, a internet, no endereço do órgão público e também os jornais contratados para essas
publicações oficiais. Ademais, nos Municípios em que não exista imprensa oficial, admite-se a publicação dos atos e leis
municipais por meio de afixação destes na sede da Prefeitura ou da Câmara de vereadores, em conformidade com o
disposto na Lei Orgânica do Município.

31 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

No geral, a forma de divulgação do ato deve observar o que prescreve a lei. Por exemplo, a Lei de Licitações
expressamente determina a publicação de editais em diários oficiais e em jornais de grande circulação (art. 21). No caso
de convite, uma das modalidades de licitação, a lei requer tão-somente a fixação do edital em local apropriado, como
um quadro de avisos (art. 22, III).
Quando a lei não define a forma de divulgação dos atos, o agente público deve, primeiramente, avaliar se o ato
produz efeitos internos ou externos à Administração, a fim de que se escolha uma forma de divulgação compatível
com o alcance dos efeitos do ato.
Assim, na hipótese de atos com efeitos externos, por alcançarem particulares estranhos ao serviço público, a regra é a
divulgação por meio de publicação em diários oficiais. Por exemplo, a nomeação de candidato aprovado em concurso
público é ato externo, não havendo lei que indique expressamente a forma como deve ser divulgada. Assim, a
publicidade do ato de nomeação deve ser dada mediante publicação em diário oficial.
Já a divulgação dos atos com efeitos internos não precisa ser feita em diário oficial, bastando que sejam publicados
em veículos de circulação interna, como boletins e circulares.
Frise-se: os atos internos devem ser divulgados. A diferença é que não precisam ser publicados em meios de divulgação
externa. Por exemplo, o deferimento de um pedido de licença capacitação de servidor não precisa ser publicado no
diário oficial, mas apenas no boletim interno do órgão.
Detalhe importante é que a doutrina entende que a publicidade não é considerada elemento de formação do ato
administrativo, ou seja, a publicidade não está ligada à validade do ato. Constitui, sim, requisito de
eficácia, especialmente quando o ato deva produzir efeitos externos ou implicar ônus para o patrimônio público.

Atenção!!

A publicidade não é elemento de formação do ato administrativo, e sim requisito de sua eficácia. Dizer que a publicidade
não é elemento de formação do ato e sim requisito de eficácia significa que é desnecessário anular um ato por não ter
sido publicado; o ato não publicado permanece válido, mas sem eficácia, vale dizer, sem produzir efeitos perante as
partes e terceiros, o que somente passará a ocorrer com a sua publicação.

Por exemplo, imagine que a Administração tenha interesse em remover determinado servidor para outra localidade a
fim de adequar seu quantitativo de pessoal. Ainda que o ato da Administração seja perfeitamente válido, ou seja,
emitido por agente compete, devidamente motivado com justificativas legítimas etc., não terá eficácia sobre o servidor
a menos que se dê publicidade ao ato, no caso, mediante publicação no boletim interno do órgão ou entidade. Assim, o
referido ato de remoção pode até ser válido, mas o servidor terá obrigação de se mudar apenas a partir da sua
publicação.
Conforme ensina Hely Lopes, “os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam
para sua exequibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige”. Ou seja, como a publicidade não é elemento de
formação do ato, a publicação em nada interfere na sua validade (os irregulares não deixam de ser irregulares). Já
os atos válidos (regulares), quando a lei assim exige, necessitam ainda ser publicados para que passem a produzir
efeitos.
Por fim, vale destacar que, para dar efetividade aos mandamentos constitucionais relativos à transparência da
Administração Pública, foi promulgada a Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) com incidência sobre a União,

32 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Estados, Distrito Federal e Municípios, abrangendo administração direta e indireta e, inclusive, entidades privadas sem
fins lucrativos beneficiárias de recursos públicos. A referida lei passou a regular tanto o direito à informação quanto o
direito de acesso a registros e informações nos órgãos públicos.

Questões para fixar

(CESPE - 2013 - PG-DF - Procurador) Em atendimento ao princípio da publicidade, a administração pública deve
proporcionar ampla divulgação dos seus atos, e a lei regular o acesso dos usuários de serviço público a registros
administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas, no entanto, as restrições estabelecidas
constitucionalmente quanto ao direito à intimidade e à segurança da sociedade e do Estado.
Comentário:

A questão está correta, nos termos dos seguintes dispositivos da Constituição Federal, que dão forma ao princípio da
publicidade:

Art. 37 (...)

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,


regulando especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII;
Art. 5º (...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Gabarito: Certo

A administração está obrigada a divulgar informações a respeito dos seus atos administrativos,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e à proteção da
intimidade das pessoas.

Comentário:

O quesito está correto. O princípio da publicidade determina que a Administração Pública atue de modo transparente,
promovendo a mais ampla divulgação possível de seus atos. E a razão, como esclarece Hely Lopes Meirelles, é uma só:
se a Administração é Pública, públicos têm de ser seus atos.
Assim, a administração está obrigada a divulgar informações a respeito dos seus atos administrativos. Inclusive, o
acesso a essas informações é um direito dos cidadãos previsto no art. 5º, incisos XXXIIII e LX. Entretanto, esses mesmos
dispositivos constitucionais preveem certas restrições à publicidade dos atos administrativos, ressalvando a divulgação

33 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e à proteção


da intimidade das pessoas. Para melhor compreensão, vejamos o teor desses incisos:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;

Gabarito: Certo

(ESAF – MDIC 2012) Determinado município da federação brasileira, visando dar cumprimento a sua estratégia
organizacional, implantou o programa denominado Administração Transparente. Uma das ações do referido programa
consistiu na divulgação da remuneração bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor da municipalidade em
sítio eletrônico da internet.
A partir da leitura do caso concreto acima narrado, assinale a opção que melhor exprima a posição do Supremo Tribunal
Federal - STF acerca do tema.
a) A atuação do município encontra-se em consonância com o princípio da publicidade administrativa.

b) A atuação do município viola a segurança dos servidores.

c) A atuação do município fere a intimidade dos servidores.

d) A remuneração bruta mensal não é um dado diretamente ligado à função pública.

e) Em nome da transparência, o município está autorizado a proceder a divulgação da remuneração bruta do servidor e
do respectivo CPF.
Comentários:

A divulgação nominal da remuneração de autoridades e servidores nas páginas da internet constitui tema dos mais
polêmicos no debate sobre a transparência da Administração Pública. A discussão envolve a compatibilização
do princípio da publicidade, que assegura o acesso a informações de interesse geral e coletivo, com o direito
fundamental do indivíduo de não ter informações de cunho estritamente pessoal divulgadas sem o seu prévio
consentimento.
A questão foi submetida à apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou lícita a divulgação nominal
da remuneração dos servidores.
Segundo o entendimento da Suprema Corte, a remuneração bruta, os cargos, as funções e os órgãos de lotação dos
servidores públicos seriam informações de interesse coletivo ou geral. Assim, “não cabe, no caso, falar de intimidade
ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos agindo ‘nessa qualidade’
(§6º do art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela
resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é um tipo de risco
pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais,
é o preço que se paga pela opção por uma carreira pública no seio de um Estado republicano” (SS 3.902-AgR, de 9/6/2011).
Portanto, correta a alternativa “a”, pois, de acordo com o entendimento do STF, a ação do programa municipal de
divulgar a remuneração bruta mensal e o nome de cada servidor em sítio eletrônico da internet, encontra-se
em consonância com o princípio da publicidade administrativa. Quanto às demais alternativas, merece comentário a
alternativa “e”: embora o STF considere lícita a divulgação do nome e da remuneração do servidor, não possui o mesmo
entendimento quanto à revelação do CPF, da identidade e do endereço residencial, pois a preservação destes dados
seria uma forma de garantir a segurança pessoal e familiar do servidor.

34 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Gabarito: alternativa “a”

[1] Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, inciso V.

35 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Eficiência

O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público.
Também denominado de princípio da qualidade dos serviços públicos, o princípio da eficiência foi inserido na nossa
Constituição a partir da EC 19/1998, que tratou da chamada Reforma do Estado, movimento que pretendia
modernizar a máquina administrativa brasileira mediante a implantação do modelo de administração gerencial em
substituição ao modelo de administração burocrática, cuja ênfase recaía sobre o princípio da legalidade.
A ideia é que, com a melhora da eficiência, o Estado seja capaz de gerar mais benefícios, na forma de prestação de
serviços que correspondam às necessidades da sociedade, com os mesmos recursos disponíveis. A eficiência, aliás,
integra o conceito legal de serviço público adequado (Lei 8.987/1995[1]).
Após obter status constitucional, o princípio da eficiência passou a ser verdadeiro dever constitucional da
Administração. Hely Lopes Meirelles esclarece que esse dever de eficiência corresponde ao “dever de boa
administração” da doutrina italiana que, embora tenha obtido status constitucional a partir da EC 19/1998, desde
muito já se achava consagrado entre nós. De fato, o Decreto-Lei 200/1967 “submete toda a atividade do Executivo
ao controle de resultado (arts. 13 e 24, V), fortalece o sistema de mérito (art. 25, VII), sujeita a Administração indireta
a supervisão ministerial quanto à eficiência administrativa (art. 26, III) e recomenda a demissão ou dispensa do servidor
comprovadamente ineficiente ou desidioso (art. 100)”.
Na Constituição Federal podem-se encontrar vários exemplos de desdobramentos do princípio da eficiência, dentre os
quais:

Exigência de avaliação especial de desempenho para aquisição da estabilidade pelo servidor público e a
perda do cargo do servidor estável “mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa” (CF, art. 41).
Exigência de que os servidores públicos participem de cursos de aperfeiçoamento para que possam ser
promovidos na carreira (CF, art. 39, §2º).
Necessidade de a lei regulamentar a participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços
(CF, art. 37, §3º);
Possibilidade de se ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta mediante a celebração de contratos de gestão, com a fixação de metas de
desempenho (CF, art. 37, §8º);
Previsão de que lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios discipline a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma
de adicional ou prêmio de produtividade (CF, art. 39, §7º).

Conforme ensina Hely Lopes Meirelles, além de ser um princípio a ser observado pela Administração, a eficiência do
serviço público também é um direito fundamental do cidadão, vez que a Constituição Federal assegura a todos, no
âmbito judicial e administrativo, a “razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação” (CF, art. 5º LXXVIII). Tal dispositivo é uma reação contra a excessiva demora no andamento dos processos,
tanto judiciais quanto administrativos[2].

36 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Carvalho Filho assevera que uma ação eficiente pressupõe o atendimento a vários requisitos,
como produtividade, economicidade, qualidade, celeridade, presteza, desburocratização e flexibilização. Lucas
Furtado destaca, ainda, a necessidade de planejamento dos gastos públicos.
Destaque-se que o princípio da eficiência não alcança apenas o modo de atuação dos agentes públicos, do qual se
espera melhor desempenho para lograr melhores resultados à coletividade. Mais que isso, a Administração deverá
também observá-lo em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar seus serviços administrativos
internos, recorrendo a modernas tecnologias, atualizando seus métodos de trabalho, adequando seus organogramas
etc.
Portanto, vê-se que o princípio da eficiência possui dois focos: um voltado para a conduta do agente público e outro
para a organização interna da Administração.
Questão interessante diz respeito ao controle da observância ao princípio da eficiência.

Por um lado, é certo que os controles internos administrativos (de caráter interno e processado pelos próprios órgãos
administrativos), assim como o controle externo (a cargo do Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas) podem
exercer esse tipo de controle, a teor do que dispõe os artigos 70 e 74 da CF[3].
A polêmica, contudo, reside na possibilidade de o controle judicial avaliar a eficiência das ações governamentais.

Carvalho Filho entende que o controle judicial da eficiência sofre limitações e só pode incidir em caso de comprovada
ilegalidade. Sobre o tema, o autor destaca formulação segundo a qual o “Poder Judiciário não pode compelir a tomada de
decisão que entende ser de maior grau de eficiência”, nem invalidar atos administrativos invocando exclusivamente o
princípio da eficiência[4]. A ideia é evitar que a atuação dos juízes represente indevida intervenção na esfera de
competência constitucional atribuída aos órgãos da Administração.
Já Lucas Furtado defende que é possível o Judiciário apreciar atributos de eficiência, sob o argumento de que a
“adoção de soluções eficientes, morais, impessoais é vinculante para o administrador, e não pode se inserir em seu âmbito
de discricionariedade”. Com isso, seria possível a apreciação pelo Poder Judiciário de um ato administrativo quanto a sua
eficiência, o que ensejaria, inclusive, a sua anulação.

Detalhando um pouco mais...

Eficiência não se confunde com eficácia nem com efetividade.


Tradicionalmente, diz-se que o foco da eficiência é a relação custo/benefício, isto é, menor volume de insumos
(recursos financeiros, pessoal, tempo, material etc.) para o alcance dos resultados previstos. A eficácia, por sua vez, diz
respeito ao alcance da meta prevista. Já a efetividade compreende os resultados alcançados, em termos de impacto
sobre a população alvo.
Lucas Furtado preceitua que a eficiência é um dos aspectos da economicidade. Esta, além da eficiência, compreenderia
também a eficácia e a efetividade. A economicidade, então, seria gênero do qual a eficiência, a eficácia e a efetividade
seriam suas manifestações. Porém, o próprio autor ressalva que há importantes segmentos de nossa doutrina que
equiparam economicidade à eficiência.
Para Lucas Furtado, o administrador público deve observar não só a eficiência, mas também a eficácia e a efetividade da
sua atuação, eis que o próprio texto constitucional estabeleceu que a Administração Pública haverá de ser fiscalizada
sob a ótica da economicidade, consoante seu art. 70.
O desejável é que tais qualificações caminhem simultaneamente. Todavia, é possível que condutas administrativas
apresentem apenas um outro atributo e não os demais.
Por exemplo, a obra de um hospital público construído no prazo previsto e com ótima relação custo/benefício foi eficaz

37 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

(alcançou a meta) e eficiente (os recursos foram suficientes para o resultado previsto). Mas se o hospital não entrar em
funcionamento por falta de pessoal e equipamentos específicos, a obra não terá sido efetiva, pois o resultado social
não foi alcançado (não houve o impacto pretendido sobre a população alvo).
Carvalho Filho apresenta uma definição um pouco diferente sobre eficiência, eficácia e efetividade. Para o autor,
a eficiência diz respeito à conduta do agente, ou seja, ao modo pelo qual se processa o desempenho da atividade
administrativa. Por outro lado, a eficácia tem relação com os meios e instrumentos empregados pelos agentes; o
sentido aqui é tipicamente instrumental. Finalmente, a efetividade é voltada para os resultados obtidos com as ações
administrativas.

Da mesma forma que todos os outros princípios, a eficiência não é um valor absoluto e, por isso, não pode se sobrepor
aos demais, especialmente ao da legalidade.
Com efeito, a busca pela eficiência deve ser feita com observância aos procedimentos e parâmetros previstos na lei.
Assim, dentre as opções de atuação previstas em lei, deve o administrador adotar aquela que melhor satisfaça a todos
os princípios da Administração Pública, dentre eles o da eficiência. Por exemplo, a pretensão de se adiantar a entrega
de uma obra pública não pode justificar o descumprimento dos preceitos e etapas previstos na Lei de Licitações.

Questões para fixar


(CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador do Estado) O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a
atuação de servidor público em desconformidade com a regra legal, desde que haja a comprovação do atingimento da
eficácia na prestação do serviço público correspondente.
Comentário:

O quesito está errado. A busca pela eficiência administrativa deve ser feita em harmonia com os demais princípios da
Administração Pública. Assim, não se pode deixar de obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade somente para alcançar melhores resultados. Por exemplo, se um agente público deixar de
realizar a licitação em determinada situação, contratando a empresa de um amigo seu sobre o pretexto de que a
contratação foi mais célere, barata e com mais qualidade, o ato será mais eficiente, porém será ilegal, imoral e contra a
impessoalidade. Dessa forma, deverá ser considerado nulo.
Gabarito: Errado

(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente Administrativo) Em razão do princípio da eficiência, é possível, mediante
licitação, a contratação de empresa que não tenha apresentado toda a documentação de habilitação exigida, desde que
a proposta seja a mais vantajosa para a administração.
Comentário:

O item está errado. O princípio da eficiência deve sempre se submeter ao princípio da legalidade. Assim, nunca poderá
justificar-se a atuação administrativa contrária ao direito, mesmo que o ato ilegal se mostre mais eficiente.
Gabarito: Errado

(CESPE - 2011 - PREVIC - Técnico Administrativo - Básicos) O cumprimento dos princípios administrativos —

38 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

especialmente o da finalidade, o da moralidade, o do interesse público e o da legalidade — constitui um dever do


administrador e apresenta-se como um direito subjetivo de cada cidadão.
Comentário:

O item está perfeito. Muitos dos direitos fundamentais dos cidadãos são concretizados através das atividades exercidas
pela Administração Pública. É ela que executa os serviços públicos, que garante a segurança, a mobilidade urbana, a
saúde, a educação, enfim, todo o conjunto de realizações que representam a satisfação do interesse público.
Assim, é correto afirmar que o cumprimento dos princípios constitucionais, mais que um dever do administrador,
constitui um direito subjetivo de cada cidadão.
Gabarito: Certo

(FUNIVERSA - 2009 - SEPLAG-DF - Analista - Planejamento e Orçamento) Assinale a alternativa correta no que
tange aos princípios que informam o direito administrativo.
a) Um dos aspectos da moralidade administrativa é a probidade administrativa. A Constituição Federal de 1988 não
trata especificamente da probidade administrativa.
b) Os precatórios constituem exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade, o que não ocorre com o ato
legislativo perfeito.
c) Os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade vinculam-se originariamente à noção de administração
patrimonialista.
d) Um ato praticado com o intuito de favorecer terceiros pode ser legal do ponto de vista formal, mas certamente está
comprometido com a moralidade administrativa, sob o aspecto material.
e) A administração prescinde de justificar seus atos.
Comentários:

Vamos analisar cada uma das alternativas:

(a) ERRADA. De fato, a probidade administrativa é um dos aspectos da moralidade administrativa. Maria Sylvia Di
Pietro afirma que

Não é fácil estabelecer distinção entre moralidade administrativa e probidade administrativa. A rigor, são
expressões que significam a mesma coisa, tendo em vista que ambas se relacionam com a ideia
de honestidade na Administração Pública. Quando se exige probidade ou moralidade administrativa, isso
significa que não basta a legalidade formal, restrita, da atuação administrativa, com observância da lei; é
preciso também a observância de princípios éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa
administração e a disciplina interna da Administração Pública.

Não obstante, o quesito erra ao afirmar que a Constituição Federal de 1988 não trata especificamente da probidade
administrativa. Ela trata sim, e em vários dispositivos. Vejamos:

Art. 14 (...)

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa
do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Art. 37 (...)

39 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da


função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
(...)

V - a probidade na administração;

(b) ERRADA. Tanto os precatórios como o ato legislativo perfeito constituem exemplo de aplicação do princípio da
impessoalidade. Os precatórios porque, nos termos do art. 100 da CF, devem obedecer a ordem cronológica de
apresentação, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias. Já o ato legislativo
perfeito atende à impessoalidade porque representa a lei dotada de generalidade e abstração que não cria distinções
benéficas ou detrimentosas a determinado grupo, alcançando a todos, dentro de uma mesma situação jurídica, de
forma equânime, com isonomia.
(c) ERRADA. A Administração Pública evoluiu pelas fases patrimonialista, burocrática e gerencial. A
administração patrimonialista foi marcada pelo nepotismo e corrupção, passando longe, portanto, dos princípios da
legalidade e da moralidade. Já a fase burocrática caracterizou-se pela criação de mecanismos para combater as mazelas
do período anterior, dotando a Administração de maior profissionalismo e impondo o acesso aos cargos públicos por
mérito. Percebe-se, então, que legalidade e moralidade são princípios atrelados à fase burocrática. A reforma gerencial,
por fim, veio para aprimorar os pontos fracos da burocracia, especialmente no quesito eficiência, mas sem apagar seus
traços positivos, como a observância aos princípios da legalidade e da moralidade.
(d) CERTA. Como diziam os romanos, nem tudo que é legal é moral. Por exemplo, não seria moral se um Auditor da
Secretaria de Fazenda do DF aceitasse propina para acatar o recurso administrativo apresentado por determinada
empresa e, com isso, deixar de impor a sanção devida. Ainda que as razões apresentadas pela empresa no recurso
sejam suficientes para afastar a penalidade, o simples fato de ter oferecido e o servidor aceitado a propina macula a
moralidade do ato, ainda que não exista ilegalidade sob o aspecto formal.
(e) ERRADA. Pelo princípio da motivação, os atos da Administração devem ser motivados, ou seja, justificados com a
apresentação dos pressupostos de fato e de direito que levaram à prática do ato.
Gabarito: alternativa “d”

[1] Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos
usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
[2] Sobre o tema, é emblemática a decisão adotada pelo STJ no RE 1044158 ao reconhecer que “é dever da
Administração Pública pautar seus atos dentro dos princípios constitucionais notadamente pelo princípio da eficiência,
que se concretiza também pelo cumprimento dos prazos legalmente determinados” e, em consequência, considerar
“legítimo o pagamento de indenização em razão da injustificada demora na concessão da aposentadoria”.
[3] Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a
finalidade de:

40 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
[4] Carvalho Filho (2014, p. 32-33).

41 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Princípios implícitos ou reconhecidos

Como já adiantamos, nem todos os princípios a que a Administração Pública deve obediência encontram-se explícitos
na Constituição Federal. Muitos deles estão expostos apenas nas normas infraconstitucionais, enquanto outros não
estão previstos formalmente em norma alguma, mas são reconhecidos pela doutrina e pela jurisprudência por serem
decorrência lógica dos ditames da Carta Magna, possuindo, assim, a mesma relevância que os princípios expressos.
Vejamos, então, alguns dos mais importantes princípios gerais implícitos da Administração Pública.

42 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Autotutela

O poder de autotutela administrativa está consagrado na seguinte Súmula do STF[1]: Vejamos:

Súmula STF 473

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Como se percebe, o princípio da autotutela possibilita à Administração Pública controlar seus próprios atos,
apreciando-os sob dois aspectos, quais sejam:

Legalidade, em que a Administração pode, de ofício ou provocada, anular os seus atos ilegais; e

Mérito, em que a Administração reexamina um ato legítimo quanto à conveniência e oportunidade,


podendo mantê-lo ou revogá-lo.

Assim, quando cometer erros no exercício de suas atividades, a própria Administração pode rever seus atos para
restaurar a situação de regularidade.
Na verdade, embora a Súmula 473 mencione que a Administração pode anular seus atos ilegais, não se trata apenas de
uma faculdade, e sim de um dever (poder-dever). Ora, não se admite que a Administração permaneça inerte diante de
situações irregulares, haja vista o dever de observância ao princípio da legalidade.
O controle de legalidade efetuado pela Administração sobre seus próprios atos não exclui a possibilidade de apreciação
desses mesmos atos pelo Poder Judiciário. Lembre-se de que em nosso ordenamento jurídico vige o princípio
da inafastabilidade da tutela jurisdicional (sistema de jurisdição una) segundo o qual qualquer lesão ou ameaça a
direito poderá ser levada à apreciação do Judiciário.
Detalhe é que a Administração, ao contrário do Judiciário, não precisa ser provocada para anular seus atos ilegais; a
Administração pode revê-los de ofício.

Atenção!!

A Administração pode anular atos ilegais ou revogar atos inoportunos e inconvenientes.Cumpre salientar que o poder
de autotutela não incide apenas sobre atos ilegais. Atos válidos, sem qualquer vício, mas que, no entender da
Administração, se tornem inconvenientes, também podem ser retirados do mundo jurídico pelo exercício da
autotutela; no caso, podem ser revogados.

43 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Ressalte-se que o Poder Judiciário não pode retirar do mundo jurídico atos válidos editados por outro Poder. Isso
porque o Judiciário, no exercício da função jurisdicional, nunca aprecia a conveniência e a oportunidade de um ato, pois
isso significaria interferência na esfera de discricionariedade do agente público. O Judiciário aprecia tão somente
a legalidade e legitimidade do ato.
Assim, não é possível que o Judiciário revogue um ato praticado pelo Executivo, por exemplo, mas apenas o anule, em
caso de ilegalidade. Frise-se, porém, que quando o Judiciário exerce, de forma atípica, a função administrativa,
pode revogar seus próprios atos. Nesse caso, o Judiciário não está exercendo função jurisdicional, e sim o poder de
autotutela característico da função administrativa.

Preste atenção!

Cuidado para não confundir autotutela com tutela administrativa, expressão empregada para caracterizar a
supervisão que a administração direta exerce sobre as entidades da administração indireta (controle finalístico).

Importante observar que o princípio da autotutela administrativa também se sujeita a limites.

Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, o desfazimento (anulação ou revogação) de atos


administrativos que afetem negativamente algum interesse do administrado deve ser precedido de regular
procedimento no qual se assegure o contraditório e a ampla defesa, isto é, oportunidade de o interessado apresentar
alegações que eventualmente demonstrem ser indevido o desfazimento do ato[2].
Outra limitação está prevista no art. 54 da Lei 9.784/1999, pelo qual o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, salvo comprovada má-
fé. Depois desse prazo, o exercício da autotutela pela Administração se torna incabível.
Maria Sylvia Di Pietro informa que o princípio da autotutela possui uma outra acepção, um pouco diferente. Segundo a
autora, também se fala em autotutela para designar o poder que tem a Administração Pública de zelar pelos bens que
integram o seu patrimônio, sem necessitar de título fornecido pelo Judiciário. Ela pode, por meio de medidas de
polícia administrativa, impedir quaisquer atos que ponham em risco a conservação desses bens.

Questões para fixar


(CESPE / CEBRASPE - 2014 - SUFRAMA - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Cargos 3 e 4) O princípio
administrativo da autotutela expressa a capacidade que a administração tem de rever seus próprios atos, desde que
provocada pela parte interessada, independentemente de decisão judicial.
Comentário:

O quesito está errado. Pelo princípio da autotutela, a Administração também pode rever seus próprios atos de ofício,
ou seja, independentemente de provocação. Isso vale tanto para a anulação de atos ilegais como para a revogação de
atos inconvenientes e inoportunos. Por outro lado, lembre-se de que o Poder Judiciário só age quando provocado, ou

44 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

seja, o Judiciário não pode anular um ato ilegal da Administração de ofício; para tanto, ele deve ser provocado,
mediante a propositura da ação judicial cabível.
Gabarito: Errado

(CESPE - 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental - Geral) A administração pode anular os próprios atos, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como pode
revogá-los quando eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.
Comentário:

De acordo com o enunciado da Súmula 473 do STF:

“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Na mesma linha, a Lei 9.764/1999 dispõe:

“Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

Como podemos observar, a questão inverteu os casos de anulação com revogação, motivo pelo qual está errada. Em
caso de ilegalidade, a Administração deve anular o ato. Por outro lado, é possível revogar os atos administrativos
válidos, por motivo de conveniência e oportunidade (mérito).
Gabarito: Errado

[1] Além da Súmula 473, a Súmula 346 também consagra o princípio da autotutela, nos seguintes termos: “A
administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”.
[2] Ver RE 594.296/MG

45 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Razoabilidade e proporcionalidade

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade muitas vezes são empregados como sinônimos. Entretanto,
parte da doutrina costuma destacar algumas peculiaridades que os distinguiria. Vejamos.
O princípio da razoabilidade se destina a aferir a compatibilidade entre os meios empregados e os fins visados na
prática de um ato administrativo, de modo a evitar restrições aos administrados que sejam inadequadas,
desnecessárias, arbitrárias ou abusivas.
Assim, não basta que o ato administrativo tenha uma finalidade legítima. É necessário que os meios empregados pela
Administração sejam adequados à consecução do fim almejado e, ainda, que sua utilização seja realmente necessária,
especialmente quando se tratar de medidas restritivas ou punitivas. Por exemplo, como vimos em tópico anterior,
seria razoável a lei exigir limites mínimos de altura para ingresso no cargo de agente de polícia; porém, a mesma
exigência não seria razoável para o cargo de escrivão, dadas as atribuições da função.
Já o princípio da proporcionalidade se destina a conter o excesso de poder, isto é, os atos de agentes públicos que
ultrapassem os limites adequados ao fim a ser atingido. Por exemplo, as sanções devem ser proporcionais às faltas
cometidas. Assim, uma infração leve deve receber uma pena branda enquanto uma falta grave deve ser sancionada
com uma punição severa.
Viram como os conceitos se confundem? Não é tão fácil assim distingui-los. Por isso, alguns autores, como Maria Sylvia Di
Pietro e Lucas Furtado, defendem que a proporcionalidade constitui um dos aspectos da razoabilidade, ou seja, a
razoabilidade seria um princípio mais amplo, sendo a proporcionalidade uma de suas vertentes. Isso porque o princípio
da razoabilidade, entre outras coisas, exige proporcionalidade entre os meios que se utiliza a Administração e os fins que
ela tem que alcançar.
Frise-se que essa proporcionalidade exigida da Administração deve ser medida não pelos critérios pessoais do agente
público, mas segundo padrões comuns da sociedade (o padrão do “homem médio”).
Por exemplo, na jurisprudência do STJ, colhe-se precedente em que se reconheceu a falta de razoabilidade da exclusão
de candidato em concurso público por não atender à convocação para a 2ª fase efetuada em Diário Oficial. No caso, a
convocação deu-se depois de oito anos[1]! Logo, pelos padrões médios da sociedade, não seria razoável exigir do
candidato que, durante tal prazo, acompanhasse diariamente o Diário Oficial na esperança de sua convocação. Ainda
que o administrador que publicou a convocação, pessoalmente, entendesse diferente, não seria esse o comportamento
esperado de um “homem médio”[2].
Em outro julgado, o Supremo Tribunal Federal, com fundamento, entre outros, no princípio da razoabilidade,
entendeu que o art. 170 da Lei 8.112/1990 (“Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o
registro do fato nos assentamentos individuais do servidor”) é inconstitucional[3]. No caso, o Pleno entendeu que, extinta
a possibilidade de punição pelo decurso do prazo de prescrição, não seria razoável efetuar o registro dos fatos apurados
no assentamento funcional do servidor, pois o mero registro seria uma forma de punição, com possíveis efeitos
negativos na sua carreira.
Conforme ensina a doutrina, para que a conduta estatal observe o princípio da proporcionalidade, deve apresentar três
fundamentos:

Adequação: o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim pretendido;

Exigibilidade ou necessidade: a conduta deve ser necessária, não havendo outro meio que cause menos
prejuízo aos indivíduos para alcançar o fim público;

46 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem conquistadas devem superar as desvantagens,


ou seja, deve haver mais “prós” que “contras”.

A Lei 9.784/1999, em seu artigo 2º, parágrafo único, apresenta diversas aplicações dos princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade, por exemplo, ao determinar que os processos administrativos observem: o critério de
“adequação entre meios e fins”, vedando a “imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público” (inciso VI); as “formalidades essenciais à
garantia dos direitos dos administrados” (inciso VIII); adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado
grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados (inciso IX).
Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade encontram aplicação, sobretudo, no controle de atos
discricionários, quais sejam, aqueles que admitem certa margem de escolha, permitindo ao administrador avaliar a
conveniência e oportunidade para a prática do ato.
Com efeito, em regra, o Poder Judiciário e os demais órgãos de controle não podem interferir no critério discricionário
de escolha do administrador público, especialmente quando este tiver à sua disposição mais de uma forma lícita de
atuar, oportunidade em que estará exercendo legitimamente seu poder de administração pública. Porém, se o ato
administrativo implicar limitações inadequadas ou desproporcionais, extrapolando os limites da lei segundo os padrões
de um homem médio, deverá ser anulado.
Vê-se, então, que o controle de razoabilidade e proporcionalidade consiste, na verdade, em um controle de legalidade
ou legitimidade, e não em controle de mérito. Sendo o ato ofensivo aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, será declarada sua nulidade. Assim, o ato será anulado, e não revogado.
Por fim, vale destacar que o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade não incide apenas sobre a função
administrativa, mas, ao contrário, incide sobre qualquer função pública, inclusive a função legislativa. De fato, o STF,
por mais de uma vez, já declarou a inconstitucionalidade de lei por violação ao princípio. Por exemplo, na ADI 4.467/DF,
declarou inconstitucional dispositivo de lei federal por exigir a apresentação, cumulativamente, do documento de
identificação com foto e do título de eleitor no momento da votação[4].

Questões para fixar


Segundo o entendimento do STF, para que não ocorra violação do princípio da proporcionalidade,
devem ser observados três subprincípios: adequação, finalidade e razoabilidade stricto sensu.

Comentário:

O princípio da proporcionalidade é basicamente fundado na relação de causalidade existente entre um meio e um fim
a ser atingido, ou seja, o princípio da proporcionalidade exige a melhor escolha de um meio para que determinado fim
seja alcançado. Todavia, para que a escolha deste meio seja juridicamente correta, necessária se faz a observância de
três subprincípios, quais sejam: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito, ou stricto sensu (e
não razoabilidade, daí o erro). Adequação, para que o meio empregado na atuação seja compatível com o fim
pretendido; exigibilidade, para que a conduta seja de fato necessária, não havendo outro meio que cause menos
prejuízo aos indivíduos para que se alcance o fim público; e, por fim, a proporcionalidade em sentido estrito traduz à ideia
de que o meio somente não será desproporcional se as desvantagens que ele ocasionar não virem a superar as
vantagens que ele deveria trazer.
Gabarito: Errado

47 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O princípio da razoabilidade apresenta-se como meio de controle da discricionariedade administrativa, e


justifica a possibilidade de correção judicial.

Comentário:

O princípio da razoabilidade, assim como o da proporcionalidade, constitui limites ao exercício da discricionariedade


administrativa. Afinal, mesmo quando atua com discricionariedade, com certa margem para escolher entre uma ou
outra opção, o administrador não pode jamais se afastar do princípio da legalidade (essa “margem” de
discricionariedade deve ser sempre garantida por lei). Caso o agente público extrapole os limites legais, adotando
atitudes desarrazoadas ou desproporcionais, estará praticando um ato ilegal, passível, portanto, de controle pelo Podre
Judiciário.
Gabarito: Certo

(ESAF - 2010 - CVM - Agente Executivo - Prova 2) O princípio da Administração Pública que se fundamenta na ideia de
que as restrições à liberdade ou propriedade privadas somente são legítimas quando forem necessárias e indispensáveis
ao atendimento do interesse público denomina-se:
a) legalidade.
b) publicidade.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) eficiência.
Comentários:

Trata-se do princípio da proporcionalidade, positivado na Lei 9.784/1999, a qual determina, nos processos
administrativos, que se observe o critério de “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público” (art.
2º, parágrafo único, inciso VI).
Gabarito: alternativa “c”

[1] RMS 24.716


[2] Em outro precedente, o STF, vislumbrando violação aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade,
suspendeu cautelarmente lei estadual que determinava a pesagem de botijões de gás à vista do consumidor, com
pagamento imediato de diferença a menor. Nesse caso, o Supremo entendeu que, do ponto de vista de um “homem
médio”, não seria razoável impor tal obrigação a ser cumprida toda vez que um consumidor fosse comprar um botijão
de gás.
[3] MS 23.262/DF (BInfo 743)
[4] Ver ADI 4.467/DF e ADI 1.158

48 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Segurança jurídica
O princípio da segurança jurídica decorre da necessidade de se estabilizar as situações jurídicas, a fim de que o
administrado não seja surpreendido ou agravado pela mudança inesperada de comportamento da Administração, sem
respeito às situações formadas e consolidadas no passado.
Como diz o STF, a “essencialidade do postulado da segurança jurídica é a necessidade de se respeitar situações
consolidadas no tempo, amparadas pela boa-fé do cidadão (seja ele servidor público ou não)[1]”.
Como aplicação concreta do princípio da segurança jurídica, a Lei 9.784/1999, ao tratar da interpretação da norma
administrativa, expressamente veda a “aplicação retroativa de nova interpretação” (art. 2º, parágrafo único, inciso
XIII, parte final).
Com efeito, é comum, na esfera administrativa, haver mudança de interpretação de determinadas normas legais,
afetando situações já reconhecidas e consolidadas na vigência da orientação anterior. E isso ocorre porque o legislador
dificilmente consegue imaginar todas as hipóteses de incidência da norma, razão pela qual, em muitos casos, é
necessário interpretá-la.
Maria Sylvia Di Pietro esclarece que essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, mas gera insegurança
jurídica, pois as diversas formas de interpretação podem levar a resultados diferentes. Daí a regra que veda a aplicação
retroativa: não se pode aceitar que uma nova interpretação – mais prejudicial ao administrado que a anterior, a qual lhe
havia reconhecido determinado direito – seja agora aplicada retroativamente, de forma a lhe privar de algum benefício
anteriormente concedido.
O postulado da segurança jurídica também é concretizado, entre outros, nos institutos da decadência e da prescrição,
na Súmula Vinculante (art. 103-A da CF/1988) e na proteção do ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada
(CF, art. 5º, XXXVI). Todos esses institutos têm um fim comum: preservar o correto funcionamento do sistema jurídico,
tornando-o mais confiável e previsível, eliminando a insegurança.
A doutrina costuma fazer distinção entre os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança. Nessa linha, o
princípio da segurança jurídica se refere ao aspecto objetivo do conceito, indicando a necessidade de dar estabilidade
às relações jurídicas constituídas; já a proteção à confiança se ocupa do aspecto subjetivo, relacionado à crença do
indivíduo de que os atos da Administração são legais.
Conforme ensina Carvalho Filho, os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança constam de forma
expressa do art. 54 da Lei 9.784/1999, nos seguintes termos:

“O direito de a Administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé”.

A norma, como se vê, conjuga os aspectos de tempo e boa-fé, com o fim de estabilizar relações jurídicas. Assim, o
mencionado dispositivo dá destaque aos princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança, de modo que, após
cinco anos e desde que tenha havido boa-fé, fica limitado o poder de autotutela administrativa e, em consequência, não
pode mais a Administração suprimir os efeitos favoráveis que o ato produziu para seu destinatário[2].
Ademais, esse dispositivo da Lei 9.784/1999 demonstra que o princípio da segurança jurídica serve para limitar ou
conter a aplicação do princípio da legalidade, mitigando a possibilidade de a Administração Pública anular atos ilegais
que tenham, todavia, gerado benefícios favoráveis a terceiros.
Invocando o princípio da segurança jurídica, o STF convalidou, por exemplo, atos de ascensão funcional ilegais,
protegendo a confiança do administrado, vez que seu desfazimento ultrapassou os cinco anos fixados na Lei
9.784/1999[3].
Para ilustrar o que estamos estudando, vale conhecer também a Súmula 249 do TCU, segundo a qual:

49 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores


ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do
órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e
supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das
parcelas salariais.

Nesse exemplo, o princípio da segurança jurídica aparece na necessidade de se estabilizar a situação jurídica criada
pelo recebimento das parcelas salariais, enquanto o princípio da confiança transparece na crença de que o ato estatal
era legítimo.
Além disso, pode-se identificar, no exemplo, um outro princípio, também relacionado aos primeiros, o da boa-fé dos
administrados, que pressupõe conduta honesta e leal (aspecto objetivo) e crença de que estava agindo corretamente
(aspecto subjetivo). Ao contrário, se a pessoa sabe que a atuação é ilegal, ela está agindo de má-fé. Ressalte-se que o
princípio da boa-fé não se dirige apenas às condutas dos administrados. As atividades dos agentes da Administração
também devem se pautar pela boa-fé.
Para ilustrar, em um julgado recente, o STF entendeu que inexistiria direito adquirido à efetivação na titularidade de
cartório nos casos em que o ocupante do cargo tenha assumido sem concurso público, na vigência da Constituição de
1988. O Pleno, salientando que a Carta Magna exige a submissão a concurso público, ponderou que a ausência desse
requisito seria situação flagrantemente inconstitucional que caracterizaria a má-fé do indivíduo, afastando, assim, a
incidência do prazo decadencial e do princípio da proteção à confiança[4].

Questões para fixar


(ESAF - 2010 - MPOG - Analista de Planejamento e Orçamento - Prova 1) Relativamente à necessidade de
estabilização das relações jurídicas entre os cidadãos e o Estado, há dois princípios que visam garanti-la. Assinale a
resposta que contenha a correlação correta, levando em consideração os aspectos objetivos e subjetivos presentes para
a estabilização mencionada.
( ) Boa-fé;
( ) Presunção de legitimidade e legalidade dos atos da Administração;
( ) Prescrição;
( ) Decadência.
(1) Segurança Jurídica - aspecto objetivo.
(2) Proteção à confiança - aspecto subjetivo.
a) 1 / 1 / 2 / 2
b) 2 / 1 / 2 / 1
c) 2 / 2 / 1 / 1
d) 1 / 1 / 1 / 2
e) 2 / 2 / 2 / 1
Comentários:

A doutrina costuma fazer distinção entre os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança. Nessa linha, o
princípio da segurança jurídica se refere ao aspecto objetivo do conceito, indicando a necessidade de dar estabilidade às
relações jurídicas constituídas; já a proteção à confiança se ocupa do aspecto subjetivo, relacionado à crença do
indivíduo de que os atos da Administração são legais.
Quanto às alternativas, as duas primeiras, “boa-fé” e “presunção de legitimidade e legalidade dos atos da
Administração”, tratam de conceitos atinentes à percepção do indivíduo, portanto, subjetivos, relacionados à proteção à

50 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

confiança: primeiro, de que estaria agindo corretamente; e segundo, de que os atos da Administração são legais e
legítimos.
Já a “prescrição” e a “decadência” são institutos jurídicos que visam dar estabilidade às relações jurídicas; portanto, se
referem ao aspecto objetivo do conceito, relacionado à segurança jurídica.
Gabarito: alternativa “c”

(CESPE - 2013 - MI - Administrador) Suponha que a ascensão funcional de determinado servidor público tenha
decorrido de ato administrativo calcado em lei inconstitucional e que já tenha transcorrido o prazo decadencial para a
administração anular o respectivo ato. Nessa situação, admite-se a convalidação do ato administrativo de transposição
de carreira em favor do servidor, com fundamento no princípio da indisponibilidade.
Comentário:

O transcurso do prazo decadencial constitui óbice para a anulação do ato administrativo, impedindo que as relações
jurídicas possam ser indefinidamente revistas ou modificadas, ainda que o fundamento para a modificação sejam
razões de ilegalidade. Portanto, em tese, a ascensão funcional tratada no enunciado não poderia ser, de fato, revista,
ante o esgotamento do prazo decadencial. Aliás, o próprio STF já entendeu dessa forma no MS 26.393/DF ao
“reconhecer a decadência do direito de a Administração Pública rever a legalidade dos atos de ascensão funcional dos
empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, praticados entre 1993 e 1995”. No caso, tratava-se de
decisão do Tribunal de Contas da União que pretendia anular atos de ascensão funcional após o transcurso do prazo de
decadência.
Então a questão estaria certa? Não! Perceba que, embora a ascensão seja considerada forma de provimento de cargo
público ilegal, o prazo decadencial busca proteger a confiança dos administrados e garantir a estabilidade das relações
jurídicas já consolidadas no tempo. Portanto, representa aplicação do princípio da segurança jurídica e não da
indisponibilidade, daí o erro.
Gabarito: Errado

(CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) O fundamento da prescrição administrativa reside no princípio
da conservação dos valores jurídicos já concretizados, visando impedir, em razão do decurso do prazo legalmente
fixado, o exercício da autotutela por parte da administração pública.
Comentário:

A prescrição, a semelhança da decadência, é um instituto processual que impede a Administração de agir após o
decurso do prazo legalmente fixado. É uma forma de estabilizar as relações jurídicas. Diz-se que, quando ocorre a
prescrição, perde-se o direito de agir. Assim, ocorrida a prescrição, a Administração não poderá mais anular um ato,
ficando impedida, portanto, de exercer plenamente a autotutela. Pelo exposto, vê-se que o quesito está correto.
Gabarito: Certo

[1] MS 26.200/DF

[2] Carvalho Filho (2014, p. 38-39).

[3] MS 26.393

[4] MS 26.860/DF (BInfo 741)

51 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Contraditório e ampla defesa

O princípio da ampla defesa e do contraditório, embora não esteja expresso no artigo que trata da Administração
Pública, possui previsão no artigo 5º, LV da Constituição Federal:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O princípio também está previsto no caput do art. 2º da Lei 9.784/1999[1].

Hely Lopes Meirelles ensina que, ao falar em “litigantes” ao lado de “acusados”, a Constituição não limita o
contraditório e a ampla defesa aos processos administrativos punitivos em que haja acusados, mas estende tais
garantias a todos os processos administrativos, punitivos e não punitivos, ainda que neles não haja acusados, mas
simplesmente litigantes.
Com efeito, litigantes existem sempre que, num procedimento qualquer, surja um conflito de interesses, não
necessariamente uma acusação.
Um exemplo de litígio ocorre quando, numa licitação, determinada empresa é inabilitada pela Administração por não
atender a um dos requisitos do Edital e, assim, fica impedida de continuar a participar do certame. Repare, no exemplo,
que a Administração não está propriamente acusando a empresa de alguma irregularidade pela qual mereça ser punida.
O que a Administração fez foi simplesmente decidir que, conforme as regras do Edital, aquela empresa não atenderia às
suas necessidades, caracterizando, então, um conflito de interesses. Nesse caso, deverá ser assegurado à licitante o
contraditório e a ampla defesa, a fim de que ela possa demonstrar que atende aos requisitos exigidos.

Questão para fixar


(CESPE - 2013 - MI - Administrador) O desfazimento da nomeação de um agente administrativo somente pode ocorrer
depois de assegurada a ele a garantia do contraditório e da ampla defesa.
Comentário:

O item está correto. A observância ao princípio do contraditório e da ampla defesa deve ser sempre a regra quando há
um conflito de interesses entre a Administração e os administrados. No caso, o desfazimento da nomeação é um ato
desfavorável ao agente administrativo, portanto, a Administração deve garantir-lhe o direito de defesa.
Gabarito: Certo

[1] Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

52 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Especialidade
Segundo a professora Di Pietro, o princípio da especialidade é ligado à ideia de descentralização administrativa.

Assim, o Estado, ao criar pessoas jurídicas púbicas administrativas (autarquias, por exemplo), como forma de
descentralizar a prestação de serviços públicos, faz isso com a finalidade de especialização de funções: a lei que cria a
entidade estabelece com precisão as finalidades que lhe incumbe atender.
Di Pietro esclarece que, embora esse princípio seja normalmente referido às autarquias, não há razão para negar a sua
aplicação quanto às demais pessoas jurídicas, instituídas por intermédio da lei, para integrarem a Administração Pública
Indireta, a exemplo das sociedades de economia mista e empresas públicas. Sendo necessariamente criadas ou
autorizadas por lei (CF, art. 37, XIX e XX), tais entidades não podem se desviar dos objetivos legalmente definidos.

Hierarquia
O princípio da hierarquia fundamenta a forma como são estruturados os órgãos da Administração Pública, criando uma
relação de coordenação e subordinação entre uns e outros.
Segundo Di Pietro, desse princípio decorre uma série de prerrogativas para a Administração: a de rever os atos dos
subordinados, a de delegar e avocar atribuições, a de punir; para o subordinado, por outro lado, surge o dever de
obediência.
Aplicação interessante do referido postulado surgiu com a Súmula Vinculante, que criou uma espécie de subordinação
hierárquica dos órgãos do Judiciário ao Supremo Tribunal Federal. Isso porque, se a decisão judicial contrariar ou aplicar
indevidamente alguma Súmula Vinculante, o STF poderá cassar a decisão se acolher reclamação a ele dirigida e
determinar que outra seja proferida[1].

Precaução
O princípio da precaução dispõe que, havendo risco da ocorrência de danos graves, medidas preventivas devem ser
adotadas de imediato.
Carvalho Filho esclarece que o princípio da precaução teve origem no direito ambiental, a fim de se prevenir danos ao
meio-ambiente. Atualmente, porém, tem sido invocado também para a tutela do interesse público. Assim, se
determinada ocorrência acarreta risco para a coletividade, deve a Administração adotar postura de precaução para
evitar que danos potenciais venham a se concretizar.
O referido princípio provém da máxima “prevenir é melhor que remediar”. Com efeito, alguns tipos de dano, por sua
gravidade e extensão, são irreversíveis ou, no mínimo, de difícil reparação.
Para ilustrar, tome-se como exemplo as enchentes que assolam o país todos os anos. Ora, desconsiderando eventuais
anormalidades, trata-se de evento climático sazonal, portanto, de ocorrência perfeitamente previsível. Sabendo do
risco potencial que esses eventos representam para a coletividade, espera-se que o Poder Público, em homenagem ao
princípio da precaução, adote medidas preventivas para evitar que os desastres se concretizem.

Sindicabilidade
O princípio da sindicabilidade refere-se à possibilidade de se controlar as atividades da Administração.

Ser “sindicável” é ser “controlável”. Pelo princípio da sindicabilidade, então, os atos da Administração podem ser
controlados.

53 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Notadamente, a Administração se sujeita ao controle judicial, decorrente do sistema de jurisdição una, ao controle
externo, previsto no art. 70 da Constituição Federal, exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de
Contas, e ao controle interno, previsto no art. 74 da Constituição, exercido por órgãos especializados na função
controle criados dentro da estrutura organizacional do ente.
A sindicabilidade também abrange a autotutela administrativa, pela qual a Administração pode (deve) anular e/ou
revogar seus atos.

Subsidiariedade
O princípio da subsidiariedade prega que o Estado deve intervir apenas nas atividades que os particulares não
consigam exercer por sua própria iniciativa ou com seus próprios recursos. Ou seja, por esse princípio, a atividade
privada tem primazia sobre a atividade pública, sendo esta subsidiária daquela.
O princípio da subsidiariedade representa, portanto, uma limitação à atividade estatal.

[1] Di Pietro (2009, p. 70).

54 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Motivação

O princípio da motivação impõe à Administração o dever de justificar seus atos, sejam eles vinculados
ou discricionários[1], explicitando as razões que levaram à decisão, os fins buscados por meio daquela solução
administrativa e a fundamentação legal adotada.

Atenção!!

Tanto os atos administrativos vinculados como os discricionários devem ser motivados.

Diz-se que, pela motivação, o administrador público justifica sua ação indicando os pressupostos de fato (fatos que
ensejam o ato) e os pressupostos de direito (preceitos jurídicos que autorizam sua prática).
A motivação permite o controle da legalidade e da moralidade dos atos administrativos. Por exemplo, o art. 75 da
Lei 14.133/2021 apresenta uma lista de situações nas quais a licitação é dispensável. Assim, caso o administrador decida
realizar uma contratação por dispensa de licitação, deverá motivar seu ato, indicando em qual das hipóteses previstas
na lei a contratação se enquadra. Com essa motivação, os órgãos de controle terão condições de dizer se a decisão do
gestor foi tomada em conformidade com a lei ou se foi motivada por outras razões menos nobres.
A motivação também assegura o exercício da ampla defesa e do contraditório. Com efeito, o administrado terá
melhores condições de se justificar caso conheça os fundamentos da decisão que tenha afetado seu direito.
Conforme esclarece Maria Sylvia Di Pietro, a motivação, em regra, não exige formas específicas, podendo ser ou não
concomitante com o ato, além de ser feita, muitas vezes por órgão diverso daquele que proferiu a decisão.
Por exemplo, o STF reconhece a validade da chamada motivação aliunde, prevista no art. 50, §1º da Lei 9.784/1999,
pelo qual a motivação pode consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas que, nesse caso, serão partes integrantes do ato[2]. É que muitas vezes a
autoridade administrativa, a título de motivação, apenas faz menção aos fundamentos apresentados em pareces ou
instruções precedentes, sem repeti-los no documento que formaliza seu ato.

Preste atenção!

55 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Nos termos do art. 50 da Lei 9.784/1999, os atos administrativos deverão ser sempre motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Como se vê no quadro acima, em regra a motivação expressa, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, é
necessária na prática de atos que afetam o interesse ou o direito individual do administrado.
Contudo, embora a motivação prévia ou concomitante seja a regra, há certos atos cuja prática dispensa a motivação.
Cite-se, por exemplo, a possibilidade de exoneração ad nutum (a qualquer tempo) de um servidor ocupante de cargo em
comissão (de chefia ou assessoramento), como um Ministro de Estado. Nesse caso, a Administração é eximida de
apresentar motivação expressa, pois a Constituição afirma que esses cargos são de livre nomeação e exoneração.
Outro exemplo de situação que dispensa a motivação é a homologação de processo licitatório, uma vez que a lei não
exige expressa justificação para a prática desse ato.
Detalhe interessante é que a motivação, embora não seja mencionada no artigo 37 da CF, aparece em outras partes do
texto constitucional. É que a Constituição Federal exige explicitamente que as decisões administrativas dos tribunais e
do Ministério Público sejam motivadas (conforme art. 93, inciso X da CF[3], aplicável ao MP por força do art. 129, §4º da
CF).

Questões para fixar

(CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) Motivação é um princípio que exige da administração pública
indicação dos fundamentos de fato e de direito de suas decisões.
Comentário:

A questão está correta. O princípio da motivação exige que a Administração justifique seus atos, apresentado as razões
que a levaram a tomar determinada decisão. Assim, a motivação possibilita o controle da legalidade e da moralidade
dos atos administrativos. O princípio está positivado na Lei 9.784/1999 da seguinte forma:

Art. 2º Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;

56 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Gabarito: Certo

(CESPE - 2015 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Conhecimentos Gerais) A exoneração dos ocupantes de
cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa.
Comentário:

A doutrina cita a exoneração dos ocupantes de cargos em comissão como uma exceção ao princípio da motivação, uma
vez que a Constituição (art. 37, II) afirma que esses cargos são de livre nomeação e exoneração.
Assim, a autoridade competente pode, livremente, tanto nomear como exonerar pessoas para os cargos em comissão,
sem que para tanto tenha que apresentar os motivos que fundamentaram a escolha.
Gabarito: Errado

[1] Ver MS 9.944/DF


[2] Ver MS 25.518
[3] X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas
pelo voto da maioria absoluta de seus membro

57 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Continuidade do serviço público

A prestação de serviços públicos é a forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à
coletividade. Pelo princípio da continuidade do serviço público, tal atividade prestativa não pode sofrer solução de
continuidade, ou seja, não pode parar.
Ainda que fundamentalmente ligado aos serviços públicos, o princípio alcança toda e qualquer atividade
administrativa, já que “o interesse público não guarda adequação com descontinuidade e paralisações na
Administração[1]”.
Como aplicação prática do princípio tem-se, por exemplo, que o direito de greve na Administração Pública não é
absoluto, devendo ser exercido nos termos e limites definidos em lei específica, ou seja, em lei ordinária que trate
especificamente da matéria (CF, art. 37, VII).
Além disso, Maria Sylvia Di Pietro destaca as seguintes consequências concretas do princípio:

Institutos da interinidade, suplência, delegação e substituição para preencher funções públicas


temporariamente vagas;
Vedação de o particular contratado, dentro de certos limites, impor contra a Administração a exceção de
contrato não cumprido. Nesse caso, o Estado pode ficar até 2 (dois) meses sem pagar e a empresa
contratada ainda assim tem o dever de manter a execução dos serviços regidos pela Lei 14.133/2021 (art. 137,
§ 2º, inciso IV).

Em homenagem ao princípio da continuidade do serviço público, o Tribunal de Contas da União tem, em determinadas
situações, admitido a manutenção temporária de contratos administrativos que digam respeito à execução de serviços
essenciais, mas que tenham se originado de certames licitatórios irregulares. No lugar do rompimento imediato do
contrato – o que geraria transtornos à sociedade – é costumeira a determinação para que a Administração promova
nova licitação para a supressão dos vícios, permitindo a continuidade da prestação dos serviços pelo tempo necessário
à realização de nova contratação[2].
Ressalte-se que a continuidade do serviço público possui ligação com o princípio da eficiência, pois um dos aspectos da
qualidade dos serviços é que não sejam interrompidos[3].
Como todos os princípios, a continuidade do serviço público também não possui caráter absoluto. Assim, algumas
situações justificam a paralisação temporária da atividade, por exemplo, quando se necessita fazer reparos técnicos ou
realizar obras para a melhoria da expansão dos serviços. Outra situação em que se admite excepcionar o princípio é
quando o usuário de serviços tarifados, como energia elétrica e telefonia, deixa de pagar a tarifa devida. Nessa hipótese,
os serviços devem ser reestabelecidos tão logo seja quitado o débito.

Questão para fixar

(ESAF - 2012 - CGU - Analista de Finanças e Controle - prova 2 - Conhecimentos específicos) A impossibilidade de o
particular prestador de serviço público por delegação interromper sua prestação é restrição que decorre do seguinte
princípio:

58 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) Legalidade.
b) Autotutela.
c) Proporcionalidade.
d) Continuidade do Serviço Público.
e) Moralidade.
Comentários:

A assertiva refere-se ao princípio da continuidade do serviço público, pelo qual a prestação de serviços públicos deve
ser realizada sem interrupção. Lembrando que os serviços públicos podem ser prestados diretamente, quando
executados pela Administração, ou indiretamente, quando delegados a particulares, mediante institutos como
permissão, concessão ou cessão de uso. Em qualquer hipótese, os serviços públicos não podem parar. Por isso é que, a
fim de assegurar a continuidade, a Administração possui a prerrogativa de encampar a concessão de serviço público, ou
seja, retomar para si a execução do serviço por motivos de interesse público.
Gabarito: alternativa “d”

[1] Carvalho Filho (2014, p. 36).


[2] Ver Acórdão 57/2000-TCU-Plenário
[3] Frise-se, porém, que para a doutrina, o serviço contínuo não precisa ser diário. Por exemplo, a Justiça Eleitoral não
é um serviço diário, contudo, atende plenamente o princípio da continuidade, pois é intermitente e regular.

59 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Outros princípios

No bloco de questões a seguir, vamos aprender mais alguns princípios implícitos que também podem ser cobrados em
prova:

1. A possibilidade jurídica de submeter-se efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de
lesão de direito a algum tipo de controle denomina-se:
a) Princípio da legalidade.
b) Princípio da sindicabilidade.
c) Princípio da responsividade.
d) Princípio da sancionabilidade.
e) Princípio da subsidiariedade.

Comentário:
O enunciado refere-se ao princípio da sindicabilidade. Segundo o dicionário Michaelis online, sindicar significa “fazer
sindicância em; inspecionar determinados serviços públicos para verificar a maneira como eles têm decorrido”.
Assim, pelo princípio da sindicabilidade, os atos administrativos podem ser controlados, inspecionados, com a
finalidade de verificar se guardam consonância com a lei e com os princípios que regem a Administração Pública.
O comando da questão reproduz parte do art. 5º, XXXV da CF, pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Portanto, faz alusão ao controle judicial dos atos administrativos. Porém, não
se pode olvidar que a Administração também se submete ao controle externo, a cargo do Poder Legislativo, com o
auxílio do Tribunal de Contas (CF, art. 70) e ao controle interno, realizado por órgãos especializados dentro do
próprio Poder (CF, art. 74). Além disso, a sindicabilidade também abrange a autotutela, pela qual a Administração
pode controlar seus próprios atos, anulando-os em caso de ilegalidade, ou revogando-os por razões de conveniência
e oportunidade.
Gabarito: alternativa “b”

2. [ Cespe – MIN 2013 ] O princípio da gratuidade aplica-se a todo e qualquer processo administrativo.
Comentário:
O princípio da gratuidade está consagrado na Lei 9.784/1999, nos seguintes termos:
Art. 2º (...)
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

60 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Como se vê, a gratuidade é a regra nos processos administrativos; porém, também não é um princípio
absoluto, eis que a lei pode prever exceções. Por exemplo, caso o administrado requeira cópias dos processos
administrativos, admite-se a cobrança por elas. Portanto, a questão está errada.
Por oportuno, vale conhecer a Súmula Vinculante 21 do STF, pela qual:
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.
Segundo o entendimento do Supremo, a exigência de pagamento para que o indivíduo possa interpor recurso
administrativo constitui obstáculo sério (e intransponível, para consideráveis parcelas da população) ao exercício do
direito de petição, além de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório, podendo significar, na prática, em
supressão do direito de recorrer.
Gabarito: Errado

3. [ Cespe – FUB 2016 ] O princípio fundamental do controle determina que o controle das atividades da
administração federal seja exercido em todos os seus níveis e órgãos, sem exceções.
Comentário:
O controle, de fato, é um princípio fundamental a ser obedecido pela Administração Federal, em conformidade com
o art. 6º do Decreto-Lei 200/1967:
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Controle.
Essa mesma norma preceitua que o controle deverá ser exercido em todos os níveis e em todos os órgãos. Veja:
Art. 13 O controle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos,
compreendendo, particularmente:
a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância das normas que governam a
atividade específica do órgão controlado;
b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais que regulam o exercício das
atividades auxiliares;
c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de
contabilidade e auditoria.
É verdade que o Decreto-Lei não fala explicitamente que o controle será exercido “sem exceções”, mas podemos
considerar essa afirmação correta, afinal, estamos em um Estado de Direito, no qual não há espaços para a
existência de atos praticados por agentes públicos que não possam ser submetidos ao controle da sociedade.
Gabarito: Certo

61 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

4. [ Cespe – FUB 2016 ] Acerca dos princípios fundamentais que regem a administração pública brasileira,
julgue o item a seguir. Entre esses princípios inclui-se aquele que autoriza que o administrador público federal, em
determinadas situações, delegue competência para a prática de atos administrativos.
Comentário:
A banca retirou essa questão do art. 6º do Decreto-Lei 200/1967:
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Controle.
Lembrando que a possibilidade de delegação dos atos administrativos também é prevista na Lei 9.784/99:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Gabarito: Certo

*****

62 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Questões comentadas da banca Cespe


1. (Cespe – Sefaz/RS 2018) O fenômeno conhecido como deslegalização consiste:

a) na permissão do Poder Legislativo ao Poder Executivo de editar normas de caráter técnico, de maneira inovadora.

b) na edição de ato regulamentar que extrapole a norma regulamentada.

c) no excesso de decretos regulamentares existentes.

d) na edição indiscriminada de medidas provisórias.

e) na possibilidade de o Poder Executivo editar normas de caráter geral.

Comentário: A dificuldade de o Poder Legislativo regulamentar determinadas matérias de alta complexidade técnica
leva ao fenômeno da deslegalização, em que a competência para regular certas matérias é transferida da lei para
outras fontes normativas por autorização do próprio legislador. Ou seja, a normatização sai do domínio da lei para o
domínio de ato regulamentar de órgão ou entidade do poder executivo. É exatamente o que descreve a alternativa ‘a’
da questão.
Gabarito: alternativa “a”.

2. (Cespe – MP/PI 2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do
interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
Comentário:

Justamente em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, a Administração possui uma
série de privilégios não concedidos a particulares, como a possibilidade de alterar unilateralmente contratos, aplicar
sanções, desapropriar bens, dentre outros.
Gabarito: Errado

3. (Cespe – PM/AL 2018) A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio tanto
das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da inexistência de restrições à atuação da
administração pública.
Comentário:

A supremacia do interesse público é um princípio implícito que é característico do regime de direito público, sendo um
dos pilares do chamado regime jurídico-administrativo, então quanto a parte do enunciado que faz essa associação
não há nenhum erro.
Dito isso, a supremacia do interesse público, na realidade, fundamenta as prerrogativas especiais de que dispõe a
administração como instrumento para a consecução dos fins que a Constituição e que as leis lhes impõem. A
consequência desse princípio é que, existindo conflito entre o interesse público e o interesse particular prevalece o
interesse público, mas, ainda assim, os direitos e garantias individuais expressos em nosso ordenamento jurídico devem
ser respeitados.
Com isso em mente, não é possível dizer que inexistem restrições a atuação da administração pública com base em tal
postulado. Ademais, como ressaltado anteriormente, a supremacia do interesse público é um dos pilares do regime
jurídico-administrativo, acompanhada pela indisponibilidade do interesse público, outro princípio implícito muito
ligado a legalidade que traz as restrições especiais impostas à atividade administrativa.
Gabarito: Errada

63 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

4. (Cespe – PM/AL 2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser
realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas constar imagens que possam
configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da
impessoalidade.
Comentário:

A questão parafraseia o §1º, art. 37 da Constituição Federal, que determina expressamente:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
(...)

§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Note, também, que a violação do princípio da impessoalidade é exatamente a consequência de violação dessa regra.
Isso porque esse princípio é tratado tanto como determinante da finalidade de toda a atuação administrativa quanto
como vedação a que o agente público se promova às custas das realizações da administração pública.
Gabarito: Certa

5. (Cespe – PM/AL 2018) Pode a administração pública anular atos administrativos caso estejam eles marcados
por vício ou, ainda, revogá-los conforme juízo de oportunidade e conveniência.
Comentário:

A súmula 473 do STF, que deriva do poder de autotutela, determina exatamente que a Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Gabarito: Certa

6. (Cespe – TCE/PB 2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de
solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a
administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a
administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por
motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da:
a) moralidade administrativa.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) especialidade.

e) legalidade.

Comentário:

O enunciado refere-se ao princípio da autotutela, mediante o qual a Administração Pública pode exercer o controle
administrativo de seus próprios atos, anulando-os por motivos de ilegalidade, ou revogando-os por motivos de

64 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

conveniência ou oportunidade. Nesse contexto, a alternativa “c” é o gabarito da questão.


Gabarito: alternativa “c”

7. (Cespe – CAGE/RS 2018) A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

c) legalidade.

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

Comentário:

As cláusulas exorbitantes são prerrogativas de direito público conferidas pela lei ao Poder Público no contrato
administrativo, dotando-a de uma posição de supremacia em relação à parte contratada. Nesse contexto, refletem o
princípio da supremacia do interesse público, que deve prevalecer face a interesses particulares (alternativa “e”).
Gabarito: alternativa “e”

8. (Cespe – CGM/JP 2018) O princípio da eficiência determina que a administração pública direta e indireta adote
critérios necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e garantindo a maior
rentabilidade social.
Comentário:

O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público. Assim, o item está
correto.
Gabarito: Certo

9. (Cespe – CGM/JP 2018) Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os seus
atos ilegais, independentemente de provocação.
Comentário:

Mais um item correto. A autotutela consiste na prerrogativa da Administração Pública de rever seus próprios atos,
anulando-os se ilegais e revogando-os se inconvenientes ou inoportunos. Tal prerrogativa independe de provocação da
pessoa interessada, podendo ser exercida de ofício.
Gabarito: Certo

10. (Cespe – PC/MA 2018) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível, com a finalidade
de obter o melhor resultado, atende ao princípio da:
a) eficiência.

b) legalidade.

c) impessoalidade.

d) moralidade.

65 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) publicidade.

Comentário:

Os princípios elencados nas alternativas desta questão estão previstos expressamente no art. 37, caput, CF/88, e são:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (popularmente chamados de LIMPE). Vamos, a seguir,
comentar cada um deles e identificar qual é atendido quando a conduta do agente público busca o melhor desempenho
possível, com a finalidade de obter o melhor resultado.
a) CERTA. A eficiência, ligada a ideia de administração gerencial, exige da atuação do agente público o melhor
desempenho possível, de forma que os melhores resultados sejam obtidos. Seguindo a mesma lógica, a administração
pública deve ser organizada da forma mais racional possível, de forma a atingir os melhores resultados no
desempenhos de suas funções. Relaciona-se ao melhoramento da relação de custo/benefício da atividade da
administração.
b) ERRADA. A legalidade, enquanto princípio aplicável ao direito administrativo, impõe que a administração pública
obedeça estritamente ao estipulado na lei em caso de práticas vinculadas, ou observe os termos, condições e limites
autorizados na lei, quando a atuação é discricionária.
c) ERRADA. O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que a atuação da administração deve visar sempre o
interesse público, não buscando o favorecimento ou prejuízo de agente público ou de terceiros. Esse princípio veda a
pessoalização das realizações da administração pública, impedindo a promoção pessoal do agente.
d) ERRADA. A moralidade administrativa impõe juridicamente aos agentes administrativos uma atuação ética, sendo
um princípio ligado à probidade e boa fé. Ressalte-se que a doutrina é enfática sobre a independência entre a
moralidade administrativa e a concepção subjetiva de conduta moral, ética, que o agente público guarda. O que
importa, para o direito administrativo é a noção objetiva de moralidade que existe no ordenamento jurídico e é imposta
à conduta de agentes públicos.
e) ERRADA. A publicidade, enquanto princípio, obriga a atuação transparente da administração pública, coibindo
práticas injustificadamente sigilosas. Um efeito desse princípio é a imposição, por exemplo, da publicação dos atos
administrativos que produzem efeito externo ou implicam em ônus ao patrimônio público, sendo esse um requisito de
eficácia desses atos.
Gabarito: alternativa “a”

11. (Cespe – STJ 2018) Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha publicitária
para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da sua campanha
eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.
Comentário:

O ato do prefeito representou clara afronta ao princípio da impessoalidade, o qual proíbe a utilização de símbolos e
imagens pessoais nos atos administrativos como forma de promover o agente público. Tal vedação, inclusive, encontra-
se expressa na Constituição:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Errado

12. (Cespe– ABIN 2018) O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura da produtividade e
economicidade, sendo este um dever constitucional da administração, que não poderá ser desrespeitado pelos agentes

66 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

públicos, sob pena de responsabilização pelos seus atos.


Comentário:

O princípio da eficiência busca exatamente desenvolver um maior rendimento funcional da Administração Pública.
Assim, expressões como “produtividade”, “economicidade”, “tempestividade”, “presteza”, “qualidade”, dentre outras,
estão sempre relacionadas a esse princípio.
Importante lembrar que os atos praticados em desconformidade com os princípios da Administração Pública, inclusive
o princípio da eficiência, são nulos, sujeitando o agente público à responsabilização por seus atos.
Gabarito: Certo

13. (Cespe– IPHAN – 2018) Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN deve obedecer aos
preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
Comentário:

O item está correto. O caput do art. 37 da CF dispõe que a “administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
Portanto, o comando constitucional sujeita aos princípios da Administração Pública toda a administração indireta,
incluindo fundações e autarquias da mesma forma que empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica.
Gabarito: Certo

14. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para
apreciar atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.
Comentário:

O princípio da autotutela permite que a Administração Pública – e não o Poder Judiciário – aprecie seus próprios atos,
anulando os ilegais e revogando os inoportunos e inconvenientes.
Gabarito: Errado

15. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios
da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a autoridade competente
verificar ilegalidade em ato da própria administração.
Comentário:

Por estar sujeita ao princípio da legalidade e da indisponibilidade do interesse público, a Administração deve sempre
praticar seus atos em conformidade com a lei e com o interesse público. Caso verifique algum desvio, ela própria – a
Administração Pública – tem o poder-dever de exercer a autotutela para anular os atos ilegais ou para revogar os atos
que se tornarem inoportunos e inconvenientes ao interesse público.
Detalhe é que o poder de autotutela pode ser exercido pela Administração tanto de ofício como mediante provocação.

Gabarito: Certo

16. (Cespe– ABIN – 2018) São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a
supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o segundo, fundamentado
nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento da sociedade.
Comentário:

67 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Legalidade e supremacia do interesse público são dois dos princípios da Administração Pública, sendo o primeiro um
princípio expresso e o segundo um princípio implícito. Detalhe é que o princípio da legalidade também é utilizado como
sinônimo do princípio da “indisponibilidade do interesse público”, o qual fundamenta as restrições impostas pela lei à
Administração Pública. Dessa forma, também é correto afirmar que o binômio de princípios que forma o regime
jurídico-administrativo é composto pelos princípios da legalidade (= indisponibilidade do interesse público) e da
supremacia do interesse público.
Gabarito: Certo

17. (Cespe– PC/MA 2018) A revisão, de ofício, pela administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a
servidor público por meio de regular processo administrativo é:
a) vedada, em razão da necessidade de provocação do servidor público.

b) permitida, ainda que tenha ocorrido a preclusão administrativa, em razão do princípio da autotutela.

c) permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.

d) permitida apenas se as alegações da revisão coincidirem com as suscitadas pela parte no decorrer do processo.

e) vedada, em obediência ao princípio da economia processual.

Comentário:

Essa questão trata da revisão administrativa, que é um procedimento previsto no Capítulo XV da Lei 9.784/99 (Do
Recurso Administrativo e da Revisão) e especificado em seu art. 65.
A revisão administrativa é aplicável a processos administrativos de que resultem sanções. Esses processos podem ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada. Tem-se que a revisão do processo não poderá resultar em agravamento
da sanção.
O princípio que embasa a revisão é a oficialidade. Sobre esse tema, é preciso ter em mente que o processo judicial traz
consigo uma jurisdição inerte, em regra, e isso significa que as partes iniciam e impulsionam o processo e o judiciário
apenas excepcionalmente atua de ofício.
O processo administrativo, por outro lado, conta com o princípio da oficialidade, que se expressa no poder da
administração instaurar o processo, instruir o processo e revisar as suas decisões, já que esses procedimentos podem
ocorrem de ofício.
Assim, a revisão, de ofício, pela administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a servidor público por meio
de regular processo administrativo é permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.
Gabarito: alternativa “c”

18. (Cespe– PC/MA 2018) O preenchimento de cargos públicos mediante concurso público, por privilegiar a
isonomia entre os concorrentes, constitui expressão do princípio constitucional fundamental:
a) federativo.

b) da eficiência.

c) da separação de poderes.

d) do valor social do trabalho.

e) republicano.

68 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Comentário:

Essa é uma questão que demanda conhecimentos sobre um princípio que não é geralmente tratado pelos
administrativistas, mas já foi cobrado anteriormente pela Cespe, o princípio republicano.
O princípio republicano, de forma bem simplificada, relaciona-se a forma republicana de governo, na qual a
administração da República (res publica - coisa do povo) rejeita uma sociedade dividia em castas e baseada em
privilégios, fundamentando-se na legitimidade popular a serviço e no interesse da própria população (elementos:
eletividade direta ou indireta, temporalidade dos mandatos eletivos, representatividade popular, responsabilidade das
autoridades; configuração de todos os cargos de Estado, políticos e não políticos, em termos de um estatuto jurídico
traduzido em situações funcionais, e não em privilégios).
José dos Santos Carvalho Filho ensina que concurso público é o procedimento administrativo que tem por fim aferir as
aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções públicas. Ou seja, os
concursos públicos são formas de preenchimentos dos cargos públicos que afastam concessão de privilégios na seleção
de agentes e privilegia o interesse público. Cuida-se, na verdade, do mais idôneo meio de recrutamento de servidores
públicos e está direcionado à boa administração, que, por sua vez, representa um dos axiomas republicanos.
O preenchimento de cargos públicos através de concursos públicos ao respeitar a isonomia é verdadeira expressão do
princípio republicano.
Gabarito: alternativa “e”

19. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à
administração pública direta e indireta do DF.
Comentário:

Os princípios constitucionais expressos são aqueles listados no art. 37, caput da Constituição Federal, quais sejam,
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Importante perceber que tais princípios devem ser observados por toda a Administração Pública, direta e indireta, de
qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Portanto, é correto afirmar que
legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à administração pública direta e indireta do
DF.
Gabarito: Certo

20. (Cespe – Ibama 2013) O princípio da moralidade e o da eficiência estão expressamente previstos na CF, ao passo
que o da proporcionalidade constitui princípio implícito, não positivado no texto constitucional.
Comentário:

Os princípios da Administração Pública considerados expressos são os listados no art. 37, caput, da Constituição
Federal. Vejamos:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
Para guardar esses princípios, utilize o mnemônico LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.
Portanto, é correto afirmar que moralidade e eficiência são princípios expressos, e que proporcionalidade constitui
princípio apenas implícito.
Gabarito: Certo

69 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

21. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O art. 37, caput, da Constituição Federal indica expressamente à
administração pública direta e indireta princípios a serem seguidos, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, entre outros princípios não elencados no referido artigo.
Comentário:

O item está correto. Os princípios da Administração Pública considerados expressos são os listados no art. 37, caput, da
Constituição Federal, quais sejam: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (LIMPE). Além
destes, diversos outros princípios estão implícitos na Constituição ou expressos na legislação infraconstitucional, como
os princípios da segurança jurídica, da razoabilidade, da proporcionalidade, da autotutela, da sindicabilidade etc.
Gabarito: Certo

22. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da
administração pública encontram-se explicitamente no texto da Constituição Federal, como é o caso do princípio da
supremacia do interesse público.
Comentário:

O item está errado. Apenas parte dos princípios que orientam a atividade da Administração Pública estão expressos na
Constituição Federal, no caput do art. 37. São eles: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência
(LIMPE). Muitos outros se encontram implícitos no texto da Constituição ou expressos na legislação infraconstitucional,
dentre eles o da supremacia do interesse público, da motivação, da segurança jurídica, da continuidade do serviço
público etc.
Gabarito: Errado

23. (Cespe – TRE/ES 2011) Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública direta, autárquica e fundacional, mas não às
empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica.
Comentário:

O item está errado. O caput do art. 37 da CF dispõe que a “administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
Portanto, o comando constitucional sujeita aos princípios da Administração Pública toda a administração indireta,
incluindo fundações e autarquias da mesma forma que empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica.
Gabarito: Errado

24. (Cespe – MDIC 2014) Os princípios da administração pública expressamente dispostos na CF não se aplicam às
sociedades de economia mista e às empresas públicas, em razão da natureza eminentemente empresarial dessas
entidades.
Comentário:

Questão idêntica à anterior. As sociedades de economia mista e as empresas públicas, mesmo que sejam
exploradoras de atividade econômica, devem observar os princípios administrativos, daí o erro. Dessa forma, a Caixa
Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Petrobrás, exemplos de entidades da administração indireta que exploram
atividade econômica, devem respeitar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Gabarito: Errado

25. (Cespe – TCDF 2014) Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está impedida de tomar
decisões fundamentadas nos costumes.

70 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Comentário:

O quesito está errado. Vimos que os costumes são fontes do Direito Administrativo e, portanto, podem ser utilizados
para pautar a atuação administrativa. Devemos saber, todavia, que o uso dos costumes encontra-se bastante esvaziado
em decorrência do princípio da legalidade. Ainda assim, a doutrina assevera que os costumes podem ser utilizados
quando houver deficiência legislativa, suprindo, assim, o texto legal. Apesar de representar uma situação um tanto
estranha, uma vez que a atuação da Administração só deve ocorrer quando existir lei, a doutrina entende que a adoção
reiterada de determinadas condutas administrativas passa a constituir a praxe administrativa. Com isso, os
administrados passam a considerar a atuação da Administração como legal (sentimento de obrigatoriedade) e, assim,
não podem ser prejudicados por eventual mudança de conduta. Por isso é que os costumes preservam-se como fonte
do Direito e podem servir de base para a tomada de decisão, desde que não ocorra contra a lei.
Gabarito: Errado

26. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da legalidade implica dispor o administrador público no
exercício de seu munus de espaço decisório de estrita circunscrição permissiva da lei em vigor, conforme ocorre com
agentes particulares e árbitros comerciais.
Comentário:

O item está errado. Munus é uma expressão que significa encargo ou atribuição. A questão, portanto, igualou o espaço
decisório do administrador público ao dos agentes particulares, ou seja, o item afirmou que, no exercício de suas
atribuições, o agente público possui as mesmas restrições decorrentes do princípio da legalidade que os agentes
particulares.
Vimos que isso é errado, afinal, o agente público só pode fazer o que a lei permitir, seguindo a autonomia da lei; por
outro lado, agente privado pode fazer tudo o que não estiver proibido em lei, seguindo a autonomia da vontade. Diz-se,
assim, que a lei tem um aspecto negativo para os particulares, pois restringe o seu campo de atuação. Já para o setor
público, a lei tem conotação positiva, porque a Administração só poderá agir quando houver previsão legal.
Gabarito: Errado

27. (Cespe – Ibama 2012) De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio
constituem exceção ao princípio da legalidade na administração pública.
Comentário:

O quesito está correto. Conforme ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello, a medida provisória, o estado de
defesa e o estado de sítio são exceções ao princípio da legalidade. O primeiro por ser um diploma normativo de
exceção e precariedade, pois só é aplicável em caso de “relevância e urgência”. Os dois últimos por restringirem direitos
em situações excepcionais.
Gabarito: Certo

28. (Cespe – TRE/ES 2011) Enquanto na administração privada só é permitido fazer o que a lei autoriza, na
administração pública é lícito fazer tudo que a lei não proíbe.
Comentário:

A questão está errada, pois inverteu os conceitos:

“Enquanto na administração privada pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, na administração pública privada
é lícito fazer tudo que a lei não proíbe.”
Gabarito: Errado

71 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

29. (Cespe – Procurador MPTCDF 2013) Por força do princípio da legalidade, a administração pública não está
autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressupostos.
Comentário:

Toda a atividade da Administração Pública está adstrita aos ditames da lei. Não pode o agente público dar
interpretação extensiva ou restritiva a determinado dispositivo, se a norma assim não dispuser. Todos os limites,
máximos e mínimos, da atuação estatal estão previstos na lei. Dessa forma, é certo dizer que, por força do princípio da
legalidade, a Administração não está autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem
ausentes seus pressupostos. Por exemplo, conforme dispõe a Lei 8.112/1990, é pressuposto para a concessão de licença
para capacitação que o servidor não esteja em estágio probatório. Portanto, uma vez que as decisões da Administração
devem se balizar pelos limites da lei, eventual pedido de licença para capacitação encaminhado por servidor que ainda
não tenha sido aprovado no estágio não poderá ser deferido, ainda que se reconheça a pertinência do curso pleiteado
para o seu aprimoramento profissional.
Gabarito: Certo

30. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de governo,
fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá, pela autoridade, violação
de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.
Comentário:

Uma das vertentes do princípio da impessoalidade é a que veda a promoção pessoal do agente público às custas das
suas realizações na Administração Pública. Portanto, se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado
programa de governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá,
pela autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade. Assim, o quesito está correto.
Com efeito, além do princípio da impessoalidade em si, a autoridade estará desobedecendo um dispositivo
constitucional expresso (CF, art. 37, §1º):
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Certo

31. (Cespe – INSS 2016) Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações administrativo-


governamentais são imputadas ao ente público e não ao agente público.
Comentário:

O princípio da impessoalidade veda a promoção pessoal do agente à custa das realizações da Administração Pública.
Assim, as realizações governamentais não devem ser atribuídas ao agente ou à autoridade que as pratica. Estes apenas
lhes dão forma. Ao contrário, os atos e provimentos administrativos devem ser vistos como manifestações
institucionais do órgão ou da entidade pública. O servidor ou autoridade é apenas o meio de manifestação da
vontade estatal.
Gabarito: Certo

32. (Cespe – INSS 2016) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.
Comentário:

A doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe da concepção subjetiva, isto é, da moral comum, da
ideia pessoal do agente sobre o que é certo ou errado em termos éticos. Na verdade, o que importa é a noção objetiva
do conceito, ou seja, a moralidade administrativa, passível de ser extraída do conjunto de normas concernentes à

72 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

conduta de agentes públicos existentes no ordenamento jurídico, relacionada à ideia geral de boa administração.
Assim, na análise da moralidade administrativa, não é imprescindível avaliar a intenção do agente.
Por exemplo, se uma autoridade nomear um parente até o terceiro grau para cargo em comissão estará ofendendo o
principio da moralidade, ainda que esteja com a melhor das intenções. Não importa, no caso, que esse parente seja
muito competente e que a intenção da autoridade esteja totalmente voltada ao interesse público. Isso porque o
nepotismo é proibido em nosso ordenamento jurídico, objetivamente. Assim, o simples fato de nomear um parente até
o terceiro grau para cargo em comissão representa uma ofensa princípio da moralidade.
Lembre-se do detalhe sobre cargos políticos. A nomeação de parentes para cargos políticos, em regra, não ofende o
princípio da moralidade porque, no entendimento do STF, não há vedação para isso no enunciado da súmula vinculante
nº 13 do próprio STF. Mas, note que até mesmo nesse caso, também não será necessário, obrigatoriamente, aferir a
intenção do agente. Se a autoridade nomear um parente totalmente despreparado para um cargo político, isso
também poderá ofender os princípios administrativos em decorrência das características do nomeado. Por exemplo, se
a autoridade nomear alguém sem qualquer habilidade para um cargo político, mas, quando você for avaliar a "intenção"
dessa autoridade, verificar que é a melhor possível, que a autoridade "realmente" acha que aquilo está certo e vai
atender o interesse público. Essa nomeação mereceria ser mantida só porque a “intenção” da autoridade é boa? Lógico
que não, né?! Portanto, o que importa não é o que agente acha ser bom ou mal, certo ou errado, mas o que a lei diz que
é. Essa é a chamada "moral administrativa", que independe da moral comum, ou seja, da intenção do agente, embora
às vezes elas se confundam. Nem sempre o que é certo pra mim é certo pra você. Por isso não dá para "confiar" na
intenção do agente.
Gabarito: Errado

33. (Cespe – FUB 2016) O dever do administrador público de agir de forma ética e com boa-fé se refere ao seu dever
de eficiência.
Comentário:

O dever do administrador público de agir de forma ética e com boa-fé se refere ao princípio de moralidade, e não de
eficiência.
Gabarito: Errado

34. (Cespe – PC/GO 2016) Sem ter sido aprovado em concurso público, um indivíduo foi contratado para exercer
cargo em uma delegacia de polícia de determinado município, por ter contribuído na campanha política do agente
contratante.
Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da:

a) supremacia do interesse público.

b) impessoalidade.

c) eficiência.

d) publicidade.

e) indisponibilidade.

Comentário:

No caso, o indivíduo não foi admitido no cargo em comissão em razão de suas competências profissionais, e sim por
razões pessoais, por ter contribuído na campanha política do agente contratante. Logo, houve clara violação ao
princípio da impessoalidade (alternativa “b”), o qual veda que a Administração favoreça esta ou aquela pessoa em
especial.

73 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Detalhe é que a Administração pode nomear pessoas para cargos em comissão sem concurso público, mas mesmo
essas nomeações devem observar os princípios administrativos.
Gabarito: alternativa “b”

35. (Cespe – TJDFT 2013) Haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa sempre que o comportamento
da administração, embora em consonância com a lei, ofender a moral, os bons costumes, as regras de boa
administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade.
Comentário:

Aqui vale a máxima: nem tudo que é legal é moral. Assim, é correto afirmar que atenta contra o princípio da
moralidade o comportamento da administração que, embora em consonância com a lei, venha a ofender a moral, os
bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade. Como
exemplo, imagine que determinado município gastou grande parte do orçamento para adquirir, mediante regular
licitação, um carro de luxo para uso exclusivo do prefeito, enquanto todas as ambulâncias da cidade estavam sem
condições de uso. Ora, ainda que a aquisição do carro tenha observado todos os preceitos da lei de licitações, sendo,
portanto, legal, não poderia ser considerada moral, pois desprezou outras necessidades mais urgentes da população.
Gabarito: Certo

36. (Cespe – TJ/SE 2014) Em consonância com os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade, o
STF, por meio da Súmula Vinculante n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração pública,
inclusive a efetuada mediante designações recíprocas — nepotismo cruzado.
Comentário:

A questão está correta, nos termos da Súmula Vinculante nº 13 do STF, abaixo transcrita:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
A expressão “ajuste mediante designações recíprocas” na parte final da Súmula veda o chamado nepotismo cruzado,
que ocorre quando há uma espécie de troca de favores, ou seja, um ajuste que garante nomeações recíprocas de
parentes de autoridades. É o caso, por exemplo, do Prefeito que contrata um parente do presidente da Câmara e este,
por sua vez, nomeia um parente do Prefeito.
Lembrando que a vedação ao nepotismo, em regra, não alcança a nomeação para cargos políticos (ex: ministros,
secretários municipais e estaduais), exceto se ficar demonstrado que a nomeação se deu exclusivamente por causa do
parentesco (o nomeado não possui qualquer qualificação que justifique a sua escolha).
Gabarito: Certo

37. (Cespe – TRT 5ª Região 2013) Segundo o STF, é imprescindível a existência de norma legal específica com vistas
a coibir a prática do nepotismo, haja vista que a vedação a essa prática decorre diretamente das normas constitucionais
aplicáveis à administração pública, em especial do princípio da moralidade.
Comentário:

A questão está errada. O tema é objeto de decisão do STF na qual declarou a constitucionalidade de Resolução do
Conselho Nacional de Justiça (normal infralegal) que vedava expressamente a prática de nepotismo. Vejamos a ementa:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL DA RESOLUÇÃO Nº 07, de 18.10.05, DO
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE "DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS, EMPREGOS E
FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM

74 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

CARGOS DE DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS


PROVIDÊNCIAS". PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. Os condicionamentos impostos pela Resolução nº 07/05, do CNJ, não
atentam contra a liberdade de prover e desprover cargos em comissão e funções de confiança. As restrições constantes
do ato resolutivo são, no rigor dos termos, as mesmas já impostas pela Constituição de 1988, dedutíveis dos
republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade. (...) 3. Ação julgada procedente
para: a) emprestar interpretação conforme à Constituição para deduzir a função de chefia do substantivo "direção" nos
incisos II, III, IV, V do artigo 2° do ato normativo em foco; b) declarar a constitucionalidade da Resolução nº 07/2005, do
Conselho Nacional de Justiça (ADC 12/DF, DJ 18/12/2009)
Como se vê, no caso, a Suprema Corte entendeu que a prática do nepotismo no Judiciário poderia ser combatida por
meio da referida Resolução do CNJ, norma de natureza infralegal, ou seja, a situação não reclamava a edição de lei
formal, eis que as restrições ao nepotismo impostas pela norma seriam decorrência lógica dos princípios constitucionais
da impessoalidade, eficiência, igualdade e moralidade.
Na verdade, aprofundando mais o assunto, percebe-se que, na visão do STF, não seria necessário nenhuma espécie de
diploma regulamentar para coibir o nepotismo, visto que os próprios princípios constitucionais já teriam força mais que
suficiente para tanto.
Ressalte-se que, atualmente, o nepotismo é vedado pela Súmula Vinculante nº 13, a qual, diferentemente da referida
Resolução do CNJ, que incidia apenas sobre o Judiciário, se aplica à administração direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Gabarito: Errado

38. (Cespe – Procurador DF 2013) Com fundamento no princípio da moralidade e da impessoalidade, o STF entende
que, independentemente de previsão em lei formal, constitui violação à CF a nomeação de sobrinho da autoridade
nomeante para o exercício de cargo em comissão, ainda que para cargo político, como o de secretário estadual.
Comentário:

A primeira parte do quesito está correta (com fundamento no princípio da moralidade e da impessoalidade, o STF
entende que, independentemente de previsão em lei formal, constitui violação à CF a nomeação de sobrinho da
autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão...). De fato, segundo o entendimento da Suprema Corte, o
nepotismo constitui ofensa direta aos princípios constitucionais, dentre eles a moralidade e a impessoalidade, não
sendo necessária a edição de lei formal para coibi-lo. Tanto é que, atualmente, o tema é objeto da SV nº 13.
Não obstante, a parte final macula a questão (...ainda que para cargo político, como o de secretário estadual), pois, na
visão do STF, a vedação ao nepotismo presente na Súmula Vinculante nº 13 não alcança os agentes políticos, como os
Secretário de Estado ou de Município, e isso em virtude da própria natureza desses cargos, eminentemente política,
diversa, portanto, da que caracteriza os cargos e funções de confiança em geral, os quais têm feição nitidamente
administrativa .
Gabarito: Errado

39. (Cespe – Ibama 2012) Caracteriza nepotismo a nomeação de familiar de servidor efetivo do IBAMA que, em
razão de sua qualificação, seja convidado a ocupar uma das diretorias dessa autarquia.
Comentário:

A questão exige uma análise mais detalhada da Súmula Vinculante nº 13. Vamos transcrevê-la novamente, destacando
os itens mais importantes para resolver o item:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da [1] autoridade nomeante ou de [2] servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

75 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Como se vê, a vedação é para a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, das seguintes pessoas: [1] autoridade nomeante; ou [2] servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento.
A questão está falando que a pessoa nomeada é familiar de servidor efetivo, que não é uma das pessoas que
mencionamos acima. Logo, o item está errado.
Gabarito: Errado

40. (Cespe – TRE/ES 2011) Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho para
um cargo em comissão subordinado.
Comentário:

O item está correto. A autoridade que nomear o sobrinho (linha colateral de 3º grau) para um cargo em comissão
subordinado estará contrariando os princípios constitucionais, conforme consta na súmula vinculante nº 13. Os
princípios diretamente relacionados ao caso são moralidade, impessoalidade, igualdade e eficiência.
Gabarito: Certo

41. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) O princípio da moralidade administrativa torna jurídica a exigência de
atuação ética dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos administrativos.
Comentário:

O quesito está correto, pois apresenta a definição correta do princípio da moralidade administrativa. Interessante
notar que, embora se trate de um conceito indeterminado, uma ofensa à moralidade administrativa pode levar à
invalidação dos atos administrativos. Vale dizer: um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a uma análise
de mérito (oportunidade e conveniência), mas a uma análise de legitimidade, isto é, um ato contrário à moral
administrativa é um ato nulo, e não meramente inoportuno e inconveniente, podendo a declaração de nulidade ser
feita pela própria Administração (autotutela) e também pelo Poder Judiciário.
Gabarito: Certo

42. (Cespe – MIN 2013) Fere a moralidade administrativa a conduta do agente que se vale da publicidade oficial para
autopromover-se.
Comentário:

Embora a prática da autopromoção através do uso de publicidade oficial geralmente seja apontada como ofensa ao
princípio da impessoalidade, também pode ser considerada uma afronta à moralidade administrativa, pois o uso da
máquina pública em benefício próprio não é considerado um comportamento eticamente aceitável, ainda mais porque
possui vedação expressa no art. 37, §1º da CF.
Gabarito: Certo

43. (Cespe – PGE/BA 2014) Suponha que o governador de determinado estado tenha atribuído o nome de Nelson
Mandela, ex-presidente da África do Sul, a escola pública estadual construída com recursos financeiros repassados
mediante convênio com a União. Nesse caso, há violação do princípio da impessoalidade, dada a existência de proibição
constitucional à publicidade de obras com nomes de autoridades públicas.
Comentário:

De fato, existe proibição constitucional à publicidade de obras com nomes de autoridades públicas. Está no art. 37, §1
da CF:
1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem

76 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.


A proibição existe para inibir a promoção pessoal do agente público à custa do dinheiro público. Sendo assim, em regra,
é vedado atribuir a obras e ruas o nome de autoridades públicas. Ocorre que essa vedação incide apenas sobre o nome
de pessoas vivas, afinal, em tese, pessoas já falecidas não precisam se autopromover.
Sobre o tema, vamos ver o que diz a Lei 6.454/1977, que dispõe sobre a denominação de logradouros, obras serviços e
monumentos públicos:
Art. 1º É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa
ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer natureza, pertencente à
União ou às pessoas jurídicas da administração indireta. (Redação dada pela Lei nº 12.781, de 2013)
Art. 2º É igualmente vedada a inscrição dos nomes de autoridades ou administradores em placas indicadores de obras
ou em veículo de propriedade ou a serviço da Administração Pública direta ou indireta.
Art. 3º As proibições constantes desta Lei são aplicáveis às entidades que, a qualquer título, recebam subvenção ou
auxílio dos cofres públicos federais.
O STF também já analisou o tema na ADI 307/CE, considerando constitucional norma da Constituição do Ceará que
veda ao estado e aos municípios atribuir nome de pessoa viva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório de
água, viaduto, praça de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifício público, auditórios, cidades e salas de aulas.
No caso, o STF declarou constitucional a norma da Constituição cearense, considerando que a atribuição de nome de
pessoa pública viva a bens públicos é inconstitucional por ofensa ao princípio da impessoalidade.
Assim, a questão está errada, pois a vedação existe, mas somente para pessoas vivas (registre-se que o Nelson
Mandela faleceu em 2013).
Gabarito: Errado

44. (Cespe – MTE 2014) Viola o princípio da impessoalidade a edição de ato administrativo que objetive a satisfação
de interesse meramente privado.
Comentário:

O item está correto. Em razão do princípio da impessoalidade, os atos administrativos devem ter como objetivo a
satisfação o interesse público. Portanto, ato que objetive satisfazer interesse meramente privado ofende o referido
princípio.
Gabarito: Certo

45. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da impessoalidade é corolário do princípio da isonomia.

Comentário:

Afirmativa correta. Um dos sentidos do princípio da impessoalidade se relaciona com a ideia de isonomia. Daí que
surge a exigência do concurso público e da licitação, permitindo que os candidatos aos empregos ou cargos
permanentes e os possíveis fornecedores que desejem firmar contrato administrativo com a Administração possam
participar de um processo de escolha em igualdades de condições.
Outro exemplo de aplicação do princípio da isonomia/impessoalidade é o precatório, isto é, o regime de pagamento das
dívidas do Estado para com os cidadãos que tenham sido constituídas em virtude de sentença judicial. Segundo o art.
100 da CF, os pagamentos devem ser feitos exclusivamente na ordem cronológica (as dívidas constituídas primeiro
devem ser pagas antes), proibida a designação de casos ou de pessoas específicas nas dotações orçamentárias (não
pode furar a fila).
Por oportuno, saliente-se que o princípio da isonomia ou da igualdade deve garantir o tratamento impessoal e
isonômico apenas entre iguais, isto é, entre os que preenchem as mesmas condições ou se encontram em situações
comparáveis. Isso significa que os desiguais devem ser tratados desigualmente em relação àqueles que não se

77 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

enquadram nessa distinção, as chamadas discriminações positivas, que não são vedadas. É por isso, por exemplo, que a
Administração pode estabelecer alíquotas distintas de Imposto de Renda em razão da renda do contribuinte (quem
ganha mais paga mais).
Gabarito: Certo

46. (Cespe – ABIN 2010) O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da
supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios injustificados
em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal.
Comentário:

O princípio da impessoalidade se relaciona com o princípio da finalidade. Vimos que o princípio da supremacia do
interesse público se fundamenta na razão de ser da Administração, ou seja, o alcance do interesse público. Dessa
forma, podemos relacionar a finalidade com a supremacia do interesse público. Em outra acepção, o princípio da
impessoalidade representa a isonomia ou igualdade, vedando, portanto, privilégios injustificados em concursos
públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal. Logo, o item está perfeito!
Gabarito: Certo

47. (Cespe – Procurador DF 2013) Em atendimento ao princípio da publicidade, a administração pública deve
proporcionar ampla divulgação dos seus atos, e a lei regular o acesso dos usuários de serviço público a registros
administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas, no entanto, as restrições estabelecidas
constitucionalmente quanto ao direito à intimidade e à segurança da sociedade e do Estado.
Comentário:

A questão está correta, nos termos dos seguintes dispositivos da Constituição Federal, que dão forma ao princípio da
publicidade:
Art. 37 (...)

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no
art. 5º, X e XXXIII;
Art. 5º (...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Gabarito: Certo

48. (Cespe – Polícia Federal 2014) Considerando que o DPF é órgão responsável por exercer as funções de polícia
judiciária da União, julgue o item a seguir.
O DPF, em razão do exercício das atribuições de polícia judiciária, não se submete ao princípio da publicidade, sendo
garantido sigilo aos atos praticados pelo órgão.
Comentário:

O princípio da publicidade é um dos princípios expressos no art. 37, caput da CF. Portanto, vincula toda a
Administração Pública, direta e indireta, de todos os Poderes, incluindo, portanto, o DPF.

78 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

A aplicação do princípio da publicidade impõe ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública,
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei (segurança da sociedade e do Estado e defesa da intimidade ou
interesse social). Assim, os atos do DPF que, justificadamente, se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em lei
terão a publicidade preservada. Os demais, por sua vez, devem observância ao princípio. Assim, por exemplo, uma
oitiva de testemunha num inquérito policial, dependendo do caso, pode ser considerada sigilosa, dispensando a
publicidade; já um contrato de manutenção de viaturas celebrado pelo DPF, por outro lado, deve ser público.
Gabarito: Errado

49. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da publicidade como valor republicano, assimilado de forma
crescente pela vida e pela cultura política, conforma o direito brasileiro a imperativo constitucional de natureza
absoluta, contra o qual não há exceção.
Comentário:

Nenhum princípio administrativo é absoluto. Todos admitem exceções. O princípio da publicidade, por exemplo,
comporta algumas exceções: (a) os dados pessoais (dizem respeito à intimidade, honra e imagem das pessoas) e (b) as
informações classificadas por autoridades como sigilosas (informações imprescindíveis para a segurança da
sociedade e do Estado).
Gabarito: Errado

50. (Cespe – TRT 10ª Região 2013) A administração está obrigada a divulgar informações a respeito dos seus atos
administrativos, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e à proteção
da intimidade das pessoas.
Comentário:

O quesito está correto. O princípio da publicidade determina que a Administração Pública atue de modo transparente,
promovendo a mais ampla divulgação possível de seus atos. E a razão, como esclarece Hely Lopes Meirelles, é uma só:
se a Administração é Pública, públicos têm de ser seus atos.
Assim, a administração está obrigada a divulgar informações a respeito dos seus atos administrativos. Inclusive, o
acesso a essas informações é um direito dos cidadãos previsto no art. 5º, incisos XXXIIII e LX. Entretanto, esses mesmos
dispositivos constitucionais preveem certas restrições à publicidade dos atos administrativos, ressalvando a divulgação
de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e à proteção da intimidade das
pessoas. Para melhor compreensão, vejamos o teor desses incisos:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem;
Gabarito: Certo

51. (Cespe – TRT 5ª Região 2013) É do princípio constitucional da eficiência que decorre o dever estatal de
neutralidade, objetividade e imparcialidade do comportamento dos agentes públicos.
Comentário:

O item está errado. O dever estatal de neutralidade, objetividade e imparcialidade do comportamento dos agentes
públicos decorre do princípio constitucional da impessoalidade, e não da eficiência.
Gabarito: Errado

79 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

52. (Cespe – PGE/BA 2014) O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a atuação de servidor
público em desconformidade com a regra legal, desde que haja a comprovação do atingimento da eficácia na prestação
do serviço público correspondente.
Comentário:

O quesito está errado. A busca pela eficiência administrativa deve ser feita em harmonia com os demais princípios da
Administração Pública. Assim, não se pode deixar de obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade somente para alcançar melhores resultados. Por exemplo, se um agente público deixar de
realizar a licitação em determinada situação, contratando a empresa de um amigo seu sobre o pretexto de que a
contratação foi mais célere, barata e com mais qualidade, o ato será mais eficiente, porém será ilegal, imoral e contra a
impessoalidade. Dessa forma, deverá ser considerado nulo.
Gabarito: Errado

53. (Cespe – DPF 2014) Em razão do princípio da eficiência, é possível, mediante licitação, a contratação de empresa
que não tenha apresentado toda a documentação de habilitação exigida, desde que a proposta seja a mais vantajosa
para a administração.
Comentário:

O item está errado. O princípio da eficiência deve sempre se submeter ao princípio da legalidade. Assim, nunca poderá
justificar-se a atuação administrativa contrária ao direito, mesmo que o ato ilegal se mostre mais eficiente.
Gabarito: Errado

54. (Cespe – MPE/PI 2011) O princípio da moralidade pretende tutelar o descontentamento da sociedade em razão
da deficiente prestação de serviços públicos e de inúmeros prejuízos causados aos usuários.
Comentário:

Essa questão foi retirada de um trecho do livro de Carvalho Filho. O autor, ao tratar do princípio da eficiência, destacou
que,
Com a inclusão, pretendeu o Governo conferir direitos aos usuários dos diversos serviços prestados pela Administração
ou por seus delegados e estabelecer obrigações efetivas aos prestadores. Não é difícil perceber que a inserção desse
princípio revela o descontentamento da sociedade diante de sua antiga impotência para lutar contra a deficiente
prestação de tantos serviços, que incontáveis prejuízos já causou aos usuários. (grifos nossos)
Logo, o item está errado, pois a questão trata do princípio da eficiência, e não da moralidade.

Gabarito: Errado

55. (Cespe – Defensoria Pública/TO 2013) Em relação aos princípios do direito administrativo, assinale a opção
correta.
a) A personalização do direito administrativo é consequência da aplicação do princípio democrático e dos direitos
fundamentais em todas as atividades da administração pública.
b) Não se qualifica a violação aos princípios da administração pública como modalidade autônoma de ato que enseja
improbidade administrativa.
c) O princípio da impessoalidade limita-se ao dever de isonomia da administração pública.

d) A disponibilização de informações de interesse coletivo pela administração pública constitui obrigação constitucional
a ser observada até mesmo nos casos em que as informações envolvam a intimidade das pessoas.
e) O princípio da eficiência administrativa funda-se na subordinação da atividade administrativa à racionalidade
econômica.

80 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Comentário:

(a) CERTA. Segundo ensina Marçal Justen Filho, o fenômeno da personificação do direito administrativo decorre do
fato de a Constituição de 1988 ter consagrado o “ser humano, a dignidade humana e os direitos fundamentais” como
valores essenciais de nossa sociedade. Assim, a Administração Pública deve se guiar pela realização desses valores.
Conforme assevera o autor, o “núcleo do direito administrativo não é o poder (e suas conveniências), mas a realização
dos direitos fundamentais”.
(b) ERRADA. A Lei 8.429/1992 atualmente prevê quatro tipos de atos de improbidade administrativa: os que importam
enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário, os que atentam contra os princípios da Administração
Pública e os que decorrem da concessão indevida de benefícios financeiros ou tributários.
(c) ERRADA. O dever de isonomia da Administração Pública é apenas um dos aspectos do princípio da impessoalidade.
O referido postulado também contempla o dever de conformidade aos interesses públicos (princípio da finalidade) e a
vedação à promoção pessoal dos agentes públicos.
(d) ERRADA. O princípio da publicidade também pode ser restringido em determinadas situações, notadamente para
proteger a segurança da sociedade e do Estado, bem como a intimidade e o interesse social.
(e) ERRADA. O princípio da eficiência não se funda na racionalidade econômica, sendo este apenas um dos seus
aspectos. Na verdade, a eficiência exige que se pondere a relação custo/benefício. Sendo assim, além da
racionalidade econômica, uma ação eficiente pressupõe o atendimento a vários requisitos, como produtividade,
qualidade, celeridade, desburocratização e necessidade de planejamento dos gastos públicos.
Gabarito: alternativa “a”

56. (Cespe – Previc 2011) O cumprimento dos princípios administrativos — especialmente o da finalidade, o da
moralidade, o do interesse público e o da legalidade — constitui um dever do administrador e apresenta-se como um
direito subjetivo de cada cidadão.
Comentário:

O item está perfeito. Muitos dos direitos fundamentais dos cidadãos são concretizados através das atividades
exercidas pela Administração Pública. É ela que executa os serviços públicos, que garante a segurança, a mobilidade
urbana, a saúde, a educação, enfim, todo o conjunto de realizações que representam a satisfação do interesse público.
Assim, é correto afirmar que o cumprimento dos princípios constitucionais, mais que um dever do administrador,
constitui um direito subjetivo de cada cidadão.
Gabarito: Certo

57. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver
determinado, ciente de que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o princípio da
indisponibilidade do interesse público.
Comentário:

O princípio da indisponibilidade do interesse público se fundamenta no fato de a Administração não ser a “dona” dos
bens e interesses públicos, cabendo-lhe tão somente geri-los e conservá-los em prol do verdadeiro titular, o povo. Por
não ser a “dona”, o interesse público é indisponível pela Administração, ou seja, a Administração não pode fazer o que
quiser com ele. Ao contrário, os agentes públicos somente podem atuar quando houver lei que autorize ou determine a
sua atuação, e nos limites estipulados por essa lei, a qual traduz a “vontade geral”.
Gabarito: Certo

58. (Cespe – TCE/PR 2016) Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o Estado somente
poderá exercer sua função administrativa sob o regime de direito público.
Comentário:

81 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

A função administrativa pode ser exercida tanto sob o regime de direito público como sob o regime de direito privado.
Embora a maioria dos atos praticados pela Administração obedeça ao regime de direito público, é possível que a
Administração pratique atos sob o regime de direito privado. Um exemplo, são os contratos de locação celebrados pela
Administração, que são contratos de direito privado.
Gabarito: Errado

59. (Cespe – TCU 2004) A expressão regime jurídico-administrativo, em seu sentido amplo, refere-se tanto aos
regimes de direito público e de direito privado a que se submete a administração pública quanto ao regime especial que
assegura à administração pública prerrogativas na relação com o administrado.
Comentário:

A questão está errada. A expressão “regime jurídico-administrativo” pode ser entendida em sentido estrito ou amplo.
Em sentido estrito, abrange as situações em que a administração atua sob regime de direito público, com
prerrogativas na relação com o administrado. Já a expressão em sentido amplo pode ser considerada como sinônimo
de “Regime Jurídico da Administração”, ou seja, cobre tanto as relações em que a Administração se sujeita a regime de
direito público, com prerrogativas em relação ao administrado, como também as relações em que se submete ao
regime de direito privado, em igualdade de condições com a parte oposta da relação.
Portanto, o erro está na parte final, pois a expressão “regime jurídico-administrativo em sentido amplo” também
contempla o regime de direito privado, no qual não há regime especial que assegura à administração pública
prerrogativas na relação com o administrado.
Gabarito: Errado

60. (Cespe – TCDF 2014) O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é um dos pilares
do regime jurídico administrativo e autoriza a administração pública a impor, mesmo sem previsão no ordenamento
jurídico, restrições aos direitos dos particulares em caso de conflito com os interesses de toda a coletividade.
Comentário:

De fato o princípio da supremacia do interesse público é um dos pilares do regime jurídico administrativo, mas ele só
autoriza a imposição de restrições de direitos, como no exercício do poder de polícia ou na intervenção administrativa,
quando existir previsão legal.
Gabarito: Errado

61. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da indisponibilidade do interesse público não impede a
administração pública de realizar acordos e transações.
Comentário:

O quesito está correto. Nenhum princípio é ilimitado e irrestrito. Todos os princípios encontram alguma relativização
na sua aplicação, permitindo a coexistência de todos os princípios no ordenamento jurídico. Assim, mesmo que os
princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público sejam basilares para o Direito Administrativo, eles
podem ser relativizados para preservar a aplicação dos outros princípios, como a moralidade e a eficiência.
Com base nisso, o STF já firmou entendimento sobre a possibilidade de a Administração fazer acordos ou transações ,
relativizando, assim, a aplicação do princípio da indisponibilidade do interesse público (e também da legalidade),
sobretudo quando o ato não se demonstrar oneroso para a Administração e representar a maneira mais eficaz de se
beneficiar a coletividade. Sobre o tema, vejamos a ementa do RE 253.885/MG:
Poder Público. Transação. Validade. Em regra, os bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem à
coletividade. É, por isso, o Administrador, mero gestor da coisa pública, não tem disponibilidade sobre os interesses
confiados à sua guarda e realização. Todavia, há casos em que o princípio da indisponibilidade do interesse público deve

82 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

ser atenuado, mormente quando se tem em vista que a solução adotada pela Administração é a que melhor atenderá à
ultimação deste interesse. (...). (STF. 1ª T. RE nº. 253.885/MG. Rel. Min. Ellen Gracie. DJ de 21/06/2002).
Gabarito: Certo

62. (Cespe – ATA/MJ 2013) As restrições impostas à atividade administrativa que decorrem do fato de ser a
administração pública mera gestora de bens e de interesses públicos derivam do princípio da indisponibilidade do
interesse público, que é um dos pilares do regime jurídico-administrativo.
Comentário:

A Administração não possui livre disposição dos bens e interesses públicos, uma vez que atua em nome do povo, este
sim titular da coisa pública. É justamente daí que decorrem as restrições impostas à atividade administrativa,
consequência lógica do princípio da indisponibilidade do interesse público, um dos pilares do regime jurídico
administrativo.
Gabarito: Certo

63. (Cespe – INPI 2013) A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a atividade da
administração pública, expressamente previsto na Constituição Federal.
Comentário:

Os princípios expressos na Constituição Federal são os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e


eficiência. Os dois princípios fundamentais do Direito Administrativo – supremacia e indisponibilidade do interesse
público – são apenas implícitos, daí o erro.
Gabarito: Errado

64. (Cespe – TNS/MC 2013) Nos casos de desapropriação e do exercício do poder de polícia do Estado, constata-se
nitidamente a aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Comentário:

O poder de polícia é um poder de fiscalização da Administração, que impõe condicionamentos e restrições ao exercício
de determinadas atividades pelo particular. Tanto o poder de polícia como a desapropriação representam formas de
aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Gabarito: Certo

65. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Motivação é um princípio que exige da administração pública indicação dos
fundamentos de fato e de direito de suas decisões.
Comentário:

A questão está correta. O princípio da motivação exige que a Administração justifique seus atos, apresentado as razões
que a levaram a tomar determinada decisão. Assim, a motivação possibilita o controle da legalidade e da moralidade
dos atos administrativos. O princípio está positivado na Lei 9.784/1999 da seguinte forma:
Art. 2º Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;

Gabarito: Certo

83 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

66. (Cespe – TCU 2015) A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se o
contraditório e a ampla defesa.
Comentário:

A doutrina cita a exoneração dos ocupantes de cargos em comissão como uma exceção ao princípio da motivação,
uma vez que a Constituição (art. 37, II) afirma que esses cargos são de livre nomeação e exoneração.
Assim, a autoridade competente pode, livremente, tanto nomear como exonerar pessoas para os cargos em comissão,
sem que para tanto tenha que apresentar os motivos que fundamentaram a escolha.
Gabarito: Errado

67. (Cespe – MIN 2013) O desfazimento da nomeação de um agente administrativo somente pode ocorrer depois
de assegurada a ele a garantia do contraditório e da ampla defesa.
Comentário:

O item está correto. A observância ao princípio do contraditório e da ampla defesa deve ser sempre a regra quando há
um conflito de interesses entre a Administração e os administrados. No caso, o desfazimento da nomeação é um ato
desfavorável ao agente administrativo, portanto, a Administração deve garantir-lhe o direito de defesa.
Gabarito: Certo

68. (Cespe – Procurador MPTCDF 2013) Constitui exteriorização do princípio da autotutela a súmula do STF que
enuncia que “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados dos vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Comentário:

Questão correta. Trata-se da transcrição da Súmula 473 do STF, que traduz os fundamentos do princípio da autotutela.

Gabarito: Certo

69. (Cespe – Suframa 2014) O princípio administrativo da autotutela expressa a capacidade que a administração
tem de rever seus próprios atos, desde que provocada pela parte interessada, independentemente de decisão judicial.
Comentário:

O quesito está errado. Pelo princípio da autotutela, a Administração também pode rever seus próprios atos de ofício,
ou seja, independentemente de provocação. Isso vale tanto para a anulação de atos ilegais como para a revogação de
atos inconvenientes e inoportunos. Por outro lado, lembre-se de que o Poder Judiciário só age quando provocado, ou
seja, o Judiciário não pode anular um ato ilegal da Administração de ofício; para tanto, ele deve ser provocado,
mediante a propositura da ação judicial cabível.
Gabarito: Errado

70. (Cespe – AE/ES 2013) Caso se verifique, durante a realização de um concurso público, a utilização, por
candidatos, de métodos fraudulentos para a obtenção das respostas corretas das provas, a administração pública
poderá anular o concurso embasada diretamente no princípio da:
a) segurança jurídica.

b) autotutela.

c) transparência.

84 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

Comentário:

O poder da Administração de anular seus próprios atos ilegais decorre do princípio da autotutela. Embora a
ilegalidade apresentada na questão tenha sido causada pelos candidatos, pode-se considerar que a Administração
também tem sua parcela de responsabilidade, no mínimo, por não estabelecer controles adequados para coibir a
fraude. Portanto, pode-se dizer que a anulação do concurso se trata mesmo de aplicação do princípio da autotutela.
Gabarito: alternativa “b”

71. (Cespe – CGE/PI 2015) A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando
eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.
Comentário:

De acordo com o enunciado da Súmula 473 do STF:

“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Na mesma linha, a Lei 9.764/1999 dispõe:

“Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.
Como podemos observar, a questão inverteu os casos de anulação com revogação, motivo pelo qual está errada. Em
caso de ilegalidade, a Administração deve anular o ato. Por outro lado, é possível revogar os atos administrativos
válidos, por motivo de conveniência e oportunidade (mérito).
Gabarito: Errado

72. (Cespe – Ministério da Justiça 2014) O fundamento da prescrição administrativa reside no princípio da
conservação dos valores jurídicos já concretizados, visando impedir, em razão do decurso do prazo legalmente fixado, o
exercício da autotutela por parte da administração pública.
Comentário:

A prescrição, a semelhança da decadência, é um instituto processual que impede a Administração de agir após o
decurso do prazo legalmente fixado. É uma forma de estabilizar as relações jurídicas. Diz-se que, quando ocorre a
prescrição, perde-se o direito de agir. Assim, ocorrida a prescrição, a Administração não poderá mais anular um ato,
ficando impedida, portanto, de exercer plenamente a autotutela. Pelo exposto, vê-se que o quesito está correto.
Gabarito: Certo

73. (Cespe TRF 2ª Região 2013) Com referência ao regime jurídico e aos princípios da administração pública,
assinale a opção correta de acordo com o pensamento doutrinário dominante.
a) São considerados como basilares da administração pública os princípios da legalidade, da supremacia do interesse
público sobre o privado e o da continuidade do serviço público.
b) Para o particular, o princípio da legalidade apresenta conotação negativa ou restritiva; já para a administração
pública ele apresenta caráter positivo ou ampliativo.
c) Do princípio da continuidade do serviço público decorrem os princípios da sindicabilidade e da autoexecutoriedade.

85 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) O princípio da sindicabilidade é reconhecido expressamente pela jurisprudência do STF.

e) Sempre que a administração pública estiver envolvida em relações jurídicas, sejam elas de direito público ou de
direito privado, o interesse da administração pública deverá imperar, pois ele sempre se sobrepõe ao interesse privado.
Comentário:

(a) ERRADA. A doutrina dominante aponta que os princípios “basilares” ou “fundamentais” da Administração Pública
são os que caracterizam o regime jurídico-administrativo, ou seja, supremacia do interesse público sobre o privado e
indisponibilidade do interesse público. Alguns autores, como Maria Sylvia Di Pietro, preferem tratar a
indisponibilidade do interesse público como princípio da legalidade, afinal, sendo o interesse público indisponível, os
agentes públicos só podem agir conforma determina ou autoriza a lei. De qualquer forma, o princípio da continuidade
do serviço público, embora também seja um dos princípios básicos ou gerais da Administração, não é considerado um
dos dois princípios basilares ou fundamentais, dos quais todos os demais decorrem.
(b) ERRADA. Ocorre exatamente o contrário do que afirma o item: para o particular, o princípio da legalidade
apresenta caráter positivo ou ampliativo, afinal ele pode fazer tudo o que a lei não proíbe; já para a administração
pública ele apresenta conotação negativa ou restritiva, pois ela só pode agir nos limites da lei, ou seja, segundo a lei, e
não contra ou além da lei.
(c) ERRADA. Os princípios apresentados não possuem ligação direta uns com os outros. Em suma, o princípio da
continuidade do serviço público informa que a prestação dos serviços públicos essenciais não pode parar; já a
sindicabilidade dispõe que os atos da Administração podem ser controlados, seja por ela mesma, pelos órgãos de
controle interno e externo, ou pelo Judiciário; por fim, a auto-executoriedade, que ainda estudaremos no curso, é o
atributo que faz com que alguns atos administrativos possam ser executados sem a necessidade de uma ordem judicial
prévia, inclusive mediante o uso da força, se necessária.
(d) CERTA. Veja-se como exemplo, o MS 30860/DF, cuja ementa apresenta a seguinte passagem: “(...) admite-se,
excepcionalmente, a sindicabilidade em juízo da incompatibilidade entre o conteúdo programático previsto no edital
do certame e as questões formuladas ou, ainda, os critérios da respectiva correção adotados pela banca examinadora
(...)”.
(e) ERRADA. Em regra, os interesses da Administração Pública se sobrepõem nas relações submetidas ao regime de
direito público. Por outro lado, quando atua predominantemente sob regime de direito privado, como quando exerce
atividade econômica por intermédio de empresas públicas e sociedades de economia mista, a Administração se nivela
ao particular. Portanto, a palavra “sempre” macula o quesito.
Gabarito: alternativa “d”

86 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Lista de questões – FGV

1) (FGV – PC-RN – 2021) O A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado Alfa foi alterada pela Assembleia Legislativa, de
maneira que foi inserido um artigo dispondo que é vedado ao servidor público ocupante de cargo efetivo ou
comissionado servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil. De acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a norma mencionada é:
a) constitucional, porque existe presunção de ofensa aos princípios expressos da administração pública da
impessoalidade e da moralidade;
b) constitucional, porque está de acordo com os princípios da administração pública e a súmula vinculante que veda o
nepotismo, e é aplicável para todos os entes federativos;
c) constitucional, porque cada Estado da Federação tem autonomia para ampliar livremente as hipóteses de nepotismo
previstas em súmula vinculante;
d) inconstitucional, porque os ocupantes de cargos efetivos ou comissionados no âmbito da polícia civil são
considerados agentes políticos e, por isso, não incide a súmula vinculante que proíbe o nepotismo;
e) inconstitucional em relação aos ocupantes de cargos efetivos eis que normas inibitórias do nepotismo não têm como
campo próprio de incidência os cargos efetivos sob pena de violação ao concurso público.

2) (FGV – MPE-RJ – 2020) O vereador João nomeou sua filha Maria, pessoa sem qualquer qualificação profissional ou
experiência na área, para exercer o cargo em comissão de assessor parlamentar em seu gabinete. A Promotoria de
Tutela Coletiva da Cidadania local instaurou inquérito civil e confirmou a ilegalidade na conduta do vereador por ofensa
direta ao princípio constitucional expresso da administração pública da:
a) especialidade, pois Maria não detém conhecimento para exercer a função pública;

b) transcendência, que proíbe a nomeação de parentes até o terceiro grau para exercer qualquer cargo público;

c) autotutela, eis que o sistema de controle externo deve levar o Executivo municipal a anular o ato de nomeação de
Maria;
d) impessoalidade, diante do nepotismo decorrente da clara intenção de beneficiar determinada pessoa;

e) isonomia, haja vista que os cargos em comissão devem ser providos necessariamente por concurso público.

3) (FGV – TJ-CE – 2019) O Supremo Tribunal Federal inibe a aplicação de severas sanções a entidades federativas por
ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos do novo gestor, a fim de não dificultar sua governabilidade, caso
esteja tomando as providências necessárias para sanar o prejuízo causado pela gestão anterior.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, trata-se da aplicação do princípio da administração pública da:

a) impessoalidade diferida das sanções;

b) continuidade mitigada do gestor;

c) responsabilidade subsidiária do gestor;

87 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) intranscendência subjetiva das sanções;

e) segurança jurídica objetiva.

4) (FGV – Prefeitura de Salvador - BA – 2019 ) O Município de Salvador elaborou plano estratégico para melhorar as
atividades de fiscalização pelos agentes de trânsito e transporte e as condições de segurança, higiene e conforto dos
veículos do sistema de transporte público.
Neste contexto, a busca de melhores resultados práticos, menos desperdícios e maior produtividade decorre do
seguinte princípio da Administração Pública:
a) Moralidade.

b) Impessoalidade.

c) Isonomia.

d) Segurança Jurídica.

e) Eficiência.

5) (FGV – Prefeitura de Salvador - BA – 2019 ) Analise o trecho a seguir.

“A atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.”

Assinale a opção que apresenta o princípio fundamental da Administração Pública ao qual o trecho faz referência.

a) Legalidade

b) Impessoalidade

c) Moralidade

d) Publicidade

e) Eficiência

6) (FGV – AL/RO 2018) Caio, agente de polícia, recebeu ordens para escoltar determinado preso, que iria prestar
depoimento no Tribunal. Sabe-se que a escolta de preso é função própria e exclusiva de agente penitenciário. Sobre o
caso narrado, assinale a afirmativa correta:
a) Caio deve obedecer à ordem recebida em função do princípio da hierarquia.

b) Caio não pode desobedecer à ordem, ante a presunção de legalidade.

c) Caio não deve obedecer à ordem, em decorrência de sua manifesta ilegalidade.

d) Caio deve obedecer à ordem, já que não terá responsabilidade no caso de lesão a interesse público.

e) Caio só obedecerá à ordem se houver justificativa para que esta tenha sido emitida.

88 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

7) (FGV – MPE-AL 2018) Após regular apuração, o Ministério Público constatou que o prefeito do Município Alfa
divulgara um informativo, pago com recursos públicos, contendo nomes, símbolos e imagens de sua gestão com o
nítido objetivo de promover sua imagem para as próximas eleições. Considerando a conduta do prefeito municipal, é
correto afirmar que ela afronta, de modo mais intenso, o princípio administrativo da:
a) impessoalidade.

b) publicidade.

c) humildade.

d) autotutela.

e) eficiência.

8) (FGV – MPE-AL 2018) Os atos administrativos, além de regidos pelo preceito da legalidade, devem ser analisados
sob os aspectos da lealdade, da boa-fé e da honestidade, conforme previsto no princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

c) eticidade.

d) autotutela.

e) eficiência.

9) (FGV – TJ/AL 2018) Determinado Secretário Municipal de Educação, no dia da inauguração de nova escola municipal,
distribuiu boletim informativo custeado pelo poder público, com os seguintes dizeres no título da reportagem:
“Secretário do povo, Rico Ricaço, presenteia a população com mais uma escola”. Ao lado da reportagem, havia foto do
Secretário fazendo com seus dedos o símbolo de coração utilizado por ele em suas campanhas eleitorais. A conduta
narrada feriu o princípio da administração pública da:
a) economicidade, eis que é vedada a publicidade custeada pelo erário dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos, ainda que tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social;
b) legalidade, pois a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve ser
precedida de prévia autorização legislativa, vedada qualquer promoção pessoal que configure favorecimento pessoal
para autoridades ou servidores públicos;
c) moralidade, eis que a publicidade dos atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos, em que constarem
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades públicas, para ser legal deve ser
custeada integralmente com recursos privados;
d) publicidade, uma vez que a divulgação dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve
ser feita exclusivamente por meio de publicação dos respectivos atos no diário oficial, para impedir promoção pessoal
da autoridade pública;
e) impessoalidade, pois a publicidade em tela deveria ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de agentes públicos.

89 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

10) (FGV – Câmara de Salvador- BA 2018) O dever-poder que a Administração Pública ostenta para controlar os seus
próprios atos, podendo invalidar os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes, observadas as cautelas legais,
decorre diretamente do princípio da:
a) moralidade, e sua não observância gera nulidade do ato administrativo, sem prejuízo da responsabilização do
agente;
b) publicidade, e todo ato que invalida ou revoga outro ato administrativo precisa ser publicado no diário oficial;

c) autotutela, e a Administração não precisa ser provocada para rever seus próprios atos, podendo fazê-lo de ofício;

d) impessoalidade, e a Administração não pode tolerar atos que impliquem promoção pessoal do gestor público;

e) segurança jurídica, e a Administração não pode tolerar que permaneça no mundo jurídico qualquer ato ilícito.

11) (FGV – SEPOG-RO 2017) “Os agentes públicos devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação pautada
pela promoção pessoal”.
De acordo com os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, assinale a opção que apresenta o
princípio constitucional a que se refere a conduta acima.
a) razoabilidade.

b) impessoalidade.

c) transparência.

d) eficácia.

12) (FGV – SEPOG-RO 2017) As opções a seguir apresentam princípios constitucionais que regem a Administração
Pública, tanto a direta quanto a indireta, em todos os níveis da administração (municipal, estadual e federal), à exceção
de uma. Assinale-a:
a) legalidade.

b) impessoalidade.

c) moralidade.

d) externalidade.

e) publicidade.

13) (FGV – ALE-RJ) O art. 54, da Lei nº 9.784/99, dispõe que o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o legislador procurou
conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos inquinados de vício de legalidade.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a citada norma aborda especificamente os
seguintes princípios reconhecidos da Administração Pública:

90 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) autotutela e certeza jurídica;

b) segurança jurídica e proteção à confiança;

c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;

d) temporalidade e moralidade administrativas;

e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

14) (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016) O administrador, ao aceitar as responsabilidades de um cargo público, deve
respeitar os princípios legais que regem a Administração Pública. Parte fundamental do exercício do cargo é o
conhecimento do limite entre o público e o privado, em que o interesse público deve sempre se sobrepor ao privado; da
mesma forma, deve-se garantir que as decisões tomadas sejam de conhecimento geral e que os meios sejam
adequados ao fim.
O trecho acima apresenta a descrição de alguns dos princípios da Administração Pública. Assinale a opção que indica,
na ordem correta, os princípios apresentados.
a) Isonomia – Autotutela – Eficiência.

b) Razoabilidade – Publicidade – Impessoalidade.

c) Supremacia da Publicidade – Proporcionalidade – Isonomia.

d) Impessoalidade – Publicidade – Razoabilidade.

e) Impessoalidade – Isonomia – Eficiência.

15) (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016) A capacidade de autotutela é uma característica marcante da Administração
Pública. É por meio desse princípio que o sistema público se prepara para atender às necessidades do cidadão de forma
eficiente e adequada. Partindo dele, as decisões da estrutura administrativa devem atender ao público e estar aptas a
constantes revisões e reformulações.
Sobre o Princípio da Autotutela, analise as afirmativas a seguir.

I. É o princípio constitucional que limita e delega a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
II. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
III. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de julgar e punir atos e
comportamentos ilegais que ocorram em seu âmbito.
Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

91 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) I e III, apenas.

16) (FGV – TCM/SP 2015) Membros da comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram um
certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio administrador é amigo íntimo de um dos membros da citada
comissão. No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram diretamente o princípio administrativo expresso
no art. 37, caput, da Constituição da República. Trata-se do princípio da:
a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

17) (FGV – SSP - AM 2015) A Constituição da República de 1988 dedicou um capítulo à Administração Pública e, em seu
art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas. Dentre esses princípios
expressos, que revelam as diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:
a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar com excelência suas atribuições para lograr
resultados mais produtivos do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;
b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os atos praticados pelos agentes administrativos
estão de acordo com os ditames legais;
c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica devem ser
tratados da mesma forma, sem privilégios pessoais;
d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar sua conduta com preceitos éticos e agir com
honestidade;
e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da melhor forma possível suas atribuições, para lograr
os melhores resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.

18) (FGV – IBGE 2016) Órgão de controle interno de determinada fundação pública realiza auditoria no setor
responsável pelas licitações e contratos administrativos da fundação. Na diligência, verifica-se que não há necessidade
de se realizar aquisição de determinado produto, mas o edital de licitação acabara de ser publicado. Após as
providências administrativas cabíveis, a fundação revoga o edital de licitação. Na hipótese em tela, a fundação pública
agiu de acordo com o princípio administrativo da:
a) legalidade, em que a Administração Pública exerce o controle interno sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
b) autotutela, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário;
c) nulidade, em que a Administração Pública exerce o controle externo sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;

92 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) independência, em que a Administração Pública exerce o controle geral sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, mediante autorização prévia do Poder
Judiciário;
e) autonomia, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os atos de seus órgãos, com a possibilidade de
anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, mediante autorização prévia do Poder Judiciário.

19) (FGV – SSP/AM 2015) Daniel, Policial Militar, ao realizar diligência destinada a reprimir o comércio ilícito de
mercadorias receptadas, encontrou em flagrante delito seu amigo de infância Juvenal praticando crime. Por conta da
longa amizade, Daniel deixou de realizar sua prisão em flagrante e liberou seu amigo, inclusive com os bens objeto do
crime. No caso em tela, Daniel ofendeu mais diretamente os princípios administrativos da:
a) legalidade e pessoalidade;

b) autotutela e disciplina;

c) publicidade e eficiência;

d) hierarquia e disciplina;

e) moralidade e impessoalidade.

20) (FGV – CM/Caruaru 2015) Os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
segundo a Constituição Federal de 1988, condicionam toda a estrutura das organizações públicas.
Quando o agente público atua de forma imparcial, buscando somente o fim público pretendido pela lei, sem privilégios
ou discriminações de qualquer natureza, seu procedimento está baseado no princípio da:
a) moralidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

21) (FGV – CM/Caruaru 2015) A Constituição da República de 1988, em seu Art. 37, estabelece expressamente que a
Administração Pública direta e indireta obedecerá aos seguintes princípios:
a) Legitimidade, imparcialidade, modicidade, popularidade e empatia.

b) Legalidade, imparcialidade, moralidade, popularidade e eficiência.

c) Legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e empatia.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

93 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

22) (FGV – Contador Niterói 2015) João, ocupante do cargo efetivo municipal de contador, visando favorecer seu
vizinho de longa data, valendo-se da função pública de chefe do setor, pegou o processo administrativo de seu amigo e,
passando na frente de todos os outros que aguardavam ser despachados há mais tempo, providenciou o imediato
andamento necessário. A conduta do servidor público no caso em tela feriu, em tese, o princípio da administração
pública que, por um lado, objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados
que se encontrem em idêntica situação jurídica e, por outro, busca a supremacia do interesse público, e não do privado,
vedando-se, em consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros. Trata-se do princípio
informativo expresso do art. 37, caput, da Constituição da República, chamado princípio da:
a) publicidade;

b) razoabilidade;

c) eficácia;

d) indisponibilidade;

e) impessoalidade.

23) (FGV – ISS Niterói 2015) O art. 37, caput, da Constituição Federal dispõe que a administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes dos Municípios obedecerá aos chamados princípios administrativos expressos. Dentre
eles, destaca-se o princípio da publicidade, que também se manifesta pelo direito à informação. Nesse sentido, o texto
constitucional assegura a todos o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular:
a) que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com exceção das hipóteses de sigilo, que
consistem nos casos de interesse coletivo ou geral, intimidade e segurança do Estado;
b) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção das hipóteses cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
c) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade
do servidor competente, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
d) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
e) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção da hipótese de sigilo, que ocorre exclusivamente mediante prévio decreto por decisão judicial.

24) (FGV – ISS Niterói 2015)Prefeito Municipal, no exercício da função e utilizando verba pública, determinou a
confecção e distribuição de milhares de panfletos, às vésperas do dia dos pais, com os seguintes dizeres: “O Prefeito
Fulano, na qualidade de melhor administrador público do país e verdadeiro pai para seus administrados, deseja feliz dia
dos pais a todos. Nas próximas eleições, continuem me prestigiando com o seu voto!”. Essa conduta do agente político
feriu, frontal e mais diretamente, os seguintes princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da Constituição
Federal:
a) probidade e pessoalidade;

b) indisponibilidade e legalidade;

c) autotutela e igualdade;

d) impessoalidade e moralidade;

94 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) isonomia e eficiência.

25) (FGV – TJ/BA 2015) Os princípios administrativos implícitos são diretrizes que orientam a Administração Pública,
como regras gerais de proceder, reconhecidas pela doutrina e pela jurisprudência. Nesse contexto, destaca-se o
princípio da:
a) supremacia do interesse público, segundo o qual os direitos individuais dos cidadãos isoladamente considerados
devem prevalecer sobre os interesses da coletividade;
b) autotutela, segundo o qual a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
c) indisponibilidade, segundo o qual os bens e interesses públicos pertencem à Administração Pública e a seus agentes,
que têm a livre disposição sobre eles;
d) moralidade, segundo o qual os agentes administrativos devem agir com improbidade administrativa, com escopo de
observar a necessária impessoalidade na prática do ato, para se atingir o interesse público;
e) eficiência, segundo o qual os agentes administrativos são obrigados a utilizar moderna tecnologia e métodos mais
eficazes do que aqueles disponíveis na iniciativa privada, com o objetivo de atingir o interesse público.

26) (FGV – TJ/BA 2015) Em tema de serviços públicos, a doutrina de Direito Administrativo ensina que se aplica
especificamente o princípio da:
a) autotutela, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar os
serviços públicos, gozam de liberdade de gestão, podendo aumentar unilateralmente as tarifas para manter a
lucratividade da atividade;
b) modicidade, segundo o qual os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público
calcular o valor das tarifas com vistas à eficiência e lucros máximos;
c) supremacia do interesse público, segundo o qual as atividades administrativas e os serviços públicos são prestados
pelo Estado para benefício do particular individualmente considerado em detrimento da coletividade;
d) continuidade, o qual indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser
contínua para evitar que a paralisação provoque colapso nas múltiplas atividades particulares;
e) indisponibilidade, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar
os serviços públicos, tem a livre disposição dos bens e interesses públicos.

27) (FGV – Guarda Municipal Paulínia 2015) Princípios administrativos são os postulados fundamentais que conduzem
todo o modo de agir da Administração Pública como um todo. O art. 37, caput, da Constituição da República elencou os
chamados princípios administrativos expressos a serem observados por todas as pessoas administrativas de qualquer
dos entes federativos, como por exemplo, os princípios da:
a) impessoalidade, eficiência e moralidade;

b) igualdade, legalidade e improbidade;

c) legalidade, disponibilidade e proporcionalidade;

d) eficácia, isonomia e economicidade;

95 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) igualdade, pessoalidade e razoabilidade.

96 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Lista de questões
1. (Cespe – Sefaz/RS 2018) O fenômeno conhecido como deslegalização consiste:

a) na permissão do Poder Legislativo ao Poder Executivo de editar normas de caráter técnico, de maneira inovadora.

b) na edição de ato regulamentar que extrapole a norma regulamentada.

c) no excesso de decretos regulamentares existentes.

d) na edição indiscriminada de medidas provisórias.

e) na possibilidade de o Poder Executivo editar normas de caráter geral.

2. (Cespe – MP/PI 2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do
interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a
particulares.

3. (Cespe – PM/AL 2018) A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio
tanto das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da inexistência de restrições à
atuação da administração pública.

4. (Cespe – PM/AL 2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser
realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas constar imagens
que possam configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob pena de violação do
princípio da impessoalidade.

5. (Cespe – PM/AL 2018) Pode a administração pública anular atos administrativos caso estejam eles marcados
por vício ou, ainda, revogá-los conforme juízo de oportunidade e conveniência.

6. (Cespe – TCE/PB 2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de
solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que
a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que
afirma que a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente
corresponde ao princípio da:

a) moralidade administrativa.

b) supremacia do interesse público.

97 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) autotutela.

d) especialidade.

e) legalidade.

7. (Cespe – CAGE/RS 2018) A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da:

a) publicidade.

b) moralidade.

c) legalidade.

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

8. (Cespe – CGM/JP 2018) O princípio da eficiência determina que a administração pública direta e indireta
adote critérios necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e
garantindo a maior rentabilidade social.

9. (Cespe – CGM/JP 2018) Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os seus
atos ilegais, independentemente de provocação.

10. (Cespe – PC/MA 2018) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível, com a
finalidade de obter o melhor resultado, atende ao princípio da:

a) eficiência.

b) legalidade.

c) impessoalidade.

d) moralidade.

e) publicidade.

11. (Cespe – STJ 2018) Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha
publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da
sua campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.

98 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

12. (Cespe– ABIN 2018) O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura da
produtividade e economicidade, sendo este um dever constitucional da administração, que não poderá ser
desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de responsabilização pelos seus atos.

13. (Cespe– IPHAN – 2018) Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN deve obedecer
aos preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.

14. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para
apreciar atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.

15. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos
princípios da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a
autoridade competente verificar ilegalidade em ato da própria administração.

16. (Cespe– ABIN – 2018) São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a
supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o segundo,
fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento da
sociedade.

17. (Cespe– PC/MA 2018) A revisão, de ofício, pela administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a
servidor público por meio de regular processo administrativo é:

a) vedada, em razão da necessidade de provocação do servidor público.

b) permitida, ainda que tenha ocorrido a preclusão administrativa, em razão do princípio da autotutela.

c) permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.

d) permitida apenas se as alegações da revisão coincidirem com as suscitadas pela parte no decorrer do processo.

e) vedada, em obediência ao princípio da economia processual.

18. (Cespe– PC/MA 2018) O preenchimento de cargos públicos mediante concurso público, por privilegiar a
isonomia entre os concorrentes, constitui expressão do princípio constitucional fundamental:

a) federativo.

b) da eficiência.

c) da separação de poderes.

d) do valor social do trabalho.

e) republicano.

99 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

19. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à
administração pública direta e indireta do DF.

20. (Cespe – Ibama 2013) O princípio da moralidade e o da eficiência estão expressamente previstos na CF, ao
passo que o da proporcionalidade constitui princípio implícito, não positivado no texto constitucional.

21. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O art. 37, caput, da Constituição Federal indica expressamente à
administração pública direta e indireta princípios a serem seguidos, a saber: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, entre outros princípios não elencados no referido artigo.

22. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da
administração pública encontram-se explicitamente no texto da Constituição Federal, como é o caso do
princípio da supremacia do interesse público.

23. (Cespe – TRE/ES 2011) Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública direta, autárquica e
fundacional, mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade
econômica.

24. (Cespe – MDIC 2014) Os princípios da administração pública expressamente dispostos na CF não se aplicam
às sociedades de economia mista e às empresas públicas, em razão da natureza eminentemente empresarial
dessas entidades.

25. (Cespe – TCDF 2014) Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está impedida de tomar
decisões fundamentadas nos costumes.

26. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da legalidade implica dispor o administrador público no
exercício de seu munus de espaço decisório de estrita circunscrição permissiva da lei em vigor, conforme
ocorre com agentes particulares e árbitros comerciais.

27. (Cespe – Ibama 2012) De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio
constituem exceção ao princípio da legalidade na administração pública.

28. (Cespe – TRE/ES 2011) Enquanto na administração privada só é permitido fazer o que a lei autoriza, na
administração pública é lícito fazer tudo que a lei não proíbe.

100 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

29. (Cespe – Procurador MPTCDF 2013) Por força do princípio da legalidade, a administração pública não está
autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressupostos.

30. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de
governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá, pela
autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.

31. (Cespe – INSS 2016) Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações administrativo-


governamentais são imputadas ao ente público e não ao agente público.

32. (Cespe – INSS 2016) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.

33. (Cespe – FUB 2016) O dever do administrador público de agir de forma ética e com boa-fé se refere ao seu
dever de eficiência.

34. (Cespe – PC/GO 2016) Sem ter sido aprovado em concurso público, um indivíduo foi contratado para exercer
cargo em uma delegacia de polícia de determinado município, por ter contribuído na campanha política do
agente contratante.
Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da:

a) supremacia do interesse público.

b) impessoalidade.

c) eficiência.

d) publicidade.

e) indisponibilidade.

35. (Cespe – TJDFT 2013) Haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa sempre que o
comportamento da administração, embora em consonância com a lei, ofender a moral, os bons costumes, as
regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade.

36. (Cespe – TJ/SE 2014) Em consonância com os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade,
o STF, por meio da Súmula Vinculante n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração
pública, inclusive a efetuada mediante designações recíprocas — nepotismo cruzado.

37. (Cespe – TRT 5ª Região 2013) Segundo o STF, é imprescindível a existência de norma legal específica com
vistas a coibir a prática do nepotismo, haja vista que a vedação a essa prática decorre diretamente das

101 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

normas constitucionais aplicáveis à administração pública, em especial do princípio da moralidade.

38. (Cespe – Procurador DF 2013) Com fundamento no princípio da moralidade e da impessoalidade, o STF
entende que, independentemente de previsão em lei formal, constitui violação à CF a nomeação de sobrinho
da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão, ainda que para cargo político, como o de
secretário estadual.

39. (Cespe – Ibama 2012) Caracteriza nepotismo a nomeação de familiar de servidor efetivo do IBAMA que, em
razão de sua qualificação, seja convidado a ocupar uma das diretorias dessa autarquia.

40. (Cespe – TRE/ES 2011) Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie o seu sobrinho
para um cargo em comissão subordinado.

41. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) O princípio da moralidade administrativa torna jurídica a exigência de
atuação ética dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos administrativos.

42. (Cespe – MIN 2013) Fere a moralidade administrativa a conduta do agente que se vale da publicidade oficial
para autopromover-se.

43. (Cespe – PGE/BA 2014) Suponha que o governador de determinado estado tenha atribuído o nome de
Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, a escola pública estadual construída com recursos
financeiros repassados mediante convênio com a União. Nesse caso, há violação do princípio da
impessoalidade, dada a existência de proibição constitucional à publicidade de obras com nomes de
autoridades públicas.

44. (Cespe – MTE 2014) Viola o princípio da impessoalidade a edição de ato administrativo que objetive a
satisfação de interesse meramente privado.

45. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da impessoalidade é corolário do princípio da isonomia.

46. (Cespe – ABIN 2010) O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da
supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios
injustificados em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção
pessoal.

47. (Cespe – Procurador DF 2013) Em atendimento ao princípio da publicidade, a administração pública deve
proporcionar ampla divulgação dos seus atos, e a lei regular o acesso dos usuários de serviço público a

102 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas, no entanto, as restrições


estabelecidas constitucionalmente quanto ao direito à intimidade e à segurança da sociedade e do Estado.

48. (Cespe – Polícia Federal 2014) Considerando que o DPF é órgão responsável por exercer as funções de
polícia judiciária da União, julgue o item a seguir. O DPF, em razão do exercício das atribuições de polícia
judiciária, não se submete ao princípio da publicidade, sendo garantido sigilo aos atos praticados pelo órgão.

49. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da publicidade como valor republicano, assimilado de
forma crescente pela vida e pela cultura política, conforma o direito brasileiro a imperativo constitucional de
natureza absoluta, contra o qual não há exceção.

50. (Cespe – TRT 10ª Região 2013) A administração está obrigada a divulgar informações a respeito dos seus
atos administrativos, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado e à proteção da intimidade das pessoas.

51. (Cespe – TRT 5ª Região 2013) É do princípio constitucional da eficiência que decorre o dever estatal de
neutralidade, objetividade e imparcialidade do comportamento dos agentes públicos.

52. (Cespe – PGE/BA 2014) O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a atuação de
servidor público em desconformidade com a regra legal, desde que haja a comprovação do atingimento da
eficácia na prestação do serviço público correspondente.

53. (Cespe – DPF 2014) Em razão do princípio da eficiência, é possível, mediante licitação, a contratação de
empresa que não tenha apresentado toda a documentação de habilitação exigida, desde que a proposta seja
a mais vantajosa para a administração.

54. (Cespe – MPE/PI 2011) O princípio da moralidade pretende tutelar o descontentamento da sociedade em
razão da deficiente prestação de serviços públicos e de inúmeros prejuízos causados aos usuários.

55. (Cespe – Defensoria Pública/TO 2013) Em relação aos princípios do direito administrativo, assinale a opção
correta.

a) A personalização do direito administrativo é consequência da aplicação do princípio democrático e dos direitos


fundamentais em todas as atividades da administração pública.
b) Não se qualifica a violação aos princípios da administração pública como modalidade autônoma de ato que enseja
improbidade administrativa.
c) O princípio da impessoalidade limita-se ao dever de isonomia da administração pública.

d) A disponibilização de informações de interesse coletivo pela administração pública constitui obrigação constitucional
a ser observada até mesmo nos casos em que as informações envolvam a intimidade das pessoas.

103 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) O princípio da eficiência administrativa funda-se na subordinação da atividade administrativa à racionalidade


econômica.

56. (Cespe – Previc 2011) O cumprimento dos princípios administrativos — especialmente o da finalidade, o da
moralidade, o do interesse público e o da legalidade — constitui um dever do administrador e apresenta-se
como um direito subjetivo de cada cidadão.

57. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver
determinado, ciente de que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o princípio
da indisponibilidade do interesse público.

58. (Cespe – TCE/PR 2016) Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o Estado somente
poderá exercer sua função administrativa sob o regime de direito público.

59. (Cespe – TCU 2004) A expressão regime jurídico-administrativo, em seu sentido amplo, refere-se tanto aos
regimes de direito público e de direito privado a que se submete a administração pública quanto ao regime
especial que assegura à administração pública prerrogativas na relação com o administrado.

60. (Cespe – TCDF 2014) O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é um dos
pilares do regime jurídico administrativo e autoriza a administração pública a impor, mesmo sem previsão no
ordenamento jurídico, restrições aos direitos dos particulares em caso de conflito com os interesses de toda
a coletividade.

61. (Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da indisponibilidade do interesse público não impede a
administração pública de realizar acordos e transações.

62. (Cespe – ATA/MJ 2013) As restrições impostas à atividade administrativa que decorrem do fato de ser a
administração pública mera gestora de bens e de interesses públicos derivam do princípio da
indisponibilidade do interesse público, que é um dos pilares do regime jurídico-administrativo.

63. (Cespe – INPI 2013) A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a atividade da
administração pública, expressamente previsto na Constituição Federal.

64. (Cespe – TNS/MC 2013) Nos casos de desapropriação e do exercício do poder de polícia do Estado, constata-
se nitidamente a aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

65. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Motivação é um princípio que exige da administração pública indicação
dos fundamentos de fato e de direito de suas decisões.

104 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

66. (Cespe – TCU 2015) A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se
o contraditório e a ampla defesa.

67. (Cespe – MIN 2013) O desfazimento da nomeação de um agente administrativo somente pode ocorrer
depois de assegurada a ele a garantia do contraditório e da ampla defesa.

68. (Cespe – Procurador MPTCDF 2013) Constitui exteriorização do princípio da autotutela a súmula do STF que
enuncia que “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados dos vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

69. (Cespe – Suframa 2014) O princípio administrativo da autotutela expressa a capacidade que a administração
tem de rever seus próprios atos, desde que provocada pela parte interessada, independentemente de
decisão judicial.

70. (Cespe – AE/ES 2013) Caso se verifique, durante a realização de um concurso público, a utilização, por
candidatos, de métodos fraudulentos para a obtenção das respostas corretas das provas, a administração
pública poderá anular o concurso embasada diretamente no princípio da:

a) segurança jurídica.

b) autotutela.

c) transparência.

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

71. (Cespe – CGE/PI 2015) A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-
los quando eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.

72. (Cespe – Ministério da Justiça 2014) O fundamento da prescrição administrativa reside no princípio da
conservação dos valores jurídicos já concretizados, visando impedir, em razão do decurso do prazo
legalmente fixado, o exercício da autotutela por parte da administração pública.

73. (Cespe TRF 2ª Região 2013) Com referência ao regime jurídico e aos princípios da administração pública,
assinale a opção correta de acordo com o pensamento doutrinário dominante.

105 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) São considerados como basilares da administração pública os princípios da legalidade, da supremacia do interesse
público sobre o privado e o da continuidade do serviço público.
b) Para o particular, o princípio da legalidade apresenta conotação negativa ou restritiva; já para a administração
pública ele apresenta caráter positivo ou ampliativo.
c) Do princípio da continuidade do serviço público decorrem os princípios da sindicabilidade e da autoexecutoriedade.

d) O princípio da sindicabilidade é reconhecido expressamente pela jurisprudência do STF.

e) Sempre que a administração pública estiver envolvida em relações jurídicas, sejam elas de direito público ou de
direito

106 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Questões de prova comentadas – FGV

1) (FGV – PC-RN – 2021) O A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado Alfa foi alterada pela Assembleia Legislativa, de
maneira que foi inserido um artigo dispondo que é vedado ao servidor público ocupante de cargo efetivo ou
comissionado servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil. De acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a norma mencionada é:
a) constitucional, porque existe presunção de ofensa aos princípios expressos da administração pública da
impessoalidade e da moralidade;
b) constitucional, porque está de acordo com os princípios da administração pública e a súmula vinculante que veda o
nepotismo, e é aplicável para todos os entes federativos;
c) constitucional, porque cada Estado da Federação tem autonomia para ampliar livremente as hipóteses de nepotismo
previstas em súmula vinculante;
d) inconstitucional, porque os ocupantes de cargos efetivos ou comissionados no âmbito da polícia civil são
considerados agentes políticos e, por isso, não incide a súmula vinculante que proíbe o nepotismo;
e) inconstitucional em relação aos ocupantes de cargos efetivos eis que normas inibitórias do nepotismo não têm como
campo próprio de incidência os cargos efetivos sob pena de violação ao concurso público.
Comentário:

Bom, vamos primeiro entender bem o caso: existe uma lei que está dispondo que é vedado ao servidor público
ocupante de cargo efetivo ou comissionado servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil.
Seria o caso, por exemplo, de João e Maria, casados e servidores efetivos (aprovados em concurso público). João não
poderia ser chefe de Maria ou Maria não poderia ser chefe de João.
A questão pergunta: e aí? Pode isso? Essa lei é constitucional?

Bem, a questão trata de princípios da administração pública, sobretudo o princípio da moralidade, que impõe a
necessidade de atuação ética dos agentes públicos, traduzida na capacidade de distinguir entre o que é honesto e que
é desonesto.
O princípio da moralidade, juntamente com o princípio da impessoalidade, justifica a Súmula Vinculante nº 13 do STF,
que veda expressamente a prática do nepotismo (nomeação de parentes para o exercício de cargos públicos).
Como vimos na aula, a vedação ao nepotismo, em regra, não alcança a nomeação para cargos políticos (ex: ministros,
secretários municipais e estaduais), exceto se ficar demonstrado que a nomeação se deu exclusivamente por causa do
parentesco (o nomeado não possui qualquer qualificação que justifique a sua escolha).
Outra exceção à SV nº 13 diz respeito aos servidores já admitidos via concurso público, os quais, na visão do STF (ADI
524/ES ou Informativo 786-STF), não podem ser prejudicados em razão do grau de parentesco, inclusive porque tais
servidores passaram por rigorosos concursos públicos, tendo, portanto, o mérito de assumir um cargo de chefia ou
de direção. No entendimento da Suprema Corte, a norma antinepotismo deve incidir sobre cargos de provimento em
comissão, as funções gratificadas e os cargos de direção e assessoramento, devendo ser retirados da incidência da
norma os servidores admitidos mediante concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo. A vedação (de
que servidores públicos não podem servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil) não
pode alcançar os servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de
provimento efetivo, haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos, violando, dessa forma, o
art. 37, I e II, da CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos aprovados em concurso
público.

107 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Vale ressaltar, no entanto, que permanece em vigor a diretriz contida na Lei Federal 8.112, de 1990, em que se proíbe ao
servidor público manter sob sua chefia imediata cônjuge ou parentes até o 2º grau civil. Mas a questão não traz uma
situação que se aplica à União (caso em que se aplicaria a Lei Federal 8.112, de 1990), mas sim de um ente federativo
hipotético (Estado Alfa). Ademais, questiona-se acerca do controle de constitucionalidade, com base nos princípios
administrativos.
Pois bem, voltando para a situação hipotética fornecida pela questão, é possível reparar que a referida lei veda ao
servidor público ocupante de cargo efetivo servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil.
E, como vimos, essa é justamente uma das exceções à SV nº 13.
Portanto, a norma é inconstitucional em relação aos ocupantes de cargos efetivos eis que normas inibitórias do
nepotismo não têm como campo próprio de incidência os cargos efetivos sob pena de violação ao concurso público.
Gabarito: alternativa “e”

2) (FGV – MPE-RJ – 2020) O vereador João nomeou sua filha Maria, pessoa sem qualquer qualificação profissional ou
experiência na área, para exercer o cargo em comissão de assessor parlamentar em seu gabinete. A Promotoria de
Tutela Coletiva da Cidadania local instaurou inquérito civil e confirmou a ilegalidade na conduta do vereador por ofensa
direta ao princípio constitucional expresso da administração pública da:
a) especialidade, pois Maria não detém conhecimento para exercer a função pública;

b) transcendência, que proíbe a nomeação de parentes até o terceiro grau para exercer qualquer cargo público;

c) autotutela, eis que o sistema de controle externo deve levar o Executivo municipal a anular o ato de nomeação de
Maria;
d) impessoalidade, diante do nepotismo decorrente da clara intenção de beneficiar determinada pessoa;

e) isonomia, haja vista que os cargos em comissão devem ser providos necessariamente por concurso público.

Comentário:

Então o papai, vereador João, nomeou a filhinha, Maria, sem qualquer qualificação profissional ou experiência na área,
para exercer o cargo em comissão de assessor parlamentar em seu gabinete. Que beleza!
Você sabe como é o nome disso, né? Nepotismo!

Foi por causa de situações como essa que o Supremos Tribunal Federal (STF) editou a Súmula Vinculante nº 13 do STF,
que veda expressamente a prática do nepotismo (nomeação de parentes para o exercício de cargos públicos), uma das
formas mais comuns de ofensa ao princípio da moralidade.
Veja o texto da Súmula:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Detalhe é que a vedação ao nepotismo, em regra, não alcança a nomeação para cargos políticos (ex: ministros,
secretários municipais e estaduais), exceto se ficar demonstrado que a nomeação se deu exclusivamente por causa
do parentesco (o nomeado não possui qualquer qualificação que justifique a sua escolha). O que é justamente o
caso da questão.

108 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Por exemplo: não haveria violação à SV nº 13 se Maria, filha do vereador João, tivesse qualificação para o cargo de
assessor parlamentar. Mas, como ela não tem, resta evidente que a nomeação se deu exclusivamente por causa do
parentesco.
No entendimento do STF, a prática do nepotismo, além do princípio da moralidade, também ofende os princípios da
impessoalidade e da eficiência.
Assim, a foi confirmada a ilegalidade na conduta do vereador por ofensa direta ao princípio constitucional expresso da
administração pública da impessoalidade, diante do nepotismo decorrente da clara intenção de beneficiar
determinada pessoa.
Na alternativa “c”, é válido ressaltar que a autotutela possibilita à Administração Pública controlar seus próprios atos,
apreciando-os sob dois aspectos: legalidade e mérito. E na alternativa “e”, vale destacar que os cargos efetivos é que
devem ser providos por meio de concurso público.
Gabarito: alternativa “d”

3) (FGV – TJ-CE – 2019) O Supremo Tribunal Federal inibe a aplicação de severas sanções a entidades federativas por
ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos do novo gestor, a fim de não dificultar sua governabilidade, caso
esteja tomando as providências necessárias para sanar o prejuízo causado pela gestão anterior.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, trata-se da aplicação do princípio da administração pública da:

a) impessoalidade diferida das sanções;

b) continuidade mitigada do gestor;

c) responsabilidade subsidiária do gestor;

d) intranscendência subjetiva das sanções;

e) segurança jurídica objetiva.

Comentário:

Trata-se do princípio da intranscendência subjetiva.

O princípio da intranscendência subjetiva impede que sanções e restrições superem a dimensão estritamente
pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as causadoras do ato ilícito. Assim, segundo o STF, o
princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de
gestão praticados por administrações anteriores.
Gabarito: alternativa “d”

4) (FGV – Prefeitura de Salvador - BA – 2019) O Município de Salvador elaborou plano estratégico para melhorar as
atividades de fiscalização pelos agentes de trânsito e transporte e as condições de segurança, higiene e conforto dos
veículos do sistema de transporte público.
Neste contexto, a busca de melhores resultados práticos, menos desperdícios e maior produtividade decorre do
seguinte princípio da Administração Pública:
a) Moralidade.

b) Impessoalidade.

109 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) Isonomia.

d) Segurança Jurídica.

e) Eficiência.

Comentário:

O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público.
Gabarito: alternativa “e”

5) (FGV – Prefeitura de Salvador - BA – 2019) Analise o trecho a seguir.

“A atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.”

Assinale a opção que apresenta o princípio fundamental da Administração Pública ao qual o trecho faz referência.

a) Legalidade

b) Impessoalidade

c) Moralidade

d) Publicidade

e) Eficiência

Comentário:

É o princípio da eficiência que exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e
rendimento funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público.
Gabarito: alternativa “e”

6) (FGV – AL/RO 2018) Caio, agente de polícia, recebeu ordens para escoltar determinado preso, que iria prestar
depoimento no Tribunal. Sabe-se que a escolta de preso é função própria e exclusiva de agente penitenciário. Sobre o
caso narrado, assinale a afirmativa correta:
a) Caio deve obedecer à ordem recebida em função do princípio da hierarquia.

b) Caio não pode desobedecer à ordem, ante a presunção de legalidade.

c) Caio não deve obedecer à ordem, em decorrência de sua manifesta ilegalidade.

d) Caio deve obedecer à ordem, já que não terá responsabilidade no caso de lesão a interesse público.

e) Caio só obedecerá à ordem se houver justificativa para que esta tenha sido emitida.

Comentário:

110 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Repare que o enunciado da questão disse que a escolta de preso é função própria e exclusiva de agente penitenciário.
Logo, Caio, que é agente de polícia, não deve obedecer à ordem, tendo em vista que as ordens superiores devem ser
cumpridas pelo servidor público, exceto quando manifestamente ilegais, como é o caso da questão.
Lembrando, ainda, que o princípio da legalidade dentro da Administração Pública restringe a atuação em aquilo que é
permitido por lei, de acordo com os meios e formas por ela estabelecidos e segundo o interesse público.
Gabarito: alternativa “c”

7) (FGV – MPE-AL 2018) Após regular apuração, o Ministério Público constatou que o prefeito do Município Alfa
divulgara um informativo, pago com recursos públicos, contendo nomes, símbolos e imagens de sua gestão com o
nítido objetivo de promover sua imagem para as próximas eleições. Considerando a conduta do prefeito municipal, é
correto afirmar que ela afronta, de modo mais intenso, o princípio administrativo da:
a) impessoalidade.

b) publicidade.

c) humildade.

d) autotutela.

e) eficiência.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

a) CORRETA. O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que a atuação do agente público deve-se pautar pela
busca dos interesses da coletividade, não visando a prejudicar ou beneficiar ninguém em específico. Ademais, a
impessoalidade deve ser vista também sob a ótica do agente, ou seja, quando o agente público atua, não é a pessoa do
agente quem pratica o ato, mas sim o Estado – órgão que ele representa. Neste sentido, em obediência ao princípio da
impessoalidade, é proibida a utilização de símbolos ou imagens, ou até mesmo, de nomes que liguem a conduta estatal
ao próprio agente público (vedação da promoção pessoal). O caso narrado na questão traduz claramente violação ao
princípio da impessoalidade.
b) ERRADA. O princípio da publicidade pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos.
Tal princípio encarta-se num contexto geral de livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de
transparência na atuação administrativa, como se pode deduzir do conteúdo de diversas normas constitucionais.
c) ERRADA. Não existe no Direito Administrativo o princípio da humildade. O que existe é o princípio da boa-fé, que
está relacionado à honestidade. No Direito Privado, a boa-fé, em linhas gerais, está relacionada com a honestidade, a
correção e a confiabilidade entre as partes contratantes."
d) ERRADA. O princípio da eficiência traduz a ideia de presteza, bom desempenho funcional. Buscam-se melhores
resultados práticos e menos desperdício. Possui a finalidade de “deixar” a Administração Pública burocrática e buscar
uma Administração Pública gerencial, de resultado.
Gabarito: alternativa “a”

8) (FGV – MPE-AL 2018) Os atos administrativos, além de regidos pelo preceito da legalidade, devem ser analisados
sob os aspectos da lealdade, da boa-fé e da honestidade, conforme previsto no princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

111 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) eticidade.

d) autotutela.

e) eficiência.

Comentário:

O princípio da moralidade exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou
seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. Esta norma
estabelece a obrigatoriedade de observância a padrões éticos de conduta, para que se assegure o exercício da função
pública de forma a atender às necessidades coletivas. Dessa forma, percebe-se que o enunciado da questão descreve o
princípio da moralidade.
Gabarito: alternativa “b”

9) (FGV – TJ/AL 2018) Determinado Secretário Municipal de Educação, no dia da inauguração de nova escola municipal,
distribuiu boletim informativo custeado pelo poder público, com os seguintes dizeres no título da reportagem:
“Secretário do povo, Rico Ricaço, presenteia a população com mais uma escola”. Ao lado da reportagem, havia foto do
Secretário fazendo com seus dedos o símbolo de coração utilizado por ele em suas campanhas eleitorais. A conduta
narrada feriu o princípio da administração pública da:
a) economicidade, eis que é vedada a publicidade custeada pelo erário dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos, ainda que tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social;
b) legalidade, pois a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve ser
precedida de prévia autorização legislativa, vedada qualquer promoção pessoal que configure favorecimento pessoal
para autoridades ou servidores públicos;
c) moralidade, eis que a publicidade dos atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos, em que constarem
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades públicas, para ser legal deve ser
custeada integralmente com recursos privados;
d) publicidade, uma vez que a divulgação dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve
ser feita exclusivamente por meio de publicação dos respectivos atos no diário oficial, para impedir promoção pessoal
da autoridade pública;
e) impessoalidade, pois a publicidade em tela deveria ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de agentes públicos.
Comentário:

O caso enunciado na questão mostra claramente que o Secretário Municipal de Educação feriu o princípio da
impessoalidade. O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público,
impedindo discriminações (perseguições) e privilégios (favoritismo) indevidamente dispensados a particulares no
exercício da função administrativa.
Outra faceta deste princípio é a não imputação de um ato administrativo a um agente público. Ou seja, quem pratica o
ato é a administração pública (Teoria da Imputação) e não o agente em si. (Exemplo de violação a esse princípio são os
anúncios de atividades estatais em que há a descrição dos agentes políticos).
O art. 37, §1º, CF retrata o princípio da impessoalidade. Vejamos:

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizam promoção

112 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

pessoal de autoridades ou servidores públicos”.


Gabarito: alternativa “e”

10) (FGV – Câmara de Salvador- BA 2018) O dever-poder que a Administração Pública ostenta para controlar os seus
próprios atos, podendo invalidar os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes, observadas as cautelas legais,
decorre diretamente do princípio da:
a) moralidade, e sua não observância gera nulidade do ato administrativo, sem prejuízo da responsabilização do
agente;
b) publicidade, e todo ato que invalida ou revoga outro ato administrativo precisa ser publicado no diário oficial;

c) autotutela, e a Administração não precisa ser provocada para rever seus próprios atos, podendo fazê-lo de ofício;

d) impessoalidade, e a Administração não pode tolerar atos que impliquem promoção pessoal do gestor público;

e) segurança jurídica, e a Administração não pode tolerar que permaneça no mundo jurídico qualquer ato ilícito.

Comentário: Vamos analisar cada alternativa.

a) ERRADA. O princípio da moralidade está previsto no caput do art. 37 da CRFB e no art. 2º, Parágrafo Único, inciso IV,
da Lei nº 9784/99. Segundo ele, a Administração Pública deve atender não só a lei, mas à própria moral comum, aos
bons costumes, às regras de boa administração, aos princípios de justiça e equidade e à ideia comum de honestidade.
b) ERRADA. A assertiva está incorreta, pois não guarda relação com o princípio narrado no enunciado da questão. O
princípio da publicidade informa que é exigida a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública
direta e indireta, ressalvadas as hipóteses de sigilo. Também é princípio constitucional (art. 37, caput, da CRFB) e está
previsto na Lei nº 9784/99, em seu art. 2º, Parágrafo Único, inciso V.
c) CORRETA. O princípio da autotutela trata-se do poder que a Administração Pública possui de ter o controle dos seus
atos em suas mãos, podendo ela mesma revê-los para trazer regularidade às suas condutas. Nesses casos, o ente
estatal tem a garantia de anular os atos praticados em suas atividades essenciais, quando ilegais, ou revogá-los, quando
inoportunos ou inconvenientes, sem que haja necessária interferência do Poder Judiciário. Tal princípio encontra-se na
súmula 473 do STF.
d) ERRADA. O princípio da impessoalidade pode permitir duas interpretações, uma vez que tanto deve ser observado
em relação aos administrados (ou seja, relacionado com a finalidade pública), como em relação à própria Administração
Pública (atos e provimentos administrativos não são imputáveis aos servidores que os praticam). Está previsto no caput
do art. 37 da CRFB e no inciso III do Parágrafo Único do art. 2º da Lei nº 9784/99.
e) ERRADA. O princípio da segurança jurídica está enunciado no inciso XXXVI do art. 5º da CF. Vejamos:

“Art. 5º (...)

XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”

Tendo em vista que não se relaciona juridicamente aos termos narrados no enunciado da questão, essa opção também
está incorreta.
Gabarito: alternativa “c”.

11) (FGV – SEPOG-RO 2017) “Os agentes públicos devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação pautada
pela promoção pessoal”.

113 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

De acordo com os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, assinale a opção que apresenta o
princípio constitucional a que se refere a conduta acima.
a) razoabilidade.

b) impessoalidade.

c) transparência.

d) eficácia.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

a) ERRADA. O princípio da razoabilidade tem o objetivo de proibir o excesso, com a finalidade de evitar as restrições
abusivas ou desnecessárias realizadas pela Administração Pública. Assim, as competências da Administração Pública
devem ser realizadas proporcionalmente, de forma ponderada, conforme as normas exigidas para cumprimento da
finalidade do interesse público.
b) CORRETA. A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver
atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse
atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas,
devendo todos serem tratados de forma igual.
c) ERRADA. Princípio da Transparência é o princípio da motivação, pelo qual se impõe que toda a atividade da
Administração Pública deva vir acompanhada dos fundamentos que ensejaram a sua decisão, não bastando a
divulgação apenas do ato em si, mas as razões que determinaram a sua prática.
d) ERRADA. O princípio da eficiência traduz a ideia de presteza, bom desempenho funcional. Buscam-se melhores
resultados práticos e menos desperdício. Finalidade de “deixar” a Administração Pública burocrática e buscar uma
Administração Pública gerencial, de resultados.
Gabarito: alternativa “b”.

12) (FGV – SEPOG-RO 2017) As opções a seguir apresentam princípios constitucionais que regem a Administração
Pública, tanto a direta quanto a indireta, em todos os níveis da administração (municipal, estadual e federal), à exceção
de uma. Assinale-a:
a) legalidade.

b) impessoalidade.

c) moralidade.

d) externalidade.

e) publicidade.

Comentário:

Os princípios constitucionais que regem a Administração Pública estão previstos no art. 37, CF: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Como forma de memorização, observe que eles formam a
expressão “LIMPE”. Logo, o que não se encaixa em tais princípios é aquele descrito na letra D, qual seja, externalidade.
Gabarito: alternativa “d”.

114 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

13) (FGV – ALE-RJ) O art. 54, da Lei nº 9.784/99, dispõe que o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o legislador procurou
conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos inquinados de vício de legalidade.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a citada norma aborda especificamente os
seguintes princípios reconhecidos da Administração Pública:
a) autotutela e certeza jurídica;

b) segurança jurídica e proteção à confiança;

c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;

d) temporalidade e moralidade administrativas;

e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

Comentário:

A norma em questão, art. 54, Lei 9.784/99, disciplina o instituto da decadência do direito de a Administração anular
seus próprios atos, quando deles decorram efeitos favoráveis a terceiros. A ideia, como o próprio enunciado pontuou,
consiste em estabilizar relações jurídicas em vista do decorrer de um certo lapso temporal, considerado razoável no
caso, qual seja, o período de cinco anos, a contar da prática do ato. É inegável que tal intenção - estabilizar relações
jurídicas em vista do fator tempo - tem como finalidade homenagear o princípio da segurança jurídica, na medida em
que, ultrapassado tal prazo, os destinatários do ato passam a ter a certeza jurídica de que não sofrerão investidas, por
parte da Administração Pública, em relação a situações que lhes sejam favoráveis, ainda que sobrevenha o
reconhecimento de eventual vício a macular a validade do respectivo ato administrativo.
Ademais, o princípio da proteção à confiança legítima é tratado pela doutrina como o aspecto subjetivo do princípio
da segurança jurídica. A ideia, aqui, consiste em proteger a confiança que os particulares depositam nos atos da
Administração Pública, notadamente em razão da presunção de legitimidade de que se revestem, bem assim à luz da
chamada teoria da aparência. Isto, é claro, desde que os particulares estejam agindo com boa-fé.
A combinação, em suma, dos valores boa-fé dos particulares (proteção à confiança legítima) e decurso do tempo
(segurança jurídica) serve de inspiração para a norma do art. 54, Lei 9.784/99. Com apoio na explicação acima, resta
claro que a única opção correta encontra-se na letra "b".
Gabarito: alternativa “b”

14) (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016) O administrador, ao aceitar as responsabilidades de um cargo público, deve
respeitar os princípios legais que regem a Administração Pública. Parte fundamental do exercício do cargo é o
conhecimento do limite entre o público e o privado, em que o interesse público deve sempre se sobrepor ao privado; da
mesma forma, deve-se garantir que as decisões tomadas sejam de conhecimento geral e que os meios sejam
adequados ao fim.
O trecho acima apresenta a descrição de alguns dos princípios da Administração Pública. Assinale a opção que indica,
na ordem correta, os princípios apresentados.
a) Isonomia – Autotutela – Eficiência.

b) Razoabilidade – Publicidade – Impessoalidade.

c) Supremacia da Publicidade – Proporcionalidade – Isonomia.

115 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) Impessoalidade – Publicidade – Razoabilidade.

e) Impessoalidade – Isonomia – Eficiência.

Comentário:

A primeira das descrições apresentadas - "conhecimento do limite entre o público e o privado, em que o interesse
público deve sempre se sobrepor ao privado", sem dúvida alguma, traz à mente o princípio da supremacia do interesse
público sobre o interesse privado. Todavia, não há qualquer alternativa que contemple este princípio como primeira
resposta, razão por que deve-se aprofundar um pouco mais o raciocínio.
Com efeito, o princípio da impessoalidade apresenta, como seu principal aspecto, a necessidade de atendimento da
finalidade pública, o que significa dizer que toda a atuação administrativa deve, sempre, objetivar alcançar os interesses
públicos, e não os privados.
Para atender finalidades públicas, é preciso conhecer os limites entre o público e o privado, bem como almejar colocar
invariavelmente em primeiro plano os interesses coletivos, em detrimento dos particulares (observando-se os limites
legais e os direitos fundamentais, é claro). À luz desta interpretação, pode-se aceitar que tal trecho também se amolda,
embora de forma não tão óbvia, ao princípio da impessoalidade.
Prosseguindo, quanto ao segundo trecho - "deve-se garantir que as decisões tomadas sejam de conhecimento geral" -
não há maiores dilemas em se perceber que o princípio aí preconizado corresponde ao da publicidade, o qual objetiva
conferir o máximo de transparência às decisões administrativas, em ordem a que possam ser por todos conhecidas e
controladas. Daí a necessidade de sua publicação.
Por fim, no que se refere à última passagem - "os meios sejam adequados ao fim" - a referência corresponde a uma
noção conceitual bem simplificada do princípio da razoabilidade, tratado muitas vezes pela doutrina como um sinônimo
de proporcionalidade, ou então sendo esta última um aspecto da razoabilidade, e que corresponde, exatamente, à
mencionada adequação entre meios e fins.
Dessa forma, conclui-se que a sequência correta equivale a: impessoalidade, publicidade e razoabilidade.

Gabarito: alternativa “d”

15) (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016) A capacidade de autotutela é uma característica marcante da Administração
Pública. É por meio desse princípio que o sistema público se prepara para atender às necessidades do cidadão de forma
eficiente e adequada. Partindo dele, as decisões da estrutura administrativa devem atender ao público e estar aptas a
constantes revisões e reformulações.
Sobre o Princípio da Autotutela, analise as afirmativas a seguir.

I. É o princípio constitucional que limita e delega a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
II. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
III. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de julgar e punir atos e
comportamentos ilegais que ocorram em seu âmbito.
Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

116 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I e III, apenas.

Comentário: Vamos comentar todos os itens.

I – INCORRETO. É o princípio da autotutela que capacita a Administração de anular seus próprios atos ilegais ou
revogar os legais, porém inoportunos ou inconvenientes. Ademais, este princípio é limitado pelo princípio da segurança
jurídica, que protege o administrado contra prejuízos oriundos da anulação ou revogação.
II – CORRETO. Conforme a súmula 473 do STF: "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".
III – INCORRETO. Vide comentário item II.

Gabarito: alternativa “b”

16) (FGV – TCM/SP 2015) Membros da comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram um
certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio administrador é amigo íntimo de um dos membros da citada
comissão. No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram diretamente o princípio administrativo expresso
no art. 37, caput, da Constituição da República. Trata-se do princípio da:
a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

Comentário:

O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo


discriminações (perseguições) e privilégios (favoritismo) indevidamente dispensados a particulares no exercício da
função administrativa. Segundo a conceituação prevista na Lei do Processo Administrativo, trata-se de uma obrigatória
“objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades”.
Assim, ao fraudarem a licitação para favorecer determinada sociedade empresária, houve clara violação do princípio da
impessoalidade. O caso também poderia ser enquadrado como ofensa ao princípio da moralidade, mas tal opção não
consta entre as alternativas.
Gabarito: alternativa “e”

17) (FGV – SSP - AM 2015) A Constituição da República de 1988 dedicou um capítulo à Administração Pública e, em seu
art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas. Dentre esses princípios
expressos, que revelam as diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:

117 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar com excelência suas atribuições para lograr
resultados mais produtivos do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;
b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os atos praticados pelos agentes administrativos
estão de acordo com os ditames legais;
c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica devem ser
tratados da mesma forma, sem privilégios pessoais;
d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar sua conduta com preceitos éticos e agir com
honestidade;
e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da melhor forma possível suas atribuições, para lograr
os melhores resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa.

a) ERRADA. Pela simples leitura do art. 37, caput, da CRFB/88, percebe-se que o princípio da competitividade não se
encontra entre os postulados ali expressos, o que, por si só, já torna esta opção equivocada.
Cuida-se, a rigor, de princípio extraído do texto da Lei 8.666/93, mais especificamente de seu art. 3º, §1º, I, com vistas a
vedar a previsão de cláusulas ou condições que comprometam o caráter competitivo da licitação, o que, ademais,
prejudica, ainda, a busca da proposta mais vantajosa para a Administração.
b) ERRADA. Como bem se sabe, a presunção que milita em favor dos atos administrativos não é absoluta, e sim relativa
(iuris tantum), porquanto admite prova em contrário a cargo de quem argui o vício existente no ato. Acaso assim não
fosse, inexistiria a possibilidade de anulação de atos administrativos, o que, como é de trivial conhecimento, é
perfeitamente viável de se realizar em nosso ordenamento jurídico.
c) ERRADA. Na verdade, o princípio a ser observado é o da impessoalidade, e não o da pessoalidade, conforme
incorretamente grafado nesta opção. Sua essência, em suma, consiste em exigir que todos os atos da Administração
sejam praticados objetivando atingir a finalidade pública, sem privilégios ou perseguições pessoais a quem quer que
seja.
d) ERRADA. Improbidade pressupõe agir de maneira desonesta, antiética, sem curar a coisa pública. Obviamente, não
é isto o que a Constituição exige. Bem ao contrário, o princípio da moralidade, expresso no caput do art. 37 da Lei Maior,
tem por objeto impor comportamentos honestos, dotados de retidão de caráter, por parte de nossos administradores
públicos.
e) CORRETA. Realmente, o princípio da eficiência apresenta o conteúdo exposto nesta última alternativa. A ideia nele
contida é a de exigir que os agentes públicos apresentem rendimento funcional adequado, com o máximo de esmero e
presteza possíveis. Trabalha-se com a fixação de metas e atingimento de resultados, no âmbito administrativo. Exige-
se, outrossim, a redução ou, melhor ainda, a eliminação de desperdícios no trato da coisa pública.
Gabarito: alternativa “e”.

18) (FGV – IBGE 2016) Órgão de controle interno de determinada fundação pública realiza auditoria no setor
responsável pelas licitações e contratos administrativos da fundação. Na diligência, verifica-se que não há necessidade
de se realizar aquisição de determinado produto, mas o edital de licitação acabara de ser publicado. Após as
providências administrativas cabíveis, a fundação revoga o edital de licitação. Na hipótese em tela, a fundação pública
agiu de acordo com o princípio administrativo da:
a) legalidade, em que a Administração Pública exerce o controle interno sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;

118 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) autotutela, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário;
c) nulidade, em que a Administração Pública exerce o controle externo sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
d) independência, em que a Administração Pública exerce o controle geral sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, mediante autorização prévia do Poder
Judiciário;
e) autonomia, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os atos de seus órgãos, com a possibilidade de
anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, mediante autorização prévia do Poder Judiciário.
Comentário:

O princípio que permite à Administração revogar seus próprios atos por razões de conveniência e oportunidade é o
princípio da autotutela. Tal princípio também confere prerrogativa à Administração para anular seus próprios atos,
quando eivados de ilegalidade, independentemente de provocação do Poder Judiciário.
Gabarito: alternativa “b”

19) (FGV – SSP/AM 2015) Daniel, Policial Militar, ao realizar diligência destinada a reprimir o comércio ilícito de
mercadorias receptadas, encontrou em flagrante delito seu amigo de infância Juvenal praticando crime. Por conta da
longa amizade, Daniel deixou de realizar sua prisão em flagrante e liberou seu amigo, inclusive com os bens objeto do
crime. No caso em tela, Daniel ofendeu mais diretamente os princípios administrativos da:
a) legalidade e pessoalidade;

b) autotutela e disciplina;

c) publicidade e eficiência;

d) hierarquia e disciplina;

e) moralidade e impessoalidade.

Comentários:

Na situação em tela, certamente o policial ofendeu o princípio da impessoalidade, pois deixou de cumprir seu dever
como agente público por razões meramente pessoais, deixando de lado o interesse público.
Pelos mesmos fundamentos, pode-se dizer que o policial também ofendeu o princípio da moralidade. Aliás, este caso é
um exemplo interessante de situação em que a moralidade comum – que fez com Daniel protegesse seu amigo de
infância – não se coadunou com a moralidade administrativa, pela qual o policial deveria ter cumprido o seu dever como
agente público, prendendo Juvenal em flagrante e deixando de lado suas motivações pessoais.
Gabarito: alternativa “e”

20) (FGV – CM/Caruaru 2015) Os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
segundo a Constituição Federal de 1988, condicionam toda a estrutura das organizações públicas.
Quando o agente público atua de forma imparcial, buscando somente o fim público pretendido pela lei, sem privilégios
ou discriminações de qualquer natureza, seu procedimento está baseado no princípio da:

119 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) moralidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

Comentários:

O enunciado, ao falar em atuação imparcial, busca do fim público e inexistência de privilégios ou discriminações, sem
dúvida está tratando do princípio da impessoalidade.
Gabarito: alternativa “d”

21) (FGV – CM/Caruaru 2015) A Constituição da República de 1988, em seu Art. 37, estabelece expressamente que a
Administração Pública direta e indireta obedecerá aos seguintes princípios:
a) Legitimidade, imparcialidade, modicidade, popularidade e empatia.

b) Legalidade, imparcialidade, moralidade, popularidade e eficiência.

c) Legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e empatia.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Comentários:

Para responder o quesito, basta conhecer os princípios “básicos” ou “expressos” da Administração Pública, que são
aqueles previstos no art. 37, caput da Constituição Federal, e que podem ser sintetizados na sigla LIMPE: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Gabarito: alternativa “e”

22) (FGV – Contador Niterói 2015) João, ocupante do cargo efetivo municipal de contador, visando favorecer seu
vizinho de longa data, valendo-se da função pública de chefe do setor, pegou o processo administrativo de seu amigo e,
passando na frente de todos os outros que aguardavam ser despachados há mais tempo, providenciou o imediato
andamento necessário. A conduta do servidor público no caso em tela feriu, em tese, o princípio da administração
pública que, por um lado, objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados
que se encontrem em idêntica situação jurídica e, por outro, busca a supremacia do interesse público, e não do privado,
vedando-se, em consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros. Trata-se do princípio
informativo expresso do art. 37, caput, da Constituição da República, chamado princípio da:
a) publicidade;

b) razoabilidade;

c) eficácia;

120 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) indisponibilidade;

e) impessoalidade.

Comentário:

Na situação analisada, em que o servidor público utilizou-se das prerrogativas do cargo para favorecer seu vizinho,
podemos verificar novamente afronta direta ao princípio da impessoalidade. O caso também poderia ser enquadrado
como ofensa ao princípio da moralidade, mas tal opção não consta entre as alternativas.
Gabarito: alternativa “e”

23) (FGV – ISS Niterói 2015) O art. 37, caput, da Constituição Federal dispõe que a administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes dos Municípios obedecerá aos chamados princípios administrativos expressos. Dentre
eles, destaca-se o princípio da publicidade, que também se manifesta pelo direito à informação. Nesse sentido, o texto
constitucional assegura a todos o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular:
a) que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com exceção das hipóteses de sigilo, que
consistem nos casos de interesse coletivo ou geral, intimidade e segurança do Estado;
b) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção das hipóteses cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
c) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade
do servidor competente, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
d) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
e) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção da hipótese de sigilo, que ocorre exclusivamente mediante prévio decreto por decisão judicial.
Comentário:

A resposta está no art. 5º, XXXIII da Constituição Federal, que diz o seguinte:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Como se nota, a alternativa “d” reproduz fielmente a parte final do dispositivo acima, daí o gabarito.

Gabarito: alternativa “d”

24) (FGV – ISS Niterói 2015) Prefeito Municipal, no exercício da função e utilizando verba pública, determinou a
confecção e distribuição de milhares de panfletos, às vésperas do dia dos pais, com os seguintes dizeres: “O Prefeito
Fulano, na qualidade de melhor administrador público do país e verdadeiro pai para seus administrados, deseja feliz dia
dos pais a todos. Nas próximas eleições, continuem me prestigiando com o seu voto!”. Essa conduta do agente político
feriu, frontal e mais diretamente, os seguintes princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da Constituição
Federal:
a) probidade e pessoalidade;

b) indisponibilidade e legalidade;

121 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) autotutela e igualdade;

d) impessoalidade e moralidade;

e) isonomia e eficiência.

Comentários: Na situação em tela, o Prefeito se promoveu pessoalmente utilizando as prerrogativas do seu cargo e,
ainda, gastando verba pública. O princípio que veda a promoção pessoal às custas das suas realizações como agente
público é o princípio da impessoalidade. O caso também pode ser considerado uma ofensa ao princípio da moralidade,
eis que não é ético utilizar o cargo para se promover, ainda mais mediante o emprego indevido de recursos públicos.
Gabarito: alternativa “d”

25) (FGV – TJ/BA 2015) Os princípios administrativos implícitos são diretrizes que orientam a Administração Pública,
como regras gerais de proceder, reconhecidas pela doutrina e pela jurisprudência. Nesse contexto, destaca-se o
princípio da:
a) supremacia do interesse público, segundo o qual os direitos individuais dos cidadãos isoladamente considerados
devem prevalecer sobre os interesses da coletividade;
b) autotutela, segundo o qual a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
c) indisponibilidade, segundo o qual os bens e interesses públicos pertencem à Administração Pública e a seus agentes,
que têm a livre disposição sobre eles;
d) moralidade, segundo o qual os agentes administrativos devem agir com improbidade administrativa, com escopo de
observar a necessária impessoalidade na prática do ato, para se atingir o interesse público;
e) eficiência, segundo o qual os agentes administrativos são obrigados a utilizar moderna tecnologia e métodos mais
eficazes do que aqueles disponíveis na iniciativa privada, com o objetivo de atingir o interesse público.
Comentários: vamos analisar cada item:

a) ERRADA. Pelo princípio da supremacia do interesse público, os interesses da coletividade é que devem prevalecer
sobre os direitos individuais dos cidadãos isoladamente considerados.
b) CERTA. O princípio da autotutela está consagrado na Súmula 473 do STF, pela qual “a Administração pode anular
seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”. O que caracteriza o princípio da autotutela é justamente o fato de que a Administração tem o
poder para anular e revogar seus próprios atos, independentemente da atuação do Poder Judiciário.
c) ERRADA. Pelo princípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos pertencem à sociedade, razão pela qual
a Administração Pública e seus agentes não têm livre disposição sobre eles, devendo geri-los segundo os ditames da lei.
d) ERRADA. Pelo princípio da moralidade, os agentes administrativos devem agir com probidade administrativa, e não
com improbidade.
e) ERRADA. Pelo princípio da eficiência, os agentes devem utilizar tecnologia moderna e métodos eficazes, mas não
necessariamente melhores do que aqueles disponíveis na iniciativa privada.
Gabarito: alternativa “b”

122 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

26) (FGV – TJ/BA 2015) Em tema de serviços públicos, a doutrina de Direito Administrativo ensina que se aplica
especificamente o princípio da:
a) autotutela, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar os
serviços públicos, gozam de liberdade de gestão, podendo aumentar unilateralmente as tarifas para manter a
lucratividade da atividade;
b) modicidade, segundo o qual os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público
calcular o valor das tarifas com vistas à eficiência e lucros máximos;
c) supremacia do interesse público, segundo o qual as atividades administrativas e os serviços públicos são prestados
pelo Estado para benefício do particular individualmente considerado em detrimento da coletividade;
d) continuidade, o qual indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser
contínua para evitar que a paralisação provoque colapso nas múltiplas atividades particulares;
e) indisponibilidade, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar
os serviços públicos, tem a livre disposição dos bens e interesses públicos.
Comentário:

Quando se fala em “serviço público”, o princípio que deve vir logo à mente é o princípio da continuidade, pelo qual os
serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação
provoque colapso nas múltiplas atividades particulares, conforme corretamente retratado na opção “d”.
Outro princípio diretamente relacionado aos serviços públicos é o princípio da modicidade das tarifas, pelo qual os
usuários não devem ser onerados de maneira excessiva, ou seja, as tarifas devem ser módicas, acessíveis. Por outro
lado, o prestador do serviço público deve ser remunerado de maneira razoável, a fim de assegurar o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato. Tal princípio é abordado na opção “b”, que erra ao afirmar que as tarifas devem ser
calculadas com vistas a “lucros máximos”.
Gabarito: alternativa “d”

27) (FGV – Guarda Municipal Paulínia 2015) Princípios administrativos são os postulados fundamentais que conduzem
todo o modo de agir da Administração Pública como um todo. O art. 37, caput, da Constituição da República elencou os
chamados princípios administrativos expressos a serem observados por todas as pessoas administrativas de qualquer
dos entes federativos, como por exemplo, os princípios da:
a) impessoalidade, eficiência e moralidade;

b) igualdade, legalidade e improbidade;

c) legalidade, disponibilidade e proporcionalidade;

d) eficácia, isonomia e economicidade;

e) igualdade, pessoalidade e razoabilidade.

Comentários:

Para responder à questão, necessário apenas saber os princípios expressos listados no art. 37, caput da Constituição
Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – LIMPE.
Gabarito: alternativa “a”

123 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Questões de concurso comentadas

1. (FCC – ALESE 2018 ) A empresa W foi vencedora de determinada licitação. Ao término do certame, antes da
adjudicação, a Administração optou, fundamentadamente, pela revogação do procedimento. Nesse caso,
especificamente no que concerne ao princípio da adjudicação compulsória,
a) o direito do vencedor limita-se à adjudicação e não ao contrato imediato, logo, na hipótese narrada, a empresa tem
direito à adjudicação, porém não à contratação.
b) a Administração não poderia revogar o procedimento, pois, concluído o certame, há direito subjetivo à adjudicação e
à contratação.
c) a Administração só poderia revogar o procedimento até a fase de habilitação.

d) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer a qualquer momento do procedimento, desde
que haja justo motivo para tanto.
e) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer em qualquer momento do procedimento,
independentemente de haver justo motivo para tanto, ou seja, a Administração não precisa fundamentar o ato
revogatório, em razão de seu poder discricionário.
Comentário:

Essa questão é interessante pois explora um dos princípios mais incompreendidos da licitação, comumente chamado
de “princípio da adjudicação compulsória”.
A Administração Pública não pode, concluído o procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o legítimo
vencedor. Essa é, em resumo, a regra que rege a adjudicação. O mesmo princípio veda também que se abra nova
licitação enquanto válida a adjudicação anterior.
A expressão adjudicação compulsória, entretanto, é equívoca segundo Maria Sylvia di Pietro, porque pode dar a ideia
de que, uma vez concluído o julgamento, a Administração está obrigada a adjudicar. Isto não ocorre, porque a revogação
motivada pode ocorrer em qualquer fase da licitação.
Sendo assim, mesmo após o julgamento, que indica o vencedor do certame, a Administração, de forma fundamentada,
poderá revogar o procedimento licitatório antes de adjudicar o objeto.
A questão trata exatamente desse detalhe, descrevendo uma situação em que a Administração revogou a licitação de
forma motivada antes da adjudicação à empresa vencedora. O ponto central é: não há um direito subjetivo à
adjudicação quando a Administração opta pela revogação do procedimento, conforme descrito corretamente pela
alternativa ‘d’.
Gabarito: alternativa “d”

2. ( FCC – ALESE 2018 ) Com objetivo de recompor os quadros da Polícia Militar do Estado, o Governador
autorizou a abertura de concurso público para o preenchimento de 200 cargos que se encontravam vagos. Ao elaborar o
edital do referido concurso, a Polícia Militar do Estado, a despeito da inexistência de disposição nesse sentido em lei,
incluiu entre os requisitos para a ocupação do cargo as alturas mínimas de 1,75 m para homens e 1,65 m para mulheres.
Considerando o quanto disposto na Constituição da República, bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, a exigência feita se mostra:

124 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) ilegítima, já que o princípio da isonomia veda qualquer espécie de discriminação, impondo tratamento igualitário a
todos, por meio da chamada igualdade formal.
b) legítima, na medida em que se mostra razoável, quando analisadas as atividades inerentes aos cargos que se busca
preencher através do concurso público que está sendo realizado.
c) ilegítima, uma vez que, embora prevista no edital do concurso, não havia lei em sentido formal e material amparando
tal exigência.
d) legítima, pois, sendo a Polícia Militar organizada com base na hierarquia e disciplina, o seu Comandante goza da
faculdade de condicionar o acesso à carreira ao preenchimento dos requisitos que entender pertinentes, desde que
relacionados às atividades do cargo.
e) ilegítima, uma vez que estabelecida pela própria Polícia Militar, quando da elaboração do edital, e não pelo
Governador, quando da concessão de autorização para abertura do concurso.
Comentário:

O entendimento do Supremo Tribunal de Justiça sobre esse tema é que, tal como a idade, o limite de altura mínima
para o exercício das funções de cargo público deve estar previamente definido em lei, sendo inválida a fixação
exclusiva no edital do concurso de seleção. Isso porque o princípio da legalidade impõe que somente a lei, em sentido
formal, pode definir os requisitos, bem como impor condições, para o preenchimento de cargos, empregos ou funções
públicas. Assim, está correta a alternativa ‘c’.
Gabarito: alternativa “c”

3. ( FCC – SEGEP/MA – 2018 ) Os princípios que balizam a atuação da Administração pública:

a) decorrem do regime publicístico e não estão explícitos em normas específicas, salvo a moralidade, que possui
assento constitucional.
b) estão todos subordinados ao princípio da legalidade, erigido pela Constituição Federal como cláusula pétrea.

c) estão, em sua maioria, explícitos na Constituição Federal e comportam harmonização e ponderação, sem prevalência
apriorística de um sobre o outro.
d) comportam gradação para fins de aplicação em situações concretas, sendo os da moralidade e eficiência
considerados prevalentes.
e) dependem, para sua aplicação, de positivação em legislações específicas, em decorrência justamente da legalidade,
considerado um princípio implícito decorrente do regime democrático.
Comentário:

a) ERRADA. Existem princípios da administração pública que estão sim explícitos em normas específicas, como por
exemplo, na Lei 9.784/1999. Veja o teor do artigo 2º, desta lei:
“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.”
Além disso, sabemos que na Constituição Federal temos os princípios expressos: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
b) ERRADA. Não há subordinação de um princípio em relação a outro, nem mesmo quando se refere ao princípio da
legalidade. Caso ocorra um conflito entre princípios, tal conflito deve ser resolvido mediante a ponderação de valores
(ou ponderação de interesses), ou seja, deve-se buscar uma solução que harmonize, relativize todos os princípios em
jogo, um cedendo espaço para o outro.

125 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) CORRETA. De fato, os princípios devem comportar harmonização e ponderação, sem prevalência apriorística de um
sobre o outro. No entanto, essa questão apresenta um ponto polêmico, quando afirma que a maioria dos princípios se
encontra explícita na Constituição Federal. Em regra, os princípios classificados como expressos são: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Mesmo se considerarmos outros princípios que aparecem na
Constituição, como por exemplo, o princípio do devido processo legal, ainda assim, em termos quantitativos, os
princípios implícitos seriam a maioria. Porém, ao analisar todas as alternativas, esta seria a “menos errada”.
d) ERRADA. Como comentado no item “b”, não há subordinação ou mesmo gradação na aplicação dos princípios. Os
princípios devem ser aplicativos mediante ponderação de valores, de modo a buscar uma solução harmoniosa, que
relativize todos os princípios.
e) ERRADA. O princípio da legalidade é considerado um princípio explícito, e não implícito. Além disso, os princípios da
administração pública, em especial os explícitos, por aparecerem na Constituição Federal possuem aplicabilidade
imediata, não dependente de positivação (aparecerem) em lei específica.
Gabarito: alternativa “c”

4. (FCC – TRT21 2017 ) É princípio orientador das atividades desenvolvidas pela Administração pública, seja por
intermédio da Administração direta, seja pela Administração indireta, sob pena de irresignação judicial, a:
a) impessoalidade, tanto na admissão de pessoal, sujeita à exigência de prévio concurso público de provas ou de provas
e títulos para preenchimento de cargos, empregos públicos, quanto na prestação dos serviços em geral pela
Administração pública, vedado qualquer direcionamento.
b) legalidade, que impede que a Administração pública se submeta a atos normativos infralegais.

c) moralidade, desde que associada a outros princípios e regras previstos em nosso ordenamento jurídico.

d) eficiência, que impede a contratação direta de serviços pela Administração pública, garantindo a plena competição
entre os interessados e sempre o menor preço para o erário público.
e) publicidade, que exige a publicação em Diário Oficial da íntegra dos atos e contratos firmados pela Administração,
além da motivação de todos os atos administrativos unilaterais.
Comentários:

a) CERTA. A impessoalidade é um dos princípios administrativos pelo qual a Administração deve sempre atuar com
vistas a atingir o interesse público, e não os interesses pessoais de agentes públicos e terceiros. Assim, por exemplo, a
Administração deve utilizar o concurso público para admitir pessoal, dando oportunidades iguais a todos os
interessados.
b) ERRADA. O princípio da legalidade, em sentido amplo, também abrange a necessidade de observância a atos
normativos infralegais.
c) ERRADA. A moralidade constitui princípio autônomo em nosso ordenamento jurídico, de modo que ela não precisa
estar associada a outros princípios ou normas para produzir efeitos. Assim, por exemplo, um ato administrativo pode
ser anulado unicamente por ter infringido o princípio da moralidade.
d) ERRADA. A Administração pode efetuar contratação direta de serviços nos casos e condições previstos e em lei, que
são as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação.
e) ERRADA. Nem todos os atos devem ser publicados no Diário Oficial, mas apenas aqueles que a lei determina.
Ademais, nem todos os atos administrativos requerem motivação, a exemplo do preenchimento dos cargos em
comissão, que são de livre nomeação e exoneração.
Gabarito: alternativa “a”

126 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

5. (FCC – PC/AP 2017 ) Considere as seguintes afirmações a respeito dos princípios constitucionais da
Administração pública:
I. Viola o princípio da ........ o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade, decoro e boa fé.

II. Atende ao princípio da ........ o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para lograr os
melhores resultados para o serviço público.
III. Viola o princípio da ........ o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas.

Os trechos acima transcritos tratam, respectivamente, dos princípios da :

a) I − moralidade, II − eficiência e III − impessoalidade.

b) I − moralidade, II − eficiência e III − razoabilidade

c) I − moralidade, II − razoabilidade e III − impessoalidade.

d) I − dignidade da pessoa humana, II − eficiência e III − igualdade.

e) I − dignidade da pessoa humana, II − razoabilidade e III − igualdade.

Comentário: questão bem tranquila. Vamos apenas completar as lacunas:

I. Viola o princípio da moralidade o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade, decoro e boa fé.

II. Atende ao princípio da eficiência o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para lograr os
melhores resultados para o serviço público.
III. Viola o princípio da impessoalidade o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas.
Gabarito: alternativa “a”

6. ( FCC – TRE/PR 2017 ) Dentre os princípios que regem a Administração pública, aplica-se aos servidores
públicos, no exercício de suas funções,
a) legalidade, como princípio vetor e orientador dos demais, tendo em vista que os todos os atos dos servidores têm
natureza vinculada, ou seja, devem estar previstos em lei, assim como todas as infrações disciplinares e respectivas
penalidades.
b) moralidade, que orienta todos os atos praticados pelos servidores públicos, mas cuja violação não pode ser imputada
à Administração pública enquanto pessoa jurídica, porque sua natureza é incompatível com a subjetividade.
c) publicidade, que exige a publicação de todos os atos praticados pelos servidores, vinculados ou discricionários, ainda
que não dependam de motivação, não atingindo, contudo, os atos que se refiram aos servidores propriamente ditos,
que prescindem de divulgação, porque surtem efeitos apenas internos.
d) eficiência, como finalidade precípua da atuação da Administração pública, obrigando os servidores públicos a prezar
pela sua aplicação em preferência aos demais princípios, que a ela passaram a se subordinar após sua inclusão na
Constituição Federal.
e) impessoalidade, tanto no que se refere à escolha dos servidores, quanto no exercício da função pelos mesmos, que
não pode favorecer, beneficiar ou perseguir outros servidores e particulares que mantenham ou pretendam manter
relações jurídicas com a Administração pública.
Comentários:

127 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) ERRADA. Nem todos os atos dos servidores possuem natureza vinculada. A Administração Pública também pode
praticar atos discricionários, isto é, atos praticados com certa liberdade pelos agentes públicos, nos limites da lei, daí o
erro. Quanto à parte final da questão, é correto afirmar que todas as infrações e penalidades devem estar previstas em
lei.
b) ERRADA. Pessoas jurídicas pode sim ser responsabilizadas por violação ao princípio da moralidade. Como exemplo,
podemos citar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que “as pessoas jurídicas que participem ou se
beneficiem dos atos de improbidade sujeitam-se à Lei 8.429/1992 [Lei de Improbidade Administrativa]” (STJ. REsp
1.122.177/MT, DJE 27/04/2011). Podemos estender o mesmo entendimento à própria Administração Pública que, como
pessoa jurídica, também pode violar o princípio da moralidade. Imagine, a título ilustrativo, um Município que receba
repasse de milhões de reais em recursos federais para a construção de poços artesianos para os bairros da periferia mas,
ao invés disso, aplica os recursos da União na reforma da praça central da cidade, que seria palco de uma grande
festividade, com vistas a aumentar a visibilidade do Município no cenário nacional. Nessa hipótese, o próprio Município,
como pessoa jurídica, se beneficiou do desvio de finalidade na aplicação dos recursos federais, em detrimento do bem-
estar da população da sua periferia, ato que certamente não se coaduna com o princípio da moralidade.
c) ERRADA. Nem todos os atos administrativos precisam ser publicados, e sim apenas que a lei determina, geralmente
como requisito para lhes conferir eficácia, ou seja, para que possam produzir efeitos perante terceiros (ex: ato de
nomeação dos aprovados em concurso público, que deve ser publicado no Diário Oficial). Todavia, caso a lei não
imponha a necessidade de publicação e nem outra condição, o ato pode produzir seus efeitos imediatamente após
formado.
d) ERRADA. Nenhum princípio prevalece sobre os demais, uma vez que não existe hierarquia entre os princípios, vale
dizer, todos estão em pé de igualdade no plano de validade. Assim, por exemplo, a Administração Pública não pode
desprezar os procedimentos e ritos previstos na lei (princípio da legalidade) sob a justificativa de agir com maior
eficiência.
e) CERTA. O item apresenta o princípio da impessoalidade sob o aspecto da isonomia, pelo qual a Administração deve
tratar a todos de maneira igual, sem privilégios ou discriminações para favorecer ou prejudicar quem quer que seja.
Assim, a Administração deve observar o princípio da impessoalidade ao preencher seus cargos e funções, seja mediante
a realização de concursos públicos para o provimento de cargos efetivos, seja através da escolha de pessoas realmente
capacitadas para ocuparem os cargos em comissão ou para exercerem funções de confiança.
Gabarito: alternativa “e”

7. (FCC – TRE/PR 2017 ) Considera-se expressão dos princípios que regem as funções desempenhadas pela
Administração pública a :
a) possibilidade de autuação e imposição de multas a estabelecimentos comerciais, para garantir o adequado
funcionamento do setor de mercado em que atuam, como atuação que privilegia o princípio da eficiência.
b) edição de decretos autônomos, que disciplinam a atuação a Administração pública e os direitos e deveres dos
servidores, como expressão do princípio da legalidade.
c) publicação dos extratos de contratos firmados pela Administração pública no Diário Oficial, conforme dispõe a Lei n°
8.666/1993, como manifestação do princípio da publicidade.
d) edição de atos administrativos sem identificação dos responsáveis pela autoria, como forma de preservação da
esfera privada desses servidores e manifestação do princípio da impessoalidade.
e) possibilidade da prática de atos não previstos em lei, em defesa de interesse público primário ou secundário, ainda
que importe na violação de direitos legais de particulares, em prol do princípio da supremacia do interesse público.
Comentários:

128 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) ERRADA. Nenhum princípio deve ser privilegiado em relação aos demais. Assim, no caso apresentado na questão, a
autuação e imposição de multas a estabelecimentos comerciais deveria ter sido feita com eficiência, mas nos termos e
limites previstos na lei (princípio da legalidade).
b) ERRADA. Os decretos autônomos somente podem ser editados para tratar das matérias previstas no art. 84, VI da
Constituição Federal, a saber:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Como se nota, os decretos autônomos não ser utilizados para dispor sobre direitos e deveres dos servidores, daí o erro.
Tal matéria somente pode ser tratada por lei em sentido estrito (reserva legal).
c) CERTA. A Lei 8.666/93 exige a publicação dos contratos como requisito eficácia. Veja:

Art. 61 (...)

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que
é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte
ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,
ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
Embora publicação não se confunda com publicidade – pois aquela deve ocorrer nos meios oficiais ao passo que esta
pode se dar por diversos meios -, não há dúvida de que a necessidade publicação dos atos como requisito de eficácia é
uma consequência da aplicação do princípio da publicidade.
d) ERRADA. Os agentes públicos, como regra, devem sim ser identificados nos atos que praticam. Embora, de fato,
pelo princípio da impessoalidade, os atos que os servidores praticam são imputados ao Estado, esses agentes podem
ser responsabilizados pessoalmente pela prática de irregularidades.
e) ERRADA. Pelo princípio da legalidade, a Administração Pública somente pode agir em conformidade com a lei, de
modo que ela não pode praticar atos não previstos em lei, muito menos violar direitos legais de particulares, nem
mesmo sob a justificativa de que, agindo assim, estaria satisfazendo o interesse público.
Gabarito: alternativa “c”

8. (FCC - ARTESP 2017 ) A Administração pública segue regras e princípios no exercício de suas funções
executivas. Referidos princípios:
a) são explícitos, tais como princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, todos que se submetem
hierarquicamente ao princípio da supremacia do interesse público.
b) são diretrizes à atuação da Administração pública, sem coercibilidade, diferentemente das regras, cujo
descumprimento implica sancionamento das autoridades públicas.
c) estão expressos na Constituição Federal, mas também há princípios implícitos que submetem a Administração
pública.
d) dependem de previsão sancionatória para possuírem força coercitiva, não havendo consequência direta pelo
descumprimento dos mesmos.

129 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) se sobrepõem às regras, porque previstos em nível constitucional, bem como porque possuem âmbito de
abrangência mais amplo que as normas infralegais.
Comentários:

a) ERRADA. De fato, os princípios mencionados são princípios expressos; porém, eles não se submetem ao princípio da
supremacia do interesse público, pois não existe hierarquia entre princípios.
b) ERRADA. A observância aos princípios não é facultativa, muito pelo contrário. Aliás, o descumprimento dos
princípios pode levar à anulação de atos administrativos, ainda que tenham seguido as formalidades da lei.
c) CERTA. A Administração Pública deve observância aos princípios expressos e implícitos, na mesma medida. Os
princípios expressos são aqueles previstos no art. 37, caput da Constituição (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência). Já os implícitos são todos os demais (ex: autotutela, segurança jurídica, razoabilidade,
supremacia do interesse público, sindicabilidade etc.).
d) ERRADA. Os princípios não dependem de previsão sancionatória para possuírem força coercitiva, isto é, os princípios
devem ser observados independentemente da existência de lei prevendo alguma sanção para o caso de
descumprimento.
e) ERRADA. Podemos afirmar que as regras constituem materializações dos princípios. Assim, na verdade, os princípios
não se sobrepõem, mas devem ser usados em conjunto as regras, servindo de base para a produção e interpretação das
normas jurídicas.
Gabarito: alternativa “c”

9. (FCC - TRT24ª REGIÃO 2017 ) Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi
considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado,
sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social
determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam a atuação administrativa,
especificamente, o princípio da:
a) presunção de legitimidade restrita.

b) motivação.

c) impessoalidade.

d) continuidade dos serviços públicos.

e) publicidade.

Comentário:

Mesmo sem conhecer o aludido julgado do STF, é possível concluir que se trata de violação ao princípio da
impessoalidade, uma vez que se trata do custeio de evento privado com recursos públicos, favorecendo o beneficiário
dos repasses às custas de toda a sociedade.
De qualquer forma, vamos dar uma olhada na ementa do julgado. Trata-se da ADIN 4.180/DF:

Ação direta de inconstitucionalidade. “Brasília Music Festival”. Lei Distrital n. 3.189/03. 2. Previsão de encargos
orçamentários às secretarias de Estado de Cultura e de Segurança Pública. Projeto de lei encaminhado por parlamentar.
Vício de iniciativa. Violação aos arts. 61, § 1º, II, “b”, e 165, III, da Constituição Federal. 3. Lei de roupagem supostamente
genérica. Circunstâncias fático-jurídicas que permitem seja identificado um único favorecido. Violação à moralidade e à
impessoalidade administrativas. Precedente. 4. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente para reconhecer
a inconstitucionalidade da Lei Distrital n. 3.189/03.

130 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O seguinte trecho do voto do Relator também é interessante:

“a destinação de verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado, sem amparo no regime jurídico-
administrativo, traduz-se em favorecimento a segmento social determinado, incompatível, portanto, com o interesse
público e com os preceitos constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa (art. 37, caput, da
Constituição da República)”.
Note que outro princípio mencionado na decisão é o da moralidade, mas ele não aparece nas alternativas da questão.

Gabarito: alternativa “c”

10. (FCC - TRT 24ª REGIÃO 2017 ) Em importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça,
reconheceu a Corte Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos de profissionais da área da saúde
quando a jornada de trabalho superar sessenta horas semanais. Assim, foi considerada a legalidade da limitação da
jornada de trabalho do profissional de saúde para sessenta horas semanais, na medida em que o profissional da área da
saúde precisa estar em boas condições físicas e mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente
depende de adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o início da outra, o que é
impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Tal entendimento está em consonância com um dos princípios
básicos que regem a atuação administrativa, qual seja, o princípio da :
a) publicidade.

b) motivação.

c) eficiência.

d) moralidade.

e) impessoalidade.

Comentário:

A intenção do STJ ao limitar a 60 horas semanais a jornada dos agentes públicos que acumulam cargos dentro das
hipóteses autorizadas na Constituição é evitar que uma eventual sobrecarga de trabalho venha a comprometer o
rendimento funcional desses servidores. Logo, o STJ está preocupado em satisfazer o princípio da eficiência.
Vale ressaltar que o STJ possui vários julgados nos quais manifesta o entendimento limitando a carga horária de
trabalho a 60 horas semanais, nos casos de acúmulos de cargos constitucionalmente admitidos. Veja um exemplo:
1. Este Superior Tribunal de Justiça assentou entendimento de que não há compatibilidade de horários quando
servidor público, em acúmulo de cargos públicos, está submetido a jornada de trabalho superior ao limite de 60 horas
semanais impostos no Parecer GQ-145/98 da AGU e pelo Acórdão 2.242/2007 do TCU (cf. MS 19.336/DF, Rel. Ministra
ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/02/2014,
DJe 14/10/2014).
(AgInt no MS 22.862/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/06/2017, DJe
21/06/2017)
Note que, conforme mencionado na ementa acima, o mesmo entendimento é seguido pela Advocacia-Geral da União,
com aplicabilidade obrigatória o âmbito do Poder Executivo Federal, e pelo Tribunal de Contas da União.
Ocorre que o STF, em 2018, de forma contrário ao que alinharam STJ, AGU e TCU firmou o entendimento “no sentido
de que a “acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, NÃO
se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na
Constituição Federal” (RE 1.094.802 AgR, Relator Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, julgado em 11/5/2018,

131 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

DJe 24/5/2018). Para o STF, como a Constituição não impõe um limite específico de carga horária, não se pode falar em
limitação.
Portanto, para fins de prova, como o tema não é pacífico, você deve ficar atento se a banca está cobrando o
entendimento do STJ (limita a 60 horas) ou o do STF (não há limitação).
Gabarito: alternativa “c”

11. (FCC – TRE/SP 2017) Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu
comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do
princípio da:
a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da Administração pública de
forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva.
b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente previsto na lei,
em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da eficiência.
c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os demais
princípios e regras podem ser relativizados.
d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses, uma vez que
atinente à finalidade da função executiva.
e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos
administrados, para que possam exercer o devido controle.
Comentário:

A assertiva define o princípio da impessoalidade, que pode ser analisado sob o aspecto da isonomia (Administração
não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas) e da finalidade (a Administração deve
atuar sempre com vistas a satisfazer o interesse público). Além desses dois aspectos, o princípio da impessoalidade
também veda a promoção pessoal dos agentes públicos, uma vez que seus atos são imputados às pessoas jurídicas
públicas a qual pertencem.
Gabarito: alternativa “a”

12. (FCC – PGE/MT 2016) A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado pretende ordenar a contratação
de serviços de manutenção de ar condicionado. No que tange à principiologia aplicável a tal contratação, há de se
conhecer que ela se sujeita:
a) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o Poder Legislativo deve criar as próprias regras de
contratação de serviços, independentemente do que disponham as normas gerais de licitação e contratação públicas.
b) aos princípios do processo legislativo, por tratar-se de atividade de Administração pública desempenhada pelo Poder
Legislativo.
c) aos princípios do processo judicial, por ser o Poder Judiciário o órgão responsável pela revisão de contratações
realizadas no âmbito dos demais Poderes do Estado.
d) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o regramento aplicável às contratações a cargo do Poder
Legislativo deve ser distinto do aplicável às contratações a cargo do Poder Executivo.
e) aos princípios da Administração pública, por tratar-se de atividade da Administração pública, ainda que
desempenhada pelo Poder Legislativo.

132 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Comentário:

a) ERRADA. Os princípios da Administração Pública se aplicam ao Poder Legislativo; portanto, não há dispositivo que
autorize o Legislativo a elaborar suas próprias normas gerais de licitação.
b) ERRADA. Essa contratação se submete aos princípios gerais da Administração Pública, por tratar-se do exercício da
função administrativa.
c) ERRADA. Não há essa regra de que o Poder Judiciário deve revisar as contratações realizadas nos demais poderes.

d) ERRADA. As regras sobre licitações e contratos são aplicáveis a toda Administração Pública.

Gabarito: alternativa “e”

13. (FCC – PGE/MT 2016 ) Considere a seguinte citação: Um problema subjacente ao denominado orçamento
baseado em desempenho envolve o desafio da clareza. O termo é um dos muitos descritores diferentes (e o mais
comum) utilizados para descrever a conexão entre informações sobre desempenho, por um lado, e recursos
governamentais, por outro. Em alguns círculos, entretanto, esse termo passou a conotar a substituição da alocação
‘política’ de recursos por algum algoritmo mágico que aloca recursos com base nos dados sobre desempenho. (Hilton,
RM e Joyce, PG. Informações sobre desempenho orçamentário em perspectiva histórica e comparativa. In:
Administração Pública: coletânea. ENAP, Brasília: 2010, 382).
O uso da palavra "desempenho" no trecho acima remete o leitor ao princípio constitucional da Administração pública
da:
a) Presunção de Legitimidade.

b) Supremacia do Interesse Público.

c) Impessoalidade.

d) Legalidade.

e) Eficiência.

Comentário:

O princípio da eficiência está associado à produtividade e economicidade, ou seja, busca-se a redução de desperdícios
de dinheiro, buscando sua aplicação em serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional. Correta,
portanto, a alternativa “e”. Vamos analisar as demais
a) ERRADA. A presunção de legitimidade é atributo do ato administrativo, o qual considera que todos os atos
administrativos são praticados conforme a lei, cabendo ao administrado a comprovação da ilegalidade.
b) ERRADA. O princípio da supremacia do interesse público possibilita que a Administração Pública imponha
determinadas regras a terceiros em nome da coletividade. Esse princípio é a base de diversas ações do Estado, como a
desapropriação.
c) ERRADA. O princípio da impessoalidade possui três acepções: isonomia, conformidade com o interesse público e
vedação à promoção pessoal (imputação dos atos às pessoas jurídicas). A isonomia consiste no trato igualitário para
com os administrados. O interesse público consiste na finalidade pública, ou seja, os atos praticados pelos agentes
devem atender o interesse público, e não interesse individual. Por último, os atos praticados pelos agentes devem ser
imputados às pessoas jurídicas as quais pertençam, proibindo a promoção pessoal mediante a colocação de nomes,
símbolos ou imagens em divulgações públicas.

133 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) ERRADA. O princípio da legalidade determina que a Administração Pública deve agir em conformidade estrita com
a lei, ou seja, somente pode fazer o que a lei determina ou permita que seja feito.
Gabarito: alternativa “e”

14. (FCC – TRT/20 2016)

Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, considerou a Suprema Corte, em síntese, que no
julgamento de impeachment do Presidente da República, todas as votações devem ser abertas, de modo a permitir
maior transparência, controle dos representantes e legitimação do processo. Trata-se, especificamente, de observância
ao princípio da:
a) publicidade.

b) proporcionalidade restrita.

c) supremacia do interesse privado.

d) presunção de legitimidade.

e) motivação.

Comentário:

a) CERTA. A divulgação de como os parlamentares votam no Congresso Nacional encontra amparo no princípio da
publicidade, que determina que os atos praticados pelos agentes públicos devem ser divulgados, ressalvados aqueles
que a lei impõe sigilo.
b) ERRADA. A proporcionalidade está relacionada com a adequabilidade entre os meios e fins buscados pelo poder
público.
c) ERRADA. O princípio correto é o da supremacia do interesse “público”, e não do interesse privado. Esse princípio
possibilita que a Administração Pública imponha determinadas regras a terceiros em nome da coletividade. Esse
princípio é a base de diversas ações do Estado, como a desapropriação.
d) ERRADA. A presunção de legitimidade é atributo do ato administrativo, o qual considera que todos os atos
administrativos são praticados conforme a lei, cabendo ao administrado a comprovação da ilegalidade.
e) ERRADA. O princípio da motivação consiste na explicação das razões de fato e de direito que ensejaram a prática de
determinado ato administrativo.
Gabarito: alternativa “a”

15. (FCC – AL/MS 2016) O regime jurídico administrativo tipifica o próprio direito administrativo e confere à
Administração :
a) prerrogativas instrumentais à consecução de fins de interesse geral, não a sujeitando, no entanto, a restrições, isso
em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do interesse público, tais como a autotutela e o
poder de polícia, dentre outras tantas, que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o privado.
c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma ampla e irrestrita, em razão de sua posição
vertical face aos mesmos.

134 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins, que são igualmente identificáveis nas relações
entre os privados em razão do princípio da isonomia.
e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus comandos independentemente do fim objetivado, uma
vez que o agir administrativo é presumidamente de acordo com a lei.
Comentários:

a) ERRADA. Embora a Administração Pública possua prerrogativas para o exercício da função pública, elas encontram
limitações no próprio ordenamento jurídico. Como exemplo, podemos citar os limites para aplicação de sanções, a
necessidade de pagar um valor justo de indenização previamente às desapropriações, a obrigatoriedade de dar
transparência aos atos, entre outros.
b) CERTA. As prerrogativas que o Poder Público possui não podem ser atribuídas ao particular, uma vez que este busca
o interesse individual, enquanto o Estado busca o atendimento do interesse público.
c) ERRADA. As prerrogativas que o Poder Público dispõe possuem restrições na própria lei, conforme comentado na
alternativa “a”.
d) ERRADA. O Poder Público, quando age como tal, está em posição superior na relação jurídica com o particular,
resguardado pelo princípio da supremacia do interesse público.
e) ERRADA. Os poderes que o Poder Público possui não são irrestritos, devendo atender o interesse público e não
qualquer fim.
Gabarito: alternativa “b”

16. (FCC – Sefaz/SC 2018) As relações e negócios jurídicos celebrados pela Administração pública são regidos
pelo direito :
a) público, ainda que se tratem de instrumentos ou institutos oriundos do direito privado, em razão da predominância
do critério subjetivo para definição do regime jurídico aplicável.
b) privado, quando se tratar de atividade de intervenção no domínio econômico ou delegação de serviços públicos à
iniciativa privada, a fim de não caracterizar tratamento diferenciado ou concorrência desleal.
c) público, tanto quanto pelo direito privado, pelo critério de prevalência de interesses, independentemente do objeto,
incidindo o princípio da supremacia do interesse público.
d) privado, quando uma das partes for empresa estatal, e pelo direito público, quando se tratar de autarquias e
fundações públicas.
e) público no que se refere ao exercício de suas funções típicas e prestação de serviços públicos, direta ou
indiretamente, o que não se aplica à atividade-fim para sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica, que atuam em regular competição no mercado.
Comentário:

A administração pública é composta por pessoas políticas e seus órgãos, assim como por entidades da administração
indireta que podem ter personalidade jurídica de direito público ou de direito privado e suas relações jurídicas e
negociais são regidas ora por um regime jurídico ora por outro a depender da pessoa jurídica em questão, dos
interesses em jogos e das disposições legais.
A contratação de servidores na administração direta e entidades de direito público da administração indireta, por
exemplo, segue o regime estatutário, que é próprio do direito administrativo, enquanto a contratação de servidores das
empresas estatais, ainda que dependa de concurso público, é regida pelo regime celetista, que é de direito privado.

135 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Os contratos firmados pela Administração são outro ótimo exemplo. A maior parte da doutrina, expressa pela
Professora Maria Sylvia di Pietro, entende que os contratos celebrados pela Administração compreendem, quanto ao
regime jurídico, duas modalidades: (1) os contratos de direito privado, como a compra e venda, a doação, o comodato,
regidos pelo Código Civil, parcialmente derrogados por normas publicistas; (2) os contratos administrativos, dentre os
quais incluem-se: (a) os tipicamente administrativos, sem paralelo no direito privado e inteiramente regidos pelo direito
público, como a concessão de serviço público, de obra pública e de uso de bem público; (b) os que têm paralelo no
direito privado, mas são também regidos pelo direito público, como o mandato, o empréstimo, o depósito, a
empreitada.
Além disso, a administração obedece, em geral, as normas pertinentes sobre licitações, típicas de direito público e o
regime a que se submetem os seus bens depende da entidade a que pertencem e do objeto a questão vinculados.
Com esses exemplos em mente, vejamos as alternativas

a) ERRADA. Como vimos, aplica-se o Direito Público e Privado nas relações e contratações da Administração com base
em vários fatores.
b) ERRADA. A intervenção no domínio econômico e a delegação de serviços públicos à iniciativa provada são exemplos
de duas atividades regidas pelo Direito Público.
c) ERRADA. O objeto é essencial ao se definir qual o regime é aplicado no âmbito da administração pública, como
observamos introdutoriamente.
d) ERRADA. Conforme demonstrado não é simplesmente o sujeito que define o ramo do Direito Aplicável. As empresas
estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) se submetem ao direito público ao realizar concurso
público, licitar, firmar contratos administrativos e até os seus bens vinculados a prestação de determinado serviço
público podem se submeter a tal regime. A administração direta, assim como autarquias e fundações, a seu lado,
também podem firmar contratos com regime predominantemente privado.
e) CERTA. Não há nenhum reparo a ser feito a essa afirmativa. De fato, no exercício de suas funções típicas e prestação
de serviços públicos, direta ou indiretamente, a Administração se submete ao Direito Público e as empresas estatais
atuando em regime de competição no mercado seguem predominantemente o Direito Privado.
Gabarito: alternativa “e”.

17. (Cespe – Sefaz/RS 2018) O fenômeno conhecido como deslegalização consiste:

a) na permissão do Poder Legislativo ao Poder Executivo de editar normas de caráter técnico, de maneira inovadora.

b) na edição de ato regulamentar que extrapole a norma regulamentada.

c) no excesso de decretos regulamentares existentes.

d) na edição indiscriminada de medidas provisórias.

e) na possibilidade de o Poder Executivo editar normas de caráter geral.

Comentário: A dificuldade de o Poder Legislativo regulamentar determinadas matérias de alta complexidade técnica
leva ao fenômeno da deslegalização, em que a competência para regular certas matérias é transferida da lei para
outras fontes normativas por autorização do próprio legislador. Ou seja, a normatização sai do domínio da lei para o
domínio de ato regulamentar de órgão ou entidade do poder executivo. É exatamente o que descreve a alternativa ‘a’
da questão.
Gabarito: alternativa “a”.

136 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

18. (Cespe – MP/PI 2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do
interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
Comentário:

Justamente em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, a Administração possui uma
série de privilégios não concedidos a particulares, como a possibilidade de alterar unilateralmente contratos, aplicar
sanções, desapropriar bens, dentre outros.
Gabarito: Errado

19. (Cespe – PM/AL 2018) A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio
tanto das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da inexistência de restrições à atuação da
administração pública.
Comentário:

A supremacia do interesse público é um princípio implícito que é característico do regime de direito público, sendo um
dos pilares do chamado regime jurídico-administrativo, então quanto a parte do enunciado que faz essa associação
não há nenhum erro.
Dito isso, a supremacia do interesse público, na realidade, fundamenta as prerrogativas especiais de que dispõe a
administração como instrumento para a consecução dos fins que a Constituição e que as leis lhes impõem. A
consequência desse princípio é que, existindo conflito entre o interesse público e o interesse particular prevalece o
interesse público, mas, ainda assim, os direitos e garantias individuais expressos em nosso ordenamento jurídico devem
ser respeitados.
Com isso em mente, não é possível dizer que inexistem restrições a atuação da administração pública com base em tal
postulado. Ademais, como ressaltado anteriormente, a supremacia do interesse público é um dos pilares do regime
jurídico-administrativo, acompanhada pela indisponibilidade do interesse público, outro princípio implícito muito
ligado a legalidade que traz as restrições especiais impostas à atividade administrativa.
Gabarito: Errada

20. (Cespe – PM/AL 2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser
realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas constar imagens que possam
configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da
impessoalidade.
Comentário:

A questão parafraseia o §1º, art. 37 da Constituição Federal, que determina expressamente:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)

§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

137 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Note, também, que a violação do princípio da impessoalidade é exatamente a consequência de violação dessa regra.
Isso porque esse princípio é tratado tanto como determinante da finalidade de toda a atuação administrativa quanto
como vedação a que o agente público se promova às custas das realizações da administração pública.
Gabarito: Certa

21. (Cespe – PM/AL 2018) Pode a administração pública anular atos administrativos caso estejam eles marcados
por vício ou, ainda, revogá-los conforme juízo de oportunidade e conveniência.
Comentário:

A súmula 473 do STF, que deriva do poder de autotutela, determina exatamente que a Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Gabarito: Certa

22. (Cespe – TCE/PB 2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de
solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a
administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a
administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por
motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da:
a) moralidade administrativa.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) especialidade.

e) legalidade.

Comentário:

O enunciado refere-se ao princípio da autotutela, mediante o qual a Administração Pública pode exercer o controle
administrativo de seus próprios atos, anulando-os por motivos de ilegalidade, ou revogando-os por motivos de
conveniência ou oportunidade. Nesse contexto, a alternativa “c” é o gabarito da questão.
Gabarito: alternativa “c”

23. (Cespe – CAGE/RS 2018) A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

c) legalidade.

d) eficiência.

138 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) supremacia do interesse público.

Comentário:

As cláusulas exorbitantes são prerrogativas de direito público conferidas pela lei ao Poder Público no contrato
administrativo, dotando-a de uma posição de supremacia em relação à parte contratada. Nesse contexto, refletem o
princípio da supremacia do interesse público, que deve prevalecer face a interesses particulares (alternativa “e”).
Gabarito: alternativa “e”

24. (Cespe – CGM/JP 2018) O princípio da eficiência determina que a administração pública direta e indireta
adote critérios necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e garantindo a
maior rentabilidade social.
Comentário:

O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro público. Assim, o item está
correto.
Gabarito: Certo

25. (Cespe – CGM/JP 2018) Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os seus
atos ilegais, independentemente de provocação.
Comentário:

Mais um item correto. A autotutela consiste na prerrogativa da Administração Pública de rever seus próprios atos,
anulando-os se ilegais e revogando-os se inconvenientes ou inoportunos. Tal prerrogativa independe de provocação da
pessoa interessada, podendo ser exercida de ofício.
Gabarito: Certo

26. (Cespe – PC/MA 2018) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível, com a
finalidade de obter o melhor resultado, atende ao princípio da:
a) eficiência.

b) legalidade.

c) impessoalidade.

d) moralidade.

e) publicidade.

Comentário:

Os princípios elencados nas alternativas desta questão estão previstos expressamente no art. 37, caput, CF/88, e são:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (popularmente chamados de LIMPE). Vamos, a seguir,

139 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

comentar cada um deles e identificar qual é atendido quando a conduta do agente público busca o melhor desempenho
possível, com a finalidade de obter o melhor resultado.
a) CERTA. A eficiência, ligada a ideia de administração gerencial, exige da atuação do agente público o melhor
desempenho possível, de forma que os melhores resultados sejam obtidos. Seguindo a mesma lógica, a administração
pública deve ser organizada da forma mais racional possível, de forma a atingir os melhores resultados no
desempenhos de suas funções. Relaciona-se ao melhoramento da relação de custo/benefício da atividade da
administração.
b) ERRADA. A legalidade, enquanto princípio aplicável ao direito administrativo, impõe que a administração pública
obedeça estritamente ao estipulado na lei em caso de práticas vinculadas, ou observe os termos, condições e limites
autorizados na lei, quando a atuação é discricionária.
c) ERRADA. O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que a atuação da administração deve visar sempre o
interesse público, não buscando o favorecimento ou prejuízo de agente público ou de terceiros. Esse princípio veda a
pessoalização das realizações da administração pública, impedindo a promoção pessoal do agente.
d) ERRADA. A moralidade administrativa impõe juridicamente aos agentes administrativos uma atuação ética, sendo
um princípio ligado à probidade e boa fé. Ressalte-se que a doutrina é enfática sobre a independência entre a
moralidade administrativa e a concepção subjetiva de conduta moral, ética, que o agente público guarda. O que
importa, para o direito administrativo é a noção objetiva de moralidade que existe no ordenamento jurídico e é imposta
à conduta de agentes públicos.
e) ERRADA. A publicidade, enquanto princípio, obriga a atuação transparente da administração pública, coibindo
práticas injustificadamente sigilosas. Um efeito desse princípio é a imposição, por exemplo, da publicação dos atos
administrativos que produzem efeito externo ou implicam em ônus ao patrimônio público, sendo esse um requisito de
eficácia desses atos.
Gabarito: alternativa “a”

27. (Cespe – STJ 2018) Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha
publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da sua
campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.
Comentário:

O ato do prefeito representou clara afronta ao princípio da impessoalidade, o qual proíbe a utilização de símbolos e
imagens pessoais nos atos administrativos como forma de promover o agente público. Tal vedação, inclusive, encontra-
se expressa na Constituição:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Errado

28. (Cespe– ABIN 2018)

O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura da produtividade e economicidade, sendo este
um dever constitucional da administração, que não poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de

140 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

responsabilização pelos seus atos.


Comentário:

O princípio da eficiência busca exatamente desenvolver um maior rendimento funcional da Administração Pública.
Assim, expressões como “produtividade”, “economicidade”, “tempestividade”, “presteza”, “qualidade”, dentre outras,
estão sempre relacionadas a esse princípio.
Importante lembrar que os atos praticados em desconformidade com os princípios da Administração Pública, inclusive
o princípio da eficiência, são nulos, sujeitando o agente público à responsabilização por seus atos.
Gabarito: Certo

29. (Cespe– IPHAN – 2018)

Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN deve obedecer aos preceitos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
Comentário: O item está correto. O caput do art. 37 da CF dispõe que a “administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
Portanto, o comando constitucional sujeita aos princípios da Administração Pública toda a administração indireta,
incluindo fundações e autarquias da mesma forma que empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica.
Gabarito: Certo

30. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para
apreciar atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.
Comentário: O princípio da autotutela permite que a Administração Pública – e não o Poder Judiciário – aprecie seus
próprios atos, anulando os ilegais e revogando os inoportunos e inconvenientes.
Gabarito: Errado

31. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos
princípios da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a autoridade
competente verificar ilegalidade em ato da própria administração.
Comentário:

Por estar sujeita ao princípio da legalidade e da indisponibilidade do interesse público, a Administração deve sempre
praticar seus atos em conformidade com a lei e com o interesse público. Caso verifique algum desvio, ela própria – a
Administração Pública – tem o poder-dever de exercer a autotutela para anular os atos ilegais ou para revogar os atos
que se tornarem inoportunos e inconvenientes ao interesse público.
Detalhe é que o poder de autotutela pode ser exercido pela Administração tanto de ofício como mediante provocação.

Gabarito: Certo

141 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

32. (Cespe– ABIN – 2018)

São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a supremacia do interesse público,
sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em
favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento da sociedade.
Comentário:

Legalidade e supremacia do interesse público são dois dos princípios da Administração Pública, sendo o primeiro um
princípio expresso e o segundo um princípio implícito. Detalhe é que o princípio da legalidade também é utilizado como
sinônimo do princípio da “indisponibilidade do interesse público”, o qual fundamenta as restrições impostas pela lei à
Administração Pública. Dessa forma, também é correto afirmar que o binômio de princípios que forma o regime
jurídico-administrativo é composto pelos princípios da legalidade (= indisponibilidade do interesse público) e da
supremacia do interesse público.
Gabarito: Certo

33. (Cespe– PC/MA 2018) A revisão, de ofício, pela administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a
servidor público por meio de regular processo administrativo é:
a) vedada, em razão da necessidade de provocação do servidor público.

b) permitida, ainda que tenha ocorrido a preclusão administrativa, em razão do princípio da autotutela.

c) permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.

d) permitida apenas se as alegações da revisão coincidirem com as suscitadas pela parte no decorrer do processo.

e) vedada, em obediência ao princípio da economia processual.

Comentário:

Essa questão trata da revisão administrativa, que é um procedimento previsto no Capítulo XV da Lei 9.784/99 (Do
Recurso Administrativo e da Revisão) e especificado em seu art. 65.
A revisão administrativa é aplicável a processos administrativos de que resultem sanções. Esses processos podem ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada. Tem-se que a revisão do processo não poderá resultar em agravamento
da sanção.
O princípio que embasa a revisão é a oficialidade. Sobre esse tema, é preciso ter em mente que o processo judicial traz
consigo uma jurisdição inerte, em regra, e isso significa que as partes iniciam e impulsionam o processo e o judiciário
apenas excepcionalmente atua de ofício.
O processo administrativo, por outro lado, conta com o princípio da oficialidade, que se expressa no poder da
administração instaurar o processo, instruir o processo e revisar as suas decisões, já que esses procedimentos podem
ocorrem de ofício.
Assim, a revisão, de ofício, pela administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a servidor público por meio
de regular processo administrativo é permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.
Gabarito: alternativa “c”

142 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

34. (Cespe– PC/MA 2018) O preenchimento de cargos públicos mediante concurso público, por privilegiar a
isonomia entre os concorrentes, constitui expressão do princípio constitucional fundamental :
a) federativo.

b) da eficiência.

c) da separação de poderes.

d) do valor social do trabalho.

e) republicano.

Comentário:

Essa é uma questão que demanda conhecimentos sobre um princípio que não é geralmente tratado pelos
administrativistas, mas já foi cobrado anteriormente pela Cespe, o princípio republicano.
O princípio republicano, de forma bem simplificada, relaciona-se a forma republicana de governo, na qual a
administração da República (res publica - coisa do povo) rejeita uma sociedade dividia em castas e baseada em
privilégios, fundamentando-se na legitimidade popular a serviço e no interesse da própria população (elementos:
eletividade direta ou indireta, temporalidade dos mandatos eletivos, representatividade popular, responsabilidade das
autoridades; configuração de todos os cargos de Estado, políticos e não políticos, em termos de um estatuto jurídico
traduzido em situações funcionais, e não em privilégios).
José dos Santos Carvalho Filho ensina que concurso público é o procedimento administrativo que tem por fim aferir as
aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções públicas. Ou seja, os
concursos públicos são formas de preenchimentos dos cargos públicos que afastam concessão de privilégios na seleção
de agentes e privilegia o interesse público. Cuida-se, na verdade, do mais idôneo meio de recrutamento de servidores
públicos e está direcionado à boa administração, que, por sua vez, representa um dos axiomas republicanos.
O preenchimento de cargos públicos através de concursos públicos ao respeitar a isonomia é verdadeira expressão do
princípio republicano.
Gabarito: alternativa “e”

35. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à
administração pública direta e indireta do DF.
Comentário:

Os princípios constitucionais expressos são aqueles listados no art. 37, caput da Constituição Federal, quais sejam,
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Importante perceber que tais princípios devem ser observados por toda a Administração Pública, direta e indireta, de
qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Portanto, é correto afirmar que
legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à administração pública direta e indireta do
DF.
Gabarito: Certo

36. (Cespe – TCDF 2014) Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está impedida de tomar
decisões fundamentadas nos costumes.

143 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Comentário:

O quesito está errado. Vimos que os costumes são fontes do Direito Administrativo e, portanto, podem ser utilizados
para pautar a atuação administrativa. Devemos saber, todavia, que o uso dos costumes encontra-se bastante esvaziado
em decorrência do princípio da legalidade. Ainda assim, a doutrina assevera que os costumes podem ser utilizados
quando houver deficiência legislativa, suprindo, assim, o texto legal. Apesar de representar uma situação um tanto
estranha, uma vez que a atuação da Administração só deve ocorrer quando existir lei, a doutrina entende que a adoção
reiterada de determinadas condutas administrativas passa a constituir a praxe administrativa. Com isso, os
administrados passam a considerar a atuação da Administração como legal (sentimento de obrigatoriedade) e, assim,
não podem ser prejudicados por eventual mudança de conduta. Por isso é que os costumes preservam-se como fonte
do Direito e podem servir de base para a tomada de decisão, desde que não ocorra contra a lei.
Gabarito: Errado

37. Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da legalidade implica dispor o administrador público no
exercício de seu munus de espaço decisório de estrita circunscrição permissiva da lei em vigor, conforme ocorre com
agentes particulares e árbitros comerciais.
Comentário:

O item está errado. Munus é uma expressão que significa encargo ou atribuição. A questão, portanto, igualou o espaço
decisório do administrador público ao dos agentes particulares, ou seja, o item afirmou que, no exercício de suas
atribuições, o agente público possui as mesmas restrições decorrentes do princípio da legalidade que os agentes
particulares.
Vimos que isso é errado, afinal, o agente público só pode fazer o que a lei permitir, seguindo a autonomia da lei; por
outro lado, agente privado pode fazer tudo o que não estiver proibido em lei, seguindo a autonomia da vontade. Diz-se,
assim, que a lei tem um aspecto negativo para os particulares, pois restringe o seu campo de atuação. Já para o setor
público, a lei tem conotação positiva, porque a Administração só poderá agir quando houver previsão legal.
Gabarito: Errado

38. (Cespe – Procurador MPTCDF 2013) Por força do princípio da legalidade, a administração pública não está
autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressupostos.
Comentário:

Toda a atividade da Administração Pública está adstrita aos ditames da lei. Não pode o agente público dar
interpretação extensiva ou restritiva a determinado dispositivo, se a norma assim não dispuser. Todos os limites,
máximos e mínimos, da atuação estatal estão previstos na lei. Dessa forma, é certo dizer que, por força do princípio da
legalidade, a Administração não está autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem
ausentes seus pressupostos. Por exemplo, conforme dispõe a Lei 8.112/1990, é pressuposto para a concessão de licença
para capacitação que o servidor não esteja em estágio probatório. Portanto, uma vez que as decisões da Administração
devem se balizar pelos limites da lei, eventual pedido de licença para capacitação encaminhado por servidor que ainda
não tenha sido aprovado no estágio não poderá ser deferido, ainda que se reconheça a pertinência do curso pleiteado
para o seu aprimoramento profissional.
Gabarito: Certo

144 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

39. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de
governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá, pela autoridade,
violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.
Comentário:

Uma das vertentes do princípio da impessoalidade é a que veda a promoção pessoal do agente público às custas das
suas realizações na Administração Pública. Portanto, se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado
programa de governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá,
pela autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade. Assim, o quesito está correto.
Com efeito, além do princípio da impessoalidade em si, a autoridade estará desobedecendo um dispositivo
constitucional expresso (CF, art. 37, §1º):
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Gabarito: Certo

40. (Cespe – INSS 2016) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.
Comentário:

A doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe da concepção subjetiva, isto é, da moral comum, da
ideia pessoal do agente sobre o que é certo ou errado em termos éticos. Na verdade, o que importa é a noção objetiva
do conceito, ou seja, a moralidade administrativa, passível de ser extraída do conjunto de normas concernentes à
conduta de agentes públicos existentes no ordenamento jurídico, relacionada à ideia geral de boa administração.
Assim, na análise da moralidade administrativa, não é imprescindível avaliar a intenção do agente.
Por exemplo, se uma autoridade nomear um parente até o terceiro grau para cargo em comissão estará ofendendo o
principio da moralidade, ainda que esteja com a melhor das intenções. Não importa, no caso, que esse parente seja
muito competente e que a intenção da autoridade esteja totalmente voltada ao interesse público. Isso porque o
nepotismo é proibido em nosso ordenamento jurídico, objetivamente. Assim, o simples fato de nomear um parente até
o terceiro grau para cargo em comissão representa uma ofensa princípio da moralidade.
Lembre-se do detalhe sobre cargos políticos. A nomeação de parentes para cargos políticos, em regra, não ofende o
princípio da moralidade porque, no entendimento do STF, não há vedação para isso no enunciado da súmula vinculante
nº 13 do próprio STF. Mas, note que até mesmo nesse caso, também não será necessário, obrigatoriamente, aferir a
intenção do agente. Se a autoridade nomear um parente totalmente despreparado para um cargo político, isso
também poderá ofender os princípios administrativos em decorrência das características do nomeado. Por exemplo, se
a autoridade nomear alguém sem qualquer habilidade para um cargo político, mas, quando você for avaliar a "intenção"
dessa autoridade, verificar que é a melhor possível, que a autoridade "realmente" acha que aquilo está certo e vai
atender o interesse público. Essa nomeação mereceria ser mantida só porque a “intenção” da autoridade é boa? Lógico
que não, né?! Portanto, o que importa não é o que agente acha ser bom ou mal, certo ou errado, mas o que a lei diz que
é. Essa é a chamada "moral administrativa", que independe da moral comum, ou seja, da intenção do agente, embora
às vezes elas se confundam. Nem sempre o que é certo pra mim é certo pra você. Por isso não dá para "confiar" na
intenção do agente.
Gabarito: Errado

145 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

41. (Cespe – TCU 2015) A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se o
contraditório e a ampla defesa.
Comentário:

A doutrina cita a exoneração dos ocupantes de cargos em comissão como uma exceção ao princípio da motivação,
uma vez que a Constituição (art. 37, II) afirma que esses cargos são de livre nomeação e exoneração.
Assim, a autoridade competente pode, livremente, tanto nomear como exonerar pessoas para os cargos em comissão,
sem que para tanto tenha que apresentar os motivos que fundamentaram a escolha.
Gabarito: Errado

42. (FGV – AL/RO 2018) Caio, agente de polícia, recebeu ordens para escoltar determinado preso, que iria
prestar depoimento no Tribunal. Sabe-se que a escolta de preso é função própria e exclusiva de agente
penitenciário. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta:
a) Caio deve obedecer à ordem recebida em função do princípio da hierarquia.

b) Caio não pode desobedecer à ordem, ante a presunção de legalidade.

c) Caio não deve obedecer à ordem, em decorrência de sua manifesta ilegalidade.

d) Caio deve obedecer à ordem, já que não terá responsabilidade no caso de lesão a interesse público.

e) Caio só obedecerá à ordem se houver justificativa para que esta tenha sido emitida.

Comentário:

Repare que o enunciado da questão disse que a escolta de preso é função própria e exclusiva de agente penitenciário.
Logo, Caio, que é agente de polícia, não deve obedecer à ordem, tendo em vista que as ordens superiores devem ser
cumpridas pelo servidor público, exceto quando manifestamente ilegais, como é o caso da questão.
Lembrando, ainda, que o princípio da legalidade dentro da Administração Pública restringe a atuação em aquilo que é
permitido por lei, de acordo com os meios e formas por ela estabelecidos e segundo o interesse público.
Gabarito: alternativa “c”

43. (FGV – MPE-AL 2018) Após regular apuração, o Ministério Público constatou que o prefeito do Município Alfa
divulgara um informativo, pago com recursos públicos, contendo nomes, símbolos e imagens de sua gestão com o
nítido objetivo de promover sua imagem para as próximas eleições. Considerando a conduta do prefeito municipal, é
correto afirmar que ela afronta, de modo mais intenso, o princípio administrativo da:
a) impessoalidade.

b) publicidade.

c) humildade.

d) autotutela.

e) eficiência.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

146 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) CORRETA. O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que a atuação do agente público deve-se pautar pela
busca dos interesses da coletividade, não visando a prejudicar ou beneficiar ninguém em específico. Ademais, a
impessoalidade deve ser vista também sob a ótica do agente, ou seja, quando o agente público atua, não é a pessoa do
agente quem pratica o ato, mas sim o Estado – órgão que ele representa. Neste sentido, em obediência ao princípio da
impessoalidade, é proibida a utilização de símbolos ou imagens, ou até mesmo, de nomes que liguem a conduta estatal
ao próprio agente público (vedação da promoção pessoal). O caso narrado na questão traduz claramente violação ao
princípio da impessoalidade.
b) ERRADA. O princípio da publicidade pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos.
Tal princípio encarta-se num contexto geral de livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de
transparência na atuação administrativa, como se pode deduzir do conteúdo de diversas normas constitucionais.
c) ERRADA. Não existe no Direito Administrativo o princípio da humildade. O que existe é o princípio da boa-fé, que
está relacionado à honestidade. No Direito Privado, a boa-fé, em linhas gerais, está relacionada com a honestidade, a
correção e a confiabilidade entre as partes contratantes."
d) ERRADA. O princípio da eficiência traduz a ideia de presteza, bom desempenho funcional. Buscam-se melhores
resultados práticos e menos desperdício. Possui a finalidade de “deixar” a Administração Pública burocrática e buscar
uma Administração Pública gerencial, de resultado.
Gabarito: alternativa “a”

44. (FGV – MPE-AL 2018) Os atos administrativos, além de regidos pelo preceito da legalidade, devem ser
analisados sob os aspectos da lealdade, da boa-fé e da honestidade, conforme previsto no princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

c) eticidade.

d) autotutela.

e) eficiência.

Comentário:

O princípio da moralidade exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou
seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. Esta norma
estabelece a obrigatoriedade de observância a padrões éticos de conduta, para que se assegure o exercício da função
pública de forma a atender às necessidades coletivas. Dessa forma, percebe-se que o enunciado da questão descreve o
princípio da moralidade.
Gabarito: alternativa “b”

45. (FGV – TJ/AL 2018) Determinado Secretário Municipal de Educação, no dia da inauguração de nova escola
municipal, distribuiu boletim informativo custeado pelo poder público, com os seguintes dizeres no título da
reportagem: “Secretário do povo, Rico Ricaço, presenteia a população com mais uma escola”. Ao lado da reportagem,
havia foto do Secretário fazendo com seus dedos o símbolo de coração utilizado por ele em suas campanhas eleitorais.
A conduta narrada feriu o princípio da administração pública da:
a) economicidade, eis que é vedada a publicidade custeada pelo erário dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos, ainda que tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social;

147 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) legalidade, pois a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve ser
precedida de prévia autorização legislativa, vedada qualquer promoção pessoal que configure favorecimento pessoal
para autoridades ou servidores públicos;
c) moralidade, eis que a publicidade dos atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos, em que constarem
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades públicas, para ser legal deve ser
custeada integralmente com recursos privados;
d) publicidade, uma vez que a divulgação dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve
ser feita exclusivamente por meio de publicação dos respectivos atos no diário oficial, para impedir promoção pessoal
da autoridade pública;
e) impessoalidade, pois a publicidade em tela deveria ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de agentes públicos.
Comentário:

O caso enunciado na questão mostra claramente que o Secretário Municipal de Educação feriu o princípio da
publicidade. O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público,
impedindo discriminações (perseguições) e privilégios (favoritismo) indevidamente dispensados a particulares no
exercício da função administrativa.
Outra faceta deste princípio é a não imputação de um ato administrativo a um agente público. Ou seja, quem pratica o
ato é a administração pública (Teoria da Imputação) e não o agente em si. (Exemplo de violação a esse princípio são os
anúncios de atividades estatais em que há a descrição dos agentes políticos).
O art. 37, §1º, CF retrata o princípio da impessoalidade. Vejamos:

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizam promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Gabarito: alternativa “e”.

46. (FGV – Câmara de Salvador- BA 2018) O dever-poder que a Administração Pública ostenta para controlar os
seus próprios atos, podendo invalidar os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes, observadas as cautelas
legais, decorre diretamente do princípio da:
a) moralidade, e sua não observância gera nulidade do ato administrativo, sem prejuízo da responsabilização do
agente;
b) publicidade, e todo ato que invalida ou revoga outro ato administrativo precisa ser publicado no diário oficial;

c) autotutela, e a Administração não precisa ser provocada para rever seus próprios atos, podendo fazê-lo de ofício;

d) impessoalidade, e a Administração não pode tolerar atos que impliquem promoção pessoal do gestor público;

e) segurança jurídica, e a Administração não pode tolerar que permaneça no mundo jurídico qualquer ato ilícito.

Comentário: Vamos analisar cada alternativa.

a) ERRADA. O princípio da moralidade está previsto no caput do art. 37 da CRFB e no art. 2º, Parágrafo Único, inciso IV,
da Lei nº 9784/99. Segundo ele, a Administração Pública deve atender não só a lei, mas à própria moral comum, aos
bons costumes, às regras de boa administração, aos princípios de justiça e equidade e à ideia comum de honestidade.

148 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) ERRADA. A assertiva está incorreta, pois não guarda relação com o princípio narrado no enunciado da questão. O
princípio da publicidade informa que é exigida a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública
direta e indireta, ressalvadas as hipóteses de sigilo. Também é princípio constitucional (art. 37, caput, da CRFB) e está
previsto na Lei nº 9784/99, em seu art. 2º, Parágrafo Único, inciso V.
c) CORRETA. O princípio da autotutela trata-se do poder que a Administração Pública possui de ter o controle dos seus
atos em suas mãos, podendo ela mesma revê-los para trazer regularidade às suas condutas. Nesses casos, o ente
estatal tem a garantia de anular os atos praticados em suas atividades essenciais, quando ilegais, ou revogá-los, quando
inoportunos ou inconvenientes, sem que haja necessária interferência do Poder Judiciário. Tal princípio encontra-se na
súmula 473 do STF.
d) ERRADA. O princípio da impessoalidade pode permitir duas interpretações, uma vez que tanto deve ser observado
em relação aos administrados (ou seja, relacionado com a finalidade pública), como em relação à própria Administração
Pública (atos e provimentos administrativos não são imputáveis aos servidores que os praticam). Está previsto no caput
do art. 37 da CRFB e no inciso III do Parágrafo Único do art. 2º da Lei nº 9784/99.
e) ERRADA. O princípio da segurança jurídica está enunciado no inciso XXXVI do art. 5º da CF. Vejamos:

“Art. 5º (...)

XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”

Tendo em vista que não se relaciona juridicamente aos termos narrados no enunciado da questão, essa opção também
está incorreta.
Gabarito: alternativa “c”.

47. (FGV – SEPOG-RO 2017) “Os agentes públicos devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação
pautada pela promoção pessoal”.
De acordo com os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, assinale a opção que apresenta o
princípio constitucional a que se refere a conduta acima.
a) razoabilidade.

b) impessoalidade.

c) transparência.

d) eficácia.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

a) ERRADA. O princípio da razoabilidade tem o objetivo de proibir o excesso, com a finalidade de evitar as restrições
abusivas ou desnecessárias realizadas pela Administração Pública. Assim, as competências da Administração Pública
devem ser realizadas proporcionalmente, de forma ponderada, conforme as normas exigidas para cumprimento da
finalidade do interesse público.
b) CORRETA. A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver
atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse
atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas,
devendo todos serem tratados de forma igual.
c) ERRADA. Princípio da Transparência é o princípio da motivação, pelo qual se impõe que toda a atividade da
Administração Pública deva vir acompanhada dos fundamentos que ensejaram a sua decisão, não bastando a
divulgação apenas do ato em si, mas as razões que determinaram a sua prática.

149 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) ERRADA. O princípio da eficiência traduz a ideia de presteza, bom desempenho funcional. Buscam-se melhores
resultados práticos e menos desperdício. Finalidade de “deixar” a Administração Pública burocrática e buscar uma
Administração Pública gerencial, de resultados.
Gabarito: alternativa “b”.

48. (FGV – SEPOG-RO 2017) As opções a seguir apresentam princípios constitucionais que regem a
Administração Pública, tanto a direta quanto a indireta, em todos os níveis da administração (municipal, estadual e
federal), à exceção de uma. Assinale-a:
a) legalidade.

b) impessoalidade.

c) moralidade.

d) externalidade.

e) publicidade.

Comentário:

Os princípios constitucionais que regem a Administração Pública estão previstos no art. 37, CF: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Como forma de memorização, observe que eles formam a
expressão “LIMPE”. Logo, o que não se encaixa em tais princípios é aquele descrito na letra D, qual seja, externalidade.
Gabarito: alternativa “d”.

49. (FGV – ALE-RJ) O art. 54, da Lei nº 9.784/99, dispõe que o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o legislador procurou
conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos inquinados de vício de legalidade.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a citada norma aborda especificamente os
seguintes princípios reconhecidos da Administração Pública:
a) autotutela e certeza jurídica;

b) segurança jurídica e proteção à confiança;

c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;

d) temporalidade e moralidade administrativas;

e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

Comentário:

A norma em questão, art. 54, Lei 9.784/99, disciplina o instituto da decadência do direito de a Administração anular
seus próprios atos, quando deles decorram efeitos favoráveis a terceiros. A ideia, como o próprio enunciado pontuou,
consiste em estabilizar relações jurídicas em vista do decorrer de um certo lapso temporal, considerado razoável no
caso, qual seja, o período de cinco anos, a contar da prática do ato. É inegável que tal intenção - estabilizar relações

150 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

jurídicas em vista do fator tempo - tem como finalidade homenagear o princípio da segurança jurídica, na medida em
que, ultrapassado tal prazo, os destinatários do ato passam a ter a certeza jurídica de que não sofrerão investidas, por
parte da Administração Pública, em relação a situações que lhes sejam favoráveis, ainda que sobrevenha o
reconhecimento de eventual vício a macular a validade do respectivo ato administrativo.
Ademais, o princípio da proteção à confiança legítima é tratado pela doutrina como o aspecto subjetivo do princípio
da segurança jurídica. A ideia, aqui, consiste em proteger a confiança que os particulares depositam nos atos da
Administração Pública, notadamente em razão da presunção de legitimidade de que se revestem, bem assim à luz da
chamada teoria da aparência. Isto, é claro, desde que os particulares estejam agindo com boa-fé.
A combinação, em suma, dos valores boa-fé dos particulares (proteção à confiança legítima) e decurso do tempo
(segurança jurídica) serve de inspiração para a norma do art. 54, Lei 9.784/99. Com apoio na explicação acima, resta
claro que a única opção correta encontra-se na letra "b".
Gabarito: alternativa “b”.

50. (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016) O administrador, ao aceitar as responsabilidades de um cargo público,
deve respeitar os princípios legais que regem a Administração Pública. Parte fundamental do exercício do cargo é o
conhecimento do limite entre o público e o privado, em que o interesse público deve sempre se sobrepor ao privado; da
mesma forma, deve-se garantir que as decisões tomadas sejam de conhecimento geral e que os meios sejam
adequados ao fim.
O trecho acima apresenta a descrição de alguns dos princípios da Administração Pública. Assinale a opção que indica,
na ordem correta, os princípios apresentados.
a) Isonomia – Autotutela – Eficiência.

b) Razoabilidade – Publicidade – Impessoalidade.

c) Supremacia da Publicidade – Proporcionalidade – Isonomia.

d) Impessoalidade – Publicidade – Razoabilidade.

e) Impessoalidade – Isonomia – Eficiência.

Comentário:

A primeira das descrições apresentadas - "conhecimento do limite entre o público e o privado, em que o interesse
público deve sempre se sobrepor ao privado", sem dúvida alguma, traz à mente o princípio da supremacia do interesse
público sobre o interesse privado. Todavia, não há qualquer alternativa que contemple este princípio como primeira
resposta, razão por que deve-se aprofundar um pouco mais o raciocínio.
Com efeito, o princípio da impessoalidade apresenta, como seu principal aspecto, a necessidade de atendimento da
finalidade pública, o que significa dizer que toda a atuação administrativa deve, sempre, objetivar alcançar os interesses
públicos, e não os privados.
Para atender finalidades públicas, é preciso conhecer os limites entre o público e o privado, bem como almejar colocar
invariavelmente em primeiro plano os interesses coletivos, em detrimento dos particulares (observando-se os limites
legais e os direitos fundamentais, é claro). À luz desta interpretação, pode-se aceitar que tal trecho também se amolda,
embora de forma não tão óbvia, ao princípio da impessoalidade.
Prosseguindo, quanto ao segundo trecho - "deve-se garantir que as decisões tomadas sejam de conhecimento geral" -
não há maiores dilemas em se perceber que o princípio aí preconizado corresponde ao da publicidade, o qual objetiva
conferir o máximo de transparência às decisões administrativas, em ordem a que possam ser por todos conhecidas e
controladas. Daí a necessidade de sua publicação.

151 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Por fim, no que se refere à última passagem - "os meios sejam adequados ao fim" - a referência corresponde a uma
noção conceitual bem simplificada do princípio da razoabilidade, tratado muitas vezes pela doutrina como um sinônimo
de proporcionalidade, ou então sendo esta última um aspecto da razoabilidade, e que corresponde, exatamente, à
mencionada adequação entre meios e fins.
Dessa forma, conclui-se que a sequência correta equivale a: impessoalidade, publicidade e razoabilidade.

Gabarito: alternativa “d”.

51. (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016)A capacidade de autotutela é uma característica marcante da
Administração Pública. É por meio desse princípio que o sistema público se prepara para atender às necessidades do
cidadão de forma eficiente e adequada. Partindo dele, as decisões da estrutura administrativa devem atender ao
público e estar aptas a constantes revisões e reformulações.
Sobre o Princípio da Autotutela, analise as afirmativas a seguir.

I. É o princípio constitucional que limita e delega a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
II. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
III. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de julgar e punir atos e
comportamentos ilegais que ocorram em seu âmbito.
Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I e III, apenas.

Comentário: Vamos comentar todos os itens.

I – INCORRETO. É o princípio da autotutela que capacita a Administração de anular seus próprios atos ilegais ou
revogar os legais, porém inoportunos ou inconvenientes. Ademais, este princípio é limitado pelo princípio da segurança
jurídica, que protege o administrado contra prejuízos oriundos da anulação ou revogação.
II – CORRETO. Conforme a súmula 473 do STF: "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".
III – INCORRETO. Vide comentário item II.

Gabarito: alternativa “b”.

52. (FGV – TCM/SP 2015) Membros da comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram
um certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio administrador é amigo íntimo de um dos membros da

152 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

citada comissão. No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram diretamente o princípio administrativo
expresso no art. 37, caput, da Constituição da República. Trata-se do princípio da:
a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

Comentário:

O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo


discriminações (perseguições) e privilégios (favoritismo) indevidamente dispensados a particulares no exercício da
função administrativa. Segundo a conceituação prevista na Lei do Processo Administrativo, trata-se de uma obrigatória
“objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades”.
Assim, ao fraudarem a licitação para favorecer determinada sociedade empresária, houve clara violação do princípio da
impessoalidade.
Gabarito: alternativa “e”.

53. (FGV – SSP - AM 2015) A Constituição da República de 1988 dedicou um capítulo à Administração Pública e,
em seu art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas. Dentre esses
princípios expressos, que revelam as diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:
a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar com excelência suas atribuições para lograr
resultados mais produtivos do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;
b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os atos praticados pelos agentes administrativos
estão de acordo com os ditames legais;
c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica devem ser
tratados da mesma forma, sem privilégios pessoais;
d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar sua conduta com preceitos éticos e agir com
honestidade;
e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da melhor forma possível suas atribuições, para lograr
os melhores resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa.

a) ERRADA. Pela simples leitura do art. 37, caput, da CRFB/88, percebe-se que o princípio da competitividade não se
encontra entre os postulados ali expressos, o que, por si só, já torna esta opção equivocada.
Cuida-se, a rigor, de princípio extraído do texto da Lei 8.666/93, mais especificamente de seu art. 3º, §1º, I, com vistas a
vedar a previsão de cláusulas ou condições que comprometam o caráter competitivo da licitação, o que, ademais,
prejudica, ainda, a busca da proposta mais vantajosa para a Administração.
b) ERRADA. Como bem se sabe, a presunção que milita em favor dos atos administrativos não é absoluta, e sim relativa
(iuris tantum), porquanto admite prova em contrário a cargo de quem argui o vício existente no ato. Acaso assim não
fosse, inexistiria a possibilidade de anulação de atos administrativos, o que, como é de trivial conhecimento, é
perfeitamente viável de se realizar em nosso ordenamento jurídico.

153 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) ERRADA. Na verdade, o princípio a ser observado é o da impessoalidade, e não o da pessoalidade, conforme


incorretamente grafado nesta opção. Sua essência, em suma, consiste em exigir que todos os atos da Administração
sejam praticados objetivando atingir a finalidade pública, sem privilégios ou perseguições pessoais a quem quer que
seja.
d) ERRADA. Improbidade pressupõe agir de maneira desonesta, antiética, sem curar a coisa pública. Obviamente, não
é isto o que a Constituição exige. Bem ao contrário, o princípio da moralidade, expresso no caput do art. 37 da Lei Maior,
tem por objeto impor comportamentos honestos, dotados de retidão de caráter, por parte de nossos administradores
públicos.
e) CORRETA. Realmente, o princípio da eficiência apresenta o conteúdo exposto nesta última alternativa. A ideia nele
contida é a de exigir que os agentes públicos apresentem rendimento funcional adequado, com o máximo de esmero e
presteza possíveis. Trabalha-se com a fixação de metas e atingimento de resultados, no âmbito administrativo. Exige-
se, outrossim, a redução ou, melhor ainda, a eliminação de desperdícios no trato da coisa pública.
Gabarito: alternativa “e”.

54. (FGV – IBGE 2016) Órgão de controle interno de determinada fundação pública realiza auditoria no setor
responsável pelas licitações e contratos administrativos da fundação. Na diligência, verifica-se que não há necessidade
de se realizar aquisição de determinado produto, mas o edital de licitação acabara de ser publicado. Após as
providências administrativas cabíveis, a fundação revoga o edital de licitação. Na hipótese em tela, a fundação pública
agiu de acordo com o princípio administrativo da:
a) legalidade, em que a Administração Pública exerce o controle interno sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
b) autotutela, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário;
c) nulidade, em que a Administração Pública exerce o controle externo sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
d) independência, em que a Administração Pública exerce o controle geral sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, mediante autorização prévia do Poder
Judiciário;
e) autonomia, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os atos de seus órgãos, com a possibilidade de
anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, mediante autorização prévia do Poder Judiciário.
Comentário:

O princípio que permite à Administração revogar seus próprios atos por razões de conveniência e oportunidade é o
princípio da autotutela. Tal princípio também confere prerrogativa à Administração para anular seus próprios atos,
quando eivados de ilegalidade, independentemente de provocação do Poder Judiciário.
Gabarito: alternativa “b”

55. (FGV – SSP/AM 2015) A Constituição da República de 1988 dedicou um capítulo à Administração Pública e,
em seu art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas. Dentre esses
princípios expressos, que revelam as diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:

154 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar com excelência suas atribuições para lograr
resultados mais produtivos do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;
b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os atos praticados pelos agentes administrativos
estão de acordo com os ditames legais;
c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica devem ser
tratados da mesma forma, sem privilégios pessoais;
d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar sua conduta com preceitos éticos e agir com
honestidade;
e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da melhor forma possível suas atribuições, para lograr
os melhores resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.
Comentários:

Os princípios expressos da Administração Públicas são aqueles listados no caput do art. 37 da Constituição Federal,
quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Das alternativas da questão, apenas as
opções “b” e “e” listam algum dos princípios expressos.
A alternativa “b”, contudo, está errada, pois o princípio da legalidade não gera uma presunção absoluta de que os atos
praticados pelos agentes administrativos estão de acordo com os ditames legais, e sim uma presunção relativa, pois
admite prova em contrário. É o atributo da presunção de legitimidade dos atos administrativos, que decorre do
princípio da legalidade. A ideia subjacente é que, uma vez que os agentes administrativos são obrigados a observar o
princípio da legalidade, presume-se que, quando eles editam algum ato administrativo, tal ato foi praticado conforme a
lei. O detalhe é que essa presunção de legitimidade é relativa, eis que admite prova em contrário, hipótese que poderia
levar à anulação do ato.
A alternativa “e”, por sua vez, está correta, pois descreve de forma apropriada as características do princípio da
eficiência.
Gabarito: alternativa “e”

56. (FGV – SSP/AM 2015) Daniel, Policial Militar, ao realizar diligência destinada a reprimir o comércio ilícito de
mercadorias receptadas, encontrou em flagrante delito seu amigo de infância Juvenal praticando crime. Por conta da
longa amizade, Daniel deixou de realizar sua prisão em flagrante e liberou seu amigo, inclusive com os bens objeto do
crime. No caso em tela, Daniel ofendeu mais diretamente os princípios administrativos da:
a) legalidade e pessoalidade;

b) autotutela e disciplina;

c) publicidade e eficiência;

d) hierarquia e disciplina;

e) moralidade e impessoalidade.

Comentários:

Na situação em tela, certamente o policial ofendeu o princípio da impessoalidade, pois deixou de cumprir seu dever
como agente público por razões meramente pessoais, deixando de lado o interesse público.
Pelos mesmos fundamentos, pode-se dizer que o policial também ofendeu o princípio da moralidade. Aliás, este caso é
um exemplo interessante de situação em que a moralidade comum – que fez com Daniel protegesse seu amigo de

155 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

infância – não se coadunou com a moralidade administrativa, pela qual o policial deveria ter cumprido o seu dever como
agente público, prendendo Juvenal em flagrante e deixando de lado suas motivações pessoais.
Gabarito: alternativa “e”

57. (FGV – CM/Caruaru 2015) Os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
segundo a Constituição Federal de 1988, condicionam toda a estrutura das organizações públicas.
Quando o agente público atua de forma imparcial, buscando somente o fim público pretendido pela lei, sem privilégios
ou discriminações de qualquer natureza, seu procedimento está baseado no princípio da:
a) moralidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

Comentários:

O enunciado, ao falar em atuação imparcial, busca do fim público e inexistência de privilégios ou discriminações, sem
dúvida está tratando do princípio da impessoalidade.
Gabarito: alternativa “d”

58. (FGV – CM/Caruaru 2015)

A Constituição da República de 1988, em seu Art. 37, estabelece expressamente que a Administração Pública direta e
indireta obedecerá aos seguintes princípios:
a) Legitimidade, imparcialidade, modicidade, popularidade e empatia.

b) Legalidade, imparcialidade, moralidade, popularidade e eficiência.

c) Legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e empatia.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Comentários:

Para responder o quesito, basta conhecer os princípios “básicos” ou “expressos” da Administração Pública, que são
aqueles previstos no art. 37, caput da Constituição Federal, e que podem ser sintetizados na sigla LIMPE: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Gabarito: alternativa “e”

59. (FGV – TCM/SP 2015) Membros da comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram
um certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio administrador é amigo íntimo de um dos membros da

156 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

citada comissão. No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram diretamente o princípio administrativo
expresso no art. 37, caput, da Constituição da República. Trata-se do princípio da:
a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

Comentários:

Na situação analisada, em que os agentes da comissão de licitação pautaram seus atos com vistas a favorecer um
terceiro com o qual possuíam relação de amizade, podemos verificar afronta direta ao princípio da impessoalidade. O
caso também poderia ser enquadrado como ofensa ao princípio da moralidade, mas tal opção não consta entre as
alternativas.
Gabarito: alternativa “e”

60. (FGV – Contador Niterói 2015) João, ocupante do cargo efetivo municipal de contador, visando favorecer seu
vizinho de longa data, valendo-se da função pública de chefe do setor, pegou o processo administrativo de seu amigo e,
passando na frente de todos os outros que aguardavam ser despachados há mais tempo, providenciou o imediato
andamento necessário. A conduta do servidor público no caso em tela feriu, em tese, o princípio da administração
pública que, por um lado, objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados
que se encontrem em idêntica situação jurídica e, por outro, busca a supremacia do interesse público, e não do privado,
vedando-se, em consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros. Trata-se do princípio
informativo expresso do art. 37, caput, da Constituição da República, chamado princípio da:
a) publicidade;

b) razoabilidade;

c) eficácia;

d) indisponibilidade;

e) impessoalidade.

Comentário:

Na situação analisada, em que o servidor público utilizou-se das prerrogativas do cargo para favorecer seu vizinho,
podemos verificar novamente afronta direta ao princípio da impessoalidade. O caso também poderia ser enquadrado
como ofensa ao princípio da moralidade, mas tal opção não consta entre as alternativas.
Gabarito: alternativa “e”

61. (FGV – ISS Niterói 2015) O art. 37, caput, da Constituição Federal dispõe que a administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes dos Municípios obedecerá aos chamados princípios administrativos expressos. Dentre

157 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

eles, destaca-se o princípio da publicidade, que também se manifesta pelo direito à informação. Nesse sentido, o texto
constitucional assegura a todos o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular:
a) que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com exceção das hipóteses de sigilo, que
consistem nos casos de interesse coletivo ou geral, intimidade e segurança do Estado;
b) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção das hipóteses cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
c) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade
do servidor competente, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
d) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
e) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção da hipótese de sigilo, que ocorre exclusivamente mediante prévio decreto por decisão judicial.
Comentário:

A resposta está no art. 5º, XXXIII da Constituição Federal, que diz o seguinte:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Como se nota, a alternativa “d” reproduz fielmente a parte final do dispositivo acima, daí o gabarito.

Gabarito: alternativa “d”

62. (FGV – ISS Niterói 2015) Prefeito Municipal, no exercício da função e utilizando verba pública, determinou a
confecção e distribuição de milhares de panfletos, às vésperas do dia dos pais, com os seguintes dizeres: “O Prefeito
Fulano, na qualidade de melhor administrador público do país e verdadeiro pai para seus administrados, deseja feliz dia
dos pais a todos. Nas próximas eleições, continuem me prestigiando com o seu voto!”. Essa conduta do agente político
feriu, frontal e mais diretamente, os seguintes princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da Constituição
Federal:
a) probidade e pessoalidade;

b) indisponibilidade e legalidade;

c) autotutela e igualdade;

d) impessoalidade e moralidade;

e) isonomia e eficiência.

Comentários: Na situação em tela, o Prefeito se promoveu pessoalmente utilizando as prerrogativas do seu cargo e,
ainda, gastando verba pública. O princípio que veda a promoção pessoal às custas das suas realizações como agente
público é o princípio da impessoalidade. O caso também pode ser considerado uma ofensa ao princípio da moralidade,
eis que não é ético utilizar o cargo para se promover, ainda mais mediante o emprego indevido de recursos públicos.
Gabarito: alternativa “d”

158 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

63. (FGV – TJ/BA 2015) Os princípios administrativos implícitos são diretrizes que orientam a Administração
Pública, como regras gerais de proceder, reconhecidas pela doutrina e pela jurisprudência. Nesse contexto, destaca-se
o princípio da:
a) supremacia do interesse público, segundo o qual os direitos individuais dos cidadãos isoladamente considerados
devem prevalecer sobre os interesses da coletividade;
b) autotutela, segundo o qual a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
c) indisponibilidade, segundo o qual os bens e interesses públicos pertencem à Administração Pública e a seus agentes,
que têm a livre disposição sobre eles;
d) moralidade, segundo o qual os agentes administrativos devem agir com improbidade administrativa, com escopo de
observar a necessária impessoalidade na prática do ato, para se atingir o interesse público;
e) eficiência, segundo o qual os agentes administrativos são obrigados a utilizar moderna tecnologia e métodos mais
eficazes do que aqueles disponíveis na iniciativa privada, com o objetivo de atingir o interesse público.
Comentários: vamos analisar cada item:

a) ERRADA. Pelo princípio da supremacia do interesse público, os interesses da coletividade é que devem prevalecer
sobre os direitos individuais dos cidadãos isoladamente considerados.
b) CERTA. O princípio da autotutela está consagrado na Súmula 473 do STF, pela qual “a Administração pode anular
seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”. O que caracteriza o princípio da autotutela é justamente o fato de que a Administração tem o
poder para anular e revogar seus próprios atos, independentemente da atuação do Poder Judiciário.
c) ERRADA. Pelo princípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos pertencem à sociedade, razão pela qual
a Administração Pública e seus agentes não têm livre disposição sobre eles, devendo geri-los segundo os ditames da lei.
d) ERRADA. Pelo princípio da moralidade, os agentes administrativos devem agir com probidade administrativa, e não
com improbidade.
e) ERRADA. Pelo princípio da eficiência, os agentes devem utilizar tecnologia moderna e métodos eficazes, mas não
necessariamente melhores do que aqueles disponíveis na iniciativa privada.
Gabarito: alternativa “b”

64. (FGV – TJ/BA 2015) Em tema de serviços públicos, a doutrina de Direito Administrativo ensina que se aplica
especificamente o princípio da:
a) autotutela, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar os
serviços públicos, gozam de liberdade de gestão, podendo aumentar unilateralmente as tarifas para manter a
lucratividade da atividade;
b) modicidade, segundo o qual os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público
calcular o valor das tarifas com vistas à eficiência e lucros máximos;
c) supremacia do interesse público, segundo o qual as atividades administrativas e os serviços públicos são prestados
pelo Estado para benefício do particular individualmente considerado em detrimento da coletividade;
d) continuidade, o qual indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser
contínua para evitar que a paralisação provoque colapso nas múltiplas atividades particulares;

159 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) indisponibilidade, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar
os serviços públicos, tem a livre disposição dos bens e interesses públicos.
Comentário:

Quando se fala em “serviço público”, o princípio que deve vir logo à mente é o princípio da continuidade, pelo qual os
serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação
provoque colapso nas múltiplas atividades particulares, conforme corretamente retratado na opção “d”.
Outro princípio diretamente relacionado aos serviços públicos é o princípio da modicidade das tarifas, pelo qual os
usuários não devem ser onerados de maneira excessiva, ou seja, as tarifas devem ser módicas, acessíveis. Por outro
lado, o prestador do serviço público deve ser remunerado de maneira razoável, a fim de assegurar o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato. Tal princípio é abordado na opção “b”, que erra ao afirmar que as tarifas devem ser
calculadas com vistas a “lucros máximos”.
Gabarito: alternativa “d”

65. (FGV – Guarda Municipal Paulínia 2015) Princípios administrativos são os postulados fundamentais que
conduzem todo o modo de agir da Administração Pública como um todo. O art. 37, caput, da Constituição da República
elencou os chamados princípios administrativos expressos a serem observados por todas as pessoas administrativas de
qualquer dos entes federativos, como por exemplo, os princípios da:
a) impessoalidade, eficiência e moralidade;

b) igualdade, legalidade e improbidade;

c) legalidade, disponibilidade e proporcionalidade;

d) eficácia, isonomia e economicidade;

e) igualdade, pessoalidade e razoabilidade.

Comentários:

Para responder à questão, necessário apenas saber os princípios expressos listados no art. 37, caput da Constituição
Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – LIMPE.
Gabarito: alternativa “a”

66. (ESAF – AFRFB 2005) Os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade vinculam-se,


originalmente, à noção de administração:
a) patrimonialista.

b) descentralizada.

c) gerencial.

d) centralizada.

e) burocrática.

Comentário:

160 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

A administração burocrática caracterizou-se por dotar a Administração de maior profissionalismo, impondo o acesso
aos cargos públicos por mérito e criando mecanismos para combater as mazelas da administração patrimonialista,
marcada pelo nepotismo e corrupção. Portanto, a legalidade e a moralidade são princípios atrelados à fase burocrática
(alternativa “e”). A reforma gerencial, por sua vez, veio para aprimorar os pontos fracos da burocracia, especialmente
no quesito eficiência, mas sem apagar seus traços positivos, como a observância aos princípios da legalidade e da
moralidade.
Gabarito: alternativa “e”

67. (ESAF – AFRFB 2005) Sobre os princípios constitucionais da Administração Pública, na Constituição de 1988,
marque a única opção correta.
a) Segundo a doutrina, o conteúdo do princípio da eficiência relaciona-se com o modo de atuação do agente público e o
modo de organização, estruturação e disciplina da Administração Pública.
b) O princípio da impessoalidade não guarda relação com a proibição, prevista no texto constitucional, de que conste da
publicidade oficial nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores
públicos.
c) O princípio da moralidade administrativa incide apenas em relação às ações do administrador público, não sendo
aplicável ao particular que se relaciona com a Administração Pública.
d) O conteúdo do princípio da publicidade não abrange a questão do acesso do particular aos atos administrativos,
concluídos ou em andamento, em relação aos quais tenha comprovado interesse.
e) Segundo a doutrina, há perfeita identidade do conteúdo do princípio da legalidade aplicado à Administração Pública
e o princípio da legalidade aplicado ao particular.
Comentários: Vejamos cada alternativa:

a) CERTA. A assertiva apresenta, de forma correta, os dois aspectos sobre os quais incide o princípio da eficiência,
quais sejam: (i) o modo de atuação do agente público e (ii) o modo de organização, estruturação e disciplina da
Administração Pública.
b) ERRADA. A vedação à promoção pessoal dos agentes públicos é uma das manifestações do princípio da
impessoalidade. As outras duas são o dever de isonomia e a finalidade pública.
c) ERRADA. Maria Sylvia Di Pietro assevera que o princípio da moralidade deve ser observado não apenas pelo agente
público, mas também pelo particular que se relaciona com a Administração. Nas licitações públicas, por exemplo, são
frequentes os conluios entre empresas licitantes para combinar preços, prática que caracteriza ofensa ao princípio em
tela.
d) ERRADA. O princípio da publicidade garante o acesso do particular aos atos administrativos, concluídos ou em
andamento, em relação aos quais tenha comprovado interesse. Não é por outra razão que a Constituição Federal
assegura a todos o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral (CF, art. 5º, XXXIII).
e) ERRADA. Conforme ensina a doutrina, o princípio da legalidade, quando visto sob a ótica do particular (reserva
legal), caracteriza-se pela autonomia de vontade, e está previsto como direito fundamental no art. 5º, inciso II da
Constituição Federal: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Por
outro lado, quando visto sob a ótica da Administração Pública, o princípio da legalidade, previsto no caput do art. 37 da
CF, caracteriza-se pela restrição de vontade, no sentido de que os agentes administrativos só podem agir “se” e
“quando” a lei autorizar, isto é, só podem atuar em consonância com a vontade geral (legalidade administrativa) e não
com suas pretensões pessoais.
Gabarito: alternativa “a”

161 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Lista de questões comentadas

1. (FCC – ALESE 2018 ) A empresa W foi vencedora de determinada licitação. Ao término do certame, antes da
adjudicação, a Administração optou, fundamentadamente, pela revogação do procedimento. Nesse caso,
especificamente no que concerne ao princípio da adjudicação compulsória,
a) o direito do vencedor limita-se à adjudicação e não ao contrato imediato, logo, na hipótese narrada, a empresa tem
direito à adjudicação, porém não à contratação.
b) a Administração não poderia revogar o procedimento, pois, concluído o certame, há direito subjetivo à adjudicação e
à contratação.
c) a Administração só poderia revogar o procedimento até a fase de habilitação.

d) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer a qualquer momento do procedimento, desde
que haja justo motivo para tanto.
e) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer em qualquer momento do procedimento,
independentemente de haver justo motivo para tanto, ou seja, a Administração não precisa fundamentar o ato
revogatório, em razão de seu poder discricionário.

2. ( FCC – ALESE 2018 ) Com objetivo de recompor os quadros da Polícia Militar do Estado, o Governador
autorizou a abertura de concurso público para o preenchimento de 200 cargos que se encontravam vagos. Ao elaborar o
edital do referido concurso, a Polícia Militar do Estado, a despeito da inexistência de disposição nesse sentido em lei,
incluiu entre os requisitos para a ocupação do cargo as alturas mínimas de 1,75 m para homens e 1,65 m para mulheres.
Considerando o quanto disposto na Constituição da República, bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, a exigência feita se mostra:
a) ilegítima, já que o princípio da isonomia veda qualquer espécie de discriminação, impondo tratamento igualitário a
todos, por meio da chamada igualdade formal.
b) legítima, na medida em que se mostra razoável, quando analisadas as atividades inerentes aos cargos que se busca
preencher através do concurso público que está sendo realizado.
c) ilegítima, uma vez que, embora prevista no edital do concurso, não havia lei em sentido formal e material amparando
tal exigência.
d) legítima, pois, sendo a Polícia Militar organizada com base na hierarquia e disciplina, o seu Comandante goza da
faculdade de condicionar o acesso à carreira ao preenchimento dos requisitos que entender pertinentes, desde que
relacionados às atividades do cargo.
e) ilegítima, uma vez que estabelecida pela própria Polícia Militar, quando da elaboração do edital, e não pelo
Governador, quando da concessão de autorização para abertura do concurso.

3. ( FCC – SEGEP/MA – 2018 ) Os princípios que balizam a atuação da Administração pública:

162 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) decorrem do regime publicístico e não estão explícitos em normas específicas, salvo a moralidade, que possui
assento constitucional.
b) estão todos subordinados ao princípio da legalidade, erigido pela Constituição Federal como cláusula pétrea.

c) estão, em sua maioria, explícitos na Constituição Federal e comportam harmonização e ponderação, sem prevalência
apriorística de um sobre o outro.
d) comportam gradação para fins de aplicação em situações concretas, sendo os da moralidade e eficiência
considerados prevalentes.
e) dependem, para sua aplicação, de positivação em legislações específicas, em decorrência justamente da legalidade,
considerado um princípio implícito decorrente do regime democrático.

4. (FCC – TRT21 2017 ) É princípio orientador das atividades desenvolvidas pela Administração pública, seja por
intermédio da Administração direta, seja pela Administração indireta, sob pena de irresignação judicial, a:
a) impessoalidade, tanto na admissão de pessoal, sujeita à exigência de prévio concurso público de provas ou de provas
e títulos para preenchimento de cargos, empregos públicos, quanto na prestação dos serviços em geral pela
Administração pública, vedado qualquer direcionamento.
b) legalidade, que impede que a Administração pública se submeta a atos normativos infralegais.

c) moralidade, desde que associada a outros princípios e regras previstos em nosso ordenamento jurídico.

d) eficiência, que impede a contratação direta de serviços pela Administração pública, garantindo a plena competição
entre os interessados e sempre o menor preço para o erário público.
e) publicidade, que exige a publicação em Diário Oficial da íntegra dos atos e contratos firmados pela Administração,
além da motivação de todos os atos administrativos unilaterais.

5. (FCC – PC/AP 2017 ) Considere as seguintes afirmações a respeito dos princípios constitucionais da
Administração pública:
I. Viola o princípio da ........ o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade, decoro e boa fé.

II. Atende ao princípio da ........ o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para lograr os
melhores resultados para o serviço público.
III. Viola o princípio da ........ o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas.

Os trechos acima transcritos tratam, respectivamente, dos princípios da :

a) I − moralidade, II − eficiência e III − impessoalidade.

b) I − moralidade, II − eficiência e III − razoabilidade

c) I − moralidade, II − razoabilidade e III − impessoalidade.

d) I − dignidade da pessoa humana, II − eficiência e III − igualdade.

e) I − dignidade da pessoa humana, II − razoabilidade e III − igualdade.

6. ( FCC – TRE/PR 2017 ) Dentre os princípios que regem a Administração pública, aplica-se aos servidores

163 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

públicos, no exercício de suas funções,


a) legalidade, como princípio vetor e orientador dos demais, tendo em vista que os todos os atos dos servidores têm
natureza vinculada, ou seja, devem estar previstos em lei, assim como todas as infrações disciplinares e respectivas
penalidades.
b) moralidade, que orienta todos os atos praticados pelos servidores públicos, mas cuja violação não pode ser imputada
à Administração pública enquanto pessoa jurídica, porque sua natureza é incompatível com a subjetividade.
c) publicidade, que exige a publicação de todos os atos praticados pelos servidores, vinculados ou discricionários, ainda
que não dependam de motivação, não atingindo, contudo, os atos que se refiram aos servidores propriamente ditos,
que prescindem de divulgação, porque surtem efeitos apenas internos.
d) eficiência, como finalidade precípua da atuação da Administração pública, obrigando os servidores públicos a prezar
pela sua aplicação em preferência aos demais princípios, que a ela passaram a se subordinar após sua inclusão na
Constituição Federal.
e) impessoalidade, tanto no que se refere à escolha dos servidores, quanto no exercício da função pelos mesmos, que
não pode favorecer, beneficiar ou perseguir outros servidores e particulares que mantenham ou pretendam manter
relações jurídicas com a Administração pública.

7. (FCC – TRE/PR 2017 ) Considera-se expressão dos princípios que regem as funções desempenhadas pela
Administração pública a :
a) possibilidade de autuação e imposição de multas a estabelecimentos comerciais, para garantir o adequado
funcionamento do setor de mercado em que atuam, como atuação que privilegia o princípio da eficiência.
b) edição de decretos autônomos, que disciplinam a atuação a Administração pública e os direitos e deveres dos
servidores, como expressão do princípio da legalidade.
c) publicação dos extratos de contratos firmados pela Administração pública no Diário Oficial, conforme dispõe a Lei n°
8.666/1993, como manifestação do princípio da publicidade.
d) edição de atos administrativos sem identificação dos responsáveis pela autoria, como forma de preservação da
esfera privada desses servidores e manifestação do princípio da impessoalidade.
e) possibilidade da prática de atos não previstos em lei, em defesa de interesse público primário ou secundário, ainda
que importe na violação de direitos legais de particulares, em prol do princípio da supremacia do interesse público.

8. (FCC - ARTESP 2017 ) A Administração pública segue regras e princípios no exercício de suas funções
executivas. Referidos princípios:
a) são explícitos, tais como princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, todos que se submetem
hierarquicamente ao princípio da supremacia do interesse público.
b) são diretrizes à atuação da Administração pública, sem coercibilidade, diferentemente das regras, cujo
descumprimento implica sancionamento das autoridades públicas.
c) estão expressos na Constituição Federal, mas também há princípios implícitos que submetem a Administração
pública.
d) dependem de previsão sancionatória para possuírem força coercitiva, não havendo consequência direta pelo
descumprimento dos mesmos.
e) se sobrepõem às regras, porque previstos em nível constitucional, bem como porque possuem âmbito de
abrangência mais amplo que as normas infralegais.

164 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

9. (FCC - TRT24ª REGIÃO 2017 ) Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi
considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado,
sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social
determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam a atuação administrativa,
especificamente, o princípio da:
a) presunção de legitimidade restrita.

b) motivação.

c) impessoalidade.

d) continuidade dos serviços públicos.

e) publicidade.

10. (FCC - TRT 24ª REGIÃO 2017 ) Em importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça,
reconheceu a Corte Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos de profissionais da área da saúde
quando a jornada de trabalho superar sessenta horas semanais. Assim, foi considerada a legalidade da limitação da
jornada de trabalho do profissional de saúde para sessenta horas semanais, na medida em que o profissional da área da
saúde precisa estar em boas condições físicas e mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente
depende de adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o início da outra, o que é
impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Tal entendimento está em consonância com um dos princípios
básicos que regem a atuação administrativa, qual seja, o princípio da :
a) publicidade.

b) motivação.

c) eficiência.

d) moralidade.

e) impessoalidade.

11. (FCC – TRE/SP 2017) Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu
comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do
princípio da:
a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da Administração pública de
forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva.
b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente previsto na lei,
em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da eficiência.
c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os demais
princípios e regras podem ser relativizados.
d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses, uma vez que
atinente à finalidade da função executiva.

165 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos
administrados, para que possam exercer o devido controle.

12. (FCC – PGE/MT 2016) A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado pretende ordenar a contratação
de serviços de manutenção de ar condicionado. No que tange à principiologia aplicável a tal contratação, há de se
conhecer que ela se sujeita:
a) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o Poder Legislativo deve criar as próprias regras de
contratação de serviços, independentemente do que disponham as normas gerais de licitação e contratação públicas.
b) aos princípios do processo legislativo, por tratar-se de atividade de Administração pública desempenhada pelo Poder
Legislativo.
c) aos princípios do processo judicial, por ser o Poder Judiciário o órgão responsável pela revisão de contratações
realizadas no âmbito dos demais Poderes do Estado.
d) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o regramento aplicável às contratações a cargo do Poder
Legislativo deve ser distinto do aplicável às contratações a cargo do Poder Executivo.
e) aos princípios da Administração pública, por tratar-se de atividade da Administração pública, ainda que
desempenhada pelo Poder Legislativo.

13. (FCC – PGE/MT 2016 ) Considere a seguinte citação: Um problema subjacente ao denominado orçamento
baseado em desempenho envolve o desafio da clareza. O termo é um dos muitos descritores diferentes (e o mais
comum) utilizados para descrever a conexão entre informações sobre desempenho, por um lado, e recursos
governamentais, por outro. Em alguns círculos, entretanto, esse termo passou a conotar a substituição da alocação
‘política’ de recursos por algum algoritmo mágico que aloca recursos com base nos dados sobre desempenho. (Hilton,
RM e Joyce, PG. Informações sobre desempenho orçamentário em perspectiva histórica e comparativa. In:
Administração Pública: coletânea. ENAP, Brasília: 2010, 382).
O uso da palavra "desempenho" no trecho acima remete o leitor ao princípio constitucional da Administração pública
da:
a) Presunção de Legitimidade.

b) Supremacia do Interesse Público.

c) Impessoalidade.

d) Legalidade.

e) Eficiência.

14. (FCC – TRT/20 2016)

Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, considerou a Suprema Corte, em síntese, que no
julgamento de impeachment do Presidente da República, todas as votações devem ser abertas, de modo a permitir
maior transparência, controle dos representantes e legitimação do processo. Trata-se, especificamente, de observância
ao princípio da:
a) publicidade.

b) proporcionalidade restrita.

166 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) supremacia do interesse privado.

d) presunção de legitimidade.

e) motivação.

15. (FCC – AL/MS 2016) O regime jurídico administrativo tipifica o próprio direito administrativo e confere à
Administração :
a) prerrogativas instrumentais à consecução de fins de interesse geral, não a sujeitando, no entanto, a restrições, isso
em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do interesse público, tais como a autotutela e o
poder de polícia, dentre outras tantas, que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o privado.
c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma ampla e irrestrita, em razão de sua posição
vertical face aos mesmos.
d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins, que são igualmente identificáveis nas relações
entre os privados em razão do princípio da isonomia.
e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus comandos independentemente do fim objetivado, uma
vez que o agir administrativo é presumidamente de acordo com a lei.

16. (FCC – Sefaz/SC 2018) As relações e negócios jurídicos celebrados pela Administração pública são regidos
pelo direito :
a) público, ainda que se tratem de instrumentos ou institutos oriundos do direito privado, em razão da predominância
do critério subjetivo para definição do regime jurídico aplicável.
b) privado, quando se tratar de atividade de intervenção no domínio econômico ou delegação de serviços públicos à
iniciativa privada, a fim de não caracterizar tratamento diferenciado ou concorrência desleal.
c) público, tanto quanto pelo direito privado, pelo critério de prevalência de interesses, independentemente do objeto,
incidindo o princípio da supremacia do interesse público.
d) privado, quando uma das partes for empresa estatal, e pelo direito público, quando se tratar de autarquias e
fundações públicas.
e) público no que se refere ao exercício de suas funções típicas e prestação de serviços públicos, direta ou
indiretamente, o que não se aplica à atividade-fim para sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica, que atuam em regular competição no mercado.

17. (Cespe – Sefaz/RS 2018) O fenômeno conhecido como deslegalização consiste:

a) na permissão do Poder Legislativo ao Poder Executivo de editar normas de caráter técnico, de maneira inovadora.

b) na edição de ato regulamentar que extrapole a norma regulamentada.

c) no excesso de decretos regulamentares existentes.

d) na edição indiscriminada de medidas provisórias.

167 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) na possibilidade de o Poder Executivo editar normas de caráter geral.

18. (Cespe – MP/PI 2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do
interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.

19. (Cespe – PM/AL 2018) A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio
tanto das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da inexistência de restrições à atuação da
administração pública.

20. (Cespe – PM/AL 2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser
realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas constar imagens que possam
configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da
impessoalidade.

21. (Cespe – PM/AL 2018) Pode a administração pública anular atos administrativos caso estejam eles marcados
por vício ou, ainda, revogá-los conforme juízo de oportunidade e conveniência.

22. (Cespe – TCE/PB 2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de
solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a
administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a
administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por
motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da:
a) moralidade administrativa.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) especialidade.

e) legalidade.

23. (Cespe – CAGE/RS 2018) A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

c) legalidade.

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

168 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

24. (Cespe – CGM/JP 2018) O princípio da eficiência determina que a administração pública direta e indireta
adote critérios necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e garantindo a
maior rentabilidade social.

25. (Cespe – CGM/JP 2018) Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os seus
atos ilegais, independentemente de provocação.

26. (Cespe – PC/MA 2018) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível, com a
finalidade de obter o melhor resultado, atende ao princípio da:
a) eficiência.

b) legalidade.

c) impessoalidade.

d) moralidade.

e) publicidade.

27. (Cespe – STJ 2018) Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha
publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da sua
campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.

28. (Cespe– ABIN 2018)

O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura da produtividade e economicidade, sendo este
um dever constitucional da administração, que não poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de
responsabilização pelos seus atos.

29. (Cespe– IPHAN – 2018)

Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN deve obedecer aos preceitos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.

30. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para
apreciar atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades.

31. (Cespe– Polícia Federal – 2018) O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos
princípios da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a autoridade
competente verificar ilegalidade em ato da própria administração.

169 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

32. (Cespe– ABIN – 2018)

São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a supremacia do interesse público,
sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em
favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento da sociedade.

33. (Cespe– PC/MA 2018) A revisão, de ofício, pela administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a
servidor público por meio de regular processo administrativo é:
a) vedada, em razão da necessidade de provocação do servidor público.

b) permitida, ainda que tenha ocorrido a preclusão administrativa, em razão do princípio da autotutela.

c) permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.

d) permitida apenas se as alegações da revisão coincidirem com as suscitadas pela parte no decorrer do processo.

e) vedada, em obediência ao princípio da economia processual.

34. (Cespe– PC/MA 2018) O preenchimento de cargos públicos mediante concurso público, por privilegiar a
isonomia entre os concorrentes, constitui expressão do princípio constitucional fundamental :
a) federativo.

b) da eficiência.

c) da separação de poderes.

d) do valor social do trabalho.

e) republicano.

35. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à
administração pública direta e indireta do DF.

36. (Cespe – TCDF 2014) Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está impedida de tomar
decisões fundamentadas nos costumes.

37. Cespe – Câmara dos Deputados 2014) O princípio da legalidade implica dispor o administrador público no
exercício de seu munus de espaço decisório de estrita circunscrição permissiva da lei em vigor, conforme ocorre com
agentes particulares e árbitros comerciais.

38. (Cespe – Procurador MPTCDF 2013) Por força do princípio da legalidade, a administração pública não está
autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressupostos.

170 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

39. (Cespe – SEFAZ/DF 2017) Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de
governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá, pela autoridade,
violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.

40. (Cespe – INSS 2016) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.

41. (Cespe – TCU 2015) A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, respeitando-se o
contraditório e a ampla defesa.

42. (FGV – AL/RO 2018) Caio, agente de polícia, recebeu ordens para escoltar determinado preso, que iria
prestar depoimento no Tribunal. Sabe-se que a escolta de preso é função própria e exclusiva de agente
penitenciário. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta:
a) Caio deve obedecer à ordem recebida em função do princípio da hierarquia.

b) Caio não pode desobedecer à ordem, ante a presunção de legalidade.

c) Caio não deve obedecer à ordem, em decorrência de sua manifesta ilegalidade.

d) Caio deve obedecer à ordem, já que não terá responsabilidade no caso de lesão a interesse público.

e) Caio só obedecerá à ordem se houver justificativa para que esta tenha sido emitida.

43. (FGV – MPE-AL 2018) Após regular apuração, o Ministério Público constatou que o prefeito do Município Alfa
divulgara um informativo, pago com recursos públicos, contendo nomes, símbolos e imagens de sua gestão com o
nítido objetivo de promover sua imagem para as próximas eleições. Considerando a conduta do prefeito municipal, é
correto afirmar que ela afronta, de modo mais intenso, o princípio administrativo da:
a) impessoalidade.

b) publicidade.

c) humildade.

d) autotutela.

e) eficiência.

44. (FGV – MPE-AL 2018) Os atos administrativos, além de regidos pelo preceito da legalidade, devem ser
analisados sob os aspectos da lealdade, da boa-fé e da honestidade, conforme previsto no princípio da:
a) publicidade.

b) moralidade.

c) eticidade.

171 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) autotutela.

e) eficiência.

45. (FGV – TJ/AL 2018) Determinado Secretário Municipal de Educação, no dia da inauguração de nova escola
municipal, distribuiu boletim informativo custeado pelo poder público, com os seguintes dizeres no título da
reportagem: “Secretário do povo, Rico Ricaço, presenteia a população com mais uma escola”. Ao lado da reportagem,
havia foto do Secretário fazendo com seus dedos o símbolo de coração utilizado por ele em suas campanhas eleitorais.
A conduta narrada feriu o princípio da administração pública da:
a) economicidade, eis que é vedada a publicidade custeada pelo erário dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos, ainda que tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social;
b) legalidade, pois a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve ser
precedida de prévia autorização legislativa, vedada qualquer promoção pessoal que configure favorecimento pessoal
para autoridades ou servidores públicos;
c) moralidade, eis que a publicidade dos atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos, em que constarem
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades públicas, para ser legal deve ser
custeada integralmente com recursos privados;
d) publicidade, uma vez que a divulgação dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve
ser feita exclusivamente por meio de publicação dos respectivos atos no diário oficial, para impedir promoção pessoal
da autoridade pública;
e) impessoalidade, pois a publicidade em tela deveria ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de agentes públicos.

46. (FGV – Câmara de Salvador- BA 2018) O dever-poder que a Administração Pública ostenta para controlar os
seus próprios atos, podendo invalidar os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes, observadas as cautelas
legais, decorre diretamente do princípio da:
a) moralidade, e sua não observância gera nulidade do ato administrativo, sem prejuízo da responsabilização do
agente;
b) publicidade, e todo ato que invalida ou revoga outro ato administrativo precisa ser publicado no diário oficial;

c) autotutela, e a Administração não precisa ser provocada para rever seus próprios atos, podendo fazê-lo de ofício;

d) impessoalidade, e a Administração não pode tolerar atos que impliquem promoção pessoal do gestor público;

e) segurança jurídica, e a Administração não pode tolerar que permaneça no mundo jurídico qualquer ato ilícito.

47. (FGV – SEPOG-RO 2017) “Os agentes públicos devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação
pautada pela promoção pessoal”.
De acordo com os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, assinale a opção que apresenta o
princípio constitucional a que se refere a conduta acima.
a) razoabilidade.

b) impessoalidade.

172 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) transparência.

d) eficácia.

48. (FGV – SEPOG-RO 2017) As opções a seguir apresentam princípios constitucionais que regem a
Administração Pública, tanto a direta quanto a indireta, em todos os níveis da administração (municipal, estadual e
federal), à exceção de uma. Assinale-a:
a) legalidade.

b) impessoalidade.

c) moralidade.

d) externalidade.

e) publicidade.

49. (FGV – ALE-RJ) O art. 54, da Lei nº 9.784/99, dispõe que o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o legislador procurou
conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos inquinados de vício de legalidade.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a citada norma aborda especificamente os
seguintes princípios reconhecidos da Administração Pública:
a) autotutela e certeza jurídica;

b) segurança jurídica e proteção à confiança;

c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;

d) temporalidade e moralidade administrativas;

e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

50. (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016) O administrador, ao aceitar as responsabilidades de um cargo público,
deve respeitar os princípios legais que regem a Administração Pública. Parte fundamental do exercício do cargo é o
conhecimento do limite entre o público e o privado, em que o interesse público deve sempre se sobrepor ao privado; da
mesma forma, deve-se garantir que as decisões tomadas sejam de conhecimento geral e que os meios sejam
adequados ao fim.
O trecho acima apresenta a descrição de alguns dos princípios da Administração Pública. Assinale a opção que indica,
na ordem correta, os princípios apresentados.
a) Isonomia – Autotutela – Eficiência.

b) Razoabilidade – Publicidade – Impessoalidade.

c) Supremacia da Publicidade – Proporcionalidade – Isonomia.

173 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) Impessoalidade – Publicidade – Razoabilidade.

e) Impessoalidade – Isonomia – Eficiência.

51. (FGV – Pref. De Paulina – SP 2016)A capacidade de autotutela é uma característica marcante da
Administração Pública. É por meio desse princípio que o sistema público se prepara para atender às necessidades do
cidadão de forma eficiente e adequada. Partindo dele, as decisões da estrutura administrativa devem atender ao
público e estar aptas a constantes revisões e reformulações.
Sobre o Princípio da Autotutela, analise as afirmativas a seguir.

I. É o princípio constitucional que limita e delega a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
II. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de anular ou rever atos de sua
própria autoria.
III. É o princípio constitucional que determina a capacidade da Administração Pública de julgar e punir atos e
comportamentos ilegais que ocorram em seu âmbito.
Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I e III, apenas.

52. (FGV – TCM/SP 2015) Membros da comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram
um certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio administrador é amigo íntimo de um dos membros da
citada comissão. No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram diretamente o princípio administrativo
expresso no art. 37, caput, da Constituição da República. Trata-se do princípio da:
a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

53. (FGV – SSP - AM 2015) A Constituição da República de 1988 dedicou um capítulo à Administração Pública e,
em seu art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas. Dentre esses
princípios expressos, que revelam as diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:
a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar com excelência suas atribuições para lograr
resultados mais produtivos do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;

174 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os atos praticados pelos agentes administrativos
estão de acordo com os ditames legais;
c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica devem ser
tratados da mesma forma, sem privilégios pessoais;
d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar sua conduta com preceitos éticos e agir com
honestidade;
e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da melhor forma possível suas atribuições, para lograr
os melhores resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.

54. (FGV – IBGE 2016) Órgão de controle interno de determinada fundação pública realiza auditoria no setor
responsável pelas licitações e contratos administrativos da fundação. Na diligência, verifica-se que não há necessidade
de se realizar aquisição de determinado produto, mas o edital de licitação acabara de ser publicado. Após as
providências administrativas cabíveis, a fundação revoga o edital de licitação. Na hipótese em tela, a fundação pública
agiu de acordo com o princípio administrativo da:
a) legalidade, em que a Administração Pública exerce o controle interno sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
b) autotutela, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário;
c) nulidade, em que a Administração Pública exerce o controle externo sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
d) independência, em que a Administração Pública exerce o controle geral sobre os atos de seus órgãos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, mediante autorização prévia do Poder
Judiciário;
e) autonomia, em que a Administração Pública exerce o controle sobre os atos de seus órgãos, com a possibilidade de
anular os inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, mediante autorização prévia do Poder Judiciário.

55. (FGV – SSP/AM 2015) A Constituição da República de 1988 dedicou um capítulo à Administração Pública e,
em seu art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas. Dentre esses
princípios expressos, que revelam as diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:
a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar com excelência suas atribuições para lograr
resultados mais produtivos do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;
b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os atos praticados pelos agentes administrativos
estão de acordo com os ditames legais;
c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica devem ser
tratados da mesma forma, sem privilégios pessoais;
d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar sua conduta com preceitos éticos e agir com
honestidade;
e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da melhor forma possível suas atribuições, para lograr
os melhores resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.

175 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

56. (FGV – SSP/AM 2015) Daniel, Policial Militar, ao realizar diligência destinada a reprimir o comércio ilícito de
mercadorias receptadas, encontrou em flagrante delito seu amigo de infância Juvenal praticando crime. Por conta da
longa amizade, Daniel deixou de realizar sua prisão em flagrante e liberou seu amigo, inclusive com os bens objeto do
crime. No caso em tela, Daniel ofendeu mais diretamente os princípios administrativos da:
a) legalidade e pessoalidade;

b) autotutela e disciplina;

c) publicidade e eficiência;

d) hierarquia e disciplina;

e) moralidade e impessoalidade.

57. (FGV – CM/Caruaru 2015) Os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
segundo a Constituição Federal de 1988, condicionam toda a estrutura das organizações públicas.
Quando o agente público atua de forma imparcial, buscando somente o fim público pretendido pela lei, sem privilégios
ou discriminações de qualquer natureza, seu procedimento está baseado no princípio da:
a) moralidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

58. (FGV – CM/Caruaru 2015)

A Constituição da República de 1988, em seu Art. 37, estabelece expressamente que a Administração Pública direta e
indireta obedecerá aos seguintes princípios:
a) Legitimidade, imparcialidade, modicidade, popularidade e empatia.

b) Legalidade, imparcialidade, moralidade, popularidade e eficiência.

c) Legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e empatia.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

59. (FGV – TCM/SP 2015) Membros da comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram
um certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio administrador é amigo íntimo de um dos membros da
citada comissão. No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram diretamente o princípio administrativo
expresso no art. 37, caput, da Constituição da República. Trata-se do princípio da:
a) razoabilidade;

176 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

60. (FGV – Contador Niterói 2015) João, ocupante do cargo efetivo municipal de contador, visando favorecer seu
vizinho de longa data, valendo-se da função pública de chefe do setor, pegou o processo administrativo de seu amigo e,
passando na frente de todos os outros que aguardavam ser despachados há mais tempo, providenciou o imediato
andamento necessário. A conduta do servidor público no caso em tela feriu, em tese, o princípio da administração
pública que, por um lado, objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados
que se encontrem em idêntica situação jurídica e, por outro, busca a supremacia do interesse público, e não do privado,
vedando-se, em consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros. Trata-se do princípio
informativo expresso do art. 37, caput, da Constituição da República, chamado princípio da:
a) publicidade;

b) razoabilidade;

c) eficácia;

d) indisponibilidade;

e) impessoalidade.

61. (FGV – ISS Niterói 2015) O art. 37, caput, da Constituição Federal dispõe que a administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes dos Municípios obedecerá aos chamados princípios administrativos expressos. Dentre
eles, destaca-se o princípio da publicidade, que também se manifesta pelo direito à informação. Nesse sentido, o texto
constitucional assegura a todos o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular:
a) que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com exceção das hipóteses de sigilo, que
consistem nos casos de interesse coletivo ou geral, intimidade e segurança do Estado;
b) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção das hipóteses cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
c) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade
do servidor competente, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível aos direitos de terceiros;
d) ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
e) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, sob pena de responsabilidade do servidor competente, com
exceção da hipótese de sigilo, que ocorre exclusivamente mediante prévio decreto por decisão judicial.

62. (FGV – ISS Niterói 2015) Prefeito Municipal, no exercício da função e utilizando verba pública, determinou a
confecção e distribuição de milhares de panfletos, às vésperas do dia dos pais, com os seguintes dizeres: “O Prefeito
Fulano, na qualidade de melhor administrador público do país e verdadeiro pai para seus administrados, deseja feliz dia
dos pais a todos. Nas próximas eleições, continuem me prestigiando com o seu voto!”. Essa conduta do agente político

177 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

feriu, frontal e mais diretamente, os seguintes princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da Constituição
Federal:
a) probidade e pessoalidade;

b) indisponibilidade e legalidade;

c) autotutela e igualdade;

d) impessoalidade e moralidade;

e) isonomia e eficiência.

63. (FGV – TJ/BA 2015) Os princípios administrativos implícitos são diretrizes que orientam a Administração
Pública, como regras gerais de proceder, reconhecidas pela doutrina e pela jurisprudência. Nesse contexto, destaca-se
o princípio da:
a) supremacia do interesse público, segundo o qual os direitos individuais dos cidadãos isoladamente considerados
devem prevalecer sobre os interesses da coletividade;
b) autotutela, segundo o qual a Administração Pública exerce o controle sobre os seus próprios atos, com a
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário;
c) indisponibilidade, segundo o qual os bens e interesses públicos pertencem à Administração Pública e a seus agentes,
que têm a livre disposição sobre eles;
d) moralidade, segundo o qual os agentes administrativos devem agir com improbidade administrativa, com escopo de
observar a necessária impessoalidade na prática do ato, para se atingir o interesse público;
e) eficiência, segundo o qual os agentes administrativos são obrigados a utilizar moderna tecnologia e métodos mais
eficazes do que aqueles disponíveis na iniciativa privada, com o objetivo de atingir o interesse público.

64. (FGV – TJ/BA 2015) Em tema de serviços públicos, a doutrina de Direito Administrativo ensina que se aplica
especificamente o princípio da:
a) autotutela, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar os
serviços públicos, gozam de liberdade de gestão, podendo aumentar unilateralmente as tarifas para manter a
lucratividade da atividade;
b) modicidade, segundo o qual os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público
calcular o valor das tarifas com vistas à eficiência e lucros máximos;
c) supremacia do interesse público, segundo o qual as atividades administrativas e os serviços públicos são prestados
pelo Estado para benefício do particular individualmente considerado em detrimento da coletividade;
d) continuidade, o qual indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser
contínua para evitar que a paralisação provoque colapso nas múltiplas atividades particulares;
e) indisponibilidade, o qual indica que a Administração Pública ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar
os serviços públicos, tem a livre disposição dos bens e interesses públicos.

65. (FGV – Guarda Municipal Paulínia 2015) Princípios administrativos são os postulados fundamentais que
conduzem todo o modo de agir da Administração Pública como um todo. O art. 37, caput, da Constituição da República

178 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

elencou os chamados princípios administrativos expressos a serem observados por todas as pessoas administrativas de
qualquer dos entes federativos, como por exemplo, os princípios da:
a) impessoalidade, eficiência e moralidade;

b) igualdade, legalidade e improbidade;

c) legalidade, disponibilidade e proporcionalidade;

d) eficácia, isonomia e economicidade;

e) igualdade, pessoalidade e razoabilidade.

66. (ESAF – AFRFB 2005) Os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade vinculam-se,


originalmente, à noção de administração:
a) patrimonialista.

b) descentralizada.

c) gerencial.

d) centralizada.

e) burocrática.

67. (ESAF – AFRFB 2005) Sobre os princípios constitucionais da Administração Pública, na Constituição de 1988,
marque a única opção correta.
a) Segundo a doutrina, o conteúdo do princípio da eficiência relaciona-se com o modo de atuação do agente público e o
modo de organização, estruturação e disciplina da Administração Pública.
b) O princípio da impessoalidade não guarda relação com a proibição, prevista no texto constitucional, de que conste da
publicidade oficial nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores
públicos.
c) O princípio da moralidade administrativa incide apenas em relação às ações do administrador público, não sendo
aplicável ao particular que se relaciona com a Administração Pública.
d) O conteúdo do princípio da publicidade não abrange a questão do acesso do particular aos atos administrativos,
concluídos ou em andamento, em relação aos quais tenha comprovado interesse.
e) Segundo a doutrina, há perfeita identidade do conteúdo do princípio da legalidade aplicado à Administração Pública
e o princípio da legalidade aplicado ao particular.

Gabarito

179 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

1.D 2.C 3.C 4.A 5.A 6.E 7.C 8.C 9.C

10.C 11.A 12.E 13.E 14.A 15.B 16.E 17.A 18.E

19.E 20.C 21.C 22.C 23.E 24.C 25.C 26.A 27.E

28.C 29.C 30.E 31.C 32.C 33.C 34.E 35.C 36.E

37.E 38.C 39.C 40.E 41.E 42.C 43.A 44.B 45.E

46.C 47.B 48.D 49.B 50.D 51.B 52.E 53.E 54.B

55.E 56.E 57.D 58.E 59.E 60.E 61.D 62.D 63.B

64.D 65.A 66.E 67.A

180 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Questões comentadas da banca Vunesp

1. (VUNESP - Prefeitura de Sorocaba - SP - Inspetor de Alunos – 2020) De acordo com o artigo 37 da Constituição
Federal de 1988, a administração pública deve obedecer a cinco princípios. Sendo eles,
a) moralidade, celeridade, burocratização, eficácia e lucro.

b) eficiência, lucro, competitividade, perenidade e investimento.

c) publicidade, transparência, investimento, eficácia e ética

d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

e) investimento, resultado, positividade, autoridade e legalidade.

Comentário:

Os princípios da Administração Pública considerados expressos são os listados no art. 37, caput, da Constituição
Federal. Vejamos:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte (...)
Para guardar esses princípios, utilize o mnemônico LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.
Gabarito: alternativa “d”

2. (VUNESP - Câmara de Boituva - SP - Agente Administrativo – 2020) A transparência na administração


pública é um dos princípios fundamentais da democracia e, apesar de não estar explicitada no caput do artigo 37 da
Constituição Federal de 1988, tem como um dos seus principais componentes o princípio constitucional da:
a) publicidade.

b) eficiência.

c) legalidade.

d) eficácia.

e) moralidade.

Comentário:

É o princípio da publicidade que impõe à Administração Pública o dever de dar transparência a seus atos, tornando-os
públicos, do conhecimento de todos.
Gabarito: alternativa “a”

181 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

3. (VUNESP - Câmara Municipal de Pindorama - SP - Procurador Jurídico – 2020) Princípios são proposições
básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina. Sobre
os princípios existentes no regime jurídico administrativo, é corretor afirmar:
a) no Direito Administrativo pátrio não são admitidos princípios implícitos.

b) os princípios mínimos de Direito Administrativo são aplicáveis à Administração Direta e à Indireta, exceto quando
exploradora de atividade econômica.
c) o princípio da supremacia determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o
particular.
d) o princípio da legalidade é da essência de qualquer Estado ou sociedade juridicamente organizada.

e) o princípio da isonomia estabelece que a atuação do agente público deve basear-se na ausência de subjetividade.

Comentário:

Analisemos as alternativas:

a) Errada. Os princípios implícitos são admitidos sim no Direito Administrativo pátrio. Eles são reconhecidos pela
doutrina e pela jurisprudência por serem decorrência lógica dos ditames da Carta Magna, possuindo, assim, a
mesma relevância que os princípios expressos.
b) Errada. O caput do art. 37 da CF dispõe que a “administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência”.
O comando constitucional, portanto, sujeita aos princípios da Administração Pública toda a administração indireta,
incluindo fundações e autarquias da mesma forma que empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica.
c) Correta. O princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas e privilégios da
Administração Pública, típicos do direito público. É a causa da verticalidade nas relações administração-particular, em
contraposição à horizontalidade nas relações entre particulares.
d) Errada. A doutrina ensina que o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é a essência
de qualquer Estado, de qualquer sociedade juridicamente organizada com fins políticos. Já o princípio da legalidade é o
princípio basilar do Estado de Direito, que se caracteriza pela submissão do Estado às leis que ele próprio edita.
e) Errada. É o princípio da impessoalidade que estabelece que a atuação do agente público deve basear-se na ausência
de subjetividade. Em uma de suas concepções, o princípio da impessoalidade representa uma faceta do princípio da
isonomia, pois objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se
encontrem em idêntica situação jurídica, sem favorecimentos ou discriminações de qualquer espécie.
Gabarito: alternativa “c”

4. (VUNESP - Prefeitura de Morro Agudo - SP - Auditor de Controle Interno – 2020) Um grupo de cidadãos
ficou indignado ao ver a seguinte faixa na inauguração de conjunto habitacional:

182 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

De fato, tal comunicação fere um princípio constitucional da Administração Pública conhecido como princípio da:

a) Moralidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Eficiência.

e) Impessoalidade.

Comentário:

Uma das vertentes do princípio da impessoalidade é a que veda a promoção pessoal do agente público às custas das
suas realizações na Administração Pública, conforme art. 37, § 1º, da Constituição:
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Portanto, a faixa colocada na inauguração de conjunto habitacional, com clara indicação do nome do Vereador, fere o
princípio constitucional da impessoalidade.
Gabarito: alternativa “e”

5. (VUNESP - Prefeitura de Morro Agudo - SP - Agente de Licitações e Contratos – 2020) A possibilidade de a


Administração fazer acordos ou transações é uma relativização da aplicação do princípio da:
a) segurança jurídica.

b) moralidade.

c) indisponibilidade do interesse público.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

Comentário:

Temos que ler essa questão aqui com cuidado. Ela está perguntando sobre a relativização de um princípio. Vamos
descobrir que princípio é esse.

183 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Muito bem. A realização de acordos e transações nos fazem acreditar na existência de concessões recíprocas entre as
partes. Cada um cede um pouquinho.
O problema é que a Administração não tem livre disposição sobre bens e interesses públicos, justamente por causa do
princípio da indisponibilidade do interesse público. Portanto, a possibilidade de fazer acordos ou transações representa
uma relativização desse princípio.
Gabarito: alternativa “c”

6. (VUNESP - FITO - Analista de Gestão - Serviços de Apoio – 2020) Em Direito Administrativo, quando se fala
que nem tudo que é legal é honesto, estamos nos referindo ao princípio constitucional:
a) implícito da finalidade administrativa.

b) implícito da motivação administrativa.

c) explícito da moralidade administrativa.

d) explícito do poder-dever do administrador público.

e) explícito da publicidade.

Comentário:

O princípio da moralidade (um dos princípios constitucionais explícitos, pois está expresso no caput do art. 37 da
Constituição Federal) impõe a necessidade de atuação ética dos agentes públicos, traduzida na capacidade de distinguir
entre o que é honesto e que é desonesto. Liga-se à ideia de probidade e de boa-fé.
O princípio da moralidade corresponde à noção de “bom administrador”, que não somente deve ser conhecedor da lei,
mas também dos princípios éticos regentes da função administrativa, porque, como já diziam os romanos, nem tudo
que é legal é honesto.
Exige-se, assim, que os agentes públicos, sobretudo aqueles que ocupam posições mais elevadas, tenham conduta
impecável, ilibada, exemplar, pautada pela lealdade, boa-fé, fidelidade funcional e outros aspectos atinentes à
moralidade.
Gabarito: alternativa “c”

7. ( VUNESP - FITO - Analista de Gestão - Recursos Humanos – 2020) Desde há muitos anos (Constituição de
1967, artigo 95) que o concurso público passou a ser obrigatório para o provimento de todos os cargos públicos. O artigo
37 da CF de 1988 reproduz a mesma regra, mas no caput do artigo estabelece a necessidade da observância de
princípios constitucionais.
Assinale a alternativa que contém o princípio constitucional da legalidade que deve ser respeitado pelo gestor público
que realizar o concurso público.
a) Tal gestor deve se sujeitar aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, podendo ter os seus atos e
efeitos anulados caso se constate qualquer irregularidade.
b) Tal gestor deve ser imparcial. Isso significa que não pode favorecer determinados cidadãos durante a sua realização.

c) Tal gestor não pode realizar qualquer etapa do concurso público de maneira sigilosa. Há que se dar publicidade a
todas as etapas do concurso.

184 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

d) Tal gestor deve garantir o direito de qualquer cidadão ao acesso igualitário nos cargos e empregos públicos
oferecidos.
e) Tal gestor deve respeitar os parâmetros que estão estabelecidos no edital.

Comentário:

Atenção: todas as alternativas estão corretas. O que estamos buscando é aquela que contém o princípio constitucional
da legalidade, quando da realização de um concurso público.
Vamos resolver essa questão por exclusão. As alternativas B, C e D, representam, respectivamente, os princípios da
imparcialidade, publicidade e igualdade.
Já a alternativa E não necessariamente está se referindo ao princípio da legalidade. Na questão, temos uma alternativa
que descreve muito melhor o conceito do princípio da legalidade: a alternativa A. Esse, portanto, é o nosso gabarito.
Às vezes isso acontece em questões de múltipla-escolha. Temos que ir em busca da melhor alternativa.

Gabarito: alternativa “a”

8. ( VUNESP - FITO - Técnico em Gestão - Recursos Humanos – 2020) Entre os vários princípios constitucionais
que regem os concursos públicos está aquele que proíbe que se privilegie participantes, como em ações de nepotismo,
ou, ao contrário, que se persiga algum candidato/a. Esse princípio constitucional, que também rege outras ações da
administração pública em todos os níveis, é o princípio da:
a) Moralidade.

b) Publicidade.

c) Eficiência.

d) Legalidade.

e) Eficácia.

Comentário:

“Cadê o princípio da impessoalidade, professor? A resposta não seria essa: impessoalidade?”

O nepotismo é uma prática frontalmente ofensiva ao princípio da moralidade e a outros princípios constitucionais,
como impessoalidade, eficiência e igualdade. Desses princípios, o único que consta nas alternativas é o princípio da
eficiência (alternativa C). Porém o nepotismo, de acordo com a doutrina, está mais relacionado ao princípio da
moralidade (alternativa A).
O princípio da moralidade impõe a necessidade de atuação ética dos agentes públicos, traduzida na capacidade de
distinguir entre o que é honesto e que é desonesto, até porque nem tudo que é legal é honesto.
É nesse sentido que se destaca a Súmula Vinculante nº 13 do STF, a qual veda expressamente a prática do nepotismo
(nomeação de parentes para o exercício de cargos públicos), uma das formas mais comuns de ofensa ao princípio da
moralidade.
Vale ressaltar que a ausência de norma específica não é justificativa para que a Administração atue em
desconformidade com o princípio da moralidade administrativa. O nepotismo é um exemplo disso. Não há uma lei
formal que, expressamente, vede o nepotismo no âmbito de todas as esferas federativas. Mas, por ser uma prática
frontalmente ofensiva ao princípio da moralidade e a outros princípios constitucionais, não é admitido que ocorra na
Administração Pública.

185 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Gabarito: alternativa “a”

9. (VUNESP - Prefeitura de Cananéia - SP - Controlador Interno do Município – 2020) “A incompatibilidade


da prática enunciada na Súmula Vinculante 13 com o art. 37, caput, da CF/88 não decorre diretamente da existência de
relação de parentesco entre a pessoa designada e o agente político ou servidor público ocupante de cargo em comissão
ou de função comissionada, mas da presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou
assessoramento tenha sido direcionada a pessoa com relação de parentesco com alguém que tenha potencial de
interferir no processo de seleção” (STF, 2ª Turma. ARE 896.762 AgR. Rel. Min. Dias Toffoli, j. 4.6.2018). Essa decisão do
Supremo Tribunal Federal dá concretude:
a) ao princípio do nepotismo na Administração Pública.

b) aos princípios da moralidade e da impessoalidade.

c) aos princípios da isonomia e da publicidade.

d) ao princípio da disponibilidade dos bens públicos.

e) ao princípio da independência dos poderes públicos.

Comentário:

O nepotismo (vedado pela Súmula Vinculante nº 13 do STF ) é uma prática frontalmente ofensiva ao princípio da
moralidade e a outros princípios constitucionais, como impessoalidade, eficiência e igualdade.
Gabarito: alternativa “b”

10. (VUNESP - Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários – 2020) A Administração não tem a livre
disposição dos bens e interesses públicos, porque atua em nome de terceiros. Por essa razão é que os bens e interesses
públicos só podem ser alienados conforme o disposto em lei. Da mesma forma, os contratos administrativos reclamam,
como regra, que se realize licitação para encontrar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso à
Administração.
É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao princípio da:

a) indisponibilidade.

b) autotutela.

c) moralidade.

d) continuidade dos serviços públicos.

e) segurança jurídica.

Comentário:

O princípio da indisponibilidade do interesse público, em contraponto ao princípio da supremacia do interesse público


sobre o privado, fundamenta as restrições impostas à Administração.
Como ensina Carvalho Filho, os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seu s agentes. Cabe-
lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade. Portanto, por esse princípio, o interesse

186 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

público é indisponível pela Administração. Esta somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine a sua
atuação, e nos limites estipulados por essa lei, e não de acordo com a vontade própria dos seus agentes.
A necessidade de licitação prévia para a celebração de contratos administrativos é um dos exemplos de restrições
decorrentes do princípio da indisponibilidade do interesse público.
Gabarito: alternativa “a”

11. ( VUNESP - Câmara de São Roque - SP - Oficial Legislativo – 2019) Acerca dos princípios que regem a
Administração Pública, assinale a alternativa correta.
a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são princípios que regem a atividade
administrativa, os quais estão previstos expressamente na Constituição Federal desde a sua redação originária.
b) O princípio da legalidade administrativa confunde-se com o princípio da reserva legal complementar.

c) Em razão do princípio da impessoalidade, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
d) O princípio da continuidade traduz a ideia de que a prestação da atividade administrativa deve ser ininterrupta, razão
pela qual a exceção de contrato não cumprido não poderá ser invocada por particulares na execução de contratos
administrativos.
e) O princípio da motivação impõe à Administração o dever de indicar os fatos e fundamentos jurídicos que
determinaram a prática dos atos administrativos, de modo que a motivação deverá ser explícita, clara e congruente,
não podendo consistir em concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas.
Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

a) Errada. Esses são, de fato, os princípios que regem a atividade administrativa. Porém, o princípio da eficiência só foi
inserido na nossa Constituição a partir da EC 19/1998, que tratou da chamada Reforma do Estado. Portanto, está errado
dizer que todos esses princípios “estão previstos expressamente na Constituição Federal desde a sua redação
originária”.
b) Errada. O princípio da legalidade estabelece que toda e qualquer atividade da Administração Pública deve ser
autorizada por lei. Em outras palavras, diz-se que a Administração só pode agir segundo a lei (secundum legem), e não
contra a lei (contra legem) ou além da lei (praeter legem).
Já o princípio da reserva legal complementar ocorre quando a Constituição Federal exige que determinada matéria seja
disciplinada por meio de lei complementar.
Esses princípios, portanto, não se confundem.

c) Correta. Uma das vertentes do princípio da impessoalidade é a que veda a promoção pessoal do agente público às
custas das suas realizações na Administração Pública, conforme art. 37, § 1º, da Constituição:
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
d) Errada. A exceção de contrato não cumprido poderá ser invocada por particulares na execução de contratos
administrativos, mas dentro de certos limites. Nos termos da Lei 8.666/1993 (art. 78, inciso XV), o Estado pode ficar até

187 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

90 dias sem pagar e a empresa contratada ainda assim tem o dever de manter a execução dos serviços regidos por essa
lei. Nos termos da Lei 14.133/2021, esse prazo é de 2 (dois) meses (art. 137, § 2º, IV).
e) Errada. O STF reconhece a validade da chamada motivação aliunde, prevista no art. 50, §1º da Lei 9.784/1999, pelo
qual a motivação pode consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas que, nesse caso, serão partes integrantes do ato.
Gabarito: alternativa “c”

12. (VUNESP – PC-SP – Delegado de Polícia – 2018) Os princípios administrativos podem ser utilizados para fins
de controle de constitucionalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, sendo o que se observa na alternativa
a seguir:
a) a nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão ou de confiança na
Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal.
b) o ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser revogado pelo administrador público, em obediência ao
princípio administrativo da discricionariedade.
c) ao titular do cargo de procurador de autarquia exige-se a apresentação de instrumento de mandato para representá-
la em juízo.
d) não é possível a autotutela sobre os atos administrativos após a sua impugnação no Poder Judiciário.

e) o princípio da pessoalidade é corolário da isonomia e da legalidade, sendo centrais à ação administrativa.

Comentário:

Vamos para as alternativas:

a) Correta. Trata-se de aplicação da Súmula Vinculante nº 13 do STF, a qual veda expressamente a prática do nepotismo
(nomeação de parentes para o exercício de cargos públicos), uma das formas mais comuns de ofensa ao princípio da
moralidade. A vedação estende-se à administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Veja o texto da Súmula:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
b) Errada. O poder de autotutela administrativa está consagrado na Súmula STF 473:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Como se percebe, o princípio da autotutela possibilita à Administração Pública controlar seus próprios atos,
apreciando-os sob dois aspectos, quais sejam:
· Legalidade, em que a Administração pode, de ofício ou provocada, anular os seus atos ilegais; e

· Mérito, em que a Administração reexamina um ato legítimo quanto à conveniência e oportunidade, podendo
mantê-lo ou revogá-lo.

188 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Assim, o ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser anulado ou convalidado (e não revogado) pelo
administrador público, em obediência ao princípio administrativo da autotutela.
c) Errada. A alternativa contraria a Súmula 644 do STF: "Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a
apresentação de instrumento de mandato para representá-la em juízo."
d) Errada. A impugnação de um ato administrativo no Poder Judiciário não impede que a Administração, com base no
poder de autotutela, anule ou revogue seus atos. Portanto, é possível a autotutela sobre os atos administrativos após a
sua impugnação no Poder Judiciário.
e) Errada. Na verdade, é o princípio da impessoalidade que é corolário da isonomia e da legalidade.

Gabarito: alternativa “a”

13. (VUNESP - PC-SP – Escrivão de Polícia Civil – 2018) A razoável duração do processo e o emprego de meios
que assegurem a celeridade na sua tramitação são assegurados, a todos, no âmbito administrativo e revelam direito
fundamental que tem por conteúdo os princípios da:
a) moralidade e reserva legal

b) nova gestão pública e razoabilidade.

c) isonomia e eficiência.

d) legalidade e publicidade.

e) impessoalidade e indisponibilidade do interesse público.

Comentário:

Conforme ensina Hely Lopes Meirelles, além de ser um princípio a ser observado pela Administração, a eficiência do
serviço público também é um direito fundamental do cidadão, vez que a Constituição Federal assegura a todos, no
âmbito judicial e administrativo, a “razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação” (CF, art. 5º LXXVIII). Tal dispositivo é uma reação contra a excessiva demora no andamento dos processos,
tanto judiciais quanto administrativos.
Além disso, a menção a “todos”, feita pela questão, evidencia o atendimento do princípio da isonomia, o qual objetiva a
igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica
situação jurídica, sem favorecimentos ou discriminações de qualquer espécie.
Gabarito: alternativa “c”

14. (VUNESP - PC-SP – Investigador de Polícia Civil – 2018) Lei estadual que vede a realização de processo
seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos e pelas entidades do poder público estadual fere o princípio
da:
a) eficiência.

b) legalidade.

c) impessoalidade.

d) segurança jurídica.

189 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) continuidade do serviço público.

Comentário:

Uma das perspectivas do princípio da impessoalidade se traduz no dever de isonomia por parte da Administração
Pública. A partir dessa perspectiva, o princípio da impessoalidade estabelece que os atos administrativos devem ser
praticados tendo em vista o interesse público, e não os interesses pessoais do agente ou de terceiros. Impede, assim,
que a Administração beneficie ou prejudique esta ou aquela pessoa em especial.
Nessa concepção, o princípio da impessoalidade representa uma faceta do princípio da isonomia, pois objetiva a
igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica
situação jurídica, sem favorecimentos ou discriminações de qualquer espécie.
É por isso que a Constituição exige concurso público como condição para o ingresso em cargo efetivo ou emprego
público (CF, art. 37, II). Portanto, a realização de processo seletivo para o recrutamento de estagiário assegura o
princípio da impessoalidade, vez que os estagiários serão selecionados por mérito, e não por alguma condição pessoal.
A contrario sensu, a não realização de processo seletivo para recrutamento de estagiário viola o princípio da
impessoalidade
Gabarito: alternativa “c”

15. (VUNESP - PC-BA – Investigador de Polícia – 2018) Se um determinado agente público se vale de uma
competência que lhe é legalmente atribuída para praticar um ato válido, mas que possui o único e exclusivo objetivo de
prejudicar um desafeto, é correto afirmar que tal conduta feriu o princípio da:
a) finalidade, que impõe aos agentes da Administração o dever de manejar suas competências obedecendo
rigorosamente à finalidade de cada qual.
b) supremacia do interesse público sobre o interesse privado, que é princípio geral de direito inerente a qualquer
sociedade.
c) razoabilidade, pelo qual o Administrador, na atuação discricionária, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto
de vista racional, com o senso normal.
d) proporcionalidade, já que a Administração não deve tomar medidas supérfluas, excessivas e que passem do
estritamente necessário à satisfação do interesse público.
e) motivação, porque a Administração deve, no mínimo, esclarecer aos cidadãos aos razões pelas quais foram tomadas
as decisões.
Comentário:

De acordo com o princípio da finalidade, a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo agente do
Estado, da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. Deve-se ressaltar que o fator que
explica, justifica e confere sentido a uma norma é precisamente a finalidade a que se destina.
Por outro lado, o desvio de poder, também denominado desvio de finalidade, estará presente sempre que o agente do
Estado praticar o ato, até mesmo dentro dos limites da competência a ele conferida, mas visando a alcançar outra
finalidade que não aquela prevista em lei. O art. 2°, parágrafo único, "e" da Lei n. 4717/65 denomina essa situação de
desvio de finalidade e também enseja a nulidade do ato administrativo, em virtude de vício em um dos seus elementos,
qual seja, o elemento finalidade. Trata-se de vício subjetivo do agente e sempre de difícil comprovação para o sujeito
prejudicado pelo ato viciado, uma vez que o ato goza de aparente legalidade.
Assim, conforme narrado no enunciado da questão, o agente público agiu dentro de sua competência, porém, com
desvio de finalidade, tendo em vista que queria prejudicar seu desafeto.
Gabarito: alternativa “a”

190 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

16. (VUNESP - PC-BA – Investigador de Polícia – 2018) Um Estado que tributasse desmesuradamente os
administrados enriqueceria o Erário, com maior volume de recursos, o que, por outro lado, tornaria a sociedade mais
pobre. Tal conduta de exação excessiva viola o princípio pelo qual deve prevalecer:
a) o interesse público secundário.

b) o interesse público primário.

c) a supremacia do interesse público.

d) o interesse público como direito subjetivo.

e) o direito subjetivo individual.

Comentário:

A questão exigiu do candidato conhecimento sobre a distinção entre o interesse público primário e secundário.
Faremos uma breve explanação sobre o assunto.
O interesse público primário seria a soma do interesse do indivíduo da sociedade ao passo que o interesse público
secundário são as necessidades do Estado como sujeito de direito. Em havendo conflitos entre os referidos interesses
prevalecerá o interesse público primário.
Em outras palavras, o interesse público primário tem como finalidade o efetivo atendimento das necessidades
coletivas, o interesse do todo, do próprio conjunto social. Já o interesse público secundário identifica-se com os
interesses do próprio Estado, enquanto pessoa jurídica autônoma que ele é, notadamente os interesses de índole
patrimonial, os quais somente poderão ser defendidos e almejados desde que coincidam com os interesses primários,
sob pena de se configurar atuação ilegítima do Poder Público.
Dessa forma, analisando a questão, pode-se concluir que a vedação à tributação excessiva do Estado deriva da
necessidade de prevalência do interesse público primário, e não do secundário. Assim, a única alternativa correta é a
letra B.
Gabarito: alternativa “b”

17. ( Vunesp – Câmara de Nova Odessa - SP – 2018) A vedação ao particular contratado, dentro de certos
limites, de opor, em face da Administração, a exceção de contrato não cumprido, e a submissão do direito de greve dos
servidores públicos a um regime jurídico mais restrito, a ser previsto em lei, são exemplos de aplicação de um dos
princípios que rege a Administração Pública, qual seja, a :
a) boa-fé.

b) segurança jurídica.

c) impessoalidade.

d) continuidade do serviço público.

e) publicidade.

Comentário:

191 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O princípio da continuidade traz a ideia de prestação ininterrupta do serviço público. Trata-se, portanto, de exigência no
sentido de que a atividade do Estado seja contínua, não comportando falhas ou interrupções, já que muitas
necessidades da sociedade são inadiáveis, a exemplo dos serviços de fornecimento de água e energia. Importante
ressaltar que o princípio da continuidade está intimamente ligado ao princípio da eficiência, haja vista tratar-se de
garantia de busca por resultados positivos.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta as seguintes consequências do princípio da continuidade:

a) proibição de greve dos servidores públicos – na verdade, essa não é mais uma proibição absoluta, uma vez que o art.
37, VII, determina que “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”;
b) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções públicas
temporariamente vagas;
c) impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de invocar a cláusula da exceção do contrato não
cumprido nos contratos que tenham por objeto a execução de serviço público (na verdade, não temos uma
impossibilidade, mas uma limitação, tendo em vista que a Lei 8.666/93 determina que o particular deverá continuar a
cumprir o contrato, mesmo após um atraso de até 90 dias nos pagamentos devidos).
d) faculdade que se reconhece à Administração de utilizar os equipamentos e instalações da empresa com que ela
contrata, para assegurar a continuidade do serviço;
e) com o mesmo objetivo, a encampação da concessão de serviço público.

Portanto, o enunciado da questão trata claramente do princípio da continuidade do serviço público.

Gabarito: alternativa “d”

18. (Vunesp – TJ/SP – 2018) A Administração tem o dever de realizar o interesse público sem a promoção do
servidor público ou autoridade que realizou o ato. Essa previsão, concernente ao regime jurídico administrativo, é
conforme ao princípio da:
a) motivação.

b) publicidade.

c) supremacia do interesse público.

d) impessoalidade.

Comentário:

O princípio da impessoalidade se traduz na ideia de que a atuação do agente público deve-se pautar pela busca dos
interesses da coletividade, não visando a beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. Dessa forma, é possível
considerar que, ao Estado, é irrelevante conhecer quem será atingido pelo ato, pois sua atuação é impessoal. O agente
fica proibido de priorizar qualquer inclinação ou interesse seu ou de outrem.
Ademais, existe uma outra perspectiva para princípio da impessoalidade, o qual também pode ser analisado sob a ótica
do agente. Nesse sentido, quando o agente público atua, não é a pessoa do agente quem pratica o ato, mas sim o
Estado - órgão que ele representa. Assim sendo, a vontade do agente público se confunde com a da própria pessoa
jurídica estatal, não se admitindo a responsabilização do administrador pelos danos causados a terceiros, nem mesmo
seu reconhecimento pelos benefícios gerados à coletividade.
Assim, o enunciado da questão, ao mencionar “sem a promoção do servidor público ou autoridade que realizou o ato”
está claramente se referindo ao princípio da impessoalidade. Ademais, vamos comentar os princípios mencionados nas
outras assertivas.

192 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) Motivação: é o dever imposto ao ente estatal de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a
prática dos atos administrativos.
b) Publicidade: veda a edição de atos secretos pelo poder público, definindo a ideia de que a Administração deve atuar
de forma plena e transparente. A administração não age em nome próprio e por isso nada mais justo que o maior
interessado, o cidadão, tenha acesso ao que acontece com seus direitos.
c) Supremacia do interesse público: o interesse público é supremo sobre o interesse particular, e todas as condutas
estatais têm como finalidade a satisfação das necessidades coletivas. Nesse sentido, os interesses da sociedade devem
prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos.
Gabarito: alternativa “d”

19. ( Vunesp – TJ/SP – 2018) O conteúdo jurídico do princípio da moralidade administrativa pode ser conceituado
como:
a) aquele referido na ética da legalidade ou, em outros termos, os valores éticos que ela consagra sem espaços para
outros juízos axiológicos senão aqueles objetivados e explicitados nas normas-regras e, portanto, sem autonomia
específica.
b) aquele que vincula a administração pública a um comportamento ético, conforme discurso da modernidade, com
dimensão autônoma em relação ao princípio da legalidade.
c) a resultante da moral social de uma época a vincular a atuação da Administração pública.

d) referente às regras da boa administração e às regras internas visando normatizar o poder disciplinar da
Administração.
Comentário:

O princípio da moralidade exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou
seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. Esta norma
estabelece a obrigatoriedade de observância a padrões éticos de conduta, para que se assegure o exercício da função
pública de forma a atender às necessidades coletivas. Ademais, a atuação em desconformidade aos padrões de
moralidade enseja uma violação ao princípio da legalidade, amplamente considerado, por abranger, inclusive, os
princípios e regras constitucionais.
Por ser a moralidade um conceito jurídico indeterminado, normalmente a jurisprudência vem aplicando a sua violação
como vício de legalidade da atuação administrativa. No entanto, a moralidade deve ser analisada como princípio
autônomo, sendo possível a retirada de um ato administrativo imoral, ainda que não haja direta violação ao princípio da
legalidade.
Dessa forma, percebe-se que a assertiva que se encontra em consonância com a explicação acima é a letra B. Vamos
comentar o erro das demais alternativas.
a) ERRADA. A moralidade não está adstrita ao estabelecido em leis, possuindo autonomia específica.

c) ERRADA. A moralidade não resulta da moral social, tendo em vista que nem toda ofensa à moral social corresponde a
uma ofensa ao princípio da moralidade administrativa.
d) ERRADA. Tal assertiva se refere ao princípio da legalidade e não da moralidade.

Gabarito: alternativa “b”

193 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

20. (Vunesp – TJM/SP – 2017) Os atos dos servidores públicos deverão estar em conformidade com o interesse
público, e não próprio ou de acordo com a vontade de um grupo. Tal afirmação está de acordo com o princípio:
a) do bem público.

b) da legalidade.

c) da impessoalidade.

d) do poder vinculado.

e) da hierarquia.

Comentário:

O Direito Administrativo possui cinco princípios constitucionais expressos, quais sejam: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, que forma a famosa expressão “LIMPE”. Destes princípios, o da impessoalidade
impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo ater-se à
vontade da lei, comando geral e abstrato. Assim, percebemos que a questão trata, claramente, do princípio da
impessoalidade.
Gabarito: alternativa “c”

21. (Vunesp – Pref. de São Paulo - SP 2015) O caput do artigo 37, na Constituição Federal de 1988, estabelece
princípios constitucionais a serem observados e cumpridos pela administração pública direta e indireta. Um desses
princípios refere-se à orientação, aos gestores públicos, de que o trato da coisa pública (res publica) tenha como objeto
principal a prestação de serviços ao cidadão, cumprindo sua finalidade com qualidade. Esse princípio é o da:
a) Moralidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Impessoalidade.

e) Eficiência.

Comentário:

O enunciado estabelece conexão com o princípio da eficiência, já que ele exige que a atividade administrativa seja
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos
desperdícios de dinheiro público.
Também denominado de princípio da qualidade dos serviços públicos, o princípio da eficiência foi inserido na nossa
Constituição a partir da EC 19/1998, que tratou da chamada Reforma do Estado, movimento que pretendia modernizar
a máquina administrativa brasileira mediante a implantação do modelo de administração gerencial em substituição ao
modelo de administração burocrática, cuja ênfase recaía sobre o princípio da legalidade.
Perceba que conseguimos matar a questão com o final do enunciado “cumprindo sua finalidade com qualidade”, o que
denota com clareza o princípio da eficiência.
Eficiência é produzir bem, com qualidade e com menos gastos. Uma atuação eficiente da atividade administrativa é
aquela realizada com presteza e, acima de tudo, com bom desempenho funcional.
Gabarito: alternativa “e”

194 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

22. ( Vunesp – HCFMUSP – 2015) A Súmula no 473, do Supremo Tribunal Federal – STF, enuncia: “A
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Nesse entendimento, dentre os poderes da Administração
Pública, restou consagrada a:
a) publicidade.

b) razoabilidade.

c) autotutela.

d) estabilidade.

e) moralidade.

Comentário:

A súmula 473 do STF traduz o princípio da autotutela, que é o poder que a Administração Pública possui de ter o
controle dos seus atos em suas mãos, podendo ela mesma revê-los para trazer regularidade às suas condutas. Nesses
casos, a Administração Pública pode anular os atos praticados em suas atividades essenciais, quando ilegais, ou revogá-
los, quando inoportunos ou inconvenientes, sem que seja necessária a interferência do Poder Judiciário.
Gabarito: alternativa “c”

23. (Vunesp – Pref. de São Paulo – SP – 2016) “Esse princípio acaba completando a ideia já analisada de que o
administrador é um executor do ato, que serve de veículo de manifestação da vontade estatal e, portanto, as
realizações administrativo-governamentais não são do agente político, mas da entidade pública em nome da qual
atuou” (José Afonso da Silva). O autor, na conceituação supra, está tratando do princípio constitucional da
Administração Pública denominado de princípio da:
a) eficiência

b) identidade física do administrador.

c) supremacia do interesse público.

d) moralidade

e) impessoalidade.

Comentário:

O enunciado da questão, ao mencionar “as realizações administrativo-governamentais não são do agente político, mas
da entidade pública em nome da qual atuou” está claramente se referindo ao princípio da impessoalidade.
Gabarito: alternativa “e”

24. (Vunesp – Câmara Municipal de Itatiba - SP – 2015) Os cinco princípios básicos da administração pública
que estão expressamente previstos na Constituição Federal são:

195 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) Razoabilidade, proporcionalidade, legalidade, impessoalidade e eficiência.

b) Ampla defesa, proporcionalidade, legalidade, impessoalidade e eficiência.

c) Contraditório, legalidade, moralidade, finalidade e eficiência.

d) Publicidade, legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência.

e) Publicidade, legalidade, moralidade, ampla defesa e proporcionalidade.

Comentário:

Os princípios constitucionais que regem a Administração Pública estão previstos no art. 37, CF: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Como forma de memorização, observe que eles formam a
expressão “LIMPE”. Logo, a alternativa que se encaixa em tais princípios é aquela descrita na letra D.
Gabarito: alternativa “d”

25. (Vunesp – PC/CE – 2015) Quando a Administração Pública deixa de observar a proporcionalidade entre os
meios de que se utiliza e os fins a que se destina, estará desrespeitando o princípio da:
a) moralidade

b) razoabilidade.

c) impessoalidade

d) supremacia do interesse público.

e) finalidade.

Comentário:

O princípio da razoabilidade visa impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada do agente público. Este
princípio representa certo limite para a discricionariedade administrativa, uma vez que, mesmo diante de situações em
que a lei define mais de uma possibilidade de atuação, a interpretação do agente estatal deve-se pautar pelos padrões
de escolha efetivados pelo homem médio da sociedade, sem o cometimento de excessos.
Ademais, o princípio da proporcionalidade representa uma das vertentes do princípio da razoabilidade. Isso porque a
razoabilidade exige, entre outros aspectos, que haja proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador
público e os fins que ele pretende alcançar.
Se o ato administrativo não guarda uma proporção adequada entre os meios empregados e o fim almejado, será um
ato desproporcional, excessivo em relação a essa finalidade visada.
Gabarito: alternativa “b”

26. (Vunesp – PC/CE – 2015) O Escrivão de Polícia, como administrador público, deve orientar a sua conduta não
somente pelos critérios da oportunidade e conveniência mas, também, verificando preceitos éticos, distinguindo o que
é honesto do que é desonesto.
Tal afirmação está amparada no princípio da:

a) Autotutela

196 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) Moralidade

c) Impessoalidade.

d) Economia.

e) Publicidade.

Comentário:

O princípio da moralidade exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou
seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado.
Ademais, o princípio da moralidade está previsto no caput do art. 37 da CF e no art. 2º, parágrafo único, inciso IV, da Lei
9784/99. Segundo ele, a Administração Pública deve atender não só a lei, mas à própria moral comum, aos bons
costumes, às regras de boa administração, aos princípios de justiça e equidade e à ideia comum de honestidade.
Assim, o enunciado da questão, ao mencionar preceitos éticos, distinguindo o que é honesto do que é desonesto, está
claramente se referindo ao princípio da moralidade.
Gabarito: alternativa “b”

27. (VUNESP – Câmara de Mogi das Cruzes/SP – 2017) Com relação aos princípios da Administração Pública, é
correto afirmar que:
a) a ampla defesa e o contraditório são considerados direitos e garantias fundamentais do acusado, mas o
ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública.
b) a Administração, orientada pelo princípio da eficiência, pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou anulá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade.
c) a razoabilidade é princípio implícito na Constituição Federal, não contemplado no ordenamento jurídico brasileiro,
cuja violação se constitui em ato de improbidade administrativa.
d) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da Administração Pública, podendo ser aplicada ao responsável a perda da função pública.
e) a segurança jurídica e o interesse público são considerados garantias implícitas na Constituição Federal, entretanto, o
ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública.
Comentários:

a) ERRADA. Ainda que o princípio da ampla defesa e do contraditório não esteja expresso no art. 37 da Constituição
Federal, que cuida da Administração Pública, a ela se impõe por força do art. 5º, LV, da Carta Magna, que assim dispõe:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Além disso, o Art. 2º da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo federal, aponta expressamente o
contraditório e a ampla defesa como princípios da Administração Pública.
b) ERRADA. A questão está errada por dois motivos. O primeiro deles consiste na associação equivocada entre
eficiência e autotutela, que é a possibilidade de a Administração, por iniciativa própria, anular ou revogar seus atos.
E o equívoco da associação da autotutela com a eficiência acontece porque este princípio tem alcance menor que o
conjunto de atos que eventualmente podem ser anulados ou revogados (todos em potencial). Dessa forma,

197 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

determinado ato, ainda que sob a ótica da eficiência seja vantajoso, deve ser retirado do mundo se for ilegal.
Sob outro aspecto, a alternativa está errada porque faz associação trocada entre as causas de cada instituto, ligando: i)
revogação a vícios; e ii) anulação à conveniência e oportunidade, quando o correto é o contrário.
c) ERRADA. Apesar de a razoabilidade efetivamente ser um princípio implícito da Constituição Federal, sua aplicação
decorre também de expressa previsão de nosso ordenamento jurídico infraconstitucional (Art. 2º da Lei 9.784/99).
No que se relaciona à abrangência da Lei 8.429/92, um ato desprovido de razoabilidade pode sim configurar ato de
improbidade administrativa, já que a norma tem a seguinte previsão:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
notadamente:
Agir de forma desarrazoada equivale, em última análise, a ir contra a vontade da lei, infringindo-se, portanto, o
princípio da legalidade. Tanto o é que o Judiciário, sob esse fundamento, faz ordinariamente o exame de
legalidade/legitimidade dos atos administrativos.
d) CERTA. Conforme Art. 11, VI, da Lei 8.429/92, “deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo” constitui
situação classificada como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública.
E uma possível pena, prevista no Art. 12, III, da norma, é a perda da função pública.
e) ERRADA. Apesar de a segurança jurídica e o interesse público efetivamente serem princípios implícitos da
Constituição Federal, sua aplicação decorre também da seguinte previsão da Lei 9.784/99:
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Gabarito: alternativa “d”

28. (VUNESP – TJ/SP – 2016) O regime jurídico-administrativo caracteriza-se por:

a) priorizar o interesse do governante sobre a vontade dos governados, em proteção às minorias.

b) princípios específicos, como a supremacia e a indisponibilidade do interesse público.

c) um conjunto de normas e princípios próprios de direito público e de direito privado, considerando que a
Administração Pública também celebra contratos típicos de direito privado.
d) estabelecer as prioridades da Administração Pública, de acordo com a plataforma política do eleito.

Comentários:

a) ERRADA. Toda a atuação estatal, incluindo a que vise a proteção às minorias, deve ser orientada pela persecução do
interesse público, e não do governante.
b) CERTA. Os princípios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público constituem os
dois pilares de toda a atuação estatal. E são considerados específicos porque não caracterizam as relações horizontais
entre os particulares.
Por supremacia do interesse público entende-se que, havendo um conflito entre o interesse público e o privado, há de
prevalecer o interesse público, tutelado pelo Estado, respeitadas as garantias constitucionais.
Já a indisponibilidade do interesse público informa que a Administração não pode fazer suas escolhas livremente, mas
que, ao contrário, deve ter sempre em mira os anseios da coletividade.

198 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Daí a ligação íntima desse princípio com o da legalidade. Isso porque, em tese, as leis são a expressão do interesse
público, externado pela atuação dos representantes da população, os parlamentares.
c) ERRADA. O regime jurídico-administrativo consiste no conjunto de prerrogativas e restrições próprias da
Administração Pública, não extensível, portanto, às relações entre particulares. Revela-se, neste caso, relação de
verticalidade entre a administração e o particular, regulada pelo direito público. Ocorre que a Administração Pública
também trava relacionamentos em que essa verticalidade, em regra, não se apresenta. São as relações regidas
preponderantemente pelo direito privado. Para abranger também esse conjunto de relações, utiliza-se um termo de
maior alcance, cunhado pela professora Di Pietro como regime jurídico da Administração Pública, que abrange tanto os
regimes de direito público quanto privado. Por isso, a incorreção da alternativa, que, tendo apresentado a descrição de
regime jurídico da Administração Pública, associou-a a regime jurídico-administrativo.
d) ERRADA. A atuação estatal está condicionada pelas normas efetivamente aprovadas, em obediência ao princípio da
legalidade. Dessa forma, as “promessas de campanha”, ou plataforma política dos candidatos eventualmente eleitos,
são elementos irrelevantes nesse campo.
Gabarito: alternativa “b”

29. (VUNESP – TJ/RJ – 2016) Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre os princípios do Direito
Administrativo.
a) O princípio da publicidade possui repercussão infraconstitucional, com regulamentação pela Lei de Acesso à
Informação (Lei Federal n° 12.527/11) na qual foram contempladas duas formas de publicidade – a transparência ativa e
a transparência passiva –, aplicáveis a toda a Administração Direta e Indireta, mas não incidentes às entidades privadas
sem fins lucrativos que recebam recursos públicos do orçamento, como ocorre por contrato de gestão.
b) Pelo princípio da continuidade do serviço público, não podem os serviços públicos ser interrompidos, visto que
atendem a necessidades prementes e inadiáveis da coletividade, e, portanto, não é permitida paralisação temporária
de atividades, mesmo em se tratando de serviços prestados por concessionários e permissionários, mediante
pagamento de tarifa, como fornecimento de energia, ainda que o usuário esteja inadimplente.
c) As Súmulas n° 346 e n° 473 do Supremo Tribunal Federal, que tratam da declaração de nulidade dos atos
administrativos pela própria Administração e da revogação destes por motivos de conveniência e oportunidade,
demonstram que o Direito Administrativo brasileiro não adotou a autotutela como princípio.
d) A fim de tutelar o princípio da moralidade administrativa, a Constituição Federal prevê alguns instrumentos
processuais, como a Ação Civil Pública, na defesa dos direitos difusos e do patrimônio social, a Ação Popular, que
permite anular atos do Poder Público contaminados de imoralidade administrativa, desde que reconhecido o
pressuposto da lesividade, da mesma forma como acontece com a Ação de Improbidade Administrativa, que tem como
requisito o dano patrimonial ao erário.
e) O Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora pela aplicação do princípio da impessoalidade, a
Administração não possa ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial, o sistema de cotas, em que se prevê
reserva de vagas pelo critério étnico-social para ingresso em instituições de nível superior, é constitucional e compatível
com o princípio da impessoalidade, já que ambos têm por matriz comum o princípio constitucional da igualdade.
Comentários:

a) ERRADA. De fato, a Lei de Acesso à Informação (12.527/2011) é a ressonância de diversos comandos constitucionais
relacionados ao princípio da publicidade.
Ao regular a lei, o Decreto 7.724/2012 estabeleceu expressamente duas formas de transparência: i) transparência
passiva: obrigação de os órgãos e entidades manterem instalados serviços de informações ao cidadão; e ii)
transparência ativa: obrigação de fornecer ordinariamente informações produzidas ou custodiadas, de interesse
coletivo ou geral, mesmo sem a provocação dos usuários.

199 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O erro da alternativa, contudo, está no alcance da norma, aplicável a todos os atores citados, incluídas as “entidades
privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos do orçamento, como ocorre por contrato de gestão”, por
expressa previsão do Art. 2º da Lei 12.527/2011.
b) ERRADA. Apesar de o princípio da continuidade dos serviços públicos constituir elemento balizador da atuação da
Administração Pública, ao contrário do disposto nesta alternativa, há sim hipóteses em que o serviço público pode ser
interrompido. Essas possibilidades constam da Lei 8.987/95, que, ao dispor sobre o regime de concessão e permissão de
serviços públicos, assim estabelece:
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio
aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

c) ERRADA. Em sentido oposto ao da alternativa, as Súmulas 346 e 473 do STF são justamente reconhecidas como a
expressão da autotutela da administração, que é a possibilidade de, por seus próprios meios, sem necessidade de
recurso ao Judiciário, revogar ou anular seus atos. Essas súmulas apresentam os seguintes enunciados:
Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

Súmula 473: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
d) ERRADA. A Lei 8.429/92, ao dispor sobre os atos de improbidade administrativa, dividiu-os nos seguintes grupos: i)
que importam enriquecimento ilícito (Art. 9º); ii) que causam prejuízo ao Erário (Art. 10); iii) decorrentes de concessão
ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (Art.10-A); e iv) que atentam contra os princípios da
Administração Pública (Art. 11). Dessa forma, é incorreta a afirmação pela necessidade da existência de dano, só
exigível para fins de configuração das hipóteses previstas no Art. 10 da norma.
e) CERTA. O STF enfrentou o tema “ingresso por cotas em universidades federais” ao julgar improcedente a ADPF 186.
Na oportunidade, a Corte Suprema, entre outros fundamentos da decisão que julgou adequada a política de cotas da
Universidade Brasília, consignou que as medidas adotadas, em lugar de contrariar, davam efetivo cumprimento ao
princípio da igualdade. Isso porque o nosso arranjo Constitucional, conforme alegado pela Corte Suprema, não visou a
igualdade estritamente formal, que não considerasse as diferenças entre os indivíduos.
Gabarito: alternativa “e”

30. (VUNESP – PC/CE – 2015) Em grandes centros urbanos brasileiros, observa-se um desafio na questão da
mobilidade urbana, ou seja, uma constante tensão entre o transporte de caráter individual e o transporte coletivo.
Diante dos congestionamentos crescentes, por qual dos princípios implícitos da Administração Pública o administrador
público deve se guiar para constituir uma política que privilegie o transporte coletivo em detrimento do transporte
individual?
a) Pelo princípio da Inteligibilidade.

b) Pelo princípio da Razoabilidade.

c) Pelo princípio do Interesse Público.

d) Pelo princípio da Eficiência.

200 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) Pelo princípio da Alocação.

Comentários:

a) ERRADA. Ainda que eventualmente constitua preceito a ser observado em algum campo da atuação pública, não há
a adoção do termo “inteligibilidade” para designar princípio administrativo.
b) ERRADA. O princípio da razoabilidade se destina a aferir a compatibilidade entre os meios empregados e os fins
visados na prática de um ato administrativo, de modo a evitar restrições aos administrados que sejam inadequadas,
desnecessárias, arbitrárias ou abusivas.
Dessa forma, a informação genérica acerca da existência de política pública que privilegie o transporte coletivo em
detrimento do individual não permite qualquer consideração no campo da razoabilidade, tendo em vista que tal análise
requereria: i) a apresentação de um caso concreto; ii) conhecimento dos instrumentos adotados pela administração
para implementar a política; iii) exame da adequação/necessidade desses instrumentos aos fins pretendidos.
c) CERTA. A situação descrita, na qual se busca privilegiar um número maior de pessoas, em detrimento de interesses
individuais, com possível melhoria do trânsito, tem evidente associação com o interesse público. E, tanto a supremacia
do interesse público, quanto a indisponibilidade do interesse público, pilares de toda a atuação estatal, são amplamente
conhecidos como princípios constitucionais implícitos.
Apesar disso, a questão traz alguma dubiedade porque, apesar de apenas implícito na Constituição, o princípio do
interesse público consta expressamente do Art. 2º da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
federal. Pode-se alegar, no entanto, que, por se tratar de concurso estadual (PC/CE), essa constatação não mudaria o
gabarito. Em todo caso, não há outra alternativa que pudesse ser a correta.
d) ERRADA. O princípio da eficiência tem previsão expressa no Art. 37 da CF. Dessa forma, não tem caráter implícito.
Além disso, não há elementos no enunciado que se associem com esse princípio.
e) ERRADA. Ainda que eventualmente constitua preceito a ser observado em algum campo da atuação pública, não há
a adoção ordinária do termo “alocação” para designar princípio administrativo.
Gabarito: alternativa “c”

31. (VUNESP – IPT/SP – 2014) Assinale a alternativa correta.

a) O regime jurídico administrativo é amparado por dois princípios basilares, a supremacia do interesse público e a
indisponibilidade do interesse público.
b) O regime jurídico administrativo e o regime jurídico da Administração Pública são expressões sinônimas.

c) A supremacia do interesse público, que orienta o regime jurídico administrativo, é um princípio previsto
expressamente na Constituição Federal.
d) O regime jurídico administrativo não contempla qualquer restrição à administração.

e) A Administração Pública é regida exclusivamente pelo regime jurídico administrativo.

Comentários:

a) CERTA. A supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público, pilares do regime jurídico-
administrativo, embora não constem de forma expressa da Constituição Federal, são amplamente conhecidos como
princípios implícitos da Carta Magna.
b) ERRADA. Ao tempo que o regime jurídico da Administração Pública, dada a sua maior amplitude, abrange tanto a
atuação administrativa regida pelo direito público, quanto a sujeita predominantemente ao direito privado, o regime

201 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

jurídico-administrativo restringe-se a regular as relações em que o poder público se apresente dotado de características
não comuns aos particulares (prerrogativas e restrições), sendo regulado, neste campo, pelo direito público.
c) ERRADA. Conforme alternativa “a”

d) ERRADA. Desde os pilares do regime jurídico-administrativo (supremacia e indisponibilidade do interesse público),


toda a atuação estatal é norteada por condicionamentos. Basta ver que, em nada que faça, poderá o administrador
afastar-se da persecução do interesse público, ainda que, para tanto, disponha de alguma discricionariedade quanto aos
instrumentos e a intensidade de sua utilização.
e) ERRADA. Conforme comentário da alternativa “b”, há um conjunto de relações da administração pública que não
envolve, ao menos não na amplitude costumeira, as prerrogativas e restrições próprias da administração pública.
Nessas relações, como regra, não há verticalidade perante o particular. Para abarcar esses relacionamentos, adota-se
conceito mais amplo que regime jurídico-administrativo, denominado regime jurídico da Administração Pública.
Apesar da existência de relações regidas preponderantemente pelo direito privado, este nunca será aplicado de forma
exclusiva, uma vez que a administração não pode se afastar do interesse público.
Gabarito: alternativa “a”

32. (VUNESP – DPE/MS – 2014) A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para designar:

a) os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e que não se encontram nas
relações entre particulares.
c) as restrições a que está sujeita a Administração Pública, sob pena de nulidade do ato administrativo, excluindo-se de
seu âmbito as prerrogativas da Administração.
d) as prerrogativas que colocam a Administração Pública em posição de supremacia perante o particular, excluindo-se
de seu âmbito as restrições impostas à Administração.
Comentários:

a) ERRADA. A expressão que, dada a sua maior amplitude, tanto engloba o regime de direito público, quanto o de
direito privado, é regime jurídico da Administração Pública.
b) CERTA. O regime jurídico-administrativo compreende apenas as relações regidas pelo direito público, em que a
administração pública comparece dotada de prerrogativas e restrições próprias.
c) ERRADA. Conforme comentário da alternativa “b”, também as prerrogativas integram o conceito de regime jurídico-
administrativo.
d) ERRADA. Conforme comentário da alternativa “b”, também as restrições integram o conceito de regime jurídico-
administrativo.
Gabarito: alternativa “b”

33. (VUNESP – ITESP 2013) Assinale a alternativa correta sobre o princípio da continuidade do serviço público.

a) Também traduz o poder que a Administração Pública tem de zelar pelos bens que integram o seu patrimônio, por
meio de medidas para impedir quaisquer atos que o ponham em risco.
b) Tem como uma das consequências a necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para
preencher as funções públicas temporariamente vagas.

202 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) Assegura a todos o acesso à informação e o resguardo do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício da atividade
pública, a fim de resguardar a segurança da sociedade.
d) Permite a desapropriação para o fomento de atividades consideradas particularmente benéficas ao progresso
material do país, assim como a possibilidade de encampação de concessão.
e) Assegura à Administração Pública a utilização de equipamentos e instalações da empresa com quem contrata, para
observar a necessária adequação da indisponibilidade do interesse público.
Comentários:

a) ERRADA. Em realidade, o zelo pelos bens públicos, com a aplicação das medidas que se revelem necessárias,
constitui verdadeiro poder-dever da administração, decorrente da indisponibilidade o interesse público. Ao gestor, em
decorrência da aplicação daquele princípio, não é admitido “folgar” na guarda que lhe cabe do patrimônio coletivo.
b) CERTA. Maria Sylvia Di Pietro aduz que, entre outras hipóteses, a interinidade, a suplência, a delegação e a
substituição são algumas das consequências decorrentes do princípio da continuidade dos serviços públicos.
c) ERRADA. O direito de acesso à informação diz respeito ao princípio da publicidade, e não ao princípio da
continuidade dos serviços públicos.
d) ERRADA. A desapropriação e as outras situações citadas são comumente relacionadas com o princípio da
supremacia do interesse público, e não com o princípio da continuidade dos serviços públicos.
e) ERRADA. Embora a utilização de equipamentos e instalações das contratadas efetivamente busque fundamento no
princípio da continuidade dos serviços públicos, disso não decorre que sirva para “observar a necessária adequação da
indisponibilidade do interesse público”.
Gabarito: alternativa “b”

34. (VUNESP – CREMESP – 2011) Segundo Bandeira de Mello, “apesar de não se radicar em dispositivo
específico algum da Constituição, ainda que inúmeros dispositivos aludam a ele, como por exemplo, os princípios da
função social da propriedade, da defesa do meio ambiente e os institutos da desapropriação e da requisição, é princípio
geral de Direito inerente a qualquer sociedade".
Trata-se do princípio da:

a) segurança jurídica.

b) supremacia do interesse público sobre o interesse privado.

c) razoabilidade.

d) ampla defesa.

e) proporcionalidade.

Comentários:

Apesar de os demais princípios citados também estarem presentes na maior parte dos Estados, sobretudo nos
democráticos, é a supremacia do interesse público sobre o privado o fundamento de qualquer sociedade. Isso porque,
se assim não fosse, não haveria razão para os agrupamentos sociais. Em tese, quando eles surgem, a coletividade
ganha, mas, para isso, torna-se necessário que cada indivíduo abra mão de parcela de sua liberdade em favor do
interesse coletivo.
E é com fundamento nessa permissão dos indivíduos que resolvem reunir-se em sociedade, e que transferem parte de
sua autonomia para o Estado, que são possíveis, em nome do interesse público, o implemento de restrições associadas

203 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

com a função social da propriedade, a defesa do meio ambiente e os institutos da desapropriação e da requisição.
Gabarito: alternativa “b”

35. (VUNESP – Prefeitura de São Paulo/SP – 2015) O caput do artigo 37, na Constituição Federal de 1988,
estabelece princípios constitucionais a serem observados e cumpridos pela administração pública direta e indireta. Um
desses princípios refere-se à orientação, aos gestores públicos, de que o trato da coisa pública (res publica) tenha como
objeto principal a prestação de serviços ao cidadão, cumprindo sua finalidade com qualidade. Esse princípio é o da:
a) Moralidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Impessoalidade.

e) Eficiência.

Comentários:

O enunciado estabelece conexão com o princípio da eficiência, já que ele exige que a atividade administrativa seja
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando-se, assim, maior produtividade e redução dos
desperdícios de dinheiro público.
Também denominado de princípio da qualidade dos serviços públicos, o princípio da eficiência foi inserido na nossa
Constituição a partir da EC 19/1998, que tratou da chamada Reforma do Estado, movimento que pretendia modernizar
a máquina administrativa brasileira mediante a implantação do modelo de administração gerencial em substituição ao
modelo de administração burocrática, cuja ênfase recaía sobre o princípio da legalidade.
Gabarito: alternativa “e”

36. (VUNESP – Câmara Municipal de Jaboticabal/SP – 2015) Entre os princípios constitucionais consagrados à
Administração Pública, aquele que é específico do Estado de Direito, que o qualifica e que lhe dá a identidade própria, é
o da:
a) impessoalidade.

b) legalidade.

c) moralidade.

d) publicidade.

e) eficiência.

Comentários:

O princípio da legalidade estabelece que toda e qualquer atividade da Administração Pública deve ser autorizada por
lei. Em outras palavras, diz-se que a Administração só pode agir segundo a lei (secundum legem), e não contra a lei
(contra legem) ou além da lei (praeter legem).
É o princípio basilar do Estado de Direito, que se caracteriza pela submissão dos agentes do Estado às leis que ele
próprio edita.

204 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Sob a ótica do particular, atuando na órbita privada, o princípio tem alcance distinto do aplicável aos gestores públicos.
Enquanto aqueles podem fazer tudo que a lei não veda (princípio da legalidade geral, constitucional ou da reserva
legal), o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza (princípio da legalidade estrita ou da legalidade
administrativa).
Essa submissão do gestor público aos ditames legais encontra suporte em um dos pilares da Administração Pública, o
princípio da indisponibilidade do interesse público, já que as leis são a expressão material do que seria o dito “interesse
público”, uma vez que produzidas pelos representantes do povo.
Gabarito: alternativa “b”

37. (VUNESP – SAAE/SP – 2014) Sobre os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, é
correto afirmar que:
a) os cânones da boa-fé e da lealdade, que devem reger as relações com a sociedade, são inerentes ao princípio da
eficiência.
b) em razão do princípio da publicidade, o sigilo no âmbito da Administração somente poderá ser admitido quando
imprescindível à segurança da Sociedade ou do Estado.
c) o princípio da publicidade se traduz na conduta da Administração de tratar todos os administrados sem
discriminações, benéficas ou detrimentosas.
d) uma providência administrativa que não consegue passar pelo crivo da razoabilidade acaba por violar o princípio da
finalidade.
e) o princípio da motivação é necessário unicamente na identificação das justificativas do ato administrativo vinculado,
que deverão ser pormenorizadas.
Comentários:

a) ERRADA. A boa-fé e a lealdade são aspectos relacionados com o princípio da moralidade, e não da eficiência.

b) CERTA. Apesar de a transparência na Administração Pública ser a regra, o texto constitucional prevê duas hipóteses
em que o princípio da publicidade pode ser restringido: i) segurança da sociedade e do Estado; e ii) quando a intimidade
ou o interesse social o exigir.
Como exemplo da primeira hipótese, tem-se o Art. 5º, XXXIII da CF, pelo qual “todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”.
Quanto à segunda situação, o Art. 5º, LX, da CF, pelo qual “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Embora existam essas duas hipóteses, uma se relaciona a órgãos públicos e a outra a atos processuais. Ao que parece, a
banca considerou que apenas o primeiro caso seria afeito à Administração Pública, razão por que afirmou que a única
hipótese constitucional de sigilo decorre de situações em que seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.
Entretanto, tal conclusão não é adequada, já que, mesmo no âmbito administrativo, são realizados atos processuais
(ainda que não judiciais) que, eventualmente, envolvem informações de cunho pessoal, cuja divulgação irrestrita não é
autorizada.
c) ERRADA. A “conduta da Administração de tratar todos os administrados sem discriminações, benéficas ou
detrimentosas”, está inserida no âmbito do princípio da impessoalidade, e não da publicidade. O princípio da
impessoalidade é comumente estudado sob os seguintes aspectos:

205 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

i) dever de isonomia por parte da Administração Pública;

ii) dever de conformidade aos interesses públicos; e

iii) vedação à promoção pessoal dos agentes públicos.

A situação descrita no enunciado diz respeito justamente à primeira hipótese, tendo em vista que materializa ação
contrária ao necessário tratamento isonômico.
d) ERRADA. Apesar de a banca ter considerado errada esta alternativa, cabem algumas considerações a respeito.

O princípio da razoabilidade se destina a aferir a compatibilidade entre os meios empregados e os fins visados na
prática de um ato administrativo, de modo a evitar restrições aos administrados que sejam inadequadas,
desnecessárias, arbitrárias ou abusivas.
Por seu turno, o princípio da finalidade impõe que o fim a ser buscado pelo administrador público em suas atividades
deve ser tão-somente aquele prescrito pela lei, ou seja, o fim legal, de interesse geral e impessoal.
Em consequência, um ato desarrazoado, quer seja por uso do instrumento errado (ex: demissão em lugar de suspensão,
quando esta seja o indicado), quer seja pela dosimetria aplicada (ex: suspensão de 60 dias quando 10 dias era mais
adequado), acaba por produzir efeitos que a lei não desejava. Dessa forma, a razoabilidade, quando não observada,
macula a própria finalidade.
Nesse sentido, é elucidativa a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello:

É óbvio que uma providência administrativa desarrazoada, incapaz de passar com sucesso pelo crivo da razoabilidade,
não pode estar conforme à finalidade da lei. Donde, se padecer deste defeito, será, necessariamente, violadora do
princípio da finalidade. Isto equivale a dizer que será ilegítima; conforme visto, pois a finalidade integra a própria lei. Em
consequência, será anulável pelo Poder Judiciário, a instâncias do interessado.
14. Fácil é ver-se, pois, que o princípio da razoabilidade fundamenta-se nos mesmos preceitos que arrimam
constitucionalmente os princípios da legalidade (arts. 5º, II, 37 e 84) e da finalidade (os mesmos e mais o Art. 5º, LXIX,
nos termos já apontados).
e) ERRADA. Ao contrário, com muito mais razão, a motivação se impõe quando existam múltiplas escolhas aceitáveis
(discricionariedade), e o administrador público deva explicitar as razões da alternativa escolhida. É exemplo disso a
escolha, por uma corporação policial, de um determinado modelo de veículo para servir de viatura. Embora existam
múltiplos modelos, o gestor público deverá explicitar as razões da escolha, informando, por exemplo, as
particularidades que tornam o veículo mais adequado ao serviço policial.
Gabarito: alternativa “b”

38. (VUNESP – Prefeitura de Cubatão – 2012) “O Princípio da confere à Administração Pública o controle sobre
as entidades por ela criadas, com a finalidade de fiscalizar seus atos, anulando-os quando eivados de vícios insanáveis
ou os revogando por conveniência e oportunidade, possibilitando a punição dos agentes que infringirem as normas
legais ou regulamentares”.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da assertiva.

a) Impessoalidade.

b) Moralidade.

c) Publicidade.

d) Razoabilidade.

206 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) Autotutela.

Comentários:

O princípio que permite à Administração Pública controlar seus próprios atos é a autotutela.

Gabarito: alternativa “e”

39. (VUNESP – Prefeitura de Estância Hidromineral de Poá – 2015) Impõe à Administração Pública direta e
indireta a obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, além, por certo, de observar
outras regras, a exemplo do princípio da legalidade. O enunciado refere-se ao princípio:
a) do discricionarismo.

b) da legalidade estrita.

c) da impessoalidade.

d) do regime de emprego público.

e) da eficiência.

Comentário:

A questão, claramente, faz alusão ao princípio da eficiência. Palavras como “rapidez”, “perfeição” e “rendimento” nos
levam a essa conclusão. Detalhe é que a eficiência na Administração Pública deve sempre ser buscada dentro da
legalidade.
Gabarito: alternativa “e”

Bem, por hoje é só. Em seguida ainda tem o resumo direcionado da aula, para ajudar na revisão da matéria.

Depois do resumo, você encontra os principais trechos da jurisprudência que estudamos na aula, para estimular e
facilitar a sua consulta. Não deixe de ler os julgados! Além de serem cobrados nas provas, o estudo da jurisprudência
demonstra a aplicação prática dos ensinamentos teóricos, facilitando o aprendizado.
Por fim, fica como leitura complementar um texto sobre “interesse público primário e secundário”, para quem quiser
aprofundar ainda mais na matéria.
Bons estudos!

Lista de questões comentadas

1. (VUNESP - Prefeitura de Sorocaba - SP - Inspetor de Alunos – 2020) De acordo com o artigo 37 da Constituição
Federal de 1988, a administração pública deve obedecer a cinco princípios. Sendo eles,
a) moralidade, celeridade, burocratização, eficácia e lucro.

b) eficiência, lucro, competitividade, perenidade e investimento.

207 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) publicidade, transparência, investimento, eficácia e ética

d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

e) investimento, resultado, positividade, autoridade e legalidade.

2. (VUNESP - Câmara de Boituva - SP - Agente Administrativo – 2020) A transparência na administração


pública é um dos princípios fundamentais da democracia e, apesar de não estar explicitada no caput do artigo 37 da
Constituição Federal de 1988, tem como um dos seus principais componentes o princípio constitucional da:
a) publicidade.

b) eficiência.

c) legalidade.

d) eficácia.

e) moralidade.

3. (VUNESP - Câmara Municipal de Pindorama - SP - Procurador Jurídico – 2020) Princípios são proposições
básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina. Sobre
os princípios existentes no regime jurídico administrativo, é corretor afirmar:
a) no Direito Administrativo pátrio não são admitidos princípios implícitos.

b) os princípios mínimos de Direito Administrativo são aplicáveis à Administração Direta e à Indireta, exceto quando
exploradora de atividade econômica.
c) o princípio da supremacia determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o
particular.
d) o princípio da legalidade é da essência de qualquer Estado ou sociedade juridicamente organizada.

e) o princípio da isonomia estabelece que a atuação do agente público deve basear-se na ausência de subjetividade.

4. (VUNESP - Prefeitura de Morro Agudo - SP - Auditor de Controle Interno – 2020) Um grupo de cidadãos
ficou indignado ao ver a seguinte faixa na inauguração de conjunto habitacional:

208 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Uma imagem contendo Diagrama

Descrição gerada automaticamente

209 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

De fato, tal comunicação fere um princípio constitucional da Administração Pública conhecido como princípio da:

a) Moralidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Eficiência.

e) Impessoalidade.

5. (VUNESP - Prefeitura de Morro Agudo - SP - Agente de Licitações e Contratos – 2020) A possibilidade de a


Administração fazer acordos ou transações é uma relativização da aplicação do princípio da:
a) segurança jurídica.

b) moralidade.

c) indisponibilidade do interesse público.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

6. (VUNESP - FITO - Analista de Gestão - Serviços de Apoio – 2020) Em Direito Administrativo, quando se fala
que nem tudo que é legal é honesto, estamos nos referindo ao princípio constitucional:
a) implícito da finalidade administrativa.

b) implícito da motivação administrativa.

c) explícito da moralidade administrativa.

d) explícito do poder-dever do administrador público.

e) explícito da publicidade.

7. ( VUNESP - FITO - Analista de Gestão - Recursos Humanos – 2020) Desde há muitos anos (Constituição de
1967, artigo 95) que o concurso público passou a ser obrigatório para o provimento de todos os cargos públicos. O artigo
37 da CF de 1988 reproduz a mesma regra, mas no caput do artigo estabelece a necessidade da observância de
princípios constitucionais.
Assinale a alternativa que contém o princípio constitucional da legalidade que deve ser respeitado pelo gestor público
que realizar o concurso público.
a) Tal gestor deve se sujeitar aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, podendo ter os seus atos e
efeitos anulados caso se constate qualquer irregularidade.
b) Tal gestor deve ser imparcial. Isso significa que não pode favorecer determinados cidadãos durante a sua realização.

210 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) Tal gestor não pode realizar qualquer etapa do concurso público de maneira sigilosa. Há que se dar publicidade a
todas as etapas do concurso.
d) Tal gestor deve garantir o direito de qualquer cidadão ao acesso igualitário nos cargos e empregos públicos
oferecidos.
e) Tal gestor deve respeitar os parâmetros que estão estabelecidos no edital.

8. ( VUNESP - FITO - Técnico em Gestão - Recursos Humanos – 2020) Entre os vários princípios constitucionais
que regem os concursos públicos está aquele que proíbe que se privilegie participantes, como em ações de nepotismo,
ou, ao contrário, que se persiga algum candidato/a. Esse princípio constitucional, que também rege outras ações da
administração pública em todos os níveis, é o princípio da:
a) Moralidade.

b) Publicidade.

c) Eficiência.

d) Legalidade.

e) Eficácia.

9. (VUNESP - Prefeitura de Cananéia - SP - Controlador Interno do Município – 2020) “A incompatibilidade


da prática enunciada na Súmula Vinculante 13 com o art. 37, caput, da CF/88 não decorre diretamente da existência de
relação de parentesco entre a pessoa designada e o agente político ou servidor público ocupante de cargo em comissão
ou de função comissionada, mas da presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou
assessoramento tenha sido direcionada a pessoa com relação de parentesco com alguém que tenha potencial de
interferir no processo de seleção” (STF, 2ª Turma. ARE 896.762 AgR. Rel. Min. Dias Toffoli, j. 4.6.2018). Essa decisão do
Supremo Tribunal Federal dá concretude:
a) ao princípio do nepotismo na Administração Pública.

b) aos princípios da moralidade e da impessoalidade.

c) aos princípios da isonomia e da publicidade.

d) ao princípio da disponibilidade dos bens públicos.

e) ao princípio da independência dos poderes públicos.

10. (VUNESP - Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários – 2020) A Administração não tem a livre
disposição dos bens e interesses públicos, porque atua em nome de terceiros. Por essa razão é que os bens e interesses
públicos só podem ser alienados conforme o disposto em lei. Da mesma forma, os contratos administrativos reclamam,
como regra, que se realize licitação para encontrar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso à
Administração.
É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao princípio da:

a) indisponibilidade.

211 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) autotutela.

c) moralidade.

d) continuidade dos serviços públicos.

e) segurança jurídica.

11. ( VUNESP - Câmara de São Roque - SP - Oficial Legislativo – 2019) Acerca dos princípios que regem a
Administração Pública, assinale a alternativa correta.
a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são princípios que regem a atividade
administrativa, os quais estão previstos expressamente na Constituição Federal desde a sua redação originária.
b) O princípio da legalidade administrativa confunde-se com o princípio da reserva legal complementar.

c) Em razão do princípio da impessoalidade, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
d) O princípio da continuidade traduz a ideia de que a prestação da atividade administrativa deve ser ininterrupta, razão
pela qual a exceção de contrato não cumprido não poderá ser invocada por particulares na execução de contratos
administrativos.
e) O princípio da motivação impõe à Administração o dever de indicar os fatos e fundamentos jurídicos que
determinaram a prática dos atos administrativos, de modo que a motivação deverá ser explícita, clara e congruente,
não podendo consistir em concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas.

12. (VUNESP – PC-SP – Delegado de Polícia – 2018) Os princípios administrativos podem ser utilizados para fins
de controle de constitucionalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, sendo o que se observa na alternativa
a seguir:
a) a nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão ou de confiança na
Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal.
b) o ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser revogado pelo administrador público, em obediência ao
princípio administrativo da discricionariedade.
c) ao titular do cargo de procurador de autarquia exige-se a apresentação de instrumento de mandato para representá-
la em juízo.
d) não é possível a autotutela sobre os atos administrativos após a sua impugnação no Poder Judiciário.

e) o princípio da pessoalidade é corolário da isonomia e da legalidade, sendo centrais à ação administrativa.

14. (VUNESP - PC-SP – Investigador de Polícia Civil – 2018) Lei estadual que vede a realização de processo
seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos e pelas entidades do poder público estadual fere o princípio
da:
a) eficiência.

b) legalidade.

212 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) impessoalidade.

d) segurança jurídica.

e) continuidade do serviço público.

15. (VUNESP - PC-BA – Investigador de Polícia – 2018) Se um determinado agente público se vale de uma
competência que lhe é legalmente atribuída para praticar um ato válido, mas que possui o único e exclusivo objetivo de
prejudicar um desafeto, é correto afirmar que tal conduta feriu o princípio da:
a) finalidade, que impõe aos agentes da Administração o dever de manejar suas competências obedecendo
rigorosamente à finalidade de cada qual.
b) supremacia do interesse público sobre o interesse privado, que é princípio geral de direito inerente a qualquer
sociedade.
c) razoabilidade, pelo qual o Administrador, na atuação discricionária, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto
de vista racional, com o senso normal.
d) proporcionalidade, já que a Administração não deve tomar medidas supérfluas, excessivas e que passem do
estritamente necessário à satisfação do interesse público.
e) motivação, porque a Administração deve, no mínimo, esclarecer aos cidadãos aos razões pelas quais foram tomadas
as decisões.

16. (VUNESP - PC-BA – Investigador de Polícia – 2018) Um Estado que tributasse desmesuradamente os
administrados enriqueceria o Erário, com maior volume de recursos, o que, por outro lado, tornaria a sociedade mais
pobre. Tal conduta de exação excessiva viola o princípio pelo qual deve prevalecer:
a) o interesse público secundário.

b) o interesse público primário.

c) a supremacia do interesse público.

d) o interesse público como direito subjetivo.

e) o direito subjetivo individual.

17. ( Vunesp – Câmara de Nova Odessa - SP – 2018) A vedação ao particular contratado, dentro de certos
limites, de opor, em face da Administração, a exceção de contrato não cumprido, e a submissão do direito de greve dos
servidores públicos a um regime jurídico mais restrito, a ser previsto em lei, são exemplos de aplicação de um dos
princípios que rege a Administração Pública, qual seja, a :
a) boa-fé.

b) segurança jurídica.

c) impessoalidade.

d) continuidade do serviço público.

213 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

e) publicidade.

18. (Vunesp – TJ/SP – 2018) A Administração tem o dever de realizar o interesse público sem a promoção do
servidor público ou autoridade que realizou o ato. Essa previsão, concernente ao regime jurídico administrativo, é
conforme ao princípio da:
a) motivação.

b) publicidade.

c) supremacia do interesse público.

d) impessoalidade.

19. ( Vunesp – TJ/SP – 2018) O conteúdo jurídico do princípio da moralidade administrativa pode ser conceituado
como:
a) aquele referido na ética da legalidade ou, em outros termos, os valores éticos que ela consagra sem espaços para
outros juízos axiológicos senão aqueles objetivados e explicitados nas normas-regras e, portanto, sem autonomia
específica.
b) aquele que vincula a administração pública a um comportamento ético, conforme discurso da modernidade, com
dimensão autônoma em relação ao princípio da legalidade.
c) a resultante da moral social de uma época a vincular a atuação da Administração pública.

d) referente às regras da boa administração e às regras internas visando normatizar o poder disciplinar da
Administração.

20. (Vunesp – TJM/SP – 2017) Os atos dos servidores públicos deverão estar em conformidade com o interesse
público, e não próprio ou de acordo com a vontade de um grupo. Tal afirmação está de acordo com o princípio:
a) do bem público.

b) da legalidade.

c) da impessoalidade.

d) do poder vinculado.

e) da hierarquia.

21. (Vunesp – Pref. de São Paulo - SP 2015) O caput do artigo 37, na Constituição Federal de 1988, estabelece
princípios constitucionais a serem observados e cumpridos pela administração pública direta e indireta. Um desses
princípios refere-se à orientação, aos gestores públicos, de que o trato da coisa pública (res publica) tenha como objeto
principal a prestação de serviços ao cidadão, cumprindo sua finalidade com qualidade. Esse princípio é o da:
a) Moralidade.

b) Legalidade.

214 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) Publicidade.

d) Impessoalidade.

e) Eficiência.

22. ( Vunesp – HCFMUSP – 2015) A Súmula no 473, do Supremo Tribunal Federal – STF, enuncia: “A
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Nesse entendimento, dentre os poderes da Administração
Pública, restou consagrada a:
a) publicidade.

b) razoabilidade.

c) autotutela.

d) estabilidade.

e) moralidade.

23. (Vunesp – Pref. de São Paulo – SP – 2016) “Esse princípio acaba completando a ideia já analisada de que o
administrador é um executor do ato, que serve de veículo de manifestação da vontade estatal e, portanto, as
realizações administrativo-governamentais não são do agente político, mas da entidade pública em nome da qual
atuou” (José Afonso da Silva). O autor, na conceituação supra, está tratando do princípio constitucional da
Administração Pública denominado de princípio da:
a) eficiência

b) identidade física do administrador.

c) supremacia do interesse público.

d) moralidade

e) impessoalidade.

24. (Vunesp – Câmara Municipal de Itatiba - SP – 2015) Os cinco princípios básicos da administração pública
que estão expressamente previstos na Constituição Federal são:
a) Razoabilidade, proporcionalidade, legalidade, impessoalidade e eficiência.

b) Ampla defesa, proporcionalidade, legalidade, impessoalidade e eficiência.

c) Contraditório, legalidade, moralidade, finalidade e eficiência.

d) Publicidade, legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência.

e) Publicidade, legalidade, moralidade, ampla defesa e proporcionalidade.

215 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

25. (Vunesp – PC/CE – 2015) Quando a Administração Pública deixa de observar a proporcionalidade entre os
meios de que se utiliza e os fins a que se destina, estará desrespeitando o princípio da:
a) moralidade

b) razoabilidade.

c) impessoalidade

d) supremacia do interesse público.

e) finalidade.

26. (Vunesp – PC/CE – 2015) O Escrivão de Polícia, como administrador público, deve orientar a sua conduta não
somente pelos critérios da oportunidade e conveniência mas, também, verificando preceitos éticos, distinguindo o que
é honesto do que é desonesto.
Tal afirmação está amparada no princípio da:

a) Autotutela

b) Moralidade

c) Impessoalidade.

d) Economia.

e) Publicidade.

27. (VUNESP – Câmara de Mogi das Cruzes/SP – 2017) Com relação aos princípios da Administração Pública, é
correto afirmar que:
a) a ampla defesa e o contraditório são considerados direitos e garantias fundamentais do acusado, mas o
ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública.
b) a Administração, orientada pelo princípio da eficiência, pode revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou anulá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade.
c) a razoabilidade é princípio implícito na Constituição Federal, não contemplado no ordenamento jurídico brasileiro,
cuja violação se constitui em ato de improbidade administrativa.
d) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da Administração Pública, podendo ser aplicada ao responsável a perda da função pública.
e) a segurança jurídica e o interesse público são considerados garantias implícitas na Constituição Federal, entretanto, o
ordenamento jurídico brasileiro hodiernamente não os recepciona como princípios da Administração Pública.

28. (VUNESP – TJ/SP – 2016) O regime jurídico-administrativo caracteriza-se por:

a) priorizar o interesse do governante sobre a vontade dos governados, em proteção às minorias.

216 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

b) princípios específicos, como a supremacia e a indisponibilidade do interesse público.

c) um conjunto de normas e princípios próprios de direito público e de direito privado, considerando que a
Administração Pública também celebra contratos típicos de direito privado.
d) estabelecer as prioridades da Administração Pública, de acordo com a plataforma política do eleito.

29. (VUNESP – TJ/RJ – 2016) Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre os princípios do Direito
Administrativo.
a) O princípio da publicidade possui repercussão infraconstitucional, com regulamentação pela Lei de Acesso à
Informação (Lei Federal n° 12.527/11) na qual foram contempladas duas formas de publicidade – a transparência ativa e
a transparência passiva –, aplicáveis a toda a Administração Direta e Indireta, mas não incidentes às entidades privadas
sem fins lucrativos que recebam recursos públicos do orçamento, como ocorre por contrato de gestão.
b) Pelo princípio da continuidade do serviço público, não podem os serviços públicos ser interrompidos, visto que
atendem a necessidades prementes e inadiáveis da coletividade, e, portanto, não é permitida paralisação temporária
de atividades, mesmo em se tratando de serviços prestados por concessionários e permissionários, mediante
pagamento de tarifa, como fornecimento de energia, ainda que o usuário esteja inadimplente.
c) As Súmulas n° 346 e n° 473 do Supremo Tribunal Federal, que tratam da declaração de nulidade dos atos
administrativos pela própria Administração e da revogação destes por motivos de conveniência e oportunidade,
demonstram que o Direito Administrativo brasileiro não adotou a autotutela como princípio.
d) A fim de tutelar o princípio da moralidade administrativa, a Constituição Federal prevê alguns instrumentos
processuais, como a Ação Civil Pública, na defesa dos direitos difusos e do patrimônio social, a Ação Popular, que
permite anular atos do Poder Público contaminados de imoralidade administrativa, desde que reconhecido o
pressuposto da lesividade, da mesma forma como acontece com a Ação de Improbidade Administrativa, que tem como
requisito o dano patrimonial ao erário.
e) O Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora pela aplicação do princípio da impessoalidade, a
Administração não possa ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial, o sistema de cotas, em que se prevê
reserva de vagas pelo critério étnico-social para ingresso em instituições de nível superior, é constitucional e compatível
com o princípio da impessoalidade, já que ambos têm por matriz comum o princípio constitucional da igualdade.

30. (VUNESP – PC/CE – 2015) Em grandes centros urbanos brasileiros, observa-se um desafio na questão da
mobilidade urbana, ou seja, uma constante tensão entre o transporte de caráter individual e o transporte coletivo.
Diante dos congestionamentos crescentes, por qual dos princípios implícitos da Administração Pública o administrador
público deve se guiar para constituir uma política que privilegie o transporte coletivo em detrimento do transporte
individual?
a) Pelo princípio da Inteligibilidade.

b) Pelo princípio da Razoabilidade.

c) Pelo princípio do Interesse Público.

d) Pelo princípio da Eficiência.

e) Pelo princípio da Alocação.

31. (VUNESP – IPT/SP – 2014) Assinale a alternativa correta.

217 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

a) O regime jurídico administrativo é amparado por dois princípios basilares, a supremacia do interesse público e a
indisponibilidade do interesse público.
b) O regime jurídico administrativo e o regime jurídico da Administração Pública são expressões sinônimas.

c) A supremacia do interesse público, que orienta o regime jurídico administrativo, é um princípio previsto
expressamente na Constituição Federal.
d) O regime jurídico administrativo não contempla qualquer restrição à administração.

e) A Administração Pública é regida exclusivamente pelo regime jurídico administrativo.

32. (VUNESP – DPE/MS – 2014) A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para designar:

a) os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e que não se encontram nas
relações entre particulares.
c) as restrições a que está sujeita a Administração Pública, sob pena de nulidade do ato administrativo, excluindo-se de
seu âmbito as prerrogativas da Administração.
d) as prerrogativas que colocam a Administração Pública em posição de supremacia perante o particular, excluindo-se
de seu âmbito as restrições impostas à Administração.

33. (VUNESP – ITESP 2013) Assinale a alternativa correta sobre o princípio da continuidade do serviço público.

a) Também traduz o poder que a Administração Pública tem de zelar pelos bens que integram o seu patrimônio, por
meio de medidas para impedir quaisquer atos que o ponham em risco.
b) Tem como uma das consequências a necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para
preencher as funções públicas temporariamente vagas.
c) Assegura a todos o acesso à informação e o resguardo do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício da atividade
pública, a fim de resguardar a segurança da sociedade.
d) Permite a desapropriação para o fomento de atividades consideradas particularmente benéficas ao progresso
material do país, assim como a possibilidade de encampação de concessão.
e) Assegura à Administração Pública a utilização de equipamentos e instalações da empresa com quem contrata, para
observar a necessária adequação da indisponibilidade do interesse público.

34. (VUNESP – CREMESP – 2011) Segundo Bandeira de Mello, “apesar de não se radicar em dispositivo
específico algum da Constituição, ainda que inúmeros dispositivos aludam a ele, como por exemplo, os princípios da
função social da propriedade, da defesa do meio ambiente e os institutos da desapropriação e da requisição, é princípio
geral de Direito inerente a qualquer sociedade".
Trata-se do princípio da:

a) segurança jurídica.

b) supremacia do interesse público sobre o interesse privado.

218 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

c) razoabilidade.

d) ampla defesa.

e) proporcionalidade.

35. (VUNESP – Prefeitura de São Paulo/SP – 2015) O caput do artigo 37, na Constituição Federal de 1988,
estabelece princípios constitucionais a serem observados e cumpridos pela administração pública direta e indireta. Um
desses princípios refere-se à orientação, aos gestores públicos, de que o trato da coisa pública (res publica) tenha como
objeto principal a prestação de serviços ao cidadão, cumprindo sua finalidade com qualidade. Esse princípio é o da:
a) Moralidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Impessoalidade.

e) Eficiência.

36. (VUNESP – Câmara Municipal de Jaboticabal/SP – 2015) Entre os princípios constitucionais consagrados à
Administração Pública, aquele que é específico do Estado de Direito, que o qualifica e que lhe dá a identidade própria, é
o da:
a) impessoalidade.

b) legalidade.

c) moralidade.

d) publicidade.

e) eficiência.

37. (VUNESP – SAAE/SP – 2014) Sobre os princípios constitucionais que regem a Administração Pública, é
correto afirmar que:
a) os cânones da boa-fé e da lealdade, que devem reger as relações com a sociedade, são inerentes ao princípio da
eficiência.
b) em razão do princípio da publicidade, o sigilo no âmbito da Administração somente poderá ser admitido quando
imprescindível à segurança da Sociedade ou do Estado.
c) o princípio da publicidade se traduz na conduta da Administração de tratar todos os administrados sem
discriminações, benéficas ou detrimentosas.
d) uma providência administrativa que não consegue passar pelo crivo da razoabilidade acaba por violar o princípio da
finalidade.
e) o princípio da motivação é necessário unicamente na identificação das justificativas do ato administrativo vinculado,
que deverão ser pormenorizadas.

219 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

38. (VUNESP – Prefeitura de Cubatão – 2012) “O Princípio da confere à Administração Pública o controle sobre
as entidades por ela criadas, com a finalidade de fiscalizar seus atos, anulando-os quando eivados de vícios insanáveis
ou os revogando por conveniência e oportunidade, possibilitando a punição dos agentes que infringirem as normas
legais ou regulamentares”.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da assertiva.

a) Impessoalidade.

b) Moralidade.

c) Publicidade.

d) Razoabilidade.

e) Autotutela.

39. (VUNESP – Prefeitura de Estância Hidromineral de Poá – 2015) Impõe à Administração Pública direta e
indireta a obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, além, por certo, de observar
outras regras, a exemplo do princípio da legalidade. O enunciado refere-se ao princípio:
a) do discricionarismo.

b) da legalidade estrita.

c) da impessoalidade.

d) do regime de emprego público.

e) da eficiência.

Gabarito

1.D 2.A 3.C 4.E 5.C 6.C 7.A 8,A 9.B 10.A

11.C 12.A 13.C 14.C 15.A 16.B 17.D 18.D 19.B 20.C

21.E 22.C 23.E 24.D 25.B 26.B 27.D 28.B 29.E 30.C

31.A 32.B 33.B 34.B 35.E 36.B 37.B 38.E 39.E

220 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

221 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Gabarito – FGV

1.E 2.D 3.D 4.E 5.E 6.C 7.A 8.B 9.E 10.C

11.B 12.D 13.B 14.D 15.B 16.E 17.E 18.B 19.E 20.D

21.E 22.E 23.D 24.D 25.B 26.D 27.A

222 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Gabarito

1.A 2.E 3.E 4.C 5.C 6.C 7.E 8.C

9.C 10.A 11.E 12.C 13.C 14.E 15.C 16.C

17.C 18.E 19C 20.C 21.C 22.E 23.E 24.E

25.E 26E 27.C 28.E 29.C 30.C 31.C 32.E

33.E 34.B 35.E 36.C 37.E 38.E 39.E 40.C

41.C 42.C 43.E 44.C 45.C 46.C 47.C 48.E

49.E 50.C 51.E 52.E 53.E 54.E 55.A 56.C

57.C 58.E 59.E 60.E 61.C 62.C 63.E 64.C

65.C 66.E 67.C 68.C 69.E 70.B 71.E 72.C

73.D

223 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Resumo direcionado

Princípios EXPRESSOS (CF, art. 37, caput):


L I M P E : Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência.

Aplicáveis a toda Administração Pública, direta e indireta, de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e aos particulares no exercício de função pública.

224 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Princípios IMPLÍCITOS ou RECONHECIDOS


Possuem a mesma relevância que os princípios explícitos.

225 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

226 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Interesse público primário e secundário

Por não ser um conceito exato, em geral se classifica “interesse público” como um conceito jurídico indeterminado.

Não obstante, um importante tema destacado na doutrina se refere à distinção entre interesses públicos primários
e interesses públicos secundários. Vejamos:

Interesses públicos primários: são os interesses diretos do povo, os interesses gerais imediatos.

Interesses públicos secundários: (i) interesses próprios do Estado, na qualidade de pessoa jurídica, de
caráter meramente patrimonial (aumentar receitas ou diminuir gastos); e (ii) os atos internos de gestão
administrativa.

O interesse público secundário só é legítimo quando não é contrário ao interesse público primário.

Celso Antônio Bandeira de Mello cita alguns exemplos de interesses secundários contrários ao interesse público
primário, portanto, ilegítimos. Seria o caso do interesse que o Estado poderia ter de elevar ao máximo as alíquotas dos
impostos para obter mais receita, ou de pagar remunerações ínfimas a seus servidores, ou de pagar indenizações
irrisórias nas desapropriações.
Repare, nesses casos, que o interesse satisfeito é tão somente o interesse secundário de obter vantagens patrimoniais
para o Estado, sem levar em consideração os interesses públicos primários. Portanto, são interesses secundários
e ilegítimos. Nem mesmo podem ser considerados interesses públicos, pois não visam o bem-estar da coletividade.
Assim, é correto afirmar que o interesse público primário não coincide, necessariamente, com o interesse secundário
do Estado destinado a atender suas conveniências internas.
Situação diferente ocorre, por exemplo, quando a Administração escolhe a proposta de menor preço ao realizar
licitação para adquirir bens que tenham a finalidade de, direta ou indiretamente, atender ao interesse público primário.
Nesse caso, está havendo coincidência entre o interesse público primário e o interesse público
secundário. Portanto, o interesse secundário do Estado de obter o menor preço é legítimo e também pode ser
considerado um interesse público.
Outro exemplo são as operações realizadas pelas sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica
nas quais o objetivo imediato é a obtenção de lucro para os seus acionistas (o que inclui o Estado). Nesse caso, a
operação pode ser considerada legítima, pois, ao mesmo tempo em que está atendendo a um interesse público
secundário, aumentando o patrimônio do Estado, também está possibilitando, indiretamente, a persecução de
interesses públicos primários, mediante a disponibilização de mais recursos para que a Administração execute serviços
de interesse geral. É lógico que, para ser considerada legítima, a dita operação não pode contrariar algum interesse
público primário. Por exemplo, seria inadmissível uma sociedade estatal, sob a justificativa de obter lucro para o Estado,
realizar operações com a utilização de mão-de-obra escrava.
Dessa forma, também é correto afirmar que só é permitido ao Estado perseguir interesses públicos secundários
quando estes coincidirem, direta ou indiretamente, com os interesses públicos primários.

227 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Teste de Direção

Olá, tudo bem? Preparei uma pequena bateria para que você possa avaliar se compreendeu bem os temas abordados
na última aula. O objetivo deste teste é permitir um excelente diagnóstico da sua preparação até aqui. Só assim você
saberá se está realmente evoluindo, ou seja, se está caminhando na Direção correta.
É provável que, ao resolver as questões, você perceba “lacunas de conhecimento”, aspectos que precisa reforçar,
assuntos que precisa reler etc. Não hesite em voltar à aula anterior e relembrar tudo aquilo que julgar necessário. Mais
importante do que terminar logo o curso é avançar de maneira sólida, consistente. Se ainda assim alguma dúvida
permanecer, lembre que você pode me procurar por meio do nosso fórum, ok?
Ao final do teste, você poderá conferir o gabarito e a resolução comentada dos exercícios.

Faça um excelente teste de Direção!

Exercícios para revisão


1) O prefeito de determinado município promoveu campanha publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos
panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da sua campanha eleitoral. No caso, não há ofensa ao princípio da
impessoalidade.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

2) O princípio da publicidade exige que todos os atos administrativos sejam divulgados entre os administrados.
Portanto, não se admite o sigilo na administração.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

3) O princípio da impessoalidade objetiva à igualdade de tratamento a ser dispensado pela Administração aos
administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

4) O princípio da moralidade dispõe que, na atividade particular, tudo o que não está proibido é permitido; já na
Administração Pública, o princípio da moralidade dispõe que tudo o que não está permitido é proibido. O administrador
está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser confrontada com a lei.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

228 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

5) O nome do princípio segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei é o da legalidade.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

6)Viola o princípio da isonomia a previsão de critérios discriminatórios de idade em certame de concursos públicos,
ressalvados os casos em que a natureza das atribuições do cargo justificar.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

7) A administração pública direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, obedecerá a alguns princípios previstos na Constituição Federal, entre os quais é correto citar o princípio da
eficiência.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

8) Os atos administrativos são imputáveis ao órgão em nome do qual age o agente público, por força do princípio
constitucional da impessoalidade.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

9) É princípio orientador das atividades desenvolvidas pela Administração pública, seja por intermédio da
Administração direta, seja pela Administração indireta, sob pena de irresignação judicial, a impessoalidade, tanto na
admissão de pessoal, sujeita à exigência de prévio concurso público de provas ou de provas e títulos para
preenchimento de cargos, empregos públicos, quanto na prestação dos serviços em geral pela Administração pública,
vedado qualquer direcionamento.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

10) Atende ao princípio da eficiência o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para lograr
os melhores resultados para o serviço público.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

11) Em virtude do princípio da reserva legal, a administração pública deve fazer o que está prescrito em lei e abster-se
de atuar quando a lei proibir.

229 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

( ) Verdadeiro

( ) Falso

12) O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determinado prefeito, verificou que houve gasto de
recursos públicos com a elaboração de cartilhas escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a
promoção pessoal de autoridades públicas do município. Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente
o princípio da eficiência.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

13) São aplicáveis à Administração Pública exclusivamente aqueles princípios mencionados no caput do art. 37 da
Constituição da República Federativa do Brasil, que são o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade e da eficiência.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

14) O princípio da publicidade decorre do direito dos administrados em ter acesso a informações de interesse particular
ou coletivo e, por essa razão, não admite a existência de informações públicas sigilosas.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

15) O princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à
consecução dos fins a serem alcançados pelo Estado.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

16) O Artigo 37 da Constituição Federal deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas
administrativas de qualquer dos entes federativos. Eles revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo
que só se poderá considerar válida a conduta administrativa, se estiver compatível com esses princípios. Pela Emenda
Constitucional N°19/1998, foi incluído o princípio da eficiência que passou a ser expresso na Constituição.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

Gabarito

230 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

1.FALSO 2.FALSO 3.VERDADEIRO 4.FALSO 5.VERDADEIRO 6.VERDADEIRO

7.VERDADEIRO 8.VERDADEIRO 9.VERDADEIRO 10.VERDADEIRO 11.FALSO 12.FALSO

13.FALSO 14.FALSO 15.VERDADEIRO 16.VERDADEIRO

Resolução dos exercícios

1) O prefeito de determinado município promoveu campanha publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos
panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da sua campanha eleitoral. No caso, não há ofensa ao princípio da
impessoalidade.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O princípio da impessoalidade, constitucionalmente previsto no caput do art. 37 da CF deve ser observado pelo agente
público, no exercício do cargo que ocupa e da atividade que exerce. Ademais, o §1º do art. 37 da CF veda expressamente o
ato de “autopromoção”, sendo que no caso enunciado, o prefeito estava se “autopromovendo” e, por isto, violando
frontalmente o princípio da impessoalidade. Item FALSO.

2) O princípio da publicidade exige que todos os atos administrativos sejam divulgados entre os administrados.
Portanto, não se admite o sigilo na administração.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O princípio da publicidade proíbe a edição de atos secretos pelo poder público, definindo a ideia de que a Administração deve
atuar de forma transparente. No entanto, tal princípio não é absoluto, porquanto a própria CF ressalva que devem ser
resguardadas a segurança nacional e o relevante interesse coletivo, o que poderá, de forma fundamentada, excepcionalizar
o princípio da publicidade. Item FALSO.

3) O princípio da impessoalidade objetiva à igualdade de tratamento a ser dispensado pela Administração aos
administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

231 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

O princípio da impessoalidade dispõe que a atuação do agente público deve-se pautar pela busca dos interesses da
coletividade, não visando a beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. Com efeito, o princípio da impessoalidade reflete a
necessidade de uma atuação que não discrimina as pessoas, seja para benefício ou para prejuízo. Item VERDADEIRO.

4) O princípio da moralidade dispõe que, na atividade particular, tudo o que não está proibido é permitido; já na
Administração pública, o princípio da moralidade dispõe que, tudo o que não está permitido é proibido. O
administrador está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser confrontada com a lei.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A assertiva descreve com exatidão o princípio da legalidade e não o princípio da moralidade, este exige honestidade,
lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos,
ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. Item FALSO.

5) O nome do princípio segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei é o da legalidade.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

A assertiva descreve corretamente o teor do princípio da legalidade. Item VERDADEIRO.

6) Viola o princípio da isonomia a previsão de critérios discriminatórios de idade em certame de concursos públicos,
ressalvados os casos em que a natureza das atribuições do cargo justificar.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Conforme previsto na súmula 683 do STF, o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. O item é
VERDADEIRO.

7) A administração pública direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, obedecerá a alguns princípios previstos na Constituição Federal, entre os quais é correto citar o princípio da
eficiência.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

232 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

Nos termos do art. 37, CF, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Item VERDADEIRO.

8) Os atos administrativos são imputáveis ao órgão em nome do qual age o agente público, por força do princípio
constitucional da impessoalidade.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Em decorrência do princípio da impessoalidade, os efeitos dos atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao
agente público que os pratica, mas sim ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual aquele age. Item
VERDADEIRO.

9) É princípio orientador das atividades desenvolvidas pela Administração pública, seja por intermédio da
Administração direta, seja pela Administração indireta, sob pena de irresignação judicial, a impessoalidade, tanto na
admissão de pessoal, sujeita à exigência de prévio concurso público de provas ou de provas e títulos para
preenchimento de cargos, empregos públicos, quanto na prestação dos serviços em geral pela Administração pública,
vedado qualquer direcionamento.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Realmente, o princípio da impessoalidade destina-se tanto à administração direta quanto à indireta. Ademais, a admissão
de pessoal constitui importante atividade em que este princípio se mostra aplicável, tendo em vista o concurso público é
impessoal por excelência, porquanto seleciona os candidatos mais bem preparados para os cargos e empregos públicos, sem
margem a privilégios ou perseguições indevidas. Item VERDADEIRO.

10) Atende ao princípio da eficiência o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para lograr
os melhores resultados para o serviço público.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

O princípio da eficiência apresenta dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público,
do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para obter os melhores resultados; e em relação ao
modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores
resultados na prestação do serviço público. Item VERDADEIRO.

11) Em virtude do princípio da reserva legal, a administração pública deve fazer o que está prescrito em lei e abster-se
de atuar quando a lei proibir.

233 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A assertiva descreve o princípio da legalidade e não o princípio da reserva legal, sendo que este não se confunde com aquele.
O princípio da reserva legal determina a aplicação de determinada espécie normativa a uma atuação definida no texto
constitucional. Item FALSO.

12) O tribunal de contas de um estado, ao analisar as contas de determinado prefeito, verificou que houve gasto de
recursos públicos com a elaboração de cartilhas escolares com nomes, símbolos e imagens que caracterizavam a
promoção pessoal de autoridades públicas do município. Nessa situação, a conduta do prefeito afrontou especialmente
o princípio da eficiência.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A conduta do prefeito narrada no enunciado da questão viola o princípio da impessoalidade e não o princípio da eficiência. O
princípio da impessoalidade também deve ser visto sob o enfoque do agente, sendo que, quando o agente público atua, não
é a pessoa do agente quem pratica o ato, mas o Estado - órgão que ele representa. Assim, a utilização de símbolos ou
imagens, ou até mesmo, de nomes que liguem a conduta estatal à pessoa do agente público desvirtua o exercício da função
pública, tornando pública a conduta do administrador e não do ente estatal. Item FALSO.

13) São aplicáveis à Administração Pública exclusivamente aqueles princípios mencionados no caput do art. 37 da
Constituição da República Federativa do Brasil, que são o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade e da eficiência.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Aplicam-se à Administração Pública outros princípios, além dos expressos no caput do artigo 37 da Constituição Federal, tais
como segurança jurídica, transparência, razoabilidade, proporcionalidade, supremacia do interesse público, entre outros.
Item FALSO.

14) O princípio da publicidade decorre do direito dos administrados em ter acesso a informações de interesse particular
ou coletivo e, por essa razão, não admite a existência de informações públicas sigilosas.
( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Embora a publicidade seja a regra no ordenamento jurídico brasileiro, há casos em que é possível, sim, existir informações
públicas sigilosas. Portanto, tal princípio não é absoluto, porquanto a própria CF ressalva que devem ser resguardadas a

234 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Direito Administrativo para Auditor da Receita Federal
Aula 3: Princípios expressos e implícitos...

segurança nacional e o relevante interesse coletivo, o que poderá, de forma fundamentada, excepcionalizar o princípio da
publicidade. Item FALSO.

15) O princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à
consecução dos fins a serem alcançados pelo Estado.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

O princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à consecução dos
fins que cabem ao Estado alcançar. Uma atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e,
acima de tudo, um bom desempenho funcional. Item VERDADEIRO.

16) O Artigo 37 da Constituição Federal deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas
administrativas de qualquer dos entes federativos. Eles revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo
que só se poderá considerar válida a conduta administrativa, se estiver compatível com esses princípios. Pela Emenda
Constitucional N°19/1998, foi incluído o princípio da eficiência que passou a ser expresso na Constituição.
(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

De fato, o princípio da eficiência se tornou expresso com o advento da Emenda Constitucional 19/1998. O item É
VERDADEIRO.

235 de 235 | www.direcaoconcursos.com.br

Você também pode gostar