Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tipici
dade
Form
al
Adequação perfeita da conduta do
agente ao modelo abstrato legal;
Tipicidade
Penal
Tipici
dade
congl
oban
te
Zaffa
roni
Princípio da
insignificância
O estudo da insignificância reside na segunda vertente da
tipicidade conglobante, na chamada tipicidade material. (há tipicidade
formal, mas não há tipicidade material). Causa supralegal de exclusão da
tipicidade.
Claus Roxin – dizia que a insignificância atua como
auxiliar interpretativo, objetivando reduzir a literalidade do
tipo formal
Klaus Tiedmann chama o mesmo princípio de princípio
da bagatela.
O princípio da insignificância atua como instrumento de
interpretação restritiva do tipo penal, auxiliando o intérprete a
excluir, do âmbito de incidência da lei, aquelas situações consideradas
como de bagatela.
STF – O princípio da insignificância qualifica-se como
fator de descaracterização material da tipicidade penal. (HC
96.823/RS 2 TURMA – de 2009)
Se falar simplesmente que o princípio da insignificância
exclui a tipicidade, a resposta está incompleta. O princípio da
insignificância descaracteriza a tipicidade material.
A conduta praticada pelo agente atinge de modo tão ínfimo o valor
tutelado pela norma que não se justifica a repressão. Juridicamente isso
significa que não houve crime algum.
Informativo 463 STJ – STJ HC 181756
Obs.: a razoabilidade é utilizada para se auferir a importância do
bem lesionado;
Obs.: há uma corrente mais radical que afirma que todo bem
tutelado pelo Direito Penal merece proteção, não havendo bagatela.
Vetores para a caracterização da insignificância:
Mínima ofensividade da conduta do agente;
Nenhuma periculosidade social da ação;
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
comportamento;
Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Teorias:
Teoria objetiva: só são necessários requisitos objetivos para
aplicação do princípio da insignificância. Basicamente o valor.
Teoria objetiva e subjetiva: além do valor da res deve ser analisada
a figura do agente. (ex.: o sujeito mega reincidente não poderia se valer do
princípio da insignificância). Tendência majoritária no STF e STJ. O
valor deve ser pequeno e o sujeito deve ser primário e portador
de bons antecedentes.
Obs.: Se houver continuidade delitiva há um forte entendimento
jurisprudencial que está afastado o princípio da insignificância.
STF HC 100105 J. 27/10/10
STF HC 101998 J. 28/05/10 Inf. STF 610
STF Inf. 612
CP E CPM
Como regra, o princípio da insignificância não está na lei (direito
penal comum), com exceção do CPM (direito penal especial).
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
§ 6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração
como disciplinar. (DESCARACTERIZAÇÃO DO PENAL NO CPM)
Furto de pequeno valor no CPM
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 1º Se o agente é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
a dois terços, ou considerar a infração como disciplinar. Entende-
se pequeno o valor que não exceda a um décimo da quantia mensal do
mais alto salário mínimo do país.
(DESCARACTERIZAÇÃO PENAL – A punição não será no âmbito
criminal, mas no administrativo)
Furto de pequeno valor no CP
Art. 155 § 2º CP – Furto de pequeno valor – para o STF e
STJ é diferente do princípio da insignificância. O furto de pequeno
valor é típico; Furto de valor insignificância é furto atípico. A
insignificância exclui a tipicidade material;
Valor a ser considerado para a aplicação do princípio da
insignificância: aproximadamente 10% do salário mínimo.
Vide: STJ HC 164993 – J. 18/05/2010
Infração bagatelar própria x Infração bagatelar imprópria
Infração bagatelar própria: é a que já nasce irrelevante para o
Direito Penal, ou porque há desvalor da ação ou porque há
desvalor do resultado.
Vide art. 254 CP. – desvalor da ação – colocar um copo de água
em uma represa que vem a arrebentar.
Inundação
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou
detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Vide art. 264 CP. – desvalor da ação – arremessar bola de papel
contra ônibus.
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento,
destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do
art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Desvalor de resultado – furto de barra de chocolate
Infração bagatelar imprópria: o fato não nasce irrelevante para o
Direito Penal, só que pela análise do caso concreto, se verifica que a
aplicação de pena é totalmente desnecessária. – desvalor da
CULPABILIDADE do agente. Aqui vige o princípio da irrelevância
penal do fato. Causa de dispensa de pena.
Ex.: peculato culposo quando a reparação do dano se dá até a
sentença irrecorrível. (art. 312 §3º CP).
Bagatela imprópria – princípio da irrelevância penal do
fato – culpabilidade;
Bagatela própria – princípio da insignificância –
tipicidade;