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POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS


CFSD/2021

FUNDAMENTOS DO DIREITO
PENAL COMUM

CAP PM CARMOS
Bel em Segurança Pública
Bel em Direito
Psicopedagogo
DIREITO PENAL COMUM

 Caracterizado pela mais terrível coação institucional


(sanção penal);
 Estado o monopólio da aplicação e da execução das
consequências decorrentes da prática de uma infração
penal (crime ou contravenção);
 Regras são indisponíveis e inalteráveis pela mera vontade
dos envolvidos;
 Ciência de caráter fragmentário = não tem a função de
proteger todos os bens ou interesses;
 Ultima ratio = últma razão... último recurso = “a última das
armas”
 Agentes de Segurança = agir estritamente nos limites da
Lei.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL
PRINCÍPIOS:

DA LEGALIDADE

CP art. 1º e Art. 5º XXXIX CF “ Não há crime sem lei anterior que o


defina, nem pena sem prévia cominação legal” (nullum, crimen, nulla,
poena sine previa lege – FEURBACH)”. Visa dar a todos uma maior
segurança jurídica.

PRINCÍPIOS DERIVADOS

DA RESERVA LEGAL:
 Exigência de Lei no Sentido formal legislativo (aprovado pelo
legislativo)
 Consequências: Proibição do Uso de Analogia e Costumos para
Criar/Agravar/ Completar crimes/punições.
OBS: Analogia = método de integração, servindo para completar a norma,
podendo ser em:
 IN BONA PARTEM: supre a lacuna, beneficia – é possível.
 IN MALAM PARTEM: supre a lacuna, prejudicando – é vedada.

Questiona-se:
Os costumes podem, de algum modo servir como Fonte do Direito Penal?
R. Sim, como fonte mediata/indireta, em normas permissivas ( ou seja, para
melhorar a situação do Réu).

No direito existem três tipos de costumes, sendo eles:


 Secundum legem = sua utilização encontra amparo na lei. ...
 Praeter legem = se utiliza quando não há previsão legal. ...
 Contra legem = este se classifica como contrário a lei.
Exemplificando:
 Trotes Acadêmicos – veterano agindo “com prudência” está no exercício
regular do direito (enquadrando-se como excludente de ilicitude).
 É proibido andar nu em público;
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
 lei vigente na data do fato;
 Só retroage para beneficiar o Réu;
 Julgamento adistrito a norma;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE (retroatividade da Lei benigna)


 Não retroagirá = somente para beneficiar o Réu.

PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
 Cimes tipificados por leis que delimitam a conduta a punir;
 Rejeita leis vagas ou imprecisas. Texto deve ser determinado.

PRINCIPIO DA CULPABILIDADE
 Exige-se a presença do dolo ou da culpa na conduta do agente;
 indispensável que a pena seja imposta por sua própria ação;
 O Estado é o titular do ius puniendi (Poder/Dever de Punir);
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE
 necessário que a conduta ultrapasse a pessoa do agente e invada o
patrimônio jurídico alheio;
 Proíbe a incriminação de uma conduta interna;

ELEMENTOS DA ALTERIDADE:
a) AUTO LESÃO: pune apenas quem praticou a lesão a outra pessoa.
EXCEÇÃO = Fraude com pretensão de indenização de seguro (art. 171, §2, V,
CP).

b) TENTATIVA DE SUICÍDIO: Consumado ou Tentado, não é punível no


Brasil.
EXCEÇÃO = induzir, instigar ou prestar algum tipo de auxílio alguém a
suicidar-se.

c) PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL: (art. 28 Lei


11.343/06): NÃO É PUNÍVEL
EXCEÇÃO = envolve a circulação da substância psicoativa = risco a terceiros
= risco ao bem jurídico tutelado pela lei.
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Não se pode reputar criminosa uma conduta tolerada pela sociedade, ainda
que se enquadre em uma descrição típica.
Aplicada ao Julgador e não ao Legislador, norteado pelos Costumes;

EXEMPLOS:
A tatuagem, o furo na orelha para colocação de brinco, jogo do bicho, jogo
de azar, manutenção de casa de prostituição, etc. Admite num caso
concreto, que pode constituir causa supralegal de exclusão da tipicidade.
Art. 386 do CPP, O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte
dispositiva, desde que reconheça: (...); III – não constituir o fato infração
penal;

PRINCIPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA


Sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal.
REQUISITOS:
Mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social
da ação; o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica provocada
PENSAMENTO DO DIA
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PRINCÍPIOS UTILIZADOS PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DE
NORMAS

PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

Havendo duas leis “regulamentando” a mesma matéria, deve ser aplicada


àquele caso a lei especial, em detrimento da geral.

Exemplos: Homicídio x Feminicídio. Homicídio x Infanticídio.....

A norma especial pode descrever tanto um crime mais leve quanto um


mais grave, e não é, necessariamente, mais abrangente que a geral.

PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
A norma primária, que descreve o ‘todo’, absorverá a menos ampla (a
subsidiária), tendo em vista que, esta ‘cabe’ dentro da primeira.

 Exemplo: o crime de ameaça (art. 147, CP) cabe no de constrangimento


ilegal mediante ameaça (art. 146, CP), o qual, por sua vez, cabe dentro
da extorsão (art. 158, CP).
 Atenção: Se não for comprovado o dolo especifico na ação, ele
responde apenas pelo delito menor.
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
O fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves;
(O FIM absorve o crime MEIO)
Exemplo: Várias facadas para matar; Violação de Domicílio para
Furtar....

PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE
Descrevem crimes de ação múltipla (conflito interno na própria norma)

“Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à


venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar. ” (Lei
11.343/2006, Lei de Drogas, art. 33, caput)

Exemplo, se o agente importa heroína, transporta maconha e vende


ópio, cometeu três crimes e responderá por eles em concurso material,
pois um não tem relação com o outro.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL

São 07 as principais características do direito penal:

 É UMA CIÊNCIA: regras e normas estão sistematizadas por um conjunto de


princípios que compõem a dogmática jurídico-penal.
 É CULTURAL: pertence à classe das ciências do “dever ser” e não do “ser”. Cada
indivíduo tem sua opinião, sua doutrina.
 É NORMATIVA: seu objeto de estudo é o direito positivo, ou seja, a lei.
 É VALORATIVA: tem sua própria escada de valores de acordo com a gravidade
dos fatos criminosos.
 É FINALISTA: tem o fim de dar proteção aos bens jurídicos fundamentais.
 É SANCIONADOR: não cria bens jurídicos, contudo acrescenta uma proteção
penal aos bens disciplinados por outros ramos do direito.
 É FRAGMENTÁRIO: não protege todos os bens jurídicos, somente os mais
importantes e é a última etapa (ultima ratio) de proteção dos bens jurídicos, sendo
sua principal característica.
FONTES DO DIREITO PENAL
Fonte é o lugar de onde vem e como se exterioriza o Direito Penal.

FONTE FORMAL:
chamada de fonte de conhecimento ou de cognição.
 Formal Imediata: Lei, Constituição Federal, os tratados
internacionais, as jurisprudências, os princípios e até mesmo os atos
administrativos.
OBS: somente a Lei pode criar crimes e cominar penas.
 Formal Mediata: Costumes e Princípios Gerais do Direito.

FONTE MATERIAL:

É a fonte de produção da norma, o órgão encarregado de criar o Direito


Penal. No Brasil, a CF incumbiu essa função a União, que de acordo com o
artigo 22:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
Parágrafo Único: Lei Complementar pode autorizar os Estados a legislarem
sobre Direito Penal incriminador sobre matérias específicas conforme segue:
Exemplo: Estado tenha uma vegetação típica que não é encontrada em
nenhum outro lugar, então a União, através de Lei Complementar, autoriza
este Estado a criar Lei Penal específica a fim de proteger aquela vegetação.

CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL

CRIME: Teoria Tripartida é majoritária do conceito analítico de crime: “todo


fato típico, ilícito e culpável.”

CONTRAVENÇÃO: é “a infração penal a que a lei comina,


isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. Alternativa
ou cumulativamente.”
Prisão simples, art. 6º, LCP, deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum, em regime semiaberto ou aberto e, de acordo com o § 1º, do
mesmo artigo, o condenado à referida pena deve ficar sempre separado
dos condenados a pena de reclusão ou de detenção.
Diferenças entre crime e contravenção penal:
os crimes podem ser de ação penal já as contravenções penais são sempre
pública, condicionada ou incondicionada, de ação penal pública incondicionada (LCP,
ou de ação penal privada (CP, art. 100); art. 17);
é punível a tentativa de crimes (CP, art. o que não se dá nas contravenções
14, II), (LCP, art. 4º)
os crimes podem ser dolosos ou nas contravenções, basta seja a conduta
culposos (CP, art. 18) voluntária (LCP, art. 3º);
aos crimes aplicam-se os princípios do às contravenções, somente se aplica o
erro de tipo e de proibição (CP, arts. 20 e 21) erro de direito (LCP, art. 8º)

a lei penal brasileira se aplica tanto mas somente às contravenções


aos crimes praticados no Brasil (CP, art. 5º) cometidas em território nacional (LCP, art.
como àqueles cometidos no exterior (CP, 2º);
art. 7º)
o limite de cumprimento das penas das contravenções é de cinco (LCP, art.
privativas de liberdade decorrentes de 10)
crime é de 40 anos (CP, art. 75 – alteração
dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019).
com relação aos crimes, a duração do para as contravenções, o limite é de um
sursis pode variar de dois a quatro anos e, a três anos (art. 11 do DL nº 3.688/41).
excepcionalmente, de quatro a seis anos
(CP, art. 77)
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL
TEMPO DO CRIME (teoria da LUGAR DO CRIME (teoria da
atividade) ubiquidade)

Art. 4º do CP: Considera-se Art. 6º Considera-se praticado o


praticado o crime no momento da crime no lugar em que ocorreu a ação ou
ação ou omissão, ainda que outro omissão, no todo ou em parte, bem
seja o momento do resultado. como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
“Art. 13 do CP. O resultado, de que depende a existência do crime, somente
é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.”

SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA INDEPENDENTE:


§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
entretanto, imputam-se a quem os praticou.

EXEMPLO: Uma vítima ferida a tiros é transportada para um hospital em


ambulância, que, no caminho, sofre uma colisão; falecendo a vítima
em consequência do acidente, o autor dos disparos só responde por
lesão corporal ou tentativa de homicídio (causa relativamente
independente)
ARREPENDIMENTO EFICAZ

Para melhor entendermos este assunto, primeiramente entendamos o que


são as fases do crime ou iter criminis.
Em latim, significa caminho do crime. É o conjunto de fases pelas quais
passa o delito (crime). Compõe-se das seguintes fases:

É a intenção do agente de cometer o crime.


COGITAÇÃO OU INTENÇÃO
Esta fase é interna, está no pensamento.

É o planejamento para a execução. É a


PREPARAÇÃO verificação dos meios a serem empregados na
prática do crime, os modos de sua execução.

EXECUÇÃO É a prática dos atos preparatórios

CONSUMAÇÃO É o resultado da conduta criminosa


A cogitação e a preparação não são puníveis. A preparação, a execução e
a consumação constituem fases externas.

Exemplo: O agente, com intenção de matar a vítima (COGITAÇÃO),


adquire um revólver e se posta de emboscada à sua espera
(PREPARAÇÃO), atirando contra ela (EXECUÇÃO), produzindo-lhe a
morte (CONSUMAÇÃO).
Conforme o artigo 14, I do Código Penal, aduz-se
consumado o crime quando nele se reúnem todos os
CRIME elementos de sua definição legal. No homicídio, por
CONSUMADO exemplo, o tipo penal consiste em “matar alguém” ( artigo
121 do CP), assim o crime restará consumado com a morte
da vítima.

O Art. 14, II, do Código Penal diz ser tentado o crime,


quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
São elementos da tentativa: início da execução, falta
de consumação por fato alheio a vontade do agente e o dolo.
CRIME TENTADO Inexiste a tentativa de crime culposo, nas contravenções penais,
por força do art. 4º da Lei de Contravenções Penais, não é
punível a tentativa, nos crimes omissivos próprios é
inadmitida.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ

Aduz o art. 15 do Código Penal: O agente que, voluntariamente, desiste


de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados. Por esta definição, concluímos:

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ

O Agente interrompe a A execução é realizada inteiramente,


execução – equivale a tentativa e, após, o resultado é impedido.
inacabada, pois a execução não Exemplo: “A”, sabendo que “B” não
chega ao final. sabe nadar e querendo matá-lo afogado,
Exemplo: se "A", pretendendo empurra-o num rio. Depois,
matar "B", dispara, sem sucesso, arrependendo-se, retira-o ainda com vida.
alguns tiros, e desiste de continuar,
CRIME IMPOSSÍVEL
“Art. 17 do CP. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
o crime. ”
O Crime impossível também é chamado de quase-crime. Exemplos:

Uma pessoa, pretendendo matar


outra, com veneno, põe açúcar na
ABSOLUTA INEFICÁCIA alimentação da vítima, pensando ser
DO MEIO arsênico.

Uma pessoa, supondo que seu desafeto


está deitado na cama para dormir, efetua-lhe
ABSOLUTA disparos de revólver, quando ele ainda não se
encontrava lá. A mesma pensando que sua
IMPROPRIEDADE DO OBJETO vítima está dormindo, apunhala-a,
provando-se depois que ela já estava morta.
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CRIME DOLOSO E CULPOSO
DOLOSO: “Art. 18. Diz-se o crime doloso, quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.” Daí, divide-se o dolo em
DIRETO e INDIRETO ou EVENTUAL.

O agente visa a certo e determinado resultado.

EXEMPLO 1: Uma pessoa A efetua disparos de revólver


numa pessoa B com intenção de matá-la.
DOLO DIRETO EXEMPLO 2: A pretende atirar em B, que se encontra
próximo a C. Mesmo percebendo a possibilidade de acertar C,
realiza a ação. Matando as duas pessoas, responde por dois
homicídios: a título de DOLO DIRETO em relação a B e a título
de DOLO INDIRETO em relação a C.
O agente não se dirige a certo e determinado resultado: ele
admite e aceita o risco de produzir o resultado, porém não o quer.
DOLO
EVENTUAL EXEMPLO: Uma pessoa conduz um veículo em alta velocidade
num local onde há um colégio e, de certa distância, percebe várias
crianças saindo pelo portão. Entretanto, o condutor, mesmo
sabendo do risco de atropelamento, continua sua ação, atropelando
e matando uma criança
CULPOSO: Art. 18 do CP, aduz-se o crime culposo, quando o agente deu
causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

O sujeito realiza uma conduta que a cautela indica que


não deve ser realizada.
IMPRUDÊNCIA Exemplo: Dirigir veículo em rua movimentada com
excesso de velocidade.
É a ausência de precaução. A negligência é negativa
(omissiva), ou seja, o sujeito deixa de fazer algo imposto pela
ordem jurídica ou deixa de fazer algo imposto pela prudência.
NEGLIGÊNCIA Exemplos:
1 – Deixar arma de fogo ao alcance de uma criança.
2 – Quem dirige veículo em más condições de funcionamento

É a falta de aptidão (habilidade) para o exercício de arte ou


profissão. O profissional (químico, médico, motorista) necessita
IMPERÍCIA de conhecimento teórico e prático para o exercício de suas
atividades. Só há imperícia, se a conduta for realizada no
desempenho das atividades do profissional. Se a conduta ocorrer
fora dessas atividades, será imprudência ou negligência.
Exemplos: Não saber dirigir direito um veículo.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE

Conforme o art. 23 do Código Penal, não há crime quando o agente pratica


o fato em Estado de Necessidade; em Legítima Defesa; em Estrito
Cumprimento do Dever Legal ou no Exercício Regular de Direito.
São, portanto, quatro excludentes. Esse mesmo artigo alerta que o agente,
em qualquer dessas hipóteses, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
ESTADO DE NECESSIDADE
“Art. 24 do CP. Considera-se em
estado de necessidade quem pratica o Exemplos:
fato para salvar de perigo atual, que 1. Danos materiais causados a uma
não provocou por sua vontade, nem propriedade alheia para acabar um
podia de outro modo evitar, direito incêndio e salvar pessoas em perigo;
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 2. Violação de domicílio para socorrer vítimas
circunstâncias, não era razoável de crime ou desastre;
exigir-se. 3. Subtração de alimentos para salvar alguém
§ 1º - Não pode alegar estado de de morte por inanição;
necessidade quem tinha o dever legal 4. Aborto praticado por médico para salvar a
de enfrentar o perigo. vida da gestante;
§ 2º - Embora seja razoável exigir- 5. Um náufrago que mata outro para
se o sacrifício do direito ameaçado, a conseguir uma única tábua ou bote.
pena poderá ser reduzida de um a ⦁
LEGITIMA DEFESA
“Art. 25 do CP. Entende-se em
Legítima Defesa quem, usando Exemplo:
moderadamente dos meios Uma pessoa saca seu revólver com a
necessários, repele injusta agressão, intenção de matar outra. Esta, percebendo este
atual ou iminente, a direito seu ou de ato, saca também sua arma e atira primeiro
outrem.” naquela, matando-a.

Parágrafo único. Observados os


requisitos previstos no caput deste
artigo, considera-se também em
legítima defesa o agente de segurança
pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém
durante a prática de crimes. (Parágrafo
único acrescido pela Lei nº 13.964, de
24/12/2019, publicada na edição extra do
DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a
publicação)
DIFERENÇA ENTRE ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA DEFESA

Estado de Necessidade Legítima Defesa


Há conflitos de interesses Há ataques a um bem tutelado
jurídicos
Inexiste agressão Existe agressão
Só provém de ação humana Provém de força da Natureza ou de
irracional
Relação entre o agente e o Relação entre indivíduos
Estado
Há ação Há reação
ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL
Esta excludente só ocorre quando Exemplos:
há um dever imposto pelo direito 1 – Fuzilamento do condenado pelo
objetivo. O dever pode estar contido executor; 2 – Morte do inimigo no campo de
em regulamento, decreto ou qualquer batalha;
ato emanado do poder público (de 3 – Prisão em flagrante realizada por
caráter geral). O dever pode ser policial;
imposto por qualquer lei, seja penal 4 – Fisco de material sem nota fiscal pelo
ou extrapenal. A atividade do sujeito fiscal fazendário.
pode ser pública ou privada.
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
A expressão direito abrange todas Exemplos:
as espécies de direito subjetivo (penal 1 – Prisão em flagrante realizada por um
ou extrapenal). Aqui, a lei dá o direito particular;
a alguém de exercer a ação que, 2 – Direito de correção do pai em relação ao
embora típica, apresenta o caráter de filho;
antijurídica. 3 – Intervenções médicas ou cirúrgicas;
4 – Fratura numa perna de um jogador de
futebol causada por outro numa disputa de
bola.
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CULPABILIDADE

 Trata-se de pressuposto de aplicação da pena.


 Inexistindo a culpabilidade, ainda assim existirá o crime.
 Ela é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica.
 A pena deve ser aplicada na medida da culpabilidade do
infrator.
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE
Doença mental, desenvolvimento
mental incompleto ou retardado (art. 26);
Desenvolvimento mental incompleto
DA IMPUTABILIDADE do menor de 18 anos (art. 27);
Embriaguez completa, proveniente
de caso fortuito ou de força maior (art. 28,
§1º).
Erro inevitável sobre a ilicitude do fato
DA POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA (art. 21);
ILICITUDE Obediência à ordem, não
manifestamente ilegal, de superior
hierárquico (art 22, 2ª parte).

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação


irresistível ou em estrita obediência a ordem,
DA EXIGIBILIDADE DE CONDUTA não manifestamente ilegal, de superior
DIVERSA hierárquico, só é punível o autor da coação
ou da ordem..
A coação irresistível pode ser física ou
moral.
DA IMPUTABILIDADE PENAL
INIMPUTÁVEIS

São eles:
 Menores de 18 anos;
 Embriagados (embriaguez acidental ou voluntária);
 Doença mental.

“Art. 26 do CP. É isento de pena o agente que, por doença mental ou


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.”

REDUÇÃO DE PENA

Parágrafo Único: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o


agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
MENORES DE DEZOITO ANOS

“Art. 27 do CP. Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.”

Segundo o art. 28 do CP, não excluem a imputabilidade penal a emoção, a


paixão e a embriaguez, voluntária ou culposa..

Há embriaguez proveniente de caso fortuito, quando a pessoa desconhece


o efeito inebriante da substância ingerida ou quando, desconhecendo
uma condição fisiológica própria, ingere substância contendo certa
quantidade de álcool ou produto análogo, causando-lhe a embriaguez
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29 do Código Penal. Quem, de qualquer modo, concorre para o


crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser


diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º. Se algum dos concorrentes quis participar de um crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

 Co-autor é o agente que, juntamente com outro, executa a ação


descrita pelo verbo contido no tipo legal de crime, total ou
parcialmente.
 Partícipe é o agente que, embora não pratique atos executórios,
concorre de qualquer modo para o resultado.
REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS:

1 – Pluralidade de condutas;
2 – Relevância causal de cada conduta;
3 – Liame subjetivo;
4 – Identidade de infração para todos os participantes.

EXEMPLOS:

 Uma das pessoas ameaça a vítima com arma, enquanto a outra a


despoja de seus pertences.
 Duas pessoas, querendo matar outra, postam-se de emboscada de
comum acordo e atiram contra a vítima, matando-a. Embora não se
saiba quem acertou o tiro, ambas respondem pelo homicídio.
CONCURSO DE PESSOAS
Quem executa pessoalmente o verbo típico, ainda
AUTOR DIRETO que utilize outro, que não realiza a conduta, como
instrumento físico.

Quem se vale de um terceiro que age sem dolo, que


AUTOR MEDIATO age atipicamente, que age justificadamente.

Os que realizam, ao mesmo tempo, o verbo típico.


CO-AUTORES Os que, entre eles, repartem a tarefa, realizando cada
um uma parte necessária.

Quem comunica a ordem a ser executadas por


AUTOR DE ESCRITÓRIO outro autor direto culpável no marco de um aparato
ilícito de poder.

Quem sede outro que não realiza a conduta nem


AUTOR DE delito de mão própria; O extraneus que se vale de um
DETERMINAÇÃO intraneus num delito próprio, quando o intraneus atua
atípica ou justificadamente.

É sempre acessória. Teorias da acessoriedade.


PARTICIPAÇÃO Instigação, cumplicidade, auxilio.
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DAS PENAS
 A pena, segundo Soler, é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado,
através da ação penal, ao autor de uma infração penal, como
retribuição de um ato ilícito, consistente na diminuição de um bem
jurídico e cujo fim é evitar novos delitos.
 Ela está vinculada ao princípio da legalidade.
ESPÉCIES DAS PENAS ( ART 32 DO CP)
reclusão (regimes fechado, semi-aberto e aberto) e
Privativas de detenção (regimes semiaberto e aberto, podendo-se
liberdade transferir a regime fechado), conforme art. 33, CP.
Prestação pecuniária; perda de bens e valores; prestação
de serviço à comunidade ou a entidades públicas; interdição
Restritivas de Direitos temporária de direitos e limitação de fim de semana (art. 43,
CP). Elas são autônomas e substituem as privativas de
liberdade nos casos previstos no art. 44, CP.

Consiste no pagamento ao fundo penitenciário da


Pecuniária quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa, sendo,
no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-multa (art. 49,
CP).
As circunstâncias que sempre agravam a pena,
CIRCUNSTÂNCIAS quando não constituem ou qualificam o crime, estão
AGRAVANTES enumeradas no artigo 61 do CP.

CIRCUNSTÂNCIAS As circunstâncias que sempre atenuam a pena estão


ATENUANTES enumeradas no artigo 65 do CP.

CONCURSO DE CRIMES
 Ocorre quando uma pessoa, em uma mesma oportunidade ou em
ocasiões diversas, comete duas ou mais infrações penais que, de algum
modo, estejam ligadas por circunstâncias várias.
 O concurso de crimes, que não se confunde com a reincidência, origina
o concurso de penas.

ESPÉCIES
 concurso material
 formal
 crime continuado.
CONCURSO MATERIAL

Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido.

 Exemplo: Fulano, armado com um revolver, atira em Cicrano e depois atira em


Beltrano, ambos morrem.
CONCURSO FORMAL

Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica


dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade.

Exemplo: Agente A, com a intenção de tirar a vida da Agente B, grávida de 8


meses, desfere várias facadas em sua nuca, B e o bebê morrem.
POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ
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FUNDAMENTOS DO DIREITO
PENAL COMUM

CAP PM CARMOS
Bel em Segurança Pública
Bel em Direito
Psicopedagogo
CRIME CONTINUADO

Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas codições de
tempo, lugar, maneira de execução, e outras semelhantes, devem os
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Por exemplo: a empregada que furta toda semana da carteira da patroa


R$ 10,00.
As causas extintivas da punibilidade estão previstas no
artigo 107 do CP:

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Caput do artigo com redação dada


pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

I – pela morte do agente; (Inciso com redação dada pela Lei nº 7.209, de
11/7/1984)
II – pela anistia, graça ou indulto; (Inciso com redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso; (Inciso com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
 IV – pela prescrição, decadência ou perempção; (Inciso com redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
 V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada; (Inciso com redação dada pela Lei nº 7.209, de
11/7/1984)
 VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; (Inciso
com redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
 VII – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005)
 VIII – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 28/3/2005) IX – pelo perdão
judicial, nos casos previstos em lei.

OBSERVAÇÃO: Seus efeitos são a perda do jus puniendi do Estado, antes


da sentença final, e extinção do título penal executório ou a pena, após o
trânsito em julgado.
REVISÃO
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CAP PM CARMOS
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Psicopedagogo
CRIMES CONTRA A VIDA

 Homicidio-121;
 Induzimento, Instigação ou auxilio ao suicídio ou automutilação-122;
 Infanticidio-123;
 Aborto-124 a 128)

HOMICÍDIO SIMPLES

 Art. 121. Matar alguém:


 Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
 Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.
HOMICÍDIO QUALIFICADO

 § 2º Se o homicídio é cometido:

I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo


torpe;

II – por motivo fútil;

III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro


meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso


que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino;
Feminicídio (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
grau, em razão dessa condição: (Inciso acrescido pela Lei nº 13.142, de
6/7/2015)
VIII – (Vetado na Lei nº 13.964, de 24/12/2019)
 Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A. Considera-se que há razões de condição de sexo feminino


quando o crime envolve:
 I – violência doméstica e familiar;
 II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
HOMICÍDIO CULPOSO

§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão
em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze)
ou maior de 60 (sessenta) anos. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº
10.741, de 1º/10/2003, publicada no DOU de 3/10/2003, em vigor 90 dias
após a publicação)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
terço) até a metade se o crime for praticado: (Parágrafo
acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)

 I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;


(Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015)
 II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
(Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015, e com redação dada
pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
 III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.104, de 9/3/2015, e com redação
dada pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
 IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto
de 2006. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.771, de 19/12/2018)
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO OU A
AUTOMUTILAÇÃO

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar


automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
(Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Pena com redação
dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal


de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
13.968, de 26/12/2019)

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:


Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 13.968, de 26/12/2019)
§ 3º A pena é duplicada:
 I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
 II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência. (Parágrafo único transformado em § 3º e
com redação dada pela Lei nº 13.968, de 26/12/2019)

INFANTICÍDIO

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio


filho, durante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos. Aborto provocado pela gestante ou
com seu consentimento

Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho


provoque: (Vide ADPF nº 54/2004)
Pena – detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
 Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide
ADPF nº 54/2004)
 Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

FORMA QUALIFICADA

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas
de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
ABORTO NECESSÁRIO

Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:


 I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; (Vide ADPF nº
54/2004)

ABORTO NO CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ESTUPRO

 II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de


consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante
legal. (Vide ADPF nº 54/2004)
COMENTÁRIOS SOBRE A LEI 8.072/90 DE CRIMES HEDIONDOS
ATUALIZADA PELO PACOTE ANTICRIME(Lei 13.964/19)

A Lei 8.072/90, a qual dispõe sobre os Crimes Hediondos e que


foi atualizada recentemente pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/19).

CRIMES HEDIONDOS

 São aqueles considerados bárbaros, repugnantes, com requintes de


crueldade, sendo que, geralmente, quando cometidos,
geram comoção e indignação por parte da sociedade.
 Desse modo, o intuito da Lei de Crimes de Hediondos é penalizar, de
uma maneira mais severa, mais dura, os autores desses crimes
horrendos.
 Ela faz isso, por exemplo, através da redução de
alguns “privilégios” que normalmente um criminoso teria. Essas
situações serão discutidas mais adiante.
Os crimes de homicídio considerados hediondos são
apenas aqueles:
 praticados em atividade típica de grupo de extermínio;
 classificados como homicídio qualificado pelo Código Penal.

Como qualificado / hediondo, quando praticado:


 mediante recompensa;
 por motivo torpe ou fútil;
 com a utilização de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura;
 mediante emboscada;
 contra mulher por razões da sua condição de sexo
feminino (Feminicídio);
 contra autoridade ou agentes de segurança pública no exercício da
função.

OBSERVAÇÃO: Infanticídio, Homicídio Simples e Homicídio


Privilegiado- Qualificado NÃO são considerados crimes hediondos.
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LESÃO CORPORAL COMO CRIME HEDIONDO

Somente aquelas praticadas contra autoridades ou agentes de


segurança pública e seus familiares de maneira:
 Dolorosa e de natureza gravíssima;
 Ou quando a lesão corporal for seguida de morte.
Para uma lesão corporal ser considerada gravíssima, ela tem que
resultar em:
 Incapacidade permanente para o trabalho;
 Enfermidade incurável;
 Perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
 Deformidade permanente;
 Aborto.
Essa situação possui como objetivo preservar a vida dos agentes de
segurança e autoridades, uma vez que eles são muito visados por
criminosos devido à sua atuação profissional.
ESTUPRO
Essa lei classificou como crime hediondo todo e qualquer tipo de
estupro, seja ele contra vulneráveis ou não, não deixando margem para
nenhuma outra interpretação que pudesse favorecer o infrator.

EPIDEMIA
É caracterizado como crime hediondo se o infrator causar uma
epidemia através da propagação germes patogênicos, resultando em
morte de alguém.

FALSIFICAÇÃO DE PRODUTOS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS

É considerado crime hediondo quando um indivíduo falsifica ou


adultera produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais.

EXEMPLO: é a falsificação de vacinas contra a Covid-19, em que


pessoas podem ser falsamente vacinadas, fazendo com que elas acreditem
estar protegidas e imunes ao vírus.
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO DE
VULNERÁVEIS

Constitui crime hediondo qualquer forma de exploração


sexual de crianças, adolescentes ou vulneráveis, incluindo o
favorecimento da prostituição.

GENOCÍDIO

O genocídio, classificado como crime hediondo, ocorre quando


há assassinato, de maneira generalizada, de um grupo de pessoas por
motivos de intolerância racial, étnica, religiosa, de nacionalidade, entre
outros.
ATUALIZAÇÕES PELO PACOTE ANTICRIME (novos crimes
classificados como hediondos introduzidos pelo Pacote Anticrime (Lei
13.964/19):

ROUBO
 houve a retirada da expressão “Latrocínio” (apesar de ainda manter
essa conduta como crime hediondo);
 Não é todo tipo de roubo que é considerado hediondo, mas apenas
aqueles realizados:

 Com restrição de liberdade da vítima;


 Com emprego de arma de fogo;
 Com resultado lesão corporal grave ou morte (latrocínio).
EXTORSÃO
São apenas considerados hediondos:
 mediante restrição de liberdade (pacote anticrime);
 mediante sequestro;
 praticada com ocorrência de lesão corporal (pacote anticrime);
 com ocorrência de morte.

FURTO QUALIFICADO
 praticado com emprego de explosivo ou outro artefato similar;
OBS: O roubo com emprego de explosivo não é hediondo;

ARMAS DE FOGO
Foram enquadradas como hediondo:
 Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido;
 Comércio ilegal de armas de fogo;
 Tráfico Internacional de armas de fogo, acessórios ou munição.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

 Uma organização criminosa é a associação de 4 ou mais pessoas, de


maneira estruturada e ordenada, com o objetivo de obter
vantagens mediante práticas delituosas. Mas atenção, o crime de
organização criminosa apenas será considerado hediondo se ele estiver
direcionado para a prática de outros crimes hediondos.

 Assim, não será considerado hediondo caso haja o crime de


organização criminosa direcionado à pratica de crimes de estelionato
(que não é crime hediondo).
DISPOSIÇÕES GERAIS DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS

Os chamados crimes TTT (Tortura, Terrorismo e Tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas) são equiparados aos hediondos, ou seja, eles
também estão sujeitos à lei 8.072/90, salvo se leis específicas desses
crimes dispuserem de forma diversa.

OBSERVAÇÃO:
 Não há anistia, graça, indulto ou fiança para aqueles que praticam
crimes hediondos e equiparados (TTT);
 A prisão temporária terá um prazo de 30 dias (enquanto que a regra para
outros crimes é de 5 dias);
 A pena para crimes hediondos será cumprida inicialmente em regime
fechado. Mas fique atento, pois o STF declarou ser inconstitucional que
esse regime seja fixado de maneira automática.
 Há um prazo maior para o condenado conseguir um livramento
condicional (oportunidade de cumprir o restante da pena em liberdade),
que é o cumprimento de 2/3 da pena se for réu primário (em casos de
crimes não hediondos dolosos de réus primários é de apenas 1/3);
CAPÍTULO II – DAS LESÕES CORPORAIS

LESÃO CORPORAL

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE

§ 1º Se resulta:
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º SE RESULTA:
I – incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incurável;
III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função; (Retificado
no DOU de 3/1/1941)
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis


o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
DIMINUIÇÃO DE PENA

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor


social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Substituição da pena
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de
detenção pela de multa:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

LESÃO CORPORAL CULPOSA

§ 6º Se a lesão é culposa:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
MAUS-TRATOS

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou
custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de
meios de correção ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena – reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa


menor de catorze anos. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.069, de
13/7/1990, publicada no DOU de 16/7/1990, em vigor 90 dias após a
publicação)
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
CALÚNIA
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

DIFAMAÇÃO
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

EXCEÇÃO DA VERDADE
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido
é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

INJÚRIA
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
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DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Dos Crimes contra a Liberdade Pessoal Constrangimento ilegal

Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou


depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade
de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não
manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

AMEAÇA
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer
outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.
Sequestro e cárcere privado
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou
cárcere privado:
Pena – reclusão, de um a três anos.
TRÁFICO DE PESSOAS (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 13.344, de
6/10/2016, publicada no DOU de 7/10/2016, em vigor 45 dias após a
publicação)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar,


alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação,
fraude ou abuso, com a finalidade de:
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV – adoção ilegal; ou
V – exploração sexual:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra


a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o


emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

NÃO CONSTITUI CRIME:

I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar


prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

FURTO
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

FURTO QUALIFICADO

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é


cometido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.

DE COISA COMUM
Art. 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para
outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
ROUBO
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

EXTORSÃO
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO

Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos. (Pena com redação dada pela Lei
nº 8.072, de 25/7/1990)
DA USURPAÇÃO
ALTERAÇÃO DE LIMITES
Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal
indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte,
de coisa imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante
concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o
fim de esbulho possessório.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta
cominada.
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente
se procede mediante queixa.
DANO
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
I – com violência a pessoa ou grave ameaça;
II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave;
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços
públicos; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.531, de 7/12/2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem


consentimento de quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade


competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local


especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Apropriação indébita
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da


natureza
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro,
caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em
parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada


II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de
entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias.

ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil,
ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
RECEPTAÇÃO
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Caput do artigo com
redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)

Receptação qualificada (Nome jurídico com redação dada pela Lei nº


9.426, de 24/12/1996, retificada no DOU de 15/1/1997)

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,


desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Parágrafo com redação dada
pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996)
POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS
CFSD/2021

FUNDAMENTOS DO DIREITO
PENAL COMUM

CAP PM CARMOS
Bel em Segurança Pública
Bel em Direito
Psicopedagogo
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(Denominação do capítulo com redação dada pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)

ESTUPRO
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Caput do artigo com redação
dada pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)

VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE (Nome jurídico com redação


dada pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
manifestação de vontade da vítima:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
econômica, aplica-se também multa. (Artigo com redação dada pela Lei
nº 12.015, de 7/8/2009)
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 13.718,
de 24/9/2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.718, de 24/9/2018)

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 13.718,


de 24/9/2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.718, de 24/9/2018)
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
(Capítulo acrescido pela Lei nº 13.772, de 19/12/2018)

REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL (Nome


jurídico acrescido pela Lei nº 13.772, de 19/12/2018)

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,


conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo e privado sem autorização dos participantes:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em


fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
(Artigo acrescido pela Lei nº 13.772, de 19/12/2018)
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Denominação do capítulo com redação dada pela Lei nº 12.015, de
7/8/2009)

ESTUPRO DE VULNERÁVEL (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 12.015,


de 7/8/2009)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Caput do artigo acrescido
pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)

CORRUPÇÃO DE MENORES
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a
lascívia de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Caput do artigo com
redação dada pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)

Parágrafo único. (Vetado na Lei nº 12.015, de 7/8/2009)


SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU
ADOLESCENTE (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,


ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a
fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Artigo acrescido pela Lei
nº 12.015, de 7/8/2009)

FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE


EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE
VULNERÁVEL (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009, e
com redação dada pela Lei nº 12.978, de 21/5/2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar
que a abandone:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO
DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA
(Nome jurídico acrescido pela Lei nº 13.718, de 24/9/2018)

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive
por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça
apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima,
cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é
praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de
afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas


descritas no caput deste artigo em publicação de natureza
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção
de recurso que impossibilite a identificação da vítima,
ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
(dezoito) anos. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.718, de
24/9/2018)
DOS CRIMES PRATICADOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO

PECULATO
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE
1940 público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo


a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
PECULATO CULPOSO

§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a


sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM

Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de dados falsos
em sistema de informações (Nome jurídico acrescido pela Lei nº 9.983, de
14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor 90 dias após a
publicação)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Artigo acrescido


pela Lei nº 9.983, de 14/7/2000, publicada no DOU de 17/7/2000, em vigor
90 dias após a publicação)
CONCUSSÃO
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Pena com redação
dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na edição extra do DOU
de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)

EXCESSO DE EXAÇÃO
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Parágrafo com
redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. (Vide Lei nº 13.964, de
24/12/2019)
CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Pena com redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003)

FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO


Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Caput do artigo com
redação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990)
PREVARICAÇÃO
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de


cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com
o ambiente externo:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Artigo acrescido pela
Lei nº 11.466, de 28/3/2007)
POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS
CFSD/2021

FUNDAMENTOS DO DIREITO
PENAL COMUM

CAP PM CARMOS
Bel em Segurança Pública
Bel em Direito
Psicopedagogo
PRATICADO POR PARTICULAR

USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA

Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:


Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

RESISTÊNCIA
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a
quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos
DESOBEDIÊNCIA
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

DESACATO
Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão
dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (Nome jurídico com redação dada pela Lei nº


9.127, de 16/11/1995)
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena – Reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Artigo com
redação dada pela Lei nº 9.127, de 16/11/1995)
CORRUPÇÃO ATIVA

Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário


público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Pena com redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003)

Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da


vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
pratica infringindo dever funcional.
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente: (Caput do artigo com redação dada pela
Lei nº 10.028, de 19/10/2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO


Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência
de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
AUTO-ACUSAÇÃO FALSA
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou
praticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.

FUGA DE PESSOA PRESA OU SUBMETIDA A MEDIDA DE


SEGURANÇA

Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou


submetida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
DA EXECUÇÃO PENAL

A Lei das Execuções Penais destina-se a regular a execução das penas e das
medidas de segurança.
O Art. 1º da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984(Lei Federal), estabelece
que: "A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado".

O Art. 328 do Decreto Estadual nº 12.832, assim se refere aos


estabelecimentos penais:
"Para efeitos deste Decreto considera-se estabelecimentos penais:
I - Penitenciária;
II - Colônia agrícola, industrial e similar;
III - Casa de albergado;
IV - Centro de observação;
V - Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico;
VI - Cadeia pública.
Art. 330 - A penitenciária destina-se ao condenado à pena privativa de
liberdade, em regime fechado.
Art. 334 - A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se ao
cumprimento de pena em regime semi-aberto, onde os condenados
exercerão atividades de natureza agrícola, pastoril, pesqueira, industrial e
artesanal.
Art. 336 - A casa do albergado destina-se ao cumprimento de pena
privativa da liberdade. Em regime aberto, e de pena de limitação de fim de
semana.
Art. 342 - O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico destina-
se aos inimputáveis e semi-inimputáveis referidos no Art. 26 e seu
Parágrafo Único, do Código Penal.
Art. 345 - A cadeia pública destina-se ao recolhimento do preso
provisório.
ATUALIZAÇÕES

JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS E CRIMINAIS


Lei 9.099/95

CONTRAVENÇÕES PENAIS
Lei 3.688/41

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