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PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA: O Estado e o Direito não são fins e sim meios para a
realização da dignidade humana.
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE: O Direito Penal não incriminará aquele que praticar atitude que
não ofenda o bem jurídico.
Por esse princípio, não é possível punir a autolesão, por exemplo, não podendo o agente
cometer crime contra si mesmo.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: O Direito Penal não deve se ocupar com fatos irrisórios ou
bagatelas. Não deve ser acionado por conta de fatos sem relevância jurídica, os chamados
fatos atípicos.
Ou seja, só pode ser punido o ato que causar lesão efetiva e relevante ao bem jurídico.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: Só a lei pode determinar quais condutas serão tipificadas
como crimes.
PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM: Aplicável em matéria de eficácia de lei penal no tempo,
ou seja, a lei a ser aplicada é a lei vigente ao tempo do fato.
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO: O fato mais grave absorve outros menos graves. Isso quando
estes funcionam como meio necessário ou fase normal de preparação ou execução, ou mero
exaurimento de outro crime.
PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM: Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. A pena
cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas.
Ou nela é computada, quando idênticas.
FATO TÍPICO
O Crime é um fato típico que atenta contra a lei moral. É um ato antijurídico passível de
sanções penais previstas em lei.
São elementos do fato típico:
1. Conduta;
2. Resultado;
3. Nexo causal ou relação de causalidade;
4. Tipicidade.
CONDUTA: ação que é praticada por ser humano, é um ato voluntário e consciente. É a
maneira do ser humano agir em sociedade, com determinada finalidade. Depende da
voluntariedade, consciência, dolo ou culpa e ação ou omissão.
RESULTADO: delitos penais geram consequências jurídicas. Portanto, para que haja crime é
necessário que o resultado da conduta esteja previsto em lei.
NEXO DE CAUSALIDADE: é o elo entre a conduta e o resultado pretendido pelo agente
praticante da ação. Estabelecer nexo de causalidade nada mais é do que identificar qual é a
conduta que deve responder por um resultado.
TIPICIDADE: é o fato praticado que está previsto no CP. Se enquadra plenamente na
descrição penal. Trata-se de estabelecer a ligação fato-tipo (contido na norma penal
incriminadora), ou seja, é ligar a conduta praticada por alguém ao tipo penal.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Ilicitude (ou antijuridicidade) é a contradição do fato com o ordenamento jurídico, constituindo
a lesão de um interesse penalmente protegido.
As causas legais de exclusão da ilicitude estão no artigo 23 do Código Penal. Quando o agente
pratica o fato baseado em cada uma dessas circunstâncias, não há crime. Entenda cada uma
delas:
Estado de Necessidade: considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Legítima Defesa: entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Cumprimento do Dever Legal: é toda obrigação direta ou indiretamente derivada de lei em
sentido amplo. E se alguém age cumprindo estritamente esse dever legal, não poderá
responder por crime.
Exercício Regular de Direito: se o ordenamento jurídico atribui determinado direito a alguém
e esse o exerce regularmente, não haverá crime, estando excluída a ilicitude da conduta.
EXCESSO PUNÍVEL
Na modalidade culposa, o agredido, após cessar a injusta agressão, age de forma negligente,
imprudente ou imperita e, dessa forma, dá continuidade à sua “defesa”. Já na modalidade
dolosa, o agredido decide por vontade livre e consciente continuar a “defesa” após cessada a
injusta agressão.
INQUÉRITO POLICIAL
ORIGEM
Grécia antiga (Atenas) – apuração probidade individual e familiar dos magistrados Roma –
“inquisito” poder dado à vítima pelo magistrado para investigar o crime “O surgimento do
inquérito no direito brasileiro se deu com a reforma processual de 1871, por meio da Lei nº
2.003, cujo regulamento nº 4.828, em seu art. 42, estabelecia que o inquérito consiste na
realização de “todas as diligências necessárias para o descobrimento dos factos criminosos, de
suas circunstâncias e dos seus autores e cúmplices”. Por meio da reforma processual de 1871,
o processo penal brasileiro rompeu com o “policialismo judiciário” que havia se instalado 30
anos antes, em 1841, e que atribuía funções judiciárias à polícia. Assim, com a reforma
processual, a polícia assumiu funções puramente investigatórias, desenvolvidas no âmbito
desse procedimento que passou a se chamar inquérito policial”.
NATUREZA
Trata-se de uma instrução provisória, preparatória e informativa, em que se colhem elementos
por vezes difíceis de obter na instrução judiciária, como auto de flagrante, exames periciais,
entre outros.
CONCEITO
O inquérito policial é um procedimento administrativo informativo, destinado a apurar a
existência de infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal disponha de
elementos suficientes para promovê-la.
FINALIDADE
Seu destinatário imediato é o Ministério Público (nos crimes de ação penal pública) ou o
ofendido (nos crimes de ação penal privada), que com ele formam a sua opinio delicti para a
propositura da denúncia ou queixa. Por outro lado, o inquérito tem como destinatário mediato o
Juiz, que nele também pode encontrar fundamentos para julgar.
O inquérito policial não se confunde com a instrução criminal. Por essa razão, não se aplicam
ao inquérito os princípios do processo penal, nem mesmo o contraditório, pois o inquérito não
tem finalidade punitiva, mas apenas investigativa. O que se assegura, unicamente, é a
possibilidade da vítima e do indiciado fazerem requerimentos ao delegado, as quais poderão
ou não ser atendidos.
CARACTERÍSTICAS
O inquérito policial é: obs: sempre de caráter INQUISITIVO
CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTO
O inquérito policial é uma atividade investigatória feita por órgãos oficiais, não podendo ficar a
cargo do particular, ainda que a titularidade da ação penal seja atribuída ao ofendido. Parte do
princípio da legalidade ou obrigatoriedade da ação penal pública.
TITULARIDADE
O inquérito policial é um procedimento administrativo que tem como objetivo a apuração da
existência de uma infração para preparar uma possível ação penal. O objetivo é encontrar
indícios de autoria e materialidade do crime.
GRAU DE COGNIÇÃO
No processo penal há três diferentes níveis de cognição, segundo se busque um juízo de
possibilidade, de probabilidade ou de certeza.
Já para o início de uma ação penal, é necessário tão somente um juízo de probabilidade, que
seria o predomínio das razões positivas que afirmam a existência do delito e sua autoria.
VALOR PROBATÓRIO
Há duas correntes:
1ª CORRENTE: apenas uma peça meramente informativa, o qual coloca o Ministério Público
ao par do fato delituoso.
2ª CORRENTE: o juiz pode basear o seu livre convencimento nas peças do inquérito, no
entanto, existe necessidade de que o mesmo tenha sido bem elaborado, com os atos
investigatórios realizados de maneira legal, sem falhas e omissões. As provas colhidas na fase
policial, porém, serviram de base ao livre convencimento do juiz, no entanto, não poderão
entrar em contradição com as provas colhidas na instrução.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO
O inquérito policial é instaurado quando existe a notícia de um crime (vítima ou terceiro
informa) e em casos de flagrante delito. Este não será instaurado nos crimes de ação pública
condicionada a representação ou privada quando não houver iniciativa do ofendido.
NOTITIA CRIMINIS
A Notitia Criminis é o meio pelo qual a autoridade policial toma ciência de um delito e, em
consequência, instaura o inquérito policial. O conhecimento se dá através de denúncia
anônima, notícias ou informações da própria polícia, ou ainda quando um juiz faz uma
requisição para a sua instauração.
DELATIO CRIMINIS
Trata-se de uma espécie de notitia criminis, consubstanciada pela comunicação de uma
infração penal feita à autoridade policial por qualquer pessoa do povo.
PROCEDIMENTO INVESTIGATIVOS
Diante da notitia criminis, a autoridade policial deverá instaurar o inquérito policial para
investigação do crime. A existência de causa excludente de antijuridicidade não impede a
instauração. A antijuridicidade só poderá ser apreciada após a denúncia, ou quando da
oportunidade para seu oferecimento, não sendo lícito antes disso trancar-se o inquérito policial
sob alegação de que a prova nele produzida induz a inexistência de relação jurídico-material,
em verdadeiro julgamento antecipado do indiciado.
INDICIAMENTO
Indiciamento nada mais é do que o juízo de valor da Autoridade Policial sobre determinada
infração penal atribuindo-a ao investigado que, a partir desse momento, passa a figurar a
condição de "indiciado". Numa definição mais técnica indiciar é atribuir a autoria (ou
participação) de uma infração penal a uma pessoa.
garantias do investigado.
O Inquérito Policial garante ao investigado direito de não ser submetido a um processo criminal
infundado. Trata se de uma arma contra as ações penais temerárias atendendo aos
mandamentos constitucionais
CONCLUSÃO
Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se concluídas as investigações, o inquérito
policial será encerrado e encaminhado ao juiz. A autoridade fará minucioso relatório do que
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
PROVA
A prova é o ato que busca comprovar a verdade dos fatos, afim de instruir o julgador. Busca
reconstruir um fato passado, através das provas, buscando a verdade dos fatos.
É todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. Sua
finalidade, no processo, é influenciar no convencimento do julgador. Elemento de prova: todos
os fatos ou circunstâncias em que reside a convicção do juiz (Tourinho).
DOCUMENTOS DA PROVA
A prova documental, na própria redação do caput do art. 232 do Código de Processo Penal,
seriam “documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares”.
ACAREÇÃO
A acareação é um procedimento previsto tanto no Código de Processo Civil quanto no Código
de Processo Penal, cuja finalidade é a apuração da verdade, por meio do confronto entre
partes, testemunhas ou outros participantes de processo judicial, que prestaram informações
prévias divergentes.
INDÍCIOS
Segundo o Código de Processo Penal, considera-se indício a circunstância conhecida e
provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra
ou outras circunstâncias.
BUSCA E APREENSÃO
A busca e apreensão é uma medida cautelar que tem como objetivo colher provas para
o processo penal afim de se chegar à verdade material. A maioria dos doutrinadores
consideram busca e apreensão como um único instituto.
RESTRIÇÃO DA LIBERDADE
A restrição da liberdade é uma medida nas ações penais, mas que devem ser aplicadas
motivadamente. Ou seja, precisam atender às condições legais e às finalidades do sistema
penal, não obstante devam observar os direitos e garantias fundamentais.
PRISÃO EM FLAGRANTE
A prisão em flagrante delito é uma das espécies de prisões processuais. Ou seja, uma das
medidas assecuratórias do processo. Contudo, é preciso, antes, observar as configurações do
flagrante delito, como exposto no Código de Processo Penal. Do mesmo modo, é preciso
identificar quem é o sujeito competente para a efetivação da prisão e qual o procedimento a ser
seguido.