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Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho /

Introdução à Engenharia de Segurança …


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Começamos esta matéria entendendo o que foi o prevencionismo e a importância da atual Prevenção de Acidentes. Para isso, vamos rever a
história e contá-la mostrando alguns fatos ocorridos.

Durante a revolução industrial, alguns capitalistas tomaram a decisão da aquisição de máquinas e, para este propósito, tiveram que empregar
novos funcionários para fazer com que essas máquinas funcionassem.

Os empresários buscavam uma escala maior na produção, aumentando os níveis de produtos fabricados.

Dentro dos processos produtivos, tal trabalho era, então, executado por empregados homens, mulheres e uma parte por crianças, sem o mí-
nimo cuidado com as doenças e o estado físico dessas pessoas, de um modo geral.

O capitalista da época pensava que tal mão de obra extremamente barata traria alto benefício econômico, mesmo que não houvesse o menor
caráter humano em suas condições laborais. Muitas mortes e graves acidentes foram relatados, sem nenhum efeito que pudesse mostrar uma
preocupação ou uma análise de melhoria.

Relatos e anotações da época mostravam que tais funções eram desempenhadas em locais totalmente insalubres, muitos deles fechados e
com alto índice de barulho ocasionado por máquinas. Diversas lesões devido ao trabalho por repetição aconteciam, mas nada se fazia para
entender ou melhorar tais processos. Com isso, índices alarmantes de doenças funcionais ocasionadas pelas atividades começaram a
aumentar.

Se fazia neste momento uma seleção de trabalhadores, em que somente os mais fortes iriam sobreviver.

Um fato marcante da época foi quando Friedrich Engels, que foi um empresário e teórico revolucionário, numa visita à Inglaterra, no ano de
1844, relatou que a sua visão dos empregados que ali estavam se assemelhava a soldados que tinham regressado de uma guerra ou um
quase massacre.

Ele relatou em diversos documentos que nunca tinha presenciado tantos homens vagando pelas cidades em total flagelo de saúde, na sua
maioria desempregados. Constatou muitos problemas motores e que grande parte deles apresentavam deformidades físicas.

Se dava ali, naquele momento, um grande “combate” entre as máquinas e as condições subumanas nas quais os empregados eram obrigados
a trabalhar. Outra constatação bem marcante da época era que a valorização do bom empregado era aquela que, sem reclamar, desempe-
nhava suas tarefas, mesmo colocando suas vidas em risco iminente.

Quando se tocava nos assuntos de prevenção, tal fato era tido como um sinal de rebeldia ou até mesmo de fraqueza física do empregado.

Nem os capitalistas e muito menos os empregados da época tinham a real noção social do significado de um acidente de trabalho ou lesões
de qualquer tipo. 

Tais situações eram tão rudimentares e sem sentido neste caminho que começou a criar uma indignação da própria sociedade da época.
Começou, então, a existir movimentos contra a não proteção do trabalhador.

Podemos relatar que um fato também de vulto histórico ocorreu em 1802, ainda na Inglaterra. Foi emitido um documento em forma de lei tra-
tando da prevenção da saúde e da moral de aprendizes e de outros empregados de setores produtivos da indústria. Neste momento, se insti-
tuiu que inspeções contrastes iriam existir, ficando tal função para os magistrados e para o clero.

Outro fato no âmbito prevencionista aconteceu no ano de 1833, em que as obrigações de inspeção seriam feitas pelo governo. Isso acabou
gerando outros marcos nesta luta por melhores condições de trabalho. No ano de 1844, uma nova cláusula foi inserida, tornando obrigatório o
uso de proteção no maquinário e a anotação dos acidentes ocorridos. 

Neste mesmo século, outros locais que passavam por suas próprias “revoluções industriais” também começaram a se voltar para o prevencio-
nismo. Na França surgiu a 1ª associação de prevenção para o âmbito industrial.

Um grande expoente dentro desta linha de defesa foi Engelbert Dollfuss, um grande defensor de princípios morais e éticos, que constante-
mente citava: “O empregador deve mais do que salários aos seus empregados. É seu dever zelar por condições físicas e morais e esta obriga-
Próxima
ção, puramente moral, que não pode ser substituída por qualquer espécie de remuneração, deverá ter preferência sobre outras considerações
de interesse privado”.

Pelo lado Norte Americano, toda a ideia de “Revolução Industrial” começou mais tarde, e um fato ocorrido refere-se ao 1º ato de governo, que
colocou diretrizes na prevenção de acidentes na indústria. Este fato se deu em forma de lei, em 1877, e em seu texto se exigia a forma correta
de manuseio de protetores sobre correias de transmissão, guardas sobre eixos e engrenagens expostas. Trazia, ainda, um destaque sobre a
organização e limpeza das máquinas que estavam em pleno funcionamento.

Outro fato importante na lei foi o destaque dado para as saídas de emergências, tomando-se ações para evacuação em casos de incêndios ou
outra qualquer emergência. Estava, neste momento, sendo iniciada a linha do prevencionismo norte americano.

Outros fatos ainda podem ser citados na narrativa de dados e momentos históricos, como a criação da Organização Internacional do Trabalho
(OIT). Dentro da OIT, na convenção de número 176, aborda-se dentro da linha do trabalho em minas o prevencionismo e salienta-se outras
convenções, como a convenção sobre a abolição do trabalho forçado, entre outras.

No Brasil, temos hoje em nossa Constituição Federal leis que abordam claramente o prevencionismo com uma distinta demonstração de preo-
cupação com a segurança dos trabalhadores. Podemos encontrar artigos como o XXXIII onde se diz: “- proibição de trabalho noturno, perigoso
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)”.

É necessário que conheçamos a Constituição Federal para que nela a área de engenharia de segurança do trabalho possa estar sempre regu-
lamentada na forma da lei.

 
 
Atividade extra

 
O vídeo de hoje foi preparado especialmente para você que sempre teve dúvidas sobre o que é acidente de trabalho e quer saber sobre as re-
percussões desse evento para a empresa e o trabalhador. Disponível em: https://youtu.be/YlWOToqX0LQ.

 
 
Referência Bibliográfica

 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos -
Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande, 2002.

FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet. Acidentes Industriais Ampliados. Rio de
Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.

SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. Textos básicos para estudantes. São Paulo:
Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage prevention in open – CUT CONSTRUCTION. Boston:
Wright e Potter Printing Company, 1949.

Próxima
Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry. Massachusetts: American Mutual Liability
Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio
de Janeiro: Editora Interciência Ltda, s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro – 1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo: Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais. Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena
Empresa, Manuais CNI. Rio de Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.
Estranhou essa explicação?

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História da OIT

No ano de 1931, Albert Thomas, que até então tinha forte presença dentro da Organização Internacional do Trabalho (OIT), faleceu. Sendo as-
sim, Harold Butler, que veio a sucedê-lo, começou a sua gestão com fortes problemas em suas mãos, como o desemprego, que assolava o
mundo, momento este que foi denominado pelos historiadores de “a grande depressão”. Dentro deste cenário, a OIT adota um mínimo de pro-
teção para aqueles que estavam sem emprego.  Neste cenário, a OIT é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na
qual vários representantes dos governos, assim como as organizações de empregadores e também dos trabalhadores de mais de cento e oi-
tenta e sete Estados-membros, participam em total situação de igualdade dentre as instâncias da Organização.

Desde a sua criação, os membros tripartites da OIT adotaram 189 Convenções Internacionais de Trabalho e 205 recomendações sobre diver-
sos temas (emprego, proteção social, recursos humanos, saúde e segurança no trabalho, trabalho marítimo, etc.).

Na primeira Conferência Internacional do Trabalho, realizada em 1919, a OIT adotou seis convenções. A primeira delas respondia a uma das
principais reivindicações do movimento sindical e operário do final do século XIX e começo do século XX: a limitação da jornada de trabalho a
8 horas diárias e 48 horas semanais. As outras convenções adotadas nessa ocasião referem-se à proteção à maternidade, à luta contra o de-
semprego, à definição da idade mínima de 14 anos para o trabalho na indústria e à proibição do trabalho noturno de mulheres e menores de
18 anos.

Uma das maiores discussões envolve trabalho infantil e, neste caso, trouxemos o que a constituição diz a respeito.

 
Dentro dos avanços da OIT existem diversas convenções

Vou colocar algumas para que possamos conhecer melhor este tema e façamos as correlações com nossas leis e dispositivos legais. Além
disso tais convenções podem ter inúmeros avanços na nesta área.

Uma delas é a convenção 148, que foi criada dentro do princípio legislativo da adoção de medidas no âmbito do trabalho. Tais linhas visam li-
mitar os riscos aos quais os profissionais pudessem estar expostos. Podemos destacar condições insalubres ou perigosas como as mais
importantes.

Neste tema podemos pontuar a convenção 148 como um grande avanço de doenças laborais, além, é claro,  da prevenção e proteção.  Esta
convenção trata de assuntos como contaminação do ar, ruídos e vibrações.

Quando falamos de doenças precisamos ir além e pesquisar mais sobre este assunto, que é amplamente discutido e atualizado pelos organis-
mos de proteção ao trabalhador. Dentro das questões ambientais, o ruído e o chumbo podem ser agentes de extremo perigo quando falamos
da perda de audição. O chumbo está presente na vida dos trabalhadores e em grandes indústrias, expondo os trabalhadores a riscos e con-
sequências incalculáveis.

Outra convenção bastante celebrada foi a de número 136, que teve sua recomendação em texto afirmado na Recomendação n° 144, da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nela iremos encontrar o enunciado da "Proteção contra os Riscos de Intoxicação Provocados
pelo Benzeno", que no ano de 1930 foram adotados dentro da 56ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho.

 
A convenção 155 pode ser encontrada dentro de suas relações em nossa própria Constituição Federal.

Nesta convenção está escrita a importância da participação da União e também dos empregados e empregadores na elaboração das SST.

Vale lembrar que a sigla SST significa Segurança e Saúde no Trabalho e tem como base inúmeras normas e procedimentos, que estão sendo
exigidos dentro da lei aos seus empregados e colaboradores de uma empresa.

O Brasil, antes mesmo de algumas convenções terem seus textos aprovados, já começava a despontar criando as NR, fato este gerado em
1978 dentro da portaria n 3.214, que veio inclusive alterar a CLT em alguns capítulos sobre a segurança e medicina do trabalho. Podemos,

Próxima
ainda, mencionar que a Convenção 155, anteriormente referida, trata e enfatiza a participação do governo como também de empregadores e
empregados na elaboração da política sobre Segurança e saúde do trabalho juntamente com a preocupação com o meio ambiente.

Observamos que a Engenharia de Segurança do Trabalho possui forte embasamento dentro da Constituição Federal Brasileira. Nela podemos
destacar alguns assuntos de correspondência. Tais como:

A Constituição Federal diz que: “A duração da jornada de trabalho do menor não sofre limitações: submete-se aos mesmos princípios gerais,
sendo, portanto, no máximo de 8 horas diárias ou 44 horas semanais (art. 411, CLT c.c. 7º, XIII, CF/88). É vedada a prorrogação da jornada
diária de trabalho ao menor para cumprir horas extraordinárias destinadas às exigências rotineiras da empresa. Dispõe o artigo 414 da CLT
que quando "o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas". Esta
é uma particularidade que caracteriza a limitação da jornada máxima de trabalho do menor. Ao ser contratado para um segundo emprego, o
menor não poderá cumprir nele o mesmo número de horas, a não ser aquelas disponíveis para completar ao todo, incluídas as horas em que
já estiver prestando serviços em outro emprego, 8 horas”.

 
Sendo assim, existe uma justificativa da necessidade da manutenção da escolaridade do menor, que precisará de um tempo para que não
haja sobrecarga de trabalho.

Dentro do código de leis trabalhistas, o artigo 427 diz que: “O empregador é obrigado a conceder ao menor o tempo necessário para a
frequência às aulas conforme estipulado” (CLT, art. 427). Não obstante, o artigo ainda menciona que, os estabelecimentos situados em lugar
onde a escola estiver a distância maior que dois quilômetros e que ocuparem, permanentemente, mais de 30 menores analfabetos, de 14 e 18
anos, serão obrigados a manter local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução primária.

Não podemos deixar de mencionar que no Brasil, até 1930, existiam três leis e um decreto pertinentes ao Seguro Social dos Trabalhadores.
Podemos colocá-los na seguinte ordem:

1. Lei nº. 3724, de 15/01/19, sobre acidentes do trabalho, tornando compulsório o seguro contra o risco profissional;
2. Decreto nº. 16027, de 30/04/23, que criou o Conselho Nacional do Trabalho;
3. Lei nº. 4682, de 24/01/23, que instituiu uma Caixa de Aposentadoria e pensões;
4. Lei nº. 5109, de 20/12/26, que estendeu o regime das Caixas de Aposentadoria às empresas portuárias.
Então, no ano de 1941, um fato que estava sendo motivado e pressionado pelos mais diversos setores privados aconteceu: foi criada a
Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes (ABPA). Neste ano ocorreu uma grande transformação dentro da engenharia de segu-
rança do trabalho, de modo que a mesma se transformou e começou atuar de uma maneira muito mais sobressalente.

Em 1972, outro grande momento para a Engenharia de Segurança do Trabalho se deu. Foi criado o que se denominou de Plano de
Valorização do Trabalhador, no qual podemos já enxergar itens tais como higiene e segurança, assim como os serviços médicos, que passa-
riam a ser obrigatórios em todas as empresas.

 
Agora vamos fixar o que aprendemos até aqui? Claro de forma Descomplicada!

 
 
Atividade extra

 
Assista ao vídeo: La labor de la OIT: https://youtu.be/VzXwkDHtRXc.

 
 
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Referência Bibliográfica

 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos -
Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande, 2002.

FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet. Acidentes Industriais Ampliados. Rio de
Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.

SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. Textos básicos para estudantes. São Paulo:
Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage prevention in open – CUT CONSTRUCTION. Boston:
Wright e Potter Printing Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry. Massachusetts: American Mutual Liability
Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio
de Janeiro: Editora Interciência Ltda, s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro – 1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo: Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais. Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena
Empresa, Manuais CNI. Rio de Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a. Estranhou essa explicação?

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Evolução da engenharia de segurança

Vamos entender e mostrar que no cenário das mais diversas revoluções industriais tudo se dá ao final do século 18 e se estende até o início do
19. Grandes mudanças aconteceram nas indústrias e na forma de mecanização. A mecanização sempre foi uma forte razão pela qual a agri-
cultura começou a ser substituída pela indústria e, neste contexto, a engenharia de segurança precisou ganhar força.

Por mais tempo, porém, nas indústrias, a segurança foi considerada estritamente como um trabalho de engenharia mecânica, referente ao res-
guardo de correias e engrenagens; à remoção de parafusos com ângulos cortantes e à melhoria das condições físicas. A preocupação com a
segurança e a prevenção de acidentes ainda era uma necessidade, porque a ocorrência de acidentes continuava assustadoramente alta.
Ficava cada vez mais claro que os acidentes não podiam ser prevenidos por um único método ou por um indivíduo somente, mas sentia-se a
necessidade de cristalizar todas as iniciativas em torno de um centro especializado de orientação.

Diante disso, realizou-se seminários, encontros e reuniões para chegar a estudos dentro da prevenção de acidentes, neste momento inclusive
foi criado ao que hoje se denomina em inglês “National Council for Industrial Safety" (NCIS), ou seja o Conselho Nacional para Segurança
Industrial, criado na cidade de Chicago, em 1913.

 
Este se tornou o centro do prevencionismo mundial pelos ensinamentos e linhas básicas da prevenção de acidentes, criando metas e traba-
lhando na divulgação de estatísticas precisas em jornais e revistas especializadas.

Se formos afunilando ainda mais na América Latina, onde a industrialização iniciou seu ciclo de desenvolvimento somente no século 20, tal as-
sunto prevencionista começou mais tardiamente. No ano 35, em Cuba, foi fundado o "Conselho Nacional para a Prevenção de Acidentes".
Depois, em 1938, foi fundado em New York, U.S.A., o "Consejo Inter-Americano de Seguridad", que vem dedicando suas atividades à preven-
ção de acidentes na América Latina.

No Brasil, a primeira lei contra acidentes, lei 3.724 de 15.01.1919, impunha regulamentos prevencionistas ao setor ferroviário, já que nessa
época eram praticamente inexistentes outros empreendimentos industriais de vulto.

Em 34 aconteceu um marco em nossa história, pois foi nele que surgiu a nossa lei trabalhista, que colocou nosso país à frente em matéria de
legislação social avançada.

O decreto 24.637, de 1934, criou uma regulamentação bastante ampla, no que se refere à prevenção de acidentes. O decreto 7.036, de 1964,
veio para atualizar as leis anteriores. Decretos e portarias adicionais findaram em uma regulamentação de forma mais ampla e abrangente
dentro do campo da segurança e higiene industrial. Tal fato colocou nosso país dentro de uma linha de total prevencionismo.

Ao mencionar o setor privado, os primeiros passos foram dados em 41, com a criação da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes
(ABPA), por um grupo de pioneiros e sob os indicações de algumas empresas, entre as quais, a Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas
Brasileiras, a serviços Hollerith S.A., e a companhia Nacional de Cimento Portland, sob a forma de sociedade civil

 
VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE TÉCNICOS DE SEGURANÇA?

Vamos aqui colocar o que diz a lei para que não tenhamos dúvidas o que são as responsabilidades do Técnico de segurança conforme a
Portaria nº 3.275, de 21-9-1989, que define as atividades do Técnico em Segurança do Trabalho, suas principais atividades são:

 
“Considerando o disposto no art. 6º do Decreto nº 92.530, de 09 de abril de 1986, que delega ao Ministério do Trabalho a competência para
definir as atividades do Técnico de Segurança do Trabalho, resolve:

Art. 1º As atividades do Técnico de Segurança do Trabalho são as seguintes:

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I - informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes nos ambientes de trabalho, bem como orientá-lo sobre as me-
didas de eliminação e neutralização;

II - informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e neutralização;

III - analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do traba-
lho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle;

IV - executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados alcançados, adequando-os às estratégias utilizadas
de maneira a integrar o processo prevencionista em uma planificação, beneficiando o trabalhador;

V - executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos ambientes de trabalho com a partici-
pação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constante atualização dos mesmos e estabele-
cendo procedimentos a serem seguidos;

VI - promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outros recursos de ordem didática e pe-
dagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencionistas, vi-
sando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;

VII - executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjos físicos e de fluxos, com vistas à ob-
servância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por terceiros;

VIII - encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísticos, resultados de análises e avalia-
ções, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação para conhecimento e autodesenvolvimento do trabalhador;

IX - indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e didáticos e outros materiais considerados
indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando seu
desempenho;

X - cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resíduos industriais, incentivando e cons-
cientizando o trabalhador da sua importância para a vida;

XI - orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segurança e higiene do trabalho previstos
na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço;

XII - executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas, observando dispositivos legais
e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições
do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores;

XIII - levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, calcular a freqüência e a gravidade
destes para ajustes das ações prevencionistas, normas, regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção cole-
tiva e individual;

XIV - articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de
riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas de prevenção a nível de pessoal;

XV - informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres, perigosas e penosas existentes na empresa, seus riscos espe-
cíficos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos;

XVI - avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a organização do trabalho de forma
segura para o trabalhador;

XVII - articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;

XVIII - participar de seminários, treinamentos, congressos e cursos visando o intercâmbio e o aperfeiçoamento profissional.”.

 
 
Atividade extra Próxima
 
Veja a palestra Segurança no Trabalho - Mágica & Humor! - Eduardo Peres. Link: https://youtu.be/egRODz6yipY.

 
 
Referência Bibliográfica
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos -
Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande, 2002.

FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet. Acidentes Industriais Ampliados. Rio de
Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.

SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. Textos básicos para estudantes. São Paulo:
Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage prevention in open – CUT CONSTRUCTION. Boston:
Wright e Potter Printing Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry. Massachusetts: American Mutual Liability
Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio
de Janeiro: Editora Interciência Ltda, s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro – 1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo: Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais. Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena
Empresa, Manuais CNI. Rio de Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.

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Para descomplicar a profissão do Engenheiro de segurança, podemos dizer que eles


devem garantir o bem-estar das pessoas e da propriedade. Esses profissionais combi-
nam o conhecimento de uma disciplina de engenharia, bem como as regulamentações
de saúde ou segurança que visam manter os ambientes de trabalho e as pessoas prote-
gidos de perigos. O trabalho dos engenheiros de segurança é ajudar os empregadores
a reduzirem os custos de seguro e cumprir as leis e regulamentos relacionados à saúde
e segurança.

Claro que, como em toda profissão, existem linhas de atividades e na área de engenha-
ria isso não poderia ser diferente.

 
Vamos falar de Credenciais?

Um diploma de bacharel em uma disciplina de engenharia ou arquitetura de um pro-


grama educacional credenciado pelo Conselho de Credenciamento de Engenharia e
Tecnologia é o requisito geral para se tornar um engenheiro de segurança. Alguns pro-
gramas credenciados resultam em um diploma de bacharel em segurança ocupacional
e saúde ambiental. A obtenção de credenciais administradas pelo Conselho de
Profissionais de engenharia também pode aumentar as oportunidades de emprego.

Saúde e segurança são uma parte fundamental de nossas vidas hoje. As empresas são
obrigadas a proteger a saúde de seus funcionários, colocando sistemas e implantando
novas tecnologias. Na prática as empresas mitigam as ações humanas no meio ambi-
ente e fazem tudo o que podem para garantir que o mundo ao seu redor seja um lugar
seguro. Os gerentes de saúde e segurança têm a tarefa de garantir que os ambientes
ao nosso redor sejam seguros para tudo e todos.

Os engenheiros de saúde e segurança, por outro lado, projetam ambientes, sistemas,


Próxima de problemas. Eles
tecnologia, processos e procedimentos para minimizar o potencial
preenchem a lacuna entre engenharia, pesquisa e desenvolvimento (P & D) e saúde e
segurança, para promover boas práticas - seja em locais de trabalho, em casa ou em
um ambiente aberto.

Eles também trabalham consultando instrutores de saúde e segurança no local de tra-


balho, para examinar as melhorias e explicar os sistemas que eles projetaram. Como
engenheiros, eles podem trabalhar em quase qualquer lugar, dependendo de sua for-
mação e do seu treinamento. São proativos em vez de reativos, o que significa que tra-
balham para antecipar e prever problemas potenciais com as tecnologias existentes.
Tem como função planejar e executar a instalação de dispositivos de segurança em am-
bientes, mantê-los, substituí-los e atualizá-los, quando necessário.

O campo da engenharia de segurança é muito amplo e apresenta uma diversidade ab-


surda nos dias de hoje. Os engenheiros de segurança geralmente se especializam em
uma indústria ou disciplina específica, como segurança industrial, de produtos, de siste-
mas, de saúde, ocupacional ou ambiental.

Enquanto os engenheiros de segurança, dentro do campo industrial, podem e devem


garantir a segurança dos equipamentos e instalações de fabricação. Aqueles que traba-
lham na disciplina de segurança ocupacional tem a função de garantir que os ambientes
de trabalho sejam seguros para os funcionários. Hoje temos visto muitas empresas se
preocupando com este tipo de tarefa dentro da engenharia de segurança.

Já falando em produtos, os engenheiros podem e ajudam com o projeto de produtos e


investigam problemas com o uso de tecnologia de novos produtos para garantir que se-
jam seguros para uso. Hoje em dia quem está nesta linha de trabalho e na disciplina de
segurança ambiental fiscaliza e procura melhorar inclusive a qualidade do ar e da água.

 
Agora como tudo isso se originou?

Se existe um começo, podemos trabalhar com a ideia que foi a partir do século XVII,
quando o médico um famoso Bernadino Ramazzini tratou de pesquisar este assunto e
os demais que tratavam do tema da segurança do trabalho.

Próxima
Em meados de 1700, o livro “A doença dos trabalhadores”, que hoje ainda é bastante
estudado, foi o pontapé inicial para que dezenas de doenças sejam correlacionadas às
profissões listadas.

E se voltarmos mais um pouco e tentarmos entender como a falta de segurança afetava


nossas vidas, vamos retornar para a Revolução industrial, visto que foi nesse momento
a proteção dos trabalhadores, e também de pessoas comuns, contra danos causados
pelas máquinas entrou em pauta. Assim, tornou-se o foco de diferentes campos da en-
genharia a partir do século XIX.

No começo da revolução industrial (RI), que aconteceu entre 1750-1850, os grandes en-
genheiros, como é usado o termo hoje, devotaram seus esforços quase inteiramente
para fazer dispositivos que funcionassem de maneira confiável e lucrativa, mas com
pouca atenção à segurança. Que bom que isso hoje mudou, não é?

Vou dar um exemplo que vai descomplicar ainda mais este assunto. Você sabe quem foi
James Watt (1736–1819)? Ele foi chamado inventor da máquina a vapor e, apesar de
introduzir inúmeras melhorias na máquina a vapor Newcomen, Watt intencionalmente
resistiu a construir uma máquina de alta pressão por causa dos perigos que represen-
tava para quem trabalharia com ela.

Imagine agora nas grandes construções ao redor do mundo se isso naquela época não
tivesse sido feito.

Além de Watt, Richard Trevithick (1771-1833) e Matthew Boulton pediram então à alta
corte e ao Parlamento Inglês que aprovassem uma lei proibindo o uso de máquinas a
vapor de alta pressão, visto que essas consistiam num perigo público.

Com isso, na segunda geração de energia a vapor para ferrovias e barcos a vapor, os
grandes mestres começaram suas pesquisas para desenvolver inovações a fim de evi-
tar explosões de caldeiras, mutilações do guarda-freio e destroços, que poderiam cau-
sar inúmeras perdas de vidas.

Além disso, outro marco da Revolução industrial foi a introdução, em larga escala, de
resíduos gerados nos grandes centros urbanos, assim como a poluição do solo e das
águas. Esses impactos, até os dias de hoje, fazem parte da linha de atuação e preven-
ção da engenharia de segurança do trabalho e da engenhariaPróxima
ambiental.
Em Life on the Mississippi (1883), um livro que vale a pena ler, Mark Twain descreveu
em detalhes a explosão de navios a vapor e a resultante morte e ferimentos de vários
passageiros. Também aborda como as fábricas sujeitam os trabalhadores, e muitas ve-
zes a população que vivia nas proximidades, a acidentes industriais, gases tóxicos e até
a perda de audição.

Mas tudo muda né? E mudou para o nosso bem pois, ao longo do século XIX, a prote-
ção e a segurança humana tornou-se uma prioridade para engenheiros, empresas e,
por fim, para os governos. Uma curiosidade é que o primeiro contrato de pesquisa cien-
tífica foi emitido para o Instituto Franklin da Filadélfia, em 1830, para investigar as cau-
sas das explosões de caldeiras de barcos a vapor e propor soluções (Burke 1966).

Com isso, desde que cada nova tecnologia foi desenvolvida e testada, até o ponto em
que os avanços eram implementados, um registro de segurança insatisfatório se colo-
cava como uma barreira para tal aceitação e uso do público em geral.

Mas neste momento os trabalhadores começam a se organizar em sindicatos e a insistir


que fossem melhor protegidos dos perigos existentes no local de trabalho.

As classes de engenharias, cujas cartas originais deram ênfase à promoção e à facilita-


ção do trabalho da profissão, em meados do século XX, trataram de impor a segurança
como um dever ético primário do engenheiro. E após o final do século XIX também tes-
temunhou-se o desenvolvimento de vários tipos de códigos e padrões de segurança
que regem o uso de gás natural e eletricidade, o projeto de caldeiras a vapor e a arma-
zenagem de explosivos.

Uma das situações que ocorreu dentro da revolução industrial foi a criação das jornadas
de trabalho de 14 horas, em média, e a busca de mão de obra barata, o que significava
mão de obra infantil. Foi dentro do Parlamento inglês que se estipulou a aprovação, em
1802, da famosa  “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, na qual estabeleceu-se um
limite de 12 horas de jornada de trabalho por dia. Também ficou estipulada a proibição
do trabalho noturno e, não obstante, foram criadas novas medidas de higiene nos locais
de trabalho. 

Entretanto, a lei não foi obedecida pelos empresários daquela época e forçou o
Parlamento Britânico a criar a chamada “Lei das Fábricas” em 1833. Esta nova lei previa
Próxima
a realização da inspeção dentro das fábricas, criando a idade mínima para o trabalho,
que era de nove anos, e proibindo de vez o trabalho noturno aos menores de 18 anos.
Além disso, limitou para 12 horas a jornada de trabalho, sendo que esta não poderia
passar de sessenta e nove horas semanais, isso mesmo 69 horas. Cansativo não?

 
Vamos agora dar uma olhada em alguns exercícios para verificar o que aprendemos?

 
 
Atividade extra

 
Veja o vídeo em como uma empresa certifica e obtém a norma ISO 14001, processo im-
plantação e certificação: https://youtu.be/_jE7ShmeqSw.

 
 
Referência Bibliográfica

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724.


Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para


Universitários e Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra,


2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora


Mande, 2002.
Próxima
FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge
Mesquita Huet. Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2000.

SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do


trabalho. Textos básicos para estudantes. São Paulo: Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage


prevention in open – CUT CONSTRUCTION. Boston: Wright e Potter Printing
Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention


Industry. Massachusetts: American Mutual Liability Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico


de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio de Janeiro: Editora Interciência
Ltda, s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo:


Fundacentro – 1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo:
Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais.


Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena Empresa, Manuais CNI. Rio
de Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.

Estranhou essa explicação?

Próxima
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho /
Introdução à Engenharia de Segurança …
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A Administração precisa conhecer o custo dos acidentes para que as medidas corretivas pro-
postas sejam econômicas, isto é, que seu custo e impacto não sejam demasiadamente bai-
xos, sem efeitos futuros, nem excessivos para a natureza e frequência do risco em questão.

Nem sempre é possível calcular de imediato o custo total de um acidente, porque, além dos
custos diretos ou reais causados pelas lesões pessoais ou danos materiais, existem muitos
fatores que representam custos indiretos de demorada quantificação.

Todos tomam prejuízos com a ocorrência de um acidente: a pessoa ferida (o trabalhador), a


família desta, o empregador e toda a sociedade/país.

Para o trabalhador: sofrimento físico, incapacidade para o trabalho e desamparo a família;


para a empresa: dificuldade com as autoridades e péssima reputação para a empresa, gastos
inúmeros com os primeiros socorros, transporte até o local de tratamento e assistência contí-
nua do empregado acidentado além de inúmeras perdas de produção perda de produção con-
sequentemente com atraso na entrega de produtos e uma imagem ruim em níveis de clientes.

Podemos ainda mencionar, tempo perdido por outros empregados ao socorrerem um empre-
gado que se acidentou e até mesmo o fato de interromperem suas atividades ou pararem para
comentar o fato. Pelo olhar da produção teremos a danificação ou perda de máquinas, ferra-
mentas, equipamentos e matérias primas. Mas vamos também lembrar de uma outra ponta
ligada à sociedade e ao nosso país. Todos os acidentes elevam uma grande parte o aumento
de impostos e taxas de seguro, criando mais dependentes dentro das caixas de segurados,
aumento do custo de vida, perda temporária ou permanente de mão de obra produtiva.

 
Dentro da literatura e técnica preventiva adotada e reconhecida, o custo indireto ou não segu-
rado é considerado 4 vezes maior que o custo direto ou segurado. Com isso os acidentes de
trabalho causam ao nosso estado prejuízos superiores aos que conseguimos notar.

Para os acidentes operacionais a classificação pode ser em função das horas paradas de
máquina/produção.

Próxima
Respondendo à pergunta no início do texto, podemos dizer que: Ao trabalhar com as devidas
classificações dos acidentes, teremos um gerenciamento com mais qualidade das ocorrências
e suas implicações para a segurança, saúde e meio ambiente dentro da empresa.

Precisamos ainda entender que existem vários casos de acidentes de trabalho, que são clas-
sificados com típicos ou mais corriqueiro que geralmente acontece durante nossa jornada de
trabalho, os atípicos causados por fatores indiretos correspondente às doenças ocupacionais,
acidentes de trajetos que pode acontecer durante o percursos do empregado que está indo
para a empresa , neste caso vale a observação que há muita controvérsia e será preciso um
entendimento mais aprofundado. E claro existem as categorizações do que não é considerado
acidente durante o momento de trabalho. Exemplos de doenças que o trabalhador adquire en-
quanto estiver a serviço de uma empresa. Doenças degenerativas, endêmicas doenças que
são oriundas das idades.

Existem ainda as questões de imagem e legais, mas também é recomendado que haja classi-
ficação nesse sentido (por exemplo: temos que informar algum órgão legal? Temos que emitir
boletim informativo oficial aos meios de comunicação? Isso pode gerar muita dor de cabeça
se a empresa não possuir um bom gerenciamento de crise, onde haja detalhamento das
ações a serem tomadas para cada situação.

 
Outro tema recorrente é o de que se trata a perícia médica do INSS? Vamos descomplicar?

Durante uma perícia ocorre um exame físico realizado por um profissional de saúde que irá
representar o órgão fiscalizador durante este exame irá se comprovar a incapacidade do se-
gurado a fim de atestar aquela incapacidade momentânea ou não para o trabalho e se a
mesma foi originada durante o trabalho. Neste exame irá se demonstrar qual o grau de interfe-
rência que o funcionário terá no exercício da sua função seja ela parcial ou total medindo as-
sim o benefício concedido. 

Tais benefícios ou amparos tem uma escala que vão de auxílio doença até mesmo a aposen-
tadoria por invalidez. Neste exame pericial é feita então a comprovação legal para que o traba-
lhador fique ou seja apto em receber tais benefícios. Vale ainda esclarecer que tal exame
pode confirmar se terá a continuidade do “amparo” muitos deles se referindo aos casos de au-
xílio doença.

 
Agora vamos descomplicar o entendimento deste procedimento?

Próxima
Em primeiro lugar, é necessário que seja feito um agendamento dentro da perícia. Este pro-
cesso hoje em dia com a tecnologia deve ser feito via telefone, site e em último caso indo até
o local que será feito o exame. Sempre que existir dúvidas vale uma olhada no site do INSS,
onde contém todas as informações pertinentes. Neste processo o segurado precisa estar
atento aos deveres e direitos levando todos os documentos pertinentes, muitos destes emiti-
dos pela empresa. A Engenharia de Segurança deve fazer parte deste assunto pois o setor irá
atestar informações de cunho comprobatório de tais laudos.

 
Aliás, você sabe o que é INSS?

O INSS na qual a sigla significa Instituto Nacional do Seguro Social e que está ligado ao órgão
do Ministério da Previdência Social, e responsável por todos os  pagamentos do que chama-
mos no Brasil de  aposentadorias e outros  benefícios que os trabalhadores brasileiros que al-
gum dia contribuíram com a Previdência Social irão receber.

Com todos os exames feitos pelo órgão e pelos especialistas será confirmada a necessidade
do pagamento alegando a incapacidade momentânea e estipulando um prazo para sua volta.
Existem ainda na pior das hipóteses o atestado por incapacidade total.

 
 
Atividade extra

Palestra sobre Prevenção de acidentes no trabalho - João Carlos Figueira. Link:


https://youtu.be/gaN9ypwbLN0.

 
 
Referência Bibliográfica
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e
documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e


Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004. Próxima
COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande,
2002.

FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet.
Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.

SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do trabalho.


Textos básicos para estudantes. São Paulo: Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage preven-


tion in open – CUT CONSTRUCTION. Boston: Wright e Potter Printing Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry.


Massachusetts: American Mutual Liability Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de


Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda,
s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro –


1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo:
Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais.


Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena Empresa, Manuais CNI. Rio de
Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.

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Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho /
Introdução à Engenharia de Segurança …
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Dentro da ótica empresarial, o custo de um acidente está determinado em algo direto e


indireto.

O custo direto é representado pela ausência do empregado e consequente diminuição da pro-


dução pelas despesas médicas, indenizações e outras requeridas. Essas despesas são facil-
mente registradas e controladas pela contabilidade. Quando aumentam a frequência e a gravi-
dade, o custo direto e indireto dos acidentes aumenta para a empresa.

Dentro desta linha, precisamos ter sempre em mente que por maior que seja a reparação fi-
nanceira qualquer acidente de trabalho o prejuízo será ao final do trabalhador. 

Observamos este fato quando uma empresa está devidamente preparada para apoiar a enge-
nharia do trabalho. Fato este que podemos exemplificar quando observamos a constituição da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), realizada anualmente pela empresa.

Outro fato que demonstra maturidade dentro da linha de empresa consciente são as realiza-
ções dos mapas de riscos que promovem discussões sobre risco no ambiente fabril, fato este
também norteado pela CIPA.

Após todas estas análises adquirimos a consciência que todo negócio quando está operando
precisa estar atento para alguns custos provenientes de acidentes do trabalho que podem
ocorrer e devem entrar na sua contabilidade.

E podemos adiantar tais custos não são baratos e por este motivo o pretensiosismo é a me-
lhor ferramenta, porém, para o empregado, mesmo recebendo a assistência necessária para
se reabilitar, esses pagamentos não atingem, em muitos casos, o valor do seu salário normal.

Geralmente as despesas do acidente se acumulam enquanto minguam sua receita e suas


economias. Porém é muito difícil calcular o custo das despesas indiretas, pois não entram, de
modo geral, no sistema contábil como despesas advindas de acidentes de trabalho.

Podemos a título de exemplificação:

- Parada do trabalho para observação e comentário do ocorrido;


Próxima
- Parada e ausência do trabalho por aqueles que dão assistência à pessoa ferida;

- Abalados com a ocorrência (efeitos sobre a moral);

- Afastamento de mão-de-obra, causando queda de produção, em quantidade e qualidade,


pela substituição precária ou pelo período obrigatório de aprendizado do substituto;

- Valor monetário de tempo pela investigação sobre a causa do acidente pelo supervisor e pe-
las testemunhas, que devem ser ouvidas;

- Inúmeras burocracias em uma série de formulários;

- Linha de pensamento negativos e de baixa moral na local do acidente ou na empresa ou ne-


gócios onde ocorrem inúmeros acidentes há um aumento de demissões espontâneas e difi-
culdade de renovação da mão-de-obra de boa qualidade;

- Valores com treinamento de pessoal substituto;

- Substancial perda econômica e social da família do acidentado;

- Inúmeras burocracias como podemos ver na lei 8.213/91 onde a clara instrução de como fa-
zer a comunicação o acidente de trabalho. CAT como exemplo.

Apoia-se que as empresas criem sistemas de registro e quantificação das consequências de


cada acidente. À medida que os dados e a experiência aumentarem, crescerão a exatidão e a
abrangência do cálculo dos custos. Isto permitirá melhor julgamento sobre o montante que a
Companhia deve investir na prevenção e minimização de riscos. Embora algumas normas
empíricas possam ajudar, elas não devem ser vistas como bases sólidas para o planejamento
de medidas de prevenção de acidentes:

Em cada lesão com tempo perdido há aproximadamente nove acidentes de primeiros socor-
ros. Em cada acidente com lesões, os valores indiretos serão aproximadamente o dobro dos
custos diretos. Em cada acidente com lesões, há em média cinco a dez acidentes sem lesões.

A tradução existente no Brasil com relação a problemas relacionados ao pretensiosismo ficou


marcada pelas características das empresas industriais, anteriores à nossa Revolução
Industrial.

Tal como o caso dos conceitos de acidentes e segurança.

Próxima
Podemos relatar que o 1º confundia-se geralmente com o de lesão e ao segundo emprestava-
se sentido por demais restrito, limitado, em geral, a pesquisa da proteção contra lesões trau-
máticas, provenientes de acidentes pessoais.

Na literatura especializada podemos encontrar ainda as normativas que tratam deste assunto,
valendo destacar a NR 5 que coloca a empresa dentro de uma rota de segurança, pois trata
da comissão de prevenção de acidentes.

Podemos ainda dizer que o pretensiosismo gera uma oportunidade da engenharia de segu-
rança em estar aprendendo e otimizando suas funções, que podem servir de lições aprendi-
das pela organização. 

Pela ótica da Engenharia de Segurança, porém, as situações devem ser de outra forma.

Mesmo tendo os seus esforços no sentido do pretensiosismo e da integridade do ser humano,


compreendem ao corpo da engenharia de segurança que serão prejudicados esses esforços
se não forem alinhados com maneiras econômicas vinculadas à produção.

De fato, não se pode contemplar a realização de um esquema de trabalho seguro quando


esse trabalho se realiza em termos de equipamentos de segurança duvidosos. E, onde a se-
gurança dos equipamentos está em perigo, a produção será definitivamente prejudicada.

Cuidando com a segurança dos equipamentos e experimentando os danos decorrentes do


acidente em termos de custos, realiza a engenharia de segurança o melhor que pode em de-
fesa do homem ameaçado pela agressividade do ambiente que a indústria hoje se acomoda.

 
 
Atividade extra

 
O que é CIPA? Confira no link: https://youtu.be/JWw6tJTbfFg.

 
 
Referência Bibliográfica
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e
documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e


Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande,
2002.

FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet.
Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.

SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do trabalho.


Textos básicos para estudantes. São Paulo: Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage preven-


tion in open – CUT CONSTRUCTION. Boston: Wright e Potter Printing Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry.


Massachusetts: American Mutual Liability Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de


Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda,
s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro –


1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo:
Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais.


Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena Empresa, Manuais CNI. Rio de
Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.

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De início, é conveniente e nunca mais insistir na impropriedade de confundir duas coisas per-
feitamente distintas: o acidente e a lesão que dele possa decorrer.

Acidente é a queda; lesão é a fratura.

Acidente é o contato com tubo quente. A queimadura que acontece será a lesão consequente.

Essa distinção é tanto mais importante quanto é certo que, de não fazê-la, resultam erros que
perturbam o entendimento dos problemas.

Estão erradas expressões tais como: "Os acidentes foram tratados no hospital" , "o acidente
sofrido por ele foi uma queimadura".

O correto seria: "os acidentados foram tratados no hospital" e "a lesão que o empregado teve
foi uma queimadura resultante do acidente".

A impropriedade apontada deve ser evitada especialmente porque a confusão entre acidente
e lesão decorre de subestimar-se o acidente em si dando maior importância às lesões por ele
causadas.

E não há atitude mais inconveniente, se levar em conta que a melhor prática de evitar tais le-
sões é colocar somente o foco e a atenção nos acidentes que decorrem e, ainda melhor, nas
causas de tais acidentes.

 
CAUSAS - ACIDENTE  - CONSEQUÊNCIAS

 
Vemos claramente que as lesões são consequências dos acidentes. Fazem parte do pós-aci-
dente e, portanto, não se podem confundir com aquilo que aconteceu antes.

 
Próxima
Vamos agora Descomplicar e tentar conceituar o que é acidente?

 
Primeiro vamos colocar o que diz dentro da Lei 5.316 do código civil.

 
“Acidente do trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, provocando Lesão Corporal, perturbação funcional ou doença que cause a
morte ou a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho”.

 
Se formos descomplicar  o que está escrito na lei poderemos verificar a definição abrange
todo o empregado que trabalha, sem dizer outros fatores que são envolvidos  quando da con-
dição de um acidente.

Através de um pagamento financeiro, o empregador irá garantir a diária, enquanto estiver im-
possibilitado de voltar ao trabalho em conseqüência do acidente, ou a indenização  se ficar in-
capacitado total ou parcial permanente  para o trabalho, devido ás lesões sofridas no acidente
ocorrido, e nisso que a lei está baseada..

Coloca-se ainda dentro dos aspectos de acidentes do trabalho todos aqueles sofridos pelo
empregado no local ou durante o trabalho em conseqüência de:

 
A - ato de sabotagem ou terrorismo, praticado por terceiros, inclusive companheiros de
trabalho;

B - ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa relacionada com o
trabalho;

C - qualquer tipo de imprudência, de negligência ou brincadeira de terceiros, inclusive compa-


nheiros de trabalho;

D - ato de pessoa privada de uso da razão;

E - desabamento, inundação ou incêndio; Próxima


F - outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. Assim, os acidentes sofridos pelo em-
pregado no período destinado às refeições, ao descanso ou na satisfação de outras necessi-
dades fisiológicas.

 
Agora vale destacar que o fato que ocorrer fora da empresa passa a ter significado jurídico de
acidente do trabalho desde que:

 
1 - O empregado, no momento, esteja executando ordem ou serviços sob a autoridade de em-
pregado. Neste caso vale a reflexão se este fato está registrado de alguma forma.

2 - o empregado, voluntariamente, esteja prestando, na ocasião , serviço do qual resulte pro-


veito econômico para o empregador, seja proporcionando lucro, evitando prejuízos ou apa-
gando incêndio;

3 - esteja em trânsito, a serviço do empregado, independente da espécie ou do meio de loco-


moção usado, fato este bem discutido na legislação , pois cabe muitas interpretações desta
matéria.

4 - ocorra no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela, onde precisa estar
registrado que aquele percurso está sendo realmente utilizado para ir e voltar do trabalho.

 
O sentido relativo de acidente é o de ocorrência imprevista. Quando se diz que o encontro de
Maria e Francisco foi acidental, deseja-se explicar, apenas que o encontro teve caráter
imprevisível.

Na área do setor da indústria, no entanto, não se dispensa de um outro sentido, consignado


nos dicionários: o de evento trágico, desagradável, e com fato prejudicial.

Sendo assim, na segurança de engenharia industrial, entende-se por acidente um fato ao


mesmo tempo imprevisto e que causa fator prejudicial.

Outro aspecto que merece discussão é o da instantaneidade. Palavra complexa mas que va-
mos explicar.

Próxima
Embora não se encontre, na maioria dos bons autores que têm tratado do assunto, referên-
cias a esse aspecto, nota-se a tendência de vincular a ideia de acidente à de
INSTANTANEIDADE, deixou-se de consignar expressamente como acidentes as circunstân-
cias imprevistas e prejudiciais em virtude das quais surgem as doenças do trabalho.

Não parece, contudo, razoável tal conduta, em linha com o espírito da Engenharia de
Segurança que preza pelo prevencionismo sempre, tendente a encarar com igual interesse
qualquer circunstância imprevista de que possa decorrer lesão, seja ela instantânea ou não.

Por esse motivo é importante que se considere como acidente as circunstâncias de que resul-
tam as doenças do trabalho.

Assim, a inalação será a circunstância acidental ou o acidente que foi causado pela silicose e
a exposição à iluminação inadequada o acidente que tem por consequência uma lesão da vi-
são profissional.

Muitas doenças como a silicose que é “A silicose é uma forma de pneumoconiose, “que signi-
fica uma doença pulmonar ocupacional com padrão restritivo causada pela inalação de poei-
ras inorgânicas, geralmente associada a trabalho em metalúrgicas, construtoras, mecânicas
ou minas e que podem ser causadas pela inalação de finas partículas de sílica cristalina” e
que fazem parte do pós-acidente.

A inalação, a exposição à iluminação imprópria são circunstâncias acidentais (acidentes) e a


prevenção de suas causas localiza-se no pré-acidente.

Nunca é demais falar na inadequação de referir-se alguém à "recuperação de acidentes e do-


enças profissionais", quando o que se deseja é falar da recuperação de lesões traumáticas e
de doenças no âmbito profissional.

Ou então falar nas causas dos acidentes e doenças profissionais, quando bastaria mencionar
em alguns caso nas origens dos acidentes, desde que compreendêssemos que assim a lesão
traumática é produzida por um acidente cujas razões devem ser analisadas em fatos adequa-
dos, também as doenças profissionais são criadas por acidentes cujas causas devem sofrer
análise igual para se estudar e ter como lições aprendidas tais históricos de casos e fatos, po-
dendo gerar KPIs para que a área de engenharia de segurança possa fazer suas anotações
no futuro e melhor suas análise e ações.

Da mesma forma que há um impacto (acidente) de que resulta uma fratura (lesão), há tam-
bém uma inalação de substâncias tóxicas (acidente) de que resulta uma doença profissional
(lesão).
Próxima
 
 
Atividade extra

 
EPI e EPC porque usar? Confira no link: https://youtu.be/5zW2cSsMXQc.

 
 
Referência Bibliográfica

 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e
documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

BOENTE, A.; BRAGA, G. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e


Pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande,
2002.

FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet.
Acidentes Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000.

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Textos básicos para estudantes. São Paulo: Fundacentro, 1981.

Engineering Department, published by – Engineering aspects of property damage preven-


tion in open – CUT CONSTRUCTION. Boston: Wright e Potter Printing Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry.


Massachusetts: American Mutual Liability Company, 1943.

ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de


Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda,
s/a.

PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro –


1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo:
Fundacentro, 1987.

LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos Estranhou essaindustriais.


explicação?
Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena Empresa, Manuais CNI. Rio de
Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.

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Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho /
Introdução à Engenharia de Segurança …
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A segurança foi, é e, provavelmente, será sempre um problema na qual as empresas moder-


nas deverão ter. Para se ter uma solução talvez não seja nunca alcançada. por mais que se
faça, por mais que tente de todas as formas, por melhores que sejam as condições de traba-
lho, inevitavelmente haverá falhas. 

A linha de Prevenção de Acidentes tem demonstrado de maneira sempre atual e evolutiva que
é possível mitigar os riscos a frequência, mas também a gravidade dos acidentes.

Quando nos deparamos com as causas dos acidentes, iremos, invariavelmente, ter a obser-
vância de que eles, em última análise, são resultados da imperícia do ser humano.

Ademais e  provavelmente, nunca poderá ser totalmente analisada e feito os ajustes necessá-
rios , que ao menos a reduzamos quanto mais perfeitos que o ser humano seja, isto é, quanto
mais prudentes, quanto mais correntes com as regras da empresa e padronizados aos concei-
tos de segurança, quando mais tolerantes, menos possibilidades há de que o acidente
aconteça.

Todo trabalhador que sabe da importância da segurança deve estar atento às causas dos aci-
dentes. Existem algumas classificações de causas de acidentes, como as causas de cunho
pessoal, que são responsáveis por mais de 90% de todos os acidentes.

Causas de cunho pessoal, tais como condições físicas ou mentais, devem ser irremediáveis,
enquanto tantas outras, tais como falta de conhecimentos ou atitudes inadequadas, podem
ser remediadas, por treinamento e supervisão adequada.

Na classificação geral de causas de acidentes está ligada a máquina e ao equipamento inse-


guro que representam 20% das lesões causadas.

Tendo os 5% restantes são atribuídos a acidentes inevitáveis, que vão desde uma fagulha que
nos atinge num olho, ao raio que nos fulmina.

É o tamanho do risco de cunho generalista a que todos nós estamos sujeitos, deriva o qual
não temos, geralmente, controle.

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Categoricamente é dito que os 99% dos acidentes causados por atos e condições inseguras
são evitáveis e 1% são totalmente inevitáveis são de causas de força maior, de acordo com
que já foi exposto, pois longas e pacientes investigações sobre as causas dos acidentes che-
garam a essas conclusões.

Claramente um dos fatos que mais colocam em risco os trabalhadores em diversas áreas e
empresas é a não utilização do Equipamento de proteção individual. Esta é uma das maiores
causas e prejuízos hoje aferidos na engenharia de segurança do trabalho.

Tal ato pode ser considerado inclusive pelo empregador um ato para que o trabalhador seja
severamente punido pois além do mesmo não estar zelando pela sua própria vida ele pode
colocar a vida de outros colegas em risco.

A NR6 cuida disso com bastante amplitude e demonstra que tanto o EPI – equipamento de
uso pessoal quanto ao EPC – Equipamento de proteção coletiva precisa ser tratada com seri-
edade pelos empregados.

A NR6 é datada de 1978 e propriamente dela outras alterações foram feitas elevando o nível
de entendimento.

A norma como é publicada e demonstrada na íntegra diz que “Para os fins de aplicação desta
Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de ris-
cos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 6.1.1 Entende-se como
Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos,
que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultanea-
mente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.2 O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser


posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego”, publicação está com data de outubro de 1991 pelo SIT.

Além disso, a norma com data de dezembro de 2010 trata e demonstra que o SEES - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança juntamente com a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes devem determinar o uso devido do material de segurança individual
em conjunto com o material de segurança de proteção coletiva.

 
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Atividade extra

 
História da Segurança do Trabalho no Brasil e no mundo [Melhor forma de contar]. Link:
https://youtu.be/t4JcQPDQ7bM.

 
 
Referência Bibliográfica
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724. Informação e
documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

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COSTA, S. F. Método Científico. Os caminhos da investigação. São Paulo: Harbra, 2001.

HIRATA, M. H / Filho, Jorge Mancini – Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Mande,
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FREITAS, Carlos Machado de Souza Porto/ Marcelo Fiapo de Machado, Jorge Mesquita Huet.
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SAAD, Eduardo Gabriel e outros. Introdução à engenharia de segurança do trabalho.


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tion in open – CUT CONSTRUCTION. Boston: Wright e Potter Printing Company, 1949.

Engineering Department, published by Foremanship and Accidents Prevention Industry.


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ROUSSELET, Edson da Silva; Falcão, Cesar. A segurança na obra (Manual Técnico de


Segurança do Trabalho em Edificações Prediais). Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda,
s/a.

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PHILLIP JÚNIOR, Arlindo (organizador). Saneamento do Meio. São Paulo: Fundacentro –
1982.

REIS, Jorge Santos et al. Manual básico de proteção contra incêndios. São Paulo:
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LUCARINY, J.G - Manual de proteção de equipamentos elétricos industriais.


Departamento de Assistência Técnica à Média e Pequena Empresa, Manuais CNI. Rio de
Janeiro: CNI – Confederação Nacional das Indústrias, s/a.
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