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3ª CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA

DESENVOLVIMENTO DO PADIN NO
PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL

Tema: Como evitar acidentes domésticos


durante a Pandemia da COVID-19
Governador
Camilo Sobreira de Santana
 
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
 
Primeira-Dama do Estado
Onélia Maria Leite de Santana
 
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
 
Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios
Márcio Pereira de Brito
 
Coordenadora de Educação e Promoção Social
Maria Oderlânia Torquato Leite
 
Articuladora da Coordenadoria de Educação e Promoção Social
Antônia Araújo de Sousa
 
Assessora Técnica Coordenadoria de Educação e Promoção Social
Sandra Maria Silva Leite
 
Orientadora da Célula de Integraçao Família, Escola, Comunidades e
Rede de Proteção
Maria Benildes Uchôa de Araújo
 
GT/PADIN
Régis Brito Ribeiro - Gerente
Maria Ana do Amarante Azevedo 
Ana Paula Pinto de Oliveira
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
 
OBRA COLETIVA 
Organizadores
Maria Benildes Uchôa de Araújo - Coordenadora
Ana Paula Pinto de Oliveira
Auxiliadora Vasconcelos de Souza
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Maria Ana do Amarante Azevedo
 
Ilustradora
Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro

Design Gráfico
Daniel Marinho Almeida
QUEM
AMA,
CUIDA!

QUEM
AMA,
PROTEGE!

#PADINCUIDA
TODA CRIANÇA DO MUNDO
(Ruth Rocha / Hélio Ziskind)
 
Seja pobre, seja rica,
seja grandona ou nanica,
mulata, ruiva, amarela,
seja bonitinha ou feia
de trança ou touca de meia
use sapato ou chinela...

Seja branca ou seja preta


de seda ou de camiseta
com diploma ou sem escola
triste, alegre ou boazinha
que goste de amarelinha
ou goste de jogar bola...

Seja indiazinha do mato


não goste de usar sapato
caeté ou cariri
caipira ou da cidade
diga mentira ou verdade
em português ou tupi.
more em casa ou num barraco
coma na mão ou no prato
viva lá... no fim do mundo
durma na cama ou no chão

Toda criança do mundo


mora no meu coração.
toda criança do mundo
mora no meu coração
OS ACIDENTES SÃO
EVITÁVEIS!

NA MAIORIA DAS VEZES, O PERIGO

ESTÁ DENTRO DE CASA. ACIDENTES

DOMÉSTICOS SÃO MAIS COMUNS

DO QUE SE PENSA!

Caros Supervisores e ADIs,

Acidentes domésticos representam, hoje, a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos

no Brasil. Cerca de 111 mil crianças e adolescentes são hospitalizadas devido a essas causas no

país, mais da metade por quedas e queimaduras. São números assustadores e podem deixar

sequelas para toda a vida.

O mais preocupante é que a maioria dos acidentes acontece no local de moradia da criança e

no entorno. É preciso estar atento às possibilidades de tentativas de descobertas, além dos

desafios próprios de cada idade, para que se retirem os riscos dos acidentes.

Diante do exposto, vamos nessa semana discutir, refletir e aprimorar nossos conhecimentos

sobre a Prevenção de Acidentes Domésticos para podermos ajudar nossas famílias a proteger

as suas crianças de situações perigosas, que podem acarretar em fatalidades.

Esses cuidados são necessários em todos os momentos, para todas as famílias que têm criança

pequena em casa, sobretudo nos dias atuais, onde todos estão em isolamento social, dentro de

casa, se protegendo da contaminação do coronavírus, outros cuidados de proteção precisam

fazer parte da rotina diária das nossas famílias.

Mas atenção, essa é uma questão que não atinge somente as famílias do PADIN, então que tal

fazer a CAMPANHA #fiqueemcasacomsegurança no seu município, nas rádios locais para

alertar a todos?!

Contamos com vocês. Vamos adiante!

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Então para começar nossos estudos,
QUE TAL TESTAR SEU CONHECIMENTO SOBRE

ACIDENTES DOMÉSTICOS?

1. Quais são os acidentes domésticos mais frequentes com crianças?

2. Por que as crianças sofrem tantos acidentes?

3. Quem corre risco maior?

4. O que os pais podem fazer para ajudar na prevenção ao perigo dos

acidentes?

5. O perfil do tipo de acidente muda conforme a criança cresce?

6. Quando os acidentes ocorrem mais?

7. Quais aspectos podem contribuir para a ocorrência de acidentes?

8. Quais são os ambientes da casa onde os casos de acidente acontecem com

mais frequência?

Acidentes e traumas podem ser evitados na grande maioria das vezes e, com medidas

simples de prevenção e proteção.  Veja a seguir importantes orientações:

PRINCIPAIS CUIDADOS COM BEBÊS ATÉ UM ANO DE VIDA:


Nessa faixa etária o bebê é totalmente dependente do adulto cuidador, portanto, a

maioria dos acidentes acontecem por algum descuido ou distração de pais ou

responsáveis.

Um dos motivos da desatenção dos pais e cuidadores é o celular. O uso cada vez maior

das telas do mundo virtual pelos adultos, especialmente os celulares, trazem como

consequência muitos acidentes, pois essas distrações deixam o bebê totalmente

desprotegido!

ATENÇÃO: Celular e outras telas do mundo virtual e crianças de baixa idade não
combinam! O uso é totalmente desaconselhado pela Sociedade Brasileira de

Pediatria e outras instituições de proteção à saúde do mundo, para criancinhas

até dois anos de idade. São classificados como fontes de estímulos inadequados,

apresentados de forma repetitiva e alienante, que fixam a atenção do bebê num

mundo não humano, determinando prejuízos no desenvolvimento neuro

psicomotor.

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1. QUEIMADURAS

1. Cuidado com a água do banho, deve estar

na temperatura corporal do bebê! Mexa

bem a água, experimente a temperatura, a

pele do bebê é muito sensível.

2. O leite materno é sempre o alimento ideal

para o bebê! Mas, se precisar dar outro tipo

de leite ou alimento, teste a temperatura

antes de oferecer ao bebê.

3. Se for usar chupetas, elas como as

mamadeiras precisam ser esterilizadas.

Cuidem em esvaziar a água quente que fica

em seu interior antes do uso.

4. Nunca manipulem líquidos ou substâncias

quentes com o bebê no colo.

5. A cozinha é o lugar de maior risco para queimaduras e outros acidentes domésticos,

como cortes, lacerações e intoxicações, PORTANTO:

Não cozinhe com o bebê no colo!

Fogão e criança não combinam! A

cozinha não é espaço para crianças

pequenas.

Usar as bocas de trás do fogão,

especialmente para os líquidos mais

quentes, frituras e panelas abertas.

Nunca deixem os cabos de panelas

para fora do fogão.

6. Não tenha produtos tóxicos, inflamáveis, nem cáusticos em casa. Nesse período de

pandemia ocasionada pelo coronavírus, onde é recomendado o uso de álcool para

higienização das mãos, não se deve deixar as crianças usarem o álcool para desinfecção

das mãos, sem a presença e orientação de um adulto.

7. Lembre que também a exposição ao sol por tempo prolongado ou em horários depois das

10 horas da manhã e antes das 16 horas, além dos efeitos do calor e de desidratação, podem

causar grandes queimaduras.

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2. BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Escolha bem os brinquedos que oferece ao bebê, que sejam de material atóxico, macio,

sem bordas cortantes ou pontiagudas.

Teste os brinquedos e verifique que não

soltem peças pequenas, que o bebê

poderá aspirar e sufocar.

Os móbiles são bons estímulos para o

bebê, inicialmente com sons suaves e com

algum movimento, para despertar a sua

atenção. Mas, devem estar bem fixados

no berço ou carrinho, feitos de material

leve e que não solte peças, para que não

caiam sobre a criança.

Evite que o bebê tenha contato com

brinquedos ou objetos pesados, que

possam cair sobre ele.

Ao escolher os brinquedos para uma

criança, considere sua idade, interesse e

nível de habilidade.

Evite utilizar balões de látex (bexigas). Se

utilizá-los, guarde-os fora do alcance das

crianças e supervisione-as durante toda a

brincadeira. Não permita que crianças

encham balões e tenha muito cuidado

com os pedaços de bexigas estouradas,

pois podem ser acidentalmente ingeridos

pelas crianças e ocasionar sérias

consequências.

Brinquedos e roupas com correntes, tiras

e cordas com mais de 15 cm devem ser

evitados para reduzir o risco de

estrangulamento.

Nunca deixe que as crianças brinquem em

parquinhos usando colares, bolsas ou

roupas com cordões.

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3. TRAUMAS DIVERSOS
a. Em caso de usar algum meio de transporte, o bebê sempre deve estar em cadeirinha

apropriada à sua idade e peso com a devida segurança e proteção de um adulto sempre

na parte traseira do veículo. São segundos de desatenção que podem causar uma

colisão e traumatismos de todas as intensidades.

b. Nunca deixe uma criança cuidando de outra criança. Elas podem querer oferecer

brinquedos ou objetos a ele e, jogá-los no interior do berço ou carrinho, atingindo o

bebê.

c. Não deixe toalhas ou tecidos pendentes nas mesas, pois o bebê poderá tentar se

apoiar neles (ele não reconhece a diferença de um pano pendurado e uma parede) e

puxar tudo que está em cima da mesa ou do móvel para cima dele.

d. Cuidado com animais, mesmo

considerados domésticos. As atitudes

do bebê e a invasão do território

considerado pelo animal como seu,

podem desencadear ataques e grandes

lesões no bebê.

e. Engasgo por alimento


Corte os alimentos em pedaços bem pequenos na hora de alimentar a criança.

Não dê alimentos redondos e duros, como uvas, pipoca, cenoura crua e castanhas para

crianças.

Ensine a criança a comer sentada e com a boca fechada. Isso ajudará a prevenir que a

criança tente falar e comer ao mesmo tempo.

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f. Momento de dormir
Use berços que sigam as normas de segurança. Verifique se as grades de proteção do

berço estão fixas e se a distância entre elas não é maior do que 6 cm.

Bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos até a altura do

peito com lençol ou manta presos embaixo do colchão e os bracinhos para fora. O

colchão deve estar bem preso ao berço (não mais que dois dedos de espaço entre o

berço e o colchão) e sem qualquer embalagem plástica.

Remova do berço todos os brinquedos, travesseiros, cobertores, protetor de berço e

qualquer outro objeto macio quando o bebê estiver dormindo. Isso ajuda a reduzir o

risco de asfixia.

·Adultos devem evitar dormir com bebês. Caso escolham dividir a cama, devem tomar

precauções como a remoção de travesseiros e qualquer outra roupa de cama macia

muito grande.

g. Plantas
Mantenha plantas caseiras longe do

alcance das crianças.

Supervisione as crianças se elas

estiverem em algum lugar que as plantas

não possam ser removidas.

Ensine as crianças que não podem

comer nada que não seja oferecido por

seus pais ou cuidadores. Não aceitar

comida de estranhos! Não ingerir

plantas!

Saiba quais plantas dentro e ao redor

de sua casa são venenosas, remova-as

ou deixe-as inacessíveis para as

crianças.
j. Animais peçonhentos
O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido

tomando algumas medidas simples para prevenção:

Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-

las.

Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.

Não acumular entulhos e materiais de construção.

Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede.

Vedar frestas e buracos em paredes, forros e rodapés.

Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto

ao muro ou cercas.

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4. AFOGAMENTOS

a. Nunca deixe seu bebê sozinho na banheira. Depois do uso, mantenha vazios, virados

para baixo e fora do alcance das crianças baldes, bacias e banheiras.

b. Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora e mantenha a

tampa do vaso sanitário baixada.

c. Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um

segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará as supervisionando de forma ativa e

constante o tempo todo.

d. Cuidado quando for virá-lo para lavar suas costas – preste atenção para que o rosto do

bebê não encoste na água e ele aspire essa água.

e. Evite o uso de brinquedos que boiam na água com a criança em seu interior, pois podem

virar e a criança ficará submersa. Mesmo uma criança maior, de 4 a 5 anos, não consegue

desvirá-los.

f. Tanques e cisternas de água domésticas devem ter cerca de bloqueio em toda sua volta,

acima de 150 cm de altura, com portão mantido com trava de segurança.

g. A diversão que envolva atividades aquáticas deve acontecer sempre com a presença e

olhar atento do adulto cuidador e com os equipamentos de segurança, como o colete salva-

vidas.

h. As atividades aquáticas em grupos podem impossibilitar a supervisão e proteção de todos.

Da mesma forma, festas e reuniões com vários adultos e crianças são de maior risco, pois um

pode confiar que o outro estaria cuidando e, os afogamentos acontecem.

i. Cuidem sempre das crianças que estejam na água, pois mesmo se tratando de crianças que

sabem nadar, o risco de afogamento não desaparece.

j. Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso.

l. O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias e outros

equipamentos infláveis passam uma falsa segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer

momento.

m. Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se

afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar. Respeito às placas de proibição e a

verificar as condições das águas abertas são atitudes fundamentais de segurança.

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5. QUEDAS

a. Nunca deixe o bebê sob os cuidados de outra

criança. Caso o irmãozinho ou outra criança

queira pegar o bebê no colo, oriente, ensine e

proteja, para que isso aconteça apenas com um

adulto segurando também.

b. Sempre que o bebê estiver em alguma

cadeirinha ou no bebê conforto, deve estar com o

cinto de segurança e com a alça travada.

c. Se você estiver carregando o bebê no colo, nas

escadas e degraus, apoie-se sempre no corrimão.

Evite pisos lisos, molhados ou escorregadios.

d. Nunca deixe o bebê sozinho no trocador ou em

locais altos, como na cama. Essa costuma ser a

primeira queda do bebê.

e. Cuidado com batentes, degraus e escadas. Quando o bebê começa a engatinhar, vai

tentar ir a todos os lugares da casa e dos espaços em que estiver. As escadas devem ser

protegidas com barreiras fixas, como portões e grades, nas duas extremidades.

f. O andador (o conhecido andajá) não deve ser usado, nunca, em nenhuma idade, pois

prejudica o desenvolvimento e o andar da criança, além de causar graves acidentes com

traumatismos cranianos significativos, como tem sido registrado.

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6. ASPIRAÇÃO E SUFOCAÇÃO:

a. Nunca use correntes ou cordões no

pescoço do bebê.

b. Nunca use correntes ou cordões no

pescoço do bebê para prender a chupeta.

Use prendedores à roupa do bebê com

cordão curto.

c. Nunca deixe o bebê sozinho com a

mamadeira. Nunca o alimente no berço ou

deitado em carrinho - ele pode engasgar,

aspirar e sufocar.

d. No carrinho ou berço nunca use mantas de

tecidos pesados, ou maiores que o tamanho

do berço, pois podem dificultar ou mesmo

impedir a respiração do bebê.

e. Mantenha sempre o bebê protegido das

ações de crianças maiores.bElas podem, por

exemplo, querer dividir seu alimento com o

bebê, colocando pedaços na boca do

pequeno.

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7. MEDICAMENTOS E PRODUTOS TÓXICOS:

a. Guarde todos os produtos de higiene e limpeza,

venenos e medicamentos trancados, em lugar alto e

fora do alcance das crianças.

b. Mantenha os produtos tóxicos em suas embalagens

originais para não confundir as crianças. Sempre

preste atenção onde deixa os produtos tóxicos

enquanto os usa e mantenha supervisão constante

sobre ele.

c. Dê preferência por produtos cujas embalagens

possuam tampas de segurança a prova de abertura

por crianças.

d. Informe-se sobre quais produtos domésticos podem

ser tóxicos. Itens comuns, como, por exemplo,

enxaguantes bucais, podem ser nocivos se a criança

os ingerir em grande quantidade.

e. Quando adquirir um brinquedo ou qualquer outro

produto para a criança, certifique-se que ele é

atóxico, ou seja, que não contenha componentes

tóxicos.

f. Medicamentos devem ser armazenados em lugares

inacessíveis pela criança. Nunca os deixe em bolsas

ou prateleiras.

g. Caso necessitem de qualquer tipo de medicação,

evitem guardá-la, manuseá-la ou tomá-la sob a visão

da criança.

h. Sempre leia os rótulos e bulas e siga corretamente

as instruções ao dar remédios às crianças, baseando-

se em seu peso e idade. Use apenas o medidor que

acompanha as embalagens de medicamentos

infantis.

i. Nunca se refira a um medicamento como “doce”.

Isso pode levar a criança a pensar que o remédio não

é perigoso ou que é agradável de comer. Como as

crianças tendem a imitar os adultos, evite tomar

medicamentos na frente delas.

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IMPORTANTE NÃO ESQUECER:
Na primeira infância, a proteção é passiva, isto é, o adulto

cuidador precisa saber dos riscos que estão à volta da

criança, bem como da capacidade física e mental de cada

idade, para que possa lhes oferecer um ambiente saudável

e protegido, antes que algo de mal aconteça. Acidentes

são evitáveis na maioria dos casos, e, com medidas simples!

“ O que uma criança deve fazer caso se perca dos pais?

Como prevenir acidentes? Onde existe perigo dentro de

casa? E na rua? Essas lições básicas de segurança e

prevenção de acidentes normalmente são contadas às

crianças no velho esquema chato do “não faça isso, não

faça aquilo”.

Livro das Emergências

Aline Angeli

Nem sempre é fácil orientar uma criança sobre o que ela não pode fazer ou o que ela deve

fazer pela sua própria segurança. Mas utilizando uma linguagem que seja mais próxima do

universo delas, mais lúdica, tudo fica mais fácil. Portanto:

Use exemplos que tenham coerência com o dia a dia dela.

Estimule a criança a ser mais esperta e inteligente do que as armadilhas montadas pelo

perigo.

Treine com as crianças o desfecho para situações de emergência, como saber o número

número de telefone e endereço de casa, caso se percam na rua.

Dependendo da idade e do desenvolvimento, o pequeno precisará de mais conversas.

Como tudo o que se relaciona à educação infantil, o segredo é a repetição. Explique

muitas vezes, e sempre que for necessário.

Quando algo ocorrer que exponha a criança em risco (se ela cair do sofá ou for a algum

lugar sem avisá-la, mesmo que acompanhada) não grite, não berre. Converse.

Equilibre a bronca para manter o canal de comunicação aberto. A criança tem de sentir

que há uma parceria entre vocês. “Se ficar com medo e perder a confiança nos pais, ela

nunca mais vai contar o que fez.”

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O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES
Além das recomendações anteriormente apresentadas
em detalhes, algumas orientações são básicas e
merecem atenção!
a. Mantenha os números dos telefones de emergência (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros:

193) de fácil acesso, em lugar visível.

b. Em caso de intoxicação ou envenenamento, entre em contato imediatamente com o

Corpo de Bombeiros de sua cidade para receber as orientações adequadas.

Tenha a embalagem do produto que causou a intoxicação sempre em mãos ao ligar

para o SAMU ou médico.

Nunca use produtos como antídotos sem que esses tenham sido recomendados pelo

CCE ou por um médico.

c. Primeiros socorros em caso de acidentes com animais peçonhentos

Lavar o local da picada com água e sabão.

Não fazer torniquete ou garrote, não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção

no local da ferida, nem aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar

infecções.

Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa

receber o tratamento adequado em tempo.

FIQUEM ATENTOS!
Cada espaço da casa e cada equipamento pode
ter um risco a ser reconhecido e eliminado.
FONTE DE PESQUISA:
Imagens retiradas de https://www.criandocomapego.com/alerta-sobre-os-perigos-

domesticos-em-imagens/

Sociedade Brasileira de Pediatria

https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/prevencao-de-acidentes/

Glauce Assunção, psicóloga e neuropsicóloga do Hospital São Camilo/Santana, em São

Paulo. Equilibre a bronca para manter o canal de comunicação aberto.

Aline Angeli, autora de O Livro das Emergências –  O Que Toda Criança Esperta Precisa

Saber Sobre Segurança

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ANEXO I: Respostas das questões da página 4
I. Quais acidentes domésticos mais frequentes com crianças?
 QUEDAS SEGUIDAS POR QUEIMADURAS.

II. Por que as crianças sofrem tantos acidentes?


OS ACIDENTES RESULTAM DE UM CONJUNTO DE FATORES: Características normais das

crianças, como serem curiosas, inexperientes, terem espírito aventureiro, e investigador,

além da percepção limitada do ambiente onde está. Elas costumam enxergar o mundo de

baixo para cima, ficam imersas em seus próprios interesses e por isso se dispersam com

mais facilidade. Desconhecem as consequências de muitas situações novas o que

aumentam os riscos.

III. Quem corre risco maior?


CRIANÇAS EM IDADE DE 2 A 5 ANOS: O risco é mais elevado, pois, nessa idade ainda não

possuem o menor conhecimento dos riscos e perigos que as cercam.

IV. O que os pais podem fazer para ajudar na prevenção ao perigo dos acidentes?
ADOTAR ALGUMAS ATITUDES DE PREVENÇÃO:

· Supervisão constante e atenta.


· Estar ciente dos perigos e riscos.
· Conhecer as fases do desenvolvimento do seu filho para saber como melhor agir.
· Se antecipar com medidas corretas de prevenção em casa.
V. O perfil do tipo de acidente muda conforme a criança cresce?
SIM. ALGUNS TIPOS DE ACIDENTES SÃO CARACTERÍSTICOS DE CERTAS IDADES.

· 1º ano de vida: asfixias e quedas, seguidas por queimaduras e aspiração de objetos

estranhos.

· A partir do 2 º ano de vida, quedas são os principais, seguidos por: asfixias, queimaduras

e intoxicação.

·  Maiores de 5 anos: os principais são quedas com fraturas ósseas e choques elétricos.
VI. Quando os acidentes ocorrem mais?
DURANTE AS FÉRIAS ESCOLARES, FINAIS DE SEMANA, E, SEMPRE NO FINAL DA TARDE E

COMEÇO DA NOITE.

VII. Quais aspectos podem contribuir para a ocorrência de acidentes?


· Baixa idade – quanto menor a criança, maior deve ser a vigilância.
·  Meninos se expõem mais a situações de riscos – gostam de se exibir e superestimar suas

habilidades, principalmente quando estão entre seus pares.

· Moradias com lajes, ou terraços sem proteção, com cômodos pequenos e instalações

elétricas precárias, com gás expostos.

VIII.  Quais são os ambientes da casa onde os casos de acidente acontecem com
mais frequência?
COZINHA, BANHEIROS, CORREDOR, ESCADAS, QUARTO E SALA.

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ANEXO II
Seguem recomendações da SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA sobre cuidados que 

todos devem tomar em suas casas para prevenir acidentes domésticos. São importantes

dicas. Que tal pensar em uma estratégia para fazer essas dicas chegarem a todas as

famílias do seu município?

UM PROGRAMA DE RÁDIO
UM VÍDEO CONVERSANDO COM AS FAMÍLIAS SOBRE ESSAS DICAS
A CRIAÇÃO OU DISTRIBUIÇÃO DE UM PANFLETO.

Fique à vontade para criar. O importante é a informação chegar nas casas das famílias.

ORIENTAÇÕES VÁLIDAS PARA TODOS OS CÔMODOS DA CASA:


1. Tomadas elétricas devem estar protegidas. A fiação deve estar em bom estado e fixada

no alto e os fios precisam ficar presos e recolhidos.

2. As janelas devem ser protegidas por grades ou telas. Se forem do tipo basculante, a

abertura deve estar limitada a 10 cm com corrente.

3. Nenhum móvel deve estar em baixo das janelas para desestimular tentativas de

escalada e evitar quedas.  

4. Os móveis devem ter cantos arredondados para evitar lesões e traumas.

5. Não fumar dentro de casa e nunca na cama.

6. Cortinas não devem ter puxadores para evitar enforcamento e circulação.

7. As escadas devem ter portões ou cancelas (em cima e em baixo) para evitar quedas.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA COZINHA:


1. Deve contar com portão ou barreira para impedir o acesso da criança, em especial no

momento de preparo das refeições.

2. No momento de preparo de alimentos, utilizar os queimadores (bocas) da parte de trás

do fogão.

3. Os cabos de panela devem estar virados para dentro e para trás.

4. Objetos cortantes (facas, garfos, pratos e copos de vidro) devem ficar fora do alcance,

em gavetas e armários com travas.

5. Os materiais de limpeza devem estar em suas embalagens originais e fora do alcance,

em armários altos e trancados.

6. Botijão de gás precisa ser mantido do lado de fora da cozinha e as válvulas de

liberação sempre fechadas.

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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA O BANHEIRO:
1. Armários contendo cosméticos, medicamentos, aparelhos elétricos devem ficar no alto

e trancados.

2. O piso deve ser mantido seco. Se tiver tapete, que seja antiderrapante.

3. O ambiente precisa ser bem ventilado com portas e janelas de fácil manuseio para

abrir.

4. Aparelhos elétricos não devem ser mantidos nas tomadas ou ligados após o uso.

5. A tampa do vaso sanitário deve ser mantida fechada e travada.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA CORREDOR E ESCADA:


1. Essas áreas devem ser mantidas constantemente iluminados.

2. Evitar pisos escorregadios, sem tapetes ou objetos que atrapalhem a circulação.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA QUARTO DAS CRIANÇAS:


1. Devem ser evitadas camas com grades para que as crianças não prendam a cabeça,

mãos ou pés. Colocar proteções laterais para evitar que os pequenos rolem e caiam.

2. Cuidados semelhantes devem ser tomados com os beliches.

3. Cobertores e lençóis devem ser presos no pé da cama para evitar asfixia.

4. Evitar colocar TV e abajures.

5. Os brinquedos devem ser acondicionados em caixas com tampas removíveis. No caso,

os usados por crianças maiores precisam ficar em prateleiras mais altas, longe dos

menores.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA QUARTO DO CASAL:


1. TV e outros aparelhos colocados devem ser instalados sobre móveis firmes e estáveis.

2. Evitar usar a mesma tomada para dois ou mais aparelhos elétricos.

3. Medicamentos, perfumes e cosméticos devem ser guardados em armários altos e

trancados.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA AMBIENTES COMUNS COMO SALAS DE ESTAR E


DE JANTAR/COZINHA:
1. É importante serem mantidas em ordem para facilitar a circulação de todos.

2. Os aparelhos eletrônicos devem ser deixados fora do alcance das crianças.

3. Bebidas alcoólicas, fósforos e isqueiros precisam ser acondicionados em armário alto e

trancado.

4. Se possível, os móveis devem ter pontas arredondadas,  as mesas precisam ser firmes e

de material inquebrável (evitar mesas de vidro) e não ter objetos e enfeites pequenos

que podem ser engolidos ou aspirados.

5. Evitar plantas ornamentais de fácil acesso.

6. Se tiver portas de vidro, devem estar sinalizadas e mantidas fechadas.

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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA LAVANDERIA, JARDIM, QUINTAL, GARAGEM,
VARANDAS etc.
1. Produtos de limpeza, pesticida (venenos), herbicidas, ferramentas e outros objetos

devem ser mantidos em armários altos e trancados.

2. Baldes e bacias devem ser esvaziados após uso e mantidos em local alto.

3. O tanque de lavar roupa deve ter fixação adequada e não se deve deixá-lo   cheio de

água ou roupas.

4. Não usar álcool líquido, pelo risco de queimaduras.

5. Portões e portas de saída devem estar sempre fechados e trancados.

6. Deve ser realizada busca periódica de plantas venenosas ou tóxicas.

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