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MANUAL DE

BOAS PRÁTICAS
em saúde para a
Educação Infantil

Secretaria Municipal de Saúde

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Prefeito Municipal de Caxias do Sul
Daniel Guerra

Secretária Municipal da Saúde


Deysi Leona Botin Piovesan

Coordenação
Claudia Patrícia Malta Panno de Oliveira

Elaboração
Claudia Patrícia Malta Panno de Oliveira
Mérlim Fachini

Colaboradores
Debora Duarte de Lima
Luciana Benfica Abrão
Maria Ignez Estades Bertelli
Monica Menegat
Monica Renosto
Rochele Biasus
Simone Pellenz

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MANUAL DE
BOAS PRÁTICAS
em saúde para a
Educação Infantil

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Sumário

Apresentação / 7

1 HIGIENE E SAÚDE PESSOAL / 9


1.1 Saúde e higiene dos funcionários / 9
1.2 Saúde e higiene das crianças / 13
1.3 Higiene e cuidados no consumo de alimentos / 21
1.4 Cuidados com água / 24

2 HIGIENE AMBIENTAL, DE EQUIPAMENTOS


E DE UTENSÍLIOS / 25
2.1 Condições gerais das edificações / 31

3 PREVENÇÃO DE ACIDENTES / 37

Referências / 53

Anexos/ 55

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Apresentação

A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica,


tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança,
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
integralizando as ações e influências da família e da
comunidade. Nesse sentido é de fundamental importância
referenciar a educação em saúde no ambiente escolar.
Sabe-se que as crianças cuidadas em escolas de
educação infantil apresentam um risco aumentado de
adquirir infecções em virtude da imaturidade do próprio
sistema imunológico, do ambiente e da exposição aos mais
diversos patógenos. Esta situação está relacionada com as
questões ambientais e, também, a maior suscetibilidade das
crianças devido aos hábitos que facilitam a disseminação
de doenças, tais como levar as mãos e objetos à boca, contato
interpessoal muito próximo, uso de fraldas, imaturidade do
sistema imunológico e esquema de vacinação incompleta.
Medidas de prevenção simples podem ser adotadas
para diminuir a transmissão de doenças, a saber: lavagem
das mãos, rotina padronizada para a troca das fraldas,
limpeza das áreas de troca, limpeza e desinfecção das áreas
contaminadas, funcionários exclusivos para a manipulação
de alimentos, notificação de doenças infecciosas,
treinamento dos funcionários, orientação dos pais, vacinação
e principalmente afastamento da escola das crianças doentes
pelo período necessário para sua recuperação.

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Com o objetivo de assegurar aos profissionais
envolvidos na Educação Infantil, informações e orientações
sobre promoção da saúde e a prevenção de doenças e de
acidentes nos ambientes escolares, os profissionais de saúde
da Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul,
elaboraram este manual de recomendações. Nele você
encontrará informações importantes para garantir um
serviço de boa qualidade, protegendo a saúde das crianças
e dos profissionais envolvidos.

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Higiene e saúde pessoal

Cuidar de crianças em contexto educacional exige que


os adultos conservem bons hábitos higiênicos, que sirvam
de referência constante para os alunos.

1.1 SAÚDE E HIGIENE DOS FUNCIONÁRIOS


Lavagem das mãos
Esta é a medida isolada considerada mais eficaz para
prevenção e controle de doenças infecciosas. Orienta-se lavar
as mãos com água e sabão ao chegar à escola, após o uso do
banheiro, antes de comer, antes de preparar e de servir os
alimentos. Também após a higiene da criança no banheiro
ou na troca de fraldas; após lidar com secreções, inclusive
limpeza ou curativo de feridas; e após manipulação de lixo
(mesmo que de luvas).
É imperativa a lavagem das mãos após a troca de fraldas
e o uso ou auxílio ao uso do vaso sanitário. Por este motivo,
pias, sabão e papel toalha devem estar adjacentes a todas as
áreas de troca de fraldas e banheiros. As pias devem ser
lavadas e desinfetadas pelo menos diariamente. As
intervenções para promover a lavagem de mãos são efetivas
e tem grande impacto.
Destaca-se a atividade de lavar as mãos com os olhos
vendados e tinta guache em vez de sabonete líquido (sem
saber). Após “ensaboar-se”, a pessoa tem a venda retirada

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dos olhos e pode ver se o sabonete foi bem aplicado, quais
as áreas que não foram ensaboadas (em geral, o dorso das
mãos, entre os dedos e embaixo das unhas). Após, devem
praticar uma lavagem que passe o sabonete em toda a
superfície das mãos (e antebraços), antes de enxaguar e secar.

1. Arregace as mangas acima dos cotovelos e


remova o relógio e demais adornos;
2. Use sabão líquido e neutro;

3. Lave as mãos e os antebraços, sem esquecer


os espaços entre os dedos e as regiões embaixo
das unhas;

4. Enxágue as mãos para remoção de todo o


sabão;

5. Seque completamente as mãos e os


antebraços com papel toalha não reciclado.

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Unhas e Cabelos
Manter as unhas limpas e aparadas, e os cabelos presos
e lavados frequentemente. Funcionárias que fazem troca
de fraldas e que auxiliam as crianças no banheiro, devem
manter suas unhas sempre curtas e se usarem esmalte, este
deve estar íntegro
Os manipuladores de alimentos (funcionários da
cozinha) devem tomar os mesmos cuidados, e devem usar
os cabelos presos, protegidos com touca ou rede. Ficar
atento a lesões/micoses que possam surgir nas mãos; neste
caso usar luvas ou, se necessário, afastar-se do trabalho até
concluir o tratamento até o término do tratamento. As
funcionárias que trabalham no berçário devem,
preferencialmente, proteger os cabelos com touca.

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Uniforme da cozinheira
Limpos e trocados diariamente. Devem ser de cor clara
que cubra a totalidade da roupa de uso pessoal, com botões
protegidos e sem bolsos acima da linha da cintura.

Calçados
Sapatos fechados e no berçário uso de calçados de uso
exclusivo no local ou propés.

Luvas
Para os funcionários encarregados do manuseio do lixo
da creche/escola. O uso de luvas está indicado para qualquer
funcionário ao lidar com sangue, principalmente se a pessoa
possuir alguma lesão nas mãos que possa servir como porta
de entrada para infecção.

Não utilizar adornos (anéis, pulseiras, colares,


etc).
Utensílios de higiene pessoal
individualizados.
Banheiro de uso exclusivo dos adultos.

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1.2 SAÚDE E HIGIENE DAS CRIANÇAS
A atenção com a saúde deve ser uma responsabilidade
de todos aqueles que cuidam, de forma direta ou indireta,
de crianças. Os cuidados de saúde e higiene devem fazer
parte do processo educativo global, considerando
especialmente que a autonomia da criança é um dos
princípios orientadores do trabalho com a criança na EEI
(Escola de Educação Infantil). Todos os cuidados devem
ser transmitidos às famílias para que os mesmos sejam
realizados em casa.

Lavagem das mãos


Deve-se criar o hábito nas crianças de lavar as mãos
com água e sabão, após o uso do banheiro, antes de comer
e após tocar em coisas sujas. As crianças devem ter acesso
às pias com altura apropriada, vasilhas com sabão e toalhas
de papel descartáveis.
Observação: o uso de toalhas de tecido individuais são
permitidas somente após escovar os dentes e praticar
atividade física.

Secreções nasais
Usar lenço de papel descartável para limpar o nariz
das crianças e após o uso acondicionar em recipiente
fechado. Lavar o rosto das crianças sempre que preciso e
secar com toalha descartável. Lavar ou higienizar com álcool
gel as mãos após o atendimento de cada criança ou após
lidar com secreções.

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Escovação dos dentes
A rotina de higiene bucal é muito importante.
Antes mesmo que tenha dentes, pode-se iniciar a
limpeza da boca do bebê já no primeiro dia de vida para
que comece a se acostumar com esta prática de higiene bucal
e para remover resíduos de leite que possam se acumular
nas mucosas orais. Proceda da seguinte maneira:

• Utilize gaze ou pedaço de fralda (exclusiva para


esse fim) embebida em água fervida, filtrada ou
mineral;
• Limpe todas as partes da gengiva e da língua.

Quando os dentes da criança começarem a erupcionar


(aparecerem em boca) por volta dos 6 meses de idade inicia-
se a limpeza com escova de dente (de cabeça pequena e
cerdas macias) e pasta de dente com flúor tipo infantil que
possui uma quantidade menor de flúor. Lembramos que
nessa fase de 0 a 2 anos a quantidade de flúor é o equivalente
a um grão de arroz pois apesar dos benefícios do flúor na
prevenção da cárie dentária, a ingestão diária de pasta de
dente com flúor pela criança em idade precoce, que ainda
não consegue controlar a deglutição, pode causar uma má
formação dos dentes permanentes, chamada de fluorose
dentária. Essa quantidade deve ser aumentada
gradativamente até chegar no tamanho de um grão de ervilha
para os maiores.
A escova deve ser trocada assim que for verificado o
desgaste das cerdas, comprometendo a qualidade da
escovação. Na falta de creme dental pode-se também realizar
a escovação dos dentes das crianças pequenas somente com
água limpa, pois a escova removerá e evitará a formação da
placa de bactérias. É importante que:

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• Cada criança tenha a sua própria escova de dente;
• A escovação seja feita em todas as faces dos
dentes, com movimentos circulares sempre da
gengiva em direção ao dente;
• Na face de mastigação do dente, o movimento
mais indicado é o vaivém;
• A língua seja escovada para retirar a placa que
nela também se forma;
• A escova deve ser bem lavada com água corrente
e mantida em lugar limpo e arejado, em porta-
escovas de dente identificado, de modo seco para
evitar o crescimento de fungos.
• O fio dental deve ser usado uma vez ao dia desde
o momento em que os dentes fazem contato
lateral.
• Observação: pode ser adotado o uso de estojos
individuais para guardar a escova e o creme dental
da criança, desde que identificado.

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Troca de fraldas e uso do banheiro
As fraldas devem ser trocadas toda vez que se fizer
necessário, evitando-se que as crianças permaneçam sujas
ou molhadas. Após urinar e/ou evacuar a criança deve ser
limpa com lenço umedecido.
Revisar a genitália para remover resíduos. As meninas
devem ser limpas de frente para trás, evitando-se a
contaminação da uretra por fezes. As crianças que já têm
controle dos esfíncteres devem ir ao banheiro acompanhadas
de um adulto, para que sejam orientadas na sua higiene.

DICA: Se a criança apresentar assaduras,


aplique a pomada com óxido de zinco
enviada pela mãe ou uma infusão de
camomila. Caso haja prescrição médica
para aplicação de outros medicamentos,
siga as instruções médicas

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ATENÇÃO!
Após a troca de fraldas de cada criança, é fundamental
que o cuidador:
• Lave bem as mãos;
• Higienize o trocador com álcool 70% e papel
descartável;
• Passe álcool gel nas mãos

Esses cuidados evitam que outras crianças ou a


professora/cuidadora se contamine, adquirindo, por
exemplo, uma parasitose e/ou uma transmitindo uma virose

Banho
É importante que:
• a escola deve dispor de sabonete líquido, shampoo e
toalhas para quando o banho se fizer necessário;
• após o banho, secar bem a criança com sua toalha,
com atenção especial às dobras, aos dedos e aos cabelos,
secar as orelhas com a toalha, e nunca usar cotonete
dentro dos ouvidos;
• os cabelos das crianças sejam
lavados regularmente e, para
penteá-los, o ideal é que cada uma
tenha o seu próprio pente ou
escova identificados;
• a roupa suja seja colocada em
sacos plásticos e devolvida para casa.

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Utensílios pessoais individualizados e
marcados com o nome do aluno
Roupas, calçados, roupa de cama, toalhas,
pentes, escovas de cabelos, escovas de dentes
(em bom estado de conservação e dentro de
capas protetoras), etc.

OBS: as chupetas também devem


estar marcadas para não haver troca
e de preferência quando não
estiverem em uso devem ficar em
local protegido. O ideal é utilizar
porta-chupeta identificado.

Quando a criança apresenta alterações de saúde

Ao receber a criança, o profissional que recebe


a criança deve observar se ela está ativa ou
não, se há alterações na pele, lesões ou
temperatura elevada, se há presença de
secreções nos olhos ou nariz e outras
alterações que chame m a atenção.

Quando a criança estiver quente ao tocá-la, deve-se


verificar a temperatura, usando um termômetro. Se a
temperatura estiver acima de 37,5ºC considera-se febre. No
caso de persistência ou agravamento do quadro febril,
orientar os pais para levar a criança ao médico ou ao serviço
de saúde. Lá será avaliado o motivo da febre e será prescrito
o medicamento certo para a criança.

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A febre é um sinal do organismo de que algo
não vai bem e indica a necessidade, além do
seu controle (baixá-la com medicamentos),
do diagnóstico médico para tratamento da sua
causa!

ATENÇÃO!
Quando a temperatura estiver acima de 38ºC e
caso os pais/responsáveis já tenham deixado um
medicamento (antitérmico) com prescrição
médica, o mesmo pode ser dado na escola;
Se não houver nenhuma indicação de qual
medicamento pode ser ministrado, dar um banho
mor no até que os pais/responsáveis
compareçam à escola e mantê-la com
compressas mornas. É importante abaixar a
febre, porque uma das complicações da febre em
uma criança pequena é a convulsão.

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Os medicamentos só podem ser administrados às
crianças sob prescrição médica atualizada e quando
autorizado pelos pais/responsáveis. É importante que a EEI
disponha de um contato no serviço de saúde de referência
na região para facilitar o encaminhamento da criança caso
seja necessário.
A apresentação da caderneta de saúde da criança
deve ser solicitada no momento de seu ingresso na EEI, e
o acompanhamento da situação vacinal deve ser realizado,
solicitando aos pais/responsáveis que apresentem
semestralmente cópia do cartão de vacinação. Caso haja
atraso vacinal, deve-se encaminhar os pais/responsáveis à
unidade de saúde mais próxima para que providenciem a
atualização das vacinas.
A integração com a unidade básica de saúde próxima
à EEI é de fundamental importância para assegurar boas
condições de saúde das crianças no dia a dia, destacando a
importância do trabalho interinstitucional.

Registros das condições de saúde das crianças:


• Das intercorrências apresentadas na chegada ou
permanência da criança na escola;
• Do uso de medicamentos;
• Dos cuidados especiais que foram realizados.

Devido à susceptibilidade da criança a uma série de


doenças comuns na infância, é fundamental a observação e
a escuta do relato dos pais/responsáveis sobre o estado geral
da criança, no momento da chegada à escola.

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1.3 HIGIENE E CUIDADOS NO CONSUMO DOS
ALIMENTOS
Os alimentos, quando contaminados, podem causar
doenças como: intoxicações, verminoses, diarréias, vômitos,
hepatite, etc. Para evitar a contaminação, recomendam-se
os seguintes procedimentos básicos:

• Lavar as mãos:
• Antes de preparar
os alimentos,
• Antes de alimentar
as crianças,
• Antes das refeições;
• Entre a manipu-
lação de diferentes
alimentos;
• Manter os alimentos sempre protegidos e/ou
tampados;
• Desprezar alimentos que caírem no chão;
• Não consumir alimentos que apresentem sinais de
deterioração (cheiro, cor, sabor e consistência
alterados);
• Acondicionar alimentos em temperatura adequada,
até 5ºC.
• Não falar, tossir ou espirrar em cima dos alimentos.

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O preparo de mamadeiras pode ocorrer na mesma área
de manipulação de alimentos, mas em horários diferentes,
higienizando e desinfetando com álcool 70% o local antes
de iniciar o preparo, para evitar a contaminação cruzada.
Os utensílios da cozinha e do lactário (garfos, facas, colheres,
pratos, panelas, canecas, copos, bandejas, etc.) entram em
contato direto com os alimentos, portanto a limpeza
cuidadosa evitará que veiculem doenças.

• Manejar os talheres pelo cabo;


• Segurar os pratos pela parte de baixo ou pelas
bordas;
• Pegar xícaras ou canecas pela parte de baixo ou
pelas alças;
• Observação: não são permitidos uso de
utensílios de madeira;
• Cada criança deve ter o seu próprio copo para
o consumo de água e outras bebidas.

Além de se preocupar com a alimentação saudável


para proporcionar boa nutrição à criança, o profissional não
pode se esquecer de oferecer a ela líquidos regularmente,
de modo a garantir sua hidratação.
Deve haver também disponibilidade de lavatórios para
lavagem das mãos que devem ser dotados de sabão líquido
e toalha de papel descartável de cor clara.
A lixeira deve ser provida de tampa acionada por pedal,
revestida de saco plástico resistente. A escola deve armazenar
amostras dos alimentos servidos por 72h sob refrigeração,
conforme Portarial Estadual nº 78/2009.
Atenção à escolha, estocagem, preparo, manipulação
e conservação. Os alimentos devem ser de boa qualidade e

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conservados por tempo e em local adequados. Os locais
para preparar e servir os alimentos devem ser apropriados,
e limpos e desinfetados entre os usos e antes e após comer.
Verduras, legumes e frutas que vão ser consumidos crus ou
com casca, devem ser lavados e desinfetados antes.

• Submergir por 15 a 30 minutos numa solução de água


(1 litro) e hipoclorito de sódio 1% com indicação de
uso para alimentos (10 gotas ou uma colher de sopa).
• Em seguida enxaguar em água potável (corrente ou
não).
• Observação: nos casos em que são enviados alimentos
perecíveis para a criança se alimentar na escola, deverá
ser comunicado aos receptores da criança, seja no
transporte escolar e também na escola para que caso o
alimento necessite de refrigeração, este seja armazenado
adequadamente.

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1.4 CUIDADOS COM ÁGUA
Abastecimento diário e contínuo, de fonte segura e
natural (devendo a água ser clorada (1 a 2 ppm) e fluorada
em proporções ideais). O SAMAE, companhia responsável
pelo abastecimento de água em Caxias do Sul, atende pelo
telefone 3220 8600.
A limpeza da caixa d’água deve ser feita, por lei,
semestralmente e antes do uso de um reservatório novo – a
empresa contratada para este serviço deverá possuir alvará
de saúde. Atenção aos cuidados com a manutenção de filtros
e bebedores (de acordo com orientação do fabricante).

Onde houver fornecimento de água pela rede pública


é proibido o uso de água de poço artesiano ou fonte. A
água fornecida pelo SAMAE é considerada potável e pode
ser consumida seguramente. No entanto, recomenda-se que
para o uso de preparos de mamadeiras, chás e para ingestão
de bebês, a água deverá ser fervida ou filtrada.

ATENÇÃO!
O uso de copos e/ou garrafas
individuais identificadas e
devidamente higienizadas para a
ingestão das crianças é essencial
para evitar transmissão de
doenças

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Higiene ambiental de
equipamentos e de utensílios

A higiene ambiental, de equipamentos e de utensílios


é o conjunto de ações preventivas que proporcionam um
espaço agradável de convivência de crianças e funcionários,
garantindo um ambiente que estabeleça condições favoráveis
à saúde, minimizando a possibilidade de doenças.
A higienização é a operação que engloba a limpeza e
a desinfecção. É muito importante realizar a higienização,
porque os microorganismos se multiplicam em resíduos ou
sujidades que permanecem nesses locais, contaminando-os
e disseminando doenças.
A limpeza é a etapa mais importante do processo de
higienização. Consiste em retirar a sujeira de um local (pisos,
paredes, móveis, equipamentos e outros objetos). Deve ser
feita sempre esfregando bem com água e sabão ou
detergente, com posterior enxágüe e secagem.

Proceder a limpeza partindo sempre:


• Da área mais limpa para a área mais suja;
• Da área menos contaminada para a área mais
contaminada;
• De cima para baixo (ação da gravidade);
• Remover a sujeira sempre num mesmo sentido e
numa mesma direção.

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A desinfecção é o processo de destruição de
microorganismos que causam doenças (vírus, bactérias e
fungos), mediante a aplicação de agentes físicos e químicos.
Pode ser realizada por:
• Fer vura: quando objetos (por exemplo, as
mamadeiras) são fervidos durante 5 minutos alcança-
se um alto grau de desinfecção;
• Produtos químicos: utilizados para a desinfecção
de utensílios. Para cada tipo de substância desinfetante
existe uma indicação própria em termos de uso, diluição
e exposição. Siga sempre as instruções do fabricante;
• Remoção mecânica com produtos químicos:
para superfícies de mobiliários e de equipamentos, é
aceitável desinfetar passando um pano de limpeza
embebido em desinfetante apropriado.

Os produtos desinfetantes têm a finalidade de diminuir


a carga microbiana e devem ser registrados no Ministério
da Saúde com indicação para este fim. Observe sempre as
instruções do rótulo e siga-as rigorosamente:
As instruções básicas para a
desinfecção são as seguintes:
1. Limpar bem os objetos ou
superfícies a serem desinfeta-
dos;
2. Submergir o objeto ou deixar
o produto desinfetante em
contato com a superfície,
conforme recomendação do fabricante;
3. Enxaguar e deixar secar naturalmente.

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Rotina de limpeza e desinfecção dos ambientes,
equipamentos e utensílios:
ÁREA EXTERNA
Limpeza: Diária.
• Varrer, juntar o lixo e colocá-lo em sacos plásticos fechados;
• Estar atento a retirar utensílios e/ou resíduos (cacos de vidro, latas, pedras, etc) que
possam causar acidentes;
• Lavar com água e sabão, se houver piso.

BERÇÁRIO E SALAS DE ATIVIDADES (PISOS)


Limpeza:
Módulos de crianças de 0 a 2 anos: 2 vezes ao dia e sempre que necessário.
Módulos de crianças < 2 anos : 1 vez ao dia e sempre que necessário.
• Varrer com pano úmido;
• Limpar com água e sabão;
• Enxaguar e secar.
• Borrifar a solução de hipoclorito de sódio a 0,1%;
• Espalhar com um pano úmido e limpo;
• Deixar secar.

BERÇÁRIO E SALAS DE ATIVIDADES (paredes, portas, janelas e armários)


Limpeza: semanal e sempre que se fizer necessário.
• Varrer com pano úmido;
• Limpar com água e sabão;
• Enxaguar e secar.
• Borrifar a solução de hipoclorito de sódio a 0,1%;
• Espalhar com um pano úmido e limpo;
• Deixar secar.

MAMADEIRAS
Todas as partes da mamadeira devem estar identificadas com o nome da criança.
Limpeza: Encaminhar as mamadeiras ao lactário (ou cozinha), logo após o uso;
• Separar frascos, bicos, arruelas e protetores plásticos das mamadeiras;
• Os frascos devem estar separados dos bicos e acessórios em recipientes diferentes.
• Escovar os frascos um a um, com água e sabão (ou detergente), eliminando todos os
resíduos;
• Enxaguar bem e deixar secar sobre uma superfície limpa e desinfetada;
• Lavar os bicos, arruelas e protetores por dentro e por fora, com água e sabão (ou
detergente), escovando bem;
• Enxaguar e deixar secar naturalmente em recipiente limpo e coberto.
• Ferver em água por 5 minutos ou mergulhar completamente todo o material na
solução de hipoclorito de sódio a 0,02% e deixar de molho por 15 minutos em recipiente
de plástico com tampa, sendo um recipiente exclusivo para os frascos e outro para os
bicos, as arruelas e os protetores plásticos;
• Lavar muito bem as mãos e retirar os utensílios dos recipientes (ou usar um pegador
universal ou peneira);
• Enxaguar bem em água corrente e deixar secar naturalmente sobre uma superfície
limpa e desinfetada.

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AMBIENTES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
ESCOVA DE LIMPEZA DAS MAMADEIRAS
Limpeza: Após o uso.
• Lavar com água e sabão;
• Enxaguar bem e deixar secar naturalmente;
• Guardar em local protegido.

COPOS
Limpeza: Após o uso.
• Lavar com água e sabão;
• Enxaguar bem e deixar secar naturalmente;
• Guardar em local protegido.

CHUPETAS E MORDEDORES
Limpeza: Após o uso.
• Lavar com água e sabão;
• Enxaguar bem e deixar secar naturalmente;
• Guardar em local protegido e identifcado.

BRINQUEDOS DE PLÁSTICO E DE BORRACHA


Limpeza: Semanal e sempre que se fizer necessário.
• Lavar com água e sabão;
Enxaguar bem e deixar secar naturalmente.
• Incluir rotina diária de fricção com pano limpo e álcool a 70%.

TERMÔMETRO
Limpeza: Antes e após o uso. ·
• Friccionar com algodão embebido em álcool a 70%, de 2 a 3 vezes, sempre na
mesma direção.

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Para a desinfecção, normalmente usa-se o cloro
inorgânico (hipoclorito de sódio). Para uso em alimentos
este produto deverá apresentar indicação de uso no rótulo.
Observe suas características:

• possui ação bactericida (contra bactérias),


tuberculicida (contra o bacilo da tuberculose) e
fungicida (contra fungos);
• é um desinfetante de baixa toxidade oral, característica
importante quando se considera que a criança
frequentemente leva objetos à boca;
• deve ser aplicado em superfícies previamente limpas,
pois não age na presença de matéria orgânica, exceto
em concentrações muito elevadas;
• quando a limpeza for feita com detergente, há
necessidade de sua total retirada, pois há interferência
na ação do hipoclorito;
• o tempo de exposição para ter a ação germicida deve
ser respeitado, lembrando que o hipoclorito possui ação
corrosiva em metais, quando excedido o tempo de
exposição.

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As concentrações recomendadas para a desinfecção
de alimentos, ambientes e diferentes tipos de materiais
encontram-se na tabela a seguir:

*
Concentração base (comprada) do hipoclorito de sódio.
**
Copo de café = copinho de café descartável = 50ml.

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2.1 CONDIÇÕES GERAIS DAS EDIFICAÇÕES
A área externa do estabelecimento deve ser:
• Limpa, bem conservada e segura, protegida, cercada
até 1,5 metros;
• Sem acúmulo de lixo, caixas, garrafas e outros objetos
em desuso que favorecem o aparecimento de insetos e
roedores.

A área interna do estabelecimento deve proporcionar


conforto e segurança. O material de revestimento deve
facilitar a higienização e a manutenção das instalações.

• Pisos, paredes, tetos, portas e janelas devem ser de


material liso, resistente, impermeável e lavável, sempre
em bom estado de higiene e conservação;
• A ventilação deve proporcionar a renovação do ar e
a ausência de umidade;
• As instalações elétricas devem ser embutidas ou, caso
não seja possível, revestidas por tubulação de fácil
limpeza;
• As mesas e cadeiras devem ser adequadas às faixas
etárias, garantindo ergonomia adequada.

Ventilação
Manter sempre o ambiente arejado, com as janelas
abertas, permitindo a troca de ar. A transmissão de doenças
aumenta quando as pessoas se aglomeram em ambientes
fechados. Atenção especial aos dias frios e ao horário de
sono das crianças. Atenção especial para não expor as
crianças ao frio excessivo, o ambiente deverá estar com a
temperatura agradável.

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Insolação
O sol é um esterilizador natural, e a exposição ao sol é
fundamental para o crescimento e desenvolvimento da
criança. Atenção ao horário mais adequado para a exposição:
até às 10h e após às 16h. Recomenda-se o uso de protetor
solar quando a criança for exposta ao sol no horário das
10h às 16h.

Iluminação
A iluminação natural e artificial deve garantir um
ambiente claro, adequado à escola e nas salas de atividades
a iluminação deve incidir diretamente sobre as mesas de
forma a evitar sombreamento. Na área de manipulação de
alimentos, pia e fogão, devem ser bem iluminados, com
lâmpadas de LED ou protegidas e a estrutura deve estar
íntegra.

Pisos e Revestimentos
Devem ser de material lavável, impermeável e
resistente, permitindo sua limpeza e desinfecção frequentes.

Cuidados com a Areia


Dever estar em local que permita sua exposição ao
sol, fechada com tampa ou lona em toda sua extenção para
impedir o acesso de animais (cães, gatos, ratos). Remexer e
revolver a areia quinzenalmente, para que toda ela possa
receber ar e sol. Remover folhas e excessos e realizar troca
frequente.

Cuidados com o Lixo


Depósito em local apropriado, bom acondicionamento
e troca frequente. Lixeiras com tampa e pedal, forradas com

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saco plástico. Os funcionários encarregados do manuseio
do lixo devem usar luvas de borracha. A CODECA
companhia responsável pelo recolhimento de lixo, atende
pelo telefone 3224 8000 (Alô Codeca). Rede de esgotos
adequada. Se houver depósito temporário de resíduos deverá
ser acondicionado em recipiente fechado com tampa e de
material lavável.

Controle de Vetores
Não devem existir condições que propiciem
alimentação, proliferação ou abrigo de animais sinantrópicos
(baratas, ratos, formigas, moscas, dentre outros) tais como:
• Pratinhos de vasos de plantas;
• Latinhas, embalagens, descartáveis, pneus ou material
em desuso em condições de acumular água;
• Caixas d’água ou depósitos de água sem tampa;
• Piscinas, lagos ou espelhos d’água decorativos com
água sem tratamento;
• Ralos com entupimento ou em desuso;
• Vasos sanitários em desuso sem tampa;
• Cacos de vidro nos muros que possam acumular água;
• Bandeja externa de geladeira e ar condicionado com
acúmulo de água;
• Suporte de água mineral sem higienização na troca
do galão;
• Área externa, inclusive canaletas, com lixo.

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34
DICA :
ESCOLA LIVRE DE Aedes
recomenda-se revisão sistemática
da escola de Educação Infantil em busca de
possíveis focos de mosquitos, no mínimo,
semanalmente (sexta-feira) e, se possível,
eliminando-os mecanicamente

Se necessário dedetização e desratização periódicas,


contratar empresa especializada com registro na Vigilância
Ambiental ou solicitar alvará de saúde da empresa
contratada.

Pisos e revestimentos
A limpeza de pisos e revestimentos deve ser diária, e
sempre que necessária. Uma vez por semana paredes, teto,
luminárias e ventiladores também devem ser limpos. Janelas
e portas devem ser higienizadas mensalmente. A pessoa
encarregada da limpeza deverá usar roupa apropriada, sapato
fechado, e calçar luvas de borracha, lavando as mãos antes
e depois das tarefas.
Evitar o uso de produtos químicos para a limpeza do
ambiente na presença de crianças. Atenção especial aos
banheiros, cozinha e superfícies para preparar e servir
alimentos. Cuidado com a contaminação por fezes, urina,
sangue e secreções. Lavar com água e sabão e depois fazer
a desinfecção de uma das formas apresentadas na tabela da
página 30.

Trocador
As fraldas devem ser trocadas somente em local
apropriado (trocador), que nunca deve ser usado para o
preparo ou colocação de alimentos, mesmo que

35
temporariamente. O trocador deve ser de material não
poroso (por ex: plástico).

Coletor de Fraldas
Fraldas descartáveis quando sujas devem ser
imediatamente jogadas em lixeiras com tampa e pedal,
forradas com saco plástico e recolhidas frequentemente das
salas.

Vasos sanitários
O ideal é que sejam proporcionais ao tamanho das
crianças ou que elas tenham acesso a adaptadores de altura
e sanitários modificados. Quando não houver vaso sanitário
de tamanho adaptado, e for necessário o uso de urinol
(penicos), este deve ser limpo e desinfetado em local
apropriado, após cada micção e evacuação (urina e fezes)
desprezar no vaso sanitário e o urinol deve ser lavado em
tanque apropriado para este fim. Os tampos dos vasos
sanitários devem ser mantidos sempre limpos e desinfetados
(ver pisos e revestimentos).

Banheiras
Lavar com água e sabão após cada banho de um bebê
e desinfetar com álcool 70%.

Chuveiros (boxes)
Limpeza e desinfecção com hipoclorito de sódio a 1%,
inclusive de tapetes, com atenção para restos de fezes e
secreções (ver pisos e revestimentos).

36
Prevenção da acidentes

A curiosidade natural e a falta da noção de perigo


colocam a criança em risco de acidentes. Por isso, é preciso
que a professora/cuidadora organize o seu espaço e adote
certos cuidados para que a criança continue suas descobertas
com segurança.

Os acidentes mais comuns são:


• Asfixia (por meio de travesseiro ou com saco plástico);
• Estrangulamento (através de cordões de pescoço ou
laços);
• Queda (do berço, escada, laje, etc.);
• Ingestão de objetos estranhos (terra, pedra, insetos,
sementes, plantas e brinquedos);
• Envenenamento (por medicamentos deixados ao seu
alcance, produtos de higiene e limpeza, inseticidas,
tintas e plantas);
• Queimaduras (por água, leite ou óleo fervendo,
substâncias cáusticas, eletricidade ou superfície quente);
• Choques elétricos (por mexer nas tomadas);
• Afogamento (na piscina ou em tanques);
• Atropelamento na rua;
• E outras contusões, fraturas e ferimentos.

37
Algumas dicas:
• É importante que se cumpram as normas do Código
Nacional de Trânsito (respeitar a faixa de pedestre, uso
obrigatório do cinto de segurança, uso de assento
apropriado para crianças menores em automóveis e
transporte de crianças sempre no banco traseiro);
• Os motoristas devem dobrar sua atenção nos locais
onde passam crianças e adolescentes, como portas de
EEI, escolas, clubes, condomínios e áreas de lazer;
• Ao transportar crianças em bicicletas, usar sempre o
assento especial;
• Estimular o uso de equipamentos de segurança em
práticas esportivas: skate, patins, bicicletas, etc.;

38
• Proteger as janelas de residências, EEI e escolas com
telas e grades. As piscinas devem ser protegidas com
redes apropriadas ou cercadas;
• Proteger as crianças menores do risco de ferimentos
com objetos e tomar cuidado com as escadas e lajes,
que devem ter acesso restrito;
• As tomadas devem ser sempre protegidas, e a fiação
elétrica não pode ficar exposta em locais onde circulam
crianças;
• Remédios, produtos de limpeza e material inflamável
devem ficar longe do alcance das crianças e nunca
devem ser guardados em recipientes de refrigerantes
ou similares;
• Afastar crianças de água ou alimentos muito quentes,
e de qualquer situação onde exista o risco de fogo e
chama.

39
Outros cuidados são importantes com relação às
escolinhas:
• A área de recreação externa deve estar isolada e ser
de uso exclusivo das crianças;
• O piso das áreas em que há circulação de crianças
deve ser de material de fácil higienização, resistente,
antiderrapante e em bom estado de conservação;
• O piso deve ser flexível em locais que tenha
brinquedos de movimentos;
• As janelas, sacadas, portas e escadas de locais que
ofereçam risco às crianças devem apresentar telas ou
grades resistentes para proteção;
• As escadas devem apresentar corrimão instalado,
peitoris ou guarda corpos, e faixas antiderrapantes;
• As portas dos banheiros infantis não devem
apresentar trancas;
• Nos casos em que há portas, esta deve permitir um
vão livre de 15 cm na parte inferior e 30 cm na parte
superior;
• As instalações, mobiliários e equipamentos não
podem apresentar protuberâncias perigosas, cantos
agudos, componentes danificados e soltos, e outras
falhas capazes de, eventualmente, causar ferimentos
em uma criança;

• Os brinquedos e materiais pedagógicos devem


atender aos seguintes critérios:
• Apresentar forma e tamanho adequados à faixa
etária das crianças atendidas;
• Exibir bom estado de conservação e higienização
adequada;

40
• Apresentar certificação de acordo com os
requisitos de segurança e selo do INMETRO;
• Os brinquedos devem ser submetidos à inspeção
visual diária a fim de detectar possíveis falhas ou
alterações;
• Os procedimentos de limpeza de caixa d’água e
de desinfestação realizados para o controle de
pragas (insetos e roedores) não poderão ser
realizados com a escola em funcionamento.

Medidas gerais:
• Cumprimento das normas e legislação.
• Implantar programas de medicina e segurança do
trabalho
• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na
Escola – CIPAVE
• Comissão Escolar de Prevenção de Acidentes e
Violências

• Exigir produtos com selo do INMETRO (Instituto


Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial), IQB
(Instituto de Qualidade de Brinquedo e de Artigos
Infantis), ABRAPUR (Associação Brasileira de
Fabricantes de Puericultura) e nº de registro no
Ministério da Saúde.
• Iluminação adequada de todas as dependências e
mobiliário de acordo com as normas de segurança.
• Deve haver sempre um adulto responsável pela
supervisão dos alunos.

41
Asfixias por sufocação ou aspiração de corpo
estranho
• Objetos como peças pequenas de brinquedos,
moedas, botões, sementes, adereços miúdos e outros,
devem ser mantidos fora do alcance de crianças
pequenas.
• Evitar alimentos como amendoim, pipoca, balas duras
e gomas de mascar antes de 3 anos de idade.
• Oferecer mamadeiras com a criança na posição
sentada, nunca deitada.
• Retirar pequenos ossos e espinhas da comida.
• Evitar o uso de cordões no pescoço. Sacos plásticos,
fios e quaisquer objetos que possam ser enrolados no
pescoço, devem ser deixados fora do alcance de
crianças.

Ferimentos:
• Todo cuidado com o uso de objetos cortantes e
perfurantes é pouco.
• Separar e tirar de circulação brinquedos quebrados e
móveis danificados, inclusive no parquinho.
• Limpeza diária da área externa.
• Verificar periodicamente se os ventiladores estão bem
fixados no teto e as prateleiras presas nas paredes.
• Ensinar as crianças a respeitar os animais, lembrando-
as que todos eles mordem, desde que sejam molestados.

Quedas
• Colocar grades ou telas de proteção nas janelas dos
locais onde circulam crianças.

42
• As escadas onde circulam crianças e bebês de colo,
devem ter portão, corrimão e piso antiderrapante; não
deixar as crianças pequenas subirem e descerem escadas
sozinhas; dois adultos devem acompanhar o grupo (um
na frente e outro atrás), auxiliando sempre que
necessário.
• Os berços devem ter grades laterais com altura
regulada de acordo com o crescimento da criança, não
podendo conter brinquedos que sirvam de degraus.
• Respeitar distância de 5 cm entre as barras das grades
e retirar a criança do berço quando esta atingir 85 cm
de estatura.
• Quando colocadas em cima de bancadas (trocador),
as crianças devem estar sempre com um adulto ao lado.
• Providenciar piso antiderrapante nos locais de higiene
das crianças.
• Escorregas e balanços devem estar sobre piso
adequado (flexível).
• Os calçados devem ser leves, flexíveis e com sola de
borracha antiderrapante.
• Evitar os chinelos e tamancos.
• Evitar brincadeiras e correrias das crianças nas
escadas.
• Evitar brincadeiras agressivas.
• Estimular o uso de equipamentos de proteção para a
prática de esportes.
• As atividades físicas devem ser orientadas por
profissional capacitados.

43
Queimaduras
• As crianças não devem ter acesso às dependências da
cozinha; água, óleo e comidas quentes podem causar
sérias queimaduras, assim como o fogão e o aquecedor.
Cuidado com alimentos e pratos quentes, pois podem
entornar sobre as crianças, ou mesmo provocar
queimaduras na boca. Nunca colocar a criança no
banho antes de verificar a temperatura da água; para o
banho morno é recomendável que a água fria seja
aberta em primeiro lugar.
• Quando o uso de compressas mornas estiver indicado,
atentar para que estas não queimem as crianças; não
fazer compressas com álcool.
• Cuidado com a temperatura da água ao utilizar bolsas
de água quente.
• O horário ideal para o banho de sol é até as 10:00h e
após as 16:00h. Evitar a exposição excessiva ao sol e
estimular o uso de filtro solar e bonés e chapéus.
• Atenção aos locais que superaqueçam com o sol para
não causar queimadura nos pés; molhar o chão ou
manter as crianças calçadas. Chapas de metal devem
ser pintadas com tinta branca.
• As tomadas devem ficar longe do alcance das crianças.
Quando isso não for possível, devem ter proteção
especial. Os fios não devem ficar expostos. O quadro
de luz deve ter seus interruptores identificados para
que possam ser prontamente desligados num momento
de necessidade.
• Os extintores de incêndio devem estar localizados em
lugares de fácil acesso e ter sua manutenção atualizada
(prazo de segurança e validade). Os adultos devem ser
treinados para saber manuseá-los de forma correta.

44
• Álcool, querosene e outras substâncias inflamáveis,
bem como fósforos e isqueiros, devem ser mantidos
em lugares seguros.
• Não utilizar álcool para acender o fogão.
• Todo cuidado com velas acesas; evitar técnicas de arte
com fogo.
• É proibido soltar balões; cuidado com fogos de
artifício.
• É proibido fumar nas dependências da creche/escola.

Intoxicações exógenas
• Cuidado com aquecedores, bujões de gás e comunicar
imediatamente se houver cheiro ou qualquer outro sinal
de mau funcionamento destes. Neste caso abrir todas
as janelas e portas para ventilar, não ligar nem desligar
interruptores de luz ou ventiladores, nem acender
fósforos.
• Cuidado com plantas venenosas; na dúvida não as
tenha.
• Usar apenas tinta e material não tóxico nas atividades
lúdicas.
• Material de limpeza, remédios e outras substâncias
tóxicas, devem ser mantidos fora do alcance das
crianças.

Afogamentos
• Não deixe criança pequena sozinha perto de
recipientes com água; estes devem ser esvaziados
sempre após o uso.
• A piscina ou espelhos d’água deve ser mantida isolada
por portão de segurança, grade e rede de proteção.

45
Bóias e salva-vidas devem ser usadas por aqueles que
não sabem nadar.
• As crianças devem ser instruídas sobre os perigos dos
afogamentos.

Recomendações sobre o trânsito


• Não carregar crianças no colo e no banco dianteíro.
O local mais seguro dentro de um veículo é o centro
do banco traseiro.
• As crianças devem ser transportadas somente no
banco traseiro do carro, em assentos especiais. Depois
dos 7 anos, normalmente já possuem altura (1,45m)
para usar o cinto de adulto e o Novo Código Nacional
de Trânsito Brasileiro permite que sejam transportadas
no banco da frente.
• Usar travas contra a abertura interna das portas
traseiras e manter os vidros levantados.
• Usar assentos especiais ao transportar crianças em
bicicletas. Crianças abaixo de 7 anos não devem ser
transportadas em motocicletas.
• Usar equipamentos de segurança (capacete,
protetores para joelhos e cotovelos) ao andar de
bicicleta/motocicleta.
• Ao atravessar a rua, as crianças menores de 10 anos
devem estar acompanhadas de adultos. Segurar firme
a mão da criança, olhando sempre para os lados, usando
a faixa de pedestres, passarelas e sempre respeitando o
sinal luminoso.
• Ensinar desde cedo as regras de trânsito.
• O veículo e o motorista responsável pelo transporte
escolar têm que possuir credenciamento junto aos

46
órgãos competentes, e cumprir as determinações do
Novo Código Nacional de Trânsito.
• O embarque e desembarque da criança deverão ser
feitos sempre pelo lado da calçada.
• Controlar rigorosamente o portão da escola, na
entrada e saída.

Apesar de todo cuidado,


se acidentes acontecerem:
1. Mantenha a calma;
2. Providencie os primeiros socorros;
3. Comunique aos pais/responsáveis;
4. Se necessário contate SAMU 192.

47
A seguir traz orientações sobre o que fazer quando
alguns acidentes acontecerem:

Contusão
Pancadas ou quedas
• Envolver pedaços de gelo em um saco plástico e após
em um pano e aplicar no local;
• Se a pancada foi na cabeça, observar se a criança tem
vômito e se está sonolenta e confusa. Neste caso, levar
imediatamente ao serviço de saúde.

Fratura
Quedas
• Identificar se a criança mexe parcialmente ou não
consegue mexer a perna ou o braço afetado;
• Evitar mexer no local;
• Chamar o serviço de emergência para transportar a
criança para o serviço de saúde com cuidado;
• Se suspeitar de fratura na coluna, não mexa na criança,
mantenha-a deitada no local da queda e chame o
serviço de emergência. A mudança de posição em uma
criança com fratura de coluna pode causar graves
problemas, como a paralisia das pernas.

Ferimentos
Quedas, pancadas ou cortes
• Nos ferimentos leves, fazer limpeza no local com
água e sabão, retirando a sujeira;
• Secar o ferimento com gaze ou um pano limpo;
• Evite abafar o ferimento;

48
• Em caso de acidentes com pregos ou superfícies
enferrujadas, verifique se a criança está com a vacinação
antitetânica em dia. Se não estiver, precisará ser
vacinada;
• Nos ferimentos profundos, comprima o local do
sangramento com gaze ou um pano limpo e leve ao
serviço de saúde.
Lembre-se: Os cuidados com o sangue devem ser feitos com
luvas. Caso não tenha, procure colocar sacos plásticos na mão
que entrará em contato com o sangue.

Hemorragia (sangramento)
Pancadas, atividades físicas ou exposição ao sol
• Utilizar compressas de gaze ou pano limpo,
pressionando o local;
• Hemorragia nasal: acalme a criança, coloque-a
sentada, pressione o nariz por três a cinco minutos até
que pare de sangrar. Para parar o sangramento nasal,
também se pode colocar uma compressa de gelo
envolto em um pano limpo acima do nariz. Se o
sangramento continuar, leve ao serviço de saúde.

Queimadura
Água, leite ou óleo fervendo ou superfícies
quentes, eletricidade ou substânciascáusticas
• Colocar água gelada no local queimado;
• NÃO passar nada como: óleo, manteiga, pó de café,
pasta de dente e outros;
• NÃO furar as bolhas;
• Oferecer líquidos para a criança beber;·
• Encaminhar para o serviço de saúde.

49
Corpo estranho
Objetos pequenos (terra, pedra, insetos, sementes
ou brinquedos)
• Olhos: não esfregar, lavar com soro fisiológico ou
água bem limpa, fazer movimentos circulares com uma
gaze ou pano limpo para retirar o corpo estranho,
encaminhar a criança ao oftalmologista;
• Nariz: tentar retirar o corpo estranho e levar a criança
ao serviço de saúde para verificar se não há mais nada
no nariz;
• Ouvido: levar a criança imediatamente ao serviço de
saúde.
• Não usar cotonetes;
• Garganta: se a criança estiver engasgada, vire-a de
cabeça para baixo e bata nas costas. Encaminhar a
criança ao serviço de saúde.

Envenenamento
Produtos tóxicos (medicamentos deixados ao seu
alcance, inseticidas, produtos de higiene e
cosméticos, solventes, tintas, gás de cozinha,
desinfetantes, e plantas – copo de leite, antúrio,
mandioca brava)
• Em caso de contato com a pele e com os olhos, lave
com água corrente;
• Não provoque o vômito se o produto ingerido for
soda cáustica, inseticida, detergente, querosene, ácido
ou produto corrosivo, pois pode causar queimaduras;
• Sempre procure um atendimento médico com a
embalagem do produto ou a planta que causou a
intoxicação.

50
Contato com CIT-RS Centro de Informação
Toxicológica pelos telefones 0800-721 3000.

Para a assistência frente aos acidentes ocorridos


na escolinha, é importante que haja:

Caixa para primeiros socorros, contendo:


• Soro fisiológico;
• Gaze esterilizada ou pano limpo;
• Atadura;
• Esparadrapo;
• Micropore;
• Curativos transparentes;
• Termômetro;
• Tesoura;
• Luvas descartáveis.

Lista de endereços e telefones


• Centros de saúde;
• Hospitais e pronto-socorros;
• Ambulância;
• Corpo de bombeiro;
• Famílias das crianças.

A criança precisa de proteção, e a vacina contra


acidentes é a prevenção!

51
52
Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOPEDIATRIA.


Recomendações sobre o uso de flúor. 2009.
BOGUS, C.M. et al. Cuidados oferecidos pelas creches:
percepções de mães e educadoras. Rev. Nutr., 20(5):499-514, set./
out., 2007.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da
Diretoria Colegiada 216, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde,
Organização Pan-Americana da Saúde. AIDPI Atenção Integrada
às Doenças Prevalentes na Infância – curso de capacitação: tratar a
criança: módulo 4. 2. ed. Rev., 1ª reimpressão – Brasília: Ministério
da Saúde, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde: Guia de Vigilância em Saúde. Brasília:
Ministério da Saúde, 2014. v. 1.
NESTI, M.M.M.; GOLDBAUL, M. As creches e pré-escolas e
as doenças transmissíveis. J pediatr., 83(4):289-312, 2007.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Manual
de Sanitização – Atualização do Capítulo. Ações Educativas e
Preventivas no Controle das Doenças Contagiosas na Creche,
Política de Creches, Ações Educativas e Preventivas de Saúde.
São Paulo: Secretaria Municipal de Assistência Social, 2000.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual da Saúde. Portaria
172, 03 de maio, 2005.

53
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual da Saúde. Portaria
78, 30 de janeiro, 2009.
SALUS PAULISTA. (2) Saúde e Nutrição em Creches e Centros de
Educação Infantil. Coleção Vencendo a desnutrição. 2a Edição.
São Paulo: Salus Paulista, 2004.

54
Anexos

TELEFONES ÚTEIS

SAMU: 192
BOMBEIROS: 193
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE: 3290 4400
VIGILÂNCIA SANITÁRIA: 3290 4516
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
(vacinas e notificações de surtos): 32904560
SAMAE: 3220 8600
CODECA: 3224 8000
ALÔ CAXIAS: 156
CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS RS
0800 721 3000
CONSELHO TUTELAR:

55
Anexo 2

USO CRITERIOSO
DE MEDICAMENTOS NA ESCOLA
O uso de medicamentos na escola é polêmico.
Especialmente nas instituições de Educação Infantil
(creches e pré-escolas), em que o maior tempo de
permanência das crianças e a maior suscetibilidade delas a
certas doenças faz com que necessitem de medicamentos
com mais frequência.
Considerando que muitas vezes há necessidade da
administração de medicamentos na escola, mesmo estando
a criança em bom estado geral, pronta para as atividades
pedagógicas, podendo ter sua escolaridade prejudicada se
faltar por tempo prolongado, reiteremos que o uso de
medicamentos precisa ser bastante criterioso, a fim de evitar
equívocos e prejuízos para a saúde da criança.

Recomendações:
• A medicação deve ser feita somente com a
apresentação da receita médica atualizada ou de sua
cópia, constando na embalagem do medicamento o
nome da criança, a dose e horário

• É importante ressaltar que o uso de medicamentos


deve ser restrito às situações em que é imprescindível.

• Manter os registros de dose e horário das


administrações dos medicamentos na agenda da
criança.

56
• Os medicamentos devem ser enviados nas
embalagens originais e identificados com o nome da
criança e, é claro, dentro do prazo de validade e com
as informações de conservação.

• Os pais devem estar atentos para o risco do transporte


de crianças com medicamentos quando estas utilizam
transporte coletivo escolar, deixando o alerta para o
monitor do transporte. Este medicamento deve ser
acondicionado em recipiente fechado que dificulte sua
abertura pela criança.

• Situações especiais devem ser discutidas com a


comunidade escolar, com o objetivo de se
estabelecerem acordos que atendam da melhor forma
os interesses de todos.

• O uso criterioso de medicamentos na escola visa a


minimizar os efeitos da automedicação e diminuir
interferências com as atividades pedagógicas, além de
promover educação em saúde no âmbito escolar.

• Crianças que necessitem fazer uso de nebulização


ou bombinha, os pais devem providenciar o
nebulímetro e o espaçador que deve ser de uso
exclusivo de cada criança, devendo estar identificados
com o nome da criança.

Armazenamento dos medicamentos:


• identificação com nome da criança
• local seco e fresco;

57
• não guardar em locais úmidos, como banheiros;
• ao abrigo da luz direta;
• não guardar em locais quentes, como cozinhas;
• não guardar próximo a eletrodomésticos, como
geladeira, fogão, forno, micro-ondas;
• não guardar junto a outros produtos, como produtos
de limpeza, perfumaria, inseticidas, etc;
• manter em local longe do alcance das crianças, porém
acessível aos profissionais de educação
• dar atenção especial a medicamentos que necessitam
armazenamento com refrigeração, como a insulina.

Administração dos medicamentos:


• no caso de suspensões medicamentosas, agitar bem
o frasco antes de usar;
• as colheres e/ou copos dosadores devem ser lavados
após cada utilização
• seguir as dosagens prescritas na receita médica para
cada criança
• atenção quando mais de uma criança está sendo
medicada
• administrar em local claro

58
Anexo 3

ORIENTAÇÕES AOS PAIS SOBRE USO DE


MEDICAMENTOS NA ESCOLA

• O uso de medicamentos na escola deve ser criterioso.


Requer organização, espaço, horários estabelecidos e
pessoas atentas e competentes.

• É importante ressaltar que o uso de medicamentos


deve ser restrito às situações em que é imprescindível.

• É necessário que os pais enviem a prescrição médica.

• Procure dar todos os medicamentos em casa e,


somente quando não for possível, deixe para dar na
escola o menor número de doses. Faça uma adequação
dos horários de for ma que tenham a menor
interferência possível com as atividades de seu filho (e
de seus colegas) na escola. Combine com a escola o
melhor esquema.

• Em geral as escolas de educação infantil adotam


agendas para anotações diárias, onde a família registra
o medicamento a ser administrado e os horários. Faça
a anotação diária e envie sempre a prescrição médica,
para total conferência. Isso serve para qualquer
medicamento, então o pediatra de seu filho deve estar
afinado com essas recomendações, que representam
maior segurança para a criança. Considere a
possibilidade de solicitar uma receita que se perdeu,
por exemplo, por fax ou por e-mail, para que nunca
falte esse importante documento.

59
• Os medicamentos devem ser enviados nas
embalagens originais e identificados com o nome da
criança e, é claro, dentro do prazo de validade e com
as informações de conservação..

• Situações especiais devem ser discutidas com a


comunidade escolar, com o objetivo de se
estabelecerem acordos que atendam da melhor forma
os interesses de todos.

• O uso criterioso de medicamentos na escola visa a


minimizar os efeitos da automedicação e diminuir
interferências com as atividades pedagógicas, além de
promover educação em saúde no âmbito escolar.

• Crianças que necessitem fazer uso de nebulização ou


bombinha, os pais devem providenciar o nebulímetro
e o espaçador que deve ser de uso exclusivo de cada
criança, devendo estar identificados com o nome da
criança.

• No caso de a criança necessitar fazer uso de


medicamentos na EEI, comunicar o responsável pelo
transporte da criança de que a mesma leva junto à
mochila a medicação. Acondicionar o frasco do
medicamento em recipiente fechado de maneira a
dificultar a manipulação pela criança no transporte.
Comunicar a escola, a necessidade da administração
do medicamento pessoalmente ou por telefone.

60
Anexo 4

CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA


CRIANÇA

61
Apontamentos

62
Apontamentos

63
MINISTÉRIO
DA SAÚDE
PRO-Saúde e PET-Saúde

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