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Análise de dados

para o registro
do empregado
carteira e na
previdência
Mozzer, Giselle Souza Periard
SST Análise de dados para o registro do empregado carteira
e na previdência / Giselle Souza Periard Mozzer
Local: 2020
nº de p. : 10

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Análise de dados para o
registro do empregado
carteira e na previdência

Apresentação
Ao fazer a contratação de empregados, surgem algumas ações e responsabilidades
com as quais o empregador precisa lidar. Nesse sentido, é primordial que o operador
do Direito saiba exatamente quais são os dados necessários para o registro desse
empregado.

Nesta unidade, abordaremos as responsabilidades que o empregador adquire


no momento da contratação, além do Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional (PCMSO), da Norma Regulamentadora 7 (NR-7) e do Atestado de Saúde
Ocupacional (ASO), que são conteúdos relativos à saúde do trabalhador.

Responsabilidades do empregador no
registro de empregados
Após estar com os documentos do empregado preenchidos, a empresa deve:

• manter ficha de registro de empregado que apresente todos os elementos ne-


cessários, o que a torna ideal para ser utilizada no dia a dia da empresa;
• efetuar as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e
devolvê-la no prazo máximo de cinco dias úteis (art. 29 da CLT/1943);
• preencher o livro ou ficha de registro de empregados;
• formalizar o contrato de trabalho e, caso haja cláusulas específicas que rejam
o vínculo empregatício, registrá-las na CTPS. No caso de contrato de expe-
riência, conforme os arts. 13 e 445, parágrafo único, ambos da CLT (BRASIL,
1943), somente se admite estipulação do prazo de experiência por um período
máximo de 90 dias, com somente uma prorrogação (pode ser, por exemplo, 30
e 60 dias, ou 45 e 45 dias. O importante é que se respeite o limite de 90 dias e
que seja feita somente uma prorrogação);
• preencher a ficha de salário-família;
• celebrar acordo coletivo com o sindicato da categoria, se for o caso;
• preencher a declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda;

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• preencher a ficha referente ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional (PCMSO);
• fazer o cadastramento no Programa de Integração Social (PIS);
• incluir o nome do empregado no Cadastro de Empregados e Desempregados
(CAGED).

Proibição de retenção dos documentos

Não será permitida a retenção de qualquer documento de identificação pessoal


do empregado, mesmo que apresentado por fotocópia autenticada, inclusive de
comprovante de quitação do serviço militar, título de eleitor, CTPS, registro de
nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de
identidade de estrangeiro.

CTPS

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

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Para a garantia de direitos, aconselha-se a emissão de um recibo de entrega e
devolução dos documentos apresentados ao empregador.

Tais medidas são necessárias para prevenir futuras ações judiciais, que possam
contribuir para aumentar o passivo trabalhista da empresa. A seguir, veja um modelo
de recibo de entrega e comprovante de devolução da CTPS.

Exemplo de recibo de entrega de CTPS para anotações

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Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Programa de Controle Médico e


Saúde Ocupacional (PCMSO)
O Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) é a sigla adotada
pelo extinto Ministério do Trabalho, agora secretaria do Ministério da Economia, para
fazer referência ao programa tornado obrigatório pela Norma Regulamentadora 7
(NR-7), atualmente é regulamentada pela Portaria nº 6.734, de 9 de março de 2020,
do Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho

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Atenção
O objetivo da NR 7 é estabelecer diretrizes e patamares para o
desenvolvimento PCMSO no âmbito das organizações, visando à
proteção da saúde do trabalhador mediante os eventuais riscos
que o exercício da sua atividade laboral possa apresentar. Essa, a
priori, deve atuar de forma preventiva e em acordo com o Programa
de Gerenciamento de Risco (PGR) organizacional.

Cumpre lembrar que o PCMSO compõe um conjunto de iniciativas que buscam


criar zelar pela a saúde do trabalhador a partir de medidas que resguardem sua
integridade física e psíquica. Ou seja, o Estado reconhece que o ambiente de
trabalho pode causar danos que não se restringem ao surgimento das Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) ou acidentes do trabalho. Essas
podem colocar em risco a saúde mental do trabalhador.

Dentre as diretrizes do PCMSO, destaca-se: rastrear e detectar precocemente os


agravos à saúde relacionados ao trabalho; detectar possíveis exposições excessivas
a agentes nocivos ocupacionais; e definir a aptidão de cada empregado para exercer
suas funções ou tarefas determinadas (BRASIL, 2020).

Na prática, as ações do PCMSO podem ser diversas, mas essas se classificam em


passivas e ativas.

Curiosidade
Ações passivas: Quando ocorrem a partir da livre inciativa do
empregado em procurar ajuda.

Ações ativas: Aquelas que ocorrem a partir da coleta de dados


sobre sinais e sintomas de agravos à saúde relacionados aos
riscos ocupacionais (BRASIL, 2020).

Ao desenvolver a chamada atividade empresarial, o empregador assume, para


além dos riscos inerentes ao negócio, o dever de cuidar e zelar pela saúde de seu

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empregado. Nesse sentido, a Portaria nº 6.734/2020 ainda estabelece que são
deveres desse: garantir a elaboração e efetiva implantação do PCMSO; custear sem
ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO; e indicar
médico do trabalho responsável pelo PCMSO.

O legislador reconhece que, em algumas localidades do país, a assistência médica


encontra limites devido à falta de profissionais à disposição da população. Essa
problemática parece se agravar ainda mais quando a demanda requer o atendimento
médico especializado. Nesse sentido, a Portaria estabelece que na falta de médico
do trabalhado na localidade, o PCMSO poderá ser executado por um profissional
da medicina que são seja especialista na saúde laboral. Ainda assim, o PCMSO
requer um planejamento que leve em considerações os riscos da organização e os
específicos ligados ao desempenho de cada atividade laboral da organização.

Saiba mais
Destaca-se ainda que o PCMSO deve incluir a realização
obrigatória dos exames médicos: admissional; periódico; de
retorno ao trabalho; de mudança de riscos ocupacionais; e
demissional (BRASIL, 2020). A Portaria pode ser considerada
um avanço em relação a Consolidação das Leis Trabalhistas por
ampliar as ocasiões que o trabalhador terá direito a à assistência
médica garantida pelo empregador.

Reconhecendo as múltiplas formas que a norma civilista estabelece para a


caracterização do empregador, a Portaria flexibiliza algumas condições para
aqueles classificados como microempreendedor individual (MEI), microempresa
(ME) e empresa de pequeno porte (EPP). A ideia não é desabonar o trabalhador,
mas reconhecer que alguns empregadores possuem recursos limitados para a
execução do PCMSO. Nesse sentido, essas classes serão desobrigadas de elaborar
PCMSO, mas devem realizar e custear exames médicos ocupacionais admissionais,
demissionais e periódicos, a cada dois anos, de seus empregados (BRASIL, 2020).

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Fechamento
Nesta unidade, abordamos as responsabilidades que o empregador adquire no
momento da contratação, que incluem o registro de empregados, preenchimento
de declarações específicas e outros documentos, que formalizarão a entrada do
empregado à empresa em que foi contratado.

Num segmento momento, falamos de temáticas referentes à saúde trabalhador,


como o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), que tem o
objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto de trabalhadores e do Atestado
de Saúde Ocupacional (ASO).

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Referências
BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das
Leis do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
del5452.htm. Acesso em: 6 out. 2020.

BRASIL. Portaria Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e


Trabalho nº 6.734, de 09 de março de 2020. Diário Oficial da União, mar. 2020, seção
I, p. 15). Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-6.734-de-9-
de-marco-de-2020-247886194. Acesso em: 6 out. 2020.

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