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A NR 04 estabelece os parâmetros e os requisitos para constituição e manutenção dos SESMTs, com a finalidade
de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador.
A NR se aplica às organizações e aos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como aos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
O novo texto entra em vigor em 10 de novembro de 2022, ou seja, 90 dias após a sua publicação no DOU.
Como serviço, além da exigência da elaboração de plano de trabalho, o SESMT passa a conduzir ou acompanhar
as investigações dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da NR 01. Além de promover
as atividades de orientação, informação e conscientização dos trabalhadores na prevenção de acidentes e
doenças relacionados ao trabalho.
Outra mudança é a responsabilidade do SESMT pelo monitoramento das metas, indicadores e resultados de
Segurança e Saúde no Trabalho (SST), em consonância com o dispositivo da NR 01 que prevê a adoção, pela
organização, de medidas necessárias para melhorar o desempenho em SST.
• Propor a interrupção das atividades e a adoção de medidas corretivas e/ou de controle quando
constatar condições ou situações de trabalho que estejam associadas a grave e iminente risco para
a segurança ou a saúde dos trabalhadores;
• Conduzir ou acompanhar as investigações dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho;
• Compartilhar, entre outros SESMT de uma mesma organização, as informações relevantes para a
prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho, assim como com a CIPA, quando
for por esta solicitado;
• Acompanhar e participar das ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacionais
(PCMSO), nos termos da NR 07.
O SESMT continua sendo composto por médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de
segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar/técnico de enfermagem do trabalho. Esses
profissionais devem possuir formação e registro profissional emitidos pelos respectivos conselhos profissionais,
quando existentes. Além disso, a coordenação do SESMT deve ser feita por um dos profissionais integrantes.
Uma importante mudança no texto da NR 04 foi a retirada da obrigação de vínculo de emprego entre os
profissionais integrantes e a organização constituinte do SESMT. Com essa medida, aplica-se o disposto em
legislação específica. Os requisitos para que o SESMT seja atendido por uma empresa prestadora de serviços a
terceiros é dado pela legislação de terceirização.
O regramento das horas de dedicação dos profissionais às atividades do SESMT sofreu alteração. O novo texto
fixa um quantitativo semanal de horas, ao invés, do anterior quantitativo diário. Para os profissionais de nível
técnico, incluindo auxiliar, a dedicação passa a ser de 44 horas por semana, bem como devem ser observadas
as disposições, inclusive as relativas à duração do trabalho, da legislação pertinente, de acordo ou de convenção
coletiva de trabalho. Em termos práticos, se a empresa adota a duração de trabalho, por exemplo, por
deliberação do empregador de 40 horas semanais para os seus empregados ou se adota jornada de 12 por 36
horas etc., essas mesmas disposições devem ser aplicadas aos técnicos integrantes do SESMT.
Já em relação aos profissionais de nível superior, a NR fixa 15 horas para tempo parcial ou 30 horas para tempo
integral, por semana, e devem ser dedicadas durante o horário de expediente do estabelecimento, assim como,
deve ser respeitada a legislação pertinente em vigor. Na situação de tempo integral, a NR continua a permitir a
contratação de mais de um profissional, desde que cada um dedique, no mínimo, a metade da carga horária
semanal.
Modalidades e dimensionamento
As organizações são obrigadas a constituírem SESMT quando possuírem um ou mais dos seus estabelecimentos
enquadrados no Anexo II - Dimensionamento do SESMT, utilizando-se dos parâmetros e requisitos estabelecidos
pela NR.
O novo texto da NR estabelece que as organizações podem constituir SESMT em três modalidades:
Os requisitos para o enquadramento dos estabelecimentos no Anexo II, das organizações obrigatórias de
constituírem SESMT, permanecem os mesmos do texto anterior, ou seja, dependem do número de
trabalhadores e do grau de risco do estabelecimento.
A novidade trazida pela norma está na sistemática da identificação do grau de risco do estabelecimento,
parâmetro esse, necessário para o enquadramento do estabelecimento no Anexo II da norma e consequente
dimensionamento do SESMT. Nesse sentido, foi introduzido o conceito de atividade principal e atividade
preponderante do estabelecimento.
Para identificar o grau de risco do estabelecimento, se faz necessário, primeiramente, identificar o grau de risco
da atividade principal e o grau de risco da atividade preponderante, utilizando-se dos dados das atividades
econômicas constantes do CNPJ da organização e do Anexo I – Relação da Classificação Nacional de Atividade
Econômicas (CNAE), com correspondente Grau de Risco (GR). A NR determina, como mencionado
anteriormente, que o grau de risco do estabelecimento é o maior grau de risco entre a atividade principal e
atividade preponderante.
Em atividades econômicas distintas com o mesmo número de trabalhadores, deve ser considerada como
preponderante aquela com maior grau de risco.
Para melhor compreensão da identificação do grau de risco do estabelecimento, são apresentados quatro
exemplos práticos da aplicação da sistemática definida pela norma:
Exemplo 1. Uma dada organização possui 500 empregados distribuídos entre a atividade econômica principal
de grau de risco 2 e a atividade econômica secundária (constante no cartão do CNPJ) de grau de risco 3. Desses
500 empregados, 250 estão vinculados a atividade econômica principal e 250 a atividade econômica secundária.
Nesse exemplo, como o número de empregados está empatado, a atividade econômica preponderante é a de
maior grau de risco que é 3, no caso, a atividade principal.
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Ano 08 • Número 46 • Setembro 2022
Exemplo 2. Um estabelecimento com 300 empregados, sendo que 100 empregados estão vinculados a atividade
econômica principal de grau de risco 3 e 200 empregados estão vinculados a atividade econômica secundária
de grau de risco 2. A atividade preponderante será sempre a de maior número de trabalhadores, nesse exemplo,
a atividade preponderante será a de 200 empregados que corresponde a atividade secundária, logo, o grau de
risco do estabelecimento será o maior entre a preponderante e a principal, ou seja, grau de risco 3. Isso porque,
a NR exige o maior grau de risco entre a principal e a preponderante.
Exemplo 3. Nesse exemplo, temos uma empresa com 200 empregados, sendo que 180 empregados estão
vinculados a atividade principal de grau de risco 1 e 20 empregados vinculados na atividade secundária com
grau de risco 4. A atividade preponderante será sempre a de maior quantidade de empregados vinculados, ou
seja, se confunde com a atividade principal que possui 180 empregados vinculados. Como a atividade principal
e a atividade preponderante são as mesmas, o grau de risco será o mesmo também, ou seja, grau de risco 1.
Exemplo 4. Um último exemplo, com os mesmos 200 empregados, mas dessa vez, com 20 empregados na
atividade principal de grau de risco 4, e 180 empregados na atividade secundária de grau de risco 1. A atividade
preponderante será sempre a de maior número de empregados vinculados, nesse caso, a atividade secundária
de grau de risco 1. Pela regra, o grau de risco será sempre o maior entre a atividade principal e a atividade
preponderante, nesse exemplo, será o grau de risco 4.
Outra novidade é o tratamento diferenciado dado às Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
O novo texto, os dimensionamentos para o SESMT regionalizado ou estadual deve considerar o somatório dos
trabalhadores de todos os estabelecimentos atendidos. Entretanto, para os estabelecimentos graus de risco 1 e
2 de ME e EPP deve ser considerado o somatório da metade do número de trabalhadores desses
estabelecimentos.
Quando uma organização possuir SESMT constituído, em qualquer uma das suas modalidades, e ocorrer um
aumento do número de empregados decorrente da contratação de trabalhadores por prazo determinado, o
SESMT deve ser redimensionado apenas durante esse período de aumento. O texto anterior previa o regime
sazonal, o que levada a um congelamento do dimensionamento por um período maior.
Na modalidade de SESMT individual, caso a organização possua mais de um técnico de segurança do trabalho,
as escalas de trabalho devem ser estabelecidas de forma a garantir o atendimento por pelo menos um desses
profissionais em cada turno que atingir 101 (cento e um) ou mais trabalhadores, para a atividade de grau de
risco 3, e 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores, para a atividade de grau de risco 4, sem implicar em acréscimo
no número de profissionais previstos no Anexo II. Esse requisito não estava presente no texto anterior.
Para os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de mil trabalhadores e situados na mesma
unidade da federação, o novo texto mantém o regramento do texto anterior, entretanto, substituindo o termo
“empregados” por “trabalhadores”. Isto é, não são considerados como estabelecimentos, mas como integrantes
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da empresa de engenharia principal responsável, a quem cabe organizar o SESMT. Além disso, manteve-se a
permissão de centralização dos profissionais de ensino superior (engenheiros de segurança, médicos do trabalho
e os enfermeiros do trabalho) e o dimensionamento por canteiro ou frente de trabalho para os técnicos de
segurança do trabalho e auxiliares/técnicos de enfermagem.
No Anexo II – dimensionamento do SESMT –, foi adicionada uma nova observação de que em virtude das
características das atribuições do SESMT, não se faz necessária a supervisão do técnico de enfermagem do
trabalho por enfermeiro do trabalho, salvo quando a atividade for executada em hospitais, ambulatórios,
maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares. Além disso, no quadro do
referido anexo foi adicionado a permissão para que o empregador possa optar pela contratação de um
enfermeiro do trabalho em tempo parcial, em substituição ao auxiliar ou técnico de enfermagem do trabalho.
Registro
O novo texto mantém a obrigatoriedade de registro do SESMT junto ao Ministério do Trabalho e Previdência,
por meio de sistema eletrônico a ser disponibilizado no “portal gov.br”. As informações solicitadas são:
Disposições finais
As organizações obrigadas a constituir SESMT, nos termos da NR, e Serviço Especializado em Segurança e Saúde
no Trabalho Rural - SESTR, nos termos da Norma Regulamentadora nº 31 (NR-31) - Segurança e Saúde no
Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, podem optar em constituir
apenas um desses serviços, considerando o somatório de trabalhadores de ambas as atividades.
A organização deve indicar, entre os médicos integrantes do SESMT, a responsabilidade pelo PCMSO, nos termos
da NR 07.
Os SESMTs em funcionamento devem ser dimensionados, nos termos da NR 04, a partir de 2 de janeiro de
2023, especialmente observando os critérios de atividade econômica principal e preponderante, bem como os
trabalhadores de prestadores de serviços a terceiros.
Os SESMTs comuns em funcionamento, conforme disposto no item 4.14.3 da NR 04, com a redação dada pela
Portaria SIT 17, de 01/08/2007, passam a ser denominados SESMT compartilhados.
RT INFORMA | Publicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI | www.cni.com.br | Gerência Executiva de Relações do Trabalho - GERT | Editoração: GERT
| Supervisão gráfica: Coordenação de Divulgação CNI/DDI/ECON | Informações técnicas: (61) 3317.9961 rt@cni.com.br | Assinaturas: Serviço de Atendimento ao
Cliente (61) 3317.9989/9993 sac@cni.com.br | Setor Bancário Norte Quadra 1 Bloco C Edifício Roberto Simonsen CEP 70040-903 Brasília, DF (61) 3317.9000 |
Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado com dados disponíveis até setembro de 2022.
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Texto Publicado
Texto Vigente
Portaria MTP Nº 2.318, de 3 de Agosto de 2022
NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA NR-04 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM SEGURANÇA
DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO E MEDICINA DO TRABALHO
Item novo 4.1 Objetivo
4.1.1 Esta Norma estabelece os parâmetros e os
requisitos para constituição e manutenção dos
Item novo Serviços Especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador.
Item novo 4.2 Campo de aplicação
4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos
públicos da administração direta e indireta e dos 4.2.1 As organizações e os órgãos públicos da
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam administração direta e indireta, bem como os órgãos
empregados regidos pela Consolidação das Leis do dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério
Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Público, que possuam empregados regidos pelo
Especializados em Engenharia de Segurança e em Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 -
Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, devem
a saúde e proteger a integridade do trabalhador no constituir e manter os SESMT, no local de trabalho,
local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, nos termos definidos nesta NR.
de 27 de outubro de 1983)
4.2.2 Nos termos previstos em lei, aplica-se o
Item novo disposto nesta NR a outras relações jurídicas de
trabalho.