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1 - Quantas Horas de Formação em SST os trabalhadores devem ter?

De acordo com o artigo 20.º da Lei 3/2014 de 28 Janeiro, não determina um número de horas
especifico, sendo que a entidade empregadora deve assegurar a formação em número
suficiente, tendo em conta a dimensão da empresa e os riscos existentes, dos trabalhadores
responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros, combate a incêndios e
evacuação de trabalhadores.

2 - As organizações devem definir qual a sua política de segurança. Como podemos


basear esta necessidade em termos legais?

De acordo com o artigo 15º da Lei 3/2014, as organizações/empresas devem definir e instituir
uma política de segurança, com o intuito de salvaguardar ao trabalhador as condições de
segurança e saúde no trabalho, devendo esta política ser contínua e deve assentar nos
seguintes princípios gerais de prevenção:

 Identificação dos riscos previsíveis nas atividades da empresa, estabelecimento ou


serviços, na construção de instalações, de locais e processos de trabalho, bem como na
seleção de equipamentos, substâncias e produtos, com vista à sua mitigação ou
redução; 
 Integração da avaliação dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores nas
atividades, estabelecimentos ou serviços da empresa; 
 Prevenção de riscos, tendo por base a evolução técnica, a organização e as condições
do trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais; 
 Combate dos riscos na origem, com o objetivo de eliminar ou reduzir a exposição dos
trabalhadores e aumentar os níveis de proteção; 
 Assegurar que os níveis de exposição aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos
fatores psicossociais nos locais de trabalho não constituem risco para a segurança e
saúde do trabalhador;
  Adaptar o trabalho ao homem, no referente à conceção dos postos de trabalho e à
seleção dos equipamentos e métodos de trabalho;
  Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
  Priorização das medidas de proteção coletivas em detrimento das medidas de
proteção individuais;
  Elaboração de instruções de trabalho compreensíveis por parte do trabalhador.
O cumprimento dos requisitos de segurança e saúde no trabalho não passa apenas por uma
“obrigação administrativa” e legal, estes requisitos são fundamentais a uma boa gestão
empresarial e à estratégia de negócio e de crescimento de qualquer empresa. Isto porque o
sucesso de qualquer empresa advém, antes de mais, do sucesso dos seus colaboradores, ou
seja, das suas capacidades, dedicação e empenho pessoal no trabalho, que só é totalmente
alcançado se os trabalhadores sentirem bem-estar e segurança no trabalho e beneficiarem de
bons níveis de saúde.

3 - No Ambito dessa mesma legislação os trabalhadores devem ser consultados,


quantas vezes por ano?

Os trabalhadores devem ser consultados, por escrito e, pelo menos, uma vez por ano, de
acordo com o artigo 18.º da Lei 3/2014 de 28 Janeiro.

4 - Quando é obrigatória a Organização de serviços Internos?

A legislação, nomeadamente o artigo 78.º da Lei 3/2014 de 28 de Janeiro confere


obrigatoriedade na organização destes serviços internos nas seguintes situações concretas:
- Empresas que tenham pelo menos 400 trabalhadores/as ao seu serviço;
- Empresas que tenham estabelecimentos distanciados até 50 Km daquele que ocupa maior
número de trabalhadores/as e que, com este tenham pelo menos 400 trabalhadores/as;
- As empresas que desenvolvam atividades de risco a que se encontrem expostos pelo menos
30 trabalhadores/as.

5 - Para recorrer a Serviços Externos o que devo ter em conta?

Os serviços externos encontram-se sujeitos a autorização que pode ser concedida para
atividades de uma ou ambas as áreas da segurança e da saúde, paras todos ou alguns setores
de atividade, bem como para determinadas atividades de risco elevado. A autorização para o
seu funcionamento compete (artigo 84.º da lei 3/2014 de 28 de Janeiro):
1. Ao organismo competente para a promoção da SST do ministério responsável pela área
laboral, no caso de exercício de atividade no domínio da segurança;
2. Ao organismo competente do ministério responsável pela área da saúde, no casso de
exercício de atividade no domínio da saúde.
6 - O que são serviços comuns?

De acordo com o artigo 82. Da lei 3/2014 de 28 de Janeiro, os serviços comuns são criados por
acordo entre várias empresas ou estabelecimentos pertencentes a sociedades que não se
encontrem em relação de grupo, nem sejam abrangidas pela obrigação de adotarem a
modalidade de serviços internos. Os serviços comuns não estão sujeitos a verificação prévia de
qualificação, atenta a sua integração nas empresas ou a dependência direta das empresas que
os utilizam, as quais respondem diretamente por eventuais insuficiências da atividade dos
serviços.
A adoção dos serviços comuns não isenta o empregador das responsabilidades que estão
previstas na legislação em vigor. O empregador que opte esta modalidade de serviço, deve
nomear um trabalhador com formação adequada que o represente, com vista ao
acompanhamento e colaboração na execução das atividades de prevenção.

7 - Quando pode o Empregador organizar os serviços e recorrer ao Serviço Nacional


de Saúde?

De acordo com o artigo 76.º da Lei 3/2014 de 28 de Janeiro, este menciona que o empregador
pode organizar os serviços e recorrer ao Serviço Nacional de Saúde os seguintes grupos de
trabalhadores:
a) Trabalhador independente; b) Trabalhador agrícola sazonal e a termo; c) Aprendiz ao serviço
de um artesão; d) Trabalhador do serviço doméstico; e) Trabalhador da atividade de pesca em
embarcação com comprimento inferior a 15 m cujo armador não explore mais do que duas
embarcações de pesca até esse comprimento; f) Trabalhadores de microempresas que não
exerçam atividade de risco elevado.
O empregador e o trabalhador independente devem fazer prova da situação prevista no
número anterior que confira direito à assistência através de unidades do Serviço Nacional de
Saúde, bem como pagar os respetivos encargos.

8 - As questões eticas e deontolágicas podem levar-nos a ficar sem o titulo


Profissional. Assim a leitura da Lei 42/2012 de 28 de Agosto pode ajudar-nos a
perceber qual a etica e deontologia que deveremos respeitar. Indique quais os
pontos principais a ter em conta no desempenho das funções de tecnico superior
segurança no trabalho.

1. Considerar a segurança e saúde dos trabalhadores como fatores prioritários da sua


intervenção;
2. Basear a sua atividade em conhecimentos científicos e competência técnica e propor a
intervenção de peritos especializados, quando necessário;
3. Adquirir e atualizar as competências e os conhecimentos necessários ao exercício das suas
funções;
4. Executar as suas funções com autonomia técnica, colaborando com o empregador no
cumprimento das suas obrigações;
5. Informar o empregador, os trabalhadores e os seus representantes para a segurança e
saúde no trabalho sobre a existência de situações particularmente perigosas que requeiram
uma intervenção imediata;
6. Colaborar com os trabalhadores e os seus representantes para a segurança e saúde no
trabalho, desenvolvendo as suas capacidades de intervenção sobre os fatores de risco
profissional e as medidas de prevenção adequadas;
7. Abster-se de revelar informações referentes à organização, métodos de produção ou
negócios de que tenham conhecimento em virtude do desempenho das suas funções;
8. Proteger a confidencialidade dos dados que afetem a privacidade dos trabalhadores;
9. Consultar e cooperar com os organismos da rede nacional de prevenção de riscos
profissionais.

9 - Em que situação poderá ocorrer a suspensão e revogação do título profissional


de técnico superior de segurança?

Pode ocorrer a suspensão do título profissional de técnico superior de segurança nas seguintes
situações:
a) Não se verifique a atualização científica e técnica, através da frequência de formação
contínua correspondente a, pelo menos, 30 horas;
b) Os técnicos que tenham um exercício profissional inferior a dois anos não frequentem 100
horas de formação contínua.

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