Você está na página 1de 33

Disciplina: Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho.

Professor Autor: Santelmo Xavier Filho


Professor Telepresencial: Santelmo Xavier Filho
Coordenador de Conteúdo: Pedro Sergio Zuchi

AULA 06

Tema: Administrando as Normas Regulamentadoras

Conteúdo programático: Administração das normas regulamentadoras: NRs


01/02/06/08/21/22; Custo segurado/não segurado; Relação custo-benefício; Elabora-
ção orçamentária do programa de engenharia de segurança do trabalho; Seleção de
trabalhadores com foco na prevenção de acidentes; Administração de empresas con-
tratadas; Estabelecimento e controle dos indicadores de segurança; Envolvimento da
força de trabalho para o cumprimento dos indicadores de segurança.

14 NOVEMBRO 2015

PUC Minas Virtual • 1


INDICE

1. Introdução.......................................................................................................... 03

2. Administrando a NR-01 Disposições Gerais...................................................... 03

3. Administrando a NR-02 Inspeção Prévia............................................................ 06

4. Administrando a NR-03 Embargo ou Interdição................................................. 07

5. Administrando a NR-06 EPI................................................................................ 07

6. Administrando a NR-08 Edificações................................................................... 11

7. Administrando a NR-21 Trabalhos a Céu Aberto............................................... 12

8. Administrando a NR-22 Segurança e Saúde na Mineração................................ 13


9. Custos segurados e não segurados................................................................... 20

10. Elaboração Orçamentária do Programa de Segurança do Trabalho................. 23

11. Seleção de Trabalhadores com Foco na Prevenção de Acidentes.................... 23

12. Administração de Empresas Contratadas......................................................... 24

13. Estabelecimento e controle dos indicadores de Segurança do Trabalho........ 24

14. Envolvimento da Força de Trabalho para o cumprimento dos indicadores...... 32

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 33

14 NOVEMBRO 2015

PUC Minas Virtual • 2


ADMINISTRANDO AS NORMAS REGULAMENTADORAS

1. Introdução
De acordo com Henri Fayol, o precursor da implantação da Segurança nos ambi-
entes laborais, é necessário “prever, organizar, comandar, coordenar e controlar” as
ações em um empreendimento, de modo que o mesmo venha a obter o sucesso inici-
almente almejado. Em termos de Segurança do Trabalho, cabe ao Engenheiro compo-
nente do SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho) conhe-
cer bem este empreendimento, a entrada, o processamento e a saída de produtos
e/ou serviços a ele inerentes. Faz parte da sua rotina, administrar a implantação e con-
sequentemente a implementação das normas integrantes da Portaria 3214/78 e suas
alterações, componentes do Capítulo V, Título II da CLT.

2. Administrando a NR-01
Segundo Edwar Abreu Gonçalves, em seu Manual de Segurança e Saúde no Tra-
balho (2ª Edição, p.35), “É possível afirmar que o Brasil possui uma das melhores e
mais abrangentes legislações de segurança e saúde no trabalho”.
Uma das mais importantes normas regulamentadoras é aquela que inicia a ação
por parte do pessoal gestor da segurança, higiene e saúde do trabalho. Ela referencia
as obrigações dos empregados e dos trabalhadores quanto a essas áreas.

Cabe aos empregadores:

a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segu-


rança e medicina do trabalho.
b) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ci-
ência aos empregados com os seguintes objetivos;
c) Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
d) Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e
cumprir;
e) Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;
f) Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente
do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;
g) Adotar medidas determinadas pelo MTE;
h) Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições
inseguras de trabalho;

PUC Minas Virtual • 3


i) Informar aos trabalhadores:

 Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;


 Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas;
 Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
 Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de Trabalho;
 Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização
dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do tra-
balho.

Cabe aos empregados:

 Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

 Usar o EPI fornecido pelo empregador;

 Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras;

 Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras;

Cabe, portanto, ao Engenheiro de Segurança do Trabalho, elaborar um progra-


ma para implantar e verificar o rigoroso cumprimento desta norma.
Sugere-se a elaboração de um programa de treinamento para o pessoal visando o
cumprimento desta norma regulamentadora.
Sugere-se a criação de uma matriz de controle das atividades, utilizando-se o 5W
e 2H.

Neste caso, o Engenheiro de Segurança do Trabalho deve trabalhar em conso-


nância com os demais profissionais, das áreas de Treinamento, Medicina do Trabalho e
Higiene Ocupacional. Há treinamentos que requerem um mínimo de 06 horas, como
na Indústria da Construção Civil e outros que requerem de 24 a 40 horas como na área
da Mineração.

PUC Minas Virtual • 4


O importante é que sejam bem planejados e cumpram os objetivos de informar,
tanto os contratados diretos / indiretos e que administrarão ou operacionalizarão a
empresa.
O treinamento sugerido deve compor-se no mínimo de:

 Introdução

 Apresentação do Organograma da Empresa e da sua Política de Segurança, pre-


ferencialmente com a apresentação e entrega de um manual previamente ela-
borado sobre os princípios e atitudes de segurança nela empregados, durante as
atividades rotineiras, transporte, emergências, acidentes do trabalho, emissão
de CAT, preferencialmente com um fluxograma de fácil compreensão.

 Também são de extrema utilidade, as informações sobre planos de emergência e


alarmes, rotas de fuga, utilização de equipamentos especiais como máscaras de
ar comprimido, planos de contingência, primeiros socorros, transportes de aci-
dentados, levantamento ambiental, CIPA, SIPAT, exames periódicos, conheci-
mento e cumprimento das Ordens de Serviço, dentre diversos outros que se fi-
zerem necessários.

 Além disto, os registros destes treinamentos devem ser controlados com listas
de presenças, assinaturas de recebimento da Política de Segurança e do com-
promisso em seu cumprimento em conjunto com a legislação em vigor no país,
em termos de Segurança e Medicina do Trabalho, e demais normas existentes
ou, a serem implantadas pela empresa, durante o período da duração do seu
contrato de trabalho.

Resta informar que os Engenheiros de Segurança necessitam ainda cumprir o


disposto na NR-04 da Portaria 3214/78 com a finalidade de promover a saúde e prote-
ger a integridade do trabalhador no local de trabalho e o patrimônio da empresa.

Tanto os Engenheiros, quanto os Médicos, Enfermeiros, Técnicos de ambas as


áreas, devem ter seus cursos concluídos nas respectivas áreas de atuação e os certifi-
cados de conclusão, com registro em seus órgãos fiscalizadores e preferencialmente ao
serem contratados devem demonstrar vivência em sua profissão e serem portadores
de inúmeras qualidades que compõem o perfil profissional necessário ao cumprimento
de suas funções, como idoneidade, responsabilidade, pontualidade, atitudes condizen-
tes com o cargo, amabilidade, saber ouvir, cumprir ordens e normas, estar disponível
para o outro, ser empático, ter comportamento crítico adequado para ação em caso de
emergências e contingências, dentre outros.

PUC Minas Virtual • 5


3. Administrando a NR-02 – Inspeção Prévia

Todo estabelecimento novo deve, antes de iniciar as suas atividades, solicitar a


aprovação de suas instalações ao Ministério do Trabalho e Emprego, bem como aque-
les já estabelecidos e em plena atividade, em caso de expansão, cujas modificações
forem consideradas substanciais em suas instalações ou equipamentos, visando não
somente o cumprimento da legislação, mas um aprimoramento do nível de prevenção.
Cabe aos componentes do SESMT, utilizar amplamente os seus conhecimentos
técnicos, obtidos por meio de sua formação acadêmica e vivência profissional, visando
antecipar os riscos potenciais e reais que poderão se fazer presentes durante as ativi-
dades operacionais do empreendimento, quer novo, quer ampliado em uma nova fase
de sua implantação. Nestas situações são de extrema importância as análises de riscos,
estudadas durante as aulas da disciplina Gerência de Riscos, como as iniciais, operaci-
onais, qualitativas e quantitativas. Estas análises podem contribuir para minimizar a
ocorrência de futuros acidentes, causadores de perdas sociais, patrimoniais, ambien-
tais, originadas das falhas laborais em um processo.
O Engenheiro de Segurança do Trabalho deve preencher a Declaração de Insta-
lações, em conformidade com o item 2.3 da NR-02, informando:
- Razão social, Endereço completo com CEP, Telefone de contato, CNPJ, Ativida-
de principal, Número previsto de empregados, tanto masculinos quanto femininos, se
haverá presença de menores.
- Deve ainda descrever as instalações e os equipamentos, segundo a NR-08 Edifi-
cações; NR-11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de materiais;
NR-12 Máquinas e Equipamentos; NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão; NR-14 Fornos;
NR-15 Atividades e Operações Insalubres; NR-16 Atividades e Operações Perigosas;
NR-17 Ergonomia; NR-19 Explosivos; NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis; NR-23
Proteção Contra Incêndios; NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de
Trabalho; NR-25 Resíduos Industriais e NR-26 Sinalização de Segurança. Deve datar e
firmar o documento.
O titular responsável pelo empreendimento, ou seu preposto, deve preencher
um requerimento de realização de Inspeção prévia em conformidade com a NR-02,
solicitando ao órgão competente que determine a Inspeção Prévia pelos Técnicos es-
pecializados em Segurança e Saúde no Trabalho. Informar a atividade principal, código
e o grau de risco das atividades, em conformidade com o CNAE (Quadro I da NR-04
SESMT), declarando o número de empregados e a data de pretensão do início das ati-
vidades, solicitando a pleiteada Inspeção Prévia e a expedição do Certificado de Apro-
vação das Instalações.

PUC Minas Virtual • 6


4. Administrando a NR-03 - Embargo ou Interdição

Em vista de laudo técnico do serviço competente, que demonstre grave e imi-


nente risco para o trabalhador, poderá o Delegado Regional do Trabalho, interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indi-
cando na decisão tomada, com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências
que deverão ser adotadas para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças profis-
sionais.
Considera-se grave e iminente risco toda condição ambiental laboral que possa
causar acidente do trabalho ou doença profissional com lesão grave á integridade física
do trabalhador.
Portanto, deve ficar claro que, o termo interdição se aplica parcialmente ou to-
talmente a empresas enquanto o termo embargo se aplica parcialmente ou totalmen-
te a obras.
Importante é salientar que, durante a paralisação dos serviços, em decorrência
da interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem
em efetivo exercício, não podendo em hipótese alguma serem dispensados.
O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo téc-
nico do setor competente em segurança e medicina do trabalho poderá levantar a
interdição ou o embargo.
O embargo pode ser requerido pelo Auditor Fiscal do Trabalho, por entidade
sindical, à Superintendência de Segurança e Medicina do Trabalho (SRTE) do Ministério
do Trabalho e Emprego.
Podem recorrer no prazo de 10 dias os interessados ao Departamento de segu-
rança e Saúde do Trabalhador (DSST) do Ministério do Trabalho e Emprego, ao qual é
facultado o efeito suspensivo.
Responderá por desobediência, além de medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do esta-
belecimento, ou de um dos seus setores, a utilização das máquinas ou equipamentos,
ou o prosseguimento da obra, se em consequência resultarem danos a terceiros.

5. Administrando a NR-06 - EPI

Utilizar EPI, normalmente é o terceiro nível a ser considerado pelo Triângulo


C.I.A., em conformidade com a implantação da hierarquia das proteções.

Apresenta-se a seguir o Triângulo C.I.A.:

PUC Minas Virtual • 7


A primeira delas trata-se da proteção administrativa, que evita inclusive a utili-
zação do EPI, por meio do rodízio de empregados em uma determinada tarefa em que
exista a presença de agente agressivo à saúde do empregado, como por exemplo, o
agente físico ruído, lido em sua intensidade, com a utilização de um medidor de nível
de pressão sonora, ou sonômetro.
Com base no disposto no Anexo 1 da NR-15, Operações e Atividades Insalubres,
a máxima exposição diária permissível a um trabalhador é de quatro horas, quando
exposto ao nível de 90 dB(A).
Seria, portanto, viável a realização de um rodízio, colocando este mesmo traba-
lhador em locais em que os níveis não ultrapassassem o valor mínimo de 85 dB (A) na
complementação de sua jornada de trabalho, nas demais quatro horas de suas ativida-
des, enquanto outro membro de sua equipe de trabalho o substituísse nas funções de
exposição ao nível de 90 dB(A), e que estivesse anteriormente atuando em locais cujo
nível de ruído avaliado estivessem abaixo de 85 dB(A).
Desta forma teríamos ambos realizando parcialmente as tarefas em níveis ple-
namente aceitáveis para a dispensa do uso do EPI.
Caso isto não fosse possível, entraria em ação o segundo lado do Triângulo
C.I.A., por meio da utilização da proteção coletiva, como o uso de barreiras absorven-
tes, ou refletoras do ruído, a lubrificação, o alinhamento, o balanceamento dos moto-
res produtores do ruído, o enclausuramento do equipamento, a retirada do pessoal do
local desta produção excessiva de ruído, o isolamento da fonte de ruído e assim por
diante.
No caso da total impossibilidade da aplicação destas metodologias, aí sim deve
ser empregado o EPI (Equipamento de Proteção Individual), mediante requisitos de:

PUC Minas Virtual • 8


 Certificado de Aprovação pelo MTE
 Adequação aos riscos
 Gratuidade
 Conforto

Devem ser utilizados os EPIs sempre que:

 Medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de


acidentes ou doenças ocupacionais;
 Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
 Para atender às situações de emergência.

Compete ao preposto, depois à CIPA, ao Técnico de Segurança do Trabalho e aos


profissionais de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, a recomendação
específica dos EPIs, adequados aos riscos existentes em determinadas atividades.

Obrigações do Empregador:

Cabe ao empregador quanto ao EPI:

 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

 Exigência do uso;

 Fornecimento ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão competente;

 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

 Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

 Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

Cabe ao empregado quanto ao EPI:

 Utilizar apenas para a finalidade a que se destina;

 Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;

PUC Minas Virtual • 9


 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso;

 Cumprir e fazer cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequa-


do.

Cabe ainda ao fabricante e ao importador:

 Cadastrar-se segundo o Anexo II da NR-06, junto ao órgão nacional competente


em matéria de segurança e saúde no trabalho;

 Solicitar a emissão do C.A. conforme o Anexo II;

 Requerer novo C.A., de acordo com o Anexo II, quando vencido o prazo de vali-
dade estipulado pelo órgão competente;

 Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao


C.A.;

 Comercializar ou colocar à venda, somente EPI portador de C.A.

 Comunicar ao órgão competente quaisquer alterações dos dados cadastrais for-


necidos;

 Comercializar EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua


utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

 Fazer constar do EPI o número do lote de fabricação;

 Providenciar a avaliação da conformidade do EPI, no âmbito do SINMETRO (Sis-


tema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) , quando for
o caso.

O Certificado de Avaliação (C.A.) terá validade de:

 05 anos para EPI com laudos de ensaio que não tenham a sua conformidade ava-
liada no âmbito do SINMETRO.

 02 anos em casos especiais.

 O órgão competente poderá estipular prazos diversos de validade conforme ne-


cessidade.

PUC Minas Virtual • 10


Todo EPI deve ainda apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome
do fabricante, o lote de fabricação e o número do C.A., ou no caso de EPI importado, o
nome do importador, o lote de fabricação e o número do C.A.

06 - Administrando a NR-08 – Edificações

São estabelecidos aqui os requisitos técnicos mínimos que devem ser observa-
dos nas edificações, visando garantia de conforto, segurança e salubridade aos que
nelas laborarem.
Deve-se atentar para a altura mínima de pé direito das construções, para a circu-
lação, para a proteção contra as intempéries.

 Circulação: Pisos e locais de trabalho não devem apresentar saliências, nem de-
pressões que prejudiquem:
 Circulação de pessoas
 Movimentação de materiais
 Abertura nos pisos e paredes devem ter proteções de forma a evitar queda de
pessoas ou objetos.
 Pisos, escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para suportar car-
ga móveis e fixas para as quais a edificação se destina.
 Rampas e escadas fixas devem ser projetadas de acordo com normas técnicas
oficiais e mantidas em bom estado de conservação.

Em todos os locais onde houver necessidades como, pisos, escadas, rampas, cor-
redores, passagens, devem ser colocados antiderrapantes.

Andares acima do solo, tais como terraços, galpões compartimentos para gara-
gens que não forem vedados por paredes externas, devem dispor de guarda-corpo de
proteção contra queda, de acordo com os seguintes requisitos:

 Ter altura de 0,90 acima do piso, no mínimo.

 Quando vazado, os vãos do guarda-corpo devem ter, pelo menos, uma das di-
mensões igual ou inferior a 12 cm.

 Ser de material rígido e capaz de resistir ao esforço horizontal de 80 kgf/m² apli-


cado ao seu ponto mais desfavorável.

PUC Minas Virtual • 11


Proteção contra intempéries

As partes externas, bem como todas as que separem unidades autônomas de


uma edificação, ainda que não acompanhem a sua estrutura, devem obrigatoriamente
observar as normas técnicas oficiais relativas à resistência do fogo, isolamento térmi-
co, isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e impermeabilidade
Os pisos e paredes dos locais de trabalho devem ser, sempre que necessário,
impermeabilizados e protegidos contra a umidade.
As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar a proteção contra as chu-
vas.
As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas de mo-
do a evitar insolação excessiva ou falta de insolação.

7. Administrando a NR-21 Trabalhos a Céu Aberto


 Nos trabalhos a céu aberto é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústi-
cos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries.
 São exigidas medidas de proteção contra insolação excessiva, calor, frio, umida-
de e os ventos inconvenientes.
 Aos trabalhadores que residirem no local do trabalho, deverão ser oferecidos
alojamentos que apresentem adequadas condições sanitárias.
 Para os trabalhos realizados em regiões pantanosas ou alagadiças, serão impera-
tivas as medidas de profilaxia de endemias, de acordo com as normas de saúde
pública.
 Os locais de trabalho deverão ser mantidos em condições sanitárias compatíveis
com o gênero de atividade.
 Quando o empregador fornecer ao empregado moradia, para si e sua família, es-
ta deverá possuir condições sanitárias adequadas.
 É vedada, em qualquer hipótese, a moradia coletiva da família.
A moradia deverá ter:
 Capacidade dimensionada de acordo com o número de moradores.
 Ventilação e luz direta suficiente.
 As paredes caiadas e os pisos construídos de material impermeável.

PUC Minas Virtual • 12


 As casas de moradias serão construídas em locais arejados, livres de vegetação e
afastadas no mínimo de 50 m dos depósitos de feno ou estercos, currais, estábu-
los, pocilgas e quaisquer viveiros de criação.
 As portas, janelas e frestas deverão ter dispositivos capazes de mantê-las fecha-
das quando necessário.
 O poço de água será protegido contra a contaminação.
 A cobertura será sempre feita de material impermeável, imputrecível, não com-
bustível.
 Toda moradia disporá de, pelo menos, um dormitório, uma cozinha e um com-
partimento sanitário.
 As fossas negras deverão estar, no mínimo, 15 metros do poço, 10 metros da ca-
sa, em lugar livre de enchentes e à jusante do poço.
 Os locais destinados às privadas serão arejados, com ventilação abundante ,
mantidos limpos, em boas condições sanitárias e devidamente protegidos contra
a proliferação de insetos, ratos, animais e pragas.
8. Administrando a NR-22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

A NR 22 em vigor é aquela dada pela redação da Portaria 2037 de 15/12/ 99,


contendo os seguintes campos de atuação: minerações subterrâneas, minerações a
céu aberto, garimpos, beneficiamentos minerais e pesquisa mineral.
A NR 22 criou o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), com os objetivos
de: proteger a saúde; garantir a integridade física; melhorar a qualidade de vida dos
empregados nos ambientes laborais; prevenir riscos, inerentes às atividades laborais e
que possam provocar doenças ocupacionais, manter sob controle os riscos capazes de
causar danos à saúde dos empregados; proteger o meio ambiente e os recursos natu-
rais.

A elaboração e implementação do PGR deve incluir, no mínimo:

1- Riscos biológicos, físicos e químicos


2- Atmosferas explosivas
3- Deficiências de oxigênio
5- Ventilação
6- Proteção respiratória, conforme a IN n° 01 de 11/04/ 94 do MTE.

PUC Minas Virtual • 13


7- Investigação de análise de acidentes
8- Ergonomia e organização do trabalho
9- Riscos decorrentes do trabalho em altura e em espaços confinados
10- Riscos decorrentes da utilização de energia elétrica, máquinas, equipa-
mentos, veículos e trabalhos manuais
11- Equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, observando-se,
no mínimo, o constante na NR – 06
12- Estabilidade do maciço
13- Plano de emergência
14- Outros resultantes de modificações e introduções de novas tecnologias

São etapas do PGR:


1 - antecipação e identificação de fatores de risco, levando-se em conta, inclusi-
ve, as informações do Mapa de Riscos, elaborado pela Cipamin;
2 - avaliação dos fatores de risco e da exposição dos trabalhadores;
3 - estabelecimento de prioridades, metas e cronograma;
4 - acompanhamento das medidas de controle implementadas;
5 - monitorização da exposição aos fatores de risco;
6 - registro e manutenção dos dados por, no mínimo, vinte anos;
7 - avaliação periódica do programa;
O PGR, suas alterações e complementações deverão ser apresentados e discuti-
dos na Cipamin, para acompanhamento das medidas de controle.
O PGR deve considerar os níveis de ação, acima dos quais devem ser adotadas
medidas preventivas, visando minimizar a probabilidade de ultrapassagem dos limites
de exposição ocupacional, implementando-se princípios para o monitoramento perió-
dico da exposição, informação dos trabalhadores e o controle médico, considerando:
a) limites de exposição ocupacional, com valores de limites de tolerância previstos na
NR – 15, ou, em sua ausência, os adotados pela ACGIH ou estabelecidos em negocia-
ção coletiva, desde que mais rigorosos que aqueles; b) níveis de ação para agentes
químicos correspondentes à metade dos limites de exposição previstos na NR 15, ou,
em sua ausência, os adotados pela ACHGIH ou estabelecidos em negociação coletiva,
desde que mais rigorosos que aqueles; c) o nível de ação do ruído corresponde à dose
de 50% do nível de ruído de 85 dBA, na jornada de 8h, conforme critério estabelecido
na NR 15, Anexo 1, item 6. O nível de ação do ruído é fixo e corresponde a 80 dB(A).

PUC Minas Virtual • 14


Abrangência do PGR

Por ser um programa abrangente, o PGR requer atenção para:

 Responsabilidade dos empregadores em relação aos empregados e ao meio ambi-


ente em geral.

 Corresponsabilidade dos empregadores no envolvimento de mão de obra terceiri-


zada.

 Envolvimento e comprometimento da mão de obra direta e indireta.

 Envolvimento de negociações com órgãos de classe e fiscalizadores.

 Elaboração e implementação do PCMSO em consonância com o PGR.

Fiscalização do PGR

A fiscalização do PGR cabe ao empregador, à empresa ou permissionário de la-


vra, por meio de seu SESMT e pessoal dos níveis estratégicos, táticos e operacionais,
de preferência com consultoria e assessoria especializada, por abranger áreas comple-
xas, tais como: segurança, medicina, higiene e toxicologia do trabalho, economia, re-
cursos humanos, administração de empresas, qualidade e meio ambiente, dentre ou-
tras.

Organização Dos Locais De Trabalho

Os locais de trabalho devem ser concebidos, construídos, equipados, utilizados e


mantidos, de forma que os trabalhadores possam desempenhar as funções a eles con-
fiados, eliminando ou reduzindo ao mínimo praticável e factível os riscos para a sua
segurança e saúde.

Os postos de trabalho devem projetados e instalados segundo princípios ergo-


nômicos.

As áreas de trabalho devem ser operantes identificadas e com acessos e estra-


das sinalizadas.
Deve ser implantado o sistema de duplas de trabalhadores (Cosme e Damião),
nos seguintes locais:

PUC Minas Virtual • 15


 No subsolo, nas atividades de:

1 - abatimento manual de choco e blocos instáveis;


2 - contenção de maciço desarticulado;
3 - perfuração manual;
4 - retomada de atividades em fundo-de-saco com extensão acima de dez metros;
5 - carregamento de explosivos, detonação e retirada de fogos falhados.

 A ceu aberto, nas atividades de carregamento de explosivos, detonação e retira-


da de fogos falhados.

Estruturando a administração

 Política (o que fazer)


 Estratégia (como fazer)
 Tática (com que fazer)
 Mobilização (o que se pode agregar)

Na criação de diretriz de planejamento, sugerem-se os seguintes passos:

 Apresentação
 Sumário
 Introdução (portaria – norma – crenças – valores – filosofia – integração)
 Políticas de saúde e segurança, meio ambiente e qualidade
 Responsabilidades do empregador e dos empregados (norma)
 Diagnóstico (estratégica, tática e operacional) / reunir mapa de riscos, PPRA,
PCMSO, levantamento ambiental, laudos periciais, fluxograma de produção,
manual de descrição de cargos da empresa, dados médicos, estatísticas de aci-
dentes, fichas de análises de acidentes e, de incidentes críticos, atas de reuniões
de segurança e da Cipa, relatórios de inspeções de área, SGA, procedimentos
técnicos conforme ISO 9.000.

 Estabelecimento de prioridades técnicas


 Estabelecimento de riscos catastróficos com potenciais de gravidade.
 Estabelecimento de riscos críticos com potencial de gravidade
 Estabelecimento de riscos marginais com potencial de gravidade
 Estabelecimento de riscos desprezíveis com potencial de gravidade

PUC Minas Virtual • 16


 Estabelecimento de prioridade econômicas, com definição de três ou quatro in-
tervalos de parâmetros de prioridade, baseados na saúde financeira da empresa
e na experiência da equipe econômica.

As fases do PGR são:

 Antecipação
 Reconhecimento
 Avaliação
 Controle

As medidas a serem utilizadas são:

 medidas de caráter coletivo - monitoramento


 medidas de caráter administrativo - monitoramento
 medidas de caráter individual - monitoramento

Para conhecimento da necessidade dos recursos necessários, devem ser consultados


os líderes, para detecção dos:

 recursos humanos
 recursos materiais
 recursos financeiros

Deve-se elaborar um cronograma geral de atividades Pert – CPM, por meio das
equipes: (estratégica / tática / operacional)
E também um cronograma de Gantt (previsto e realizado)
É necessário, para a elaboração do PGR, o conhecimento dos riscos.
A periodicidade das avaliações pode ser eventualmente: anual / bienal / free –
time.
As Formas de reavaliação são como as anteriores: anual / bienal / free – time.

O registro e a manutenção de dados devem ser efetuados pelos departamentos


de Segurança / Medicina /CIPA).
A disponibilidade dos dados em relação ao Tempo é de 20 anos de arquivamen-
to e em relação à fiscalização e aos demais interessados.

PUC Minas Virtual • 17


A comunicação de resultados obtidos poderá ser efetuada pelos departamentos
de Comunicação Social / Segurança / Medicina.
As auditorias devem ser realizadas pelos departamentos de Segurança, Qualida-
de e Meio Ambiente / Auditoria Contratada.
Devem ser efetuadas revisões do Programa pelos departamentos: Segurança e
Medicina do Trabalho com apoio das áreas Estratégicas, Táticas E Operacionais.
Deve ser solicitada a aprovação inicial à alta direção da empresa.
Havendo razão, as discussões necessárias podem ser efetuadas com o apoio de:
Comunicação Social, Jurídico e especialistas das áreas de segurança e medicina.

Aprovação do PGR
Após Apresentações Aos Interessados – Comunicação Social / Segurança / Medicina
(Cipamin, Acordos Coletivos)

Divulgação do PGR
Deve ser efetuada pela Comunicação Social da empresa e também pelos depar-
tamentos de Segurança / Medicina do Trabalho.
Mecanismos de divulgação devem ser considerados por: Comunicação Social / Re-
cursos Humanos / Segurança / Medicina e sugere-se utilizar:

 Integração De Empregados;
 Treinamentos Específicos;
 Reuniões Da Cipamin;
 Reuniões Setoriais;
 Midia Impressa;
 Midia Audiovisual;
 Sipats;
 Palestras e Conferências.

PUC Minas Virtual • 18


GLOSSÁRIO DE TERMOS UTILIZADOS PARA A ELABORAÇÃO DO PGR:

 Riscos Ambientais

São aqueles encontrados nos locais de trabalho e que são oriundos de agentes
biológicos, físicos e químicos.

 Agentes biológicos

Constituem-se em bacilos, bactérias, fungos, parasitas, protozoários, vírus, den-


tre outros.

 Agentes físicos

Constituem-se em calor, frio, infra-som e ultra-som, pressões anormais, radia-


ções ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações mecânicas.

 Agentes químicos

Constituem-se em aerodispersóides, fumos, gases, neblinas, névoas, poeiras e


vapores.

Em determinadas circunstâncias, o PGR pode também fazer parte de um pro-


grama mais amplo dentro do prevencionismo, denominado: Programa de Prevenção
de Perdas, ou de Gerência de Riscos, para o qual sugerimos os itens a seguir:

1) Agir evitando todo tipo de dano que possa afetar o sistema por meio de variá-
veis endógenas ou exógenas em interação. Prioridade para recursos humanos, econô-
micos e materiais que possam incidir no resultado da gestão de um sistema.

2) Ampliar o conceito de dano para o estratégico e aos sistemas interconecta-


dos, (outros comércios, sociedade), ao resultado econômico da gestão custo benefício,
prestígio, como imagem afetada.

3) Focar as atividades preventivas de modo que os eventos geradores de danos,


informados e analisados, sejam identificados e relacionados como os componentes do
sistema e correlacionados com a paralisação total ou parcial.

PUC Minas Virtual • 19


4) Aprimorar sistemas de informações e de análises tradicionais de modo que
todos os recursos humanos possam reportar anormalidades que poderiam gerar um
mau desempenho do sistema.
5) Trabalhar com estatística como ferramenta de avaliação de potenciais de de-
gradação e determinar medidas de inibição e controle.
6) Utilizar técnicas de engenharia de sistemas que estabeleçam indicadores con-
fiáveis de predições de prováveis ocorrências de eventos e potencialidades de gerar
danos.

9. Custos segurados ou diretos e custos não segurados ou indiretos

Custos Diretos (Segurados):

 São aqueles que dizem respeito a todas as despesas ligadas diretamente ao aci-
dentado. São de responsabilidade da organização seguradora.

Exemplos de custos segurados:

 Despesas médicas, hospitalares e farmacêuticas necessárias ao atendimento do aciden-


tado, para que ele possa reassumir o seu cargo ou função.

 Pagamento de diárias e benefícios ao acidentado.

 Transporte do acidentado do local de trabalho, ao local de atendimento.

Custos Indiretos (Não segurados):

 Englobam todas as despesas não atribuídas aos acidentes, mas que se manifes-
tam como consequência imediata dos mesmos. Seus ônus ficam a cargo dos
empregadores.

Exemplos:

1) Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores na hora do


acidente e após o mesmo;
2) Salários adicionais pagos por trabalhos de horas extras, em virtude do aciden-
te;
3) Salários pagos a gerentes e supervisores durante o tempo gasto em atividades
decorrentes do acidente;
4) Salários pagos aos acidentados, não cobertos pela seguradora;

PUC Minas Virtual • 20


5) Diminuição da eficiência do acidentado ao retornar ao trabalho;
6) Despesas com treinamento do substituto do acidentado;
7) Custo do material, equipamento, instalação, danificados no acidente;
8) Custo do retrabalho;
9) Despesas com reparos ou substituições de máquinas, equipamentos;
10) Custo eventual de interferência na produção (inadimplência, multas, imagem
da empresa para os clientes, imprensa);
11) Custo da perda de lucros pela improdutividade do acidentado e, por máquinas,
equipamentos ou instalações paradas;
12) Despesas médicas não cobertas pela seguradora;
13) Despesas com serviços sociais não segurados;
14) Despesas jurídicas;
15) Despesas com consultorias;
16) Despesas eventuais com recrutamento, seleção e treinamento de substitutos;
17) Despesas com assistência médica para socorros de urgência;
18) Transporte de acidentados;
19) Prejuízos causados ao meio ambiente;
20) Prejuízos causados pela perda da imagem da empresa junto aos órgãos fiscali-
zadores, entidades de classe, organizações semelhantes, ONGs, mídia e socie-
dade em geral;
21) Elevação das taxas cobradas por seguradoras;
22) Queda do moral dos demais empregados, principalmente pelo medo da ocor-
rência de novos acidentes;
23) Salários pagos devido aos tempos de embargos ou de interdições do empreen-
dimento;
24) Despesas pagas com tratamentos psicológicos;
25) Despesas pagas com tratamentos estéticos;
26) Despesas pagas com kits de sobrevivência a desabrigados pelo empreendimen-
to em casos de catástrofes.

Custo Segurado

Cs = C´s + C´´s

Cs = Custo segurado.

C´s = Custo do seguro de acidentes do trabalho.

C´´s = Custo de outros seguros de acidentes (seguro incêndio, seguro transporte, segu-
ro de responsabilidade civil, seguro de riscos de engenharia, dentre outros).

PUC Minas Virtual • 21


Custo não segurado

Cn1= custo não segurado de acidentes sem lesão.


Cn2= custo não segurado de acidentes sem lesão com perda de tempo (PS, AM, RT).
Cn3= custo não segurado de acidentes com lesão com perda de tempo (AT).
Cn4= Custo não segurado de acidentes com danos à propriedade.
Cn5= Custo não segurado de acidentes com danos ao meio ambiente.

Proposta do Eng° Francesco M.G.A.F. De Cicco:

C = C1 + C2 + C3 - I

C = custo efetivo dos acidentes

C1 = Custo correspondente ao tempo de afastamento (até os primeiros 15 dias), em


consequência de acidentes com lesão com perda de tempo (CPT).

C2 = Custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e materiais


danificados (acidentes com danos à propriedade - ACDP).

C3 = Custos complementares relativos às lesões (primeiros socorros e assistência mé-


dica) e danos à propriedade (outros custos operacionais como os resultantes de parali-
zações, manutenção e lucros cessantes).

I = Indenizações e ressarcimentos recebidos através do seguro ou de terceiros (valor


líquido).

Proposta do Eng° Santelmo Xavier Filho:

Ct= Cs + Cns1 + Cns2 + Csn3 + … + CsnN – I

Os cálculos devem ser apresentados preferencialmente pelos gerentes de cada


área e, apenas auditados pelos Engenheiros de Segurança do Trabalho. Além de ser
mais educativo, faz com que os gerentes tenham um melhor conhecimento das perdas
geradas em suas áreas e, utilizem a criatividade para reduzi-las ou mesmo eliminá-las,
valorizando a prevenção e o controle das mesmas.

PUC Minas Virtual • 22


10. Elaboração Orçamentária do Programa de Engenharia de Segurança do Trabalho

Em uma empresa, com objetivos e metas a serem cumpridas em termos de pro-


dução, existe a necessidade do cumprimento do solicitado na NR-04 SESMT da Portaria
3214/78 e suas alterações, como a implantação e implementação das ações de segu-
rança e medicina do trabalho e também da higiene ocupacional.
Desta forma, é necessário que, o Engenheiro de Segurança do Trabalho em con-
junto com o Médico do Trabalho e demais membros do SESMT, façam uma previsão da
programação dos gastos de seu Departamento para o período vindouro.
Devem ser levados em consideração, por exemplo, a necessidade compra de
equipamentos de monitoração, de veículos de resgate com equipamento de sapa, ca-
minhões autobomba-tanque, roupa de aproximação do fogo para combate a incên-
dios, sinalização de segurança para implantação, manutenção em trocas, equipamen-
tos como hidrantes, mangueiras devem ser revisadas e empatadas ou substituídas e
extintores de incêndios recarregados, principalmente depois dos treinamentos efetua-
dos.
Aqueles que forem necessários deverão ser trocados por equipamentos novos.
Deve ainda o Engenheiro de Segurança do Trabalho se planejar quanto a assinatura de
revistas, cursos de reciclagens para a sua equipe, compras de veículos para inspeções
de segurança, uniformização para o seu pessoal, equipamentos de proteção individual
e de proteção coletiva a serem implantados na organização.
Enfim, é necessária a confecção de uma planilha de custos, visando o mais apro-
ximadamente possível manter uma boa previsão de gastos e o controle do efetivamen-
te realizado mês a mês. Da mesma forma deve solicitar ao Médico do Trabalho a rela-
ção de seus gastos e um orçamento prévio para posterior controle de repasses de ver-
bas. Deve ainda constar da previsão do SESMT, o custo das implantações de melhorias
de segurança nos ambientes de trabalho, como por exemplo, um adesivo para piso a
ser colocado em uma escada, os custos da SIPAT, e para atendimento às solicitações da
CIPA, mediante uma análise conjunta com a Presidência desta. Custos da elaboração
de manuais de segurança devem estar presentes, nos cálculos efetuados.

11. Seleção de trabalhadores com o foco na prevenção de acidentes


Selecionar pessoas é uma tarefa que exige muitos cuidados e deve ser realizada
em conjunto com o Departamento de Pessoal. Deve-se orientar este, por exemplo,
quanto às exigências de habilidades e dos exames necessários para funções e cargos
específicos. Por exemplo, um operador de pontes rolantes necessita de uma boa visão
de profundidade, senão, poderá causar acidentes no ambiente de trabalho, devido a
não conseguir efetuar as manobras adequadamente.

PUC Minas Virtual • 23


Quando for o caso, por exemplo, deve-se participar dos treinamentos, como no
caso da contratação de um operador de guindaste. Tanto este quanto os auxiliares ne-
cessitarão de cursos de sinalização de segurança em consonância com a Norma NR-18.
O operador de guindaste deve ter ainda um treinamento adicional para operação do
guindaste com a máxima segurança.
Desta forma, todos os empregados contratados futuramente, merecerão uma
atenção maior do Engenheiro de Segurança do Trabalho, analisando os postos de tra-
balho, a Ergonomia das atividades e os requisitos necessários para os preenchimentos
dos cargos, visando a redução dos acidentes no local de trabalho.

12. Administração de empresas contratadas

Embora a empresa principal possa estar bem aparelhada, contando com uma
boa equipe de trabalho, nem sempre isto é suficiente, porque às vezes somos obriga-
dos a contratar terceirizados para atividades diversas. O objetivo da nossa empresa
não nos permite ficar acumulando atividades outras que não aquelas classificadas co-
mo atividades-fim. Um exemplo é a limpeza.
Deve-se contratar empresa com pessoal treinado para efetuá-la. Porém este
pessoal deve passar também por treinamentos com o SESMT da contratante, para evi-
tar problemas diversos.
Em realidade, muitas das atividades exercidas pelos contratados necessitam da
segurança da contratada estar sempre em consonância com a necessidade de segu-
rança da contratante.
Assim, um Mapa de Riscos, um PPRA, CIPA, PGR da contratada, devem sempre
estar em acordo com o solicitado pela contratante. Por exemplo, são comuns, as parti-
cipações de Cipistas da contratada na reunião da Cipa da contratante, visando às co-
municações do andamento da segurança do trabalho em áreas comuns de trabalho.

13. Estabelecimento e controle dos indicadores de segurança do trabalho

A experiência nos permite registrar estatisticamente os acidentes, visando desde


a sua análise e registro até a sua comunicação. Visando minorar a ocorrência destes
acidentes laborais, são estabelecidos indicadores de segurança do trabalho. Os mais
conhecidos são as Taxas de Frequência e de Gravidade, indicadores estes que permi-
tem a comparação da segurança do nosso empreendimento com a segurança de ou-
tros empreendimentos de igual número de risco, mesmo que em atividades diferentes.

PUC Minas Virtual • 24


PUC Minas Virtual • 25
PUC Minas Virtual • 26
PUC Minas Virtual • 27
PUC Minas Virtual • 28
PUC Minas Virtual • 29
PUC Minas Virtual • 30
N
Taxa de frequência com afastamento = ------------------ x 106
HHT
Onde N é o número de acidentados com lesão com perda de tempo (CPT)
HHT é o nº de Horas Homens Trabalhadas
106 é uma constante internacional

(DP + DD)
Taxa de gravidade= ----------------------------- x 106
HHT
Onde:
DP são os dias perdidos
DD são os dias debitados

PUC Minas Virtual • 31


14. Envolvimento da força de trabalho para o cumprimento dos índices de segurança
do trabalho

Motivar o pessoal para o atingimento dos índices propostos é uma tarefa prati-
camente constante do pessoal do SESMT, e isto pode ser efetuado por meio da utiliza-
ção de diversas ferramentas utilizadas, como:

PUC Minas Virtual • 32


 Diálogo Diário de Segurança (Papo de Segurança)
 SIPAT- Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
 CIPA, Cartazes e Faixas
 Notícias em informativos de segurança ou da empresa
 Palestras e conferências sobre segurança do trabalho
 Permissões para trabalho
 Reuniões de segurança do trabalho e Premiações em concursos de segurança
 Premiações de ideias que aprimorem a segurança do empreendimento
 Destaques de segurança como brigadistas de combate a incêndios
 Permissão para o trabalho
 Liberação de áreas de risco e acompanhamento por monitoramento.

Referências

 Apostilas de aulas do Prof. Santelmo Xavier Filho (IFMG/CEFET-MG)


 LISA-biblioteca moderna de economia, administração de empresas e ciências con-
tábeis; coordenação editorial e revisão técnica: Paulo Eduardo Vilchez Viceconti e
José Luiz Ribeiro Machado
 A ferramenta GUT – Mauro Afonso Sotille
 COLENGUI, V.M. O&M e qualidade total: uma integração. Rio de Janeiro: Qua-
litymark, 1997.
 KEPNER, Charles H.; TREGOE, Benjamin B. O administrador racional. São Paulo:
Atlas, 1981
 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico – conceitos,
metodologias e práticas.
 CHIAVENATTO, I. , Recursos Humanos – São Paulo – Ed. Campus, 2009.
 BASTIAS, H.H., Introducción a La ingieneria de prevención de perdidas – São Pau-
lo, 1978.
 Xavier Filho, Santelmo
 Análise dos indicadores de segurança do trabalho em reformas de altos-fornos
em siderúrgicas [dissertação] / Santelmo Xavier Filho; orientador, Antônio Edésio
Jungles. Florianópolis, SC, 2010. 118p.: il., grafs., tabs., plantas.

PUC Minas Virtual • 33

Você também pode gostar