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Instrução Normativa

INSS/DC N.º 078


16 de Julho de 2002.

Aposentadoria Especial
HISTÓRICO

PREVIDENCIA SOCIAL NO BRASIL


Lei 3.724 de 1922
 Inicio de uma incipiente Previdencia
Social.
 Tornou compulsório o Seguro de
Acidentes de Trabalho em carater
privativo.
 Vamos simbolizar esta fase com um
simples ponto:

Decreto 4.682 de 1923
 Criam-se as Caixas de Aposentadorias e
Pensões dos Ferroviários.
 Vamos representar esta fase com uma
linha horizontal:

_______
 Como não existia massa crítica para se
aposentar, o sistema foi acumulando
reservas, gastando muito pouco.
 Vamos representar esta fase com um
triangulo de altura muito pequena:
 Com o passar dos anos, o montante foi
crescendo. Diferentes governos se
utilizaram dos recursos da Previdencia
Social para construir obras como
Brasilia, a Transamazonica, a Ponte Rio-
Niterói, a Hidroelétrica de Itaipú, etc.
DÉCADA DE 1950
 O sistema começou a ter saidas mais expressivas
com os primeiros aposentados por tempo de
serviço, e esse fluxo continuou a crescer como
nunca. No entanto, a base de contribuição,
sustentava esta sangria.
 Vamos representar esta fase com um triangulo com
altura maior
DESPESAS

ARRECADAÇÃO
 Com o passar dos anos, os avanços da medicina
possibilitaram maior sobrevida dos idosos, com o
que as despesas da PS aumentaram bastante.
 Vamos representar esta fase alargando o topo do
triangulo e esboçando um paralelogramo, quase
um retangulo:
DESPESAS

ARRECADAÇÃO
 As dificuldades de pleno emprego diminuíram a
base de arrecadação, tendo em conta que sua
premissa é a arrecadação pela mão-de-obra.
 Vamos representar esta fase por um paralelogramo
com base menor do que a parte superior da figura:

DESPESAS

ARRECADAÇÃO
 Fazendo projeções o governo procurou
fazer ajustes, e esses ajustes visaram
reformular a legislação sobre
aposentadorias precoces que, além de
não mais contribuir, passavam a sacar
do sistema. Falta, no entanto, conseguir
meios para aumentar a base de
arrecadação.
LEI 3.807/60
 A aposentadoria especial foi instituída
pelo art. 31 da Lei nº 3.807/60,
podendo ser definida como o benefício
decorrente do trabalho realizado em
condições prejudiciais à saúde ou
integridade física do segurado, de
acordo com a previsão da lei.
LEI 9.032 de 28/04/95
 Extiguiram-se as Aposentadorias
Especiais por categoria de profissionais,
mantendo as concessões por EFETIVA
exposição aos agentes nocivos,
introduzindo a necessidade da
existencia de Laudos Técnicos.
LEI 9.528 de 10/12/97
 Instituiu a GFIP – Guia de Recolhimento
de Fundo de Garantia e Informações à
Previdencia Social
LEI 9.732 de 11/12/98
 Aumentou as alícotas sobre o SAT –
Seguro de Acidentes do Trabalho, para
financiar as aposentadorias especiais
 Somente as empresa que submetem
seus empregados a exposição de
agentes nocivos é que arcarão com tais
custos.
 Passou a exigir nos Laudos Técnicos e
DSS-8030 a explicação do uso de EPI –
Equipamento de Proteção Individual,
para neutralizar ou atenuar os agentes
nocivos.
LEI 3.048 de 06/05/99
 Colocou a perícia médica na análise dos
Laudos Técnicos e dos DSS 8030, para
a concessão de Aposentadoria Especial.
 A comprovação do exercício de
atividade especial será feita pelo PPP –
Perfíl Profissiográfico Previdenciário, ou
alternativamente, até 31 de dezembro
de 2002, pelo Formulário, antigo SB -
40, DISES BE 5235, DSS 8030, DIRBEN
8030.
Instrução Normativa INSS/DC N.º 078
DE I6/07/02.
 Cria o Perfil Profissiográfico Previdenciário
(PPP), o qual substituirá o DSS 8030.
 A partir de 02/01/2003 será uma exigência a
confecção, manutenção e atualização do
PPP para TODOS os empregados, que
deverá ser entregue para TODOS por
ocasião do desligamento da empresa.
Empresas que previnem acidentes pagarão menos
(MPAS)

 As empresas podem pagar a metade da


alíquota do Seguro contra Acidentes de
Trabalho (SAT) se investirem em
prevenção. Para aquelas que, ao
contrário, não se preocupam em
prevenir os acidentes, o percentual, que
varia de 1% a 3%, pode dobrar.
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
PREVIDENCIÁRIO
PPP
 O Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP
(Anexo XV), é o documento histórico-laboral,
individual do trabalhador que presta serviço à
empresa, destinado a prestar informações ao
INSS relativas a efetiva exposição a agentes
nocivos que entre outras informações registra
dados administrativos, atividades
desenvolvidas, registros ambientais com base
no LTCAT e resultados de monitorização
biológica com base no PCMSO (NR-7) e
PPRA (NR-9);
 O PPP deve ser emitido pela empresa
com base no LTCAT e assinado por
representante administrativo e médico
do trabalho, e ainda pelo engenheiro
de segurança do trabalho, de
conformidade com o dimensionamento
do SESMT;
PERIODICIDADE DO PPP
 Anualmente, na mesma época em que se
apresentar os resultados da análise global do
desenvolvimento do PPRA, do PGR e do
PCMAT, nos termos dos itens 9.2.1, 9.2.1.1 e
93.1 da NR – 09, do MTE;
 Nos casos de alteração de “lay out” da
empresa com alterações de exposições de
agentes nocivos mesmo que o código da
GFIP/SEFIP não se altere;
EMISSÃO FÍSICA (PAPEL) DO
PPP
 por ocasião do encerramento de contrato de
trabalho, emitido em duas vias, com
fornecimento de uma das vias para o
empregado mediante recibo;
 para ser encaminhado à Perícia Médica da
Previdência Social, por ocasião de
requerimento de benefícios por incapacidade;
 para fins de requerimento de reconhecimento
períodos laborados em condições especiais;
RESPONSÁVEIS
 É indispensável se declinar os nomes do
Coordenador do PCMSO, do Eng. de
Segurança do Trabalho ( se houver) e
do responsável pela elaboração do
Laudo Ambiental bem como a
assinatura do emitente do PPP (gerente
de RH ou preposto da empresa).
 Ao entregar o PPP ao trabalhador a empresa
o estará informando sobre o sucesso ou não
das ações de saúde e segurança no trabalho.
É um documento que poderá ser utilizado
nos fóruns convenientes ao empregado
como prova da relação de nexo causal e da
presumibilidade do nexo técnico para
reconhecimento de direitos, não só na esfera
previdenciária, mas também na esfera cível.
 Agora, mais do que nunca, será preciso intensificar a
prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho.
Esse não é um aspecto que seja de todo ruím para a
empresa, pois tudo o que ela mais quer é não
conviver com o binômio acidente/doença
ocupacional. Não se pode nem afirmar que o advento
do PPP trará mais despesas às empresas, pois os
dados contidos nele são oriundos de programas que a
empresa já realiza (PPRA e PCMSO), e que muitas
vezes se contituem em despesas, sem benefícios reais
para quem comprou e pagou por eles.
 Nenhuma empresa irá querer que um
grande número de empregados recebam o
PPP com dados audiométricos mostrando
agravamento de causa ocupacional. Isso
significa a falência das condições de saúde
e segurança, além de possíveis implicações
legais. Para que isso aconteça é preciso que
as medidas de controle (coletivas e/ou
individuais) sejam o mais eficazes possível.
 Ou seja: aquelas proteções coletivas, tão úteis e necessárias mas
sempre postergadas, agora se constituem em ações urgentes. Na
proteção individual, o EPI pode ter um belo número no seu NRR-SF e
não ser eficaz para aquele trabalhador, pois sabemos que o Certificado
de Aprovação ( C.A.) confere que o EPI é eficiente, mas o mesmo
poderá não ser suficientemente eficaz se outras medidas não forem
adotadas, aliás como bem preconiza a Súmula 289 do TST, uma vez
que a eficiência é um atributo do produto e a eficácia um atributo do
resultado obtido. Agora, será preciso definitivamente tratar a questão
EPI/trabalhador com uma ótica médica adequada, que considera cada
paciente como um ser especial e não meramente um número. A
escolha eficaz para cada orelha passa a ser também uma necessidade,
bem como o treinamento adequado e a motivação para o uso de tais
EPI.
INSPEÇÕES
 O médico perito da Previdência Social, em
inspeção, solicitará à empresa, por
estabelecimento, e, se esta for contratante de
serviços de terceiros intramuros, também de suas
às empresas contratadas, entre outros, os
seguintes elementos:
I. Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA)
II. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO);
III. Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) abrangendo as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador;
IV. Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a
partir da competência janeiro de 1999;
V. Guia de Recolhimento Rescisório do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
Social (GRFP), a partir da competência fevereiro de
1999;
VI. Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho
( LTCAT);
VII. Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
PENALIDADES
 A não manutenção de Perfil Profissiográfico
Previdenciário atualizado ou o não fornecimento do
mesmo ao empregado, por ocasião do encerramento
do contrato de trabalho ensejará aplicação de multa
prevista na alínea “o”, inciso II, art. 283 do RPS;
 Na verificação da GFIP, as informações prestadas
nos campos ocorrência e movimentação, que
correspondem aos campos 28 e 29 na GRFP, serão
objeto de confrontação pelo médico perito ou pelo
auditor fiscal da PS, com as informações contidas no
PPRA, PGR, PCMSO, PCMAT e PPP.
 A fim de garantir o devido enquadramento em GFIP ou
em GRFP, deverão ser utilizados registros constantes
de bancos de dados do M.T.E., do INSS, vistorias
periciais em locais de trabalho, exames clínicos e
complementares, bem como informações fornecidas
por sindicatos, entre outras.
 Se forem constatadas distorções no enquadramento de
doenças ou acidentes, o médico perito comunicará o
fato à Divisão ou ao Serviço de Arrecadação da
Gerência Executiva do INSS e à Delegacia Regional do
Trabalho circunscricionantes ao correspondente
estabelecimento, e, ainda, se for o caso, ao Ministério
Público.
 O médico perito ou o auditor fiscal farão expediente à
Procuradoria da Gerência Executiva do INSS circunscricionante,
com vistas ao direito regressivo contra os empregadores,
quando identificar indícios de dolo ou culpa dos mesmos e seus
subempregadores, em relação aos acidentes ou às doenças
ocupacionais, inclusive quanto ao gerenciamento, por eles, de
forma ineficaz dos riscos ambientais, ergonômicos ou de outras
irregularidades afins.
 O médico perito ou o auditor fiscal farão expediente à
Procuradoria da Gerência Executiva do INSS circunscricionante,
com fins de representação junto ao Conselho Regional de
Medicina ou Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura,
sempre que a confrontação da documentação apresentada com
os ambientes de trabalho revelar indícios de irregularidades,
fraudes ou imperícia dos responsáveis técnicos pelos laudos.
Laudo Técnico de Condições
Ambientais do Trabalho
LTCAT
 O LTCAT é uma declaração pericial
emitida por engenheiro de segurança ou por
médico do trabalho habilitado pelo
respectivo órgão de registro profissional,
que é parte integrante do Programa de
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.
FINALIDADES DO LTCAT
 Apresentar os resultados da análise global do
desenvolvimento do PPRA, do PGR e do
PCMAT, nos termos dos itens 9.2.1, 9.2.1.1 e
9.3.1 da NR-09, do MTE;
 Demonstrar o reconhecimento dos agentes
nocivos e discriminar a natureza, a
intensidade e a concentração que possuem,
nos termos do item 9.3.3 da NR-09, do MTE;
 Identificar as condições ambientais de
trabalho por setor ou o processo produtivo,
por estabelecimento ou obra, em
consonância com os demais artigos deste
capítulo, e com os demais expedientes do
MPAS, do MTE ou do INSS pertinentes;
 explicitar as avaliações quantitativas e
qualitativas dos riscos, por função, por grupo
homogêneo de exposição ou por posto de
trabalho.
 A empresa que não mantiver LTCAT atualizado com
referência aos agentes nocivos existentes no
ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que
emitir documentos em desacordo com o respectivo
laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133
da Lei n.º 8.213, de 1991.
 Parágrafo único. A APS ou UAAPS deverão
comunicar eventual ocorrência do fato previsto no
artigo anterior, por memorando, ao setor de
Arrecadação.
AGENTES NOCIVOS
 As atividades especiais, designadas como
perigosas, penosas e insalubres reclamam
tempo de trabalho diferenciados, não
necessariamente correspondentes, de 15, 20
ou 25 anos de serviço.
 O Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 relaciona
30 agentes nocivos físicos, químicos e
biológicos.
2.1. Periculosidade
 Art. 193 da CLT – atividades perigosas
são aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o
contato permanente com inflamáveis
ou explosivos em condições de risco
acentuado.
2.2. Insalubridade
 Art. 189 da CLT: são as atividades que,
por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição e
seus efeitos.
3. Requisitos para concessão
do benefício
 O segurado está obrigado a comprovar
o tempo de filiação (via de regra, pela
CTPS) e o período de trabalho sob
condições perigosas ou insalubres
(através do DSS 8030 e o laudo técnico
ou o perfil profissiográfico), até
31/12/2002.
6. Perfil profissiográfico
 Mapeamento atualizado das circunstâncias
laborais e ambientais, com fiel descrição das
diferentes funções do empregado em face
dos agentes nocivos, relato da presença,
identificação e intensidade dos riscos;
 Previsto no art. 58 do PBPS, § 4º;
 Características: individualidade, atualidade,
veracidade, utilidade.
8. Equipamentos de
proteção
 EPI – Equipamentos de proteção
individual (protetor auricular,
capacete);
 EPC – Equipamento de proteção
coletiva (construções erigidas pela
empresa visando defender o
trabalhador dos infortúnios do
trabalho).
8.1. Equipamentos de
proteção e benefício
 Se o profissional habilitado declarar
que o empregado usa o equipamento
de proteção ou existem sistemas
coletivos garantidores do resultado,
INSS terá de indeferir a pretensão do
segurado;
14. Conversão do tempo
 O direito à aposentadoria especial
pode ser assim resumido no curso do
tempo, em função das alterações
legais:
14. Conversão do tempo
Situação Enquadramento

Anexos I ou II do RBPS, aprovado


pelo Decreto nº 83.080/79.
Quadro anexo ao Decreto nº
53.831/64.
Direito adquirido até 28.4.95 Cabe a conversão de atividade
para para concessão de
aposentadoria comum ou especial.
Sem apresentação do laudo
técnico, exceto para ruído.
14. Conversão do tempo
Situação Enquadramento

Relação anexa ao
OF/MPAS/SPS/GAB nº 95/96.
Não cabe a conversão de atividade
Direito Adquirido de 29.4.95 a comum para especial, somente de
5.3.97 especial para comum.
Com apresentação do laudo
técnico para todo o período,
inclusive anteriores a 29.4.95.
14. Conversão do tempo
Situação Enquadramento

Anexo IV do RBPS, aprovado pelo


Decreto nº 2.172/97.
Não cabe conversão de atividade
Direito Adquirido de 6.3.97 a comum para especial, somente de
28.5.98. especial para comum.
Com apresentação de laudo
técnico para todo período, inclusive
anteriores a 29.4.95.
14. Conversão do tempo
Situação Enquadramento

Anexo IV do RBPS, aprovado pelo


Decreto nº 2.172/97.
Não é permitida a conversão em
A partir de 29.5.98 nenhuma hipótese.
Com apresentação de laudo
técnico para todo período, inclusive
anteriores a 29.4.95.
14. Conversão do tempo
 O tempo de trabalho exercido até 5 de março de
1997, com a efetiva exposição do segurado aos
agentes nocivos, nos termos do Anexo IV do
Regulamento dos Benefícios da Previdência Social
– RPPS, aprovado pelo Decreto nº 2.172/97, será
somado, após a respectiva conversão, ao tempo
de trabalho exercido em atividade comum, desde
que o segurado tenha completado, até aquela
data, pelo menos 20% do tempo necessário para
obtenção da respectiva aposentadoria especial,
observada a seguinte tabela:
14. Conversão do tempo
Multiplicadores
Tempo a Tempo mínimo
converter Mulher Homem exigido
(para 30) (para 35)

De 15 anos 2,00 2,33 3 anos

De 20 anos 1,50 1,75 4 anos

De 25 anos 1,20 1,40 5 anos


14. Conversão do tempo
 Atualmente, o segurado só fará jus a
aposentadoria especial se comprovar o
trabalho em atividade prejudicial a sua
saúde por 15, 20 ou 25 anos, sem que
haja a conversão do tempo de serviço.
 Por outro lado, o não recolhimento de tais
alíquotas adicionais quando devidas, pode
expor vossa pessoa a enquadramento em
crime de responsabilidade fiscal, incluindo
pena de restrição de liberdade, bem como
penalidades pecuniárias de conformidade com
a referida legislação oferecida.

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