Você está na página 1de 10

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ

CURSO BACHARELADO EM DIREITO

TRABALHO DE DIREITO ECONÔMICO

BELÉM

2022
Ellen Thamires Allen – 20060092

Eduarda Salviano Pinheiro - 20060082

Iasmyn do Socorro de Lima Pereira - 20060230

João Milton Andrade - 20060305

Luanna Beattriz Corrêa Bahia - 20060075

Yuri Vallinoto Pará Rodrigues - 20060151

TRABALHO DE DIREITO ECONÔMICO

Trabalho realizado para a disciplina de


Direito Econômico, no curso de Direito da turma
DI6MA do Centro Universitário do Estado do
Pará – CESUPA.

Profa. Felipe Guimarães de Oliveira

BELÉM

2022
Medida Provisória nº 925, de 18 de março de 2020

 Introdução

A medida provisória a ser analisada, estudada e desenvolvida no decorrer deste presente


trabalho acadêmico será a MEDIDA PROVISÓRIA de Nº 925, DE 18 DE MARÇO DE 2020,
a qual foi adotada mediante cenário de urgência em decorrência da crise sanitária que se alastrou
por todo o globo configurando um quadro pandêmico alarmante do vírus da Covid-19.

Em decorrência do caso supracitado, houve um inesperado impacto na economia, visto


que os setores econômicos foram extremamente atingidos por não conseguirem acompanhar o
cenário alarmante dos indivíduos, os quais deixaram de usufruir e gozar livremente dos serviços
prestados pelas as empresas.

Assim, a Medida Provisória de nº 925 adveio com o objetivo de minimizar e regular um


alívio econômico imediato para as empresas de aviação civil brasileira, de curto prazo, para
possibilitar um fluxo de caixa das empresas deste referido setor, visto que houve uma drástica
redução de demandas presentes e futuras, o que acarretou uma redução das receitas. Ademais,
devido os custos referentes as empresas do setor de aviação civil serem dolarizados e a
consequente desvalorização da moeda brasileira diante do atual cenário de pandemia, mostrou-
se cada vez mais necessário a intervenção do Estado e a adoção da medida provisória supradita.
Diante disso, nota-se que a referida medida não apresenta um caráter interventor, mas sim veio
como forma de minimizar os imbróglios econômicos e sociais que ocorreriam a essas empresas
caso não fosse adotado tais medidas, ao mesmo tempo que com essa ação do Estado as mesmas
poderão honrar os compromissos firmados com seus clientes, respeitando o Princípio da Defesa
do Consumidor e da subsidiariedade.

Destacasse que a referida medida não acarretara danos aos cofres do Estado, uma vez
que tais medidas são de cunho protelatório e visam apenas o retardamento do pagamento de
débitos com o Poder Público. Além do mais, essa medida servira também para ajudar as
empresas do setor aqui exposto não só honrar os compromissos firmados, como também
acalentar os ânimos dos clientes, posto que terão um prazo maior para reembolsar o valor devido
referente aos voos cancelados ou adiados por prazo indeterminado.

Em conformidade ao exposto, fez-se necessário uma maior intervenção do Governo


federal na economia, sendo este um dos setores mais afetados pelo cenário pandêmico da
COVID-19, com destaque no setor da aviação civil, uma vez que, com a proliferação do vírus
e a urgência de medidas de controle de infecção, o governo veio a decretar quarentena,
impossibilitando a continuação normal dos serviços aeroviários. Diante disso, o Poder
executivo, na figura do Presidente da República, se fez obrigado a intervir na economia por
meio de uma medida provisória com intuito de salvaguardar as empresas atuantes nesse setor e
os empregos gerados por ela, evitando assim maiores danos financeiros a curto prazo e danos
sociais, além de estar em conformidade com os princípios da busca do Pleno Emprego e da
Redução das Desigualdades Regionais e Sociais, que serão abordados de forma mais ampla na
fase de desenvolvimento. No presente trabalho acadêmico de direito econômico vamos analisar
de forma crítica e pessoal à Medida provisória n° 925, adotada e implementada pelo Presidente
da República no dia 18 de março de 2020.

 Desenvolvimento

Diante dos problemas sofridos pelo setor de aviação civil, o Governo Federal, com o
intuito de regulamentar os procedimentos de reembolso referente aos cancelamentos e tomar
medidas que possam de algum modo auxiliar as companhias aéreas nesse momento de crise do
setor, instaurou, no dia 18 de março de 2020, a Medida Provisória nº 925, a qual sofreu
alterações em sua redação original para assim ser convertida na Lei nº 14.034/2020 e sancionada
no dia 5 de agosto de 2020. A Lei, que busca minimizar os efeitos da crise do setor da aviação
civil brasileira, prevê medidas emergenciais as quais alteram diversos dispositivos do
ordenamento jurídico pátrio, como o Código Brasileiro de Aeronáutica, inclusive no que diz
respeito ao inadimplemento no contrato de transporte aéreo. Os fornecedores alegavam que a
economia, como um todo, estava sofrendo as consequências das restrições da circulação de bens
e serviços, inclusive ressaltam que o serviço de transporte aéreo, por suas particularidades,
sofreu imediata e drasticamente a maior parte das consequências da pandemia. Ademais, foi
relatado que as áreas de transporte aéreo e turismo são responsáveis por 10% do Produto Interno
Bruto mundial, pleiteando a sua proteção para a recuperação da economia. Neste sentido,
sustentam a campanha “não cancele, remarque”, defendendo justamente que os consumidores
priorizem a remarcação em detrimento do simples cancelamento. Nesse cenário, as
consequências para as pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a aviação civil se tornaram
mais relevantes para o Direito, tanto em relação ao consumidor quanto em relação à
sustentabilidade das empresas aéreas. Assim, a vulnerabilidade do consumidor se tornou mais
evidente, pois os cancelamentos de voos ou eventos previamente agendados forçaram a
mudança de planos e consequentemente prejuízos não planejados.
A política normal de cancelamentos ou alterações de datas feitas pelo consumidor prevê
multas e taxas. Essas penalidades possuem o objetivo de desestimular a mudança de planos do
consumidor em relação aos voos adquiridos. Porém em um contexto de pandemia decretada, a
realização de uma viagem pode significar uma exposição do consumidor e de toda a
comunidade a um risco aumentado de que a doença se espalhe ainda mais. Desta forma, o
consumidor ficaria entre arcar com as multas e taxas do cancelamento ou se expor mais ainda
ao contágio do vírus. A partir desse cenário caótico se tornando cada vez mais evidente, o
Estado não pode se omitir de atuar, pois os casos de demandas judiciais e prejuízos ao
consumidor seriam inevitavelmente crescentes

Diante disto, a Lei 14.034/20 foi aprovada pelo Senado e sancionada pelo Presidente da
República, tendo como principal finalidade socorrer as companhias aéreas e concessionárias de
aeroportos, afetadas pela crise do setor, além de disciplinar o reembolso e a remarcação das
passagens aéreas de voos cancelados durante o período da pandemia. Cumprindo e sendo
relacionada desta maneira, ao princípio da economicidade, que trata-se da obtenção do melhor
resultado estratégico possível de uma determinada alocação de recursos financeiros,
econômicos e/ou patrimoniais em um dado cenário socioeconômico. Tendo como objetivo
realizar o máximo rendimento dos recursos disponíveis, com a utilização de um método de
apropriação de dados que leva em conta os interesses da coletividade e os fatores sociais do
mercado, num determinado tempo e espaço.

Em relação ao princípio da economicidade, podemos afirmar que o Estado busca corrigir


as falhas ocorrentes no mercado, buscando o bem estar da população, sendo assim podemos
observar no estudo de caso, que em relação ao problema enfrentado das agências de viagem,
tivemos um comportamento do Estado alinhado com a teoria da escolha pública, que é quando
o estado aplica um método de soluções de problemas que busca pela pacificação a troca e não
pelo poder, isso significa dizer que o Estado começa a atuar apenas como regulador na atividade
econômica, apenas para buscar quando necessário o bem de todos.

Além do princípio da economicidade, temos outros princípios existentes, um deles é o


princípio da subsidiariedade, que é quando temos uma interpretação neoliberal da constituição,
isso significa dizer que de acordo com esse princípio, o estado estaria limitado de forma
negativa a ter livre iniciativa que vincularia automaticamente a intervenção estatal a
subsidiariedade. O setor privado que seria o principal encarregado da busca e produção de
riquezas. O estado apenas auxiliaria e supriria a iniciativa privada quando fosse necessário, só
assumindo seu papel por completo em substituição, se fosse extremamente necessário, sendo
dispensado que a mesma se justificasse, assim consagrando-se como subsidiária, que se
encontrasse no art. 173 da Constituição Federal.

Após isto, podemos avaliar o princípio da busca do pleno emprego. Tendo como
objetivo entender a busca do pleno emprego como forma de aplicação da função social dentro
do regime de insolvência empresarial, contida dentro da lei de falências e recuperações de
empresas, e tem por objetivo principal preservar a atividade empresarial, por ser muito
importante para a manutenção e oferta de empregos a população, diminuindo assim o
desemprego, como também melhora as economias públicas, melhorar os serviços adquiridos
pois incentiva a competitividade e melhora também os desempenhos dos funcionários. Porém
podemos também avaliar a dificuldade da sua implementação no sistema jurídico brasileiro,
pois são discutidas a partir de um novo prisma do que viria a ser a função social da empresa.
Essa análise é feita a partir do estudo das recentes alterações sociais da atividade econômica
especializada e na legislação falimentar, instrumento esse que se configura como incentivo ao
agente privado na busca de emprego.

Se faz necessário destacar também, o princípio da defesa do consumidor que possui


fundamento nas disposições constitucionais como direitos fundamentais (art. 5º XXXII da
CRFB/88) e como princípio fundamental da ordem econômica (art. 170, V da CRFB/88). Este
referido princípio está baseado na tentativa de minimizar as diferenças existentes entre o
consumidor e as empresas, em prol de proteger e salvaguardar a parte mais frágil. Desta
maneira, a medida provisória adveio para possibilitar que o elo mais fraco da relação tenha seus
prejuízos minimizados, seja por meio de reembolso da viagem estabelecida com a aviação ou a
utilização de crédito deixado para viagens futuras. Respeitando, assim, os preceitos expostos
no Código do Consumidor.

Ainda discorrendo sobre os princípios, como citados na introdução, temos o princípio


da redução das desigualdades regionais e sociais, que nada mais é como todos os outros
princípios, não uma forma de intervenção, mas de suporte em situações de crise, que levam o
governo a tômar medidas que reduzam ao máximo os impactos gerados por eventuais crises
econômicas, por fim mostraremos como a medida tomada neste caso concreta, contribui para
essa diminuição.
Com o princípio da fungibilidade adotado, tivemos um incentivo por parte do governo,
que as pessoas não cancelassem os seus vôos e sim remarcassem, essa medida foi tomada em
uma tentativa de amenizar os prejuízos que as empresas aéreas estavam tendo, porém se os
consumidores remarcassem os vôos isso geraria um problema social, devido ao aumento da
contaminação por parte da covid 19, que causaria um impacto social e de desenvolvimento
social. Em razão disto foi proibido por um certo período a realizações de voos por companhias
aéreas, na busca de reduzir ao máximo a contaminação por parte da covid 19, Mas também
foram adotadas medidas pelo governo, para não prejudicação total das empresas que estavam
tendo prejuízo. Assim podemos observar o princípio da redução das desigualdades sociais e
regionais, pois se os vôos continuassem sendo permitidos, o contaminamento pela covid 19
seria em massa, com isso teríamos problemas na saúde, super lotamentos de hospitais, a
população carente em grande maioria seria afetada mais fortemente por não ter condições de
pagar um plano de saúde, crises econômicas ainda maiores, mais mortes, gerando
consequentemente desigualdade, como foi o ocorrido, com pessoas carentes ficando mais
pobres, e ricos ficando mais ricos durante a pandemia. Porém o estado intervir quando
necessário, incentivando as pessoas a buscarem outras alternativas invés do cancelamento total
das passagens, para que assim o setor econômico não ficasse totalmente prejudicado.
 Conclusão
Conclui-se, como já supracitado a medida provisória analisada foi a de n. 925, de 18 de
março de 2020, diante dos problemas sofridos pelo setor de avaliação civil, a qual, em cenário
de urgência, precisou ser adotada, uma vez em decorrência do vírus da Covid-19. Dessa forma,
impactando significativamente a economia, uma vez inesperado, os setores não conseguiram
acompanhar as mudanças radicais trazidas com a nova maneira e obrigatória de vida. Assim,
foi de maneira imprescindível a intervenção do Estado e a adoção da medida em questão, a qual
resultou no decreto da quarentena, limitando os serviços aeroviários. Ademais, mediante ao
caos que se instalou no país depois do vírus em questão, o Presidente da República, precisou
investir por medida provisória para resguardar as empresas que atuam neste setor e os seus
empregados, para não gerar maiores dados financeiros, priorizando e resguardando também o
emprego e o não aumento da desigualdade social. Em relação ao princípio da economicidade,
é de bom tom, que o Estado busque conseguir corrigir e ajustar todo e qualquer tipo de falha
decorrentes do mercado e o bem estar da população , e que, nesse caso, o Estado teve um
comportamento alinhado, como já dito anteriormente, com a teoria da escolha pública, onde o
Estado aplica a pacificação a troca e não pelo poder. Além disso, é válido ressaltar que a medida
provisória adveio para possibilitar que o elo mais fraco tenha menores prejuízos, seja por meio
do reembolso da viagem ou a utilização de créditos futuros. Outrossim, avaliando o princípio
das desigualdades regionais e sociais, tem-se um suporte em situações de crise, que levem o
governo a levar medidas que reduzam ao máximo os impactos sofridos por uma crise
econômica.
Outrossim, pôde-se notar pelo trabalho realizado que a intervenção estatal ela é válida
tanto para a organização social assim como para a economia. Desta maneira, a Medida
Provisória n° 925, possibilitou que o Estado possa fazer o planejamento para possibilitar uma
intervenção de forma sútil, pública e organizada, o qual por meio de princípios e
características do direito econômico mostrou ser capaz de minimizar os impactos sociais e
econômicos sofridos no quadro pandêmico da COVID-19.

 Opinião do grupo

Logo, a opinião do grupo mediante o presente trabalho afirma que as medidas tomadas
pelo Estado estão alinhadas com a Teoria da Escolha Pública, a qual se dá quando o Estado
aplica um método de soluções para problemas onde busca a pacificação. E tais medidas estão
de acordo com os princípios supracitados e os mesmos ajudam a reduzir impactos causados
dentro de cenários de emergência, como o princípio da economicidade, que busca obter o
melhor resultado estratégico possível de uma determinada locação de recursos financeiros, e
assim, realiza o máximo rendimento de recursos disponíveis. Contudo, apesar dos esforços de
equilibrar a economia, houve um grande número de desemprego devido a empresas não se
adaptarem ao novo acontecimento atípico. Logo, a medida em questão foi muito útil, pois ela
pode ajudar as empresas de aviação civil da melhor maneira possível, como na remarcação de
voos, e não no seu cancelamento, fazendo com que as empresas tivessem um prazo maior para
devolverem os valores cobrados aos clientes. Sendo assim, buscando um equilíbrio econômico
e não gerando maiores dados nem para as empresas, nem para os clientes e muito menos na
economia do Estado.

 Bibliografia

Conselho Nacional de Justiça. Cartilha do Transporte aéreo, maio de 2021. Disponível em:
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2021/05/cartilha-transporte-aereo- CNJ_2021-05-
20_V10.pdf.

MARQUES, Cláudia Lima. A Responsabilidade do Transportador Aéreo pelo fato do Serviço


e o Código de Defesa do Consumidor: Antinomia entre norma do CDC e de leis especiais.
Revista da Faculdade de Direito UFRGS, nº 9, novembro – 1993, p. 133-158.
TORRES, Ricardo Lobo. O Tribunal de Contas e o controle da legalidade, economicidade e
legitimidade. Rio de Janeiro, Revista do TCE/RJ, nº 22, jul/1991, pp.37/44.

Artigo 173 da Constituição de 1988.


http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/salvador/roseli_reg
o_santos.pdf

http://m.monografias.brasilesescola.uol.com.br

https://www.conjur.com.br/2015-nov-08/estado-economia-principio-subsidiariedade- autorita

Você também pode gostar