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O papel da intervenção econômica em tempos de crise: 

Adriana P. Valério 1 
Adrielly Shirlley dos Santos Medeiros 2 
Carla Jessica Pazinatto3 
Ihemeson Fabricio M. da Silva4 
 
 
Resumo 

A finalidade deste trabalho é desenvolver um pequeno raciocínio acerca da intervenção


econômica em tempos de crise, explicando os impactos causados na economia por
consequência de uma pandemia, e os instrumentos que possuem os Estados, em especial
o brasileiro, para enfrentar momentos de crise econômica com menos prejuízos e
visando o bem estar de todos, as intervenções publicas na economia podem gerar efeitos
indesejados e falhas de governo mesmo quando bem-intencionadas, pois em momentos
de crise são tomadas medidas apressadas que podem agravar o quadro e deixar custosos
efeitos em meio a longo prazo e o preço será pago pela coletividade.
 
Palavras-chave: Economia. Intervenção. Crise. Estado.  
 
Summary 
The purpose of this work is to develop a small reasoning about economic intervention in times
of crisis, explaining the impacts caused on the economy as a result of a pandemic, and the
instruments that the States have, especially the Brazilian one, to face moments of economic
crisis with damages and aiming at the well-being of all, public interventions in the economy can
generate unwanted effects and government failures even when well-intentioned, because in
times of crisis hurried measures are taken that can worsen the situation and leave costly effects
amid long term and the price will be paid by the community.

Keywords: Economy. Intervention. Crisis. State. 


 
 
Introdução 

 O contexto de pandemia representou terreno fértil para medidas urgentes adotadas pelas
autoridades nacionais: de fato, a situação impunha a elas o dever de agir prontamente.
Adaptações legais e na forma de agir do Estado fizeram-se presentes, e foi a própria
realidade de crise que assim impôs, não havia escolha quanto a isso quando nos
deparamos com uma crise econômica, o Estado se vê obrigado a tomar algumas medicas
protetivas para manter o equilíbrio econômico do País, e iniciar uma postura de
protagonista durante esse período de pandemia do coronavírus. Ou seja, o Estado passa
a atuar como principal articulador das políticas econômicas e a intervir de forma direta
em diversos setores de mercado, com objetivo de garantir a sobrevivência de alguns
segmentos do setor produtivo, além de se ver obrigado a evitar que sejam cometidos
movimentos abusivos e prejudiciais à sociedade. 
A demanda por intervenção estatal é muito grande em tempos de crise, inclusive por
parte de economistas que se deparam com uma situação pouco conhecida, dando
enormes poderes ao Estado para aplicá-las. Se este é o caso, é fundamental entender o
tipo de crise que se dá em uma pandemia, assim como o resultado de medidas
intervencionistas propostas, também podemos afirmar que a intervenção do Estado na
economia não é um fenômeno recente, pois o Estado sempre atuou no domínio
econômico, seja por intermédio da criação de empresas estatais ou sociedade mista ou
pela regulamentação da economia. Acredito que este trabalho ajudará a compreender o
real papel do Estado diante deste cenário.

1 - Crise Econômica  

No ano de 2019 o Brasil se depara com uma pandemia causada pelo vírus Sars-COV-2
– conhecido como Covid-19, que já vinha matando milhões de pessoas e impactando
negativamente e de forma intensa as atividades econômicas de todos os países. As
razões por que isso ocorre estão associadas às características específicas da dinâmica da
infecção do Sars-COV-2 e sua agressividade nas populações humanas, assim como
ausência de vacinas e tratamento farmacológico de eficiência comprovada por testes
clínicos em larga escala. E isto, se tornou ainda mais evidente para o nosso país, pois
tínhamos conhecimento científico insuficiente sobre o novo coronavírus. E a capacidade
de provocar mortes gerou notoriedade em populações vulneráveis. Sendo este um dos
agravantes que geraram incertezas sobre quais seriam as melhores estratégias a serem
utilizadas para o enfrentamento da epidemia assim como em diferentes partes do
mundo, num contexto de grande desigualdade social, com populações vivendo em
condições precárias de habitação e saneamento, sem acesso sistemático à água e em
situação de aglomeração. 
Essa pandemia levou vários governos a propor decreto de calamidade pública, e por
trata-se de uma pandemia com alta transmissibilidade e severidade nas fatalidades, a
estratégia disponível foi a contenção social, que teve implicações profundas para a
atividade econômica do país. A intervenção foi de forma que se abrange o interesse
geral da sociedade e segurança nacional, sendo necessário que o Estado adotasse
política fiscal e monetária que estimulasse o credito devendo preservar as leis
orçamentárias, principalmente com relação aos gastos extraordinários e preservação dos
limites de endividamento das contas públicas. 
A preservação da atividade empresarial também foi cuidadosamente vista pelo estado
sob o argumento da sua função social, devido a sua linha condutora no entendimento de
que a empresa precisa ser vista com um olhar diferenciado, um organismo participativo
da sociedade, compromissado com suas responsabilidades sociais e com o
desenvolvimento econômico sustentável. O Estado tem como dever orientar seus
esforços na prevenção da empresa, considerando que o desenvolvimento da sociedade
tem relação direta com o fortalecimento da economia na qual realiza a produção e a
circulação de riquezas na economia.
 Para manter o equilíbrio econômico o Brasil passa a atuar como protagonista
assumindo o controle econômico e criando medidas protetivas para manter sua
economia de mercado, com o objetivo de garantir a sobrevivência da humanidade. O
Estado se fez presente como uma espécie de supervisor intervindo e garantindo uma
convivência saudável entre as empresas, evitando a abusividade cometida contra a
população e concedendo benefícios para incentivar determinados setores de produção. 
Foram criadas algumas medidas como o benefício Programa Auxilio emergencial ou
“Coranavoucher” com o valor de R$600,00 para socorrer as famílias de baixa renda,
trabalhadores informais e autônomos, e assim oferecer a elas condições de ficarem em
casa obtendo o mínimo para sua sobrevivência visando a diminuição de pessoas nas
ruas evitando  aglomerações, também foram criadas linhas de credito para pequenas e
medias Empresas manterem suas portas abertas e assim assegurar o salário de seus
funcionários como Credito Para Manutenção de Emprego medida provisória
935/2020 libera credito de 51,6 bilhões , evitando o aumento na taxa de desemprego no
Brasil, como benefício também foi criado o decreto 10.305/2020 que zera a alíquota do
Imposto sobre Operações Financeiras ( IOF) cobrada em operações de credito . o Estado
diminuiu os impostos e ofertou credito rotativo para pagamento de Salários, onde as
empresas pagariam esses valores sem nenhuma cobrança de juros e de forma parcelada,
a presença do Estado se fez essencial para a garantia do bem-estar da população e da
economia como um todo. 

2 - Medidas Protetivas e Punitivas

O Senador Ângelo Coronel (PSD-BA) apresentou no início da pandemia um projeto de


lei que criminaliza a elevação de preços de produtos e serviços sem justa causa durante
períodos de emergência social, calamidade pública ou pandemia (PL 768/2020).
Nesse período o álcool em gel teve um aumento de mais 161%, e a população estava em
desespero devido a escassez do produto no mercado e o aumento da necessita humana
pelo produto. Os preços mais altos se revelaram exatamente como se disse, em produtos
e serviços que vieram a ser mais demandados do que o normal, por estarem diretamente
implicados na questão de saúde pública. Foram inúmeras, portanto, as farmácias
multadas, algumas impedidas de funcionar por entidades de defesa do consumidor.

O Estado teve que criar uma punição para o comerciante que praticasse a cobrança de
valores fora da realidade, o comerciante usou a lei de oferta e demanda para praticar o
aumento surreal dos preços, onde a busca pelo produto era maior que a quantidade de
produtos ofertados no mercado pois era visivelmente maior a necessidade humana, e
houve por um período a elevação do preço do produto devido sua escassez. Como forma
de medidas de amparar também tivemos a Lei Estadual 17.196/2020 que autorizou o
poder Executivo Cearense a pagar as contas de água esgoto e de energia de
consumidores durante o período emergencial do coronavírus. Tivemos também a
Prorrogação da Entrega do IRPF sob a normativa 1.930/2020 devido a dificuldade
dos contribuintes de reunirem documentos para prestação de contas e o Adiamento no
Pagamento de Contribuição Previdenciária sob a portaria de 139/2020 que prorroga
o prazo de pagamentos de importantes tributos.

Todas as arrecadações possibilitam os serviços públicos que a União oferece, chamada


função fiscal dos tributos federais. Ou seja, a razão pela qual se deve pagar pelos
tributos está no financiamento das atividades do poder público, assim, as contribuições
são um meio de garantir o pagamento dessas atividades essenciais. Existem tributos
federais, estaduais e municipais. Algum dos federais são, por exemplo: PIS, Confins,
IPI e etc..., além de terem uma função fiscal os impostos servem para uma interferência
do governo na economia, quando os tributos Federais tem essa função eles são
chamados de extrafiscal isso porque o foco não é apenas de arrecadação para o Estado
mais também para assegurar o bem estar de seus cidadoes.

O combate aos efeitos econômicos e sociais da crise será uma das operações fiscais
mais ousadas da história recente do capitalismo. Além disso, será preciso ampliar a
oferta de crédito através de bancos públicos, já que as instituições privadas estariam
limitadas diante dos riscos do cenário atual. Tanto o Fundo Monetário Internacional
quanto o Banco Mundial recomendam aos países ampliar urgentemente os gastos com
saúde e buscar medidas de apoio aos mais vulneráveis. No Brasil, a pandemia coloca em
xeque as privatizações, a condução das políticas econômicas com regras fiscais
inadequadas, a precarização do mercado de trabalho e a vulnerabilidade social.
Repensar o caminho e alterar a estratégia de desenvolvimento, adequando-a ao novo
capitalismo que surgirá após a Corona crise, será o grande desafio das próximas
décadas. É fundamental começar a planejar o pós-crise.

3 - Considerações Finais 
 
Contudo a intervenção estatal em momentos de crise se fez necessária para manter o
equilíbrio econômico e amparar a sociedade englobando pessoas e empresas de modo
que o próprio Estado foi capaz de gerar uma eficácia no enfrentamento à pandemia da
Covid-19 e a todo tempo nas tentativas de descobrir uma vacina contra o vírus que
pudesse parar com a contaminação, onde depois de muitos estudos e pesquisas foi
permitido o início da produção por Bio-Manguinhos/Fiocruz ainda em julho de 2021.
Sem a intervenção estatal os impactos sociais causados pelo vírus seria uma catástrofe
com a perda de milhares de famílias. É de grande importância que o Estado esteja
sempre presente de mãos dadas com a economia para que facilite a retomada dos setores
econômicos e aos poucos a estabilidade retorne. Como todo momento de confusão é
também momento de reconstrução, o Brasil está diante de uma histórica oportunidade
de repactuar o compromisso democrático e social firmado em 1988. 
O Estado brasileiro usou a função distributiva para tentar resolver os problemas sociais
da população e foi essencial para sociedade como um todo, pois ela atua na
redistribuição de renda através das transferências dos impostos, e dos subsídios
governamentais que podemos presenciar durante o período de pandemia com exemplos
citados no início deste artigo, também foi usada a função Estabilizadora onde o governo
busca equilibrar a economia controlando preços e utilizando instrumento
macroeconômicos como exemplo: políticas públicas fiscais e monetárias, essa função é
de extrema importância pois ela visa um equilíbrio no balanço de pagamento, uma taxa
de crescimento aceitável e um alto nível de emprego. Temos várias outras funções como
a Distributiva, Alocativa e etc, portanto podemos observar que a forma de atuação do
governo possui inúmeros reflexos na atividade econômica e é devido a importância
dessas funções do Estado na economia que conseguimos manter o equilíbrio econômico
na sociedade.

No desenvolvimento desse texto buscamos mostrar as situações em que se faz


necessário o Estado intervi na economia de um país com o objetivo de elevar o nível de
bem- estar da sociedade ou proporcionar o equilíbrio do mesmo, também buscamos
mostrar quais as ferramentas foram usadas para que pudéssemos superar esse momento
de crise e também para que possamos refletir juntos e sabermos que sempre que o
Estado intervém na economia de seu País este também está sujeito as falhas de mercado
e que sua recuperação está diretamente ligada a cobrança de impostos.

Referências 

Fonte: Agência Senado

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/entenda-as-principais-medidas-do-governo-
diante-da-crise-causada-pela-covid-19/
 
https://www.conjur.com.br/2020-abr-11/opiniao-necessidade-intervencao-economia-
tempos-crise
http://www.brasil-economia-governo.org.br/2011/03/24/por-que-o-governo-deve-
interferir-na-economia/

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