1. Nas finanças do estado são as receitas que determinam as despesas.
Comente. Resposta: A afirmação está errada, nas finanças do estado são as despesas que determinam as receitas, o estado primeiro define o nível de despesa que pretende realizar, e depois as receitas que financiam. 2. Com o advento das finanças intervencionistas, assiste-se a um progressivo declínio da instituição parlamentar. Comente. Resposta: A revolução industrial levou ao surgimento de dois sistemas, o capitalismo e o coletivismo. O capitalismo conferiu uma maior liberdade em empreender, trabalhar e contratar, que por sua vez se divide em 2 regimes: intervencionismo e liberalismo. Estes dois regimes diferenciam-se em vários aspetos. Nas finanças liberais, mais frequentes no início da revolução industrial, destacava-se como órgão mais importante a instituição parlamentar, pois não era necessário grande apoio técnico para a tomada de decisão, devido a uma simplicidade das finanças. Por outro lado, à medida que nos aproximamos de os dias de hoje as tomadas de decisão e o poder estão mais concentrados no governo, gerando assim um declínio da instituição parlamentar, algo que é uma característica do modelo atualmente existente, o modelo intervencionista. 3. A revolução industrial foi um marco importante na passagem das finanças neutras para as finanças funcionais. Comente. Resposta: A revolução industrial foi um marco importante para o nascimento do estado, anteriormente à revolução industrial existia um regime feudal, e depois vem um período de finanças neutras em que o órgão de soberania é o parlamento onde os principais objetivos é a segurança, justiça e defesa. 1. Identifique 3 momentos marcantes de crescimento da despesa pública em Portugal nos últimos 49 anos. Identifique também 2 factos que refrearam, ainda que de modo efémero, o crescimento da despesa pública nesse mesmo período. Resposta: Sistema de segurança social começou a crescer em 1974 (com o estado providência), gastos com educação e saúde, após 1974 o ensino obrigatório passou de 4 anos para 9 e depois para 12. 4. Identifique efeitos nas finanças públicas relacionados com os processos de nacionalizações e com os processos de privatizações. Resposta: Com a nacionalização o estado vai apenas aumentar o seu número de empresas, o que vai fazer com que se verifique um aumento na atribuição de subsídios, aumentado assim a sua despesa, as empresas do estado não pagam IRC, fazendo com que se verifique também uma diminuição das receitas. Já as privatizações são receitas extraordinárias que o estado obtém, resultam também de uma diminuição das despesas visto que o estado já não tem de pagar subsídios. 5. As finanças públicas podem ser vistas numa perspetiva tríplice. Comente. Resposta: As finanças publicas podem ser vistas de uma perspetiva tríplice, isto significa que as finanças públicas podem ser vistas de três sentidos/ perspetivas diferentes, o sentido objetivo, subjetivo e orgânico. O sentido objetivo que se relaciona com os instrumentos da divida financeira, como o défice ou o orçamento. O sentido subjetivo que é a disciplina científica que estuda as fianças publicas a fim de satisfazer as necessidades da sociedade. O sentido orgânico corresponde a relação entre as finanças públicas com os órgãos da administração pública com a responsabilidade em finanças públicas. 6. As FP's relacionam-se com outras disciplinas científicas. Comente. Resposta: As finanças públicas têm um carácter interdisciplinar com outras disciplinas, este divide-se entre a economia, a ciência política e o direito. Isto acontece porque as finanças públicas atuam de acordo com as informações do país a nível legal, económico e político. 7. Descreva a síntese de Musgrave. A função de afectação de recursos - segundo a qual cabe ao sistema financeiro satisfazer as necessidades públicas, realizando os ajustes considerados necessários à afectação que resulta do normal funcionamento do mercado. Esta função permite ultrapassar as falhas microeconómicas dos mercados, tais como a provisão de bens públicos, a correção de externalidades, lida com a informação assimétrica, com a concorrência imperfeita e com mercados incompletos. A função de distribuição de recursos - segundo a qual compete ao sistema financeiro realizar os ajustes necessários para garantir uma equilibrada distribuição dos rendimentos e da riqueza, isto é, uma segunda distribuição, corretora dos resultados do mercado. Esta função permite alcançar isso de dois modos: fomentando a igualdade de oportunidades assegurando a todos os indivíduos o acesso a um conjunto de bens essenciais, tais como os cuidados de saúde ou o ensino, mas também promovendo a diminuição das desigualdades na distribuição do rendimento e da riqueza tal como ela resulta do livre jogo do mercado, efetuando uma segunda distribuição, quer através das taxas progressivas do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, quer por intermédio de políticas sociais de apoio aos mais carenciados (por exemplo, as políticas de rendimento mínimo); A função de estabilização económica - segundo a qual compete ao sistema financeiro, através de recursos públicos, introduzir correcções na actividade económica em ordem a garantir o seu desenvolvimento equilibrado e um crescimento sustentado. Esta função tem em vista contrariar as falhas macroeconómicas do mercado tais como o equilíbrio das contas externas, o emprego, a estabilidade dos preços e o crescimento económico; A função de fomento do crescimento económico e de realização de reformas estruturais - o papel do sistema financeiro seria, nesta perspectiva, o de potenciar o crescimento económico, robustecer o tecido empresarial, orientar a evolução e as escolhas dos agentes económicos em ordem a garantir níveis de crescimento sustentados e um incremento da competitividade económica. Nesta, considera-se que a ação pública se dirige à potenciação dessas capacidades, orientação dos investimentos produtivos de maior interesse nacional ou criação de estruturas adequadas ou amigas do investimento produtivo. 8. Identifique falhas de mercado.
má distribuição e utilização dos recursos renováveis e não renováveis,
presentes e futuros - os agentes no mercado tendem a explorar, sem tomar em consideração os problemas do seu esgotamento, os recursos nacionais, como sejam minérios ou outros recursos do subsolo, recursos hídricos, cursos de água, areias dos leitos dos rios, dos mares interiores, etc. Compete ao Estado regular essa utilização, não apenas no sentido de garantir a sua gestão prudente e os interesses das gerações futuras, mas também orientar os comportamentos dos agentes económicos no sentido de garantir que, se isso for de interesse colectivo, a sua transformação se dê dentro do país, para reter nele o valor acrescentado dela resultante.
instabilidade económica e ciclos económicos cuja amplitude e efeitos importa
esbater - ao contrário do que se supunha, os mercados não crescem continuamente. Eles têm ciclos altos e baixos que, por si mesmos, não conseguem contrariar. Entende-se que cabe ao Estado tomar medidas no sentido de atenuar os efeitos económicos desses ciclos, efectuado, segundo a teoria clássica, mais despesa pública nas fases baixas do ciclo e contrariando as tensões expansionistas (através da política de preços, da taxa de juro e da política de rendimentos) na sua fase alta.
Crescentes custos dos serviços públicos - Estados dotados de estruturas
administrativas muito alargadas tendem a ser ineficientes, a entrecruzar e sobrepor competências e a perder parte dos seus recursos com os custos de funcionamento dessa estrutura. Isso pode fazer com que os recursos postos nas mãos dos órgãos do poder público para satisfação de necessidades colectivas não cheguem a ser realmente gastos na sua provisão.
situações monopolísticas geradoras de distorções de mercado - a concentração
dos agentes no mercado afecta as condições de concorrência sempre que algum ou alguns produtores se unem ou fundem num mesmo grupo económico e obtenham uma posição que lhes permita condicionar as opções de outros agentes. Se os agentes assim colocados puderem ainda influenciar as escolhas dos consumidores, impondo-lhes condições de venda diferentes das que existiriam se houvesse uma pluralidade de produtores daquele bem de interesse colectivo, diz-se que o mercado apresenta distorções e funciona a um nível abaixo do óptimo.
Externalidades, isto é, situações em que a atividade económica levada a efeito
por alguns agentes no mercado tende a prejudicar ou prejudica a atividade de outros. Os agentes económicos produzem sem tomar em consideração quer a exaustão dos recursos quer o efeito que a sua atividade produz nas atividades de outros (poluição de cursos de água). A ação pública é necessária para garantir que a atividade de uns não prejudique ou impeça a atividade de outros. Desigualdades na distribuição da riqueza - os agentes no mercado são nele recompensados segundo um conjunto de factos que podem ser por eles dominados (esforço, empenho, qualificações pessoais). Mas também por fatores que podem não ser (talentos inatos, sorte). Daí resulta que os resultados não são iguais para todos. Alguns recebem mais do que outros, dando lugar a diferentes medidas de distribuição da riqueza.
O risco da atividade económica e as incertezas quanto ao seu sucesso - os
agentes privados tendem a não investir em certas atividades económicas onde o risco é muito elevado ou onde o retorno do seu investimento se revele muito lento. Nestas condições, cabe ao Estado criar condições para que tais investimentos se realizem, para o que, normalmente, ele se associa aos agentes privados na realização ou gestão desses investimentos, o que pode suceder de diversas formas como é o caso da concessão pública. Em algumas situações mais extremas o investimento público é a única solução, como é o caso da construção de uma grande barragem.