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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL


LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: ECONOMIA I BLOCO II NOITE
DOCENTE: JOSEANE DE CARVALHO LEÃO
DISCENTES: FRANCISCA ÉRICA SILVA;
LUCAS LIMA E
RAELMA SILVA.

FALHAS DE MERCADO, EXPLANADAS PELO TEXTO


“IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO PÚBLICA NA
ECONOMIA DE MERCADO”, DE ORLANDO PETIZ
PEREIRA.
RESUMO
O presente trabalho enfatiza as importantes tarefas de
aplicação e redistribuição de recursos na sociedade
desempenhadas pelo setor público, onde são ressaltados
os objetivos da intervenção do Estado na economia de
mercado;
 Por tal fato, grande tem sido o debate que se tem
produzido, ao longo dos tempos. Assim, uma das razões
da intervenção pública na economia de mercado, reside
no fato desta não estar, à partida, disponível para
fornecer bens públicos nem tratar das externalidades, o
que produz falhas de mercado, que vai provocar
distúrbios em sua eficiência.
1. INTRODUÇÃO, OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO:
 Nem sempre o poder público teve participação dentro
da economia, o que resultou em grandes problemas e
desastres, tanto econômicos quanto sociais e
ambientais. O liberalismo econômico defende a
ausência do poder público no que se refere as relações
econômicas, pois acreditam que o mercado é auto
regulável, mas tal afirmação é comprometedora, tendo
em vista a quantidade de falhas que são geradas devido
à ausência do poder estatal, devido ao fato das
empresas terem total controle das ações tomadas no
meio econômico, ações essas que comprometem a
regulação da economia e do mercado.
2. ENQUADRAMENTO:
 Objetivos de intervenção na economia de mercado (setor
público): Mochón (1994: 63) afirma que “o setor público
realiza funções econômicas de importância fundamental”;

 As suas funções alastram-se podendo, de acordo com Mochón


(1994: 61), ser agrupadas nas seguintes categorias: “fiscais,
reguladoras, redistributivas, estabilizadora e fornecedora
de bens e serviços públicos”. (p. 119)
 Importância da intervenção do Estado na economia: Correção
de falhas de mercado ou provisão de bens e serviços;

 3 objetivos dessa intervenção: Eficiência, equidade e estabilidade


econômica

 Samuelson & Northaus (1993: 48), consideram que a correção das


falhas de mercado estimula a eficiência, o que se transformará
numa importante fonte de ganhos para toda a sociedade. (p.119);

 “Resultados econômicos deficientes” – ideia levantada por


Samuelson & Northaus (1993: 54
3. A PERSPECTIVA DA ECONOMIA TRADICIONAL
VERSUS MODERNA
 ADAM SMITH: A grande missão do Estado é garantir o respeito
pelos direitos da propriedade privada;
 Evidencia o reforço dos direitos de propriedade, a defesa da
concorrência, o fornecimento e o movimento de bens essenciais
e a correção das falhas que impeçam o funcionamento eficaz dos
mercados;
 Posição cautelosa na interferência do funcionamento dos
mercados, para guardar fidelidade aos princípios do liberalismo
que norteava a atividade econômica privada;
 Nesse contexto, a economia moderna vai emergindo com
preocupações sobre a produção de uma visão correta e ajustada
sobre a estrutura e funções do setor público;
 Araújo (2002:48): a intervenção do Estado nos mercados se
relacionam com as suas próprias ineficiências e injustiças,
adiantando que agora o Estado não intervém para planificar ou
dirigir, mas sim para “emendar” as falhas de mercado, expressão
que abarca todo o tipo de ineficiências resultantes do
funcionamento espontâneo das economias de mercado;
 A internalização das externalidades como forma de direcionar a
economia para o desenvolvimento do bem-estar , posição que se
afasta dos objetivos e das orientações ditas tradicionais
solucionam - ou amenizam - as questões relacionadas com a
estrutura dos gastos e dos impostos e na identificação dos
instrumentos que garantam uma melhor aplicação dos recursos
públicos;
 Mankiw (2001a: 135): Lei da oferta e a lei que orienta a
intervenção do setor público na economia;
 FUNÇÕES DO ESTADO (MUSGRAVEL,1959):
 Promoção da eficiência;

 Promoção da equidade;

 Estímulo ao crescimento macro-econômico e à


estabilidade.
  Musgrave (1959) ainda recorre às noções de aplicação,
redistribuição e estabilização.

 OBJETIVO CENTRAL DA EFICIÊNCIA


 Diz-se que uma economia é eficiente quando através dos
comportamentos não se consegue melhorar o bem-estar
de um ou mais indivíduos, sem diminuir o nível de bem-
estar a quem quer que seja.
 RAZÕES PARA A INTERVENÇÃO DO ESTADO:
 Convicção de que a economia, quando entregue aos mecanismos
do funcionamento do mercado, localiza-se em pontos ineficientes,
pois esta razão não permite a conquista de bem-estar máximo, o
que conduz a economia para a ineficiência;
 Nível de presença de vários pontos igualmente eficientes, pois o
Estado deverá selecionar, hierarquizar e escolher um.

 COMO FUNCIONA ESTA ESCOLHA?


 Minimizando o sacrifício social, colocando a questão da
distribuição que abarca a utilidade social;
 Tentando corrigir as falhas de mercado, estimulando e
assegurando a eficiência, corrigindo a distribuição do rendimento
e promovendo o crescimento e a estabilidade econômica.
4. POLÍTICAS PÚBLICAS E FALHAS DE
MERCADO:
 4.1 Introdução:
 As falhas de mercado são resultantes da ausência da
eficiência necessária para o bom funcionamento da
economia como, por exemplo, a livre concorrência. Estas
falhas estão associadas ao controle unilateral do poder
econômico por parte das empresas, que muitas vezes
buscam prejudicar os demais, para eliminar concorrências
ou até mesmo impedir a participação de outras naquele
meio, sempre mantendo o foco em maximizar os lucros,
sem ter em mente o bem-estar social. As falhas de
mercado também têm influência no meio ambiente, que é
o caso da poluição (externalidade negativa).
 QUAIS SERIAM ESSAS FALHAS DE MERCADO?
 As falhas de mercado são diversas, e causadas por
diversos motivos, mas em um geral à ausência do bem-
estar social e à ausência de eficiência econômica.
Algumas dessas falhas seriam:
 CARTEL – CONDUTAS ANTICOMPETITIVAS;

 EXTERNALIDADES;

 MONOPOLIOS NATURAIS;

 ASSIMETRIAS NA INFORMAÇÃO;

 PODER DE MERCADO;

 DUMPING.
 QUAL A SOLUÇÃO?
 Para que a economia de mercado funcione de
maneira eficaz é necessário a presença de um
ente superior e imparcial, que vise a
organização, fiscalização e o bom
funcionamento dos agentes que fazem parte
desse mercado. É aí que o governo entra, na
realização de uma série de políticas públicas,
como legislação, taxação e manutenção de
agências reguladoras que busquem efetivamente
agir contra as falhas de mercado e suas
desigualdades.
 4.2 Bens Públicos:
 São os bens fornecidos pelo poder público, como por
exemplo, a iluminação pública, hospitais públicos,
locais de lazer públicos e segurança pública, com a
finalidade principalmente de manter o bem-estar social
e seu progresso, suprindo as necessidades básicas dos
indivíduos. Esses bens são custeados através de um
preço público e acessível- impostos.

 QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS?


 As duas principais características dos bens públicos são:
ser não-excludente e não-rival. Essas características os
tornam difíceis de serem vendidos por produtores aos
consumidores individuais.
 Não-excludente significa que é oneroso ou
impossível para um usuário excluir outros de se
beneficiarem do bem;
 Não-rival significa que quando uma pessoa
utiliza o bem, não impede outros de o utilizarem
também.
 4.3 – Externalidades:
 “(...)ocorrem quando as atitudes de uma pessoa
afetam o bem-estar de outra e os seus custos e
benefícios relevantes não se refletem nos preços
de mercado” (Cowen, 2000: 23).
 4.4 Outras falhas de mercado:
 Autores, como Weimer & Vining (1992), para
além dos bens públicos e das externalidades,
enfatizam, também, os chamados monopólios
naturais e a informação assimétrica, como
importantes falhas de mercado.
5. A EFICIÊNCIA E A EQUIDADE NO
MERCADO DE BENS PÚBLICOS:
 5.1 A promoção da eficiência e da equidade:
 Para alcançar a eficiência, o setor público pode atuar sobre as
imperfeições da concorrência, sobre a produção das externalidades,
sobre os bens públicos e sobre os impostos; (PEREIRA, 2005, p.
128)

 Para motivar e alcançar a equidade, os governos podem incidir a


sua ação sobre a repartição dos rendimentos, já que numa
economia de mercado, nomeadamente ao nível de uma economia
de mercado puro do laissez–faire, os mercados evidenciam certa
apetência para o enviesamento daquela distribuição, o que provoca
desiguais níveis de rendimento e de consumo. (PEREIRA, 2005, p.
129)
 Deste modo, estaremos perante distribuições de
rendimento consideradas socialmente injustas, e com
forte capacidade de perturbação do equilíbrio dos
mercados. (PEREIRA, 2005, p. 129)
 5.2 A promoção do crescimento e da estabilidade
econômica
 Será que o crescimento e a estabilidade econômica
justificarão a intervenção pública? Que relação
apresentará com a equidade, com a eficiência e com a
redistribuição? (PEREIRA, 2005, p. 130)
 Estas questões estão intimamente ligadas às políticas
de crescimento e de estabilização, com especial
incidência para as fiscais e para as monetárias.
(PEREIRA, 2005, p. 130)
 Tais interrogações são pertinentes e interessantes
porque podem transformar-se em fatores com os quais
se torna mais fácil e mais exequível alicerçar políticas
econômicas tendentes ao aumento da eficiência e da
equidade, e que se pode traduzir em aumento de bem-
estar da população (PEREIRA, 2005, p. 129);

 Desta forma, encontramos alguma interdependência


entre os diferentes objetivos que justificam a
intervenção do setor público. Contudo, também
encontramos interdependências entre os diferentes
instrumentos e ferramentas a utilizar. É o que Neves
(1993:66) chama de conflito eficiência-equidade
(PEREIRA, 2005, p. 130);
 Desta forma, os mercados podem se manifestar
eficientes, mas serem socialmente injustos, porque
poderão estar perante disparidade efetiva e/ou
potencial entre a população, o que se traduz em falhas
de mercado.
6. CONCLUSÃO:
O mercado, quando entregue a si mesmo, defronta-se
com forças centrífugas, que o conduz à produção de
falhas de mercado. Perante tais forças, o enviesamento
do mercado é iminente, fato que conduz a sociedade a
perder em eficiência, em equidade e em redistribuição.
Esta realidade traduz-se em diminuição de bem-estar
dos cidadãos (PEREIRA, 2005, p. 131);

 Perante tal possibilidade, o Estado deverá ser


onipresente para educar a população, no sentido da
regulação e do cumprimento das regras e dos
princípios (PEREIRA, 2005, p. 131);
 Da análise reflexiva que tivemos a oportunidade de
fazer, inferimos que as entidades governamentais são
importantes unidades de decisão nas economias de
mercado. É neste sentido que os McConnell & Brue
(2001: 69) afirmam que todas as economias do mundo
real são mistas, na medida em que o setor público e o
sistema de mercado dividem, entre si, a
responsabilidade de responder às questões
fundamentais da sociedade em prol das melhorias de
bem-estar para os cidadãos. (PEREIRA, 2005, p. 131)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 ARAÚJO, F. (2002). Introdução à Economia. Coimbra:
Almedina.
 COWEN, T. (2000), “Bens Públicos e Externalidades”. In
Henderson, D. & Neves, J. C. (Coords) (2000). Cascais:
Enciclopédia de Economia, Principia.
 MANKIW, N. G. (2001a). Principles of Microeconomics.
Second edition. U.S.A.: Harcourt College Publishers.
 MCCONNELL, C. , BRUE, S.(2001). Microeconomia,
Princípios, Problemas e Políticas.14ª Edição. Rio de Janeiro:
LTC-Livros técnicos e Científicos Editora.
 MOCHÓN, F. (1994). Economia: Teoria y Politica, 3ª edição.
Madrid: McGrraw-Hill.
 MUSGRAVE, R. A. (1959). The Theory of Public Finance.
New York: McGraw-Hill.
 NEVES, J. C. N. (1993). Introdução à Economia, 2ª edição.
Lisboa, Editorial Verbo.
 PEREIRA, O.P. Importância da intervenção pública na
economia de mercado. Vol.5-1. Estudos Económicos de
Desarrollo Internacional. AEEADE, 2005. (p.117-132)
 SAMUELSON, P; NORDHAUS, W. (1993). Economia. 14ª
edição. Lisboa: McGrraw-Hill de Portugal.
 WEIMER, D. L. e VINING, A.R. (1992). Policy analysis,
concepts and practice. Englewood Cliffs: Prentice Hall.

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