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ECONOMIA A

Ensino Secundário Regular – 11º ano

Unidade letiva 11 – A intervenção do Estado na Economia

Funções e organização do Estado

Estado – Comunidade (povo) politicamente organizada, fixada num território e dotada de soberania.

Funções do Estado
Funções jurídicas Funções não jurídicas
Legislativa Executiva Judicial Política Social Económica
Elaboração de Execução e Aplicação se Garantir o Apoiar os Dinamizar a
leis aplicação de sanções a quem bem-estar da carenciados atividade
(Assembleia leis não cumpre as população económica e o
da República e (Governo) leis (tribunais) crescimento
Governo) económico

Estrutura do Setor Público


Setor Público Administrativo (SPA) Setor Empresarial do Estado (SEE)
Administração Administração Segurança Fundos Empresas Empresas
Central Regional e Local Social autónomos Públicas participadas

Setor Público Administrativo


É o conjunto de entidades e serviços da administração central, regional, local e a segurança social, de carácter
não empresarial, através dos quais o Estado satisfaz necessidades coletivas, não visando o lucro (por
exemplo: educação, justiça, saúde…)
Para fazer face às despesas com a satisfação destas necessidades coletivas, o SPA utiliza recursos
provenientes da cobrança de impostos, taxas e contribuições sociais para a segurança social. Em Portugal,
o SPA inclui:
➢ Administração central: Refere-se aos interesses da totalidade do território nacional. Inclui os ministérios e
entidades sob a sua tutela, como os hospitais, as escolas, as universidades públicas, a polícia e o exército…
➢ Administração local e regional: Refere-se aos interesses de parte do território nacional. Inclui as autarquias,
governos das regiões autónomas, as camaras municipais e as juntas de freguesia…
➢ Segurança social: tem como função principal fornecer prestações sociais à população, por exemplo,
diversos subsídios, rendimentos sociais de inserção e reformas.

Setor Empresarial do Estado


Para além das suas funções tradicionais, em que o estado satisfaz necessidades coletivas e redistribui
rendimentos, o Estado pode também produzir bens e serviços comercializáveis, visando o lucro, em
concorrência direta com o setor privado, ou assumindo alguns setores económicos em que os privados não
têm interesse. Esta atividade é desenvolvida pelo conjunto de empresas publicas e participadas.
➢ Empresas públicas: são aquelas em que o Estado detém mais de 50% do capital ou direitos de voto.

➢ Empresas participadas: são aquelas em que o Estado detém menos de 50% do capital.

As empresas do setor empresarial do Estado podem ser criadas de raiz ou resultar do processo de
nacionalização.
Nacionalizações – transferência da propriedade de uma empresa privada para o Estado
Fatores que justificam as nacionalizações:
• importância da empresa para o país, pelo que não deve ficar nas mãos dos particulares, que pretendem
alcançar os seus objetivos pessoais em detrimento dos interesses da coletividade;

• situação de desagregação da empresa, quando é previsível a sua falência e consequentemente o


desemprego dos trabalhadores;

• não satisfação das necessidades das populações;

• má administração e boicote ao desenvolvimento.

Privatizações – O Estado aliena, totalmente ou em parte, o capital de uma empresa pública, passando este
para a posse de entidades privadas. Estas operações são efetuadas, em geral, nas bolsas de valores, através
da emissão de ações.
Objetivos das privatizações:
• modernização e aumento de competitividade das unidades económicas;

• reforço da capacidade empresarial nacional;

• redução do peso do estado na economia;

• desenvolvimento do mercado de capitais;

• maior difusão de propriedade de ações entre a população;

• redução da divida pública.

Modelos de intervenção do Estado na atividade económica – Estado liberal e Estado intervencionista


Estado liberal
O Estado interfere na economia, mas apenas para garantir o funcionamento de mercado. Limita-se a definir
o quadro jurídico que a atividade económica deverá respeitar. O mercado autorregula-se através de uma mão
invisível que regula a procura e a oferta e permite obter o equilíbrio económico. Assim, a intervenção do
Estado não é necessária.

Princípios defendidos
• Não intervenção do Estado na vida económica
• Propriedade privada dos meios de produção
• Livre iniciativa e livre concorrência
• Liberdade de trocas entre as Nações

O papel do Estado liberal resume-se a:


➢ Garantir a segurança externa (proteção e segurança nacional);
➢ Defender a ordem social e as liberdades individuais (proteção contra a injustiça e opressão);
➢ Regulamentar a atividade económica e garantir o bom funcionamento do mercado;
➢ Participar pontualmente na satisfação de necessidades coletivas, através de obras públicas, quando os
privados não o fizerem, por serem áreas que não lhes interessam, por não serem lucrativas.
Fatores que puseram em causa o Liberalismo
• Conflitos sociais decorrentes das duras condições de trabalho resultantes da industrialização;
• Surgimento de organizações sindicais e partidos políticos;
• Concentração de empresas – monopólios e oligopólios;
- Desadequação da oferta à procura
- O mercado, por si só, mostrava-se incapaz de assegurar o equilíbrio económico
• Crise de 1929 – “Crash” da Bolsa de Nova Iorque;
- Excesso de produção face à procura (crise de superprodução)
- Especulação bolsista (o custo das ações ultrapassa o seu valor real)
• Grande Depressão dos anos 30 atinge praticamente todos os países;
- Produção decresceu
- Desemprego aumentou
- Comércio retraiu-se
• I e II Guerra Mundial

A Economia, sujeita apenas aos mecanismos do mercado, não consegue autorregular-se O Estado
foi obrigado a repensar o seu comportamento não intervencionista

Estado intervencionista
Estado que providencia a satisfação das necessidades básicas das populações. Assume funções económicas
e sociais, para além das funções políticas e jurídicas. Deve intervir em certas áreas da Economia (por ex.
emprego, rendimento, investimento), com o objetivo de prevenir outras crises ou, pelo menos, minorar os seus
efeitos.

Formas de intervenção do Estado na Economia:


• Diretamente – produção de bens e serviços, de forma a satisfazer necessidades coletivas ou através do
setor público empresarial (visando o lucro)
• Indiretamente – legislação sobre a atividade económica
▪ regulação da atividade económica
▪ fiscalização dos agentes económicos
▪ dinamização da Economia

“Estado-Providência” – “Welfare State”


Intervenção do Estado no domínio social, através de um sistema de Segurança Social, que visa garantir um
rendimento às pessoas atingidas por certos riscos sociais (por exemplo, acidentes de trabalho, doença,
desemprego, velhice…)
(Nota: Surge após a II Guerra Mundial, mas diretamente relacionado com a Crise de 1929, a “Grande
Depressão” dos anos 30 e com o pensamento intervencionista de Keynes. Atualmente está em crise, mas
influenciou toda a segunda metade do século XX.)
Funções económicas e sociais do Estado

1. Garantir a eficiência e corrigir as falhas de mercado (função económica)


2. Garantir a equidade (função social – Estado Providência)
3. Garantir a estabilidade (função económica)

1. Eficiência
Gestão racional dos fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais), não permitindo desperdício
de recursos.
A defesa da eficiência pode por em causa a equidade

Falhas de mercado: ineficiências resultantes do livre funcionamento do mercado. As falhas de mercado são
a concorrência imperfeita (monopólios e oligopólios), as externalidades e a necessidade de bens públicos.

Falhas de
mercado

Concorrência
Externalidades Bens públicos
imperfeita

Monopólios Oligopólios Positivas Negativas

Monopólio: mercado de concorrência imperfeita em que apenas um produtor/vendedor fornece um bem e


controla os preços e as quantidades oferecidas aos consumidores, não tendo concorrência.
Oligopólio: mercado de concorrência imperfeita em que existe um reduzido número de grandes empresas
interdependentes pois, as decisões de uma quanto a preços ou qualidade afeta o comportamento das demais.

Externalidades positivas: quando existem benefícios indiretos resultantes de um processo produtivo (Ex:.
inovação tecnológica ou descobertas científicas)
Externalidades negativas: quando existem efeitos negativos para a sociedade, associados ao processo
produtivo (Ex: a poluição)

Bens Públicos:
➢ não são pagos diretamente;

➢ podem ser usufruídos em simultâneo por várias pessoas, sem que se possa impedir alguém de os utilizar
(não exclusivos - ninguém pode ser excluído de beneficiar de um bem público; e não rivais – o uso de um
bem público não diminui o benefício de uso de outras pessoas);
➢ são fornecidos aos cidadãos independentemente de estes quererem ou não;

➢ não apresentam oferta privada, pois não são lucrativos dentro de uma lógica de mercado, logo o Estado
tem de produzir esses bens e serviços, pois se não o fizer o mercado também não o faz. É, por isso, uma
falha de mercado. Exs.: defesa nacional, segurança pública, saúde e educação pública, estradas, pontes,
jardins, iluminação…
Medidas adotadas pelo Estado para corrigir as falhas de mercado
Concorrência Imperfeita Externalidades Bens Públicos
A formação de monopólios Positivas Negativas O Estado tem
ou de oligopólios impede a Uma vez que se traduzem Uma vez que são de produzir
formação do preço de em benefícios para a prejudiciais para a esses bens e
equilíbrio do mercado e comunidade, o Estado: população, o Estado: serviços,
anula ou condiciona a - aplica subsídios para - aplica impostos ou taxas necessários à
concorrência. O Estado diminuir o preço do bem e para aumentar o preço do satisfação de
corrige esta falha de aumentar o seu consumo, bem e diminuir o seu necessidades
mercado aprovando leis - concede benefícios e consumo, coletivas, pois
anti monopólio e contra a isenções fiscais a uma - impõe restrições e se não o fizer
concertação de preços, atividade, sanções (multas) à sua o mercado
limitando os poderes do - reduz impostos utilização, também não o
monopolista; - institui o sistema de -fixa limites máximos de faz
fixando preços máximos, patentes emissão de gases,
nacionalizando empresas e
impondo impostos, sobre o
monopolista ou oligopolista.

2. Equidade
Visa a promoção da justiça social.
A repartição primária do rendimento gera desigualdades económicas e sociais. O Estado intervém através da
repartição secundária ou redistribuição de rendimentos com o objetivo de corrigir as desigualdades existentes.

Medidas adotadas pelo Estado para promover a equidade


• Aplicação de critérios de justiça e equidade na redistribuição dos rendimentos pelo Estado (através das
transferências sociais da segurança social);
• Atribuição de subsídio, reformas e pensões, abonos de família, RSI… aos mais carenciados;
• Fornecimento de bens e serviços a preços baixos ou gratuitamente, por exemplo tarifas sociais nos
transportes públicos, redução do preço dos bilhetes e dos passes, tarifas sociais no gás e na eletricidade (…)

3. Estabilidade
Evitar desequilíbrios de mercado, promover o crescimento económico e o controlo dos preços, da procura, do
emprego e das contas externas.
O Estado deve intervir de forma a prevenir a instabilidade, evitando-a ou minimizando os seus efeitos – ou
seja, deve intervir de forma a garantir a estabilidade, assegurando que a economia cresce de forma
sustentada e equilibrada, e sem o surgimento de crises ou grandes oscilações nos preços.

Medidas adotadas pelo Estado para promover a estabilidade


Promoção de medidas que reduzam o desemprego, imposição de medidas de combate à inflação para
estabilizar os preços e a moeda, conceção de apoios financeiros às exportações, implementação de medidas
que incentivem os empresários a fixarem-se em zonas mais carenciadas e a dedicarem-se à produção de
bens que são necessários.
Instrumentos de intervenção económica e social do Estado – planeamento, orçamento do Estado e
políticas económicas e sociais

1. Planeamento
O planeamento permite articular as diferentes iniciativas públicas e privadas nos domínios económico e social,
no sentido, de potenciar as capacidades da economia e, assim, maximizar a satisfação de necessidades
individuais e coletivas, com o mínimo dispêndio de recursos materiais, financeiros e humanos. Exige que se
inventariem recursos, se definam as necessidades de satisfação prioritária, os ramos de atividade a incentivar,
o tipo de subsídios a receber e as regiões mais carenciadas.
O planeamento assume um caráter de:

Planeamento imperativo para todo o setor público: neste setor os administradores nomeados para as
empresas públicas são obrigados a cumprir os objetivos e os meios definidos pelo plano.
Planeamento indicativo para todo setor privado que não se encontra sobre a alçada do estado: neste setor
para que os objetivos definidos no plano sejam efetivamente atingidos, o estado já que não pode obrigar,
compulsivamente a aceitá-los, lança mão de determinadas estratégias nomeadamente políticas fiscais que
incentivem a aposta em determinados setores e regulamentação de preços.

2. Orçamento de Estado
Documento onde são previstas as receitas e as despesas do Estado para determinado período, geralmente
um ano.

Despesas Públicas Receitas Públicas


Gastos efetuados pelo estado para satisfazer Recurso do Estado para cobrir as despesas
necessidades coletivas. públicas.
Correntes Capital Correntes Capital
Efetuam-se ao longo Realizam-se ao longo de Resultam dos Correspondem às
de um determinado um ano, mas os seus rendimentos criados receitas que podem
ano, mas terminam efeitos perduram nos durante a vigência do não voltar a repetir-se
nesse mesmo ano. anos seguintes. Têm um orçamento de estado e noutros anos.
Ex: vencimento dos caráter extraordinário. prevê-se que se repitam Ex: privatizações,
funcionários públicos, Ex: investimento em noutros anos. empréstimos.
transferências sociais capital fixo (construção de Ex: receitas coativas,
(pensões de reforma, infraestruturas, aquisição p.ex. impostos.
viuvez e outros de equipamentos e de
subsídios aos tecnologias),
carenciados), transferências de capital
pagamentos de juros que provocam o
da divida pública. crescimento do
investimento das
empresas privadas, as
compras de ações e os
reembolsos dos
empréstimos.

Critérios para classificar despesas públicas:


➢ Económico: despesas correntes e de capital.

➢ Funcional: despesas de acordo com a função económica ou social do estado

➢ Orgânico: despesas de acordo com o órgão da administração pública que as efetua.


Classificação das receitas públicas

Patrimoniais ou voluntárias: rendimentos gerados pelo património do Estado (ex. lucros do SEE, rendas,
privatizações…).
Creditícias: resultam dos empréstimos contraídos pelo Estado, originando a divida pública interna ou externa.
Coativas: são obrigatórias e impostas pelo estado. Estas receitas são prestações pecuniárias (pagamentos
em dinheiro) exigidas aos particulares (ex. taxas, contribuições sociais e impostos).
Contribuições Sociais: são exigidas coativamente pelo Estado para financiar a Segurança Social e
são pagas pelas empresas (Contribuições a cargo da entidade patronal) e pelos trabalhadores
(Contribuições a cargo dos trabalhadores)
Taxas: pagamentos com contraprestação (bilaterais), onde é pago um serviço que foi prestado pelo
Estado.
Impostos: prestação em dinheiro que é exigida coativamente pelo Estado, sem carácter de sanção
e de forma unilateral, podendo ser direto ou indireto. Onde nenhum serviço foi prestado pelo Estado.
Impostos diretos - incidem sobre o rendimento ou sobre o património dos contribuintes, com
base numa matéria coletável, perfeitamente determinada: IRS, IRC e IM.
Impostos indiretos - incidem sobre o consumo, produção ou despesa. A matéria coletável é
indiretamente determinada. EX: IVA e imposto de consumo sobre o tabaco.

➢ Saldo orçamental = receitas públicas – despesa públicas


➢ Saldo orçamental corrente = receitas correntes – despesas correntes
➢ Saldo orçamental global ou convencional = valor total das receitas (excetuando a emissão da dívida
pública) – valor total das despesas (excetuando o valor das amortizações da divida pública)
➢ Saldo orçamental primário = saldo orçamental global – juros da dívida pública e outros encargos (usado
na Zona Euro - défice < 3%)
➢ Saldo orçamental de capital = receitas de capital – despesas de capital

Défice = receitas < despesas


Equilíbrio = receitas = despesas
Superavit = receitas > despesas

Os Estados realizam muitas vezes um volume de despesas superior ao volume das suas receitas, como
forma de estimular o crescimento das economias, verificando-se um défice orçamental. Este pode ser
financiado pelo recurso ao crédito: os Estados contraem empréstimos e endividam-se, originando a dívida
pública, pela qual pagam juros para além dos reembolsos dos empréstimos.

A dívida pública pode ser:


➢ Dívida pública interna: o financiador é residente no território económico.

➢ Dívida pública externa: o financiador não é residente no território económico.

➢ Dívida pública fundada ou de longo prazo: a dívida deve ser paga nos períodos orçamentais seguintes
(prazo >1ano)
➢ Dívida pública flutuante ou de curto prazo: a dívida deve ser paga no período de vigência do orçamento
(1 ano).

A importância do orçamento do Estado como instrumento de intervenção económica e social


A administração pública prevê e fixa um montante de despesas que irá efetuar, todavia só poderá efetuar
aquelas despesas desde que disponha dos recursos necessários para as concretizar, o que torna
indispensável que se preveja o montante das receitas que irá arrecadar e determine a forma de as distribuir.
Assim, à Administração, através do governo, compete elaborar o orçamento do Estado. Este dá-nos a
conhecer as realizações concretas que a administração se propõe concretizar, bem como, as suas fontes de
receita. Uma vez que, a maior parte das receitas são coletadas aos cidadãos sobre a forma de impostos, este
orçamento deve obedecer a determinadas regras e que prossiga certas funções compensatórias aos
cidadãos.
Funções do orçamento de Estado:
➢ Adaptação das receitas às despesas;

➢ Limitação das despesas, pois não poderão ser realizadas despesas superiores, ou não previstas, no
orçamento;
➢ Exposição do plano financeiro de Estado, ao mostrar as despesas que a administração vai realizar e ao
indicar as respetivas fontes de receita.

3. Políticas económicas e sociais


• Conjunto de medidas implementadas pelo Estado, nas áreas económica e social, recorrendo a
diferentes instrumentos, tendo como finalidade alcançar objetivos previamente traçados.

Políticas conjunturais: têm como objetivo a correção dos desequilíbrios no curto prazo, num período inferior
a 1 ano. Ex.: políticas orçamentais, fiscais, monetárias, de preços, de combate ao desemprego e redistribuição
de rendimentos.
Políticas estruturais: têm como objetivo uma alteração do funcionamento e das estruturas em que assenta
a economia. Os seus efeitos fazem-se sentir a médio (entre 1 e 5 anos) e a longo prazo, por um período
superior a 5 anos. Ex.: políticas setoriais, políticas de crescimento económico (ambiente, educação, saúde e
Segurança social).

Ao definir políticas económicas e sociais, o Estado pretende:


 Garantir uma melhor afetação dos recursos disponíveis – EFICIÊNCIA
 Regulamentar a atividade económica – ESTABILIDADE
 Intervir na repartição do rendimento – EQUIDADE
As políticas económicas e as políticas sociais estão inter-relacionadas, e qualquer intervenção numa
delas tem consequências diretas na outra.

Política fiscal
Traduz-se na criação ou aplicação de impostos sobre o rendimento, o património ou o consumo (impostos
diretos ou indiretos).
Tem como objetivo a redução das desigualdades existentes (por ex. aplicação de taxas progressivas) e o
financiamento de políticas sociais. É a principal fonte de receitas do Estado.

Sistemas de tributação:
 Proporcional: a taxa a aplicar à matéria coletável (valor sobre o qual incide o imposto) é sempre a mesma;
o imposto varia na proporção da matéria coletável – por ex. a taxa é sempre 10%, quer a matéria coletável
seja 100€ ou 500€
 Progressivo: a taxa aumenta à medida que aumenta a matéria coletável – por ex. taxa de 10% se a matéria
coletável for 100€, taxa de 20% se a matéria coletável for 500€
 Regressivo: a taxa diminui à medida que aumenta a matéria coletável – por ex. taxa de 20% se a matéria
coletável for 100€, taxa de 10% se a matéria coletável for 500€
Política orçamental
Corrigir os excessos do ciclo económico (política contraciclo) e promover a estabilidade.
Usa como instrumento o Orçamento de Estado (receitas e despesas públicas).

Política orçamental restritiva (expansão) Política orçamental expansionista (recessão)


Diminuição das despesas públicas Aumento das despesas públicas
Aumento das receitas públicas Diminuição das receitas públicas
Redução do rendimento disponível Aumento do rendimento disponível
Redução do consumo Aumento do consumo
Redução do investimento Aumento do investimento
Redução da massa monetária em circulação Aumento da massa monetária em circulação
Redução da procura interna e da inflação Aumento da procura interna e da inflação

Política monetária
Visa o controlo da quantidade de moeda em circulação, das taxas de juro e das condições de crédito. Permite
controlar a inflação e atividade económica
Com a adesão à União Económica e Monetária, vigora uma política monetária e cambial única, definida para
toda a Zona Euro pelo Banco Central Europeu.

“No caso da União Europeia, a política monetária da Zona Euro é definida por um órgão supranacional, o
Banco Central Europeu, enquanto que as atuações sobre as finanças públicas (política orçamental) são da
responsabilidade de cada Estado, embora sujeitas a algumas condicionantes.”
Política monetária restritiva Política monetária expansionista
(diminui a massa monetária em circulação) (aumenta a massa monetária em circulação)
Aumento da taxa de juro ativas Diminuição da taxa de juro ativa
Difícil acesso ao crédito Fácil acesso ao crédito
Aumento da taxa de desconto Diminui a taxa de desconto
Venda de títulos em open market Compra de títulos em open market
Aumento das reservas bancárias Diminuição das reservas bancárias
Desvalorização da moeda Valorização da moeda

Redução do rendimento disponível Aumento do rendimento disponível


Redução do consumo (procura) Aumento do consumo (procura)
Redução do investimento Aumento do investimento
Redução da massa monetária em circulação Aumento da massa monetária em circulação

Reduz a inflação e o défice externo Tensão inflacionista e agravamento do défice


A atividade económica pode entrar em externo
recessão Promove o crescimento económico

Política de preços
Visa combater a inflação e alcançar uma maior justiça social através do controlo dos bens essenciais.

Instrumentos:
▪ Congelamento dos preços
▪ Subsídios à produção de bens essenciais
▪ Fixação de preços máximos de bens essenciais – por ex. pão, leite, eletricidade
▪ Controlo administrativo dos preços no caso de monopólios e oligopólios (Autoridade da Concorrência)
▪ Controlo do preço de bens e serviços produzidos pelo Sector Empresarial do Estado
▪ Impostos indiretos – por ex. diferentes taxas de IVA

Numa economia globalizada e cada vez mais competitiva, a política de preços tem vindo a deixar de ser
regulada pelos Estados.

Política de combate ao desemprego


Tem como prioridade baixar a taxa de desemprego através de um conjunto de medidas no âmbito do mercado
de trabalho, do lado da oferta e da procura de trabalho.
Devem ser tomadas, preferencialmente, medidas de prevenção do desemprego.
Instrumentos:
 Aumento da escolaridade obrigatória
 Formação profissional contínua (melhorar a empregabilidade)
 Incentivos às empresas à contratação de trabalhadores (subsídios, isenções fiscais, linhas de crédito)
 Diminuição da idade da reforma
 Fomento de obras públicas
Política de redistribuição de rendimentos
Visa atenuar as desigualdades económicas e sociais que resultam da repartição primária dos rendimentos e
reforçar a coesão económica e social, atuando na redistribuição dos rendimentos e promovendo a equidade
e a justiça social.

Instrumentos:
 Política fiscal: aplicação de impostos diretos progressivos, cujas receitas são depois aplicadas ao
serviço dos mais carenciados. As famílias e empreses com maiores rendimentos terão de pagar ao
Estado uma parcela mais elevada de imposto.
 Política de preços: fixação dos preços de bens de grande consumo para proteger a população mais
desfavorecida – por ex. concessão de subsídios aos bens de primeira necessidade; impostos sobre
bens de luxo
 Política social: a Segurança Social efetua transferências para as famílias – por ex. subsídios e outras
prestações sociais, para garantir um nível de vida digno aos mais carenciados. O Estado também
produz bens ou presta serviços a baixo custo ou gratuitamente.

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