Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
º ANO
No desempenho das suas funções, o Estado exerce um papel dinamizador, regulador, planificador e
fiscalizador da atividade económica.
De acordo com a CRP, o poder político pertence ao povo, sendo exercido nos termos da Constituição
que define os seguintes órgãos de soberania:
Presidente da República – é eleito de 5 em 5 anos, por voto direto e secreto. As suas competências
encontram-se nos artigos;
Assembleia da República – é a assembleia que representa todos os cidadãos portugueses;
Governo – é o órgão de condução da política geral do país e o órgão superior da administração pública;
Tribunais – é o órgão com competência para administrar a justiça em nome do povo. Compete aos
Tribunais assegurar a defesa dos direitos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e
resolver os conflitos de interesses públicos e privados.
Nacionalizações
A nacionalização de uma empresa consiste na transferência da sua propriedade para o Estado, com ou sem
indemnização aos seus antigos proprietários.
Até 1974, a participação de Portugal na atividade económica foi reduzida, restringindo-se à construção de
algumas infraestruturas, à criação de algumas empresas públicas (CP, RTP) e a algumas medidas de política
económica (pautas aduaneiras, fixação da taxa de juro).
Com a criação de novas empresas públicas, com a intervenção em empresas privadas já constituídas e com as
nacionalizações, o Estado ficou com um vasto setor público e um importante peso na economia.
O processo de privatizações foi inicialmente desenvolvido no Reino Unido e nos EUA, na década de 80, do
século XX, na sequência da crise petrolífera dos anos 70 que fez disparar a inflação e o endividamento do
setor público, e da influência das teorias de economistas neoliberais como Milton Friedman, defensores do
mercado livre e da não intervenção do Estado na economia, que puseram em causa a importância do
setor produtivo do Estado e da despesa pública como estimuladora de investimento e do crescimento
económico.
Nota: o primeiro choque petrolífero foi após a Guerra Israelo-Árabe, em 1973/1974, cujo embargo durou 5
meses, seguido de um aumento acentuado dos preços do petróleo pelos países árabes, devido ao apoio dos
EUA a Israel; o segundo choque petrolífero registou-se em 1978/79. Em 1978 a Revolução no Irão cessou as
exportações e em 1979 a OPEP aumentou os preços do petróleo.
O movimento das privatizações, em que empresas do setor público passaram para as mãos de privados,
alastrou-se por todo o mundo, incluindo a Rússia e a China, e Portugal não escapou a este movimento.
Estado liberal
Desde sempre que o Estado, de alguma forma, tem vindo a intervir na esfera económica.
Mesmo no período do liberalismo político e económico, após a Revolução Industrial, o Estado interferia
na economia, mas apenas para garantir o funcionamento do mercado (ponto de encontro entre os
interesses dos produtores de bens e serviços e dos consumidores).
Afirmava Adam Smith que o mercado permitia a satisfação do interesse próprio dos indivíduos através da livre
concorrência, garantida pela lei.
A conceção do Estado liberal é aquela em que o Estado apenas define o quadro jurídico que a atividade
económica deve respeitar.
Este posicionamento do Estado perante a atividade económica corresponde ao início do capitalismo (uma nova
forma de ordem económica). Surgiu no século XVIII associado às ideias liberais, após o feudalismo.
O capitalismo assentava na propriedade privada, na liberdade de iniciativa (possibilidade de qualquer
indivíduo utilizar os meios de produção na atividade produtiva) e na liberdade de concorrência (possibilidade
de qualquer empresa poder competir com as outras, em qualquer ramo de atividade económica).
A liberdade de iniciativa e de concorrência juntamente com a existência de muitas pequenas empresas fizeram
com que a esfera económica ficasse reservada às empresas privadas, movidas pelo lucro.
Deste modo, o Estado não intervinha diretamente na economia. Apenas lhe competia a regulamentação jurídica
da economia, a defesa da ordem social e a garantia das liberdades individuais.
A partir das décadas de 1860 e 1870, criaram-se muitas organizações sindicais e partidos políticos que
passaram à ação direta, conquistando-se um conjunto de direitos políticos, económicos e sociais: a jornada de
trabalho de 8 horas diárias (comemorado em 1 de Maio); o princípio de “para trabalho igual, salário igual”, o
direito à contratação coletiva, à segurança social, a férias remuneradas e a condições dignas de trabalho.
O Estado liberal conheceu, então, graves crises económicas, resultantes da desadequação da oferta à procura.
A grande crise de 1929, conhecida como a “Grande Depressão”, surgiu nos EUA como o mais perfeito
exemplo de que uma economia, por si só, muito dificilmente consegue regular-se.
Com efeito, o excesso de produção face à procura foi de tal grandeza, que as empresas, vendo os seus stocks
acumulados nos armazéns, diminuíram a produção. Esta quebra de produção deu lugar ao desemprego e os
consumidores com menores rendimentos tiveram de reduzir o consumo. Diminuindo o consumo, a produção
diminuiu e, consequentemente diminuiu também o emprego, que por sua vez fez novamente baixar o consumo
devido à diminuição dos rendimentos, em virtude de mais desemprego. De forma circular a crise gerava mais
crise.
A crise de 1929 foi também uma crise internacional, devido ao colapso do sistema financeiro internacional
(os EUA deixaram de apoiar a economia) e às políticas protecionistas adotadas por muitos países, incluindo os
EUA, que aplicaram elevadas tarifas alfandegárias para diminuir a importação de bens, a fim de fomentar a
produção nacional.
Estado intervencionista
Nos anos 30, a produção e o comércio diminuíram e, consequentemente, o desemprego aumentou.
Perante as crises económicas, em particular, a Grande Depressão da década de 1930, que revelavam a
incapacidade de as leis do mercado regularem, por si só, a economia, o Estado foi obrigado a intervir
diretamente na economia para prevenir outras crises e minimizar os seus efeitos. As medidas do New
Deal, adotadas pelo presidente Roosevelt, nos EUA, são um exemplo da intervenção do Estado na economia.
O Estado passou, então, a intervir diretamente na esfera produtiva, juntando à sua atividade tradicional a
tomada de medidas de natureza económica, a fim de atingir os seus objetivos políticos, económicos e sociais.
Esta intervenção do Estado na economia fez-se essencialmente através de apoios diversos a empresas:
fornecimento de determinados produtos a preços reduzidos (energia); concessão de subsídios para a produção
de bens essenciais ou que promovam a criação de postos de trabalho.
Na sequência da crise de 1929, o economista John Maynard Keynes defendeu que o Estado passasse a
intervir em certas áreas da economia (investimento, emprego, rendimento), para atenuar os efeitos das
crises económicas. Por exemplo, promovendo o investimento para criar emprego e gerar rendimento.