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A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA

ECONOMIA
Funções e organização do Estado
Podemos definir o estado como uma sociedade politicamente organizada,
em determinado território, que lhe é privativo e tendo como características
a soberania e a independência.

O Exercício do poder do Estado implica a definição de uma ordem jurídica


e constitucional que estabeleça um conjunto de competências para o
Estado. Essas competências deram origem as funções jurídicas e não
jurídicas

Funções Jurídicas
Função legislativa – Permite a construção de uma ordem jurídica
(conjunto de normas jurídicas constituídas pelas leis constitucionais e leis
ordinárias). As leis constitucionais são as mais importantes, sendo as
outras hierarquicamente inferiores.

Função executiva – Consiste na concretização das leis e na execução


das resoluções tomadas pela Administração Publica. Função exercida
pelo Governo.

Função judicial – Consiste na administração de justiça, de acordo com a


lei. Função exercida de forma independente por parte dos tribunais

Funções Jurídicas
Funções Politicas – Garantir a satisfação dos interesses gerais da
comunidade, uma vez que o estado intervencionista inclui o bem estar
económico e social (defesa, segurança, justiça)

Funções Sociais – Criação de condições necessárias ao bem-estar da


comunidade, garantindo padrões mínimos de vida aos cidadãos. (fixação
do salario mínimo, atribuição de fundos aos desempregados)

Funções Económicas – Favorecer o desenvolvimento económico,


criando infraestruturas; apoiar a ciência e investigação; desenvolver saúde
e educação publicas; preservar recursos naturais e o ambiente.
Organização do Estado Português

Nas sociedades atuais, existem as leis mais importantes às quais as


normas jurídicas se têm de subordinar, são as leis constitucionais.
Após o 25 de Abril, foi aprovada uma lei constitucional: A constituição da
Republica Portuguesa que detém 4 órgãos de soberania.

- Presidente da Republica
- Assembleia da Republica
- Governo – órgão de condução da politica geral do país
- Tribunais – órgão com competência para administrar a justiça em nome
do país

Estrutura do Sector Publico

O sector publico encontra-se mais presente no nosso quotidiano,


fornecendo bens e serviços a preços inferiores aos do mercado.

Deparamo-nos com um vasto sector publico que inclui a atividade


administrativa do Estado e a sua atividade como produtor.
O estado torna-se também agente económico quando intervém
diretamente na produção de bens e serviços, através de um sector publico
produtivo, geralmente designado por Sector Empresarial do Estado.

- Administração Central
SPA - Administração Local (Autarquias Locais)
- Segurança Social
- Fundos Autónomos

Funções tradicionais do estado no SPA


- Gestão Administrativa do Aparelho do Estado (ministérios e outros
departamentos)
- Segurança do Território, propriedade e cidadãos (exercito, policia,
tribunais)
- Lançamento de infraestruturas (construção estradas, escolas, hospitais)
- Manutenção de serviços que satisfazem necessidades coletivas
essenciais (ensino gratuito, assistência saúde)
Sector Empresarial do Estado
Tem-se verificado a sua intervenção em sectores-chave da economia
como: industria extrativa, produção e distribuição de energia, bancos,
transportes, construção, etc.
Esta atitude pode resultar da constituição de empresas pelo próprio
Estado, ou pode resultar de processo de natureza jurídico-política (caso
das nacionalizações)

Nacionalizações – Consiste na transferência da sua propriedade para o


Estado, com ou sem indemnização a atribuir aos antigos proprietários.

Resultam dos seguintes fatores:


- grande importância da empresa no pais – não deve ficar na mão de
particulares, que pretendem alcançar objetivos pessoais e não interesses
coletivos

- situação de previsível falência – consequência de desemprego para


muitos trabalhadores
- não satisfação por parte da empresa, das necessidades sentidas pela
população
- má administração ou boicote aos objetivos do Estado para o
desenvolvimento do país.

Em Portugal, a participação do Estado na atividade económica foi reduzida


até 1974, criando apenas algumas empresas publicas e impondo algumas
medidas de politica económica.

A partir de 1974, o estado passou a desempenhar um papel


maior, através de:

- Criação de novas empresas Publicas – (em ramos chave – EDP, EPAC)


- Intervenção em algumas empresas
- Nacionalização de grandes empresas privadas de grande importância

Com estes movimentos resultou um sector publico muito vasto que


permitiu ao Estado ser uma grande parte da iniciativa de produção.

SEE
- Empresas Publicas – Empresas cuja propriedade é do Estado e este
detém mais de 50% do capital
- Empresas Mistas – São aquelas, cuja propriedade é do Estado (que
detêm menos de 50% do capital) e de particulares
- Empresas intervencionadas – São as que foram objeto de intervenção do
Estado, através da concessão de créditos, nomeação de gestores,
viabilização económica ou da garantia de postos de trabalho.

Privatizações
A partir de 1989, o estado iniciou a privatização (venda de parte ou da
totalidade das participações do estado numa empresa publica) de algumas
empresas.

Este processo foi mais significativo: na banca, seguros, transportes,


telecomunicações, petróleo, alimentação, etc.

Estas receitas ajudaram a reduzir de um modo significativo, a divida


publica. Atualmente, o peso do SEE tem vindo a diminuir, por força do
processo de privatizações.

A Intervenção do Estado na Economia


O estado desde sempre, de uma forma ou de outra, tem vindo a intervir na
economia.

Estado Liberal
Mesmo no período do Liberalismo politico e económico, o estado interferia
na economia, mas apenas para garantir o funcionamento do mercado.
Limitava-se apenas a definir o quadro jurídico que a atividade económica
teria de respeitar – período do Estado Liberal

Este posicionamento do Estado, perante a economia, correspondeu ao


inicio do capitalismo . O capitalismo assentava na liberdade de iniciativa e
na liberdade de concorrência.
Estes dois tipos de liberdade conduziram à não intervenção do estado na
economia que ficava reservada às empresas privadas.

É nos finais do séc. XIX que começam a surgir monopólios e oligopólios,


que mostraram que as regras de mercado, por si só, eram incapazes de
assegurar o equilíbrio económico, vindo a verificar-se algumas situações
de desarticulação entre a oferta e a procura, com excesso de produção de
certos bens (+ lucrativos) do que outros de primeira necessidade (+
baratos).

Deste modo, o estado liberal conheceu graves crises económicas –


nomeadamente a grande crise de 29, que é o mais perfeito exemplo do
facto de que uma economia, por si só, dificilmente consegue regular-se.

Estado Intervencionista
Perante a incapacidade do mercado se autorregular, o Estado foi forçado
a intervir no sentido de prevenir outras crises e minimizar os seus efeitos
– Período do estado intervencionista – em que passou a tomar medidas
de natureza económica, tendo em conta os objetivos públicos, económicos
e sociais que pretende ver alcançados.

Em consequência da crise de 29, o economista inglês John Keynes, fez


um apelo para que os poderes públicos passassem a intervir em certas
áreas da economia, como as do emprego, do rendimento, do investimento,
etc., com vista a minimizar os efeitos das crises económicas

É frequente assistir-se à Intervenção do Estado na atividade económica


de diversas formas, das quais se destacam:

- Condução de politicas anticrise, através de instrumentos fiscais,


monetários e controlo de preços
- Elaboração de um planeamento de características indicativas, visando o
desenvolvimento nacional e regional
- Constituição de um SEE
- Regulação da atividade económica
- Fiscalização dos agentes económicos

Funções Económicas e Sociais do Estado


O mercado por si só não é capaz de garantir a eficiência, a equidade e a
estabilidade, devido as falhas no seu funcionamento. Cabe ao estado
intervir na economia, a fim de melhorar o desenvolvimento económico e a
justiça social, promovendo:

- Uma eficaz utilização dos recursos, reduzindo os custos de produção


(subsídios)
- Produção de bens públicos (aeroportos, iluminação publica, educação)
- Justiça Social – (Repartição dos rendimentos mais equilibrada)
- Diminuição da amplitude das flutuações da atividade económica (atuando
contra desemprego; aumento dos preços)

Eficiência
Pressupõe que na produção de qualquer bem se utilizem o mínimos de
recursos, aos mais baixos custos.
No entanto, num mercado dominado por monopólios e oligopólios, estes
conseguem impor preços mais elevados a par de uma oferta também
elevada.

Por outro lado, o conceito de eficiência de uma empresa privada pode não
coincidir com o interesse social – (colocação de bens no mercado,
prejudiciais a saúde dos consumidores, por se poupar nos recursos para
se obter lucro máximo) – falha de mercado.

Outra falha de mercado é a existência de externalidades nocivas ou


negativas, ou seja, os efeitos perversos de uma determinada produção
que não são tidos em conta pelo mercado. (custos ambientais do naufrágio
do Prestige; gases tóxicos provenientes das centrais termoelétricas que
contribuem para o efeito de estufa.)

O mercado é também inapto no que diz respeito à produção de bens


públicos. Existem bens e serviços que têm de ser produzidos pelo Estado,
pois existem famílias consumidoras que possuem baixos rendimentos e
não podem pagar tão alto. (Privatização dos caminhos de ferro ingleses)
– Desastre, descarrilamento

Equidade
Por si só, o mercado não gera a equidade – (promoção de uma repartição
de rendimentos mais equitativa, para que haja justiça social), ajudando as
famílias de baixos rendimentos a satisfazerem as necessidades básicas.

Cabe ao estado, no exercício das suas funções sociais, repor a justiça


social, corrigindo o mercado.

Estabilidade
A atividade económica não evolui de uma forma linear e é acompanhada
por subidas de desemprego e variações acentuadas dos preços
Cabe ao estado antecipar-se a esta sucessão de fases de expansão e de
recessão da atividade económica, reduzindo as flutuações do ciclo
económico para garantir estabilidade económica.
Podemos concluir que o mercado, pode constituir um fator de instabilidade
e desequilíbrios, implicando a necessidade de imposição de regras para o
regulamentar.

Instrumentos de Intervenção Económica e Social do


Estado (Planeamento ; Politicas Económicas e sociais)
O estado intervencionista distingue-se dos restantes agentes económicos
pelo facto de intervir na economia, a fim de corrigir as assimetrias na
repartição dos rendimentos e de promover a estabilização da atividade
económica.

Planeamento económico – Permite articular as diferentes iniciativas


publicas e privadas, no sentido de potenciar as capacidades da economia
e assim, maximizar a satisfação das necessidades individuais e coletivas,
com o mínimo de dispêndio de recursos materiais, financeiros e humanos.
A atividade planificadora exige uma definição de critérios que assegurem
a sua eficácia (ramos de atividade a incentivar, tipo de subsídios a
conceder, regiões mais carenciadas, etc)

A crescente intervenção do Estado na economia tem criado grandes


criticas por parte de alguns economistas, pois esta representa um
excessivo dirigismo por parte do Estado.

Fatores que levam a adotar o planeamento:


- Carecimento de uma previsão e de uma coordenação a nível nacional
que só o plano pode oferecer.
- Exigência de uma organização e um estudo previsional em determinadas
empresas privadas
- Correção dos desequilíbrios, nos complicados esquemas nacionais ou
internacionais.

O Plano surge então como instrumento importante na condução da


atividade económica. Reveste-se normalmente de dois aspetos:

Indicativo – (para o sector privado) – não se encontra sob a alçada do


Estado. Para que os objetivos definidos no Plano sejam efetivamente
atingidos, o Estado (já que não pode obrigar compulsivamente o sector
privado a aceitá-lo) lança mão de determinadas estratégias:
nomeadamente, politicas fiscais, regulamentação de preços, taxas de juro,
etc)

Imperativo – (para todo o sector publico) – Neste sector, as empresas


publicas são obrigadas a cumprir à risca os objetivos e os meios definidos
pelo Plano

O plano surge como um instrumento indispensável ao desenvolvimento


articulado de toda a economia – permite adequar os recursos existentes
às necessidades da coletividade.

Orçamento do Estado

Como sabemos, a Administração realiza despesas, no sentido de servir a


coletividade, no entanto, tem de prever e fixar o montante de despesas
que irá efetuar.

Todavia, a Administração apenas poderá efetuar aquelas despesas desde


que disponha dos recursos necessários para as concretizar – Torna-se
então indispensável prever o montante das receitas que irá arrecadar, de
forma a afetar as diversas iniciativas que pretende realizar, uma vez que
as receitas serão sempre inferiores às despesas necessárias para
satisfazer todas as necessidades da coletividade.

Surge assim um documento – orçamento de estado – que é aprovado pela


Assembleia da Republica – onde são previstas as receitas e as despesas
do Estado para determinado período de tempo, geralmente 1 ano.

Este dá-nos a conhecer as suas fontes de receita e as realizações


concretas que a Administração se propõe conduzir.

Uma vez que a maior parte das receitas arrecadadas são em forma de
imposto, é necessário que o orçamento obedeça a determinadas regras e
exerça determinadas funções compensatórias do esforço exigido aos
cidadãos.

Funções do orçamento:
- Adaptação das receitas as despesas – não serão previstas despesas
superiores as receitas e apenas serão arrecadadas as receitas
estritamente necessárias à efetivação das despesas previstas
- Limitação das despesas – não poderão ser realizadas despesas não
previstas no orçamento ou por montantes superiores aos previstos

- Exposição do plano financeiro do Estado – Mostrar as despesas que se


irão realizar e as respetivas fontes de receita. Assim os cidadãos poderão
conhecer as áreas privilegiadas pela Administração.

Despesas publicas – Os inúmeros serviços prestados pelo Estado que


satisfazem as necessidades coletivas, requerem a realização de gastos
(pessoal, instalações, material..)

Antes de efetuar as despesas, o estado averigua a utilidade publica de


cada despesa, de modo a realizar aquelas que satisfazem necessidades
prioritárias.

Deste modo, a realização de qualquer despesa, exige um conhecimento


aprofundado da mesma e a ponderação de alternativas possíveis para a
sua satisfação de forma a maximizar a utilidade social das despesas
efetuadas.

- Despesas correntes – Efetuam-se ao longo de um determinado ano, mas


terminam nesse mesmo ano. São aquelas que têm de ser efetuadas para
garantir o funcionamento normal da administração publica. (Vencimentos
dos funcionários públicos / Transferências sociais / Compra de bens para
financiamento de serviços das admn. publicas)

- Despesas de capital – São aquelas que são feitas na aquisição de bens


duradouros que potencializam o aumento da capacidade produtiva do país
– Realizam-se ao longo de um ano mas os seus efeitos perduram nos anos
seguintes. (Investimentos em capital fixo / Construção de infraestruturas /
Compras de ações)

Efeitos das Despesas Publicas

As despesas publicas têm uma enorme importância na atividade


económica, porque ajudam o estado a atingir os seus objetivos realizando
as suas funções.

Aumento dos gastos com pessoal + Aumento dos subsídios e das


prestações da segurança social à Aumento dos rendimentos disponíveis
dos particulares à Aumento da procura à Crescimento económico
Aumento da produção de bens e serviços não mercantis + Aumento do
capital fixo + Aumento da qualidade e capacidade produtiva do pais e dos
recursos humanos à Aumento da produção à Aumento da Oferta à
Crescimento Economico

Receitas publicas – São arrecadadas pelo Estado para financiar as suas


despesas

- Receitas patrimoniais ou voluntarias – Correspondem ao valor de venda


pelo Estado de alguma parte do seu património (Venda de material de
guerra para a sucata / Venda ou aluguer de edifícios ou terrenos do Estado
/ Receitas provenientes do SEE)

- Receitas coativas – São fixadas geralmente, por via legislativa, não


resultando de qualquer acordo ou negociação travado entre os particulares
e o Estado. Estas receitas são prestações pecuniárias exigidas pelo
Estado aos particulares que têm de se submeter a essa exigência.

Taxas – correspondem ao pagamento de um serviço prestado pelo estado


(têm algo em contrapartida) – (propinas, preço dos passaportes)

Impostos – Prestação em dinheiro exigida pelo estado sem caracter de


sanção, podendo ser direto ou indireto (não há nada em contrapartida.)
Estes constituem a principal rubrica das receitas do Estado. (imposto
automóvel, imposto sobre o rendimento, imposto sobre o álcool)

- Receitas creditícias – Por vezes o estado não consegue obter a partir das
restantes receitas, todos os rendimentos de que necessita para fazer face
às despesas publicas.
Nesse caso o estado é forçado a recorrer a empréstimos, originando a
divida publica. (interna ou externa)
Como sabemos, o crédito não é uma medida económica saudável, pois ao
acarretar o pagamento de juros onera os serviços públicos.

O recurso ao crédito deverá então ser uma medida excecional

Impostos
- Diretos – Incidem sobre os rendimentos ou sobre o património dos
contribuintes com base numa matéria coletável perfeitamente
determinada. (IRS / IRC / IMS)
- Indiretos – Incidem sobre o consumo ou despesa e a matéria coletável é
indiretamente determinada (IVA, Imposto sobre o tabaco)

Impostos sobre o rendimento


- Impostos progressivos – Verificam-se quando as famílias de maior
rendimento pagam de impostos uma maior percentagem do seu
rendimento do que as famílias de menor rendimento. (IRS / IRC)

- Impostos proporcionais – Verificam-se quando todas as famílias pagam


uma percentagem fixa do seu rendimento (Impostos sobre o património)

- Impostos regressivos – São os que diminuem com o acréscimo de


rendimento das famílias. Representam uma menor fatia de rendimento de
uma família de elevado rendimento do que de uma família de baixo
rendimento. (Imposto sobre o combustível, Imposto sobre o Tabaco, IVA)

Efeitos dos impostos progressivos sobre o rendimento

Famílias com maior rendimento à Pagam maior parcela de imposto à +


equidade
Famílias com menor rendimento à Pagam - parcela de imposto à +
equidade

Efeito dos impostos regressivos IVA / Impostos Indiretos

Famílias com maior rendimento à - Peso no seu rendimento à - equidade


Famílias com menor rendimento à + Peso no seu rendimento à -
equidade

A importância do Orçamento do Estado como instrumento de


intervenção económica e social

O orçamento do Estado constitui um importante instrumento de


intervenção económica e social. As despesas publicas e as receitas
publicas produzem efeitos na atividade económica do pais e na
redistribuição do rendimento, como vimos anteriormente. Os gastos
públicos e o investimento publico dinamizam a economia.

A criação de emprego no sector publico, o aumento dos vencimentos dos


funcionários do Estado, as transferências sociais para as famílias também
estimulam a procura. Por outro lado, o Estado prossegue politicas de
redistribuição de rendimentos para diminuir as assimetrias na repartição
do rendimento, através da fixação de impostos progressivos sobre o
rendimento das classes mais favorecidas e de transferências sociais para
as famílias de menores recursos como, por exemplo, o subsidio de
desemprego ou o rendimento mínimo garantido.

Saldo orçamental
Constituído pela diferença entre as receitas e as despesas publicas, num
determinado ano

- Superavit – quando as receitas excedem as despesas


- Equilíbrio – Quando as receitas são iguais as despesas
- Défice – quando as receitas são inferiores as despesas

O saldo orçamental constitui um importante indicador de situação da


economia de um determinado pais.
Certas vezes, o saldo encontra-se deficitário, ou seja, o estado gasta um
montante superior as receitas cobradas, é necessário recorrer-se a
empréstimos; por isso, também se incluem no orçamento de Estado outras
rubricas como a emissão da divida publica, o pagamento de juros e as
amortizações da divida publica.

Definições de saldo orçamental


Saldo orçamental corrente – Diferença entre as receitas correntes
(Impostos + Contribuições para a segurança social) e as despesas
correntes (Consumo coletivo, pagamento juros, subsídios).

Saldo orçamental convencional ou global – consiste na diferença entre o


valor total das receitas (exceto emissão da divida publica) e o valor total
das despesas (exceto amortizações da divida publica)

Saldo orçamental primário – consiste no saldo orçamental global apos a


dedução de juros da divida publica.

Divida Publica
Por vezes, os estados realizam um volume de despesas superior ao
volume de receitas, como forma de estimular o crescimento económico,
verificando-se desta forma um défice orçamental.
Este défice pode ser financiado pelo recurso ao crédito – O Estado pede
um empréstimo e endivida-se originando a divida publica.
A divida publica pode ser:
Interna – se os financiadores são residentes no país
Externa – se os financiadores não são residentes no pais

A divida publica interna representa um menor encargo para a economia


nacional que a externa, pois e financiada com poupanças internas e os
juros são pagos a agentes económicos residentes.

Agentes económicos residentes à Poupanças / Empréstimos


Estado à Juros da divida publica / Reembolsos de empréstimo

Caso a divida publica seja financiada por uma economia externa, o


encargo para o nosso pais vai ser significante, se os credores não
pertencerem a zona euro, pois os juros a pagar e as amortizações
constituem saída de divisas do país.

Agentes económicos não residentes à Empréstimos


Estado à Juros da divida publica / Divisas / Reembolsos de empréstimos/
Divisas

Politicas Económicas e Sociais


O estado intervém na esfera económica:

- regulando, fiscalizando, e dinamizando a atividade económica


- produzindo, através do SEE bens e serviços essenciais
- planificando a atividade económica, consoante o modelo politico do pais

As varias formas de intervenção do estado, pretendem prevenir e corrigir


os desequilíbrios inerentes ao funcionamento das economias (inflação,
desemprego, défice nas balanças etc) procedendo a uma forma mais
eficaz de utilização de recursos, que por si só resultaria dos mecanismos
de mercado; regulando a atividade económica e redistribuindo os
rendimentos.

As politicas económicas e sociais são ações que o estado


intervencionista desenvolve para atingir determinados
objetivos.
Estas necessitam de medir a atividade económica para a analisar e efetuar
previsões. Para isso recorrem-se dos indicadores macroeconómicos
(índice de preços, índice de produção, taxa de desemprego) cujos valores
são sistematicamente analisados – indicadores de conjuntura

- Para atingir esses objetivos o estado promove medidas e utiliza


instrumentos macroeconómicos – estes afetam a economia na globalidade
e podem ser controlados direta ou indiretamente pelo Estado. (IVA como
instrumento macroeconómico, ao aumentar a taxa, fara com que esta
medida se repercuta em toda a economia).

A sua implementação implica as seguintes fases:

- Definição dos objetivos


- Hierarquização dos objetivos
- Analise das interações que se estabelecem entre os objetivos e a escolha
dos instrumentos e das medidas de politica económica a implementar.

As politicas económicas podem ser classificadas de duas


formas:

Politicas conjunturais – Têm como objetivo promover a estabilização da


economia, corrigindo os desequilíbrios no curto prazo, num período inferior
a um ano (politicas orçamentais, fiscal, monetária, de preços, combate ao
desemprego)

Politicas estruturais – Têm como objetivo uma alteração do


funcionamento e das estruturas em que se assenta a economia. Os seus
efeitos fazem-se sentir a média (1 a 5) e longo prazo (5 a + anos).
(politicas de crescimento em determinados sectores – politicas onde se
prendem a qualidade de vida dos cidadãos – politicas de educação, saúde,
ambiente e segurança social).

Politica Fiscal
A politica fiscal incide sobre os impostos, que são a principal fonte de
receita do estado
Quando o estado tem como prioridade a promoção do crescimento
económico, desenvolve uma politica fiscal mais expansionista, para
dinamizar o consumo e o investimento. Deste modo, procede a uma
redução dos impostos, com consequências no rendimento disponível das
famílias e nos lucros das empresas.
Quando o objetivo é diminuir o défice orçamental, o Estado aumenta os
impostos para arrecadar maior valor de receitas; desta forma, fará diminuir
o consumo e o investimento.

- Consequências
à na politica + expansionista – reduz os impostos, mas pode acentuar o
défice orçamental e produzir tensões inflacionistas devido ao aumento da
procura e da massa monetária em circulação em relação à oferta.
à na politica + retraccionista – pode reduzir o défice orçamental, mas pode
estar a comprometer o crescimento económico e o aumento do
desemprego.

Politica Orçamental
Tem como finalidade corrigir os excessos do ciclo económico
É constituído por períodos de expansão e recessão.
Deste modo, a politica orçamental retraccionista atuará no sentido de:
- minimizar os desequilíbrios causados por um aquecimento da economia,
em que os indicadores macroeconómicos revelam uma expansão da
atividade económica, acompanhada de tensões inflacionistas e do
aumento do défice orçamental e externo.

Por outro lado, a politica orçamental expansionista desenvolverá medidas


com a finalidade de – inverter a fase do ciclo económico que se verifica
quando a economia se encontra em recessão. É por isso que também se
chamam de politicas de contraciclo.

Politica Monetária
Consiste num conjunto de decisões tomadas pelo Estado com a finalidade
de controlar a massa monetária em circulação – oferta da moeda (retirar
moeda, valoriza-a e reduz o poder de compra / injetar moeda, desvaloriza-
a e aumenta o poder de compra) – e, deste modo, a inflação e a atividade
económica.

Medidas de uma politica mais expansionista à+ moeda /+


consumo /+ investimento

- Taxa de desconto – redução, para facilitar o recurso ao credito por parte


dos bancos comerciais.
- Taxas de juro – redução, para facilitar a procura do crédito.
- Open market – Compra de títulos pelo banco central aos bancos
comerciais – obrigações do tesouro – para aumentar a liquidez destes
- Reservas bancárias – Diminuição, para promover o credito
- Limites ao credito – Inexistência
- Taxa de Cambio – Revalorização da moeda nacional – importações mais
baratas / exportações mais caras no mercado internacional.

Estas medidas promovem o crescimento económico mas podem provocar


inflação e défice externo.

Medidas de uma politica mais expansionista à+ moeda /+


consumo /+ investimento

- Taxa de desconto – Aumento, para dificultar o recurso ao credito por


parte dos bancos comerciais.
- Taxas de juro – Aumento, para diminuir a procura do crédito.
- Open market – Venda de títulos pelo banco central aos bancos
comerciais – obrigações do tesouro – para reduzir a liquidez destes
- Reservas bancárias – Aumento, para limitar o credito
- Limites ao credito – Imposição
- Taxa de Cambio – Desvalorização da moeda nacional – importações
mais caras / exportações mais baratas no mercado internacional.

Estas medidas podem provocar uma diminuição no consumo e no


investimento, com efeitos no crescimento económico e no emprego.

Política de preços – tem como finalidade o controlo dos preços (e


inflação) podendo o estado tomar as seguintes medidas:

- fixação dos preços dos bens essenciais – pão, leite, eletricidade, azeite
– que são subsidiados pelo estado

- controlo administrativo dos preços para que não sofram distorções por
partes das empresas – principalmente nos mercados de monopólios e
oligopólios

- controlo dos bens e serviços produzidos pelo SEE

A politica tem vindo a deixar de ser regulada pelos estados, (exceto em


bens n sujeitos as leis de mercado – t.públicos, luz, telecomunicações).
Desde a década de 80 que em Portugal e outros países, o SEE reduz-se
com privatizações e diminui assim o controlo dos preços por parte do
mercado.

Em Portugal no período do estado novo – preços eram tabelados ou


aprovados administrativamente. Estado tinha papel intervencionista. Os
baixos salários e os produtos alimentares baratos possibilitavam o controlo
da inflação.

Logo apos ao 25 de abril – um acentuado controlo dos preços dos bens


essenciais.
No final da década de 70 e na de 80 Portugal promoveu politicas de
estabilização para reduzir défice externo e a inflação.
Isto levou a implementação de politicas reacionistas e ao fim do controlo
dos preços, que passaram a ser livres, cabendo apenas ao estado regular
os preços das empresas publicas que não tivessem sujeitas a
concorrência (mono-oligo polios)

Politica de combate ao desemprego – tem como objetivo baixar a taxa


de desemprego através de um conjunto de medidas no âmbito do mercado
de trabalho

Essas medidas situam-se quer do lado da oferta quer do da procura de


trabalho

Ações do lado da procura de trabalho – abaixamento dos salários e dos


encargos sociais suportados pela entidade patronal, através de subsídios
as empresas que empreguem mão de obra e através da flexibilização do
mercado de trabalho (facilidade de despedimentos, trabalho a tempo
parcial e temporário, p.e.)

Ações do lado da oferta do trabalho


– diminuição da idade da reforma, para antecipar a retirada dos velhos do
mercado de trabalho, e alongamento da formação dos jovens, para
retardar a sua entrada no mercado. Assim diminui-se os trabalhadores em
atividade
- desenvolvimento da educação, qualificação profissional e formação
permanente ao longo da vida ativa para o trabalhador se manter atualizado
no mercado competitivo.

Politica de partilha de trabalho

- redução do horário de trabalho, implementando as 35 horas semanais


- acordos empresariais para salvaguardar os postos de trabalho, com a --
-redução do horário semanal, que será compensado pelo trabalhador,
mais tarde.

Politica de redistribuição dos rendimentos

Atua sobre os rendimentos primários (que surgem diretamente do


mercado e património) e tem como prioridade reduzir as assimetrias socias
para reforçar a coesão social.

Esta politica usa os instrumentos da politica orçamental e fiscal – impostos


e prestação de serviços (educação, saúde, transf sociais) p/ seguintes
medidas:

- impor impostos diretos progressivos – famílias e empresas com mais


rendimentos pagam parcela maior ao estado
- aumento das transferências sociais – pensões de reforma, subsídios –
para as famílias mais desfavorecidas
- prestação de serviços – educação, saúde, transportes públicos,
habitação social

Politicas estruturais - Desde a 2 guerra mundial que os governos


ocidentais desenvolvem politicas estruturais para melhorar o
funcionamento da economia e limitar os efeitos dos mecanismos do
mercado através de:

- politicas sectoriais / politicas de regulamentação do mercado de trabalho


e relações laborais / politicas de reforma dos sistemas fiscais e da
segurança social / politicas que definem regras de concorrência, etc
Politicas sectoriais – agrícola / industrial

Politica agrícola – tem por finalidade, a modificação das estruturas


produtivas e a melhoria dos resultados, quer a nível global, quer a nível
dos vários subsectores.

Tem como prioridades a modernização da agricultura, usando tecnologias


menos poluidoras, o crescimento da produção, da produtividade e do nível
de vida dos agricultores, garantindo aos consumidores preços justos e
bens que n prejudiquem saúde.
Portugal e UE sujeitos a PAC

Politica Industrial – visa melhorar os resultados deste sector e promover a


sua modernização.

A existência de um SEE permitiu aos governos dos países da OCDE, agir


diretamente sobre as empresas publicas. No entanto, tem vindo a diminuir
devido as privatizações, mas mesmo assim, o estado tem vindo a:

- agir sobre alguns subsectores (siderúrgico e construção naval)


- incentivar as industrias de ponta (eletrónica, robótica e biotecnologias)
- agir sobre o investimento privado – concedendo subsídios e isentando
impostos
- promover a I&D
- efetuar parcerias com o sector privado para realização de projetos

No entanto, a influencia da ideologia neoliberal – minimiza o papel do


estado na economia – tem vindo a enfraquecer a importância da politica
industrial.

Politica do ambiente

A poluição provocada pela agricultura intensiva, centrais térmicas,


aglomerações urbanas, etc., fazem perigar a vida no planeta.
O crescimento económico tem sido feito a custa do ambiente, originando
problemas ecológicos: efeito de estufa, chuvas acidas, contaminação do
planeta etc.
Desde 92 que a ONU tem vindo a alertar para as consequências nefastas
do ef de estufa – mudança de clima / destruição do ambiente.

A UE tem vindo a impor um conjunto de medidas aos Estados Membros


no sentido de reduzirem a emissão de gases e contaminação do planeta

Estas preocupações levaram a que exigências no domínio do ambiente se


integrassem noutras politicas comunitárias como: a PAC, a industrial e
energética e através da fixação de normas e da adoção de medidas que
integram as necessidades da área ambiental.

Politica de proteção social – tem como objetivo promover a integração


social e a coesão social, associando-se à politica de redistribuição dos
rendimentos e de assistência e segurança social, pois integra medidas
destas politicas.

Baseia-se em 2 princípios:

Principio da segurança social – condiciona a proteção social às


quotizações previas que o trabalhador descontou ao longo da sua vida
ativa. Neste caso, os trabalhadores que sofrerem uma mudança de
situação terão direito a receber subsídios: doença, desemprego, pensão
de reforma, invalidez, terceira idade, etc

Principio da assistência social – não se encontra condicionada a


nenhum laço contratual prévio. Assegura a proteção social as pessoas que
não têm apoios e que vivem em situações de indignidade e pobreza. É
um dos grandes instrumentos de combate a exclusão social e incentiva as
pessoas a uma futura integração social. Exemplo: rendimento mínimo
garantido – contribui para coesão social

Cada vez mais os objetivos da coesão social exigem medidas


direcionadas para situações especificas – famílias numerosas, mães
solteiras, famílias monoparentais, discriminação étnica,
toxicodependência etc

Politica de redistribuição. dos rendimentos + politica seg social à proteção


social = instrumento de solidariedade + integração e coesão social
As politicas económicas e sociais do Estado português

Politica de emprego – a taxa de desemprego, em Portugal, tem vindo a


crescer desde 2001

A Empregabilidade – Os estados-membros deverão implementar


estratégias p/ a aprendizagem ao longo da vida, nomeadamente através
da melhoria da qualidade e eficiência dos sistemas de educação e
formação, de modo a dotar todas as pessoas das competências que se
exigem de uma força de trabalho moderna numa sociedade assente no
conhecimento e permitir a sua progressão na carreira e a reduzir as
disparidades e estrangulamentos de competências no mercado de
trabalho.

- as fragilidades portuguesas afetam o nível de qualidade do trabalho e a


produtividade

- existem desigualdades no mercado de trabalho entre homens e mulheres

- prestações sociais abaixo do nível da UE

Exclusão social em Portugal, 4 causas:


- sinais de uma pobreza tradicional associada ao mundo rural
- famílias de baixos recursos, ligados aos membros ativos com muito
baixos níveis de qualificação profissional
- concentração urbana e suburbana com recentres movimentos
migratórios que geram ( famílias monoparentais, crianças sem
enquadramento familiar e drogados)
- insuficiência marcada pelo modelo de proteção social desenvolvido.

Economia portuguesa – esta numa fase de recessão. Taxa de


crescimento do PIB com valores negativos.
O Estado, sem a politica monetária que e controlada pelo BCE, tem de
usar os instrumentos da politica orçamental e fiscal.
Constrangimentos as politicas económicas e sociais

Portugal, sendo membro da UE desde 86 esta sujeito a constrangimentos


no âmbito das suas politicas económicas e sociais.
Embora tenhamos as politicas orçamental, fiscal e redistribuição dos
rendimentos ao nosso dispor, são também sujeitas aos constrangimentos
do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC):

Por exemplo: os efeitos negativos do aumento do desemprego poderiam


ser amortecidos pelo reforço do subsidio de desemprego ou pelo aumento
das obras publicas, dada a exigência de evitar défices orçamentais
excessivos, tais medidas são difíceis de se implementar.

Noção e formas de integração

Noção de integração - processo de união de economias nacionais em


regiões mais vastas, em que se vão eliminando os impedimentos à livre
troca e estabelecendo elementos de cooperação entre os países que
integram essas regiões.

Para alem de razoes politicas que possam estar na origem da integração


(estabilidade de uma região), existem também expectativas de benefícios
económicos (crescimento económico mais acelerado).

O processo de integração económica desenrola-se durante um período


mais ou menos longo, durante o qual os países realizam as necessárias
adaptações económicas, que se podem estender a outros níveis, como o
social e o politico, de modo a atenuar as diferenças estruturais entre si.

Um processo de integração implica, a partir de um certo grau, a criação de


instituições comuns a todos os países e a progressiva transferência de
parte das soberanias nacionais para tais instituições. (Na UE os países
membros cedem parte da soberania a uma comunidade supracional, ou
seja, uma soberania comum.
Formas de Integração

Sistema de preferências aduaneiras – é um tipo de integração muito


simples, que consiste em certos países concederem mutuamente certas
vantagens aduaneiras.

Zona de comercio livre – Surge a partir do acordo firmado entre diversos


países, com vista a abolir as barreiras alfandegarias e comerciais entre si,
cortando assim os impostos à importação, o que facilita a livre circulação
dos produtos fabricados pelos parceiros. Cada país mantem todavia a sua
pauta aduaneira e o seu próprio regime de comercio com terceiros países.

Este tipo de integração pressupõe que os países se encontrem num grau


de desenvolvimento homogéneo, porque de outra forma n se compreendia
a abolição das barreiras alfandegarias. Ex. (EFTA)

União Aduaneira – já consiste numa grande integração. Verifica-se a livre


circulação de todos os produtos que se encontrem no território dos países
membros, pois foram eliminados todos os direitos aduaneiros relativos às
trocas comerciais. No que toca ao comercio com países terceiros, é
aplicada uma pauta aduaneira comum.

Mercado comum – É mais profundo que a Aduaneira, visto que a livre


circulação abrange a livre circulação de bens, serviços, pessoas, capitais
e serviços.
Nesta etapa é preciso assegurar a livre possibilidade dos trabalhadores e
empresas se fixarem onde houver mais vantagens, e de se recorrer
livremente as fontes de capitais em todos os estados membros.

União económica – Apos a constituição de um mercado comum, os


países membros podem procurar adotar politicas económicas e sociais
comuns, com vista a alcançar uma convergência económica e uma maior
coesão social.
De facto, uma união tao profunda como o mercado comum, leva os países
membros a harmonizar as politicas económicas e sociais e adotar politicas
de defesa e segurança comuns, conduzindo a uma União Económica
como se verifica, atualmente, com a UE.

Com a mesma ordem de ideias, os diferentes ritmos de desenvolvimento


económico dos países da UE colocaram a necessidade de uma
estabilidade monetária, com uma moeda única.
União politica – A harmonização das politicas económicas conjunturais e
estruturais dos países que constituem a União económica conduz a
necessidade de aproximar as politicas de defesa e segurança.

As politicas comunitárias tendem, tornar-se politicas comuns, substituindo-


se as nacionais, em domínios fundamentais da atividade económica e
social dos Estados Membros.

A integração politica implica também perdas de soberania nacional, uma


vez que as decisões de caracter económico social e politico são tomados
por entidades supranacionais com podereres reforçados.
O aprofundamento da integração poderá conduzir no futuro, no caso da
UE, numa espécie de Estados Unidos da Europa.

O Processo de integração na Europa

1945 – Fim da II guerra mundial – A europa encontrava-se em ruínas


havendo necessidade de consolidar a paz entre as nações e encetar o
processo de reconstrução económica.

1950 – Robert Schuman propõe associar a produção francesa e alemã de


carvão e de aço, sob a direção de uma autoridade europeia, aberta a
outros países.

1951 – Criação da CECA, composta por seis países: Bélgica, França,


Luxemburgo, Holanda, Itália e RFA. – visava para alem do
desenvolvimento económico, consolidar a paz recentemente conquistada.
Tratava-se de integrar países vencedores e vencidos numa organização
que procurava articular os interesses nacionais com a promoção do
interesse comum, a cargo de uma instituição supranacional, a quem
competia o controlo da gestão do mercado comum (mercado do carvão e
aço)

1957 – Tratado de Roma – instituiu a CEE, e a Comunidade Europeia de


Energia Atómica (EURATOM) – juntamente com a CECA, são
comunidades distintas, embora correspondam a uma realidade politica
única, a realização de um mercado comum entre os países membros e a
respetiva integração das suas economias.
1968 – Concretização do objetivo da união aduaneira, com a
eliminação das barreiras alfandegarias entre os países aderentes à
Comunidade e a introdução da pauta aduaneira comum, aplicável às
mercadorias provenientes de países terceiros.

Efeitos da União Aduaneira nas economias dos países membros da CEE


- aumento das trocas comerciais entre os EM
- aumento dos investimentos nos países membros
- aumento do produto
- aumento da variedade dos produtos a preços mais baixos

1973 – Adesão à CEE do Reino Unido, Dinamarca e Irlanda

1981 – Adesão da Grécia à CEE

1986 – Assinatura do ato único Europeu, que fixou como grande


objetivo a construção do Mercado Único Europeu. O aumento das trocas
verificadas com a criação da união aduaneira levaram ao desenvolvimento
de um mercado único que permitisse a livre circulação de não apenas
bens, mas também pessoas, capitais e serviços.

1992 – Assinatura do Tratado da União Europeia (Maastricht) –


traduziu a vontade de transformar uma comunidade, essencialmente
económica, numa união em que a componente política fosse mais
acentuada. A UE assenta então em 3 pilares: comunitário, da politica
externa e de segurança comum e o de assuntos internos.
Um dos grandes objetivos era também a criação de uma UEM

1995 – Adesão da Áustria, Suécia e Finlândia à UE

1999 – Criação da moeda única: O Euro

2001 – Assinatura do Tratado de Nice, que consistia numa preparação


ao alargamento e ao funcionamento a 25 Estados-Membros.

2002 – O euro passa a circular em moedas e notas

2004 – Adesão à UE de 10 países, dos quais: Estónia, Letónia,


Lituânia.
A união Económica e monetária
Os estados membros consideraram que o mercado único só estaria
completo e seria verdadeiramente eficaz com uma moeda comum que
garantisse:

- estabilidade financeira
- menores encargos para as empresas
- a comparação dos preços pelos consumidores – transparência do
mercado
- preços estáveis

A UEM levou à adoção de uma moeda única e execução de uma politica


monetária comum a cargo de uma nova instituição – o BCE.

Processo de integração na UEM

Critérios de convergência
- estabilidade dos preços – taxa de inflação n pode ser mais que 1,5 da
media dos 3 estados que têm mais baixa
- taxas de juro – n podem ser mais que 2% das verificadas nos 3 estados
com inflação mais baixa
- défices – o def orçamental n pode passar 3% do PIB – a divida publica
não pode passar 60% do PIB
- estabilidade monetária

Politicas económicas da UEM

Politica monetária – a cargo do BCE, tem como objetivo principal a


estabilidade dos preços: a variação dos mesmos deve ser entre 0 e 2%.

Politica orçamental – está condicionada pelo Pacto de Estabilidade e


Crescimento.

O PEC tem como finalidade obter orçamentos nacionais equilibrados , de


forma a contribuir para a a manutenção da taxa de juro num nível baixo e
para um menor endividamento os estados.
Estabilidade de preços
à PEC à + crescimento de economia e emprego
Finanças publicas solidas

Condições de acesso à UE

A adesão à UE implica por parte dos candidatos, a aceitação dos valores


e a adoção das normas e praticas da União que constituem o acervo
comunitário: democracia / estado de direito / respeito pelos direitos
humanos

As Instituições

Comissão
- representa o interesse europeu
- desempenha o papel de guardiã dos tratados da união europeia,
compete-lhe velar pela correta aplicação das suas normas
- poder de iniciativa da politica comunitária
- elaboração do orçamento da união e apresentação do relatório anual da
situação económica, social e jurídica da união ao parlamento europeu.
- órgão executivo: representa a união junto de organizações internacionais

Conselho europeu
- têm assento os chefes de estado
- define as orientações politicas globais da União e a abordagem de
questões da atualidade internacional

Conselho de ministros
- representa os governos dos estados membros
- tem caracter especializado
- possui poder de decisão, cabe-lhe decidir as politicas necessárias a
concretização dos objetivos dos tratados com base nas propostas da
comissão e nas alterações e emendas sugeridas pelo parlamento
europeu. Também há questões que trata em conjunto com o parlamento
- órgão legislativo da comunidade
Parlamento europeu
- representa os cidadãos europeus
exerce 3 poderes fundamentais:
- p legislativo – participa na elaboração da legislação comunitária
- p orçamental – tem a ultima palavra sobre a aprovação do orçamento
comunitário
- p de controlo democrático – pode pedir contas a comissão e apreciar o
relatório geral sobre a atividade das comunidades.
- aprovar a designação dos membros e do presidente da comissão

BCE
- órgão independente das instituições comunitárias e dos governos dos UE
.
- é a única entidade habilitada a autorizar a emissão de notas dos EM
podendo a moeda metálica ser emitida pelos EM mediante a aprovação
por parte do BCE.
- impõe politicas à UEM.

Orçamento Comunitário

A UE, para cumprir os objetivos tem de por em pratica varias politicas


económicas e sociais, mas para desenvolver as ações necessárias preciso
de meios financeiros, nomeadamente das contribuições dos estados
membros.

As receitas e as despesas, previstas para um ano, são inscritas no


Orçamento da UE que constitui o seu principal instrumento financeiro.

- O poder de decisão em matéria orçamental é partilhado entre o Conselho


e o Parlamento cabendo a Comissão a elaboração da sua proposta.
- A adoção do orçamento depende do Parlamento. Se não aprova, n se
elabora
- Depois de aprovado e adotado, é executado pela comissão, e verificada
a sua execução pelo Tribunal de Contas.

Receitas orçamentais

- contribuição proveniente do IVA de todos os estados membros


- impostos dos funcionários europeus e multas aplicadas pela comissão
- contribuição baseada no PNB de cada membro
Despesas orçamentais

- Despesas agrícolas com o financiamento da PAC


- Despesas com o funcionamento das instituições europeias
- Preparação do alargamento da União, ajudando os futuros países a
desenvolver as suas economias

Existe um equilíbrio orçamental à despesas iguais as receitas

A programação financeira do orçamento tem vantagens, pois fixa as


grandes orientações orçamentais para vários anos, facilita a aplicação
anual do orçamento e contribui para um maior controlo da evolução das
despesas da União.

Fundos Estruturais

Embora existissem efeitos benéficos com o processo de integração, estes


não se estenderam a todas as regiões e sectores de atividade de uma
forma uniforme, registando-se ainda desequilíbrios a nível regional e
sectorial.

Esta situação exige um esforço de solidariedade comunitária. É exemplo


os instrumentos financeiros essenciais à execução das politicas
comunitárias: fundos estruturais

São essenciais para o desenvolvimento das regiões em atraso, à


reconversão das zonas industriais em declínio, ao auxilio ao desemprego
de longa duração, à inserção profissional dos jovens, à modernização das
estruturas agrícolas e ao desenvolvimento das zonas rurais mais
desfavorecidas.

Fundo social Europeu – (FSE) – favorece a inserção profissional dos


desempregados, financiando ações de formação

Fundo Europeu de Orientação Agrícola (FEOGA) – financia ações de


desenvolvimento local e investimentos que visem criar emprego

Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca (IFOP) – Promove a


adaptação e modernização dos equipamentos do sector
Fundo de Coesão – financia projetos de infraestruturas nos domínios do
ambiente e transportes nos Estados Membros mais debilitados.

Aplicação dos fundos estruturais

São aplicados de acordo com as necessidades de desenvolvimento das


regiões:

Recuperação das regiões com atrasos de desenvolvimento – FEDER /


FSE / FEOGA / IFOP

Reconversão económica e social de zonas com dificuldades estruturais –


FEDER / FSE

Modernização dos sistemas de formação e promoção do emprego – FSE

Iniciativas comunitárias

A união dispõe ainda das iniciativas comunitárias que visam resolver


problemas específicos

Interreg III – promover o ordenamento equilibrado de territórios pluri


regionais, através da formação de parcerias transfronteiriças e inter-
regionais

Urban II – promover a reabilitação de cidades e bairros em crise

Leader + - promover o desenvolvimento rural através de iniciativas locais

Equal – promover a igualdade no acesso ao mercado de trabalho


As Politicas Comunitárias

A UE desenvolve diversas politicas para alcançar as suas finalidades,


utilizando os recursos financeiros disponibilizados pelo Orçamento.
As principais politicas desenvolvidas no espaço comunitário são:

- politica agrícola comum (PAC)


- politica regional
- politica social e de emprego

Politica Agrícola Comum

A agricultura tem constituído o sector de atividade económica onde o


processo de integração mais avançou.
A PAC tem prosseguido três objetivos principais: assegurar a
autossuficiência alimentar, estabilizar os preços dos bens agrícolas e
garantir rendimentos justos aos agricultores.

A sua aplicação assente em 3 princípios:

- existência de um mercado único para todos os produtos agrícolas, (livre-


circulação)
- preferência comunitária aos produtos agrícolas da comunidade em
relação aos outros produtos importados – representa vantagem a nível de
preços
- solidariedade financeira, uma vez que o PAC é responsabilidade de todos
os EM

As despesas agrícolas são cobertas pelo FEOGA em duas secções:

FEOGA – Garantia: destina-se a gestão dos mercados dos diferentes


produtos agrícolas, subsidiando produções, comprando a produção
excedentária e assegurando a sua armazenagem, apoiando os
rendimentos dos agricultores, etc

FEOGA – Orientação: contribui para a modernização das explorações


agrícolas, para o desenvolvimento de atividades económicas nas zonas
rurais mais desfavorecidas que criem emprego e evitem o êxodo rural. Etc.
A aplicação dos fundos e a gestão da PAC permitiu alcançar os objetivos
desejados

- aumento da produção agrícola


- assegurar o abastecimento regular e a preços razoáveis para consumir
- garantir um nível de vida justo para os agricultores

Efeitos secundários:
- Desequilíbrios ambientais, devido a sob exploração da terra
- Formação de excedentes
- excesso de protecionismo aos produtos comunitários
- elevadas despesas agrícolas

os efeitos secundários exigiram mudanças na PAC – medidas


reformadoras

Reforma da PAC
- estabelecer preços mais competitivos
- ajudas diretas aos agricultores
- reforma antecipada dos agricultores
- promoção de uma agricultura mais ecológica

Politica Comum da pesca

A grande procura do pescado tem levado a UE a estabelecer um conjunto


de regras comuns a aplicar no espaço comunitário – a politica comum da
pesca

Objetivos:

- proteger os recursos da pesca, evitando a sobre-exploração


- garantir o abastecimento de pescado aos consumidores e à industria de
transformação
- melhorar a competitividade das empresas do sector

Medidas para alcançar os objetivos

- fixação de totais admissíveis de capturas anuais por espécie de pescado


- estabelecimento de quotas anuais de exploração para cada estado
membro
- apoiar o desenvolvimento da aquicultura como fonte alternativa do
pescado
- fixação de normas relativas a malhagem de das redes

Politica Regional e a Coesão Económica e Social

Existem grandes desigualdades entre os estados membros e as regiões.

O tratado da UE incluiu a coesão económica e social como um dos


principais objetivos da construção europeia, criando o fundo de coesão –
para dar apoio a projetos de infraestruturas nos domínios dos transportes
e do ambiente nos estados menos prósperos da UE.

A politica regional tem os seguintes objetivos:

- reduzir as disparidades entre os níveis de desenvolvimento das diversas


regiões
- reduzir o atraso das regiões menos favorecidas
- reforçar a coesão económica e social da União

Gestão da politica regional

A politica regional europeia é financiada pelos fundos europeus (fundos


estruturais e fundos de coesão) que se destinam a modernizar as
estruturas económicas e sociais das regiões menos desenvolvidas.

O orçamento para os fundos é decidido pelo conselho da união, com base


numa proposta da comissão, negociada com o Parlamento Europeu. Antes
da decisão final, o Comité das regiões é consultado, pois emite parecer
sobre a execução da politica regional.
Os projetos para o desenvolvimento das regiões a financiar, são da
responsabilidade das autoridades nacionais e regionais pois só estes
sabem bem os problemas das suas regiões.

Fundo de coesão –
Destina-se aos países que apresentam um PIB per capita inferior a 90%
da media comunitária, ou seja, os países menos desenvolvidos da UE.
Este fundo especial de solidariedade pode ser usado em todo o território
destes países, para financiar projetos de investimento nas áreas do
ambiente e no domínio das infraestruturas de transportes.

O alargamento e a coesão económica e social


A entrada de novos países veio exigir um maior esforço de solidariedade,
uma vez que a maioria destes países necessita de ajudas para a sua
modernização.
A aplicação dos fundos exige assim um reforço do orçamento comunitário
que só é possível se houver uma maior contribuição dos restantes estados.

Politica Social e de Emprego

O tratado de Amesterdão aprovado em 1997 definiu uma estratégia


comum em matéria de emprego cuja finalidade é criar mais e melhores
empregos para todos.

Um dos objetivos é tornar a europa mais competitiva e dinâmica, com mais


e melhores empregos e coesão social reforçada.

Nesse sentido os estados comprometeram-se a aumentar os seus


investimentos na educação, a assegurar que as novas TI se tornem
acessíveis a todos, a desenvolver esforços na erradicação da pobreza e a
promover a inclusão social.

O Fundo Social Europeu constitui o instrumento financeiro da União para


apoiar as ações a desenvolver no domínio do emprego da formação, da
proteção e da inclusão social.

- promoção do espirito empresarial


- incentivos ao autoemprego
- assistência as pessoas em risco de exclusão
- combate as desigualdades entre h/m no trabalho

Politica do Ambiente

Desenvolvimento sustentável – crescimento económico deve-se


processar de forma a garantir o futuro das gerações vindouras, sem
esgotar os recursos nem provocar danos que ponham em causa e
sobrevivência do planeta.

A estratégia da UE para um desenvolvimento sustentável baseia-se na


interligação do crescimento económico, coesão social e proteção do
ambiente.

- boa gestão das florestas


- agricultura menos intensiva e mais ecológica

A politica e financiada pelos fundos estruturais e pelo fundo de coesão

- recuperação das zonas urbanas degradadas


- reabilitação das zonas industriais em declínio
- tratamento de resíduos
- educação ambiental dos jovens

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