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Objetivos
INTRODUÇÃO
Segundo, existem dados normalmente recolhidos pelos registos dos diferentes sistemas.
Os dados produzidos são o registo dos acontecimentos durante um determinado
intervalo de tempo, em geral um ano. Os dados são essencialmente dinâmicos na sua
natureza, porque fornecem informação no decorrer do tempo.
Tendo em conta que alguns desses dados podem conduzir a enviesamentos, a recolha
de dados demográficos tem de ser hierarquizada e explicitada, pois podem influenciar
os modos de análise restringindo as possibilidades de algumas análises.
Poucos são os dados que são recolhidos principalmente com fins demográficos. A maior
parte deles são produzidos para, ou como, produto de atividades administrativas levadas
a cabo ou controladas pelos governos ou agências internacionais e onde os demógrafos
têm pouco controlo do modo preciso como eles são recolhidos, agregados ou
apresentados. Contudo estes dados são utilizados por geralmente serem os que estão
disponíveis.
Uma taxa é simplesmente qualquer número dividido por qualquer outro número.
Devemos ainda chamar a atenção que muitas medidas que são comummente designadas
como frações em Demografia são estritamente taxas, proporções ou outros índices. Ex:
uma “fração de literacia” será a proporção da população que é letrada enquanto a “taxa
bruta de nascimento” é realmente uma taxa porque inclui no seu denominador os idosos,
as crianças e homens, nenhum deles em risco de dar à luz uma criança.
Uma proporção será um tipo especial de taxa na qual o numerador está incluído no
denominador, isto é: Proporção = (x/ x + y). Por exemplo a proporção da população do
sexo feminino será o número de mulheres dividido pelo total de homens e mulheres em
conjunto. A proporção pode variar entre 0,0 e 1,0 e é, em geral, expressa em
percentagem que se obtém multiplicando o valor obtido por cem.
3.2. OS RECENSEAMENTOS
Censos: Sobre Censos, o que são, para que servem, Censos em Portugal, Censos no
mundo, ver Censos 2021 em
https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=censos21_sobre_censos&xpid=CENSOS21&
xlang=pt
O quadro 1 (anexo 1) apresenta uma síntese das variáveis a observar nos Censos 2021
e as excluídas face aos Censos 20112. (ver o anexo 1 – Quadro 1. Síntese das variáveis
a observar nos Censos 2021 e excluídas face aos Censos 2011).
2
https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=censos_historia_portugal
Na maioria dos países desenvolvidos o sistema de registo dos acontecimentos vitais
fornece a maior parte da informação dos nascimentos, casamentos, óbitos e por vezes
os dados de migração. Nos países em desenvolvimento, estes sistemas de recolha de
informação são na maior parte das vezes incompletos e por vezes nem existem, nem
são explorados com fins demográficos. Isto explica porque os objetivos do registo desta
informação são essencialmente administrativos e legais e não demográficos3.
3
Ver estatísticas demográficas em
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOEStipo=ea&PU
BLICACOEScoleccao=107661&selTab=tab0&xlang=pt eas Estatisticas demográficas de 2019 em
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=7
1882686&PUBLICACOESmodo=2
Existem vários tipos de inquéritos por amostragem em Demografia:
Primeiro, existem informações dos Censos tipo, o que talvez substitua um Censos
completo ou simplesmente o existente, fazendo uma ampla distribuição de questões
numa amostra da população envolvida. Os inquéritos designados para investigar alguns
tópicos particulares, como o uso de contracetivos, emprego das mulheres, ou causas e
consequências da migração também caem nesta categoria de exemplos.
Existe ainda uma larga gama de técnicas indiretas sofisticadas, que podem servir para a
recolha de dados sobre questões específicas que deverão ser formuladas e utilizadas de
acordo com o objetivo e o grau de precisão que se pretende obter.
Em conclusão, poderemos dizer que existem três grandes fontes para a recolha de dados
em Demografia (informação dos censos tipo, inquéritos por amostragem, técnicas
indiretas de perguntas por questões específicas) que não são alternativas umas das
outras, embora uma possa, eventualmente, ser usada na ausência ou deficiência da
outra.
Um Censos é mais ou menos essencial para fornecer uma base de dados sem a qual o
sistema de registo ou um inquérito por amostra é menos útil. Nos países em
desenvolvimento, os inquéritos por amostragem podem investigar determinados aspetos
deficientes nos Censos e dar mais fiabilidade à informação disponibilizada pela má
qualidade fornecida por esses Censos.
PORDATA
4
Ver exemplos de inquèritos em
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_estudos&xlang=pt;
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOEStipo=ea&PU
BLICACOEScoleccao=107773&selTab=tab0&xlang=pt;
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=415
655178&DESTAQUESmodo=2;
http://www.ine.gov.mz/operacoes-estatisticas/inqueritos/inquerito-demografico-e-de-saude
(IDS de Moçambique).
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https://ec.europa.eu/info/departments/eurostat-european-statistics_pt
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PORDATA: www.pordata.pt
3.5. QUALIDADE DOS DADOS – TESTES FUNDAMENTAIS À QUALIDADE
DOS DADOS
Este indicador relaciona o número de nascimentos masculinos por cada 100 nascimentos
femininos, ou seja
Como funciona este teste? Segundo informações recolhidas nas análises feitas em países
com boas estatísticas demográficas sabe-se que a relação de masculinidade dos
nascimentos anda em torno de 105 (ou seja, por cada 100 raparigas nascem 105
rapazes), desde que se excluam as variações aleatórias.
0,512 ± 0,0028
Limite estatístico x
Limite estatístico y
Limites de confiança
O valor da relação de masculinidade ao nascimento para o ano de 2000 (107,7) não está
contido no intervalo de confiança, logo a qualidade dos dados é duvidosa.
Os métodos para testar dados incompletos e incorretos são inúmeros, sendo os mais
importantes, divididos em duas categorias: Índice de Irregularidade das idades e o Índice
de Whipple.
3.5.2. Índice de Irregularidade das idades
Este teste serve para provar se existe ou não concentração em determinadas idades.
• Obtêm-se assim diversos índices (no exemplo dado I6, I16, …) que são
representados graficamente; quando os índices obtidos têm um valor superior a 100
existe atração; quando os índices obtidos têm um valor inferior a 100 existe repulsa.
A relação entre o efetivo real e o efetivo teórico fornece-nos um índice, que à medida
que se afasta da unidade (ou de 100 se multiplicarmos por este número) demonstra a
força do arredondamento.
⇒ Denominador para a idade 36 = vou buscar 2 idades antes (34, 35) e 2 depois (37,
38), vou adicionar todas e dividir por 5.
Resultados possíveis:
Existe o Índice de Whipple que também pode ser utilizado para testar a qualidade dos
recenseamentos. Os demógrafos usam dados de anos de idade para determinar se há
irregularidades ou inconsistências nos dados (Nazareth., 2004).
Procura demonstrar se uma população tende a relatar certas idades (digamos, aquelas
que terminam em 0 ou 5) em detrimento de outras idades.
- O índice é obtido fazendo a relação entre a segunda soma e 1/5 da primeira soma.
Este índice pode variar entre 100 (ausência total de concentração) e 500 (caso limite em
que todas as pessoas se declaram em idades terminadas em 0 e 5).
As Nações Unidas elaboraram uma tabela de base empírica que permite interpretar a
validade dos resultados obtidos:
Este indicador, em vez de medir a atração por determinadas idades, mede a qualidade
global de um recenseamento. Trata-se de um instrumento muito cómodo de calcular e
que possibilita a realização de comparações interessantes no tempo e no espaço.
Exemplo 5-9 anos: DS = 104,91-104,72 = 0,2 - calcular para todos os grupos. O primeiro
grupo 0-4 anos exclui-se por não ter informação anterior e o último, 75-79 anos, também
se excluí por não ter informação (posterior) para o cálculo do Índice de Regularidade
das Idades;
4) Soma-se todas as diferenças (DS) e divide-se pelo número de grupos etários (no
caso 14): Média = 28,7 / 14 = 2 (arredondado);
5) Para cada sexo calcula-se um índice de regularidade das idades; este índice
constrói-se calculando, em primeiro lugar, as relações de regularidade dividindo cada
grupo de idades pela média aritmética dos dois grupos que o enquadram;
posteriormente fazem-se as diferenças a 100 e faz-se a média das diferenças absolutas;
Exemplo: IRI H e IRI M, dividindo cada grupo pela média dos dois que o "rodeiam" -
exemplo 5-9 anos (IRI H): 275199 / (( 275969 + 296385 ) / 2 ) = 0,96 × 100 = 96,2
arredondado às décimas;
6) A partir de IRI H e IRI M, fazer a diferença em cada grupo etário para 100 –
exemplo para 5-9 (IRI M): D100 = 100 – 96 = 4; somar estas diferenças para cada sexo
e calcular a média (dividir pelo número de grupos etários, neste caso 14);
7) Por fim, para o cálculo do valor do ICNU, multiplicar por 3 a média de DS e somar
a média de diferenças dos IRI(s) dos homens e a das mulheres.
<20 – Bom
20-40 – Mau
a). Aprecie a qualidade dos dados das estatísticas demográficas para 2001.
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ver em www.ine.pt