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3.

AS FONTES DE INFORMAÇÃO DEMOGRÁFICA E OS


TESTES À QUALIDADE DOS DADOS

Objetivos

1.Conhecer as características fundamentais e o conteúdo dos principais sistemas de


informação existentes;

2.Identificar as vantagens e os inconvenientes de cada um dos sistemas de informação


demográfica, tendo em consideração os dados necessários no âmbito de uma
investigação em análise demográfica;

3.Conhecer as principais técnicas de análise da qualidade dos dados demográficos e


aprender a escolher essas técnicas em função dos sistemas de informação utilizados.

INTRODUÇÃO

Os dados em Demografia são principalmente gerados pelas atividades dos governos


centrais e das suas agências ou por organizações internacionais. A quantidade e a
qualidade dos dados que se obtêm dependem, em parte, da existência de boas
organizações e ainda dos seus objetivos, embora também dependam das atitudes
sociais em relação à recolha desses mesmos dados.

À medida que as civilizações crescem e as nações se desenvolvem, os governos


constroem sistemas para reunir informações sobre o seu povo. No mínimo desejam
saber quantos são, como são e onde estão. O atual sistema padrão de recolha de
dados tem como base o recenseamento por décadas. No entanto, um recenseamento
(ou Censo) remete apenas para um determinado momento no tempo. Neste sistema,
os Censos são complementados pelo registo de outros eventos populacionais (como os
nascimentos, os óbitos e os casamentos) e por sondagens ou inquéritos por
amostragem.

Com o evoluir da tecnologia nas sociedades modernas, há um enorme potencial


inexplorado para medir os dados digitais deixados pelos utilizadores da internet e
telemóveis, tornando-se este um método emergente de recolha de dados num futuro
próximo (Palmer et al., 2013; Watts, 2007), usando fontes comummente chamadas de
“big data”. No entanto, mesmo com a mais sofisticada combinação desses elementos,
ainda permanecerão lacunas que deverão ser preenchidas por estimativas.

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Os elementos brutos da Demografia são os dados recolhidos nos Censos, em estudos e
nos registos dos vários sistemas de informação. Estes dados podem ser apresentados
de muitas maneiras, mas sobretudo, de duas formas fundamentais.

A primeira forma envolve os dados recolhidos através dos Censos da população ou dos
inquéritos semelhantes aos Censos. Os Censos produzem o registo das pessoas num
dado momento, ou seja, produzem uma informação “fotográfica” transversal da
população existente, o seu tamanho, a sua estrutura, como ela é observada no
momento da realização dos Censos. Estamos perante uma observação instantânea. As
comparações internas ou entre Censos, envolvem em geral números absolutos e o
cálculo de proporções.

A segunda forma envolve, sobretudo, os dados normalmente recolhidos pelos registos


dos diferentes sistemas, onde se destacam os produzidos pelos serviços de Registo
Civil, e referidos aos acontecimentos que ocorrem durante um determinado intervalo
de tempo, em geral um ano. Estes dados são essencialmente dinâmicos na sua
natureza, porque fornecem informação no decorrer do tempo. Estamos perante uma
observação contínua.

Nascimentos, óbitos, movimentos da população, ou outros acontecimentos, ocorrem


durante um período e são afetados pelo número de pessoas “em risco”, de ser um
“nascimento”, um “óbito”, uma “migração”. Neste contexto, é comum serem calculadas
taxas de ocorrências, permitindo comparações de níveis de mortalidade, fecundidade
ou mobilidade, em vez de somente o número de nascimentos, de óbitos ou de
migrações.

A conjugação das estatísticas oriundas do Registo Civil com os recenseamentos


constitui, desde o século XIX, aquilo que podemos designar por sistema de observação
clássica de demografia (Bandeira, 2004). Apesar de os demógrafos e os estatísticos
terem participado na criação deste sistema, os objetivos primeiros deste não são
científicos, mas sim administrativos. Deste modo, a demografia, mais do que outra
ciência, depende de instrumentos de observação que são “subproduto” de observações
e registos instituídos para outros fins (Bandeira, 2004).

De facto, poucos são os dados que são recolhidos principalmente com fins
demográficos. A maior parte deles são produzidos para, ou como, produto de
atividades administrativas levadas a cabo ou controladas pelos governos ou agências
internacionais e onde os demógrafos têm pouco controlo do modo preciso como eles
são recolhidos, agregados ou apresentados.

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Confrontados com a insuficiência, a má qualidade ou a inexistência de estatísticas,
muitos demógrafos têm adotado outras formas de observação, que se concretizam em
diversos tipos de inquérito. Mesmo a nível institucional, o próprio sistema clássico de
coleta de dados tem vindo a ser colocado em causa. A par da observação clássica
(instantânea e contínua) tem-se desenvolvido outras modalidades de observação como
a retrospetiva e a seguida (Bandeira, 2004).

A primeira assume um carácter biográfico e tem por objetivo a reconstituição de


acontecimentos vividos por indivíduos ou grupos de indivíduos, colocando questões,
numa determinada data, sobre acontecimentos ocorridos no passado (Bandeira, 2004).

A segunda pode ser simultaneamente contínua e retrospetiva. É contínua quando se


realiza uma observação personalizada, seguida e contínua dos acontecimentos, à
medida que eles ocorrem (implica seguir os indivíduos, a partir de uma certa data, e ir
registando todos os acontecimentos que lhe dizem respeito). E é retrospetiva quando
se questionam os indivíduos, com intervalos regulares, sobre o que ocorreu deste o
inquérito precedente. De referir que a observação seguida procura restabelecer a
continuidade ao nível do individuo enquanto a continuidade das observações do registo
civil existe apenas ao nível da população (Bandeira,2004).

3.1. OS RECENSEAMENTOS

Um recenseamento é um conjunto de operações baseadas em registos individuais, que


permitem conhecer todo o efetivo populacional (universalidade) de um território, num
dado momento preciso (simultaneidade), com detalhes sobre a repartição dessa
população, por unidades administrativas, e segundo um número, mais ou menos vasto,
de características (sexo, idade, residência, profissão). A aplicação de um
recenseamento da população deve respeitar uma determinada periodicidade (de 10 em
10 anos no caso de Portugal).

Os Censos existem fundamentalmente para apoiar o planeamento, em especial, o


aprovisionamento e regulamentação dos serviços básicos (água, vias de comunicação e
outros serviços, por exemplo). Na maior parte dos países democráticos a distribuição
da população, dada pelos Censos, também determina o nível de representação
eleitoral e a alocação de recursos do governo central.

As principais características de um Censo e que o diferenciam de um inquérito são que,


em primeiro lugar, ele é um registo global do total da população dentro de uma
determinada área geográfica definida. Em segundo lugar, como não envolve

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amostragem, cada pessoa é enumerada separadamente. Em terceiro lugar, ele não é
um exercício voluntário, tem que ter uma base legal para o tornar obrigatório e nele
ser incluída e fornecida a informação pretendida. Finalmente, é obrigatório ser referido
a um dado momento no tempo e não a um período.

Um recenseamento (ou censo)1 é uma recolha de dados sobre a população levada a


cabo, de uma só vez, num dado país e envolve: formulação de um questionário2,
planeamento e organização de uma equipa, processamento e análise dos dados e
divulgação dos resultados3. Em Portugal, desde 19354, que o Instituto Nacional de
Estatística (INE) é a entidade responsável por todas as fases envolvidas na realização
dos censos, dos quais, o primeiro foi o recenseamento de 1940.

Em Portugal, até 2021, ano da realização dos últimos censos, realizaram-se, segundo
as recomendações internacionais, 16 recenseamentos da população e 6
recenseamentos da habitação. Apesar de, em determinados momentos da história de
Portugal, terem ocorrido numeramentos, contagens e até recenseamentos, estas
operações não podem ser consideradas equivalentes à série de recenseamentos
iniciada em 1864. Com efeito, foi o Recenseamento Geral da População de 1864 o
primeiro cuja conceção e aplicação foram regidas pelas orientações internacionais do
Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853. Pelo que, considera-se, no
caso de Portugal, este recenseamento como o primeiro da época moderna.

3.2. AS ESTATÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DE ESTADO CIVIL

As denominadas Estatísticas Demográficas de Estado Civil5, oriundas dos registos


produzidos pelos serviços do Registo Civil, são uma fonte fundamental de informação
demográfica (Nazareth, 2004).

1
Sobre Censos, o que são, para que servem, Censos em Portugal, Censos no mundo:
https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=censos21_sobre_censos&xpid=CENSOS21&xlang=pt
Ver anexo 1 : Quadro 1. Síntese das variáveis a observar nos Censos 2021 e as excluídas face
2

aos Censos 2011.


Dados gerais do Censos – Resultados definitivos. Portugal – 2021:
3

https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=censos21_main&xpid=CENSOS21&xlang=pt
Censos - Resultados definitivos, Portugal - 2011:
https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=ine_censos_publicacao_det&contexto
=pu&PUBLICACOESpub_boui=73212469&PUBLICACOESmodo=2&selTab=tab1&pcensos=6196
9554;
Ano da criação do Instituto Nacional de Estatística (INE).
4

5
Como refere Nazareth (2004), o termo “Estado Civil” é aqui bastante ambíguo na medida em
remete simultaneamente para a situação de uma pessoa em relação ao seu nascimento, aos
laços familiares e de parentesco, à existência de casamento ou óbito, indicando igualmente o
serviço público encarregue de atestar esses factos.

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Os dados relativos aos efetivos da população, isto é, ao seu estado e estruturas, são
recolhidos e observados através de operações periodicamente organizadas para esse
efeito, os recenseamentos. Enquanto os dados relativos ao conjunto dos
acontecimentos demográficos – nascimentos, óbitos, migrações e casamentos – são
recolhidos e observados, no tempo, através, sobretudo, dos registos efetuados pelos
serviços do Registo Civil. É todo este volume de dados que fornece às estatísticas
demográficas6 uma quantidade importante de informações.

O conjunto de informações sobre os acontecimentos como nascimentos, óbitos,


casamentos, divórcios e separações judiciais, ocorridos num território, durante um
determinado período (normalmente um ano), é baseado nos boletins de registo civil
desses acontecimentos, com detalhes sobre a sua repartição por unidade
administrativa e segundo um número mais ou menos vasto de características (sexo,
idade, etc.).

Os serviços de registo civil funcionam na dependência direta das autoridades do Estado


e existem, na maior parte, dos países desenvolvidos, desde o século XIX. Em Portugal,
a introdução do registo civil obrigatório, a partir de 1911, contribuiu para tornar
gradualmente mais rigorosa e universal a coleta dos dados demográficos que, até à
data, tinha permanecido sob o âmbito das autoridades eclesiásticas (Bandeira, 1996a).

Quanto à observação das migrações, esta é mais complexa. Os dados relativos às


entradas e saídas de migrantes sempre dependeram sobretudo da informação
produzida pelas entidades e organismos oficiais que controlam a migração, havendo
muita informação que escapa à observação direta7.

O sistema de registos vitais e os controlos de migração existem, acima de tudo, por


questões legais: a produção de certificados de nascimento e de óbito, passaportes,
cartões de cidadão, certificados de autorização de trabalho, autorização de residência e
de cidadania.

Na maioria dos países desenvolvidos o sistema de registo dos acontecimentos vitais


fornece a maior parte da informação dos nascimentos, casamentos, óbitos e, por
vezes, os dados de migração. Nos países em desenvolvimento, estes sistemas de
recolha de informação são, na maior parte das vezes, incompletos e, por vezes, nem

Ver estatísticas demográficas em:


6

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOEStipo=ea&PU
BLICACOEScoleccao=107661&selTab=tab0&xlang=pt
Em Portugal, desde os anos 1960, com a emigração clandestina, que os dados, sobre este
7

fenómeno, deixaram de ser claramente fiáveis, agravando-se a situação com a adesão à


Comunidade Europeia (atual União Europeia) e a institucionalização da livre circulação das
pessoas no espaço europeu (Bandeira,2004).

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existem ou nem são explorados com fins demográficos. Isto explica porque os
objetivos do registo desta informação são essencialmente administrativos e legais e
não demográficos.

3.3. OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO DEMOGRÁFICA

Sendo um instrumento de investigação usual em ciências socias, os inquéritos, muitas


vezes orientados com um objetivo bem definido, também são fonte de dados
demográficos, mais ou menos, independentes do sistema convencional. A descoberta
da utilidade do inquérito pela demografia deriva do confronto com a duvidosa
qualidade estatística de dados disponibilizados ou com a sua inexistência e pela
crescente opção por uma abordagem demográfica também qualitativa, explicativa e
interdisciplinar (Bandeira, 2004).

Segundo Bandeira (2004), o inquérito distingue-se do recenseamento em dois aspetos


essenciais: enquanto o recenseamento é exaustivo, o inquérito interroga apenas uma
parte da população (ou uma amostra) – o que limita o esforço referido e por
consequência o custo envolvido –; enquanto no recenseamento, o questionário não
pode exceder uma determinada dimensão – o que limita o âmbito das informações
recolhidas – o inquérito pode ser mais ambicioso e utilizar questionários mais extensos
e detalhados.

Os inquéritos demográficos são inquéritos por amostragem, baseando-se na recolha de


informações, com base numa amostra representativa do universo da população em
análise, visando aprofundar o estudo sobre uma questão demográfica particular (Ex:
inquérito português à fecundidade, que inclui variáveis como: o uso de métodos
contracetivos, o número de filhos desejado, local de residência na infância”, etc.).

Para além de serem mais económicos, os inquéritos por amostragem podem ser
organizados e executados de forma relativamente rápida e podem recolher muito mais
detalhes que um censo, incluindo informação de comportamentos para os quais os
entrevistadores podem ser previamente preparados. A sua principal desvantagem é a
possibilidade da introdução de erros de amostragem e, por aí de medição. Se a
amostra tiver uma base adequada, estes erros podem ser considerados e assim
minimizados.

Os tipos de inquéritos por amostragem mais recorrentes em Demografia são: os que


visam completar a informação recolhida pelos Censos ou os definidos para investigar
alguns tópicos particulares (como o uso de contracetivos, emprego das mulheres, ou

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causas e consequências da migração) e os retrospetivos que colocam questões acerca
de acontecimentos que ocorreram no passado. Este último tipo de inquéritos é
frequentemente aplicado nos países em desenvolvimento com o objetivo de reunir
informação que os sistemas institucionais deveriam fornecer.

Algumas das perguntas retrospetivas, normalmente usadas pelos demógrafos, são:


número total de crianças que nasceram vivas, número de crianças que vivem em casa,
número de crianças que saíram e morreram (usado para conferir o número e para
fazer uma estimativa da mortalidade infantil), tempo decorrido desde o último
nascimento (usado principalmente para determinar os nascimentos no último ano), se
a mãe é viva, se o pai é vivo, se o primeiro marido é vivo.

Existem ainda diversos inquéritos diretos e indiretos ligados à demografia, produzidos


por organismos públicos e privados e outras fontes de informação complementar como
publicações referentes a estatísticas diversas (Estatísticas da Saúde, Anuários
Estatísticos, Estatísticas do Emprego, Estatísticas da Educação, etc…).

Um Censo é mais ou menos essencial para fornecer uma base de dados sem a qual o
sistema de registo ou um inquérito por amostra é menos útil. Nos países em
desenvolvimento, os inquéritos por amostragem podem investigar determinados
aspetos deficientes nos Censos e dar mais fiabilidade à informação disponibilizada pela
má qualidade fornecida por esses Censos.

Em suma, os Censos geralmente produzem informação da população existente num


determinado momento no tempo (instantânea); enquanto os sistemas de registos
vitais produzem informação em fluxos, números ou acontecimentos que ocorrem ao
longo do tempo (contínua). Estes últimos podem também ser obtidos indiretamente
através de perguntas retrospetivas em inquéritos e censos ou por inquéritos
prospetivos. Ambos os tipos de dados são largamente usados, frequentemente em
combinação e em análise demográfica8.

Sítios de informação demográfica

Com o forte e acelerado desenvolvimento das novas tecnologias e, por aí, da Internet,
tornou-se possível aceder, de forma rápida e segura, a informação demográfica

8
Ver exemplos de inquéritos em
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_estudos&xlang=pt;
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOEStipo=ea&PU
BLICACOEScoleccao=107773&selTab=tab0&xlang=pt;
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=415
655178&DESTAQUESmodo=2;
http://www.ine.gov.mz/operacoes-estatisticas/inqueritos/inquerito-demografico-e-de-saude
(IDS de Moçambique).

59
disponibilizada online. Relativamente a sites de informação demográfica, para além do
site do Instituto Nacional de Estatística (INE)9, destacamos, a nível nacional, o
PORDATA e, a nível internacional10, o Eurostat.

PORDATA

A PORDATA assume-se como uma base de dados com estatísticas oficiais certificadas
sobre Portugal, abrangente em termos de diversidade de temas e de amplitude
temporal, já que inclui estatísticas, sempre que disponíveis, referentes ao período
entre 1960 e a atualidade. Nesta base de dados encontra-se disponibilizada informação
relevante e harmonizada relativa a doze temas distintos: População, Saúde, Educação,
Proteção Social, Emprego e Mercado de Trabalho, Empresas e Pessoal, Rendimentos e
Despesas Familiares, Habitação e Conforto, Justiça, Cultura, Contas Nacionais e Contas
do Estado.

A proposta subjacente à produção desta base de dados portuguesa é a


disponibilização, a todos os cidadãos, de informação rigorosa e isenta que permita
aprofundar o conhecimento e enriquecer o debate público sobre os grandes temas
nacionais.

Eurostat

O Eurostat11 produz estatísticas europeias em parceria com os institutos nacionais de


estatística e outras autoridades nacionais dos Estados-Membros da UE. Esta parceria é
conhecida como Sistema Estatístico Europeu (ESS). Também inclui as autoridades
estatísticas dos países do Espaço Económico Europeu (EEE) e da Suíça.

O Eurostat, autoridade estatística da União Europeia, foi criado em 1953 e é


atualmente uma Direcção-Geral (DG) da Comissão Europeia que tem como papel
fundamental fornecer estatísticas à Comissão e às outras instituições europeias para
que possam ser definidas, implementadas e analisadas as políticas comunitárias.

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main
9

A nível internacional são de indicar também os seguintes sites:


10

Nações Unidas - United Nations (UN) - https://www.un.org/en/library/page/databases ;


Organização Mundial de Saúde (OMS) - World Health Organization (WHO) -
https://www.who.int/
Human Mortality Database (HMD) - https://www.mortality.org/
Human Fertility Database (HFD) - https://www.humanfertility.org/
11
https://ec.europa.eu/eurostat/web/main/data/statistical-themes

60
3.4. QUALIDADE DOS DADOS – TESTES FUNDAMENTAIS À QUALIDADE
DOS DADOS

A preocupação de rigor que carateriza a Demografia e o uso frequente de estatísticas


de qualidade muito duvidosa levam a que os demógrafos sintam a obrigação
constante, antes de iniciar qualquer análise demográfica, de testar a qualidade dos
dados que vão trabalhar e se possível corrigi-los.

De facto, nenhum sistema estatístico é inteiramente livre de distorções. No caso dos


Censos, os erros mais comuns são os de contagem (ou de cobertura) e de informações
incompletas ou inexatas (ou de conteúdo) (Bandeira, 2004; Grupo Foz, 2021). Os
primeiros, que normalmente atraem mais atenção, surgem quando uma parcela da
população não é contada, por omissões na organização do Censos ou por vontade
própria (por exemplo no caso de crianças recém nascidas, populações com elevado
grau de mobilidade ou marcadas por alguma marginalidade, imigrantes clandestinos ou
outros indivíduos com motivos para evitar a enumeração) ou é alvo de dupla contagem
(por exemplo no caso de pessoas com duas residências ou quando, por motivos
políticos, se pretende destacar em volume uma determinada parcela da população em
função da etnia, da idade ou do sexo) (Bandeira, 2004). Os segundos surgem quando
são omissas informações ou são fornecidas informações incorretas (as incorreções
mais frequentes incidem sobre a declaração da idade12 e da referência de tempo)13.

Os erros de contagem e de conteúdo articulam-se, em parte, com os erros que


ocorrem ao nível da coleta dos dados propriamente dita e que envolve a organização,
conceção e planeamento do recenseamento bem como a qualidade dos agentes
recenseadores (Bandeira, 2004) Normalmente, os erros dos vários tipos podem ser
detetados através de um levantamento por amostra, executado logo depois do Censos,
que serve para avaliar a sua qualidade e definir fatores de correção.

Relativamente às estatísticas demográficas, encontram-se sobretudo erros na


declaração dos nascimentos e dos óbitos ou omissões de informação relevante14.

Estas incorreções sobre a idade devem-se sobretudo à atração dos números redondos
12

(terminados em 0 ou em 5). Este erro pode ser contornado através de uma questão sobre a
data de nascimento (Bandeira, 2004).
Existem outros erros menos comuns associados a temas mais específicos como a atividade
13

económica ou as migrações internacionais (Grupo Foz, 2021).


Em muitos países as populações não se dispõem facilmente a registar estes acontecimentos,
14

mesmo sendo obrigatório, por motivos que se prendem sobretudo com a distância a que se
encontram os locais de registo ou porque não encontram nenhuma vantagem nisso (Grupo Foz,
2021).

61
A informação básica para iniciar uma descrição ou uma análise demográfica incide
sobre as variáveis sexo e idade. A partir da composição destas duas variáveis chega-se
à estrutura da população por sexo e idade (possibilitando a análise do estado da
população) e a partir da desagregação dos dados por sexo e idade chega-se ao cálculo
de todos os indicadores demográficos (possibilitando a análise das dinâmicas da
população). Deste modo, antes de proceder a qualquer estudo demográfico, importa
avaliar, em particular, a confiabilidade que os dados sobre sexo e idade possam ter
(Grupo Foz, 2021).

3.4.1. A Relação de Masculinidade dos nascimentos

A Relação de Masculinidade15 dos nascimentos permite testar a qualidade do registo


dos nascimentos por sexos. Com efeito, tem sido frequentemente observado que uma
irregularidade de registo dos nascimentos acompanha, na maior parte dos casos, uma
distorção no valor assumido por este indicador (Nazareth, 2004). E também se tem
constatado que, a existência de uma má qualidade no registo dos nascimentos tende a
ser também acompanhada pela existência de uma má qualidade no registo dos óbitos
(Nazareth, 2004). Uma constatação que transforma a relação de masculinidade dos
nascimentos num teste à qualidade dos dados do registo civil em geral.

A relação de masculinidade dos nascimentos relaciona o número de nascimentos


masculinos por cada 100 nascimentos femininos:

Deste modo, a partir da relação dos nascimentos masculinos com os nascimentos


femininos, num determinado período, é possível observar se existem ou não
desequilíbrios entre os sexos e, por aí, identificar a existência ou não de erros ao nível
dos registos dos nascimentos.

Ora, como funciona então este teste? Segundo informações recolhidas nas análises
feitas em países com boas estatísticas demográficas, sabe-se que a relação de
masculinidade dos nascimentos anda em torno de 105 (ou seja, por cada 100
nascimentos de bebés do sexo feminino nascem 105 do sexo masculino), desde que se
excluam as variações aleatórias (Nazareth, 2004). A existência de desvios acentuados

15
Este indicador – Relação de Masculinidade – é também denominado por certos autores como
Razão de Masculinidade ou Razão de Sexos (Grupo Foz, 2021).

62
em relação a este valor médio remete para a possibilidade de existirem erros na
recolha e registo dos dados dos nascimentos.

Contudo, não se pode, desde logo, concluir que a qualidade dos dados é má, dado que
existem as flutuações que se prendem com o número de ocorrências (Nazareth,2004).
Sendo assim, é necessário avaliar se os desvios identificados se prendem com a
dimensão da população ou com a má qualidade dos dados.

Em função do número de nascimentos observados é, no entanto, possível precisar o


intervalo de variação deste erro que é devido à existência de populações pouco
numerosas (Nazareth, 2004). Existe uma fórmula para se encontrar o intervalo de
confiança16 dentro do qual, em princípio, a proporção dos nascimentos masculinos
pode variar, sem colocar em causa a qualidade dos dados.

Para um total de 1000 nascimentos convencionou-se que existem 512 nascimentos


masculinos e 488 nascimentos femininos, ou seja, uma proporção de 0,512
nascimentos do sexo masculino (Bandeira,2004; Nazareth,2004). Logo, os limites do
intervalo de confiança a 95% são determinados pela fórmula (Nazareth,2004):

- 0,512 é a probabilidade dos nascimentos masculinos;

- 0,488 é a probabilidade dos nascimentos femininos;

- 1,96 é uma constante do teste para uma margem de erro de 5%;

- n é a totalidade dos nascimentos.

Calcula-se os limites estatísticos x e y:

x =0,512 + margem de erro;


y =0,512 – margem de erro.
De seguida passa-se dos limites estatísticos aos limites de confiança da relação de
masculinidade encontrando-se o intervalo de confiança:

 limite superior x 100

16
É uma estimativa de um intervalo utilizado na estatística, que contém um parâmetro
populacional desconhecido. O intervalo de confiança é importante para indicar a margem de
incerteza (ou de imprecisão) frente a um cálculo efetuado (o termo foi introduzido pelo
matemático e estatístico Jerzy Neyman em 1937).

63
 limite inferior x 100

Se o valor encontrado no cálculo da relação de masculinidade dos nascimentos estiver


incluído no intervalo de confiança, em princípio, pode-se afirmar, que a qualidade de
registo dos nascimentos é boa. Por outro lado, se o valor encontrado no cálculo da
relação de masculinidade dos nascimentos não estiver incluído no intervalo de
confiança, existe a possibilidade de estar-se perante:

• uma má qualidade dos dados;

• um sobreregisto de nascimentos masculinos;

• um subregisto de nascimentos femininos.

Exemplo: Braga 2020

Nados-Vivos17 sexo masculino=918

Nados-Vivos sexo feminino=782

Total (ambos os sexos): 1700

Rmnv(2022) =(Nados-vivos do sexo masculino/Nados-vivos do sexo feminino) *100

Rmnv(2022) = (918/782)*100

Rmnv(2022) =117,4 (superior a 105):no conjunto dos nados-vivos de Braga em 2020,


para cada 100 nados-vivos do sexo feminino, existiram 117,4 nados-vivos do sexo
masculino.

Limite estatístico x = 0,512+0,02376

Limite estatístico y = 0,512 0,02376

Normalmente a relação de masculinidade dos nados-vivos é assimilada à relação de


17

masculinidade dos nascimentos (Bandeira, 2004).

64
Limite estatístico x = 0,53576

Limite estatístico y = 0,48824

Limites de confiança = [0,53576/(1-0,53576)] x 100

= [0,48824/(1-0,48824)] x 100

Limite de confiança superior= 115,4

Limite de confiança inferior= 95,4

O valor da relação de masculinidade dos nascimentos (nados-vivos) de Braga referido


ao ano de 2020 (117,4) não está contido no intervalo de confiança (de 115,4 a 95,4).
Logo a qualidade dos dados é duvidosa, podendo admitir-se que existe uma declaração
ou registo dos nados-vivos com deficiências, provavelmente mais acentuado no sexo
feminino.

Se a Relação de Masculinidade dos nascimentos permite analisar a qualidade dos


dados resultantes dos dados do registo civil, relativamente à qualidade dos dados dos
recenseamentos, pode-se recorrer, entre outros, ao Índice de Whipple, ao Índice
Irregularidade das Idades e ao Índice Combinado das Nações Unidas. Os primeiros
dois permitem testar, em particular, a atração por determinadas idades, enquanto o
terceiro permite medir a qualidade global de um recenseamento.

3.4.2. O Índice de Whipple

O Índice de Whipple não tem como finalidade a análise global da qualidade de um


recenseamento. Apenas permite demonstrar se existe ou não concentração simultânea
nas idades terminadas em 0 e 5.

Perante dados referidos à estrutura de uma população recenseada por idades e sexos,
o cálculo deste índice processa-se da seguinte forma (Nazareth, 2004):

Exemplo para os efetivos do sexo masculino:

- Somam-se os efetivos masculinos que têm entre 23 e 62 anos inclusive: 703;

- Somam-se os efetivos masculinos que, no intervalo anteriormente considerado, têm


idades que terminam em 0 e 5: 372;

- O índice obtém-se através da divisão do total da segunda soma por 1 quinto (1/5) do
total da primeira soma e multiplicando o resultado por 100:

65
IW (H) = [372/(703/5)] x 100

IW (H) = 265

No confronto entre este resultado e a tabela abaixo conclui-se que estamos perante
dados muito grosseiros, confirmando-se uma forte possibilidade de existir
concentração de declarações em idades terminadas em 0 e 5.

Fonte: Nazareth, 2004

O IW pode variar entre 100 (ausência total de concentração) e 500 (caso limite em
que todas as pessoas se declaram em idades terminadas em 0 e 5). As Nações Unidas
apresentam uma tabela de base empírica que permite interpretar a validade dos
resultados obtidos:
Dados muito exatos < 105
Dados relativamente exatos 105-110
Dados aproximados 110-125
Dados grosseiros 125-175
Dados muito grosseiros > 175
Fonte (Nazareth, 2004)

3.4.3. O Índice de Irregularidade das idades

O Índice de Irregularidade das Idades, apesar de mais sofisticado, tem sensivelmente


os mesmos objetivos que o Índice de Whipple. Serve também para testar se existe ou
não concentração em determinadas idades, no entanto, em vez de medir, de forma
global, a atração pelos números terminados em 0 e 5, permite medir todo o tipo de
atrações (Nazareth, 2004), isto é, pelos números pares, pelos números ímpares, pelos
números 0 e 5 (em separado), pelo número 7 ou outros números.

De facto, é mais frequente haver uma atração pelo 0 do que pelo 5 e também são os
números pares que exercem maior atração (Nazareth, 2004).

O cálculo deste indicador processa-se do seguinte modo:

Exemplo: medir a atração pelo número 7 nas idades referidas aos homens

Primeiro recolhe-se o número de efetivos relativos às idades terminadas em 7:

7 anos – 27
17 anos – 11
27 anos – 13
37 anos – 11
47 anos – 9
57 anos – 4
Fonte: Nazareth, 2004

66
De seguida recolhe-se os dados relativos às idades que enquadram as idades em
análise, como exemplo apresentamos então os dados referidos à idade 37:

35 anos – 20
36 anos – 35
37 anos – 11
38 anos – 18
39 anos – 5
Fonte: Nazareth, 2004

Partindo do princípio que as idades centrais correspondem à média dos efetivos de 5


anos que enquadram essas idades, divide-se o numerador (efetivos referidos às idades
centrais) pelo denominador (média dos efetivos referidos às 5 idades que enquadram
as idades centrais) em cada caso e multiplica-se o resultado por 100 (Nazareth, 2004).

Aplicando a fórmula: colocam-se os efetivos da idade cuja atração se pretende medir


em numerador (neste caso os efetivos com 37 anos) enquanto no denominador
colocam-se as médias aritméticas dos efetivos referidos às 5 idades que enquadram a
idade em análise (neste caso os efetivos dos 35,36,37,38,39 anos) e no final
multiplica-se o resultado por 100.

I(37) = 11/[(20+35+11+18+5)/5] x 100

I(37) = 0,617 x 100

I(37) = 62

Obtêm-se assim diversos índices referidos às idades em análise. No caso em exemplo,


para além do I(37), seriam ainda o I(7), I(17),I(27),I(47), I(57). Após o que seriam
representados graficamente; quando os índices obtidos têm um valor superior a 100,
existe atração, quando têm um valor inferior a 100, existe repulsão. Se os valores
andarem à volta de 100 podemos assumir que a qualidade é boa (Nazareth, 2004). No
caso do I(37) podemos concluir que não existe atração.

3.4.4. O Índice Combinado das Nações Unidas (ICNU)

O Índice Combinado das Nações Unidas (ICNU) mede a qualidade global de um


recenseamento. Trata-se de um teste muito fácil de calcular e que possibilita a
realização de comparações interessantes no tempo e no espaço.

Em termos práticos, o ICNU calcula-se da seguinte forma:

- Preparam-se os dados de modo a termos uma distribuição da população por sexos e


grupos de idades quinquenais (não convém ultrapassar os 80 anos de idade);

67
Exemplo:
Grupo etário Sexo masculino Sexo feminino
0-4 388898 380729
5-9 387764 374444
10-14 329901 316366
15-19 338290 344489
(…) (…) (…)
65 e +anos 181246 255102
Fonte:Nazareth, 2004.

- Calculam-se as relações de masculinidade em cada grupo etário, dividindo os efetivos


masculinos pelos efetivos femininos e multiplicando o resultado por 100;

Exemplo:

Rm(0-4) = (388898/380729) x 100 = 102,1

Rm(5-9) = (387764/374444) x 100 = 103,6

Rm(10-14) = (329901/316366) x 100 = 104,3

Rm(15-19) = (338290/344489) x 100 = 98,2

Fonte: Nazareth,2004.

- Fazem-se as diferenças sucessivas entre as diversas relações de masculinidade


obtidas, somam-se em módulo e calcula-se a diferença média de modo a obter o
Índice de Regularidade dos Sexos. O primeiro grupo 0-4 anos exclui-se por não ter
informação anterior e o último, 65 e +anos, também se excluí por não ter informação
(posterior) necessária para o cálculo do Índice de Regularidade das Idades.

Exemplo:

DS(5-9) = Rm(5-9) – Rm(0-4)

DS(5-9) = 103,6 – 102,1 = 1,5

DS(10-14) = 104,3 – 103,6 = 0,7

DS(15-19) = 98,2 – 104,3 = 6,1

DS (…) =…

Soma-se todas as diferenças sucessivas (DS) e divide-se pelo número de grupos


etários em análise (no caso 12) para calcular a média ou a diferença média, chegando
assim ao índice de regularidade dos sexos.

Diferença Média = 30,0 / 12 = 2,5

Fonte: Nazareth,2004.

68
- Para cada sexo calcula-se um Índice de Regularidade das Idades - IRI (H) e IRI (M).
Este índice constrói-se calculando, em primeiro lugar, as relações de regularidade,
através da divisão de cada grupo de idades pela média aritmética dos dois grupos
etários que o enquadram.

Exemplo:

IRI H(5-9)=387764/[(388898+329901)/2] x 100=107,9

IRI H(10-14)=329901/[(387764+338290)/2] x 100=90,9

IRI M(5-9)=374444/[(380729+316366)/2] x 100=107,4

IRI M(10-14)= 316366/[(374444+344489)/2] x 100=88,0

(…)

Fonte: Nazareth,2004.

- A partir de IRI H e IRI M, fazer a diferença em cada grupo etário para 100.

Exemplo:

D100(5-9) =100-IRI H(5-9)

D100(5-9) =100-107,9= 7,9

D100(5-9) =100-IRI M(5-9)

D100(5-9) =100-107,4 = 7,4

(…)

Fonte: Nazareth,2004.

- De seguida somar as diferenças absolutas para cada sexo (relativas a todos os


grupos etários) e calcular a média (dividir a soma das diferenças a 100 pelo número de
grupos etários, neste caso 12) ou o índice de regularidade das idades para cada sexo:

D100Média H = 64,1/12=5,3

D100Média M= 67,7/12=5,6.

Fonte: Nazareth,2004.

- Por fim, para o cálculo do valor do ICNU, multiplicar por 3 a média de DS ou o índice
de regularidade dos sexos e somar a média de diferenças a 100 dos IRI(s) dos homens
e a das mulheres (o ICNU calcula-se dando um coeficiente 3 ao índice de regularidade
dos sexos e um coeficiente 1 aos dois índices de regularidade das idades):

69
ICNU = (3 x 2,5) + 5,3 + 5,6

ICNU = 18,4

Fonte: Nazareth,2004.

De forma a facilitar a interpretação, as Nações Unidas sugerem uma grelha


classificativa:
<20 – Bom
20-40 – Mau
>40 – Muito Mau
Fonte : Nazareth, 2004

No confronto do valor do ICNU calculado, no âmbito do exemplo apresentado, com a


grelha classificativa das Nações Unidas pode-se concluir que os dados do
recenseamento em causa são confiáveis.

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ATIVIDADE FORMATIVA

1.Veja os dados das estatísticas demográficas (nados-vivos) de 2021 e do


recenseamento de 2021 nos anexos 2, 3 e 4.

a) Analise a qualidade dos dados dos nados-vivos para 2021.

b) Calcule o Índice Combinado das Nações Unidas (ICNU) referido ao recenseamento


de 2021.

Como avalia a qualidade dos dados do recenseamento de 2021?

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