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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Departamento de Demografia e Ciências Atuariais


Professores: Flávio Henrique M. de A. Freire e Marcos Roberto Gonzaga
FONTES DE DADOS:
As fontes de dados demográficos dividem-se em duas categorias, segundo a
natureza da coleta da informação:
 Enquetes – constitui-se, basicamente de pesquisas amostrais e algumas
variáveis que são coletadas periodicamente em caráter censitário.
Ex: Censo demográfico, PNAD, PNDS, entre outras.
 Registros contínuos – são bases de dados de registros que são tomados
no momento em que ocorre o evento. Em geral, estes registro que são
anotados de maneira descentralizada, periodicamente são catalogados
num banco de dados central.
Ex: Registro Civil, SINASC, SIM

Características de algumas fontes de dados brasileiras:

 Censo Demográfico
O primeiro recenseamento ocorrido de forma independente no Brasil foi em 1872.
Contudo, até 1920 os censos brasileiros se constituíam basicamente de uma
enumeração da população e não tinham periodicidade regular. A partir de 1940 o
censo brasileiro passou a ocorrer decenalmente e preocupou-se com a inclusão
de variáveis sociais, econômicas e demográficas. Hoje em dia, o censo
demográfico brasileiro é bem completo, com quesitos sobre identificação de idade
e sexo, emprego e renda, fecundidade, migração, deficiência, entre outras
variáveis medidas para os indivíduos. Além disso, o questionário do censo
demográfico 2000 conta com grande número de quesitos que permitem identificar
e caracterizar os domicílios.

Uma característica do censo demográfico é que só para algumas variáveis básicas


investiga-se de maneira censitária. Para grande parte das variáveis, o censo 2000
pesquisou numa amostra de 10% da população.
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Um Censo deve obedecer aos seguintes critérios:
1. Respaldo legal;
2. Periodicidade definida;
3. Simultaneidade de todo o levantamento;
4. Referência territorial pré-fixada;
5. Universalidade da enumeração dentro do território;
6. Enumeração individual de todas as pessoas;
7. Disponibilidade dos resultados dentro de prazos compatíveis com as
aplicações previstas.

As principais informações censitárias são:


1. Nome e sobrenome;
2. Idade e sexo;
3. Relação de parentesco com o chefe do domicílio ou da família;
4. Estado civil;
5. Ocupação, renda e demais características econômicas;
6. Alfabetização e outras características educacionais;
7. Deficiência;
8. Lugar de nascimento e/ou nacionalidade;
9. Lugar de residência anterior (migração)
10. Informação sobre filhos para mulheres acima de 10 anos

Diferença entre População presente e população residente

 PNAD – Pesquisa Nacional por amostra de domicílio


A PNAD foi implementada no Brasil em 1967, inicialmente como pesquisa
trimestral realizada em todo o País, com exceção do Distrito Federal e das regiões
Norte e Centro-Oeste, sendo que para o Distrito Federal eram coletados
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anualmente. A partir da década de 70 a PNAD passou a ter periodicidade anual e
cobertura nacional, com exceção da áreas rural das regiões Norte e Centro-Oeste.

Atualmente, a PNAD investiga grande parte da características investigadas no


censo demográfico. Entretanto, como tem periodicidade anual, sua amostra é bem
menor, com representatividade para o nível de UF ou região metropolitana.

 Registro Civil (IBGE)


Enquanto que o Censo consiste no levantamento de dados sobre todos os
indivíduos de uma população em momentos pré-estabelecidos, o Registro Civil
visa acompanhar as ocorrências de eventos que modificam o tamanho ou a
composição da população ao longo do tempo. A unidade de enumeração do
Registro Civil é o evento demográfico, enquanto que a unidade de enumeração do
Censo é o indivíduo. (Hakkert, 1996)
Segundo as Nações Unidas, um sistema de estatísticas vitais ou Registro Civil
deve compreender:
1. O registro oficial dos eventos vitais: óbitos, nascimentos, casamentos,
divórcios, etc;
2. A contabilização desses registros em informes estatísticos;
3. A sistematização e consolidação desses registros;
A elaboração e publicação periódicas de relatórios estatísticas sobre os eventos
registrados
No Brasil o Registro Civil está sob a responsabilidade do IBGE.
Segundo Hakkert (1996), vários estudos mostram que, no Brasil, o Censo
Demográfico tem melhor qualidade que o Registro Civil. Esta última fonte de
dados é problemática principalmente no que se refere ao sub-registro de
nascimentos, muitas vezes devido ao registro atrasado. Com relação aos óbitos,
vários estudos indicam que para alguns Estados, sobretudo nas regiões Norte e
Nordeste, os dados de óbitos do Registro Civil também estão sub-enumerados.
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 SINASC – Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Min. Da Saúde)
Nesse cenário de precariedade das bases de dados de registros vitais, o
Ministério da Saúde implantou, em 1990, para todo o Brasil, o Sistema de
Informação de Nascidos Vivos (SINASC), com base em um novo instrumento, a
Declaração de Nascidos Vivos (DN). Esse formulário permite a anotação de
informações pertinentes ao registro legal do recém-nascido, além daquelas que
possibilitam avaliar a situação da mãe e da criança na época do nascimento. A DN
contempla informações como: local do parto (hospital, outro estabelecimento de
saúde, domicílio, outro); endereço do local do nascimento, endereço de residência
da mãe; dia, mês, ano e hora do nascimento; sexo do recém-nascido; peso ao
nascer; índice de apgar no 1o e 5o minutos; duração da gestação; tipo de gravidez
(única, dupla, tríplice, 4 ou mais, ignorado); tipo de parto; n o de consultas pré-
natal; Nome e grau de instrução da mãe; no de filhos nascidos vivos da mãe; no de
filhos nascidos mortos que a mãe teve até aquela data; n o de abortos que a mãe
teve até aquela data e; nome do pai.

 SIM – Sistema de Informações de Mortalidade (Min. Da Saúde)


“O Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM, foi criado pelo Ministério da
Saúde em 1975, para a obtenção regular de dados sobre mortalidade, de forma
abrangente e confiável, para embasar os diversos níveis de gerenciamento em
suas ações de saúde. O sistema proporciona a produção de estatísticas de
mortalidade e a construção dos principais indicadores de saúde, permitindo
estudos não apenas do ponto de vista estatístico epidemiológico, mas também do
sócio-demográfico.
O documento-padrão para captação de dados sobre mortalidade, em todo o país,
é a Declaração de Óbito (DO), que é o resultado da padronização, efetuado em
1975, dos mais de quarenta modelos diferentes de Atestado de Óbito, então em
uso. O layout atual decorre de alterações sofridas desde então, com inclusão ou
alterações de variáveis, de modo a adequá-la à atualidade epidemiológica.” (sobre
o SIM com contribuição da profa. Lara de Melo Barbosa).

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