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Atividade 09
Todo esse processo gera resultados e permite o planejamento das ações a serem
tomadas a nível de município e localmente em cada uma das comunidades atendidas pelas
Unidades de Saúde que as abrangem.
Em Cocal, após o levantamento dos dados epidemiológicos, a gestão local repassa esses
dados e identifica as questões mais prioritárias, em seguida propõe ações como a realização de
abordagens em escolas, mutirões de saúde em praças públicas e conscientização através de
palestras e atividades nas próprias UBS, priorizando também as demandas particulares de
cada população atendida localmente. Todo esse processo também gera a discussão sobre a
necessidade da aquisição de equipamentos para a realização de exames de forma mais
frequente, a contratação de profissionais especialistas para atender a demanda de toda a
população do munícipio, não sobrecarregando os outros munícipios, além da compra de
insumos e medicamentos para os grupos prioritários e com comorbidades de maior
prevalência.
Comparando os dados entre os anos de 2010 e 2020 houve queda de 4 dos 7 indicadores
de saúde no município de Cocal-PI. Esses números apontam para uma melhora no cenário da
Saúde como um todo nesse município. Houve decréscimo em quase todas as taxas de
mortalidade com relativa estabilidade na taxa de natalidade. Isso reflete um avanço e
eficiência nas ações de prevenção e cuidado voltadas para a população neonatal e da
população como um todo. O aumento na taxa de mortalidade na infância sinaliza não
necessariamente para uma piora na atenção a saúde dessa população, mas em outros aspectos
como o socioeconômico também pode haver um comprometimento. Não há notificações
nesses dois anos em relação ao número de óbitos maternos. Isso pode nos levar a inferir uma
provável atenção maior a assistência pré-natal, ao parto e ao puerpério.
Tabela 1
Tabela 2
Na tabela 2 em relação ao número de óbitos por outras afecções, que não as do item I,
os homens ainda são os mais expostos as causas externas como acidentes e violência urbana,
enquanto as mulheres estão mais suscetíveis a Doenças do Aparelho Circulatório, Metabólicas
e Neoplasias. Em relação as doenças infecciosas e parasitárias a população masculina no
período da pandemia apresentou um maior número de óbitos também devido ao fato de a
população economicamente ativa ser composta ainda pela maioria de homes adultos.
Em ambas as tabelas outro dado que nos chama atenção é a diminuição do número de
óbitos relacionados a Doenças do Aparelho Respiratório em todas as faixas etárias e sexo
comparando os anos até 2019 aos anos de 2020 e 2021. Provavelmente esse decréscimo tenha
ocorrido também no contexto da pandemia, devido as medidas de prevenção como o uso de
máscaras, distanciamento social e outras medidas voltadas para diminuição e detecção
principalmente de sintomas respiratórios.
A partir da análise desses dados e de outros indicadores como faixa etária, sexo,
trimestre gestacional, etc. Atualmente, observa-se um progressivo aumento dos casos de sífilis
congênita nos últimos 10 anos, assim como a taxa de mortalidade infantil pela doença. É
importante ressaltar a presença de taxas elevadas na região Nordeste.
A partir desses dados é possível inferir que houve uma provável melhora nos serviços
de saúde relacionados ao atendimento de pré-natal, devido ao aumento na quase totalidade
dos indicadores. Esses números refletem uma melhoria no adequado acolhimento e detecção
precoce da gravidez, na correta solicitação e eficaz análise de exames da rotina pré-natal,
assim como o acompanhamento adequado. Vale ressaltar a diminuição do número de
gestantes com 4 a 5 atendimentos. Esse dado nos revela uma provável descontinuidade das
consultas de pré-natal devido à resistência ou desinteresse de algumas gestantes em realizar o
número de consultas considerado adequado, por não apresentarem nenhuma complicação,
principalmente em multíparas.
É fato que esses indicadores são muito importantes para avaliar a qualidade do
atendimento pré-natal como um todo, acompanhamento necessário para garantir uma gestação
e um parto com menos riscos de complicações.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN é mais uma das
ferramentas que compõem o sistema de informação em saúde. Sua função é fornecer
informações sobre as doenças de notificação compulsória.
Ainda de acordo com o SINAN os dados referentes a violência sexual mostram que
houve 3 notificações no ano de 2015, 1 notificação em 2016, 3 notificações em 2019 e 6
notificações em 2021.
Com o advento da pandemia agravou-se ainda mais essa queda, tanto inicialmente pela
interrupção dos serviços de vacinação (com o adiamento de doses programadas) quanto ao
movimento contra a vacinação, além do direcionamento dos esforços para o enfrentamento da
pandemia.
Ainda em relação aos sistemas de informação em saúde, os mesmos estão sob a gestão
da Secretaria de Vigilância em Saúde e das Secretárias de Saúde. Outras duas importantes
ferramentas são o Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM e o Sistema de Informação
sobre Nascidos Vivos – SINASC.
É válido ressaltar que a gestão em saúde do munícipio que trabalho atualmente nos
incentiva e nos dá liberdade para propor e elaborar ações locais a partir das dificuldades
específicas de cada UBS. Além das campanhas e ações coletivas em datas específicas a
unidade que trabalho, assim como outras, realizam intervenções em datas que melhor se
adequam a sua realidade, no entanto, o resultado dessas ações são repassados através de
relatórios para a Secretária de Saúde.