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ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE

INDICADORES DE SAÚDE
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE COLETIVA I


BACHARELADO EM ENFERMAGEM
5º PERÍODO - 2023/1
Análise de Situação de Saúde (ASIS): Método de análise que permite medir,
caracterizar e explicar o perfil de saúde-doença de uma população, bem
como seus determinantes biológicos, sociais, econômicos, ambientais e
ecológicos.

Dessa forma, essa análise nada mais é do que usar as ferramentas


disponíveis na epidemiologia para o planejamento, avaliação e
direcionamento de ações para resolução dos problemas existentes no
território, o que a torna essencial no trabalho cotidiano das equipes de saúde.

Os dados mais utilizados para a realização da ASIS são os dados dos


Sistemas de Informação do SUS.

Esses dados são produzidos no cotidiano dos serviços. São coletados através
de instrumentos padronizados, e então processados, analisados e validados
para, assim, gerar a informação, que deverá ser utilizada para planejamento e
ação, com o objetivo de melhorar a situação de saúde das pessoas.
Para efetuar a ASIS, são utilizadas, predominantemente, as medidas de
mortalidade e morbidade. Esses eventos geralmente são usados pela qualidade e
facilidade de obtenção dos dados, e para propiciar alertas que permitam gerar
intervenções oportunas e necessárias.

Para embasar debates sobre as necessidades de saúde da comunidade e a


formulação de políticas públicas, a ASIS pode subsidiar as equipes municipais a
elaborar, emitir e divulgar informes epidemiológicos para a sociedade civil, o
Conselho Municipal de Saúde (CMS), os Conselhos locais, entre outros.

Indicadores de saúde
Indicadores são medidas compostas de numerador e denominador, usadas para
ajudar a descrever uma situação existente e para avaliar mudanças ou tendências
durante um período de tempo em determinada população, ou de um evento entre
populações diferentes. Por exemplo: através de indicadores devidamente
calculados, é possível avaliar se a mortalidade por doenças cardiovasculares no
município X foi maior na década de 2001-2010 ou 2011-2020, ou ainda se no
município Y a mortalidade infantil em 2019 foi maior que no município W. A maioria
dos Indicadores são de natureza quantitativa, mas há alguns que são qualitativos.
Os Indicadores de Saúde são necessários para:
● Analisar a situação atual;
● Fazer comparações;
● Propor intervenções necessárias e ações de saúde;
● Monitorar o progresso na implementação dos programas de saúde;
● Avaliar mudanças ao longo do tempo e impacto no nível de saúde da
população.
Através da análise de indicadores, o gestor municipal pode desvendar
diferenças nos níveis de saúde entre subgrupos específicos da população,
tais como áreas urbanas e rurais, pessoas com diferentes níveis
socioeconômicos, de escolaridade, etc.
Os indicadores mais úteis para a VS podem ser agrupados em três
categorias:
● Estado nutricional;
● Morbidade;
● Mortalidade.
Os indicadores de morbidade são medidas que retratam as doenças, por meio
do cálculo de sua incidência (número de casos novos em um período
determinado) e de sua prevalência (número total de casos, antigos e novos, em
um determinado período).

Usa-se a incidência principalmente para doenças de curta duração ou


agudas, e a prevalência para doenças crônicas. Para poder realizar
comparações entre populações e períodos diferentes, é necessário calcular as
taxas, dividindo o número de doentes pela população exposta ou em risco no
mesmo período.

Os indicadores de mortalidade representam a intensidade com que os óbitos por


uma determinada doença ocorrem numa certa população. As principais medidas
de mortalidade são:

Coeficiente de Mortalidade Geral (CGM): Mede o risco de morte de determinada


população por qualquer causa. Calcula-se dividindo o número de óbitos em
determinado período pela população em risco do mesmo período, multiplicado por
100.000.
Coeficiente de Mortalidade por Faixa Etária: Este indicador é importante para mostrar
principalmente as mortes prematuras. Nesse caso, o numerador deve conter o número de
óbitos em determinada faixa etária, e o denominador a população da mesma faixa etária
no período, multiplicado por 100.000.

Coeficiente de Mortalidade por Causa: Importante fazer a análise das mortes por
causas evitáveis, que são óbitos que poderiam ter sido evitados caso tivesse havido
intervenções adequadas e oportunas de promoção, prevenção e/ou assistência. Nesse
caso, o numerador deve conter o número de óbitos em determinada causa, e o
denominador a população residente no período, multiplicado por 100.000.

Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI): É um indicador utilizado mundialmente, para


além da área da saúde, como medida de qualidade de vida e desenvolvimento. Tem como
numerador os óbitos de nascidos vivos menores de 1 ano, e no denominador o número de
nascidos vivos do período, multiplicado por 1.000. Ele é subdividido em relação ao período
de vida em que o óbito ocorreu: neonatal (0 a 27 dias de vida) e pós-neonatal (28 dias até
11 meses e 29 dias).
Os óbitos infantis refletem a assistência ao pré-natal e ao parto, e todos devem ser
investigados criteriosamente, através dos Comitês de Vigilância de Óbito Materno e Infantil
(CVOMI).
Sistemas de Informação
A informação é uma ferramenta imprescindível para a Vigilância em Saúde, pois os
dados são essenciais para a tomada de decisão pelos gestores municipais.

Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são o conjunto de componentes que


coletam, processam, armazenam, analisam e distribuem a informação.
No Brasil, o SIS é composto por vários sistemas que geram grandes bancos
nacionais com dados originários de cada um dos municípios brasileiros.

Os Sistemas de Informação do SUS devem gerar relatórios que possibilitem a


análise da situação de saúde nos municípios, considerando as diversas
variáveis que incluem as condições de vida da população na determinação do
processo saúde-doença.

O gestor municipal e sua equipe têm a responsabilidade não apenas de promover


a correta e sistemática alimentação dos dados locais nos sistemas de informações,
mas também de prezar pela sua organização, gestão e retroalimentação para as
unidades notificantes.
Os principais sistemas de informação utilizados pela Vigilância Epidemiológica
para subsidiar a tomada de decisão no território:

Sistema de Informação de Mortalidade (SIM): Sistema para registro de dados de


mortalidade, cujas variáveis permitem, a partir da causa mortis atestada pelo
médico, construir indicadores e processar análises epidemiológicas que
contribuam para a eficiência da gestão em saúde.

Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC): Registra dados referentes


aos nascimentos, a fim de subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da
mulher e da criança, além de propiciar um aporte significativo de dados sobre
nascidos vivos, com suas características mais importantes, como: sexo, local onde
ocorreu o nascimento, tipo de parto e peso ao nascer, entre outras.

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN): É alimentado pelas


notificações e investigações de casos de doenças e agravos que constam na Lista
Nacional de Doenças de Notificação Compulsória, mas é facultado aos Estados e
Municípios incluir outros problemas de saúde de relevância para a saúde pública
da região.
O acompanhamento do número de casos de uma doença em uma área ao longo
do tempo permite identificar a ocorrência de surtos ou epidemias.
Não existe um percentual pré-estabelecido para todas as doenças. Às vezes, um
ou dois casos podem ser considerados um surto em lugares onde nunca ocorreu
um determinado agravo.

e-SUS Notifica: Sistema para registro de notificação de casos de síndrome gripal


suspeitos e confirmados de covid-19 e tipos de testes laboratoriais aplicados, bem
como resultado dos testes, evolução e encerramento dos casos.
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI):
Sistema para registro, por faixa etária, das doses de imunobiológicos aplicadas e
cálculo da cobertura vacinal. Fornece informações sobre rotina e campanhas, taxa
de abandono e envio de boletins de imunização. Gerencia os atendimentos, o
estoque e a distribuição dos imunobiológicos. Possibilita o controle das perdas
físicas e técnicas de vacinas em todas as instâncias. E identifica as reações que
estão ocorrendo pós vacinação, notificando os eventos adversos observados nos
usuários vacinados.
Gerenciamento de Ambiente Laboratorial (GAL): Utilizado pelo Sistema
Nacional de Laboratórios de Saúde Pública das Redes Nacionais de Laboratórios
de Vigilância Epidemiológica e Vigilância em Saúde Ambiental, proporcionando o
gerenciamento das rotinas, o acompanhamento das etapas da realização dos
exames/ensaios e a obtenção de relatórios
produção/epidemiológicos/analíticos.

Envia os resultados dos exames laboratoriais de casos suspeitos ou confirmados


(positivos/negativos) das Doenças de Notificação Compulsórias (DNC) ao Sistema
de Informação de Agravos de Notificação - SINAN.

Auxilia nas tomadas de decisões epidemiológicas e gerenciais dos laboratórios de


saúde pública.

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