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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE ENFERMAGEM

MARIA LUIZA NASCIMENTO DOS SANTO

MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL DE 2014 A 2019: UM ESTUDO


DOCUMENTAL

SALVADOR
2018
MARIA LUIZA NASCIMENTO DOS SANTOS

MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL DE 2014 A 2019: UM ESTUDO


DOCUMENTAL

Trabalho acadêmico apresentado a disciplina enfc33:


Metodologia da Pesquisa I, ao programa de Graduação da
Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia para
obtenção de nota no componente curricular

Área de concentração Metodologia da Pesquisa e Enfermagem


Comunitária

Orientadora Prof.ª Dr.ª Mirian Santos Paiva

Tirocinante Prof.ª Cristina Vitor

SALVADOR
2018
Santos MLNS. Mortalidade Infantil no Brasil de 2014 a 2019. Um estudo documental.
[Trabalho de conclusão de curso]. Salvador: Escola de Enfermagem, Universidade
Federal da Bahia; 2018.

RESUMO
Introdução A mortalidade infantil consiste na morte de crianças no primeiro ano de
vida e tem como indicador a taxa de mortalidade infantil que é calculada através da
mortalidade infantil observada em um ano, considerando o número dos nascidos vivos
do referido ano. O Brasil possui um longo histórico de má distribuição de renda e de
serviços públicos por regiões, o que proporcionou ao longo da sua história marcadores
graves de mortalidade infantil. A partir da década 1990 o Brasil passou por drásticas
mudanças epidemiológicas em decorrência de avanços público na área de saneamento,
aumento da distribuição de água potável, e a ampliação aos serviços de saúde com a
criação e incorporação do Sistema único de Saúde (SUS), este cenário propiciou entre
outros benefícios a redução da mortalidade infantil bem como a mudança do perfil
epidemiológico brasileiro. O considerável declínio da mortalidade infantil no Brasil
prossegui-o firme por 26 anos, contudo em 2016 a taxa de mortalidade retornou a
crescer. No ano de 2016, o Brasil viveu um quadro do Zika Vírus, doença transmitida
pelo mosquito Aedes aegypti e que pode ser retransmitida através de uma infecção
materna durante a gestação, podendo gerar graves problemas de saúde para crianças
infectadas ao apresentarem um quadro de Zika congênita ao nascerem, com má
formação facial, microcefalia e problemas neuromotor associados. Somado aos
problemas do surto do Zika Vírus, o período de 2016 apresentou outros indicadores que
serviram direta ou indiretamente para o aumento da mortalidade infantil. No ano em
questão o país sofreu uma grave crise econômica com aumento considerável do número
de desempregados, redução de gastos públicos em setores como a saúde, educação e
segurança pública devido ao ajuste fiscal implementada pelo governo que iniciou no
mesmo ano. Em concomitância ainda em 2016 o Ministério da saúde registrou o menor
índice de vacinação infantil em 16 ano. Objetivo apresentar o cenário da mortalidade
infantil no Brasil nos últimos anos; demonstrar as principais causas para o aumento na
taxa de óbito infantil no país; e compreender a relação dos novos determinantes para a
mortalidade infantil e constatar com o cenário Político e econômico do país.
PALAVRAS-CHAVE: Mortalidade infantil; Taxa da mortalidade infantil; Indicadores
da mortalidade; Políticas públicas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
5
1.1 OBJETIVOS
7
2 METODOLOGIA
8
3 REFERÊNCIAS 9
1 INTRODUÇÃO

A mortalidade infantil consiste na morte de crianças no primeiro ano de vida e tem


como indicador a taxa de mortalidade infantil que é calculada através da mortalidade
infantil observada em um ano, considerando o número dos nascidos vivos do referido
ano.

A taxa de mortalidade infantil reflete um indicador clássico das condições de vida da


população, relacionado a múltiplos fatores, “como condições biológicas maternas e
infantis (idade da mãe, prematuridade, baixo peso ao nascer), condições ambientais e
assistenciais (acesso aos serviços de saúde, saneamento básico) e, sobretudo, condições
sociais que organizam a vida das pessoas (moradia, trabalho, renda, educação) ”
(BANDO, 2011 p. 768). Em resumo a mortalidade infantil tem causas multifatoriais que
podem por sua vez serem agravadas quando consideradas questões de abrangências
geográficas.

O Brasil possui grande extensão territorial o que representa para os governos


(federal, estadual e municipal) desafios a serem trabalhados com vista a promover o
desenvolvimento da saúde e combate as inequidades como a mortalidade infantil.
Quando comparada as condições econômicas, sociais, epidemiológicas, ambientais,
entre outras, das regiões do país nota-se um diversificado perfil epistemológico dos
brasileiros exemplificado pelas desigualdades sociais e regionais, o que gera um forte
obstáculo a redução do atual quadro de mortalidade infantil.

O Brasil possui um longo histórico de má distribuição de renda e de serviços


públicos por regiões, o que proporcionou ao longo da sua história marcadores graves de
mortalidade infantil, com destaque para doenças infectocontagiosas, desnutrição severa,
surto de doenças endêmicas, a maioria causas evitáveis. A partir da década 1990 o
Brasil passou por drásticas mudanças epidemiológicas em decorrência de avanços
público na área de saneamento e aumento da distribuição de água potável, e a ampliação
aos serviços de saúde com a criação e incorporação do Sistema único de Saúde (SUS),
este cenário propiciou entre outros benefícios a redução da mortalidade infantil bem
como a mudança do perfil epidemiológico brasileiro.

Com o fortalecimento do SUS consequentemente inicia-se a ampliação das políticas


de saúde como Programa de Saúde da Família (PSF). “O PSF, criado em 1994 pelo
Ministério da Saúde, teve como principal propósito, segundo o discurso oficial, a
reorganização à prática de atenção à saúde em novas bases, levando a saúde para mais
perto da família e melhorando a qualidade de vida dos brasileiros” (DUARTE,2007,
p4). “No contexto brasileiro, diversos estudos ecológicos têm sugerido associação entre
a cobertura da atenção básica à saúde pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e melhora
das condições de vida, e a queda da TMI” (BANDO, 2011, p 769).

Segundo estudos a diminuição da taxa da mortalidade infantil seguiu rumo ao


declínio com maior confiança a partir dos anos de 2002, com a mudança no paradigma
econômico e político do país, que permitiu diminuição do desemprego, maior acesso à
educação em especial ao nível superior, construções em vias urbanas e rurais
facilitando o deslocamento entre o campo e a cidade , ampliação de benefícios
assistenciais, permitindo a diminuição considerável da miséria extrema no pais,
ampliação e fortalecimento dos serviços de saúde com destaques para Programas de
vacinação infantil, Política Nacional de Humanização e Política de atenção ao Pré Natal
de mulheres de baixa renda assistida por programas assistências.

O considerável declínio da mortalidade infantil no Brasil prossegui-o firme por 26


anos, contudo em 2016 a taxa de mortalidade voltou a crescer. Segundo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística na década de 90 o país apresentou taxa de 37,2
mortos por mil nascidos vivos, já em 2015 a taxa era de 13,3 (a cada mil), um avanço
para saúde e bom indicador de desenvolvimento, em contrapartida o retrocesso ocorreu
no ano seguinte 2016 com aumento 14 mortes a cada mil, um aumento de 4,8 em
relação ao ano anterior.

No ano de 2016, o Brasil viveu um quadro do Zika Vírus, doença transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti e que pode ser retransmitida através de uma infecção materna
durante a gestação, podendo gerar graves problemas de saúde para crianças infectadas
ao apresentarem um quadro de Zika congênita ao nascerem, com má formação facial,
microcefalia e problemas neuromotor associados. O surto da Zika vírus atingiu grande
parte do país mais atingiu com maior intensidade a região Nordeste, que apresenta clima
úmido praticamente o ano inteiro ideal para a procriação dos mosquitos transmissores.
A transmissão do Zika vírus além de gerar deficiências físicas e motoras em crianças
também foi grande responsável pelo aumento da mortalidade infantil.

Somado aos problemas do surto do Zika Vírus, o período de 2016 apresentou


outros indicadores que serviram direta ou indiretamente para o aumento da mortalidade
infantil. No ano em questão o país sofreu uma grave crise econômica com aumento
considerável do número de desempregados, redução de gastos públicos em setores como
a saúde, educação e segurança pública devido ao ajuste fiscal implementada pelo
governo que iniciou no mesmo ano. Concomitância ainda em 2016 o Ministério da
saúde registrou o menor índice de vacinação infantil em 16 anos.

Com a produção da presente revisão e divulgação dos seus resultados este estudo
busca relevância na produção de conhecimento científico sobre o tema mortalidade
infantil e seus determinantes, bem como uma breve revisão dos aspectos recentes que
contribuíram para o crescimento da taxa de mortalidade infantil, ao ponto que tem por
intenção criar outros estudos que possam servir de base para políticas públicas.

1.1 OBJETIVOS

Diante do exposto a cima este estudo tem como objetivo apresentar o cenário da
mortalidade infantil no Brasil nos últimos anos; demonstrar as principais causas para
o aumento na taxa de óbito infantil no país; e compreender a relação dos novos
determinantes para a mortalidade infantil e constatar com o cenário Político e
econômico do país.
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa. O estudo qualitativo compreende um
conjunto de técnicas interpretativas que visa analisar e descrever um sistema complexo
do mundo social com o sentido de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre
teoria e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979 apud NEVES, 1996).

O estudo possui como método qualitativo a pesquisa documental em que é


constituída pela busca de matérias que ainda não receberam um tratamento analítico ou
que podem ser reexaminadas com vistas a uma interpretação nova ou complementar,
como sugere Neves, 1996:

O estudo de caso, é análise profunda de uma unidade de estudo [...] visa ao


exame detalhado de um ambiente, um sujeito, ou uma situação em particular.
[...] tem se tornado a modalidade preferida daqueles que procuram saber como e
por que certos fenômenos acontecem, ou dos que se dedicam a analisar eventos
sobre os quais a possibilidade de controle é reduzida ou quando os fenômenos
analisados são atuais e só fazem sentido dentro de um contexto específico
(NEVES,1996, p3).

Por se tratar de uma temática contemporânea com contexto temporal que abrange
os últimos cincos anos do país e que apesar dos acontecimentos referentes a
mortalidade infantil ser motivo de constate estudos na área da saúde, entretanto tais
produções e trabalhos acadêmicos levam um certo tempo para começarem a se
desenvolverem. Por esta razão foi escolhida como método de desenvolvimento para
este trabalho a pesquisa documental por fazer uso dos mais variados bancos de
pesquisa como reportagem,
3 REFERÊNCIAS

BANDO, Daniel Hidekiet al. Tendência das taxas de mortalidade infantil e de seus
componentes em Guarulhos-SP, no período de 1996 a 2011. Epidemiologia e Serviços
de Saúde [online]. 2014, v. 23, n. 4 [. Acessado 03 dezembros 2018], pp. 767-772.
Disponível em: <https://doi.org/10.5123/S1679-49742014000400019>. ISSN 2237-
9622. https://doi.org/10.5123/S1679-49742014000400019.

DUARTE, C.M.R. Reflexos das Políticas de Saúde sobre as tendências da mortalidade


infantil no Brasil: revisão da literatura sobre a última década. Cad. Saúde Pública, Rio
de Janeiro, 23(7):1511-1528, jul, 2007. Scielo [online]. [. Acessado 03 de dezembro de
2018]. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/csp/2007.v23n7/1511-1528/pt>.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Amostra


por domicílios. 2016. IBGE [online]. 2016. Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/trabalho/17270-pnad-
continua.html?=&t=o-que-e>. [Acessado no dia 03 de dezembro de 2018].

NEVES, J.L. Pesquisa Qualitativa – Características, uso e possibilidades. Caderno de


Pesquisa em Administração. São Paulo, V.1, N°3, 2°SEM/1996. Disponível em:
<https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/34607124/pesquisa_qualitativa_c
aracteristicas_usos_e_possibilidades.pdf?
AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1558931200&Signature
=7yAe2qIfYVD7NUIsBcj6uWZjH5I%3D&response-content-disposition=inline% 3B
%20filename %3DPESQUISA_ qualitativa_ caracteristicas_uso.pd f>. [Acessado no dia
25 de maio de 2019].

SIMÕES, C.C.S. Perfis de saúde e de mortalidade no Brasil: uma análise de seus


condicionantes em grupos populacionais específicos. Brasília: Organização Pan-
Americana da Saúde; 2002. BVS [online]. [. Acessado 03 de dezembro de 2018].
Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/perfis.pdf>.

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