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Saúde e Pesquisa

DOI: 10.17765/2176-9206.2023v16n2.e11200

Gravidez na adolescência: aspectos epidemiológicos da maternidade


precoce no estado do Pará, Brasil

Adolescent pregnancy: epidemiological aspects of early motherhood in the state of Pará,


Brazil

Nataly Salvatierra Sodré1*, Nádia Teresinha Schröder2, Eliane Fraga da Silveira3


1
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas (RS),
Brasil; 2, 3 Docentes do Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas
(RS), Brasil.

*Autor correspondente:Nataly Salvatierra Sodré – E-mail: natalyssodre@gmail.com

RESUMO
A adolescência é caracterizada por modificações físicas, mentais e comportamentais nesta fase de
transição para a vida adulta. Avaliaram-se a taxa de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos residentes
nas macrorregiões de saúde do estado do Pará e seus parâmetros sociodemográficos, da gestação e parto,
no período de 2010 a 2020. O estudo é descritivo e analítico e utilizou dados do SINASC/DATASUS. Em
2014, a maior taxa de fecundidade (106,5%) foi na Macrorregião de Saúde III. As mães solteiras ou em
união consensual, cor/raça parda e entre 8 a 11 anos de estudo foram as predominantes. O pré-natal foi
de quatro a seis consultas entre 37 e 41 semanas. A gravidez precoce em adolescentes expõe a riscos
sociais e de saúde como abandono escolar, falta de rede de apoio nos cuidados do bebê, prejuízo na
colocação no mercado de trabalho e problemas de saúde mental.

Palavras-chave: Gravidez na adolescência. Saúde reprodutiva. Taxa de fecundidade.

ABSTRACT
Adolescence is the transition phase to adulthood when physical, mental, and behavioral changes occur.
The study evaluated the fertility rate of women aged 15 to 19 years living in the health macroregions of
the state of Pará and their sociodemographic parameters, pregnancy and childbirth, from 2010 to 2020.
The study is descriptive and analytical and uses data from SINASC/DATASUS. In 2014, the highest fertility
rate (106.5%) was in Health Macroregion III. Single mothers or mothers in consensual unions, brown
color/race, and between 8 and 11 years of study were the predominant ones. They had four to six prenatal
care appointments between 37 and 41 weeks. Early pregnancy in adolescents exposes them to social
and health risks such as school dropout, lack of support network in baby care, disadvantage in the labor
market, and mental health problems.

Keywords: Pregnancy in adolescence. Reproductive health. Fecundity rate.

Recebido em Setembro 15, 2022


Aceito em Maio 21, 2023

Saud Pesq. 2023;16(2):e-11200 - e-ISSN 2176-9206


Sodré, Schröder, Silveira

INTRODUÇÃO depressão e violência9,10,6. As baixas condições


socioeconômicas relacionam-se com essas
A adolescência é caracterizada vivências; e, juntas, elas têm influência na
pela segunda década de vida durante o evasão escolar, falta de qualificação profissional
desenvolvimento humano, na qual ocorrem e abandono dos projetos de vida, que acentuam
transformações e adaptações nas dimensões a vulnerabilidade social10,11. Dessa forma, os
biológicas, psicológicas e socioculturais de um países subdesenvolvidos apresentam os maiores
indivíduo1. Nessa fase é que há a descoberta números de casos de parturientes adolescentes
do corpo e do prazer sexual, possibilitando na escala global12.
um aumento nos riscos da gravidez precoce O Brasil é um dos líderes em relação à
e indesejada2. maternidade precoce na América Latina, com um
A Organização Mundial da Saúde (OMS) risco de gravidez quatro vezes superior aos
estabeleceu o grupo etário de 10 a 19 anos países da Europa13,14. Em 2020, o Brasil registrou
correspondente à adolescência3. O Estatuto da 14% de nascidos vivos de adolescentes até 19
Criança e do Adolescente (ECA) define “criança” anos, e a maior média (21,3%) está registrada
como sendo a pessoa até 12 anos de idade na Região Norte, além das Regiões Nordeste e
incompletos; e “adolescente”, aquela que possui Centro-Oeste15,16. A análise da variação espacial
entre 12 e 18 anos de idade4. O Estatuto da da gravidez na adolescência realizada no Brasil
Juventude definiu como “adolescentes-jovens” evidenciou que as medianas mais altas da taxa
aqueles situados entre 15 e 17 anos5. O marco de fecundidade ocorreram em mulheres de 15
etário é fundamental para o planejamento e a 19 anos com escolaridade inferior a oito anos
implantação de políticas públicas, todavia, devido de estudo, residentes nas Regiões Norte, Centro-
às singularidades das idades e experiências, Oeste e Nordeste14. Na Região Norte, o estado do
a atenção integral à saúde para esse grupo Pará ocupa a segunda posição quanto à maior
permanece um desafio6. incidência de mães adolescentes17.
Anualmente, cerca de 16 milhões de Devido aos altos índices que expõem a
mulheres entre 15 e 19 anos ficam grávidas complexidade do tema e apontam um grande
no mundo7. A gravidez na adolescência é uma problema de saúde pública, o estudo teve como
condição que oferece grande risco, tanto para a objetivo analisar a taxa de fecundidade bem
saúde da mãe quanto para a do recém-nascido, como as características maternas e do neonato
pois são frequentes os casos de síndrome de adolescentes de 15 a 19 anos residentes nas
hipertensiva, parto prematuro, anemia, entre macrorregiões de saúde do estado do Pará, no
outros8. Nessa faixa etária, a probabilidade de período de 2010 a 2020.
morte da mãe, decorrente de complicações,
é duas vezes maior quando comparada às de
jovens-adultas8. Além do mais, quando a gestação METODOLOGIA
é indesejada e/ou sem apoio familiar, os abortos
são provocados em condições inapropriadas nos Trata-se de um estudo descritivo, analítico
países onde a prática é clandestina, tornando-se a e retrospectivo, dos nascidos vivos segundo o
principal causa de óbito das adolescentes8. local de residência das mães adolescentes nas
Algumas outras dificuldades estão macrorregiões de saúde do estado do Pará,
associadas à gravidez na adolescência, tais durante o período de 2010 a 2020. Ele possui
como as infecções sexualmente transmissíveis o segundo maior território do Brasil, com uma
(ISTs), uso de drogas, distúrbios alimentares, área de 1.245.870,700 km²18. Na Região Norte,

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é também o mais populoso, com 8.777.124 com outras três Unidades Federativas de médio
habitantes e uma densidade demográfica de desenvolvimento20. O estado do Pará é constituído
6,07 hab./km²19. No país, ocupa a 23ª posição no por quatro macrorregiões de saúde, que reúnem
ranking do Índice de Desenvolvimento Humano 13 regiões de saúde e 144 municípios (Figura 1).
Municipal (IDHM), com 0,698, aparecendo junto

Figura 1. Macrorregiões de Saúde, Pará, Brasil.

A “macrorregião de saúde” é definida de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de


como o espaço regional ampliado que garante a Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), e de
resolutividade da Rede de Atenção à Saúde (RAS)21. outras estimativas importadas do Ministério da
Nela estão integradas as “regiões de saúde”, Saúde (MS). No SINASC, as variáveis selecionadas
determinadas como o espaço geográfico formado para a mãe com idade de 15 a 19 anos foram:
pelo agrupamento de municípios limítrofes, que número de nascidos vivos; escolaridade; estado
compartilham identidades culturais, econômicas civil; cor/raça autodeclarada; consultas pré-
e sociais, além de redes de comunicação e natal; duração da gestação; tipo de parto; e
infraestrutura de transportes compartilhados22. peso ao nascer. Em estatísticas demográficas e
As macrorregiões do Estado estão assim divididas socioeconômicas do DATASUS, consideraram-
em: Macrorregião de Saúde I (Marajó I, Marajó se as estimativas populacionais para o sexo
II, Metropolitana I, Tocantins), Macrorregião de feminino, na faixa etária de 15 a 19 anos.
Saúde II (Metropolitana II, Metropolitana III, A taxa específica de fecundidade (TEF)
Rio Caetés), Macrorregião de Saúde III (Baixo mede a intensidade de fecundidade a que as
Amazonas, Tapajós, Xingu) e Macrorregião de mulheres estão sujeitas em cada grupo etário
Saúde IV (Araguaia, Carajás, Lago do Tucuruí)23. do período reprodutivo, de 15 a 49 anos.
Os dados foram coletados no banco do Assim, para cada ano e macrorregião, calculou-se
Departamento de Informática do Sistema Único a TEF mediante a divisão do número de nascidos

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vivos de mães residentes, de 15 a 19 anos, pela enquanto a alternativa determina que estão
população total feminina residente dessa mesma associadas (não independência).
faixa etária, cujo resultado foi multiplicado por Os dados foram tabulados no Microsoft
mil. Office Excel 2019 e, depois, analisados
Na análise dos dados, foi utilizada a estatisticamente no software IBM SPSS Statistics
estatística inferencial bivariada com o teste 20. O estudo dispensa submissão ao Conselho de
de qui-quadrado (χ2) de independência para Ética em Pesquisa, pois não foram identificados
correlacionar as variáveis categóricas24. Verificou- sujeitos, e sim apenas dados secundários de
se o grau de associação por meio do coeficiente domínio público.
V (de Crámer), que fornece uma medida entre
0 e 1. O nível de significância estabelecido foi de
5% (p < 0,05). Ainda, foi realizada a análise de RESULTADO
resíduos padronizados ajustados, que permite
avaliar como as caselas expressas nas tabelas de No período de 2010 a 2020, foram
contingência contribuem para o χ2 calculado24. Os totalizados 370.903 nascidos vivos de mães
resíduos positivos e superiores a 1,96 de desvio- adolescentes de 15 a 19 anos. A taxa específica
padrão ou negativos e inferiores a 1,96 de desvio- de fecundidade (TEF) da referida faixa etária foi
padrão foram considerados significantes (α < superior na Macrorregião de Saúde III, quando
0,05), isto é, quando as frequências observadas comparada à taxa das outras, principalmente, em
diferem das esperadas. 2014, com 106,5% (Figura 2). As TEFs das demais
Para cada célula analisada, testou-se a macrorregiões declinaram, encontrando-se abaixo
hipótese nula versus a hipótese alternativa para de 80% no último ano analisado, 2020, que
verificar se as variáveis sociodemográficas, da apresentou o menor valor (61,5%). As Macrorregiões
gestação e parto, são independentes ou não de Saúde II e IV tiveram índices semelhantes nos três
das macrorregiões de saúde. A hipótese nula primeiros anos, sendo 99,3 e 98,1%, 98,3 e 97,7%, e
assume não haver tal associação (independência), 92,2 e 92,7%, respectivamente.

Figura 2. Taxa específica de fecundidade de adolescentes-jovens com idade entre 15 a 19 anos, em cada macrorregião de saúde
do estado do Pará, nos anos de 2010 a 2020.

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Nos aspectos sociodemográficos solteiras. Já nas Macrorregiões de Saúde III e


maternos, o tempo de estudo (escolaridade) de IV, as jovens possuíam união consensual. A cor/
8 a 11 anos predominou entre as adolescentes raça autodeclarada foi majoritariamente parda,
em 2010 a 2020 (Tabela 1). O estado civil para abrangendo 90% de todas as adolescentes nas
as Macrorregiões de Saúde I e II ficou marcado macrorregiões (n = 333.740).
com mais da metade das mães na condição de

Tabela 1. Perfil sociodemográfico de mães adolescentes nas macrorregiões de saúde do Pará, no período de 2010-
2020
Macrorregião de Saúde
Variável
I II III IV p*
sociodemográfica
n % n % n % n %
Instrução da mãe (anos) <0,0001
Nenhuma 835 0,64 371 0,44 440 0,61 578 0,69
De 1 a 3 7.023 5,34 5.111 6,08 3.313 4,62 4.097 4,90
De 4 a 7 55.931 42,54 37.740 44,90 27.702 38,61 32.850 39,29
De 8 a 11 61.984 47,14 37.993 45,20 37.019 51,59 43.883 52,49
12 e mais 2.236 1,70 1.125 1,34 1.001 1,40 1.135 1,36
Ignorado 3.479 2,65 1.716 2,04 2.280 3,18 1.061 1,27
Estado civil da mãe <0,0001
Solteira 74.045 56,31 45.757 54,44 30.497 42,50 34.513 41,28
Casada 4.663 3,55 2.955 3,52 5.219 7,27 6.346 7,59
Viúva 53 0,04 44 0,05 35 0,05 61 0,07
Separada judicialmente 79 0,06 81 0,10 85 0,12 75 0,09
União consensual 50.807 38,64 34.066 40,53 34.709 48,37 41.876 50,09
Ignorado 1.841 1,40 1153 1,37 1.210 1,69 733 0,88
Cor/raça da mãe <0,0001
Branca 6.529 4,97 3.308 3,94 3.702 5,16 7.221 8,64
Preta 1.630 1,24 1.215 1,45 1.567 2,18 3.015 3,61
Amarela 148 0,11 133 0,16 73 0,10 237 0,28
Parda 121.239 92,21 78.233 93,07 62.934 87,71 71.334 85,32
Indígena 91 0,07 247 0,29 2.616 3,65 1.179 1,41
Ignorado 1.851 1,41 920 1,09 863 1,20 618 0,74
* Valores em negrito apresentam χ2 significante (p < 0,05) e resíduo significante (α < 0,05).

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Para as variáveis relativas à gestação duração da gestação concentrou no período de 37


e parto, as macrorregiões de saúde do Pará a 41 semanas, com 77,2% (n = 286.402). O tipo
manifestaram valores semelhantes (Tabela de parto mais frequente foi o vaginal, 61,7% (n
2). De 2010 a 2020, as mães adolescentes = 228.686). O mesmo percentual foi observado
presenciaram de quatro a seis consultas pré-natal, para os nascidos com peso entre 3 kg e 3,9 kg (n
representando 42,4% (n = 157.222) do total. A = 228.861).

Tabela 2. Características da gestação e parto de adolescentes nas macrorregiões de saúde do Pará, em 2010-2020
Macrorregião de Saúde
Variável I II III IV p*
n % n % n % n %
Consultas pré-natal <0,0001
Nenhuma 8.979 6,83 5.092 6.06 2.647 3,69 1.598 1,91
1a3 22.273 16,94 12.036 14,32 12.314 17,16 14.703 17,59
4a6 52.706 40,08 37.540 44,66 30.356 42,31 36.620 43,80
7 ou mais 46.934 35,69 29.092 34,61 25.944 36,16 30.383 36,34
Ignorado 596 0,45 296 0,35 494 0,69 300 0,36
Duração da gestação (semanas) <0,0001
Menos de 22 91 0,07 47 0,06 58 0,08 52 0,06
22 a 27 653 0,50 428 0,51 442 0,62 418 0,50
28 a 31 1.568 1,19 1.023 1,22 986 1,37 1.143 1,37
32 a 36 14.233 10,82 9.140 10,87 8.109 11,30 9.741 11,65
37 a 41 102.499 77,95 63.764 75,86 55.046 76,71 65.093 77,86
42 ou mais 5.350 4,07 3.942 4,69 4.182 5,83 4.389 5,25
Ignorado 7.094 5,40 5.712 6,80 2.932 4,09 2.768 3,31
Tipo de parto <0,0001
Vaginal 80.196 60,99 50.267 59,80 51.261 71,44 46.962 56,17
Cesário 51.151 38,90 33.571 39,94 20.384 28,41 36.571 43,74
Ignorado 141 0,11 218 0,26 110 0,15 71 0,08
Peso ao nascer (g ) <0,0001
Menos de 500 231 0,18 157 0,19 120 0,17 94 0,11
500 a 999 573 0,44 285 0,34 249 0,35 303 0,36
1.000 a 1.499 881 0,67 504 0,60 404 0,56 506 0,61
1.500 a 2.499 11.089 8,43 5.896 7,01 5.178 7,22 5.748 6,88
2.500 a 2.999 37.765 28,72 20.948 24,92 18.123 25,26 19.932 23,84
3.000 a 3.999 77.468 58,92 53.024 63,08 44.801 62,44 53.568 64,07
4.000 e mais 3.377 2,57 3.170 3,77 2.685 3,74 3.409 4,08
Ignorado 104 0,08 72 0,09 195 0,27 44 0,05
* Valores em negrito apresentam χ2 significante (p < 0,05) e resíduo significante (α < 0,05).

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O teste de χ2 de independência apontou Norte e Nordeste. A causa pode ter sido o desejo
associação estatística entre as macrorregiões de adiar a maternidade e o crescimento da
de saúde e todas as variáveis, rejeitando-se a escolarização feminina30.
hipótese nula. Embora significante (p < 0,0001), Neste estudo, destaca-se que os
o coeficiente V mostrou fraca associação, com menores percentuais de fecundidade observados
índices de 0,096 para cor/raça; 0,087 para ocorreram a partir de 2018 e podem ser
estado civil; 0,076 para tipo de parto; 0,058 para justificados pelo aumento do acesso às
consultas pré-natal; 0,043 para instrução da mãe; informações sobre vida sexual e reprodutiva
0,040 para peso ao nascer; e 0,038 para duração e acesso aos métodos contraceptivos. Deve-se
da gestação. considerar também a mortalidade pelo novo
coronavírus (SARS-CoV-2), que afetou com maior
intensidade a região Norte31. Outro motivo para a
DISCUSSÃO redução da TEF relaciona-se com a determinação
do isolamento social como medida preventiva
A gravidez precoce tem se mostrado uma durante a pandemia de COVID-1932. Ainda, há
realidade relevante na sociedade brasileira, apesar o cenário de postergação da gravidez em razão
de não ser planejada. Esse cenário pode causar da instabilidade gerada no contexto pandêmico,
modificações não esperadas na vida familiar das podendo levar ao efeito “baby boom”, isto é, uma
adolescentes e suas famílias2,25,26. Mesmo sendo futura explosão das taxas de natalidade, como já
ela uma realidade no país, é possível evidenciar observado em outras epidemias32.
consecutivas quedas em seus números desde a Quanto à instrução escolar das mães,
década de 196027. o período entre 8 e 11 anos de estudo foi
Entre os fatores que parecem contribuir predominante em todas as macrorregiões
para a manutenção dos índices, destaca-se a de saúde. O menor tempo de estudo (4 a 7
“coerção reprodutiva”28. Esse tipo de medida anos) pode resultar em um acesso limitado às
desconsidera a autonomia reprodutiva por meio informações adequadas sobre saúde sexual e
da pressão do cônjuge e família ou do inadequado reprodutiva, uma vez que a escola juntamente
planejamento reprodutivo, no sentido de negar com a família são as fontes dessas informações33.
contracepção ou instituir barreiras de acesso Esse atraso escolar, combinado à falta de auxílio
a métodos escolhidos pelas adolescentes28. De socioeconômico, pode desencadear o abandono
outra maneira, a garantia dos direitos sexuais e dos projetos educacionais e dificuldades na
reprodutivos podem tanto evitar uma gravidez carreira profissional34. Além disso, o grau de
indesejada como proporcionar menos riscos na instrução da adolescente grávida interfere na
escolha do desfecho, portanto ela é essencial para taxa de fecundidade em uma razão inversamente
igualdade de gênero e bem-estar da mulher29. proporcional13.
Contrapondo-se a isso, constatou-se A escola é o espaço de debate e tem
que a taxa de fecundidade das adolescentes um papel fundamental nos esclarecimentos de
residentes no estado do Pará, durante o período informações seguras aos adolescentes, a fim de
de 2010 a 2020, foi elevada, com predomínio de prevenir uma gravidez precoce e indesejada.
mulheres pardas. Diferentemente desse cenário, Além dela, o seio familiar também deveria ser
foi observada uma queda na taxa de fecundidade um ambiente para os questionamentos, porém
entre 1991 e 2000, mais evidente entre mulheres a falta de diálogo com a família sobre o assunto
negras, vulneráveis e com grau de instrução pode ocasionar tomada de decisões equivocadas
menor, residentes em áreas rurais e nas regiões nesse momento de vida35. Nesse sentido, estudos

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relatam associação com iniciação sexual, gravidez (ACOG) e pela Sociedade de Medicina Materno-
e casamento precoces entre adolescentes que Fetal (SMFM)42,44,45. Os partos vaginais foram
não frequentavam a escola, em países africanos predominantes entre as adolescentes do estado
e asiáticos36,37,38. do Pará. Essa via de parto é também mais frequente
O estado civil “em união consensual” entre as adolescentes brasileiras (62,9%),
para as Macrorregiões de Saúde III e IV exibe especificamente as mineiras (54,7%), uma vez que
uma possível estruturação familiar, sendo ela a probabilidade de prematuridade é menor nessa
nuclear ou não. Nas demais macrorregiões, condição41,45,46. Concomitantemente, o peso dos
o grande número de solteiras pode revelar o recém-nascidos estava dentro da normalidade,
estabelecimento de famílias monoparentais considerado baixo quando menor que 2,5 kg41.
femininas, cuja responsabilidade do filho é Cabe destacar que tem sido relatada para o Brasil
inteiramente da mãe, ao qual ela passa a dar maior e outros países maior probabilidade de: parto
atenção e cuidado quando não tem a presença prematuro em gestante adolescente; recém-
do cônjuge. Se, de um lado, essa condição leva nascido com baixo peso; mortalidade materna e
à maior independência feminina, de outro pode do bebê; além de outras intercorrências durante
sobrecarregar a mãe39. A maioria das adolescentes a gravidez47,48.
com estado civil “solteira” e integrantes de
famílias não nucleares apresentou fatores de risco
CONCLUSÃO
para ocorrência da gravidez precoce, quando
comparadas às jovens de famílias formadas por
A quantidade de nascidos vivos de mães
casal de ambos os sexos34. Em um estudo realizado
adolescentes do Pará evidencia as dificuldades
em Goiás, Região Centro-Oeste brasileira, 30%
enfrentadas na educação em saúde sexual
das adolescentes grávidas eram solteiras e 75%
e reprodutiva de adolescentes. Apesar da
não a planejaram40.
fecundidade elevada, as taxas mostraram
As características da gestação e parto
tendência de declínio em todas as macrorregiões
das adolescentes em todas as macrorregiões
de saúde do estado. Nestas, as adolescentes
de saúde alcançaram o esperado para um ciclo
apresentaram predominantemente entre 8 e 11
gravídico-puerperal saudável41,42. As consultas anos de estudo, entretanto o tempo escolar entre
pré-natal das adolescentes deste estudo atingiram 4 e 7 anos foi relevante. O estado civil “solteira”
o número entre quatro e seis. O número mínimo foi predominante nas Macrorregiões de Saúde
recomendado pelo Ministério da Saúde é de I e II. A cor/raça parda correspondeu ao perfil
seis consultas41. Além disso, a adesão precoce às sociodemográfico do território e corrobora a
consultas, desde o primeiro trimestre, diminui existência de desigualdades raciais de autonomia
a chance de morbimortalidade materna e do reprodutiva.
bebê41. É sabido que as grávidas adolescentes O acompanhamento pré-natal ficou
costumam ter acesso mais inadequado ao pré- dentro do limite recomendado, porém as
natal, tendendo a iniciá-lo mais tardiamente e adolescentes residentes nas Macrorregiões de
a ter um menor número de consultas, quando Saúde I e II não realizaram a totalidade de suas
comparadas às adultas43. consultas. Os dados de 37 a 41 semanas de idade
A duração média da gestação foi a gestacional, parto prevalentemente vaginal e o
termo (entre 37 e 41 semanas). Esses dados peso de 3 kg a 3,9 kg do recém-nascido foram
estão em consonância com o tempo-limite do considerados satisfatórios para uma gravidez
período de gestação indicado pelo Colégio saudável, assim como o desenvolvimento
Americano de Obstetras e Ginecologistas adequado do neonato.

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Sodré, Schröder, Silveira

A gravidez precoce em adolescentes é 2020;30(1):e300114. Disponível em: https://


preocupante, pois pode resultar em prejuízos doi.org/10.1590/S0103-73312020300114.
emocionais e socioeconômicos, tais como
3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de
abandono escolar e impossibilidade de Atenção em Saúde. Departamento de Ações
continuação dos estudos, principalmente, no Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais
ensino superior, falta de rede de apoio nos para a atenção integral à saúde de adolescentes
cuidados ao bebê, dificuldades na inserção do e jovens na promoção, proteção e recuperação
mercado de trabalho e problemas de saúde da saúde [internet]. Brasília (DF): Ministério
mental. Dessa forma, a atenção à saúde das da Saúde; 2010. 132 p. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_
adolescentes grávidas no Pará é suficiente, mas
nacionais_atencao_saude_adolescentes_
não ideal. Para que haja avanços, são necessárias jovens_promocao_saude.pdf.
políticas públicas de saúde que ampliem,
qualifiquem e humanizem essa assistência. 4. Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990.
A taxa de fecundidade, por apresentar Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
um padrão inversamente proporcional ao nível Adolescente e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, 16 jul 1990. Seção
de escolaridade, pode ser utilizada como um 1, p. 1. Disponível em: https://www.planalto.
indicador pelos gestores de políticas públicas. gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.
Para prevenção e controle dessa condição que
interfere nas famílias e no Sistema Único de 5. Brasil. Lei n. 12.852, de 5 de agosto de 2013.
Saúde, o incremento da educação é prioritário, já Institui o Estatuto da Juventude e dispõe
que a educação formal vai refletir na saúde sexual sobre os direitos dos jovens, os princípios e
diretrizes das políticas públicas de juventude
e reprodutiva da população. e o Sistema Nacional de Juventude -
A ausência de dados atuais no SINASC SINAJUVE. Diário Oficial da União, Brasília,
é apontada como uma limitação desta pesquisa. 6 ago 2013. Seção 1, p. 1. Disponível em:
Isso dificultou a observação do comportamento https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
da gravidez precoce durante o segundo ano da ato2011-2014/2013/lei/l12852.htm.
pandemia de COVID-19.
6. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de
Atenção em Saúde. Departamento de Ações
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