Você está na página 1de 5

adolescente Alves, L.S.; Aguiar, R.S.

; Saúde sexual e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência: Uma revisão integrativa

DOI: https://doi.org/10.36489/nursing.2020v23i263p3683-3687

Saúde sexual e infecções sexualmente transmissíveis


na adolescência: Uma revisão integrativa
RESUMO | Objetivo: avaliar o conhecimento e o comportamento sexual dos adolescentes acerca das infecções sexualmente
transmissíveis. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados SCIELO, LILACS e BDENF
por meio da estratégia PICO para definição da pergunta norteadora e do fluxograma PRISMA para seleção dos artigos. As
buscas abrangeram o período de 2014 a 2019, sendo selecionados os artigos disponíveis em português, na íntegra e no formato
original. Resultados: foram selecionados 10 artigos para a composição do estudo que demostraram déficit no conhecimento
dos adolescentes acerca das infecções sexualmente transmissíveis, bem como não utilização do preservativo de modo rotineiro
devido acreditarem que este inibe o prazer sexual. Conclusão: necessita-se orientar os adolescentes acerca das circunstâncias que
acarretam às infecções sexualmente transmissíveis e sobre o uso correto do preservativo por meio de intervenções e educação
em saúde nas escolas e nos serviços de saúde.
Palavras-chaves: Adolescente; Doenças sexualmente transmissíveis; Sexualidade.

ABSTRACT | TObjective: to evaluate the knowledge and sexual behavior of adolescents about sexually transmitted infections.
Method: this is an integrative literature review performed in the databases SCIELO, LILACS and BDENF through the PICO strategy
to define the guiding question and the PRISMA flowchart for article selection. The searches covered the period from 2014 to
2019, being selected the articles available in Portuguese, in full and in original format. Results: ten articles were selected for the
composition of the study that showed a deficit in the adolescents' knowledge about sexually transmitted infections, as well as a non-
use of condoms on a routine basis because they believe that it inhibits sexual pleasure. Conclusion: adolescents need to be advised
of the circumstances that lead to sexually transmitted infections and the correct use of condoms through health interventions and
education in schools and health services.
Keywords: Adolescent; Sexually transmitted diseases; Sexuality.

RESUMEN | Objetivo: evaluar el conocimiento y el comportamiento sexual de los adolescentes sobre las infecciones de
transmisión sexual. Método: esta es una revisión integradora de la literatura realizada en las bases de datos SCIELO, LILACS y
BDENF a través de la estrategia PICO para definir la pregunta guía y el diagrama de flujo PRISMA para la selección de artículos.
Las búsquedas abarcaron el período de 2014 a 2019, seleccionándose los artículos disponibles en portugués, en su totalidad
y en formato original. Resultados: se seleccionaron 10 artículos para la composición del estudio que mostraron un déficit en el
conocimiento de los adolescentes sobre las infecciones de transmisión sexual, así como la falta de uso de condones de forma
rutinaria porque creen que inhibe el placer sexual. Conclusión: los adolescentes deben ser informados de las circunstancias que
conducen a infecciones de transmisión sexual y el uso correcto de condones a través de intervenciones de salud y educación en
escuelas y servicios de salud.
Descriptores: Adolescente; Enfermedades de transmisión sexual; Sexualidad.

INTRODUÇÃO
Letícia de Sousa Alves ca devido a dificuldade de diagnóstico e
Enfermeira. Graduada pela Universidade tratamento precoce das mesmas, tendo

A
Paulista (UNIP), Campus Brasília-DF, Brasil. adolescência é uma etapa da como prognósticos graves sequelas como
vida onde ocorre a transição infertilidade, perda fetal, gravidez ectópi-
Ricardo Saraiva Aguiar entre a infância e a idade ca e morte prematura, bem como infec-
Enfermeiro. Professor Assistente. Curso de adulta, sendo caracterizada por intenso ções em recém-nascidos e lactentes3.
Graduação em Enfermagem, Universidade crescimento e desenvolvimento. Além Diante disso, os jovens necessitam de
Paulista (UNIP), Campus Brasília-DF, Brasil. disso, apresenta uma das maiores inci- informações claras, apoio e compreen-
dências de infecções sexualmente trans- são acerca da temática. Nesse âmbito, a
missíveis (IST)1 devido, principalmente, orientação sexual durante essa etapa de
aos comportamentos de risco2. vida é imprescindível devido a necessida-
Para a Organização Mundial de Saú- de de o adolescente adquirir a segurança
de (OMS), as IST estão entre as causas necessária, perceber que sua vida sexual
mais comuns de doenças no mundo e está se iniciando e que dispõe de amparo
pode ser considerado um problema de – seja da família, dos professores ou dos
Recebido em: 02/01/2020 saúde pública com várias consequências profissionais da saúde – para receberem
Aprovado em: 30/01/2020 de natureza sanitária, social e econômi- informações corretas sobre o assunto4.

3683 Revista Nursing, 2020; 23 (263): 3683-3687


Alves, L.S.; Aguiar, R.S.; Saúde sexual e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência: Uma revisão integrativa

Assim, as temáticas relacionadas à independentes utilizando os descritores dois revisores independentes, sendo que os
saúde sexual e reprodutiva devem ser adolescente, doenças sexualmente trans- desacordos entre os revisores em relação
abordadas de forma habitual por profissio- missíveis e sexualidade nas bases de da- aos dados extraídos foram discutidos, ten-
nais das áreas da saúde e educação junto dos eletrônicas SCIELO, LILACS e BDENF. do como referência a publicação original.
aos adolescentes, por mais que o tema Refinou-se, contemplando a terceira
possa ser considerado cotidiano, o conhe- fase da pesquisa com a aplicação dos cri- RESULTADOS
cimento de adolescentes acerca da temá- térios de inclusão: artigos publicados de
tica ainda se apresenta como insuficiente5. forma online no período de 2014 a 2019; Apresenta-se, na figura 1, o fluxogra-
Portanto, o presente estudo tem o disponíveis em língua portuguesa; na ín- ma descritor dos resultados obtidos a par-
objetivo avaliar o conhecimento e o tegra; e no formato original. tir da estratégia de busca de acordo com
comportamento sexual dos adolescentes Na quarta fase foi lido criticamente os o fluxograma PRISMA8.
acerca das IST. Sob essa perspectiva, des- resumos dos estudos recuperados, excluin- Diante disso, no quadro 1 são apre-
taca-se a questão que norteou a presen- do os duplicados e aqueles cujo objetivo, sentados os 10 artigos contidos nesta re-
te proposta investigativa: qual a relação resultados ou conclusão não menciona- visão integrativa, sendo interpretados e
entre o conhecimento acerca das IST e o vam sobre a saúde sexual e o conhecimen- sintetizados todos os resultados, através
comportamento sexual dos adolescentes? to dos adolescentes acerca das IST. de uma comparação dos dados eviden-
A extração dos dados foi conduzida por ciados na análise dos artigos.
MÉTODO
Figura 1. Fluxograma da seleção dos estudos. Brasília, Distrito Federal, Brasil, 2019.
Trata-se de uma revisão integrativa da li-
teratura, uma vez que contribui no processa-
mento sistemático e analítico dos resultados6.
Elaborou-se, na primeira fase, a per-
gunta norteadora de pesquisa utilizando
Artigos selecionados para leitura dos resumos: Artigos excluídos
a estratégia PICO7. Assim, considerou-se SCIELO = 02; LILACS = 10; BDENF = 08 (n= 20) (n= 286)
Seleção

P: pacientes adolescentes; I: saúde sexu-


Artigos selecionados para leitura na íntegra: Artigos excluídos
al; C: qualquer comparação entre saúde SCIELO = 02; LILACS = 09; BDENF = 06 (n= 17) (n= 03)
sexual; O: infecções sexualmente trans-
missíveis. Mediante a estratégia constru-
Artigos completos avaliados para elegibilidade: Artigos excluídos
ída, elaborou-se a pergunta de pesquisa:
SCIELO = 02; LILACS = 06; BDENF = 02 (n= 10) (n= 07)
qual a relação entre o conhecimento
acerca das IST e o comportamento sexual
dos adolescentes? Artigos incluídos em síntese qualitativa e quantitativa (n= 10)

Organizou-se para a segunda fase,


uma estratégia de busca por dois revisores

Quadro 1. Distribuição dos artigos. Brasília, Distrito Federal, Brasil, 2019.

Periódico e ano Nível de


Autores Título Delineamento Resultados
de publicação Evidência9

Adolescentes em Observou-se a vulnerabilidade


Revista de Enfer- Silva SPC, Gui- conflito com a lei e a Estudo descritivo como algo distante, embora
Artigo 1 magem e Atenção sande TCCA, vulnerabilidade para com abordagem tivessem noção de que adotavam IV
à Saúde, 2018 Cardoso AM IST/HIV/AIDS: conhe- qualitativa comportamentos que os expu-
cimentos e vivências nham ao risco de contrair as IST.

Adolescentes no
Estudo descritivo, Verificou-se que existe uma re-
Ferreira EA, Al- espaço escolar e o
Cogitare Enfer- exploratório, de lação direta entre o ato sexual
Artigo 2 ves VH, Pereira conhecimento a res- IV
magem, 2018 natureza quali- e o risco da gravidez indeseja-
AV et al peito da saúde sexual
tativa da E do contágio por IST.
e reprodutiva

Revista Nursing, 2020; 23 (263): 3683-3687 3684


adolescente Alves, L.S.; Aguiar, R.S.; Saúde sexual e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência: Uma revisão integrativa

Muitos adolescentes têm


Estudo qualita-
Aspectos psicosso- receio de conversar com a
tivo baseado na
Semina: Ciências Freire AKS, ciais da sexualidade família sobre a sexualidade por
pesquisa-ação e
Artigo 3 Biológicas e da Melo MCP, na adolescência: acreditarem que serão repre- IV
na metodologia
Saúde, 2017 Vieira MP et al diálogos e aprendiza- endidos, bem como têm pouco
da problemati-
gem na escola conhecimento sobre IST e sobre
zação
direitos sexuais e reprodutivos.
A maioria dos adolescentes já
Maciel KMN, Caracterização do tiveram a primeira relação sexual
Revista Enferma- Estudo quantitati-
Artigo 4 Andrade MS, comportamento sexual e aproximadamente um terço IV
gem Uerj, 2017 vo e descritivo
Cruz LZ et al entre adolescentes não utilizou método contracep-
tivo.
Conhecimento O conhecimento sobre a
de adolescentes prevenção de IST e gravidez foi
Revista Brasileira Almeida RAAS,
relacionados às Estudo qualitativo principalmente relacionado ao
Artigo 5 de Enfermagem, Corrêa RGCF, IV
doenças sexualmente e descritivo uso de preservativos, anticon-
2017 Rolim ILTP et al
transmissíveis e a cepcionais orais e adiamento do
gravidez início da atividade sexual.
A maior parte dos adolescentes
Doenças sexualmen- souberam definir adequada-
Estudo descritivo,
Texto & Contexto Genz N, Mein- te transmissíveis: mente o conceito de IST, sendo
observacional de
Artigo 6 Enfermagem, cke SMK, Carret conhecimento e apontado o uso de preser- IV
caráter quanti-
2017 MLV et al comportamento sexual vativo como o método mais
tativo
de adolescentes eficaz para prevenção dessas
doenças.
Conhecimentos,
Os alunos da escola privada
vivências e crenças
tiveram maior domínio de co-
Revista Mineira Souza V, Pimen- no campo sexual: um Estudo transver-
nhecimento no campo sexual,
Artigo 7 de Enfermagem, ta AM, Caetano estudo com alunos sal, descritivo e IV
reprodutivo e de prevenção
2017 LC et al do ensino médio com analítico
das IST do que os da escola
perfis socioeconômi-
pública.
cos diferenciados
Estudo de
O enfermeiro deve desenvolver
Ordens e desordens: abordagem
competências para intervir
Silva IR, Silva complexidade do qualitativa, tendo
Revista Enferma- junto ao adolescente vítima de
Artigo 8 TP, Lins SMSB adolescer e saúde como referencial IV
gem Uerj, 2016 violência sexual, lidando com
et al sexual: contribuição metodológico a
as especificidades contextuais
para enfermagem Teoria Fundamen-
e individuais.
tada nos Dados
Os adolescentes têm uma
Acessibilidade dos
Revista Brasileira acessibilidade relativamente
Gondim PS, adolescentes às fon- Estudo quanti-
de Crescimento e elevada a atividades educati-
Artigo 9 Souto FN, Mo- tes de informações tativo de caráter IV
Desenvolvimento vas na área de saúde sexual e
reira CB et al sobre saúde sexual e descritivo
Humano, 2015 reprodutiva, sendo a escola o
reprodutiva
principal espaço.
Sexualidade dos Os cuidados de prevenção e
Estudo qualita-
Penna LHG, adolescentes em situ- promoção da saúde sexual
Artigo Revista Enferma- tivo de caráter
Rodrigues RF, ação de acolhimento: tornam-se escassos e o diálogo IV
10 gem Uerj, 2015 descritivo-explo-
Ribeiro LV et al contexto de vulnera- e a negociação pelo uso do
ratório
bilidade para DST preservativo estão ausentes.
Elaboração: ALVES; AGUIAR (2019).

Referente ao ano de publicação, foi tigos publicados foi em 2017 com cinco 2015 com dois (20%) e 2016 com um ar-
constatado que a maior quantidade de ar- (50%), seguido de 2018 com dois (20%), tigo (10%). O periódico de maior publi-

3685 Revista Nursing, 2020; 23 (263): 3683-3687


Alves, L.S.; Aguiar, R.S.; Saúde sexual e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência: Uma revisão integrativa

cação foi a Revista de Enfermagem Uerj IST e da gravidez. Dessa forma, observa- Diante disso, um dos assuntos mais
com três artigos (30%). Quanto à profis- -se, atualmente, que programas e projetos explorados durante uma dinâmica com
são do primeiro autor, em nove (90%) a sexuais são fundamentais para atender o adolescentes foi à virgindade, considera-
primeira autoria era de enfermeiro e em adolescente quanto a sua sexualidade12. da um tema de difícil abordagem e que
um (10%) não foi encontrado informa- requer confiança para ser compartilhado,
ções específicas relacionadas à sua for- principalmente entre amigos. Ademais,
mação, pois se apresentava somente a foi identificado déficit no conhecimento a
vinculação acadêmica. respeito do uso do preservativo feminino
Quanto à região do país em que as e maior conhecimento sobre o masculi-
pesquisas foram realizadas, cinco (50%) no, porém foi notável o despreparo entre
foram desenvolvidas na região Nordeste, ambos os sexos no momento de colocar
três (30%) na região Sudeste, uma (10%) os preservativos em próteses evidencian-
na região Norte e uma (10%) na região Sul. do a necessidade de mais orientações de
Sobre o local de realização do estu- Nesse contexto, caráter preventivo e educacional, princi-
do, foi identificado que em um foi rea- palmente no âmbito das escolas15.
lizado no âmbito da atenção terciária à a escola é um No que se refere à frequência atual
saúde (10%) e em nove fora dos níveis de
atenção, sendo sete (70%) em escolas, local estratégico do uso de métodos para evitar a gravidez,
pouco mais da metade dos jovens refe-
um (10%) em Centro de Atendimento So-
cioeducativo e um (10%) em Unidade de
de cuidado aos riram sempre utilizar método contracep-
tivo. Entre os que faziam uso da contra-
Acolhimento aos Adolescentes em Con- adolescentes, cepção, 46% usavam apenas preservativo
flito com a Lei. e 29% usavam-no associado a outro mé-
os quais devem todo (dupla proteção)16.
DISCUSSÃO
ser estimulados Sobre as IST, identificou-se que os
adolescentes citaram mais o HIV (>90%),
A sexualidade, especialmente na a participarem herpes genital (>60%), sífilis (>60%) e a
adolescência, é um componente intrín- gonorreia (>55%) como as mais comuns
seco e fundamental na saúde dos jovens de projetos que de transmissão via sexual. Entretanto,
porque transcende o aspecto meramen-
te biológico, manifestando-se também
informem a respeito chamou atenção o desconhecimento de
outras IST prevalentes, como a tricomoní-
como um fenômeno psicológico e social, da saúde sexual e ase, hepatite B, candidíase e HPV17.
sendo influenciados por crenças e valores Quanto a responsabilidade pela pre-
pessoais, familiares e normas morais10. reprodutiva. venção das IST, verificou-se que 96,6%
É nesta fase que a sexualidade assu- dos adolescentes achavam que competia
me papel de importância na identidade tanto ao homem quanto à mulher; 2% re-
dos adolescentes através da manifestação feriram ser responsabilidade do homem;
dos desejos e da atração sexual.11 Assim, 0,8% achavam que a responsabilidade era
a preocupação com a saúde sexual e re- da mulher; e 0,6% não soube informar18.
produtiva desse público é devido a pre- Na perspectiva da educação em saú-
cocidade do início da atividade sexual, a de, sentir-se à vontade para conversar
qual coopera para expô-los aos riscos de sobre a vida sexual com a mãe apresen-
gravidez não planejada e IST12-14. Contudo, a família é a uma das prin- ta associação positiva com o uso consis-
Nesse contexto, a escola é um local cipais reguladoras da sexualidade e das tente de contraceptivos, mas o professor
estratégico de cuidado aos adolescentes, informações, pois geralmente se limitam a constitui a primeira opção entre os ado-
os quais devem ser estimulados a par- ditar regras de comportamento que estão lescentes sobre as fontes de informação
ticiparem de projetos que informem a relacionadas a valores para manutenção acerca das IST. Nesse contexto, eviden-
respeito da saúde sexual e reprodutiva. do sistema familiar. Assim, identifica-se cia-se a importância por parte do Estado e
A escola é um local privilegiado para so- que existe a necessidade da formação de da comunidade escolar na busca de uma
cializar, além de ser um espaço em que uma rede social de apoio aos adolescen- educação que contemple essa temática
muitos adolescentes desejam que acon- tes, às famílias e à escola a fim de que eles na sua transversalidade, sendo importan-
teça a educação em saúde a respeito das recebam informações corretas12. te que os pais não deleguem a outros a

Revista Nursing, 2020; 23 (263): 3683-3687 3686


adolescente Alves, L.S.; Aguiar, R.S.; Saúde sexual e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência: Uma revisão integrativa

tarefa de falar com os filhos sobre sexo13. Portanto, trabalhar a educação sexual gravidez precoce, necessitando de inter-
Contudo, os serviços de saúde tam- e reprodutiva com adolescentes significa venções que proporcionem a prevenção
bém devem garantir acesso à informação ampliar e aprofundar a visão sobre a sexu- das IST e da gravidez não planejada. Os
e educação em saúde sexual e reprodu- alidade, ressaltando os diferentes pontos adolescentes têm conhecimento que o
tiva por meio de métodos que auxiliem de vista existentes na sociedade, incluin- preservativo é o método principal para
os adolescentes a evitarem gravidez não do as práticas sexuais ligadas ao afeto, evitar a disseminação das IST, porém não
planejada e a prevenirem-se contra IST. prazer, ao respeito e à própria sexualida- utilizam por acreditarem que inibe o pra-
Assim, é imprescindível as orientações de. Por conseguinte, a orientação sexual zer sexual. Além disso, identificou-se que
antes mesmo do início das práticas se- deve compreender o desenvolvimento há o reconhecimento de algumas IST por
xuais para ajudá-los a lidarem com a sua sexual como saúde reprodutiva, relações parte dos adolescentes, como o HIV, her-
sexualidade de forma positiva e respon- de gênero, relações interpessoais, afetivas, pes, sífilis e gonorreia.
sável, incentivando comportamentos de imagem corporal e autoestima10. Nessa perspectiva, a educação em saú-
prevenção e de autocuidado.16 Desse de é primordial, começando pela família
modo, a enfermagem no papel de educa- CONCLUSÃO e, principalmente, no âmbito escolar e nos
dor é de fundamental importância para a serviços de saúde para a garantia de auto-
promoção da saúde sexual e reprodutiva Observa-se que há um déficit no co- nomia e consequentemente uma maior prá-
de modo saudável13. nhecimento dos adolescentes sobre IST e tica de autocuidado aos adolescentes.

Referências
1. Costa ID, Nunes NNS. Compreensão dos adolescentes sobre a prevenção https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/55851
e transmissão das infecções sexualmente transmissíveis em escolas do mu- 11. Penna LHG, Rodrigues RF, Ribeiro LV, Paes MV, Guedes CR. Sexualidade
nicípio de presidente Médici. Acta Biomed Bras. 2017;8(1):12-23. Disponível dos adolescentes em situação de acolhimento: contexto de vulnerabilida-
em: https://www.actabiomedica.com.br/index.php/acta/article/view/161 de para DST. Rev enferm UERJ. 2015;23(4):507-12. Disponível em: https://
2. Oliveira FA, Queiroz AM, Chaves MAS, Branco MFCC, Mendes IC. Atividades www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/18402
lúdicas desenvolvidas com adolescentes escolares sobre prevenção de infecções 12. Gondim PS, Souto FN, Moreira CB, Cruz MEC, Caetano FHP, Montesuma
sexualmente transmissíveis. Rev Interd. 2017;1(3):53-63. Disponível em: https:// FG. Acessibilidade dos adolescentes às fontes de informações sobre saúde
revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/1124 sexual e reprodutiva. Rev bras crescimento desenvolv hum. 2015;25(1):50-
3. Cortez EA, Silva LM. Pesquisa-ação: promovendo educação em saúde com 53. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttex-
adolescentes sobre infecção sexualmente transmissível. Rev enferm UFPE t&pid=S010412822015000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
online. 2017;11(9):3642-9. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/ 13. Almeida RAAS, Corrêa RGCF, Rolim ILTP, Hora JM, Linard AG, Cou-
wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDEN- tinho NPS et al. Conhecimento de adolescentes relacionados às do-
F&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=33164&indexSearch=ID enças sexualmente transmissíveis e a gravidez. Rev bras enferm.
4. Queiroz VR, Almeida JM. Sexualidade na adolescência: potencialidades 2017;70(5):1087-94. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
e dificuldades dos professores de ensino médio de uma escola estadual de d=S0034-71672017000501033&script=sci_arttext&tlng=pt
Sorocaba. Rev Fac Cienc Med Sorocaba. 2017;19(4):209-14. Disponível em: 14. Silva SPC, Guisande TCCA, Cardoso AM. Adolescentes em conflito com
http://ken.pucsp.br/RFCMS/article/view/31788/pdf a lei e a vulnerabilidade para IST/HIV/AIDS: conhecimentos e vivências. Rev
5. Oliveira PC, Pires LM, Junqueira ALN, Vieira MAS, Matos MA, Caetano enferm atenção saúde. 2018;7(2):95-108. Disponível em: http://seer.uftm.
KAA et al. Conhecimento em saúde sexual e reprodutiva: estudo transversal edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2384
com adolescentes. Rev eletrônica enferm. 2017;19:a17. Disponível em: ht- 15. Freire AKS, Melo MCP, Vieira MP, Gomes IM, Gomes JL, Ribamar DS
tps://revistas.ufg.br/fen/article/view/39926 et al. Aspectos psicossociais da sexualidade na adolescência: diálogos e
6. Aguiar RS, Santana DC, Santana PC. A percepção do enfermeiro da estra- aprendizagem na escola. Semina cienc biol saude. 2017;38(1):3-14. Dis-
tégia saúde da família sobre a saúde do homem. Rev enferm Cent-Oeste ponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/
Min. 2015;5(3):1844-54. Disponível em: http://www.seer.ufsj.edu.br/index. view/26736/22629
php/recom/article/view/872 16. Maciel KMN, Andrade MS, Cruz LZ, Fraga CDS, Paixão GPN, Souza RS.
7. Donato H, Donato M. Etapas na condução de uma revisão sistemática. Caracterização do comportamento sexual entre adolescentes. Rev enferm
Acta Med Port. 2019;32(3):227-235. Disponível em: https://www.actamedi- UERJ. 2017;25:e23496. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
caportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/11923/5635 index.php/enfermagemuerj/article/view/23496
8. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group. Preferred re- 17. Souza V, Pimenta AM, Caetano LC, Cardoso JSR, Beinner MA, Villela LCM.
porting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Conhecimentos, vivências e crenças no campo sexual: um estudo com alunos do
PLoS Med. 2009;6(7):e1000097. Disponível em: www.prisma-statement.org ensino médio com perfis socioeconômicos diferenciados. REME rev min enferm.
9. OCEBM Levels of Evidence Working Group. The Oxford 2011 Levels of 2017;21:e991. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1127
Evidence. Oxford: Oxford Centre for Evidence-Based Medicine; 2011. Dispo- 18. Genz N, Meincke SMK, Carret MLV, Corrêa ACL, Alves CN. Doenças se-
nível em: https://www.cebm.net/2016/05/ocebm-levels-of- evidence/ xualmente transmissíveis: conhecimento e comportamento sexual de ado-
10. Ferreira EA, Alves VH, Pereira AV, Rodrigues DP, Paiva ED, Santos IMM. lescentes. Texto & contexto enferm. 2017;26(2):e5100015. Disponível em:
Adolescentes no espaço escolar e o conhecimento a respeito da saúde se- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-07072017000200311&script=-
xual e reprodutiva. Cogitare enferm. 2018;23(2):e55851. Disponível em: sci_abstract&tlng=pt

3687 Revista Nursing, 2020; 23 (263): 3683-3687

Você também pode gostar