Você está na página 1de 2

Universidade Federal Da Bahia

Instituto Multidisciplinar em Saúde / Campus Anísio Teixeira


Componente Curricular: IMSD74 - GEAC -Traumas e Violências: Abordagem e tratamento
Profs. Fabrício Freire e Márcio Vasconcelos

Baseando-se nos exames laboratoriais e achados semiológicos, analise o caso clínico abaixo.
Interprete os exames laboratoriais que tiverem alterações concluindo qual a origem desta
alteração, relacionando a alteração do exame ao processo fisiopatológico. Cite outros exames
laboratoriais, se necessário, que poderiam ser úteis ao caso do paciente, predizendo como
estariam seus resultados. Avaliar e evolução do paciente de acordo com as intervenções
realizadas.

CASO CLÍNICO 1 – Cocos Gram Positivos

Paciente do sexo masculino, 48 anos, morador do interior da Bahia, trabalhador rural,


hipertenso controlado, foi atendido no PA do Hospital de Base, relatando tosse com
expectoração, dispneia, sudorese e dor pleurítica há dois dias. Relatava sintomas de
infecção de vias aéreas superior precedendo o quadro há duas semanas. No exame
físico geral encontrava-se desconfortável, agitado, sudoreico, taquidispneico; exame do
aparelho respiratório com murmúrio vesicular diminuído bilateralmente no tórax com
estertores crepitantes.
Radiografia de tórax na admissão: opacidade em terço médio e inferior de hemotórax
direito, borrando o contorno da cúpula costo-frênica (derrame pleural).
Análise laboratorial do sangue no momento da admissão: Total de Leucócitos-13.100 μ/L
(86% de neutrófilos, sendo 21% de bastonetes, 8% de linfócitos, 6% de monócitos e 0%
de eosinófilos); plaquetas 201.000 μ/L; hemoglobina 15,4 g/dl; ureia 104,8 mg/dl;
creatinina 1,5 mg/dl, sódio 138 mEq/L, e potássio 5,4 mEq/L.
Tomografia de tórax, algumas horas depois, apresentou consolidação parenquimatosa e
nódulos com atenuação de partes moles em campo pulmonar direito, derrame pleural
bilateral e opacidades lineares subpleurais em bases pulmonares. Paciente evoluiu com
sinais de desconforto respiratório.
Foi realizada drenagem torácica bilateral em centro cirúrgico com saída de grande
quantidade de líquido purulento e fétido e o paciente seguiu encaminhado para Unidade
de Tratamento Intensivo, sendo intubado, colhido lavado broncoalveolar e enviado para
cultura.
O quadro evoluiu de forma rápida e grave, e o tratamento foi mudado para teicoplamina
e piperacilina-tazobactam, apresentando cultura de lavado broncoalveolar negativa em
24h.

CASO CLÍNICO 2 – Cocos Gram Positivos

Paciente do sexo masculino, 3 anos de idade, residente em Barra do Choça, sem


histórico de internações prévias e com a vacinação em dia. A mãe da criança procurou
auxílio médico para o menor no Pronto-Socorro (PS) do Hospital de Base de Vitória da
Conquista, queixando-se de “dor de garganta há uma semana”. Dizia que a criança
iniciara quadro de febre intermitente medida (38,5ºC) e dor ao deglutir há cerca de 7 dias,
período em que fizera uso de dipirona para controle sintomático. Há 5 dias iniciara uso
de diclonefaco, sem obtenção de melhora. Há 2 dias havia iniciado edema de face
(inclusive com dificuldade de abertura dos olhos) e hematúria macroscópica. Após
avaliação clínica e exames laboratoriais, constatou-se o diagnóstico de Amigdalite
Aguda, Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) e Pielonefrite. A criança apresentava ao
Universidade Federal Da Bahia
Instituto Multidisciplinar em Saúde / Campus Anísio Teixeira
Componente Curricular: IMSD74 - GEAC -Traumas e Violências: Abordagem e tratamento
Profs. Fabrício Freire e Márcio Vasconcelos

exame clínico taquicardia, dispnéia, febre (39,0ºC), edema palpebral bilateral, hidratação
adequada, orofaringe com placas purulentas em lojas amigdalianas e palato mole. O
fígado era palpável a cerca de 6 centímetros do rebordo costal, apresentando-se indolor.
Havia a presença de murmúrio vesicular fisiologicamente distribuído com estertores
bolhosos em base pulmonar. Os resultados de exames laboratoriais evidenciaram:
Hemograma: série vermelha: eritrócitos 3.830.000/mm3, hemoglobina 9,50g/dl,
hematócrito 28,20%, VCM 73,63 fl, leve microcitose. Série branca: leucócitos
10.300/mm3 (3% de metamielócitos, 25% de bastões, 60% de segmentados, 8% de
linfócitos, 4% de monócitos). Vários neutrófilos apresentando granulações tóxicas finas,
plaquetas: 184.000/mm3. Foi solicitada hemocultura. A gasometria arterial apresentou:
pH 7,31, pCO2 22,7 mmHg, pO2 54 mmHg, HCO3 11,4 mEq/l, CO2 total 12,1 mEq/l, Be
12,9 mEq/l, Sat O2 85,6%. Os eletrólitos mostraram: creatinina 1,1, uréia: 82, potássio
4,3, sódio 138. A urina I constatou-se turva, com pH 5,0, proteínas presentes, leucócitos
125.000/ml, eritrócitos 4.000/ml, Células 10.000/ml. A urocultura foi negativa com 24
horas de incubação. A criança foi transferida do PS para o CTI apresentando-se nesse
momento em regular estado geral, Glasgow 13, confuso, torporoso, taquidispneico (FR
36 ipm, FC 140 bpm), pressão arterial 90 x 70 mmHg, temperatura 37,5ºC, pulsos radiais,
braquiais, femorais, tibiais posteriores e pediosos cheios e normopalpáveis, saturação
de oxigênio variando entre 96 e 97%. O paciente evoluiu rapidamente para insuficiência
cardíaca congestiva e edema agudo de pulmão, evoluindo a óbito.

Você também pode gostar