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TEXTO 1

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA, SÃO 400 MIL CASOS POR ANO NO BRASIL


Ao instituir a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, por meio da Lei nº 13.798/2019
sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, o Governo Federal dá foco e atenção a esse importante tema. Anualmente
cerca de 18% dos brasileiros nascidos são filhos de mães adolescentes. Em números absolutos isso representa 400 mil
casos por ano. No mundo, por ano, são aproximadamente 16 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos; e 2 milhões de
adolescentes menores de 15 anos. Globalmente o risco de morte materna se duplica entre mães com menos de 15 anos
em países de baixa e média renda.
Os dados são do relatório publicado em 2018 pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da
Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA). Segundo o relatório, muitas meninas e adolescentes precisam abandonar a escola devido à gravidez, o que tem
um impacto de longo prazo nas oportunidades de completar sua educação e se incorporar no mercado de trabalho.
Como resultado as mães adolescentes estão expostas a situações de maior vulnerabilidade e a reproduzir padrões de
pobreza e exclusão social, segundo diz o relatório.
“Trata-se de um tema que merece ser tratado com muita atenção e seriedade. Existem diversos fatores de risco a
serem analisados na gravidez das adolescentes. São questões sociais, econômicas, familiares, culturais e de educação
que precisam ser resolvidos, além da saúde tanto na prevenção quanto na gestação, parto e pós-parto. A AMB
(Associação Média Brasileira), junto com suas federadas e sociedades de especialidade, apoia todas as iniciativas que
possam contribuir com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que possam
contribuir efetivamente para reduzir a incidência da gravidez na adolescência”, declarou o presidente da AMB, Lincoln
Lopes Ferreira. (...)
A presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dra. Luciana Rodrigues Silva, destaca que ao projetar este
tema em âmbito nacional, o Governo Brasileiro demonstra sensibilidade e compromisso com a vida de milhões de
adolescentes e jovens. “A inclusão deste público nas políticas de saúde, especialmente naquelas voltadas para a saúde
sexual e saúde reprodutiva, requer uma profunda reflexão, sobre a qual os pediatras têm se dedicado ao longo dos anos.
Nós, pediatras brasileiros, seguiremos atentos na busca por melhores condições de vida para crianças e adolescentes,
alinhados a iniciativas que fortaleçam as conquistas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, disse,
Luciana Rodrigues Silva.
Fonte: https://amb.org.br/noticias/gravidez-na-adolescencia/

TEXTO 2

Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/gravidez-precoce-ainda-e-alta-mostram-dados
TEXTO 3
O projeto de Damares: combater gravidez precoce com abstinência sexual
Ministra começa a pôr em prática o incentivo a dizer não ao sexo como um dos pilares
para enfrentar um drama que se repete em proporções absurdas no Brasil
Quando descobriu a Mas os 400 reais necessários para realizar o procedimento
em uma clínica clandestina estavam longe de ser uma possibilidade em seu
orçamento minguado. Expulsa da família e abandonada pelo pai da criança, a
adolescente foi pulando de casa em casa de amigos e começou a vender brigadeiros
em uma avenida na Zona Leste de São Paulo para conseguir o dinheiro. “Mas cheguei
aos quatro meses sem juntar tudo”, diz ela, referindo-se ao limite máximo de tempo
para interromper a gestação de forma segura. Hoje, a garota aguarda o nascimento de
Anita, previsto para ocorrer daqui a duas semanas, dentro de um abrigo público. Ela
busca a proteção no local porque afirma ter descoberto um plano do ex-namorado
para vender o bebê em uma transação de adoção clandestina. “Tinha certeza de que
iam me matar para abrir minha barriga e tirar de lá a criança”, conta. Após dar à luz, S.
planeja concluir o ensino médio (está frequentando aulas do 1º ano), e seu sonho
maior é poder sair do abrigo quando completar 18 anos. “Quero trabalhar, alugar uma
casa e sustentar minha bebê.”
O drama de S. se repete em proporções absurdas no Brasil, que tem uma das
mais altas taxas de gravidez precoce do mundo: 62 casos para cada 1 000 jovens entre
15 e 19 anos, índice aproximadamente 50% maior que a média mundial (veja o
quadro). Até agora, o poder público fracassou no combate ao problema, que é
provocado por desinformação sobre métodos anticonceptivos e desestruturação de
famílias devido à situação de pobreza, entre outros fatores. (...)
Fonte:
https://veja.abril.com.br/politica/o-projeto-de-damares-combater-gravidez-precoce-c
om-abstinencia-sexual/

TEXTO 4
Sem educação sexual, jovens se expõem a gravidez e doenças
Em 2018, nasceram, em média, 92 filhos de crianças, adolescentes e jovens com
idades entre 10 e 19 anos em Minas Gerais diariamente. Também no ano
passado, 4.788 novos casos de HIV/Aids foram registrados. Além disso, as
notificações de sífilis aumentaram 30% em comparação com 2017. Os dados são
da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Na mira do presidente Jair Bolsonaro
(PSL), a educação sexual nas escolas é considerada fundamental para reduzir
esses números, na avaliação de especialistas. (...)
A ONU também incentiva a educação em sexualidade. Conforme publicação
recente da Unesco, isso contribui para os jovens se tornarem mais responsáveis em relação à saúde sexual e reprodutiva
e para o combate à evasão escolar de adolescentes grávidas.
De acordo com a consultora em saúde e educação sexual Gabrielle Faria, a educação sexual é importante para crianças
e adolescentes reconhecerem a violência sexual, que ocorre, sobretudo, dentro de casa: “Muitas só conseguem
identificar que aconteceu com elas na escola”. Além disso, ajuda a enfrentar o machismo. “É fundamental para uma
sociedade mais tolerante e preocupada com a equidade de gênero”, diz o professor da Faculdade de Educação da UFMG
Paulo Nogueira. (...)
Segundo a Secretaria de Estado de Educação, nas escolas estaduais, a educação sexual é abordada na disciplina de
ciências, com mais ênfase a partir do sexto ano do ensino fundamental, sendo trabalhada com mais intensidade no
ensino médio. A Secretaria Municipal de Educação da capital informou que oferece nas escolas um curso focado no
autocuidado com saúde sexual e mental, na perspectiva da prevenção a doenças e à gravidez na adolescência.

Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/sem-educacao-sexual-jovens-se-expoem-a-gravidez-e-doencas-1.2153894
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema
“As estratégias para combater a gravidez na adolescência no contexto brasileiro”, apresentando proposta
de intervenção que respeite os direitos humanos.

Redação sobre o tema

          A série "Euphoria", conhecida por abordar dramas da juventude, discute, a partir de um recorte
geracional, a questão da gravidez indesejada. Esse dilema fora vivenciado pela personagem Cassie, que,
ao conhecer o jovem McKay, engravida de forma imediata. Paralelamente à ficção, o ocorrido com Cassie
também está presente no Brasil atual, uma vez que a gravidez na adolescência necessita de meios para ser
combatida. Dessa feita, o déficit educacional e a frágil autonomia dos jovens agravam a gestação imediata
de meninas.

          Nessa lógica, observa-se que, em relação ao combate à fetação adiantada, o apoio educativo é
ineficiente. De certo, a relação sexual faz parte da vida do brasileiro, já que ela proporciona benefícios à
saúde — como o aumento da autoestima e a melhoria do sono. Contudo, é visível que uma parcela
significativa do coletivo é indiferente à proteção durante esse ato, pois a gravidez na puberdade é um
desafio tão comum quanto o prazer carnal. Isso acontece porque as escolas apresentam um modelo de
ensino ultrapassado, que exclui noções básicas da educação sexual da rotina escolar, bem como não há a
indicação de métodos contraceptivos para não engravidar na fase juvenil, dificultando a experiência sexual
do jovem. Com efeito, devido à péssima didática estudantil, os indivíduos tornam-se vulneráveis diante da
gestação imediata, o que deixa eles suscetíveis às IST's e, enfim, a sociedade fica em profundo
desequilíbrio. Em suma, o deficitário conteúdo acerca do entendimento corporal impede o estímulo correto
à ideia de "como fazer sexo". 

          Ademais, a causa mais preocupante desse panorama negativo, ilustrando a irresponsabilidade de


meninos e de meninas, decorre do pouco discernimento deles. Nesse sentido, observa-se, frequentemente,
que o tema "sexo" é tratado como tabu, tornando as orientações sexuais escassas, fato que induz o
jovenm à procura de conteúdo pornográfico, e assim ele tenta reproduzir a informação vista com sua
companheira. Essa atitude é prejudicial, porque o sujeito é exposto à erotização e, com isso, passa a
cultivar um pensamento depravado, no qual a banalização da relação segura prevalece a longo prazo — e a
gravidez na adolescência também. Esse cenário perigoso revela que a modernidade apresenta um caráter
imaturo, tendo em vista que uma parte expressiva dela se comporta de maneira imoral frente à fornicação,
um problema que estimula, ainda mais, o surgimento de um feto indesejado. Desse modo, fica evidente
que o público jovem, quando fica em um estágio de euforia, pensa em satisfazer a própria vontade, uma
característica marcante da falta de posicionamento crítico voltado às diversas formas de felicidade
imediata, motivando o quadro de imaturidade e de gravidez. 

          Afigura-se crucial, portanto, que o Ministério da Educação — responsável por zelar pela qualidade do
ensino — insira à grade curricular um projeto de educação sexual, por meio da alteração na Lei de Diretrizes
Bases. Essa medida terá a instauração de secretarias planejadas para a atuação no combate à pouca
responsabilidade dos jovens, além da inclusão, nos ensinos Fundamental e Médio, de frequentes debates
acerca da origem de um feto e de reformulações conscientes relacionadas aos perigos delimitados pela
carência de autonomia durante a relação. Tal iniciativa deve incluir professores de Biologia, os quais irão
aprimorar o raciocínio autônomo da molecada livre de influências nocivas, e especialistas no assunto, que,
por sua vez, demonstrarão o impacto banal da pornografia na formação cognitiva da pessoa, a fim de
estimular nos adolescentes a criticidade na hora de fazer amor e reduzir a gravidez na juventude. Dessa
forma, a realidade de Cassie não irá traçar um paralelo com o Brasil.

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