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RB009.

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA SAÚDE PARA A


PREVENÇÃO DO ABORTO NA ADOLESCÊNCIA

Alda Dourado da Silva1; Célia Andréia Pimentel1; Elcimara Almeida de Souza2; Ellen
Priscilla Nunes Gadelha3

1Acadêmicas do Curso de enfermagem do Campus Constantino Nery da Faculdade Estácio do Amazonas,


Manaus, Amazonas; email: bellamulher_2011@hotmail.com
2
Enfermeira, Especialista, Docente do Curso de Enfermagem do Campus Constantino Nery da Faculdade
Estácio do Amazonas, Manaus, Amazonas; email: elcimaraalmeida@hotmail.com
3
Enfermeira, Doutora, Coordenadora do Curso de Enfermagem do Campus Constantino Nery da Faculdade
Estácio do Amazonas, Manaus, Amazonas; email: ellenpriscilla@ig.com.br

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a adolescência como o período


entre 10 e 19 anos, uma fase do desenvolvimento caracterizada por uma série de
mudanças, físicas, mentais e sociais que culminarão com as características próprias de
um adulto. Por sua vez, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990), em
seu artigo 2o, a adolescência é a faixa etária entre 12 a 18 anos de idade. A gravidez na
adolescência é um problema de saúde pública, com implicações de ordem social, no plano
físico e psicológico da adolescente. Estima-se que nos países em desenvolvimento, 20 mil
adolescentes com menos de 18 anos dão à luz todos os dias, e cerca de 200 morrem
diariamente devido a complicações da gestação ou do parto. No Brasil, embora a
fecundidade das jovens entre 15 e 19 anos tenha declinado, ainda é expressivo o número
de partos de mães adolescentes, tendo sido registrados em 2013 mais de 550.000
nascimentos de gestantes com menos de 19 anos. Vários fatores estão associados a esse
problema, como baixa escolaridade da adolescente, abandono escolar, falta de orientação
sexual, não emprego de métodos anticoncepcionais, idade precoce para o namoro, idade
precoce para a primeira relação sexual, baixas condições socioeconômicas, dificuldade
de acesso a anticoncepcionais, relação conflitante dos adolescentes, entre outros. A
gravidez precoce muitas vezes, em geral inesperada ou mesmo indesejada, acaba levando
ao aborto, embora proibido pela lei penal brasileira, sendo considerado um crime que
pune quem o executa. A legislação admite exceções para que não incida a punição: em
caso de estupro, se a gestante precisa salvar a vida em razão de risco gestacional ou no
caso de gravidez de feto anencéfalo. A gravidez precoce tornou-se uma questão de
interesse para saúde pública, pelas implicações sociais que traz, envolvendo fatores
socioeconômicos e de assistência à população, requerendo tanto conhecimentos sobre
suas causas, como também o desenvolvimento de um planejamento social a partir de
políticas públicas consistentes. Essas políticas têm buscado responder aos desafios da
saúde pública no Brasil, dando origem a programas direcionados a segmentos específicos
da população, como os adolescentes. Dentre as ações para o seu atendimento, destacam-
se aquelas relativas à assistência às adolescentes grávidas, as quais tratam também da
atenção à gravidez precoce, no intuito de reduzir a mortalidade associada aos riscos da
gestação prematura, bem como evitar os casos de aborto que aumentam a vulnerabilidade
do concepto e da mãe. Essa questão é uma preocupação das políticas de saúde
direcionadas ao atendimento dos adolescentes, as quais preveem ações que visam
promover o trabalho multiprofissional na Atenção Básica, do qual fazem parte os
enfermeiros. O enfermeiro como parte da Equipe de Saúde, deve atuar na Atenção Básica
atendendo às adolescentes gestantes por meio de várias intervenções, como promover
ações interdisciplinares, desenvolver ações de prevenção e participar de projetos com

Simpósio de Trabalhos Científicos e Tecnológicos do Amazonas, 2018


foco na promoção da saúde dessas usuárias dos serviços da rede pública. No campo da
assistência à saúde dos adolescentes, o enfermeiro tem um papel importante no
desenvolvimento de ações de caráter educativo, envolvendo a atenção a questões
relacionadas à gravidez precoce e sua prevenção, como educação sexual, informação
sobre uso de contraceptivos e outros temas, enfatizando a importância do autocuidado e
comportamentos responsáveis. No exercício dessas atribuições, os enfermeiros precisam
superar as deficiências dos serviços de saúde na Atenção Básica. Dentre as dificuldades
para a assistência às adolescentes grávidas, destacam-se a falta de espaço adequado nas
Unidades Básicas de Saúde para realizar encontros e debates com os adolescentes, bem
como as restrições para desenvolver e articular um trabalho multiprofissional na educação
em saúde.

Palavras-chaves: Adolescência; aborto; prevenção; promoção.

Simpósio de Trabalhos Científicos e Tecnológicos do Amazonas, 2018

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