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FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA

RECONHECIDA PELO MEC: PORTARIA Nº 3258 DE 21 DE SETEMBRO DE 2005.


PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DE 23 DE SETEMBRO DE 2005 PG. 184 SEÇÃO 01.

POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE

GABRIELLY EMILLY DA S. SOUZA-2412032

JOSÉ JHONATA SERAFIM DA SILVA-2412023

KAUANY DE SOUZA PEQUENO-2412012

LUCAS VINÍCIUS DA SILVA ALVES -2412063

LUIZ ALBERTO FERNANDES RÉGIS JÚNIOR-2412014

MARIA EDUARDA ALVES DE OLIVEIRA-2412044

MARIA ELOYSA BARBOSA DO REGO-2412064

SOFIA GONÇALVES PESSÔA-2412024

VINICIUS BERNARDINO DA S. OLINDINO-2412062

SAÚDE DA CRIANÇA

JOÃO PESSOA, 2024


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SAÚDE DA CRIANÇA

Docente: Renata Valéria Nóbrega


Componente curricular: Políticas públicas
em saúde

João Pessoa, 2024


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INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A saúde é um bem fundamental para todos os seres humanos, e a promoção


e manutenção da saúde infantil são aspectos importantes da atenção à saúde.
Sendo assim, ao longo da história da política de saúde infantil no Brasil,
observaram-se avanços e retrocessos no cuidado implementado por meio das
políticas públicas, e confirmados, visto que estão intrinsecamente ligados, por dados
demográficos, aspectos socioeconômicos e indicadores de saúde.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018 (PNAD
contínua 2018) estimou que temos no Brasil 35,5 milhões de crianças (pessoas de
até 12 anos de idade), o que corresponde a 17,1% da população estimada no ano,
de cerca de 207 milhões, havendo um aumento na taxa de escolarização de
crianças de 0 à 3 anos em relação à PNAD 2016; cresceu de 30,4% para 34,2%,
equivalente a 3,5 milhões de crianças, verificando-se também que, segundo a
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o percentual de crianças sem acesso a
saneamento básico era de 44,6%, sendo taxas que variam significativamente de
acordo com as regiões do país e reflete desafios persistentes na garantia de
condições adequadas de saúde e qualidade de vida para a população infantil.
Visando garantir uma assistência de qualidade e respeitar os direitos das
crianças, foi designada a criação de uma política específica voltada para população
infantil: ECA.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990, é
embasado em diretrizes e princípios fundamentais que orientam sua aplicação e
promovem a proteção integral desses grupos vulneráveis. Entre essas diretrizes,
destacam-se o princípio da prioridade absoluta, que determina que crianças e
adolescentes devem ser priorizados em políticas públicas e ações governamentais,
garantindo-lhes proteção e socorro em quaisquer circunstâncias. Além disso, o ECA
é regido pelo princípio da proteção integral, que visa proteger esses indivíduos de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, assegurando-lhes direitos básicos como o direito à vida, à saúde, à
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educação, à convivência familiar e comunitária, entre outros. Outro princípio


importante é o da participação, que reconhece o direito das crianças e dos
adolescentes de serem informados e consultados sobre assuntos que os afetem, de
acordo com sua capacidade de compreensão, promovendo sua autonomia e
protagonismo. Esses princípios e diretrizes são essenciais para garantir a aplicação
efetiva do ECA e para promover o pleno desenvolvimento e a proteção integral das
crianças e adolescentes no Brasil, assim, assegurando seus objetivos.

DESENVOLVIMENTO

2. SAÚDE BUCAL

O direito à saúde bucal infantil está garantido no Estatuto da Criança e do


Adolescente (ECA) no artigo 7º, inciso VII, que estabelece o direito à proteção, à
vida e à saúde, incluindo a saúde bucal. Portanto, é dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à saúde, através de
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, o impacto adverso das condições bucais
podem afetar a qualidade de vida relacionada à saúde bucal de crianças,
adolescentes e adultos jovens, comprometendo as funções mastigatórias, o sono, a
frequência escolar, a interação social e o bem-estar social e emocional. A presença
de doenças bucais em estudantes – como cárie, mau hálito, sangramento gengival,
fraturas dentais, mau posicionamento dentário – pode ser motivo de
constrangimento e até mesmo de bullying.
Com isso, é importante que pais/responsáveis, profissionais de educação e
profissionais de saúde estejam articulados para perceberem as mudanças de
comportamento relacionadas à saúde bucal das crianças, reconhecendo, por
exemplo, quando a criança/adolescente leva a mão à boca ao sorrir e ao falar, sorri
pouco ou deixa de mastigar perto dos colegas.
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3. IMUNIZAÇÃO

A imunização infantil desempenha um papel crucial na proteção da saúde


das crianças e na prevenção de doenças graves, protegendo-as contra uma
variedade de doenças potencialmente graves, incluindo sarampo, poliomielite,
difteria, coqueluche, meningite, hepatite B, entre outras. Essas doenças podem
causar complicações sérias e até mesmo levar à morte em casos extremos. Além
de proteger individualmente as crianças vacinadas, a imunização infantil também
contribui para a proteção da comunidade como um todo, através da criação de uma
"imunidade de rebanho". Isso significa que quando uma porcentagem
suficientemente alta da população é vacinada, a disseminação da doença é
reduzida, protegendo também aqueles que não podem ser vacinados por motivos
de saúde.A imunização infantil desempenha um papel fundamental na erradicação
de doenças. Por exemplo, a vacinação generalizada levou à erradicação da varíola
em todo o mundo e à eliminação do sarampo em várias regiões.A prevenção de
doenças através da vacinação infantil reduz os custos associados ao tratamento de
doenças evitáveis, tanto para os sistemas de saúde quanto para as famílias. Muitas
vacinas administradas na infância oferecem proteção ao longo da vida ou por longos
períodos de tempo, reduzindo o risco de contrair doenças na idade adulta.
Segundo informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef),
a taxa de vacinação entre as crianças no Brasil está diminuindo rapidamente, caindo
de 93,1% para 71,49%, onde houve influência da pandemia do COVID-19, que
ocasionou a queda drástica da busca por pontos de vacinação (UBS). Esses dados,
coletados em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), colocam o
Brasil entre os dez países com menor cobertura vacinal global.
A redução na cobertura vacinal deixa as crianças brasileiras vulneráveis a
doenças que anteriormente estavam sob controle, como o sarampo, que havia sido
eliminado do país em 2016, mas ressurgiu em 2018. Além do sarampo, outras
doenças como poliomielite, meningite, rubéola e difteria também podem voltar a
afetar as crianças devido à baixa cobertura vacinal, e causar danos não só às
crianças, mas também para toda a comunidade.

4. CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA


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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que crianças com


deficiência têm direito à proteção especial do Estado e da sociedade para garantir
seu pleno desenvolvimento e inclusão social. Isso inclui o direito à igualdade e à não
discriminação, acesso a atendimento médico especializado, educação inclusiva em
escolas regulares, proteção contra maus-tratos e exploração, bem como o direito à
participação ativa na sociedade e expressão de suas opiniões. Essas disposições
refletem o compromisso do Brasil em promover a igualdade de oportunidades e o
bem-estar de todas as crianças, independentemente de suas habilidades ou
limitações.
O direito à igualdade e não discriminação, garantindo a proteção integral sem
qualquer forma de discriminação, inclusive por deficiência, seja ela física ou
psíquica, está contido no artigo 7º do ECA, portando também outros direitos cruciais
para crianças com deficiências: artigo 56º ( Determina que instituições de ensino
têm a obrigação de proporcionar condições de acesso, permanência e participação
no ensino à todos) e artigo 208º ( Estabelece a obrigação do estado em prover
atendimento educacional especializado às crianças com deficiência).
Estimativas a partir de dados obtidos do IBGE de 2010 indicam que cerca de
3.905.235 crianças possuem algum tipo de deficiência física, e 391.266 possuem
deficiência intelectual.

4. CRIANÇAS COM DOENÇAS CRÔNICAS

No Brasil, dados do IBGE mostram que entre 9% e 11% das crianças são
portadoras de uma doença crônica.
Sempre que possível, o cuidado deve ser realizado por equipes
multidisciplinares, interdisciplinares e, de preferência, transdisciplinares. Os
programas de cuidado devem envolver profissionais como pediatras, médicos da
família e da comunidade, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais,
educadores físicos, psicólogos e agentes comunitários, evitando, dessa maneira, a
centralização excessiva. Adicionalmente, os profissionais de saúde devem
desenvolver habilidades para transmitir ao paciente com doenças crônicas e seus
cuidadores informações de forma simples e compreensível.
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Os familiares e os membros das equipes de saúde devem ter em mente que


as crianças com doenças crônicas podem apresentar redução na sobrevida e
cuidado clínico e psicossocial por toda a vida.
Um grande desafio atual é a inclusão de cuidado de qualidade para as
doenças crônicas na Atenção Básica devido à alta prevalência, etiologia multifatorial
com componentes genéticos, ambientais e socioculturais. A abordagem, para ser
efetiva, necessariamente envolve equipes de saúde, com protagonismo e interação
com os pacientes, suas famílias e a comunidade.
Nesse contexto, o MS vem desenvolvendo diretrizes, metodologias,
instrumentos de apoio às equipes de saúde e realizando esforços para que se
organize a Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas. As 10 etapas
fundamentais para o cuidado de crianças e adolescentes com doenças crônicas
incluem: 1) Diagnóstico precoce e correto; 2) Acompanhamento por toda a vida; 3)
Acesso ao manejo interdisciplinar; 4) Cuidado centrado em diretrizes baseadas em
evidências científicas sólidas; 5) Acesso a medicação de alto custo; 6) Avaliação de
comorbidades; 7) Manejo das exacerbações; 8) Atenção à qualidade de vida; 9)
Apoio à inclusão social e a não discriminação e 10) Apoio aos cuidadores.

5. ATENÇÃO HUMANIZADA AO NASCIMENTO E AO ALEITAMENTO MATERNO

Garantir acompanhamento pré-natal e atenção de qualidade no parto e


nascimento, com seguimento do cuidado na atenção básica desde os primeiros dias
de vida, são condições fundamentais para assegurar a Atenção Integral à Saúde da
Criança.
Atenção humanizada ao nascimento e ao aleitamento materno refere-se a
abordagens de cuidados de saúde que priorizam o bem-estar físico, emocional e
psicológico da mãe e do bebê durante o parto e o período pós-natal , promovendo o
vínculo entre mãe e filho e apoiando o aleitamento materno como uma prática
fundamental para a saúde infantil. Essa abordagem enfatiza o respeito pelos direitos
e escolhas da mulher, além de fornecer suporte emocional, informação e educação
sobre cuidados com o bebê e a amamentação.
A atenção humanizada ao nascimento e ao aleitamento materno
desempenha um papel crucial na promoção da saúde infantil. Primeiramente,
durante o parto, uma abordagem humanizada respeita as escolhas da mãe e
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promove um ambiente de apoio emocional, o que pode reduzir o estresse e a


ansiedade da mãe, proporcionando um início de vida mais tranquilo para o bebê.
Em relação ao aleitamento materno, a atenção humanizada promove e apoia
essa prática desde os primeiros momentos de vida do bebê. O leite materno é
considerado o alimento mais completo e ideal para os bebês, fornecendo todos os
nutrientes necessários para um crescimento e desenvolvimento saudáveis. Além
disso, o aleitamento materno está associado a uma redução significativa do risco de
várias doenças infantis, como infecções respiratórias, gastrointestinais, alergias e
doenças crônicas.
Além disso, a atenção humanizada ao nascimento e ao aleitamento materno
promove o vínculo afetivo entre mãe e bebê, o que contribui para o desenvolvimento
emocional e psicológico da criança. Esse vínculo fortalecido também pode
influenciar positivamente o desenvolvimento cognitivo e social da criança ao longo
da vida.
Portanto, ao garantir um nascimento respeitoso e apoiar o aleitamento
materno, a atenção humanizada contribui diretamente para a promoção da saúde
infantil, tanto a curto quanto a longo prazo.

6. CONCLUSÃO

Diante das diversas vertentes abordadas sobre a saúde infantil no contexto


brasileiro, é evidente a importância da promoção e manutenção da saúde das
crianças como um dos pilares fundamentais da política de saúde pública. Desde a
implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) até os desafios
contemporâneos enfrentados, como a garantia da imunização adequada, o cuidado
integral às crianças com deficiência e doenças crônicas, a atenção humanizada ao
nascimento e ao aleitamento materno emerge como uma peça-chave nesse cenário.

REFERÊNCIAS
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https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-not
icias/releases/24857-pnad-continua-2018-educacao-avanca-no-pais-mas-desigualda
des-raciais-e-por-regiao-persistem

https://www.unicef.org/brazil/agua-saneamento-e-higiene#:~:text=Situa%C3%A7%C
3%A3o%20no%20Brasil&text=Segundo%20dados%20de%202020%2C%20no,chuv
a%20ou%20sem%20proced%C3%AAncia%20conhecida

https://www.tjac.jus.br/infancia-e-juventude/estatuto-da-crianca-e-adolescente-eca/#:
~:text=O%20ECA%20(Estatuto%20da%20Crian%C3%A7a,garantias%20espec%C3
%ADficas%2C%20como%20dito%20anteriormente

https://portal.fiocruz.br/noticia/vacinacao-infantil-sofre-queda-brusca-no-brasil

https://bvsms.saude.gov.br/09-12-dia-nacional-da-crianca-com-deficiencia/
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/atencao-humanizada-e-qu
alificada-a-gestacao-ao-parto-ao-nascimento-e-ao-recem-nascido-eixo-estrategico-i-
da-pnaisc/
https://www.gov.br/saude/pt-br

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