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Saúde da Criança
Construção de Políticas Públicas de Atendimento à Infância e à
Adolescência
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Unidade Construção de Políticas Públicas de Atendimento à
Infância e à Adolescência
Thinkstock/Getty Images
• Introdução
• A Adolescência
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Unidade: Construção de Políticas Públicas de Atendimento à Infância e à Adolescência
Contextualização
Para cuidar da criança e do adolescente precisamos entender como se passou todo o processo
histórico sobre a maneira de ver e cuidar dessa população.
No princípio do século XVII tal questão era vista como um estorvo e com o passar do
tempo – até os dias de hoje –, devido às mudanças sociais, começou-se a enxergar crianças e
adolescentes como cidadãos e, por conta disso, com direitos que devem ser respeitados. Essa
mudança de atitude veio acompanhada de iniciativas governamentais que apoiam o cuidado
e buscam uma vida mais saudável para esses jovens de hoje e adultos de amanhã. Tais ações
buscam melhorar os fatores que interferem na saúde infantil, assim como seus aspectos sociais,
econômicos, culturais e biológicos.
Nesta Unidade entenderemos como se deu o procedimento de implantação dessas ações e
os principais esforços governamentais para uma mudança de cenário, assim como a iniciativa
pública contribuiu com uma evolução mais saudável de nossos jovens.
Ao explorar este material, você aprofundará seus conhecimentos através da leitura atenta do
conteúdo aqui proposto, esse que lhe servirá de apoio na plena compreensão do tema.
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Introdução
Atualmente as crianças são vistas como o futuro da nossa sociedade e diante dessa nova
visão, a saúde infantil em geral melhorou e os coeficientes de mortalidade e as incidências
das doenças diminuíram em algumas áreas. Contudo, ainda se faz necessário priorizar a
saúde infantil em todo o mundo. Percebemos que as práticas e os hábitos estabelecidos na
infância têm efeito profundo na saúde e nas doenças adquiridas ao longo de toda a sua vida
(KYLE, 2011).
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Unidade: Construção de Políticas Públicas de Atendimento à Infância e à Adolescência
Para a vida em sociedade, é fundamental que se desenvolva uma população que cuide
de suas crianças, promovendo opções de estilo de vida saudável e cuidados com a saúde
(KYLE, 2011).
Ao voltar o olhar a essa população, deparamo-nos com recorrentes situações de vulnerabilidade
as quais esses jovens estão expostos no Brasil. Percebemos diferentes condições de vida entre
esses. Essa vulnerabilidade se modificava de acordo com a posição de cada jovem na estrutura
social e a um consequente acesso diferenciado aos serviços e bens de assistência pública. Diante
dessa constatação, surgiu a necessidade de se criar e/ou reorganizar os programas e ações
sociais, em especial aqueles que se destinavam à redução da pobreza, situação em que se
encontra grande parte da população de jovens. Portanto, priorizar essas medidas passou a ser
uma nova exigência das políticas públicas (MENDONÇA, 2002).
A meta global é promover e ajudar a criança a manter os níveis ideais de saúde, reconhecendo
a influência da família no bem-estar do jovem (KYLE, 2011).
Nos anos 1990 surgiu a reforma social brasileira, essa que trouxe a noção de proteção
integral e universal com equidade, baseada nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e
seguindo uma tendência internacional. No campo da infância e da adolescência, essa reforma
mostrou uma mudança no processo de integração social dos jovens, envolvendo as práticas de
promoção à saúde e na prevenção de doenças, assim como o cuidado das crianças durante o
período de enfermidade ou doença (KYLE, 2011; MENDONÇA, 2002).
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Foram então adotadas tais práticas sociais como condutoras do processo de formação
da identidade sociocultural infanto-juvenil (ARIÈS, 1981). Entre as práticas adotadas estão
a assistência, a saúde e a educação, todas atingindo seu objetivo em enfrentar as questões
sociais existentes até então, conscientizando toda a população ao tornar público o conjunto de
direitos sobre o dever do Estado em oferecer essas condições sociais favoráveis às crianças e aos
adolescentes (MENDONÇA, 2002).
As crianças precisam de cuidados centrados na família que sejam coordenados, abrangentes
e contínuos, atendendo suas necessidades físicas e emocionais (KYLE, 2011).
Os pais e responsáveis são de extrema importância na saúde e bem-estar infantil. A família
é o suporte principal e contribui com a vitalidade da criança. Portanto, os conhecimentos que a
família detém quanto à saúde ou à prevenção de doenças são vitais (KYLE, 2011).
Essa abordagem funciona adequadamente desde os cuidados preventivos à criança sadia
até a assistência em longo prazo para aquelas que sofrem de doenças crônicas ou terminais
(KYLE, 2011).
Esses cuidados têm a função de promover maior confiança nos pais, especialmente em suas
habilidades, além de preparar crianças e jovens em assumir as responsabilidades de atendimento
às próprias necessidades de saúde (KYLE, 2011).
Com o intuito de oferecer às futuras gerações uma nova condição de vida, durante a
Convenção da ONU, ocorrida no início da década de 1990, foi retomada a proposta de proteção
integral à criança e ao adolescente, reconhecendo que o processo social de exclusão até então
aplicado aos jovens já tinha atingido níveis alarmantes (MENDONÇA, 2002).
Ao longo do século XX o sistema de saúde passou a reconhecer as qualidades e as necessidades
especificas das crianças. Essa nova postura enfatiza que as crianças têm valor especial, que são
vulneráveis e necessitam de proteção (KYLE, 2011; MENDONÇA, 2002).
Durante todo esse período, as práticas de saúde continuaram a evoluir e impor desafios para
este novo século em que vivemos (KYLE, 2011), os quais:
• Contenção de custos da assistência à saúde;
• Cuidados preventivos;
• Assistência contínua;
• Questões relacionadas à qualidade de vida;
• Ameaças mundiais às crianças;
• Singularidades das crianças e de suas famílias;
• Avanços significativos no diagnóstico e tratamento de doenças;
• Fortalecimento dos consumidores dos serviços de saúde;
• Redução dos obstáculos no acesso aos serviços de saúde;
• Proteção dos direitos infantis.
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As alterações continuarão a afetar a saúde das crianças, dado que as necessidades sociais e
mundiais direcionam a tais transformações.
A Adolescência
Entende-se por adolescente aquele que se encontra na faixa etária entre dez e vinte anos
incompletos e o período de dez a 24 anos é considerado juventude – segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). É definido como o período da vida caracterizado por intenso
crescimento e desenvolvimento, transformações físicas, fisiológicas, sociais e emocionais (SÃO
PAULO, 2012).
A importância desse grupo e sua vulnerabilidade aos agravos de saúde, assim como às
questões econômicas e sociais, de educação, cultura, trabalho, justiça, esporte, lazer e outros
aspectos mostram a necessidade de uma atenção mais específica e abrangente.
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É certo, porém, que os adolescentes brasileiros têm direito à saúde, portanto, é dever do
Estado possibilitar esse acesso de forma universalizada (BRASIL, 1996).
Sabemos que para tratar e tentar uma solução para os problemas da população
temos que passar por uma reestruturação das políticas sociais e econômicas e
só é possível quando conseguimos uma participação da comunidade e mais
uma vez só acontece com um trabalho multidisciplinar. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE,1996)
Período Acontecimento
Entre 1964 e
Vigência da Política de Bem-Estar do Menor (Pnbem)
1988
Nos anos 1990, a formulação e a implantação do ECA consolidou novas formas de relação
com os jovens, especialmente na área educacional e de formação para o mercado de trabalho
(ALVIM, 1994; RIZZINI, 1995; VOGEL, 1995).
Através de sua política social, o ECA definiu que a ação social deveria ir além de meramente
oferecer condições materiais, mas também preocupar-se com novos estilos, mudanças de
comportamentos e atitudes que emancipassem o jovem, de modo a enxergá-lo como sujeito
que possui direitos (MENDONÇA, 2002).
Para entender melhor a base de elaboração das novas ações voltadas ao bem-
estar da criança e do adolescente, conheça o ECA, disponível em:
• http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.
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Unidade: Construção de Políticas Públicas de Atendimento à Infância e à Adolescência
Figura 1.
As ações básicas
do Prosad
Crescimento e Prevenção
desenvolvimento de acidentes
Violência
Sexualidade e
saúde reprodutiva
Maus tratos
pela família
Saúde mental e instituições
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Os adolescentes passam a ter suas atividades estendidas além da convivência familiar, de
modo que esse comportamento faz com que tenham acesso a uma nova cultura e inéditos
valores, por isso começam a questionar atitudes, o que pode gerar conflitos com os outros
membros que convivem no mesmo domicílio. Esses conflitos podem ser ainda maiores quando
percebem que estão colocando em risco sua mobilidade. Portanto, torna-se cada vez mais
importante criar ações que se estendam ao meio social onde vivem (MENDONÇA, 2002).
Tais ações já são desenvolvidas nos serviços de saúde tradicionais e espera-se que agora
sejam estimuladas a serem realizadas fora das unidades de saúde, em parceria com outras
instituições de assistência e na comunidade (BRASIL, 1996).
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Material Complementar
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Referências
ALVIM, R. Infância das classes populares: a constituição da infância como problema social no
Brasil. In: ABREU, A. P.; PESSANHA, E. (Org.). O trabalhador carioca: Estudos sobre os
trabalhadores urbanos do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: CJ, 1994. p. 159-169.
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Anotações
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