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Objetivos da Unidade:
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📄 Material Teórico
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Introdução
Ao darmos início à Disciplina de Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente I, temos que
ressaltar que a atenção integral à saúde da criança é prioridade no cuidado à saúde da população.
A enfermagem deve ter como meta melhorar a qualidade da assistência prestada às crianças, aos
adolescentes e às suas famílias, entendendo os princípios básicos para a promoção e prevenção
dos principais problemas de saúde na infância quando da atenção primária.
Entender que as famílias estarão sempre presentes na vida das crianças e que, portanto, a equipe
de enfermagem precisa olhar para essa família como parceiros na construção do cuidado,
compreendendo todas as necessidades biopsicossociais, considerando a família como
estratégia fundamental para a reorganização da atenção básica.
A história da saúde da criança no Brasil passou por diversas mudanças e desafios ao longo dos
anos. No início do século XX, a saúde da criança não era uma prioridade para o governo e a taxa
de mortalidade infantil era extremamente alta. As condições sanitárias eram precárias e doenças
como diarreia, pneumonia e tuberculose eram comuns entre as crianças.
No entanto, a partir da década de 1920 houve aumento da preocupação com a saúde infantil no
País e foram criados os primeiros serviços de saúde voltados para as crianças. Em 1924, foi
fundado o Instituto de Puericultura e Proteção à Infância no Rio de Janeiro, que se tornou
referência em atendimento e pesquisa em saúde infantil.
Nas décadas de 1980 e 1990, a atenção à saúde da criança foi incorporada ao Sistema Único de
Saúde (SUS) e foram criados diversos programas e políticas para garantir o acesso aos serviços
de saúde; alguns exemplos são o Programa Nacional de Imunização (PNI), o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) e o Programa Saúde da Família (PSF).
Atualmente, a saúde da criança no Brasil é uma das principais áreas de atuação do SUS. Os
Vídeo
Em 1927, o Brasil Fixava a Maioridade Penal em 18 Anos
Em 1927, o Brasil fixava a maioridade penal em 18 anos
Leitura
Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 1990
ACESSE
Confira, a seguir, a linha do tempo com as políticas públicas para crianças e adolescentes do
Brasil:
1937
1975
1983
1990
Em 1989, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a Convenção sobre os Direitos da
Criança, considerada um dos tratados mais importantes na história, com o envolvimento de 196
países – o Brasil assinou esse documento em 1990, durante a Reunião da Cúpula Mundial em
Favor da Infância. O documento expressa o compromisso dos Estados, da família e sociedade,
recordando-os de que na Declaração Universal dos Direitos Humanos “a infância tem cuidados
e assistência especiais”.
Leitura
Convenção sobre os Direitos da Criança
ACESSE
No Brasil da década de 1990, a taxa de mortalidade infantil era alta e evidente nas populações
com maior vulnerabilidade social; em 1995 o Ministério da Saúde lançou o Programa para
Redução da Mortalidade Infantil (PRMI), com o objetivo de articular com organizações não
Na década de 2000, metas foram estabelecidas pela ONU e apoiadas por 192 países com objetivos
para o milênio. Um dos objetivos para o milênio era diminuir a mortalidade infantil entre
Leitura
Portaria nº 1.459, de 24 de Junho de 2011
ACESSE
fundamentais na melhora dos índices assistenciais. Não podemos deixar de relatar as ações para
imunização que foram fundamentais para a redução da mortalidade infantil, com destaque para
erradicação da poliomielite no Brasil, em 1994.
(PNI), criado em 1973. O PNI tem como objetivo garantir o acesso universal às vacinas
recomendadas para todas as crianças brasileiras. O calendário nacional de imunização do PNI
inclui vacinas contra doenças como sarampo, caxumba, rubéola, meningite, pneumonia, entre
outras.
A imunização em crianças tem sido uma das medidas mais eficazes para reduzir a morbidade e
mortalidade infantil no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal infantil
tem sido alta no País, com mais de 95% das crianças recebendo as vacinas recomendadas pelo
PNI.
Embora a imunização em crianças tenha sido amplamente aceita no Brasil, o País enfrenta
desafios contínuos para garantir a cobertura vacinal universal, especialmente em áreas remotas
e de baixa renda. O Governo brasileiro tem tomado medidas para abordar esses desafios,
Leitura
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
ACESSE
Existem diversos fatores de risco para a mortalidade infantil no Brasil, de modo que dentre os
Baixo peso ao nascer: bebês que nascem com baixo peso têm maior risco de
morbidade e mortalidade infantil;
prioridade para o País e é fundamental que sejam adotadas medidas efetivas para garantir o
acesso universal aos serviços de saúde e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Saiba Mais
Para atuarmos na atenção à saúde da criança e do adolescente é
importante entendermos as definições de juventude, primeira
infância, criança e adolescente nas diversas esferas políticas, pois
existem divergências em relação a estas definições, vejamos:
Com os princípios e as diretrizes da Pnaisc foi possível alinhar sete eixos estratégicos
relacionados:
A adolescência é caracterizada por ser uma fase consideravelmente afetada por questões
individuais, associadas a questões familiares, coletivas, políticas, sociais e econômicas, as quais
podem impactar de forma direta na promoção e manutenção da saúde da população em questão.
Leitura
Cuidando de Adolescentes: Orientações Básicas para a Saúde Sexual e a
Saúde Reprodutiva
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Saiba Mais
Mortalidade infantil é um indicador que se refere ao número de óbitos
no primeiro ano de vida a cada 1.000 nascidos vivos. É uma variável
Vídeo
Violência Contra Criança e Adolescente – Conceitos e Tipologias
A violência contra as nossas crianças e os nossos adolescentes tem mobilizado vários setores
sociais, sendo considerado um grave problema de saúde pública. A violência não se encontra
apenas dentro das residências de forma direta, mas também de forma indireta, por meio das
telas, dos jogos, das mídias sociais ou de qualquer outro meio que possa exercer influência,
considerando a exposição desses fatores, além das mudanças do próprio desenvolvimento
eletrônicos. Os medicamentos sem prescrição médica também fazem parte dessa lista, tais
como ansiolíticos, analgésicos, estimulantes e sedativos.
Vídeo
Saúde Mental na Infância e Juventude – Na Ponta do Lápis
Saúde Mental na Infância e Juventude - Na Ponta do Lápis | Holist…
Holist…
Segundo o relatório intitulado Situação mundial da infância 2021, publicado pelo Unicef, uma a
cada sete crianças e adolescentes é diagnosticada com algum transtorno mental. É evidente a
gravidade da situação envolvendo doenças de ordem mental, em especial a depressão – por sua
grande incidência e complexidade. De acordo com a OMS, os transtornos mentais são
classificados em transtornos de desenvolvimento:
De acordo com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz)
(2022), a pesquisa intitulada Violência autoprovocada na infância e na adolescência identificou
16 mil notificações envolvendo comportamento suicida entre os adolescentes – o suicídio é
considerado como a quarta maior causa de morte na juventude. Ademais, a pesquisa apresenta
que os jovens nascidos após 1995, considerados “natos digitais”, são mais sensíveis à atual vida
cotidiana, com isso apresentam mais sinais e sintomas de transtornos mentais, tais como
depressão, ansiedade, automutilação e suicídio.
Como profissional de saúde, a sua contribuição será fundamental nesse processo, com a
identificação dos fatores de risco e implementação de medidas preventivas por meio de:
O cuidado é considerado como a essência de nossa profissão, de modo que o cuidado terapêutico
é uma ferramenta utilizada pelo enfermeiro nos momentos de sofrimento físico e psicológico,
com o objetivo de minimizar os danos. De acordo com Hockenberry (2016), existem três pilares
para atingir o objetivo: i) evitar a separação entre a criança e família; ii) promover a sensação de
controle; e iii) minimizar a dor e/ou as lesões físicas.
Importante!
Estabelecer uma relação terapêutica entre enfermeiro e paciente é
fundamental para realizar uma assistência de enfermagem de
qualidade.
Prevenção de Acidentes na Infância
Você Sabia?
Que a maior causa de óbito em crianças no mundo são os acidentes na
infância?
De acordo com os dados emitidos pelo relatório intitulado Criança segura, do Ministério da
Saúde (2018), os acidentes entre crianças de 0 a 14 anos de idade são considerados a principal
causa de mortalidade e 90% poderiam ser evitados. Os tipos de acidentes geralmente estão
relacionados à fase de crescimento e desenvolvimento da criança, de modo que conforme a sua
idade estará mais vulnerável ao ambiente – assim, a compreensão de cada fase é fundamental
para a prevenção.
Figura 2 – Criança pequena
Fonte: Getty Images
As crianças pequenas geralmente estão expostas há vários fatores de risco, porém, não têm
consciência dos perigos ao redor, de modo que a percepção adequada do meio ambiente – por
exemplo, altura de escadas, bancos, camas etc. – é incapaz de reconhecer o perigo para ela e
outros.
Figura 3 – Criança em idade escolar
Fonte: Getty Images
Em média, 112 mil crianças são internadas anualmente, de modo que as principais causas de
internações entre crianças de 0 a 14 anos são as seguintes:
Quedas;
Queimaduras;
Intoxicação.
Figura 5 – Internações por acidente de crianças entre 0 e 14
anos de idade (período da pesquisa, de 2013 a 2019)
Fonte: Adaptada de criancasegura.org
casos; outras causas de internações com 59.400 casos; e queimaduras com 46.728 casos. Entre
10 e 14 anos há prevalência de 143.895 internações por queda; outras causas totalizando 62.710,
além de 49.180 internações por queimaduras e 41.622 relacionadas ao trânsito.
Figura 6 – Mortes de crianças entre 0 e 14 anos de idade
por acidentes (período da pesquisa, 2018)
Fonte: Adaptada de criancasegura.org
Já em relação a mortes por acidentes entre crianças entre 0 e 14 anos de idade, as menores de 1
ano têm prevalência nas mortes por sufocação, com 600 casos, seguidas de mortes no trânsito,
com 88 casos, e 27 com mortes por queda. Em crianças entre 1 e 4 anos, a prevalência é de
afogamento, com 383 casos, seguida de mortes por trânsito, com 242 casos, e sufocação, com
119 casos. As crianças entre 5 e 9 anos têm prevalência de morte por trânsito, com 247 casos,
seguidas de afogamento, com 190 casos, e outras causas de morte, com 61 casos. Entre 10 e 14
anos, a prevalência fica em acidentes de trânsito, com 443 casos, seguidas de afogamento, com
270 mortes, e queimaduras, com 58 casos.
Várias causas que levam aos óbitos e a doenças incapacitantes em crianças e adolescentes
poderiam ser evitadas com ações de promoção e prevenção de saúde. Vale lembrar que a
promoção de saúde atua sobre os determinantes sociais de saúde, propondo ações que envolvem
a educação, habitação, o saneamento, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio ambiente, lazer
e os serviços essenciais, bem como exige atuação de várias esferas governamentais e não
governamentais. Os enfermeiros que realizam a Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE) precisam entender a importância da prevenção na promoção da saúde, pois por meio da
identificação dos problemas torna-se possível a intervenção com a família e comunidade.
Vídeo
Casa Segura
Casa Segura
Trânsito:
Afogamento:
Sufocação:
Quedas:
Armas de Fogo:
Medicamentos:
Site
Criança Segura Brasil
ACESSE
Para alcançar os objetivos na prevenção e promoção de saúde, os enfermeiros precisam utilizar
algumas habilidades, de modo que a comunicação é considerada uma das mais importantes para
a realização do cuidado; a escuta ativa é fundamental para o apoio e aconselhamento; a expertise
do profissional também deverá ser considerada; o toque é uma das estratégias utilizadas como
forma de comunicação não verbal útil no acolhimento das crianças; a empatia é uma forma de
manter um bom relacionamento com a família.
Leitura
A Importância da Escuta no Cuidado de Enfermagem
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O raciocínio clínico é uma habilidade capaz de reunir e analisar os dados informados pela
criança, família e instituição, sendo fundamental para avaliar o significado da informação e
realizar a sistematização da SAE.
Saiba Mais
No Brasil, a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)
Em Síntese
As políticas públicas voltadas à saúde da criança e do adolescente
iniciaram realmente após o Tratado em 1989; nessa época, o Brasil
apresentava altas taxas de mortalidade infantil. Em 2015 o Pnaisc foi
Filme
A Invenção da Infância
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📄 Referências
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BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica, Brasília, DF, n. 23, 2009a. Disponível
em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad23.pdf>. Acesso em:
01/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Normas e manuais técnicos. Brasília, DF, 2011. v. 1. (Col. Cadernos
de Atenção Básica; Série A; 28).
HOCKENBERRY, M. J.; WILSON, D. Wong fundamentos de enfermagem pediátrica. 10. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2018. (e-book)
POLIN, R. A. Neonatologia prática. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.