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DENGUE , ZIKA , CHIKUNGUNYA

AUMENTO DOS CASOS DE DENGUE


LOCAIS
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Estadiamento e Tratamento
GRUPO A
GRUPO B
GRUPO C
GRUPO D
Criterios Internação Hospitalar
ZIKA
• Zika Vírus
É uma arbovirose causada pelo vírus Zika (ZIKV). Arboviroses são doenças causadas
por vírus (arbovírus) transmitidos por meio da picada de mosquitos, principalmente
fêmeas. O ZIKV foi isolado pela primeira vez em macacos na floresta Zika de Kampala,
Uganda no ano 1947. O primeiro isolamento humano do ZIKV foi relatado na Nigéria
em 1953. Desde então, o ZIKV expandiu sua abrangência geográfica para vários países
da África, Ásia, Oceania e Américas.

• A maioria das infecções pelo ZIKV são assintomáticas ou representam uma doença
febril autolimitada semelhante às infecções por chikungunya e dengue. Entretanto, a
associação da infecção viral com complicações neurológicas como microcefalia
congênita e síndrome de Guillain-Barré (SGB) foi demonstrada por estudos realizados
durante surtos da doença no Brasil e na Polinésia Francesa.

• Importante: Todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus Zika,


porém mulheres grávidas e pessoas acima de 60 anos têm maiores riscos de
desenvolver complicações da doença. Esses riscos podem aumentar quando a pessoa
tem alguma comorbidade.
• Conforme dispõe a 
Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017, a
doença causada pela infecção do vírus Zika é de notificação
compulsória, ou seja, todo caso suspeito e/ou confirmado
deve ser obrigatoriamente notificado ao Serviço de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

• As notificações de casos suspeitos de infecção pelo vírus Zika


devem ser registradas na Ficha de Notificação
Individual/Conclusão e inseridas no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (Sinan NET).
• SINAIS E SINTOMAS
• A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática ou sintomática. Quando
sintomática, pode apresentar quadro clínico variável, desde manifestações
brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações
congênitas. Estudos recentes indicam que mais de 50% dos pacientes infectados
por Zika tornam-se sintomáticos. O período de incubação da doença varia de 2 a 7
dias. Manifestações mais comuns:
• Febre baixa (≤38,5 ºC) ou ausente;
• Exantema (geralmente pruriginoso e maculopapular craniocaudal) de início
precoce;
• Conjuntivite não purulenta;
• Cefaleia, artralgia, astenia e mialgia;
• Edema periarticular, linfonodomegalia.
+ PRURIDOOO !!!
Duas complicações neurológicas graves relacionadas ao ZIKV foram
identificadas: Síndrome de Guillan-Barré (SGB), uma condição rara em
que o sistema imunológico de uma pessoa ataca os nervos periféricos, e
microcefalia, a manifestação mais grave de um espectro de defeitos
congênitos. Gestantes infectadas podem transmitir o vírus ao feto e
essa forma de transmissão da infecção pode resultar em aborto
espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas, como a
microcefalia

• Síndrome Congênita do Zika Vírus : A gestante infectada, sintomática


ou assintomática, pode transmitir o vírus para o feto durante todo o
período gestacional, oportunizando a manifestação de diversas
anomalias congênitas - sobretudo a microcefalia -, alterações do
Sistema Nervoso Central e outras complicações neurológicas que, em
conjunto, constituem a Síndrome Congênita do vírus Zika (SCZ). As
crianças com SCZ tendem a ter uma ampla gama de deficiências
intelectuais, físicas e sensoriais, que duram a vida toda.
DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico do Zika Vírus é clínico e feito por um médico. O resultado é confirmado por
meio de exames laboratoriais de sorologia e biologia molecular. Todos os exames estão
disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Os recém-nascidos com suspeita de
comprometimento neurológico necessitam de exames de imagem, como ultrassom.
Tomografias ou ressonância magnética. Em caso de confirmação do Zika a notificação deve
ser ao Ministério da Saúde em até 24 horas. O diagnóstico laboratorial específico do ZIKV
pode ser realizado por métodos diretos, que incluem o isolamento viral e a pesquisa de
genoma viral por transcrição reversa seguida por reação em cadeia da poli¬merase (RT-
PCR) e indiretos, que consistem na identificação da presença de anticorpos virais.

Em um cenário de cocirculação de DENV, ZIKV e CHIKV, que pode ser realidade em muitos
municípios no Brasil, se faz necessária, sempre que possível, a investigação por métodos
diretos para detecção desses vírus. Em relação ao diagnóstico sorológico, existe a
possibilidade de reação cruzada por meio da sorologia IgM entre o ZIKV e o DENV
TRATAMENTO

• Ainda não existe antiviral disponível para tratamento específico da infecção pelo
vírus Zika. Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as principais medidas:
• Repouso relativo, enquanto durar a febre;
• Estímulo à ingestão de líquidos;
• Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
• Não administração de ácido acetilsalicílico;
• Administração de anti-histamínicos;
• Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde,
em casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de
consciência (para investigação de SGB e de outros quadros neurológicos);
• Diante da queixa de alteração visual, encaminhamento ao oftalmologista para
avaliação e tratamento.
• Gestantes com suspeita de Zika devem ser acompanhadas conforme protocolos
vigentes para o pré-natal, desenvolvidos pelo Ministério da Saúde do Brasil.
PREVENÇÃO

Atualmente, não há vacinas ou terapias específicas para o ZIKV viáveis disponíveis. Portanto, o controle do vetor é o
principal método para a prevenção e controle de doenças transmitidas por mosquitos, como Zika, seja pelo manejo
integrado de vetores ou pela prevenção pessoal. Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação
de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água
totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo o acesso do mosquito Aedes Aegypti.
Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em
áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o
Aedes Aegypti pica principalmente durante o dia. 

• Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:


Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas;

Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo.
Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária
e à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de
insetos contendo DEET, IR3535 ou Icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com
as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem
orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia;

A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.
Chikungunya

• A chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya


(CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. A viremia
persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações
clínicas. A transmissão se dá através da picada de fêmeas dos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo
CHIKV.

• Casos de transmissão vertical podem ocorrer quase que


exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas e, muitas
vezes, provoca infecção neonatal grave. Pode ocorrer
transmissão por via transfusional, todavia é rara se os protocolos
forem observados.
• Chikungunya é uma doença febril cuja característica clínica
mais importante e debilitante é a artralgia. Por apresentar
manifestações clínicas muito parecidas com as de dengue,
possibilitando confusão diagnóstica.

• Deve-se evitar o uso de AINHs na fase aguda da doença. Para


evitar a ocorrência de casos graves, a equipe de saúde
precisa estar atenta para as descompensações das doenças
de base preexistentes e o monitoramento constante dos
grupos de risco.

• Também alguns casos podem evoluir para a fase crônica da


doença e necessitarão de acompanhamento em longo prazo
• Na fase aguda de chikungunya, a maioria dos casos pode ser acompanhada
ambulatorialmente. As unidades de Atenção Básica possuem papel
primordial para avaliação e monitoramento desses doentes. Não há
necessidade de acompanhamento diário da maioria dos pacientes, devendo
estes serem orientados a retornar à unidade de saúde em caso de
persistência da febre por mais de cinco dias, aparecimento de sinais de
gravidade ou persistência dos danos articulares.

• Os pacientes de grupo de risco (gestantes, pacientes com comorbidades,


idosos e menores de 2 anos de idade) também devem ser acompanhados
ambulatorialmente; no entanto, esses pacientes necessitam de observação
diferenciada nas unidades pelo risco de desenvolvimento das formas graves
da doença, razão pela qual devem ser acompanhados diariamente até o
desaparecimento da febre e ausência de sinais de gravid
• Caso suspeito : Paciente com febre de início súbito maior que
38,5°C e artralgia ou artrite intensa de início agudo, não explicado
por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas
endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos
sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com caso
confirmado.

• Caso confirmado: É todo caso suspeito com positividade para


qualquer um dos seguintes exames laboratoriais: isolamento viral,
PCR, presença de IgM (coletado durante a fase aguda ou de
convalescença); ou aumento de quatro vezes o título de
anticorpos demonstrando a soroconversão entre amostras nas
fases aguda e convalescente, preferencialmente de 15 a 45 dias
após o início dos sintomas ou 10 a 14 dias após a coleta da
amostra na fase aguda.
NOTIFICAÇÃO
• Ações de Vigilância Todo caso suspeito de
chikungunya deve ser notificado ao serviço de
vigilância epidemiológica, conforme fluxo
estabelecido em cada município. Conforme
Anexo da Portaria nº 204, de 17 de fevereiro
de 2016, chikungunya é agravo de Notificação
Compulsória, e os casos suspeitos devem ser
notificados e registrados no Sistema de
Notificação de Agravos de Notificação (Sinan).

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