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Álbum

Seriado
das IST
Material de
apoio para
profissionais
de saúde

Infecções
Sexualmente
Transmissíveis Todo mundo
pode ter uma IST,
inclusive você.

www.aids.gov.br
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Álbum Seriado das

IST
Material de
apoio para
profissionais
de saúde

Infecções Sexualmente Transmissíveis

Brasília - DF
2016
Álbum Seriado das IST
Abril, 2016

A realização deste trabalho envolveu equipe técnica de diferentes áreas do Departamento de DST, Aids e Hepa-
tites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde e de outras instâncias do Ministério da Saúde. O Comitê Técnico
de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) também colaborou para elaboração deste conteúdo. Agradece-
mos o apoio e a dedicação de todos.

Tiragem: 30.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações: Organização e elaboração:


MINISTÉRIO DA SAÚDE Adele Schwartz Benzaken
Secretaria de Vigilância em Saúde Antônio Nardi Figueiredo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais Fábio Mesquita
SAF Sul, Trecho 2, Bloco F, Torre I, Edifício Premium Francisca Lidiane Sampaio Freitas
CEP: 70070-600 – Brasília/DF João Paulo Toledo
Site: www.aids.gov.br Marcelo Araújo de Freitas
E-mail: aids@aids.gov.br Maria Vitória Ramos Gonçalves

Equipe técnica: Edição:


Adele Schwartz Benzaken Assessoria de Comunicação DDAHV
Ana Francisca Kolling
Ana Mônica de Mello Projeto gráfico:
Deuzíria de Carvalho Soares Infólio Comunicação
Elisa Argia Basile Cattapan Iara Rabelo
Fernanda Rodrigues da Guia Milena Hernández Bendicho
Francisca Lidiane Sampaio Freitas
Itana Miranda dos Santos Fotografias:
João Paulo Toledo Acervo do Ministério da Saúde
Luciana Garritano Barone do Nascimento
Marcelo Contardo Moscoso Naveira Ilustrações:
Maria Vitória Ramos Gonçalves Alex Leal
Pâmela Cristina Gaspar
Regina Aparecida Comparini Concepção, organização de texto e coordenação-geral:
Simone Monzani Vivaldini Josi Paz

Este documento foi elaborado conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas
com Infecções Sexualmente Transmissíveis – PCDT/ IST (DDAHV/ SVS/ MS, 2015), disponível em: www.aids.gov.br/pcdt
Sumário
Apresentação5
Conversa 1 - Falando sobre IST6 Conversa 12 - Linfogranuloma Venéreo (LGV) 34
Conversa 2 - Falar e Escutar8 Conversa 13 - Donovanose36
Conversa 3 - Camisinha masculina: como usar10 Conversa 14 - Gonorreia e Clamídia38
Conversa 4 - Camisinha feminina: como usar14 Conversa 15 - Tricomoníase40
Conversa 5 - Sobre os testes rápidos18 Conversa 16 - HPV (Papilomavírus Humano):
Conversa 6 - Como identificar uma IST20 Condiloma Acuminado42
Conversa 7 - Manifestações clínicas das IST22 Conversa 17 - HIV/aids46
Conversa 8 - Como é uma IST24 Conversa 18 - Hepatite B50
Conversa 9 - Sífilis26 Conversa 19 - Hepatite C54
Conversa 10 - Herpes Genital30 Conversa 20 - O diálogo continua58
Conversa 11 - Cancro Mole (Cancroide) 32

FERIDAS CORRIMENTOS VERRUGAS HIV/AIDS HEPATITES VIRAIS


Apresentação

Profissional de saúde do Brasil,

Este "Álbum Seriado das IST" foi elaborado para apoiá-lo(a)


na prevenção, diagnóstico e tratamento das Infecções Sexual- das IST, inclusive de HIV/aids e hepati- no contexto e com o propósito para o qual
mente Transmissíveis (IST) no âmbito de seu local de traba- tes virais B e C. As fotos têm o propósito se destina.
lho. A terminologia IST substitui DST (Doenças Sexualmente de ajudar você a orientar as pessoas a
Transmissíveis) para destacar a possibilidade de uma pessoa observarem seus corpos. Você também Não deixe o preconceito causar doen-
ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. encontra informações sobre como usar ças. Compartilhe a informação correta
a camisinha feminina e masculina. sempre, sem julgamento, discrimina-
Os assuntos serão tratados em forma de conversas, que nor- ção ou constrangimento. Respeite as
tearão todos os capítulos, para estabelecer proximidade e Durante o atendimento, priorize as infor- diferenças de idade, estado civil, clas-
vínculo entre você e a pessoa que está sendo atendida. mações mais importantes para a situa- se social, identidade de gênero, orien-
ção, escute o que as pessoas têm a dizer tação sexual, credo ou religião. O aten-
As ilustrações mostram as diversas relações que são esta- e valorize a queixa. Use sua experiência, dimento que você realiza todos os dias
belecidas no cotidiano, do qual as IST também fazem parte. conhecimento e criatividade. Sempre que é importante. A saúde é um direito de
Nas páginas seguintes, estão as explicações e as imagens indicado, notifique os casos de IST. Cola- todas as pessoas, assegurado pelo Sis-
mais detalhadas, apresentando situações, sinais e sintomas bore para que este material seja utilizado tema Único de Saúde (SUS).

Estamos juntos contra as IST!


Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Secretaria de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde

www.aids.gov.br/ist

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CONVERSA 1
PALAVRAS-CHAVE

Falando sobre IST →→ IST


→→ Sexualidade
→→ Diversidade

Comentar a ilustração que mostra a cidade, as diversas


situações da vida e as relações humanas. Perguntar. Escutar. É
importante compreender o quanto a pessoa conhece sobre IST.

Chamar a atenção para alguns pontos:


•• Sabe o que é IST? Ouviu falar? •• Sexualidade → Sexo e afeto podem
•• Já teve? Sabe de alguém que tem ou teve? O que aconte- ser vividos de diversas formas. As
ceu? pessoas podem se relacionar de
maneiras diferentes. Vergonha
•• Nessa imagem, quem você acha que pode ter IST?
e constrangimento muitas vezes
•• IST → Qualquer pessoa pode ter. Prevenir-se, buscar o ser- impedem a busca de informações
viço de saúde e fazer o tratamento é o mais indicado. Mui- sobre diagnóstico e tratamento
tas infecções são silenciosas (não têm sinais e sintomas). O das IST.
tratamento deve ser iniciado o quanto antes.
•• Diversidade → Todas as pessoas têm
direito à saúde e devem ser acolhi-
das no serviço de saúde sem discri-
minação.

IMPORTANTE → Não deixe o pre-


conceito causar doenças. Comparti-
Consulte o PCDT de IST na internet: lhe informações corretas com todas
→ www.aids.gov.br/pcdt as pessoas.

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CONVERSA 2
PALAVRAS-CHAVE

Falar e Escutar →→ Diálogo


→→ Prevenção
→→ Vulnerabilidade

Conversar para entender o quanto a pessoa está exposta às É importante lembrar:


IST. Todos podem ter uma IST, mas há situações que deixam •• O amor não protege as pessoas
algumas pessoas mais vulneráveis, como: das infecções.
•• Profissionais do sexo, profissionais que usam materiais •• As relações homoafetivas e hete-
perfurocortantes, pessoas em situação de rua, pessoas roafetivas estão expostas às IST,
que usam drogas ou álcool, entre outras. mas cada tipo de relação tem suas
•• Casais que têm dificuldades de falar sobre as IST e o uso especificidades.
do preservativo, ou até mesmo aqueles com histórico de •• O preconceito pode impedir a pes-
violência sexual. soa de buscar informações sobre
•• Travestis e transexuais que podem sofrer preconceito, vio- IST.
lência e discriminação no acesso aos serviços de saúde.

DIÁLOGO SOBRE PREVENÇÃO


Quem faz sexo desprotegido pode
contrair IST. Não importa idade, es-
tado civil, classe social, identidade
de gênero, orientação sexual, credo
ou religião. É importante conver-
sar sobre o uso do preservativo em
todas as relações sexuais (pessoas
solteiras, casadas, sexo casual, pri-
Consulte o PCDT de IST na internet: meira transa) e sobre a realização
→ www.aids.gov.br/pcdt de testes.

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9
CONVERSA 3 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

Camisinha masculina: como usar →→ Diálogo


→→ Prevenção
→→ Camisinha

Uma das formas de prevenção mais fáceis e eficazes é usar


a camisinha masculina ou feminina. Mostre a camisinha
e informe que ela pode ser retirada gratuitamente nas
unidades de saúde, de acordo com a disponibilidade.

É importante lembrar:
•• Evita a transmissão das IST, incluindo o HIV (vírus da
aids), hepatites virais B e C.
•• Serve também para evitar gravidez.

DIÁLOGO SOBRE PREVENÇÃO


Quem faz sexo desprotegido pode
IMPORTANTE contrair IST. Não importa idade, es-
Toda prática sexual que envolve tado civil, classe social, identidade
compartilhamento de objetos se- de gênero, orientação sexual, credo
xuais exige cuidados. É importante ou religião. É importante conversar
higienizar os objetos, colocar cami- sobre o uso do preservativo em to-
sinha e trocá-la antes de penetrar das as relações sexuais (pessoas sol-
Consulte o PCDT de IST na internet: outra pessoa ou outro canal (oral, teiras, casadas, sexo casual, primeira
→ www.aids.gov.br/pcdt anal, vaginal). transa) e sobre a realização de testes.

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CONVERSA 3 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

Camisinha masculina: como usar →→ Atrito


→→ Gel lubrifiante
→→ Validade

Sobre a camisinha masculina: É importante lembrar:


Conversar sobre o uso do gel
•• Deve ser colocada antes de começar o contato sexual •• O gel lubrificante pode ser usado
lubrificante:
(oral, vaginal, anal). com a camisinha, para ajudar a di-
minuir o atrito. •• Facilita o sexo anal.
•• Verificar o prazo de validade.
•• Cada camisinha só deve ser usada •• Reduz as chances de lesão e
•• Rasgar a embalagem com a mão. Não usar a boca para
uma vez. de rompimento da camisinha.
retirar a camisinha.
•• Nunca usar duas camisinhas mas- •• Sexo anal → uma das formas de
•• Desenrolar a camisinha até a base do pênis, apertando a
culinas ao mesmo tempo. Podem maior risco de infecção pelo
ponta para retirar o ar.
romper ou estourar. HIV (reto e ânus sem lubrifi-
•• Depois da relação, retirar a camisinha com o pênis cação própria e com intensa
ainda duro, com cuidado para não vazar. •• Nunca usar camisinha masculina
irrigação sanguínea).
junto com a feminina.
•• Dar um nó e jogar no lixo. •• Sexo vaginal → ajuda quando
há dificuldades de lubrifica-
ção (idade avançada, meno-
pausa, uso de medicamentos
ou práticas sexuais seguidas).
•• Importante → só usar lubrifi-
cantes à base de água. O uso
de vaselina não é recomenda-
do, pois pode romper a cami-
sinha.

Consulte o PCDT de IST na internet:


→ www.aids.gov.br/pcdt
12
Como usar a camisinha masculina

Abra a embalagem Coloque a camisinha quando Desenrole até Após a Dê um nó e


com as mãos; não o pênis estiver ereto, sempre embaixo com muito ejaculação, retire jogue no lixo.
use os dentes ou apertando a pontinha para cuidado. Lembre-se: a camisinha com Cada camisinha
utensílios cortan- não ficar ar lá dentro. É aí que se ficar ar, a camisinha o pênis ainda só pode ser
tes. o esperma vai se depositar. pode estourar. ereto. usada uma vez.

Camisinha masculina
IMPORTANTE:
Use lubrificante sempre que possível,
mas somente os que são à base de água.

! Verifique sempre a data de validade.

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CONVERSA 4 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

Camisinha feminina: como usar →→ Prevenção


→→ Autonomia
→→ Mulher
Na ilustração, as pessoas estão sendo orientadas na unidade Autonomia e proteção
de saúde, aprendendo sobre como usar a camisinha feminina. •• A camisinha feminina tem cerca
de 15 cm de comprimento, com um
É importante lembrar:
anel em cada extremidade. Ela pro-
•• Uma das formas de prevenção mais fáceis e eficazes é tege quando a penetração é vaginal
usar a camisinha feminina ou masculina. e favorece a autonomia da mulher.
•• Evita a transmissão das IST, incluindo o HIV (vírus da •• É mais indicada quando o parceiro
aids), hepatites virais B e C. sexual é idoso e/ou tem dificulda-
•• Serve também para evitar gravidez. des de ereção, ou não quer usar ca-
misinha masculina.
•• A camisinha feminina, embora seja menos conhecida,
também pode ser retirada gratuitamente nas unidades
de saúde, de acordo com a disponibilidade.
•• Incentivar o uso.

DIÁLOGO SOBRE PREVENÇÃO


Quem faz sexo desprotegido pode
contrair IST. Não importa idade, es-
tado civil, classe social, identidade
de gênero, orientação sexual, credo
ou religião. É importante conver-
sar sobre o uso do preservativo em
todas as relações sexuais (pessoas
solteiras, casadas, sexo casual, pri-
Consulte o PCDT de IST na internet: meira transa) e sobre a realização
→ www.aids.gov.br/pcdt de testes.

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CONVERSA 4 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

Camisinha feminina: como usar →→ Prevenção


→→ Autonomia
→→ Mulher

Sobre a camisinha feminina: É importante lembrar:


•• Deve ser colocada antes de começar o contato sexual. •• O gel lubrificante pode ser usado
•• Verificar o prazo de validade. com a camisinha feminina, para
ajudar a diminuir o atrito.
•• Rasgar a embalagem com a mão. Não usar a boca para re-
tirar a camisinha. •• Cada camisinha só deve ser usada
uma vez.
•• Segurar a argola interna com o polegar e o dedo indicador.
•• Nunca usar duas camisinhas fe-
•• Apertar a argola interna e introduzir a camisinha na vagina,
mininas ao mesmo tempo. Podem
empurrando com o dedo indicador. A argola externa deve
romper ou estourar.
ficar para fora da vagina.
•• Nunca usar camisinha masculina
•• No momento da penetração, segurar a argola externa
junto com a feminina.
com uma das mãos.
•• A argola externa tende a estimular o clitóris, podendo dar
prazer à mulher.
•• Depois da relação, retirar o preservativo com cuidado, tor-
cendo a argola externa.
•• Jogar no lixo.

Consulte o PCDT de IST na internet:


→ www.aids.gov.br/pcdt
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Como usar a camisinha feminina
1 Retire o preservativo 4 A argola externa deve
da embalagem e ficar fora da vagina. No
segure a argola momento da penetração,
interna com o polegar segure a argola externa
e o dedo indicador. com uma das mãos.

2 5 Após a relação, torça


Aperte a argola
a argola externa e
interna e a
retire o preservativo
introduza na
com cuidado. Jogue
vagina.
no lixo.

Camisinha feminina
3 Com o dedo NUNCA use
indicador, certifique- preservativo
se de que a argola feminino junto com o
interna esteja bem masculino. Verifique
no fundo da vagina. a data de validade.

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CONVERSA 5
PALAVRAS-CHAVE

Sobre os testes rápidos →→ Teste rápido


→→ Janela imunológica
→→ Redução de danos

Existem testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites virais B e C.


Testes rápidos → São de simples exe- Redução de danos → Ações para re-
São seguros e sigilosos. Incentivar a pessoa a realizá-los nos
cução e não necessitam ser realizados em duzir a transmissão das IST, incluindo
serviços de saúde, como unidades básicas de saúde, hospi-
laboratórios; o resultado está disponível HIV e hepatites virais B e C.
tais de referência e maternidades.
em até 30 minutos. Sugerir que a pessoa
estimule as parcerias sexuais a se testa- É importante lembrar:
Janela imunológica → É o intervalo necessário para a de-
rem também, principalmente gestantes. •• Realizar os testes disponíveis no
tecção de anticorpos produzidos pelo organismo infectado. O
serviço de saúde.
tempo dessa “janela” pode variar de pessoa para pessoa.
Resultados → Se o resultado for rea- •• Sempre usar camisinha nas rela-
•• HIV: 30-90 dias gente, necessita-se de um segundo tes- ções sexuais.
•• Sífilis: 10-90 dias te para determinar o diagnóstico. Se o
•• Não compartilhar seringas, ca-
•• Hepatite C: 30-90 dias resultado for não reagente, significa chimbos, piteiras ou outros instru-
que o teste não detectou anticorpo ou mentos para o uso de drogas.
No caso do teste rápido para hepatite B, detecta-se partícula viral. partícula viral. Caso persista a suspei-
•• Evitar misturar vários tipos de dro-
O tempo entre a infecção e a detecção dessa partícula é de 30 dias. ta clínca, repetir o teste após 30 dias.
gas, incluindo o álcool.

Além dos testes rápidos que utilizam amostras


de sangue total, também existem testes → Nenhum profissional ou unida-
realizados com amostra de “fluido oral”. de de saúde pode negar o direito
ao atendimento se a pessoa estiver Consulte o PCDT de IST
Para saber mais, acesse sob efeito de crack ou outras dro- na internet:
→ www.telelab.aids.gov.br gas e álcool. → www.aids.gov.br/pcdt
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CONVERSA 6
PALAVRAS-CHAVE

Como identificar uma IST →→ Sinal / sintoma


→→ Observar o corpo
→→ Cuidados

A pessoa pode estar infectada por uma IST, embora tenha É importante lembrar:
aparência saudável. Qualquer um pode ter IST. Se a pessoa •• Algumas IST são assintomáticas e,
identificar sinais e sintomas no próprio corpo ou no corpo se não forem identificadas, podem
de parcerias sexuais, deve procurar o serviço de saúde. Você levar a graves complicações.
deve escutar o relato e valorizar a queixa.
•• As IST podem surgir tanto nos ór-
Conversar sobre sinais e sintomas: gãos genitais (vagina, pênis e ânus)
quanto em outra parte do corpo (ex.:
•• Sinal → O que é visto e pode ser constatado pelo profis- olhos, palmas das mãos, língua).
sional de saúde. Exemplos: verruga genital, corrimento,
•• O corpo deve ser observado durante
feridas.
a higiene pessoal. Isso pode ajudar a
•• Sintoma → É o que a pessoa relata, a queixa, o que ela diz identificar uma IST no estágio inicial.
na consulta sobre o que está sentindo. Por isso, a escuta do
•• Sempre que a pessoa perceber al-
profissional de saúde é importante na etapa do diagnósti-
gum sinal ou tiver algum sintoma,
co. Exemplos: relato de dor nas relações sexuais, ardor ao
deve procurar o serviço de saúde.
urinar, coceira, cheiro ruim.
Quando indicado, a parceria sexual
deve ser comunicada e tratada.

IMPORTANTE
O corpo não fica doente de uma hora
Consulte o PCDT de IST na internet: para outra. O cuidado com a saúde
→ www.aids.gov.br/pcdt evita situações graves.

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CONVERSA 7 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

Manifestações clínicas das IST →→ Feridas


→→ Corrimentos
→→ Verrugas anogenitais

A IST aparece, principalmente, no órgão genital, mas pode


surgir também em outra parte do corpo. Orientar a pessoa a
reconhecer aspectos saudáveis ou não no próprio corpo e no
corpo de parcerias sexuais.

As IST são causadas por vírus, bactérias ou outros microrga- Doença Inflamatória Pélvica (DIP) HIV/aids e hepatites virais B e C
nismos. São transmitidas, principalmente, por meio do con- •• Outra forma de manifestação clí- •• Além das IST que causam corri-
tato sexual desprotegido (oral, vaginal ou anal). nica das IST. mentos, feridas e verrugas ano-
•• Consequência de gonorreia e cla- genitais, existem a infecção pelo
Manifestações clínicas das IST Vírus da Imunodeficiência Adqui-
mídia não tratadas.
•• Feridas; rida (HIV) e as hepatites virais B e
•• Atinge os órgãos genitais internos
•• Corrimentos; C, causadas por vírus, com sinais e
da mulher (útero, trompas e ová- sintomas específicos.
•• Verrugas anogenitais. rios), causando inflamações.

IMPORTANTE
A falta de tratamento das pessoas com IST pode causar sérias complicações
(ex.: esterilidade; câncer; maior risco de contrair HIV/aids; transmissão da mãe
Consulte o PCDT de IST na internet: para criança durante a gestação, causando parto prematuro, má formação ou
→ www.aids.gov.br/pcdt até mesmo a morte).

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CONVERSA 8
PALAVRAS-CHAVE

Como é uma IST →→ Feridas


→→ Corrimentos
→→ Verrugas anogenitais

As IST são transmitidas por relação sexual desprotegida (oral,


vaginal ou anal) com uma pessoa infectada. Podem aparecer
feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, principalmente
na vagina, pênis ou ânus.

Feridas Verrugas anogenitais


•• Aparecem principalmente nos órgãos genitais, mas tam- •• São causadas pelo Papilomavírus
bém em outras partes do corpo, com ou sem dor. Humano (HPV) e podem aparecer
•• Podem ser manifestações da sífilis, herpes genital, cancro em forma de couve-flor, quando a
mole (cancroide), donovanose e linfogranuloma venéreo. infecção está em estágio avançado.
•• Em geral, não doem, mas pode ocor-
Corrimentos rer irritação ou coceira.
•• Podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados,
dependendo da IST. → Reforçar a importância da prevenção
•• Podem ter cheiro forte e/ou causar coceira.
com o uso da camisinha masculina ou
feminina e da realização do tratamento
•• Causam dor ao urinar ou durante a relação sexual. completo e adequado. O tratamento pode
•• Nas mulheres, quando o corrimento é pouco, só é visto em curar, dependendo da IST.
exames ginecológicos.
•• Podem se manifestar na gonorreia, clamídia e tricomoníase.

→ A vaginose bacteriana e a candidíase vulvovaginal também


Consulte o PCDT de IST na internet:
causam corrimento, mas não são consideradas IST. → www.aids.gov.br/pcdt

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FERIDAS CORRIMENTOS VERRUGAS HIV/AIDS HEPATITES VIRAIS
Como é uma IST
FERIDAS CORRIMENTOS VERRUGAS

25
CONVERSA 9 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

Sífilis →→ Gestante
→→ Parceria sexual
→→ Tratamento com penicilina

Prevenção da transmissão vertical

Destacar a importância do pré-natal e a prevenção da


transmissão da sífilis da mãe para a criança (sífilis congênita).
Valorizar o cuidado com a saúde do homem no pré-natal. A
sífilis pode ser evitada, tratada e curada.
•• Sífilis tem cura → O tratamento
É importante lembrar: da gestante e da parceria sexual é
•• É de fácil prevenção → O teste para diagnosticar a sífilis realizado com penicilina benzati-
deve ser feito na primeira consulta do pré-natal, ideal- na, que deve ser aplicada na uni-
mente no primeiro trimestre da gravidez, no início do dade de saúde.
terceiro trimestre (28ª semana) e no momento do parto •• Não tratar leva a graves consequên-
(independentemente de exames anteriores), ou em caso cias (ex.: parto prematuro, má-for-
de abortamento. mação congênita).
•• Tratamento → Se o resultado for positivo, a gestante deve •• Quanto antes se começar o trata-
ser tratada. A parceria sexual deve ser testada e tratada, mento, melhor para a prevenção
quando indicado. da transmissão vertical.

→ Recomendar o uso da camisinha nas relações sexuais.


→ Orientar sobre o teste e o tratamento.
Consulte o PCDT de Transmissão Vertical na internet: → Recomendar vacina para hepatite B, independentemente da idade e/ou
→ www.aids.gov.br/pcdt condições de vulnerabilidade.

FERIDAS Sífilis 26
27

Sífilis
CONVERSA 9 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

Sífilis →→ Bactéria
→→ Sinais e sintomas
→→ Tratamento com penicilina

Sífilis adquirida e em gestantes Sífilis latente – fase assintomática Sífilis congênita


É causada por bactéria e pode ter várias manifestações clíni- •• Não aparecem sinais ou sintomas. •• A gestante infectada não tratada
cas. Se não houver intervenção, o quadro clínico pode evoluir •• É dividida em sífilis latente recen- com penicilina ou inadequada-
para diferentes estágios: te (menos de um ano de infecção) mente tratada transmite a bacté-
e sífilis latente tardia (mais de um ria para a criança.
Sífilis primária (cancro duro) ano de infecção). •• Complicações: aborto espontâneo,
•• Ferida, geralmente única, no local de entrada da bacté- •• A duração é variável, podendo ser parto prematuro, má-formação do
ria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou ou- interrompida pelo surgimento de feto, surdez, cegueira, deficiência
tros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias, após sinais e sintomas da forma secun- mental e/ou morte ao nascer.
o contágio. dária ou terciária.
•• Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo es-
tar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Sífilis terciária
•• Pode surgir de dois a 40 anos de-
Sífilis secundária pois do início da infecção.
•• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis •• Pode envolver diversos sinais e
meses do aparecimento da sífilis primária e após a cica- sintomas, como, principalmente,
trização espontânea. lesões cutâneas, ósseas, cardiovas-
•• Manchas no corpo, principalmente, nas palmas das culares e neurológicas, ou até levar
mãos e plantas dos pés. à morte.
•• Não coçam, mas podem surgir ínguas no corpo.

→ Recomendar o uso da camisinha nas relações sexuais.


→ Orientar sobre o teste e o tratamento.
Consulte o PCDT de IST na internet: → Recomendar vacina para hepatite B, independentemente da idade e/
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade.

FERIDAS Sífilis 28
Sífilis

Sífilis
29
CONVERSA 10 PALAVRAS-CHAVE

Herpes Genital →→ Vírus


→→ Bolhas/feridas
→→ Tratamento

É causado por vírus e pode acarretar lesões em qualquer


parte do corpo, sendo mais frequente nas regiões labiais e
anogenitais. É transmitida pela relação sexual desprotegida
com uma pessoa infectada. O uso da camisinha masculina ou
feminina é a melhor forma de prevenção.

Conversar sobre sinais e sintomas: É importante lembrar:


•• Pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se tornam •• Tem tratamento. Os sinais e sintomas po-
feridas dolorosas no pênis, ânus, vulva, vagina ou colo do dem ser reduzidos, mesmo que não haja
útero. cura (a pessoa permanece com o vírus).
•• Antes de surgirem as bolhas, pode haver formigamento, •• O período médio de incubação é de
ardência, vermelhidão e coceira no local, além de febre e seis dias após a relação sexual com a
mal-estar. pessoa infectada.
•• As feridas podem durar de duas a três semanas e desa- •• A transmissão ocorre mesmo na au-
parecer, mesmo sem tratamento, mas a pessoa continua sência das feridas ou quando estas já
infectada. estão cicatrizadas.

Importante → Os sinais e os sintomas podem reaparecer, de- Durante o parto → Se a gestante tiver
pendendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, lesões causadas por herpes, o vírus pode ser
febre, menstruação, exposição prolongada ao sol, traumatismo transmitido para a criança.
ou uso de antibióticos.

Consulte o PCDT de IST na internet: → Recomendar vacina para hepatite B, independentemente da idade e/ou
→ www.aids.gov.br/pcdt condições de vulnerabilidade.

FERIDAS Herpes Genital 30


Herpes Genital

Herpes Genital
31
CONVERSA 11
PALAVRAS-CHAVE

Cancro Mole (Cancroide) →→ Bactéria


→→ Feridas
→→ Tratamento

É conhecido também como “cavalo”. Causado por uma bactéria


transmitida pela relação sexual desprotegida com uma pessoa
infectada. O uso da camisinha masculina ou feminina é a
melhor forma de prevenção.
É importante lembrar:
Conversar sobre sinais e sintomas: •• O tratamento deve ser realizado com
•• Feridas pequenas e dolorosas com pus nos órgãos geni- antibiótico, conforme orientação do
tais, que aparecem principalmente no pênis, no ânus e profissional de saúde, acompanhado
na vulva (parte externa da genitália feminina). de medidas de higiene local.
•• Não desaparecem de forma espontânea e vão piorando •• As parcerias sexuais devem ser trata-
progressivamente. das, ainda que não apresentem sinais
•• Nem sempre são visíveis. e sintomas.
•• Podem provocar dores na relação sexual e ao evacuar.
•• Costumam aparecer nódulos (caroços ou ínguas) na viri-
lha, que podem se romper com a saída de pus.

→ Recomendar vacina para hepatite


Consulte o PCDT de IST na internet: B, independentemente da idade e/
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade.

FERIDAS Cancroide 32
Cancro Mole (Cancroide)

Cancroide
33
CONVERSA 12
PALAVRAS-CHAVE

Linfogranuloma Venéreo (LGV) →→ Bactéria


→→ Feridas
→→ Tratamento

É conhecido também como “mula”. Causado por uma bactéria


transmitida pela relação sexual desprotegida com uma
pessoa infectada. O uso da camisinha masculina ou feminina
é a melhor forma de prevenção.

Conversar sobre sinais e sintomas: É importante lembrar:


•• Ferida nos órgãos genitais que, muitas vezes, não é perce- •• O tratamento deve ser realizado com
bida e desaparece sem tratamento. antibiótico, conforme orientação do
•• Entre uma a seis semanas após a ferida inicial, surge um profissional de saúde.
inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha que, se não •• As parcerias sexuais devem ser trata-
for tratado, rompe-se com a saída de pus. das, ainda que não apresentem sinais
•• Quando não tratado adequadamente, pode agravar-se. e sintomas.
Uma das consequências mais sérias é a elefantíase (acú-
mulo de linfa) no pênis, escroto e vulva.
•• Pode haver sintomas por todo o corpo, como dores nas ar-
ticulações, febre e mal-estar.

→ Recomendar vacina para hepati-


Consulte o PCDT de IST na internet: te B, independentemente da idade
→ www.aids.gov.br/pcdt e/ou condições de vulnerabilidade.

FERIDAS Linfogranuloma Venéreo (LGV) 34


Linfogranuloma Venéreo

35

Linfogranuloma Venéreo (LGV)


CONVERSA 13
PALAVRAS-CHAVE

Donovanose →→ Bactéria
→→ Ferida sem dor
→→ Tratamento

É conhecida também como “granuloma inguinal”. Causada


por bactéria e transmitida pela relação sexual desprotegida
com uma pessoa infectada. O uso da camisinha masculina ou
feminina é a melhor forma de prevenção.

Conversar sobre sinais e sintomas: É importante lembrar:


•• Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais que •• O tratamento deve ser realizado com
lentamente se transforma em ferida ou caroço vermelho. antibiótico, conforme orientação do
•• Não dói e não tem íngua. profissional de saúde.
•• A ferida vermelha sangra fácil, cresce em volume e exten- •• Não é necessário fazer o tratamento
são, atinge grandes áreas da região genital e facilita a in- das parcerias sexuais, mas deve-se re-
fecção por outras bactérias. forçar a mensagem de prevenção.

→ Recomendar vacina para hepatite


Consulte o PCDT de IST na internet: B, independentemente da idade e/
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade.

FERIDAS Donovanose 36
Donovanose

Donovanose
37
CONVERSA 14
PALAVRAS-CHAVE

Gonorreia e Clamídia →→ Bactéria


→→ Corrimento e dor ao urinar
→→ Tratamento

São causadas por bactérias que podem atingir os órgãos


genitais, causando corrimento uretral, corrimento vaginal
e doença inflamatória pélvica (DIP). São transmitidas pela
relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada. O
uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de
prevenção.
É importante lembrar: •• Há possibilidade de transmis-
Conversar sobre sinais e sintomas: •• A maioria das mulheres infecta- são no parto vaginal e a criança
•• É frequente a infecção pelas duas bactérias, a qual pode das não apresentam sinais e sin- pode nascer com conjuntivite,
aparecer no colo do útero, na parte interna do pênis (canal tomas. que muitas vezes leva à cegueira,
da urina), na garganta e nos olhos. se não prevenida ou tratada ade-
•• O tratamento deve ser realizado
quadamente.
•• O corrimento pode ser amarelado ou translúcido. com antibiótico, conforme orien-
•• As áreas afetadas ardem e esquentam ao urinar. tação do profissional de saúde.
Recém-nascido → Deve-se apli-
•• Dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), sangra- •• As parcerias sexuais devem ser car colírio nos olhos do RN na pri-
mento fora da época da menstruação, dor ou sangramen- tratadas, ainda que não apresen- meira hora após o nascimento (ain-
to durante a relação sexual. tem sinais e sintomas. da na maternidade) para prevenir a
conjuntivite neonatal.
→ Quando não tratadas, podem levar a infecções nas trompas e
ovários, causando DIP, esterilidade ou até a morte.

→ Recomendar vacina para hepatite


Consulte o PCDT de IST na internet: B, independentemente da idade e/
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade.

CORRIMENTOS Gonorreia e Clamídia 38


Gonorreia e Clamídia

Gonorreia e Clamídia
39
CONVERSA 15
PALAVRAS-CHAVE

Tricomoníase →→ Corrimento
→→ Coceira
→→ Tratamento

É causada por um microrganismo (protozoário) e transmitida


pela relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada.
O uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma
de prevenção.
É importante lembrar:
Conversar sobre sinais e sintomas: •• O tratamento deve ser realizado
•• Corrimento vaginal (abundante, amarelo ou amarelo es- conforme orientação do profissio-
verdeado), dor durante a relação sexual, ardência, dificul- nal de saúde.
dade para urinar e coceira nos órgãos sexuais. •• As parcerias sexuais devem ser tra-
•• Raramente, pode causar corrimento uretral (canal da uri- tadas, ainda que não apresentem
na) masculino. sinais e sintomas.

→ Recomendar vacina para hepatite


Consulte o PCDT de IST na internet: B, independentemente da idade e/
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade.

CORRIMENTOS Tricomoníase 40
Tricomoníase

Tricomoníase
41
CONVERSA 16 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

HPV (Papilomavírus Humano): Condiloma Acuminado →→ Vírus


→→ Condiloma acuminado
→→ Verruga anogenital

HPV (Papilomavírus Humano) Conversar sobre sinais e sintomas:


•• Causa o condiloma acuminado, também conhecido •• Verrugas não dolorosas, isoladas
como verruga anogenital, “cavalo de crista” ou “crista de ou agrupadas, que aparecem nos
galo”. órgãos genitais.
•• É transmitido pela via sexual, mesmo em relações sem •• Podem aparecer no pênis, no ânus,
penetração (contato oral-genital e genital-genital). na vagina, na vulva, no colo do úte-
•• O risco de transmissão é muito maior quando as verru- ro, na boca e na garganta.
gas são visíveis! •• Pode haver irritação ou coceira no
local.
PAPANICOLAOU → Alguns tipos de HPV podem causar cân- •• Costumam ser mais comuns em
cer, principalmente, no colo do útero e no ânus. Orientar a reali- gestantes e pessoas com imunida-
zação periódica do exame preventivo de câncer de colo uterino. de baixa.
•• O vírus pode ficar latente no corpo
e os sinais e sintomas podem apa-
recer alguns dias ou anos após o
contágio.

CAMISINHA FEMININA → É im-


portante para prevenir as IST, prin-
cipalmente o HPV, pois cobre tam-
→ Recomendar vacina para hepatite bém a vulva, evitando a transmissão
Consulte o PCDT de IST na internet: B, independentemente da idade e/ de forma mais eficaz, se utilizada
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade. desde o início da relação sexual.

VERRUGAS HPV 42
HPV (Papilomavírus Humano): Condiloma Acuminado

HPV
43
CONVERSA 16 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

HPV (Papilomavírus Humano): Condiloma Acuminado →→ Vacina


→→ Verruga anogenital
→→ Câncer

Vacina contra o HPV


•• A vacina quadrivalente protege contra o HPV tipos 6 e •• A vacinação contra o HPV não
11 (que causam verrugas genitais), e 16 e 18 (que causam substitui o exame preventivo de
câncer do colo de útero). câncer de colo uterino.
•• Está disponível no SUS para meninas na faixa etária de •• Não está indicada para gestantes.
9 a 13 anos, com esquema vacinal de duas doses (0 e 6
meses).
•• Também está disponível para mulheres vivendo com
HIV, na faixa etária de 9 a 26 anos de idade, com esque-
ma diferenciado das doses (0, 2 e 6 meses).

CAMISINHA FEMININA → É im-


portante para prevenir as IST, prin-
cipalmente o HPV, pois cobre tam-
→ Recomendar vacina para hepatite bém a vulva, evitando a transmissão
Consulte o PCDT de IST na internet: B, independentemente da idade e/ de forma mais eficaz, se utilizada
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade. desde o início da relação sexual.

VERRUGAS HPV 44
45

HPV
CONVERSA 17 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

HIV/aids →→ Vírus
→→ Sinais e sintomas
→→ Tratamento

Comentar a imagem dos jovens. Destacar a importância da •• 2ª fase - Fase assintomática É importante lembrar:
prevenção em qualquer idade. →→ Pode durar anos sem sinais e •• Diagnóstico → realizar testagem
•• O HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) é o vírus da sintomas. para HIV no serviço de saúde.
aids. •• 3ª fase - Fase sintomática •• Se a pessoa tiver uma IST (por exem-
•• Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. →→ Ocorre com o aparecimento plo, ferida ou corrimento), o risco de
•• O HIV ataca o sistema imunológico (células de defesa do de infecções oportunistas, que infecção pelo HIV aumenta.
organismo), podendo levar à doença (aids). caracterizam a aids (ex.: tuber- •• Tratamento → está disponível no
•• A infecção pelo HIV pode ser prevenida com o uso de cami- culose, neurotoxoplasmose e SUS, sendo indicado para todas as
sinha nas relações sexuais. alguns tipos de câncer). pessoas que têm HIV/aids, inde-
pendentemente da contagem de
Conversar sobre sinais e sintomas: células de defesa.
•• 1ª fase - Infecção aguda •• O tratamento precoce e a adesão
aos medicamentos reduzem as
→→ Entre a 1ª e 3ª semana após o contato com o vírus –
complicações da infecção e a trans-
tempo entre a infecção e o surgimento dos primei-
A SAÚDE É UM DIREITO DE TO- missão do vírus na comunidade,
ros sinais e sintomas (febre, dor de cabeça, diarreia,
DAS AS PESSOAS → O estigma, o melhoram a qualidade de vida e
náuseas, vômitos, perda de peso e aparecimento de
preconceito e a discriminação con- diminuem a morbimortalidade.
ínguas pelo corpo).
tra as PVHA limitam as possibilida- •• Pessoas que vivem com HIV/aids
→→ Por ter sinais e sintomas inespecíficos, pode deixar
des de acesso aos serviços de saúde. (PVHA) → devem receber apoio
de ser diagnosticada, porque lembra outras infecções
e atendimento específico quan-
por vírus.
do desejarem ter filhos, quando
apresentarem lipodistrofia (alte-
→ Recomendar vacina para hepatite
Consulte o PCDT de IST e HIV/aids na internet: ração na distribuição e/ou perda
B, independentemente da idade e/
de gordura em partes do corpo),
→ www.aids.gov.br/pcdt ou condições de vulnerabilidade.
entre outros.
HIV/AIDS HIV/aids 46
47
47

HIV/aids
CONVERSA 17 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

HIV/aids →→ Vírus
→→ Prevenção
→→ Transmissão

Comentar o diagrama:
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PEP)
O HIV PODE SER TRASMITIDO POR: •• É uma forma de prevenção do HIV/aids e não substitui outros méto-
•• Sexo oral, vaginal e anal sem camisinha. dos preventivos.
•• Instrumentos perfurocortantes, agulhas e seringas •• Consiste no uso de antirretrovirais por uma pessoa que se expôs ao HIV.
com sangue infectado pelo HIV. •• São exemplos de exposições: relações sexuais desprotegidas (falha,
•• Transfusão de sangue infectado. rompimento ou não uso de camisinha), violência sexual, acidente
ocupacional com agulhas e outros objetos perfurocortantes.
•• Mãe infectada para a criança durante a gestação, parto
ou amamentação. •• Dura 28 dias e deve ser iniciada imediatamente, no máximo em até
72 horas.
O HIV NÃO PODE SER TRANSMITIDO POR: •• Está disponível no SUS, sendo fundamental o acompanhamento pela
•• Saliva, suor, beijo, abraço, aperto de mão, banhos de pis- equipe de saúde.
cina, vasos sanitários, sabonete, toalha, talheres, copos,
maçanetas, bancos de ônibus, picadas de inseto etc. Prevenção da transmissão vertical de HIV/aids:
•• Pré-natal → o teste de HIV deve ser •• Sobre a amamentação → a mãe com
Prevenção → usar camisinha nas relações sexuais (oral, va- realizado na primeira consulta e no HIV/aids não deve amamentar, de-
ginal, anal); não compartilhar agulhas ou seringas; receber terceiro trimestre da gestação. vido ao risco de transmissão verti-
somente transfusão de sangue que tenha sido testado para o cal. O leite materno deve ser subs-
•• Parto → o teste rápido de HIV deve
HIV; evitar contato com objetos perfurocortantes não esteri- tituído por fórmula láctea infantil.
ser realizado, quando não tiver
lizados. sido feito no pré-natal. •• Serviço especializado → a mãe e a
criança devem ser acompanhadas
•• Tratamento → deve ser iniciado nas
pela equipe de saúde.
gestantes o mais precocemente pos-
sível, se ainda não iniciado. Não deve
ser suspenso durante a gestação.
HIV/AIDS HIV/aids 48
HIV/aids

! ü
PODE SER TRANSMITIDO NÃO PODE SER TRANSMITIDO

Alicates de unha Agulhas Maçanetas Apertos de mão ou abraços

Banheiros Assentos

Sexo vaginal, Gestação, parto


anal e oral sem e amamentação
camisinha

HIV/aids
Xícaras ou copos Pelo ar ou saliva

49
CONVERSA 18 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

Hepatite B →→ Vírus
→→ Vulnerabilidade
→→ Tratamento
Comentar a imagem da tatuagem: As pessoas mais vulneráveis são as que: É importante lembrar:
•• A hepatite B tem como uma das formas de transmis- •• Usam e/ou têm parcerias que •• Diagnóstico → teste rápido ou exa-
são a realização de tatuagens sem os devidos cuidados usam drogas. me de sangue em laboratório – em
(biossegurança). •• Fizeram ou fazem hemodiálise. caso reagente, encaminhar a pes-
•• É causada pelo vírus da hepatite B (HBV) e ataca o fígado. •• Nasceram de mãe com hepatite B. soa ao serviço de referência para
conclusão do diagnóstico.
Conversar sobre sinais e sintomas: •• Moram ou têm relação sexual com
portadores de hepatite B. •• O diagnóstico precoce tem impacto
•• É uma infecção silenciosa e raramente apresenta sinais significativo na transmissão e mor-
•• Realizaram tatuagens ou coloca-
e sintomas. Quando aparecem, não são característicos bimortalidade da doença.
apenas dessa infecção. Nas fases mais avançadas, são ram piercing sem uso de material
descartável e normas de biossegu- •• Tratamento → está disponível no
mais evidentes.
rança (a tinta também tem que ser SUS e deve ser realizado em um
•• Após a segunda ou terceira semana, a pessoa pode apre- de uso individual). serviço de referência.
sentar urina escura, fezes pálidas e icterícia (ocorre em
•• São portadoras de cirrose hepáti- •• Somente o especialista pode defi-
20% dos pacientes).
ca, câncer hepático ou doença he- nir se o tratamento é necessário.
•• Pode evoluir de duas formas: infecção aguda (tem curta pática sem etiologia definida.
duração e resolução espontânea) e crônica (quando per- •• Foram diagnosticadas com outra IST.
siste por mais de seis meses).
•• Compartilham escovas de dente, lâ-
minas para barbear e depilar.
•• Fizeram ou ainda fazem sexo sem → Recomendar a toda pessoa com he-
preservativo. patite B que seja imunizada para
hepatite A no CRIE* e que evite o
consumo de bebida alcoólica.
Consulte o PCDT de Hepatite B na internet:
→ www.aids.gov.br/publicacoes * Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais

HEPATITES VIRAIS Hepatite B 50


51

Hepatite B
CONVERSA 18 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

Hepatite B →→ Transmissão
→→ Prevenção
→→ Vacina
O vírus da hepatite B pode ser transmitido por: Prevenção da transmissão vertical de hepatite B:
•• Relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada. •• Pré-natal → devem-se realizar •• Aleitamento materno → pode
•• Transmissão vertical (da mãe infectada para a criança). também os exames para de- ser realizado após a adminis-
•• Compartilhamento de: tectar hepatite B. tração da vacina e imunoglo-
•• Crianças nascidas de mães com bulina, sendo contraindicado
→→ material para uso de drogas (seringas, agulhas, ca- na presença de algumas si-
hepatite B → devem receber
chimbos). tuações (ex.: lesão sangrante,
a imunoglobulina humana
→→ material de higiene pessoal (lâminas de barbear e de- anti-hepatite B (HBIg) e a pri- tratamento antiviral contra
pilar, escova de dente). meira dose da vacina para he- hepatite B – o medicamento
→→ material para manicure e pedicure não descartável ou patite B, preferencialmente, pode ser eliminado no leite
não esterilizado (recomendar kit individual). nas 12 primeiras horas após o materno).
•• Realização de tatuagem ou colocação de piercing sem uso nascimento.
de material descartável e normas de biossegurança (a tin-
ta também tem que ser de uso individual).
•• Contato com sangue infectado.

Prevenção → Evitar a exposição nas situações descritas acima.

→ Recomendar vacina para hepati-


te B, independentemente da idade
e/ou condições de vulnerabilida-
Consulte o PCDT de Hepatite B e de de. É necessário tomar 3 doses -
Transmissão Vertical na internet: intervalos de 0, 30 e 180 dias para
→ www.aids.gov.br/publicacoes imunização.

HEPATITES VIRAIS Hepatite B 52


Hepatite B

!
Pode ser transmitida

Seringas Canudos Cachimbos


e agulhas

Piercings Aparelhos Alicates Escovas de dente, lâminas


e brincos de tatuagem de unha para barbear e depilar

Hepatite B
Sexo vaginal, anal e oral Gestação, parto
sem camisinha e amamentação

53
CONVERSA 19 – parte 1
PALAVRAS-CHAVE

Hepatite C →→ Vírus
→→ Diagnóstico
→→ Tratamento
Comentar a imagem da manicure: Pessoas indicadas para o teste de hepatite C: É importante lembrar:
•• A hepatite C tem como uma das formas de transmissão •• Nascidas antes de 1975. •• Diagnóstico → teste rápido ou exame
a utilização de kits de manicure não descartáveis ou não •• Com antecedente de transfusão de de sangue em laboratório – em caso
esterilizados. sangue e hemoderivados ou trans- reagente, encaminhar a pessoa ao
•• É causada pelo vírus da hepatite C (HCV) e ataca o fígado. plante de órgão antes de 1993, quan- serviço de referência para conclusão
do não era obrigatória a triagem para do diagnóstico.
•• Recomenda-se que as pessoas usem seu próprio kit de
manicure e que os profissionais utilizem luvas. hepatite C nos bancos de sangue. •• O diagnóstico precoce tem impacto
•• Que usam ou usaram drogas ou têm significativo na transmissão e morbi-
Conversar sobre sinais e sintomas: parcerias sexuais que usam drogas. mortalidade da doença.
•• É uma infecção silenciosa e raramente apresenta sinais •• Em hemodiálise. •• Tratamento → está disponível no SUS
e sintomas. Quando aparecem, não são característicos e deve ser realizado em um serviço de
•• Nascidos de mãe com hepatite C.
apenas dessa infecção. Nas fases mais avançadas, são referência.
•• Que convivem com portadores de
mais evidentes. •• Somente o especialista pode definir
hepatite C na mesma casa.
se o tratamento é necessário.
→ A infecção pode evoluir para a forma crônica em até 80% dos •• Que realizaram tatuagens ou colo-
casos. Cerca de 20% dos infectados crônicos podem evoluir para caram piercing sem uso de material
cirrose hepática. Entre 1% a 5% dos infectados crônicos podem descartável e normas de biossegu-
evoluir para câncer de fígado. rança (a tinta também tem que ser
de uso individual).
•• Portadores de cirrose hepática,
câncer hepático ou doença hepáti-
ca sem etiologia definida.
Consulte o PCDT de Hepatite C na internet: •• Com diagnóstico de outra IST.

→ www.aids.gov.br/pcdt •• Que fizeram ou fazem sexo des-


protegido.
HEPATITES VIRAIS Hepatite C 54
55

Hepatite C
CONVERSA 19 – parte 2
PALAVRAS-CHAVE

Hepatite C →→ Vírus
→→ Transmissão
→→ Prevenção

O vírus da hepatite C pode ser transmitido por: •• Compartilhamento de material


•• Via parenteral (contato com sangue infectado). para uso de drogas (seringas, agu-
lhas, cachimbos); material de hi-
•• Transfusão de sangue e hemoderivados ou transplante
giene pessoal (lâminas de barbear
de órgão antes de 1993, quando não era obrigatória a tria- e depilar, escova de dente); mate-
gem para hepatite C nos bancos de sangue. rial para manicure e pedicure não
•• Relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada. descartável ou não esterilizado
•• Transmissão sexual entre parcerias heterossexuais: é (recomendar kit individual).
possível, mas pouco frequente. •• Realização de tatuagem ou coloca-
•• Transmissão sexual entre homens que fazem sexo com ção de piercing sem uso de material
homens (HSH): é mais frequente, principalmente quan- descartável e normas de biossegu-
do há presença de infecção pelo HIV ou outra IST. rança (a tinta também tem que ser
de uso individual).
•• Transmissão vertical (da mãe infectada para a criança).

Prevenção
→ Evitar a exposição nas situações descritas acima.
→ Ainda não existe vacina para hepatite C.

→ Recomendar a toda pessoa com


hepatite C que seja imunizada
Consulte o PCDT de Hepatite C na internet: para hepatite A e B e que evite o
→ www.aids.gov.br/pcdt consumo de bebida alcoólica.

HEPATITES VIRAIS Hepatite C 56


Hepatite C

!
Pode ser transmitida

Seringas Canudos Cachimbos


Transfusão de sangue e agulhas
antes de 1993

Piercings Aparelhos Alicates Escovas de dente, lâminas


e brincos de tatuagem de unha para barbear e depilar

Hepatite C
Sexo vaginal, anal e oral Gestação, parto
sem camisinha e amamentação

57
CONVERSA 20

O diálogo continua
•• Esclarecer dúvidas que ainda persistam. •• Incentivar a realização dos testes disponíveis.
•• Deixar as pessoas à vontade para perguntar, sem cons- •• Reforçar a necessidade de realizar o tratamento adequa-
trangimento. do, incluindo as parcerias sexuais, quando indicado.
•• Orientar o retorno ao serviço de saúde quando necessário.
•• Lembrar a importância da prevenção e do uso da camisi-
nha nas relações sexuais.

Prevenção Combinada → Abrange o uso da camisinha masculina ou feminina, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, tes-
tagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão
vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as PVHA, redução de danos, entre outros.

IMPORTANTE → IST, HIV/aids e hepatites virais B e C podem ser prevenidas, diagnosticadas e tratadas. Cuidar bem da saú-
de deve fazer parte do cotidiano de todas as pessoas. Todos os dias, a qualquer hora.

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