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OBEJTIVOS DE APRENDIZGEM
TUBERCULOSE NO MUNDO
Estima-se que mais de 1,7 bilhão de pessoas (aproximadamente 22% da população mundial) estejam infectadas com M.
tuberculosis
Seis países foram responsáveis por 60% dos novos casos de tuberculose no mundo em 2015: Índia, Indonésia, China, Nigéria,
Paquistão e África do Sul.
O percentual de redução no coeficiente de incidência de tuberculose foi de 1,5% entre 2014 e 2015. No entanto, para o alcance
dos primeiros objetivos da estratégia, faz-se necessária uma redução média anual de 4% a 5% até 2020.
Pobreza, HIV e resistência aos medicamentos são os principais contribuintes para o ressurgimento da epidemia global de tuberculose:
O desenvolvimento socioeconômico e o acesso aos serviços de saúde estão diretamente ligados ao sucesso dos esforço de
controle da tuberculose, de modo que o controle da doença perpassa pelo enfrentamento das vulnerabilidades sociais.
TUBERCULOSE NO BRASI L
A tuberculose (TB) ainda se configura como problema de saúde pública no Brasil. Em 2016, no País, foram registrados 69.509
casos novos de tuberculose, e, em 2015, 4.610 mortes atribuídas à doença.
Morgana Sander
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a 20ª posição na lista de países de alta carga de tuberculose e
a 19ª na lista de alta carga de coinfecção TB-HIV.
O País tem destaque, ainda, por sua participação no BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
cujos países somam cerca de 50% dos casos de tuberculose no mundo e mobilizam mais de 90% dos recursos necessários para
as ações de controle da tuberculose por meio de fontes domésticas de financiamento.
Apesar da queda observada dos coeficientes de incidência e mortalidade, o País possui elevada VARIABILIDADE ENTRE OS
ESTADOS quanto a esses indicadores. Isso implica a necessidade de buscar estratégias específicas para cada local:
Amazonas e do Rio de Janeiro apresentaram maior risco para incidência de tuberculose (67,2/100 mil habitantes) e o
Distrito Federal o menor risco (10,5/100 mil habitantes)
Rio de Janeiro e de Pernambuco apresentaram os maiores coeficiente de mortalidade (5,0 e 4,5 óbitos por
tuberculose/100 mil habitantes, respectivamente).
Além disso, alguns GRUPOS POPULACIONAIS TÊM MAIOR VULNERABILIDADE PARA O ADOECIMENTO por TB e requerem
ações prioritárias e específicas para o controle da doença. Dentre eles estão:
Segundo a OMS (2016), para o controle da doença, a meta de cura seja igual ou superior a 85% e a de abandono menor que 5%.
Entende-se que esse diagnóstico situacional é essencial para o planejamento das atividades dos Programas de Controle da
Tuberculose em todas as esferas de gestão do Sistema Único de Saúde em busca do fim da doença no País.
Para isso, utilizam-se as bases de dados nacionais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (Site-TB)
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (Sinan): tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados
gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica. Todos os casos diagnosticados de tuberculose devem ser
notificados nesse sistema.
Morgana Sander
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM): nesse sistema são registrados os óbitos ocorridos no Brasil.
SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE TRATAMENTOS ESPECIAIS DA TUBERCULOSE (Site-TB): sistema complementar ao Sinan que
destina à notificação e ao acompanhamento dos casos de tuberculose que têm indicação de tratamentos especiais, seja pela
ocorrência de reações adversas, certas comorbidades ou resistência a algum medicamento que impossibilite o uso do
esquema básico.
Embora menos pessoas tenham adoecido e morrido por tuberculose (TB) no ano passado, os países ainda não estão fazendo
o suficiente para acabar com a doença até 2030, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os esforços globais evitaram
cerca de 58 milhões de mortes por essa causa desde o ano 2000, mas a tuberculose continua a ser a doença infecciosa mais
letal do mundo.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tuberculose_brasil_indicadores_epidemiologicos_operacionais.pdf
https://www.saude.mg.gov.br/images/2022/25-01-Boletim_Populacoes_Especiais_25-01.pdf
O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) está integrado na rede de Serviços de Saúde. É desenvolvido por
intermédio de um programa unificado, executado em conjunto pelas esferas federal, estadual e municipal.
Está subordinado a uma política de programação das suas ações com padrões técnicos e assistenciais bem definidos,
garantindo desde a distribuição gratuita de medicamentos e outros insumos necessários até ações preventivas e de controle
do agravo. Isto permite o acesso universal da população às suas ações.
METAS:
COMPONENTES:
1. Vigilância Epidemiológica: monitorar a situação e a tendência da doença para recomendar, executar e avaliar as
atividades de controle.
Descoberta de Casos - descoberta precoce dos casos novos em especial dos bacilíferos, por serem esses
pacientes a principal fonte de infecção de TB na comunidade
Tratamento e Acompanhamento - tratar corretamente 100% dos casos de tuberculose diagnosticados e curar
pelo menos 85% dos mesmos.
Vigilância de Casos – O SINAN é o sistema nacional adotado para registrar e processamento de dados de
notificação e acompanhamento da tuberculose.
Diagnóstico Laboratorial - ações de diagnóstico, acompanhamento e realização de teste de sensibilidade às
drogas usadas no tratamento da tuberculose, desenvolvidas pelos laboratórios, são fundamentais para o PNCT.
2. Medidas de proteção: prevenir o adoecimento por TB nos infectados e não infectados.
3. Integração com Atenção Básica: consolidar as ações do Programa Nacional de Controle da Tuberculose na Atenção
Básica, incluindo a estratégia do Programa Saúde da Família (PSF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS).
Morgana Sander
4. Ações Integradas de Educação em Saúde, Comunicação e Mobilização Social: desenvolvimento de ações educativas
em saúde, comunicação e mobilização social, nas esferas nacional, estaduais e municipais, enfocando a promoção,
prevenção, assistência e reabilitação da saúde.
5. Capacitação e Treinamento: desenvolver com os Pólos de Educação Permanentes (PEP) formação e qualificação dos
trabalhadores da saúde, articulando atores locais, representantes de gestão dos Serviços, da Formação e do Controle
Social, tendo como eixo norteador a realidade em saúde em todas as esferas da atenção à saúde. Rever metodologia
de conteúdos de capacitação de TB de acordo com as necessidades nacionais estaduais e municipais de cobertura e
diretrizes dos Pólos de Educação Permanente
6. Sustentação Político Social: sensibilizar e mobilizar os setores políticos, para assegurar a priorização da luta
antituberculose, apoio financeiro e articulação intersetorial para a execução das ações e atividades de vigilância e
controle da TB.
7. Avaliação, Acompanhamento e Monitoramento das Ações do Programa Nacional de Controle da Tuberculose:
promover o permanente acompanhamento da implantação e fortalecimento do Programa Nacional de Controle da
Tuberculose, da execução das ações, da avaliação dos resultados obtidos, levando à adoção das correções
necessárias para o alcance das metas e revisão de estratégias adotadas.
Indicadores de Cobertura – unidades de saúde implantadas no PNCT, unidades básicas com tratamento
supervisionado implantado, número de laboratórios do SUS que fazem baciloscopia
Indicadores de Processo – cobertura vacinal de BCG, número de sintomáticos respiratórios, proporção de bacilíferos
entre o total de casos pulmonares e etc
Indicadores de resultado – percentual de cura, percentual de abandono, percentual de óbitos
Em junho de 2017, o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Controle de Tuberculose, lançou o Plano Nacional
pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil.
Construído a partir da discussão com gestores de programas de tuberculose, sociedade civil e academia, o plano tem por meta
a redução do coeficiente de incidência de tuberculose para menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035 e a redução do
coeficiente de mortalidade para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes até o mesmo ano.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ProgramaTB.pdf
É de responsabilidade da equipe de APS, seja estratégia saúde da família ou unidade de saúde tradicional:
Busca Ativa
Classificação e estratificação do risco
Acompanhamento
Tratamento
Encaminhamento para outro nível de atenção, quando for o caso
Garantindo sempre a vinculação do usuário com a equipe de APS.
As pessoas com suspeita de tuberculose devem ser identificadas, atendidas e vinculadas à atenção básica, por meio da ESF
ou das unidades básicas de saúde. A atenção básica deve ser a principal porta de entrada do SUS.
Morgana Sander
COMPETÊNCIAS DA AB
Morgana Sander
ORGANIZAÇÃO DAS REFERÊNCIAS EM TUBERCULOSE
Referência secundária: profissional médico especialista ou com experiência no tema + enfermeiro e técnico de enfermagem +
farmacêutico ou pessoa com capacidade para a gestão dos medicamentos + pessoa responsável pela notificação e atualização
dos casos no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB) + trabalho por equipe multidisciplinar
com outros profissionais como Assistência Social e Saúde Mental, na própria unidade com parcerias pré-estabelecidas
Referência terciária: profissional médico especialista, enfermeiro, farmacêutico e técnico de enfermagem + trabalho por
equipe multidisciplinar com outros profissionais, como Assistência Social e Saúde Mental, na própria unidade com parcerias
pré-estabelecidas.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
Tratamento diretamente observado (TOD): principal ação de apoio e monitoramento do tratamento das pessoas com TB.
Consiste na observação da tomada do medicamento pela pessoa com tuberculose em todos os dias úteis da semana sob a
observação de um profissional de saúde ou por outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre
outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde.
É considerado TDO se a observação da tomada ocorrer no mínimo três vezes por semana durante todo tratamento (24 doses
na fase intensiva e 48 doses na fase de manutenção em casos de tratamento padronizado por seis meses).
ATENÇÃO:
O TDO destina-se a todos os pacientes com diagnóstico de tuberculose e sua realização traduz uma oportunidade única de
aproximação dos profissionais com o contexto social dos indivíduos, o que possibilita a identificação de riscos para a não
adesão ao tratamento e o estabelecimento de vínculos entre serviço de saúde-paciente-família.
O profissional de saúde deve identificar situações que possam comprometer a adesão, como:
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Vulnerabilidade social
Fragilidade da rede social/familiar
Para organização do TDO nos serviços de saúde, devem-se considerar as modalidades de supervisão:
1. DOMICILIAR - observação realizada na residência do paciente ou em local por ele solicitado (exemplo: local de
trabalho).
2. NOS SERVIÇOS DE SAÚDE - tomada nas unidades de ESF, UBS, Serviço de atendimento especializado de HIV,
policlínicas ou hospitais. Quando pactuada essa modalidade entre o profissional de saúde e o doente, o serviço deve
certificar-se da possibilidade de deslocamento do paciente até a unidade de saúde.
3. COMPARTILHADO - quando o doente faz consulta médica em uma unidade de saúde e realiza o TDO em outra unidade
de saúde mais próxima à sua residência ou trabalho.
Em instituições de longa permanência (tais como prisões e unidades de internação para menores cumprindo medidas
socioeducativas) e de permanência temporária (tais como albergues, asilos ou comunidades terapêuticas), o TDO deve ser
realizado por profissionais de saúde ou por outros profissionais capacitados desde que supervisionados por profissionais de
saúde. É importante que essas instituições estejam vinculadas ao serviço de saúde de sua região/território.
1. Acolher o paciente
2. Avaliar a presença de efeitos adversos e/ou interações medicamentosas
3. Informar os nomes dos medicamentos administrados
4. Entregar os medicamentos de uso oral com um copo de água e observar a tomada. No caso dos injetáveis, aplicá-los
de acordo com a prescrição médica
5. Anotar na ficha de acompanhamento da tomada diária da medicação do TODO
6. Perguntar se existem dúvidas e encorajar o paciente a continuar o tratamento
7. Marcar o próximo encontro
8. Providenciar os agendamentos necessários e certificar-se da realização dos exames de controle
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
Objetivos da vigilância epidemiológica: Reduzir a morbimortalidade por tuberculose, conhecer a magnitude da doença, sua
distribuição e tendência e os fatores associados, fornecendo subsídios para as ações de controle.
Mediante confirmação de um caso de tuberculose, a unidade de saúde (pública ou privada) que identifica o caso é responsável
por sua notificação. Outros serviços também podem notificar o caso, como os laboratórios.
A notificação é feita por meio do preenchimento da “Ficha de Notificação/Investigação de Tuberculose”, onde estão
contempladas informações de identificação do paciente, do serviço, dados clínicos e epidemiológicos.
Os dados presentes na ficha de notificação/investigação devem ser inseridos no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan).
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Além da notificação, recomenda-se o registro do caso confirmado no Livro de Registro de Pacientes e Acompanhamento de
Tratamento dos Casos de Tuberculose.
1. Investigação epidemiológica:
Busca Ativa de sintomáticos respiratórios
Perguntas sobre a presença e duração da tosse na população alvo
Orientar os sintomáticos sore a coleta do exame do escarro
Registrar atividades em instrumentos padronizados
Estabelecer fluxo de atendimento em casos positivos
3. Visita domiciliar:
Identificar sintomáticos respiratórios
Agendar exame de contatos
Reforçar as orientações
Verificar possíveis obstáculos à adesão
Procurar soluções para superá-los
Evitar o abandono
Indica-se realizar visita domiciliar para todo caso de tuberculose diagnosticado, especialmente aos que apresentam
a forma pulmonar diagnosticada por critério laboratorial e a todo caso que não compareça ao serviço de saúde
quando agendado
4. Investigação de contatos:
Investigação das pessoas que tiveram contato com o indivíduo infectado
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
QUESTÕES DE APRENDIZAGEM
SOBRE A TUBERCULOSE:
A Tuberculose é uma doença infecciosa causada principalmente pela bactéria (Mycobacterium tuberculosis) que atinge
principalmente os pulmões. Pode permanecer assintomática por algum tempo em pessoas relativamente saudáveis, porém
mesmo nesta fase é transmissível a outros, por meio de gotículas de secreções suspensas no ar. O tratamento consiste na
administração de antibióticos por um período não inferior a seis meses. Os principais sintomas incluem tosse, as vezes com
sangramento, perda de peso, fraqueza, febre, e sudorese noturna.
AGENTE ETIOLÓGICO
Qualquer uma das sete espécies que integram o complexo Mycobacterium tuberculosis:
1. M. tuberculosis
2. M. bovis
3. M. africanum
4. M. canetti
5. M. microti
6. M. pinnipedi
7. M. caprae
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Em saúde pública, a espécie mais importante é a M. tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch (BK).
TRANSMISSÃO
O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente
(caso fonte), a outra pessoa, por exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro.
As gotículas exaladas rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas menores. Essas partículas menores
contendo um a dois bacilos, podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de alcançar os alvéolos,
onde podem se multiplicar e provocar a chamada primo-infecção.
Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso,
não têm papel na transmissão da doença.
Estima-se que uma pessoa com baciloscopia positiva infecte de 10 a 15 pessoas em média, em uma comunidade, durante um
ano.
“Bacilífero”: pessoas com TB pulmonar ou laríngea que tem baciloscopia positiva no escarro
O risco de transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar bacilos no escarro. Com o início do tratamento, a
transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela encontra-se muito reduzida.
TB CONGÊNITA
Pode ocorrer por disseminação hematogênica, por TB genital (endometrite, cervicite), por aspiração e por ingestão do líquido
amniótico ou de secreções genitais infectadas.
O recém-nascido cursa com quadro de infecção congênita ou sepse bacteriana: febre, letargia ou irritabilidade, dificuldade
respiratória, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, distensão abdominal, otorreia, lesões dermatológicas, anorexia, vômitos,
diarreia com sangue, icterícia, convulsões, cianose, apneia, ascite, pouco ganho de peso, anemia, plaquetopenia.
No Brasil, assim como em outros países que possuem condições de vida semelhantes, alguns grupos populacionais têm maior
vulnerabilidade para a TB:
Morgana Sander
A infecção prévia pelo M. tuberculosis não evita o adoecimento, ou seja, o adoecimento não confere imunidade e recidivas
podem ocorrer.
SINAIS E SINTOMAS
Sintomático respiratório: pessoa que, durante a estratégia programática de busca ativa, apresenta tosse por 3 semanas ou
mais.
TUBERCULOSE PULMONAR
TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR
As apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos:
1. TB pleural (forma mais comum) - cursa com dor torácica do tipo pleurítica, além de astenia, emagrecimento e
anorexia em 70% dos pacientes, e febre com tosse seca, em 60%.
2. TB ganglionar periférica (forma mais frequente em portadores de HIV) - cursa com aumento subagudo, indolor e
assimétrico das cadeias ganglionares cervicais anterior e posterior, além da supraclavicular.
3. TB meningoencefálica - meningite basal exsudativa é a apresentação clínica mais comum e é mais frequente em
crianças abaixo dos seis anos de idade e pode ser aguda ou crônica.
Na forma subaguda, cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência,
anorexia, vômitos e dor abdominal associados à febre, fotofobia e rigidez de nuca por tempo superior a duas
semanas.
Na forma crônica, o paciente evolui várias semanas com cefaleia, até que o acometimento de pares cranianos faz
o médico suspeitar de meningite crônica.
4. TB pericárdica (geralmente não se associa à TB pulmonar, embora possa ocorrer simultaneamente com a TB pleural)
- dor torácica, tosse seca e dispneia. Pode haver febre, emagrecimento, astenia, tontura, edema de membros
inferiores, dor no hipocôndrio direito (congestão hepática) e aumento do volume abdominal (ascite).
5. TB óssea (mais comum em crianças e pessoas entre a quarta e a quinta década de vida) - apresenta-se com a tríade
dor lombar, dor à palpação local e sudorese noturna.
TUBERCULOSE NA CRIANÇA
Redução do apetite
Perda de peso
Tosse persistente
DIAGNÓSTICO
Importante para diagnóstico e controle de tratamento da TB
BACILOSCOPIA DIRETA (escarro): método simples e seguro, deve ser realizado por todo laboratório público de saúde e pelos
laboratórios privados tecnicamente habilitados.
TESTE RÁPIDO MOLECULAR PARA TUBERCULOSE (TRM-TB): indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose
pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes.
Apresenta o resultado em cerca de duas horas em ambiente laboratorial, sendo necessária somente uma amostra de
escarro.
A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de 90% sendo superior à da baciloscopia.
O teste também detecta a resistência à rifampicina, com uma sensibilidade de 95%.
Indicações para TRM-TB:
1. Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes
2. Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes de populações de maior
vulnerabilidade
3. Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já validados
4. Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento
5. Triagem de resistência à rifampicina nos casos com suspeita de falência ao tratamento da TB.
Deve ser realizado em crianças quando existe a possibilidade e facilidade de coleta de escarro.
Não deve ser utilizado para diagnóstico nos casos de retratamento (detecta bacilos mortos ou inviáveis)
Pode ser utilizado para diagnóstico de TB extrapulmonar, nas seguintes amostras:
o Líquor
o Gânglios linfáticos
o Lavado broncoalveolar
o Escarro induzido
o Lavado gástrico
Morgana Sander
Método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB.
Fármacos testados são: estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida.
Cultura positiva confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo necessária a identificação de espécie para
caracterizar se é um caso de TB ou outra micobactéria.
RX de tórax - Alterações sugestivas de tuberculose, achados sugestivos de sequelas de lesões por tuberculose,
achados sugestivos de outros doenças)
TC de tórax - Mais sensível para demonstrar alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos e é indicada
na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é normal, e na diferenciação com outras doenças torácicas,
especialmente em pacientes imunossuprimidos.
Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para HIV
O teste diagnóstico para HIV, preferencialmente o rápido, deve ser oferecido, o mais cedo possível, a toda pessoa
com diagnóstico estabelecido de TB.
Caso o teste anti-HIV seja positivo, o paciente deve ser encaminhado para o Serviço de Atenção Especializada (SAE)
ou Unidades Dispensadoras de Medicamentos para PVHIV mais próximos de sua residência, a fim de dar continuidade
ao tratamento da TB e iniciar tratamento para HIV.
São casos nos quais os indivíduos não apresentam nenhum sintoma e não transmitem a doença, mas são reconhecidos por
testes que detectam a imunidade contra o bacilo.
Antes de se afirmar que um indivíduo tem ILTB, é fundamental excluir a TB ativa, por meio da anamnese, exame
clínico e radiografia de tórax.
Utiliza-se a prova tuberculínica para identificar casos de ILTB (a inoculação intradérmica de um derivado proteico
purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a esses antígenos)
Uma PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não o exclui
A prova tuberculínica reativa, isoladamente, indica apenas a presença de infecção e não é suficiente para o
diagnóstico da tuberculose doença
DIAGNÓSTICO DE TB NA CRIANÇA
Em criança com TB pulmonar, a baciloscopia tem a sensibilidade diminuída e, em geral, apresenta resultado negativo.
O teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) deve ser realizado quando existir a possibilidade e facilidade de
coleta de escarro.
Todas as amostras devem ir para a cultura.
Na persistência de sintomas, com baciloscopia negativa ou TRM-TB não detectado, recomenda-se a utilização do
escore clínico para diagnóstico da TB.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A TB deve ser incluída no diagnóstico diferencial dos casos de febre de origem indeterminada, síndrome consumptiva,
pneumonias de resolução lenta e em todo paciente com tosse prolongada sem causa conhecida.
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Infecções bacterianas
Outras micobacterioses
Doenças autoimunes
Embolia pulmonar e outras
Forma pleural Linfomas
Forma ganglionar Doenças linfoproliferativas
Outras micobactérias
Infecções bacterianas
Infecções fúngicas
Toxoplasmose
Sarcoidose
Forma Infecções bacterianas, fúngicas ou virais do sistema nervoso central
meningoencefálica
Forma osteoarticular Artrite séptica
Osteomielite
Criptococose
Histoplasmose
Osteossarcoma
Mieloma múltiplo
Linfoma não Hodkin
Histiocitose X
Doença de Paget
Outras neoplasias ósseas
TRATAMENTO
O esquema de tratamento da TB sensível é padronizado, gratuito e está disponível exclusivamente no Sistema Único de Saúde
(SUS), sendo dividido em duas fases:
Esquema básico: comprimidos em doses fixas combinadas contendo 4 fármacos (RHZE): Rifampicina 150mg + Isoniazida 75mg
+ Pirazinamida 400mg + Etambutol 275mg
Esquema básico: comprimidos em doses fixas combinadas contendo 2 fármacos (RH): rifampicina 150mg + isoniazida 75mg
RH 150/75 (meia dose) ou rifampicina 300mg + isoniazida 150mg RH 300/150 (dose plena)
Esquema básico em crianças (< de 10 anos de idade): três fármacos na fase intensiva (RHZ) e dois na fase de manutenção (RH),
com apresentações farmacológicas individualizadas (comprimidos e/ou suspensão) ou doses fixas combinadas:
Doses isoladas: H – isoniazida 100mg e 300mg (comprimido); Z – pirazinamida 150mg (comprimido dispersível); R –
rifampicina 20mg/ mL (suspensão oral).
Doses fixas combinadas: Rifampicina + isoniazida + pirazinamida (RHZ 75/50/150mg) comprimido dispersível;
Rifampicina +isoniazida (RH 75/50mg) comprimido dispersível.
O esquemas especiais, incluindo outros fármacos, são preconizados para diferentes populações. Eles possuem complexidade
clínica e operacional que fazem com que o Ministério da Saúde recomende a sua utilização, preferencialmente, em unidades
com perfis assistenciais especializados.
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AÇÕES PARA MELHOR ADESÃO AO TRATAMENTO:
PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO
A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin): medida preventiva complementar no controle da tuberculose.
Previne especialmente as formas graves da doença, como TB miliar e meníngea na criança.
Não protege indivíduos já infectados pelo M. tuberculosis e nem evita o adoecimento por reativação endógena ou
reinfecção exógena.
INDICAÇÕES
Recém-nascidos em contatos com bacilíferos NÃO DEVERÃO SER VACINADOS COM BCG. Antes farão tratamento para infecção
latente ou quimioprofilaxia
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A partir dos cinco anos de idade, nenhuma pessoa deve ser vacinada com BCG (mesmo profissionais de saúde e/ou
grupos com maior vulnerabilidade), exceto pessoas contatos de hanseníase.
Adultos HIV positivos NÃO DEVEM SER VACINADOS independente dos sintomas ou contagens de TCD4+
CONTRAINDICAÇÕES
Além das contraindicações gerais a todos os imunobiológicos, a vacina BCG está contraindicada nas seguintes condições:
ADIAMENTO DA BCG
Recém-nascidos contatos de indivíduos bacilíferos deverão ser vacinados somente após o tratamento da TB ou da
quimioprofilaxia primária
Até três meses após o uso de imunossupressores ou corticosteroides em dose elevada
Recém-nascidos com menos de 2Kg de peso até que atinjam este peso
Pessoas hospitalizadas com comprometimento do estado geral, até a resolução do quadro clínico
ESQUEMA VACINAL
Dose única administrada o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento.
Administração por via intradérmica, na inserção do músculo deltoide direito.
Pode ser administrada simultaneamente com as demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.
Comprovação da vacinação: registro da vacinação no cartão ou caderneta de vacinação, da identificação da cicatriz
vacinal ou da palpação de nódulo no deltoide direito, na ausência de cicatriz.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/tratamento-da-
tuberculose-em-adolescentes-e-adultos.pdf
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/tratamento-da-tb-em-
criancas.pdf
NOTIFICAÇÃO DE TB
1. Critério laboratorial – todo caso que, independentemente da forma clínica, apresenta pelo menos uma amostra positiva
de baciloscopia, de teste rápido molecular ou de cultura para tuberculose
2. Critério clínico – todo caso suspeito que não atendeu ao critério de confirmação laboratorial, mas apresentou resultados
de exames de imagem ou histológicos sugestivos para tuberculose.
A confirmação de casos de tuberculose pelo critério clínico, sem a oferta de exames para o diagnóstico laboratorial,
representa falha na oferta de serviços de saúde já incorporados no SUS.
Diante da confirmação do caso, a própria unidade de saúde ou laboratório que identificou o caso notifica-o ao SINAN.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
Morgana Sander
LINHA DE CUIDADO PARA O PORTADOR DE TB
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_tuberculose_orientacoes_gestores_profissionais_saude.pdf
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