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Idade Declarada nos Censos Demográficos e a Qualidade da Informação 1

Cláudia Júlia Guimarães Horta 2

Palavras-chave: Idade declarada; idade presumida; índice de Whipple

1
Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de
Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012
2
Ph.D em Demografia, Professora e Pesquisadora em Ciência e Tecnologia da Escola de Governo Professor
Paulo Neves de Carvalho da Fundação João Pinheiro. A autora agradece a CAPES pelo suporte financeiro
durante a realização desse trabalho (BEX-1161/11-3), a FAPEMIG pelo suporte financeiro para participação no
XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais e aos Professores Diana Sawyer e José Alberto Magno de
Carvalho pela orientação na elaboração da Tese de Doutorado.

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INTRODUÇÃO

As informações provenientes dos censos demográficos ainda hoje apresentam algumas


peculiaridades que não permitem sua utilização sem uma prévia avaliação crítica e de
consistência. A despeito dos esforços do IBGE para constante aperfeiçoamento dos dados
censitários (IBGE, 2011), ainda persistem problemas relacionados à exatidão das
informações. Esses são mais ou menos significativos, dependendo de fatores que vão desde
os obstáculos para a obtenção das informações, até a consecução de informações fidedignas e
seu registro correto.

Dois tipos principais de erros podem vir a ocorrer nos levantamentos populacionais. O
primeiro deles se refere à contagem da população relacionado à má cobertura do censo, seja
por omissão ou por duplicidade de um indivíduo. O segundo seria devido às falhas nas
declarações, devido à omissão da informação ou à declaração errônea da mesma.

A informação sobre a declaração da idade dos indivíduos é um dos quesitos censitários mais
propensos a erros. Existem duas maneiras de obtenção dessa informação: por meio da
declaração da data de nascimento e pela informação da idade presumida. Desde o Censo de
1940, ambas são adotadas concomitantemente, sendo solicitada a data de nascimento, quando
conhecida, e a idade presumida, quando não. Solicitando-se a declaração da data de
nascimento, tem-se a vantagem de “obrigar” o informante a fazer um esforço de memória ou
uma investigação para determinar essa data. De outro lado, na impossibilidade de tal
informação, obtém-se a idade presumida, ou aproximada, dessas pessoas.

Nas declarações da data de nascimento, podem ser encontrados erros sistemáticos, devidos,
principalmente, à imprecisão das lembranças ou das informações dos informantes. Com certa
freqüência, os indivíduos, tenderiam a declarar uma idade presumida que seja um múltiplo de
10, dada a preferência pelos dígitos 0 e 5. Por outro lado, entre aqueles que declaram a data
de nascimento, mas, que de fato, não sabem o ano exato em que este se deu, haveria, pela
mesma razão, a tendência a declarar uma idade terminada em 0 ou, secundariamente, em 5.

Vários estudos mostram que a preferência por determinados dígitos e/ou idades é um dos
problemas que ocorre com maior freqüência na declaração de idade dos indivíduos (Decheter
e Preston, 1991; Paes, 1999; Popolo, 2000; Horta, 2005; Horta, Sawyer e Carvalho, 2006;
Franco, Oliveira e Albuquerque, 2006; Agostinho, 2009; Gomes e Turra, 2009). Ocorre que o
indivíduo declara erroneamente sua idade fazendo um arredondamento para uma idade que
finaliza com ‘p’ dígito preferido, sendo que os estudos apontam para uma tendência a
declarar idades terminadas em 0 e 5. Além disso, autores como Popolo (2000) ainda supõe
que tais erros provêm de indivíduos com idades adjacentes aos dígitos de preferência, tanto
inferiores como superiores.

Esta variável, de uso freqüente na geração de indicadores demográficos e socioeconômicos,


pode vir a comprometer a veracidade desses indicadores dependendo da magnitude desses
erros. A sua utilização, por exemplo, no cálculo de taxas de mortalidade específicas por idade
poderiam gerar indicadores de mortalidade incorretos 3 em função dos erros na idade
declarada (Coale e Kisker, 1986; Preston, Elo, Stewart, 1999). Dessa maneira, não há dúvida

3
As limitações existentes nos dados necessários para a estimativa de taxas de mortalidade estão relacionadas à
incompleta cobertura do registro de óbitos e a erros na declaração da idade, tanto nos dados populacionais como
também nos registros de mortes. Entretanto, apenas as informações sobre declaração de idade serão
consideradas nesse momento.

2
de que uma fase importante para obtenção de medidas e indicadores confiáveis e fidedignos
seria a avaliação da qualidade das informações necessárias.

As inúmeras inovações metodológicas, de conteúdos temáticos e tecnológicos utilizadas pelo


IBGE, ao longo das últimas décadas, têm como resultado um evidente evolução positiva na
qualidade dos dados referentes à idade, segundo o sexo, ao longo dos últimos levantamentos
censitários para o Brasil e para as Unidades da Federação. Estudos publicados mais
recentemente mostram que entre 1970 e 2000, o percentual de pessoas que declararam a
idade a partir da data de nascimento aumentou consideravelmente, sendo que em algumas
Unidades da Federação esse percentual praticamente dobrou. Nesse último ano, em todas elas
mais de 90% das pessoas tiveram declaradas suas datas de nascimento, sendo maiores os
percentuais nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (Horta, 2005).

Utilizando o Índice de Whipple, Horta (2005) aponta ainda que em 1970, a maioria das
Unidades da Federação classificava-se como tendo dados brutos, sendo a melhor situação
encontrada em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, classificados como tendo dados
relativamente precisos. Ao longo das três décadas seguintes, a qualidade dos dados melhora
sensivelmente. Em 2000, a maioria das Unidades da Federação já era classificada como de
dados muito precisos e as demais como de dados relativamente precisos. Na mesma linha,
analisando o índice de Whipple para um conjunto de intervalos de idade Agostinho (2009)
conclui que os resultados para o Brasil mostram melhora recente no índice de preferência por
dígito, mesmo que este ainda seja mais alto nas idades avançadas.

As mesmas considerações foram observadas na avaliação do índice de Myers. À medida que


se caminha do Censo de 1970 para o de 2000, constata-se melhoria importante na qualidade
das informações sobre idade, tanto para os homens como para as mulheres. (Horta, 2005)

Os erros de declaração de idade, seguramente, afetam distintamente as diversas idades,


diferentemente do caso dos erros causados por sub-enumeração censitária. Quanto a estes,
pode-se supor a não existência de diferenciais, em termos relativos, segundo as idades.
Mesmo diante dos problemas de omissão nos censos demográficos, apenas os erros de
declaração de idade serão objeto de avaliação neste estudo.

Existem diferentes medidas e índices demográficos que buscam avaliar a exatidão da


distribuição de idade na população com o propósito de identificar a presença de erros na
idade declarada e quantificá-la, sendo os mais utilizados aqueles que medem a atração por
dígitos específicos (United Nations, 1955; Shryock e Siegel, 1973; Coale e Kisker, 1986;
Paes e Albuquerque, 1999; Jdanov et al., 2008).

Desta forma, o objetivo do presente estudo é de avaliar os dados de idade da população dos
Censos Demográficos do Brasil para diferentes grupos populacionais segundo sexo, para os
anos mais recentes de 2000 e 2010.

ASPECTOS METODÓLOGICOS

A fonte básica das informações foram os levantamentos censitários realizados pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com periodicidade decenal, para o total

3
do Brasil, as 26 Unidades da Federação (UF) e o Distrito Federal, as 26 Capitais e 9 Regiões
Metropolitanas 4, correspondentes aos Censos de 2000 e 2010.

A crítica dos dados censitários, referentes à distribuição etária da população, dar-se-á em


duas etapas. Na primeira, os dados serão avaliados mediante a análise da forma de obtenção
da informação de declaração da idade dos indivíduos. Na segunda, será calculado o Índice de
Whipple que permitem avaliar a consistência dessas informações. A avaliação crítica dará
uma idéia de como os censos se apresentam em relação à confiabilidade de suas tabulações,
por idade, segundo o sexo. A descrição detalhada do método pode ser encontrada no Manual
II das Nações Unidas (United Nations, 1955), sendo os procedimentos de cálculo são
descritos de forma resumida a seguir.

Índice de Whipple

O índice de Whipple, descrito em Census of Índia (1921), tem como objetivo mensurar a
concentração das declarações nas idades terminadas nos dígitos 0 (zero) e 5 (cinco), sendo
obtido pela seguinte expressão:

5 * [ P (25) + P (30) + P (35) + ... + P(55) + P(60)]


IW = 62
* 100
∑ P( x)
x = 23

em que P(x) é a população de idade simples x anos.

O intervalo etário de 23 e 62 anos, considerado acima como limites de idade das bandas, foi
sugerido em United Nations (1955), onde haveria equilíbrio na distribuição etária.

O valor resultante irá variar entre 100 e 500, sendo que assumirá o valor 100 na melhor
situação, quando se pode inferir que não existe concentração nas idades terminadas em 0 e 5,
e o valor 500 na pior situação, quando todas as idades declaradas terminarem em 0 e/ou 5 5.
Os resultados obtidos para o índice de Whipple classificam os dados censitários em cinco
grupos, segundo o nível de qualidade (United Nations, 1955):

• 99,0 ≤ IW ≤ 104,9 – dados muito precisos;


• 105,0 ≤ IW ≤ 109,9 – relativamente precisos;
• 100,0 ≤ IW ≤ 124,9 – relativamente aproximados;
• 125,0 ≤ IW ≤ 174,9 – dados brutos; e
• 175,0 ≤ IW ≤ 501,0 – dados muito brutos.

RESULTADOS

Avaliação da forma de declaração da idade

Quanto à avaliação da forma de declaração da idade da população através das proporções


observadas na forma de obtenção da idade: a data de nascimento e a idade presumida; pode-

4
Foram consideradas as seguintes Regiões Metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
5
Se o resultado do índice é igual a 300, significa que o número de pessoas com idade terminada em 0 e/ou 5 é
três vezes o valor esperado.

4
se dizer que para o total do Brasil, de forma geral, considerando todo o período entre 1970 e
2010, o percentual de pessoas que declararam a idade a partir da data de nascimento
aumentou consideravelmente. A idade assim declarada assegura uma melhor qualidade da
informação, tornando a análise mais confiável.

Entretanto, a melhora na qualidade da informação sobre idade da população não foi linear ao
longo dos censos demográficos brasileiros e nem tão pouco apresentou tendência decrescente.
A avaliação desse indicador mostra significativas variações nos últimos cinco censos
demográficos, acentuando resultados positivos e negativos (Tab. 1).

A primeira observação a se considerar é que em 1970 os percentuais de declaração da idade


através da data de nascimento eram pequenos (65%) e os diferenciais regionais significativos
- estados das regiões Sul e Sudeste apresentaram os percentuais mais elevados
comparativamente aos demais. Na década seguinte, o percentual da população que declara a
idade através da data de nascimento aumentou consideravelmente, de forma generalizada em
todos os estados brasileiros. No Brasil como um todo, constatou-se que 95% da informação
sobre idade encontrava-se nessa categoria, sendo que, com diferenciais bem menos
significativos. Praticamente todos os estados brasileiros apresentaram percentuais iguais ou
acima de 90% (Horta, 2005).

Tabela 1
Brasil – Forma de obtenção da informação sobre a declaração de idade (%)
1970, 1980, 1991, 2000 e 2010
Forma de declaração da idade
Especificação Data de Nascimento Idade presumida
1970* 1980* 1991* 2000* 2010 1970* 1980* 1991* 2000* 2010
Brasil
Total 64,92 94,52 92,70 97,30 94,65 35,08 5,48 7,30 2,70 5,35
Homens 64,59 94,34 92,25 97,05 94,32 35,41 5,66 7,75 2,95 5,68
Mulheres 65,26 94,71 93,15 97,54 94,96 34,74 5,29 6,85 2,46 5,04
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Outra constatação importante, e que chama atenção na análise da qualidade do levantamento


da informação sobre idade, avaliado do ponto de vista deste indicador, é o fato de que a
melhora observada entre 1970 e 1980 não se manteve nos demais censos demográficos. De
forma geral pode-se dizer que a qualidade dessa informação piora no censo de 1991, melhora
novamente no censo de 2000 e volta a apresentar piora no último levantamento censitário.

Deve-se destacar que o censo demográfico de 2000 foi o levantamento censitário que
apresentou melhor qualidade da informação sobre idade. O percentual da população que
declarou idade pela data de nascimento foi significativamente elevado, apesar de ainda
persistirem os diferenciais regionais. Na média nacional 97% da população encontrava-se
nessa categoria, sendo que em todas as UF mais de 90% das pessoas tiveram declaradas suas
datas de nascimento, sendo maiores os percentuais nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste
(Tab. 2).

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Tabela 2
Unidades da Federação - Forma de obtenção da informação sobre a declaração da idade (%)
2000 e 2010
Forma de declaração da idade
Unidade da Federação Data de nascimento Idade presumida
2000* 2010 2000* 2010
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Rondônia 97,06 96,70 97,43 94,67 94,38 94,98 2,94 3,30 2,57 5,33 5,62 5,02
Acre 96,08 95,71 96,46 98,14 98,00 98,28 3,92 4,29 3,54 1,86 2,00 1,72
Amazonas 95,97 95,67 96,28 92,47 92,14 92,80 4,03 4,33 3,72 7,53 7,86 7,20
Roraima 96,99 96,73 97,26 90,36 89,93 90,80 3,01 3,27 2,74 9,64 10,07 9,20
Pará 96,65 96,26 97,05 94,52 94,13 94,92 3,35 3,74 2,95 5,48 5,87 5,08
Amapá 94,36 93,86 94,87 97,73 97,54 97,92 5,64 6,14 5,13 2,27 2,46 2,08
Tocantins 96,71 96,36 97,08 96,42 96,10 96,75 3,29 3,64 2,92 3,58 3,90 3,25
Maranhão 96,71 96,40 97,03 91,88 91,36 92,40 3,29 3,60 2,97 8,12 8,64 7,60
Piauí 98,23 98,06 98,39 98,33 98,15 98,49 1,77 1,94 1,61 1,67 1,85 1,51
Ceará 97,35 97,11 97,58 91,16 90,82 91,48 2,65 2,89 2,42 8,84 9,18 8,52
Rio Grande do Norte 97,25 96,95 97,53 95,99 95,61 96,35 2,75 3,05 2,47 4,01 4,39 3,65
Paraíba 97,88 97,69 98,07 98,60 98,48 98,72 2,12 2,31 1,93 1,40 1,52 1,28
Pernambuco 95,36 94,89 95,80 90,45 89,81 91,05 4,64 5,11 4,20 9,55 10,19 8,95
Alagoas 92,09 91,39 92,76 94,64 94,26 95,01 7,91 8,61 7,24 5,36 5,74 4,99
Sergipe 96,50 96,12 96,86 95,35 94,98 95,70 3,50 3,88 3,14 4,65 5,02 4,30
Bahia 95,49 95,06 95,91 93,21 92,67 93,73 4,51 4,94 4,09 6,79 7,33 6,27
Minas Gerais 97,63 97,41 97,85 97,31 97,13 97,48 2,37 2,59 2,15 2,69 2,87 2,52
Espírito Santo 97,95 97,78 98,11 94,99 94,73 95,23 2,05 2,22 1,89 5,01 5,27 4,77
Rio de Janeiro 96,73 96,42 97,02 92,39 91,92 92,82 3,27 3,58 2,98 7,61 8,08 7,18
São Paulo 97,84 97,66 98,01 94,77 94,48 95,03 2,16 2,34 1,99 5,23 5,52 4,97
Paraná 98,26 98,14 98,39 94,98 94,70 95,25 1,74 1,86 1,61 5,02 5,30 4,75
Santa Catarina 99,10 99,05 99,15 97,65 97,50 97,78 0,90 0,95 0,85 2,35 2,50 2,22
Rio Grande do Sul 99,13 99,07 99,18 98,22 98,11 98,33 0,87 0,93 0,82 1,78 1,89 1,67
Mato Grosso do Sul 99,08 98,97 99,18 95,45 95,09 95,82 0,92 1,03 0,82 4,55 4,91 4,18
Mato Grosso 95,93 95,46 96,43 94,45 94,10 94,81 4,07 4,54 3,57 5,55 5,90 5,19
Goiás 98,20 98,01 98,38 93,90 93,48 94,30 1,80 1,99 1,62 6,10 6,52 5,70
Distrito Federal 98,26 98,09 98,41 93,20 92,77 93,60 1,74 1,91 1,59 6,80 7,23 6,40
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Como mencionado anteriormente, o último levantamento censitário apresentou de forma


geral piora na qualidade dessa informação. Unidades da Federação como Roraima, Ceará,
Pernambuco, Distrito Federal e Maranhão, tiveram reduções nos percentuais de idade
declarada através da data de nascimento acima dos 5% entre os dois últimos censos, para
ambos os sexos. Chama atenção ainda, Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, Mato Grosso do
Sul, Paraná, São Paulo e Espírito Santo, onde os percentuais de declaração por data de
nascimento apontavam reduções entre 3,0% e 4,5%. Em 2010, nos estados de Roraima,
Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro e Amazonas mais de 7% da população
declararam idade através da informação de idade presumida. Tais resultados repercutiram
negativamente na média nacional. Para o Brasil, como um todo, diminuiu o percentual da
população que declarou a data de nascimento, passando em 2010, para 95% para ambos os
sexos.

De forma similar e com percentuais mais significativos, as informações para as Capitais e as


9 Regiões Metropolitanas apontam os mesmos problemas quanto à declaração da idade da
população: aumento dos percentuais da declaração de idade segundo idade presumida.
Destacam-se dentre as Capitais: Fortaleza (15%), São Luiz (11%), Boa Vista (10%) e Cuiabá,
Manaus e Recife, ambas com cerca de 9% (Tab. 3). Dentre as Regiões Metropolitanas,
Fortaleza (14%), Recife (9%) e Rio de Janeiro (8%). (Tab. 4)

6
Tabela 3
Capitais - Forma de obtenção da informação sobre a declaração da idade (%)
2000 e 2010
Forma de declaração da idade
Capitais Data de nascimento Idade presumida
2000* 2010 2000* 2010
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Porto Velho 97,17 96,81 97,52 93,82 93,54 94,10 2,83 3,19 2,48 6,18 6,46 5,90
Rio Branco 98,12 97,88 98,35 97,72 97,52 97,92 1,88 2,12 1,65 2,28 2,48 2,08
Manaus 97,24 96,96 97,51 91,18 90,72 91,62 2,76 3,04 2,49 8,82 9,28 8,38
Boa Vista 99,30 99,22 99,39 89,86 89,41 90,31 0,70 0,78 0,61 10,14 10,59 9,69
Belém 97,06 96,78 97,31 96,82 96,63 96,99 2,94 3,22 2,69 3,18 3,37 3,01
Macapá 94,01 93,47 94,52 98,85 98,79 98,92 5,99 6,53 5,48 1,15 1,21 1,08
Palmas 96,76 96,33 97,18 96,04 95,73 96,33 3,24 3,67 2,82 3,96 4,27 3,67
São Luís 97,98 97,80 98,15 89,11 88,51 89,64 2,02 2,20 1,85 10,89 11,49 10,36
Teresina 99,15 99,11 99,18 97,64 97,42 97,83 0,85 0,89 0,82 2,36 2,58 2,17
Fortaleza 96,76 96,47 97,01 84,74 84,02 85,37 3,24 3,53 2,99 15,26 15,98 14,63
Natal 98,03 97,86 98,18 98,33 98,23 98,42 1,97 2,14 1,82 1,67 1,77 1,58
João Pessoa 97,51 97,25 97,75 97,67 97,51 97,82 2,49 2,75 2,25 2,33 2,49 2,18
Recife 96,91 96,59 97,19 91,51 90,92 92,01 3,09 3,41 2,81 8,49 9,08 7,99
Maceió 94,48 94,02 94,88 94,02 93,65 94,35 5,52 5,98 5,12 5,98 6,35 5,65
Aracaju 96,25 95,92 96,53 93,77 93,32 94,16 3,75 4,08 3,47 6,23 6,68 5,84
Salvador 96,56 96,18 96,89 95,64 95,37 95,87 3,44 3,82 3,11 4,36 4,63 4,13
Belo Horizonte 98,22 98,09 98,35 96,54 96,30 96,74 1,78 1,91 1,65 3,46 3,70 3,26
Vitória 98,44 98,35 98,52 94,62 94,26 94,93 1,56 1,65 1,48 5,38 5,74 5,07
Rio de Janeiro 97,10 96,80 97,37 93,00 92,42 93,50 2,90 3,20 2,63 7,00 7,58 6,50
São Paulo 97,78 97,60 97,96 94,80 94,52 95,06 2,22 2,40 2,04 5,20 5,48 4,94
Curitiba 98,25 98,12 98,37 94,96 94,61 95,28 1,75 1,88 1,63 5,04 5,39 4,72
Florianópolis 98,66 98,59 98,72 95,23 94,92 95,51 1,34 1,41 1,28 4,77 5,08 4,49
Porto Alegre 99,02 98,94 99,09 97,29 97,06 97,49 0,98 1,06 0,91 2,71 2,94 2,51
Campo Grande 99,48 99,45 99,52 96,17 95,93 96,39 0,52 0,55 0,48 3,83 4,07 3,61
Cuiabá 97,14 96,85 97,43 90,86 90,49 91,20 2,86 3,15 2,57 9,14 9,51 8,80
Goiânia 98,69 98,58 98,79 96,29 96,06 96,51 1,31 1,42 1,21 3,71 3,94 3,49
Brasília 98,26 98,09 98,41 93,20 92,77 93,60 1,74 1,91 1,59 6,80 7,23 6,40
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Tabela 4
Regiões Metropolitanas - Forma de obtenção da informação sobre a declaração da idade (%)
2000 e 2010
Forma de declaração da idade
Região Data de nascimento Idade presumida
Metropolitana 2000* 2010 2000* 2010
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
RM de Belém 97,30 97,05 97,53 97,21 97,03 97,36 2,70 2,95 2,47 2,79 2,97 2,64
RM de Fortaleza 96,80 96,48 97,08 86,04 85,48 86,55 3,20 3,52 2,92 13,96 14,52 13,45
RM de Recife 96,76 96,44 97,05 90,88 90,24 91,45 3,24 3,56 2,95 9,12 9,76 8,55
RM de Salvador 96,63 96,26 96,96 94,31 93,87 94,69 3,37 3,74 3,04 5,69 6,13 5,31
RM de Belo Horizonte 98,21 98,04 98,36 96,80 96,61 96,97 1,79 1,96 1,64 3,20 3,39 3,03
RM do Rio de Janeiro 96,84 96,53 97,13 92,18 91,67 92,63 3,16 3,47 2,87 7,82 8,33 7,37
RM de São Paulo 97,45 97,21 97,66 94,27 93,96 94,55 2,55 2,79 2,34 5,73 6,04 5,45
RM de Curitiba 97,89 97,73 98,04 94,25 93,93 94,54 2,11 2,27 1,96 5,75 6,07 5,46
RM de Porto Alegre 99,16 99,10 99,21 97,96 97,83 98,08 0,84 0,90 0,79 2,04 2,17 1,92
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Como explicar o fato de que 5% da população brasileira, nos dias atuais, não se recordam ou
não sabem a própria data de nascimento ou das demais pessoas da família? Como explicar os
percentuais verificados em alguns estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Ou
mesmo, em algumas Capitais e Regiões Metropolitanas?

Uma hipótese que poderia ser considerada seria de que a piora na informação estaria
associada ao envelhecimento populacional, se parte-se da suposição de que as pessoas mais
velhas tendem a esquecer com maior freqüência a data de nascimento.

Os percentuais da população com idade presumida segundo grupos etários qüinqüenais para o
Brasil mostram que, em 2000, à medida que aumentava a idade dos indivíduos constatava-se
uma tendência de elevação desses percentuais. Nas primeiras idades esse percentual
encontrava-se em torno de 2%, crescendo paulatinamente até os indivíduos com idade entre

7
75 e 79 anos, onde o percentual de declaração segundo idade presumida era duas vezes maior
(4%). Chama atenção os elevados patamares observados nas idades mais avançadas - acima
dos 80 anos, onde a qualidade dessa informação piora consideravelmente (Graf. 1).

Gráfico 1
Brasil – Percentual da população com idade presumida
2000 e 2010
14

12
2000
10 2010

8
%

0
0a4

5a9

10 a 14

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

50 a 54

55 a 59

60 a 64

65 a 69

70 a 74

75 a 79

80 a 89

90 a 99

100 ou
mais
Grupos etários

Fonte: dados básicos: IBGE, Censo Demográfico de 2000 e 2010.

Analisando em termos dos grupos etários verifica-se, na década seguinte, elevação dos
percentuais da população com idade presumida em praticamente todos dos grupos etários,
com exceção apenas para aqueles de idade mais avançada. Além disso, não mais se verifica a
associação direta entre aumento da idade e aumento dos percentuais. Os indivíduos entre 5 e
54 anos passam a apresentar percentuais mais elevados comparativamente aqueles entre 75 e
79 anos, sendo esses diferenciais mais significativos até os 44 anos. Destaca-se que tal
constatação também foi verificada quando analisados os percentuais segundo sexo da
população.

Os diferencias na piora da qualidade da informação sobre idade da população segundo grupos


etários podem ser observados através do cálculo da razão entre os percentuais de idade
presumida nos dois censos consecutivos (Graf. 2). Evidencia-se o aumento acentuado desses
percentuais para as populações mais jovens, onde esses mais que dobraram entre 2000 e
2010. À medida que aumenta a idade dos indivíduos a razão diminui continuamente até os
100 anos e mais. Ou seja, a elevação para a cifra de 5% em 2010, da população que declarou
a idade presumida, tem peso muito maior nas idades mais jovens do que nas idades adultas, e
mais ainda, do que nas idades mais avançadas.

Verifica-se ainda que a proporção de idade presumida aumentou mais, relativamente, para as
mulheres em praticamente todos os grupos etários, com exceção para aquelas com idade mais
avançada. Entretanto, mesmo em 2010, essa proporção ainda apresenta patamares inferiores
ao dos homens – regra geral observada para todas as Unidades da Federação nos Censos
considerados.

8
Gráfico 2
Brasil – Comparação entre os percentuais com idade presumida nos censos de 2000 e 2010,
segundo grupos etários e sexo
3,00

Total
2,50
Homem
% 2010 em relação % 2000

Mulher
2,00

1,50

1,00

0,50

0,00

100 ou
10 a 14

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

50 a 54

55 a 59

60 a 64

65 a 69

70 a 74

75 a 79

80 a 89

90 a 99
0a4

5a9

mais
Grupos etários

Fonte: dados básicos: IBGE, Censo Demográfico de 2000 e 2010.

Além disso, uma análise mais detalhada em termos de diferenciais regionais mostra que o
mesmo padrão de diminuição do percentual de declaração pela data de nascimento não
poderia ser generalizado para todos os estados brasileiros. Acre, Piauí, Paraíba, Amapá e
Alagoas 6 mostraram melhora contínua na qualidade dessa informação, com percentuais
crescentes e significativos ao longo dos últimos levantamentos censitários. Enfatiza-se que os
três primeiros, mais o Rio Grande do Sul, ocupavam posição de destaque dentre os demais,
com percentuais de declaração pela data de nascimento acima de 98,0% (melhor qualidade da
informação).

Na mesma linha, sabe-se que regiões menos desenvolvidas, invariavelmente associadas a


baixos níveis de escolaridade, são aquelas onde as pessoas deixam de se registrar com maior
freqüência, ou registram fora dos prazos legais, ou fornecem informações equivocadas
(Senra, 1996). Os padrões regionais em termos dos diferenciais nos Censos brasileiros não
foram os mesmos ao longo do período. Se nos anos 70 e 80 é evidente que a qualidade da
informação de idade estava diretamente relacionada com as condições sócio-econômicas e
culturais da população, o mesmo não foi verificado no último levantamento censitário. Os
maiores percentuais não são mais verificados nas regiões mais desenvolvidas do País - outros
fatores teriam determinando a elevação desses percentuais.

Índice de Whipple

Outra forma para avaliar as informações de declaração de idade se dará por meio do índice de
Whipple. A análise desse tipo de erro tem sido tratada, mais recentemente, com pouca
frequência na demografia brasileira em função da melhora observada na qualidade dos
levantamentos censitários nas últimas décadas. Entretanto, é conveniente analisar se a
diminuição dos percentuais de declaração da idade pela data de nascimento poderia implicar
no aumento do erro de data dada a preferência por dígitos.

6
O estado de Minas Gerais também poderia ser incluído nesse grupo, apenas de ter uma pequena diminuição
nesse percentual entre 2000 e 2010.

9
Para permitir melhor visualização e facilitar a análise, o índice será apresentado associado a
cores, segundo os níveis de qualidade da informação. Para avaliar os resultados obtidos,
utilizou-se o seguinte critério de classificação:

Dados muito precisos – até 105.


Dados relativamente precisos – entre 105 e 109,9.
Dados relativamente aproximados – de 110 a 124,9.
Dados brutos – de 125 a 174,9.

Sinteticamente, o índice de Whipple mensura a atração e repulsão que os dígitos 0 e 5


exercem na declaração de idades dos indivíduos. Levando-se em conta sua evolução há que
se destacar que é evidente a evolução positiva na qualidade dos dados referentes à idade,
segundo o sexo, entre os censos de 1970 e 1991 tanto Brasil como também para as Unidades
da Federação (Horta, 2005). Entretanto algumas ressalvas devem ser apontadas para os
levantamentos censitários mais recentes. A avaliação da qualidade da informação sobre idade
apresentou ligeiro retrocesso principalmente para a população do sexo masculino, voltando a
ser classificada na categoria de dados relativamente precisos no censo de 2010. Para a
população feminina os valores não se alteraram entre os dois últimos levantamentos.

Tabela 5
Brasil - Índice de Whipple
1970, 1980, 1991, 2000 e 2010
Índice de Whipple
Especificação 1970* 1980* 1991* 2000* 2010
Brasil
Homens 124,68 110,45 103,22 104,33 105,58
Mulheres 127,93 110,95 103,15 104,02 104,07
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Focando a análise nos dois últimos censos observa-se que a maioria das Unidades da
Federação apresentou pequena piora no índice de Whipple, fundamentalmente para os
homens. Especificamente para esse grupo, as Unidades da Federação classificadas na
categoria de dados relativamente precisos em 2000 permanecem assim classificadas em 2010,
passando a incluir ainda Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Distrito Federal que além
de apresentarem piora na qualidade do dado – aumento do valor do índice de Whipple –,
regrediram na sua classificação (Tab. 6).

Por outro lado, para as informações referentes às mulheres, observou-se melhora na qualidade
dos dados para praticamente todas as Unidades da Federação entre 2000 e 2010,
determinando a mudança na classificação de um número significativo delas – principalmente
nas regiões Norte e Nordeste -, passando para a categoria de dados muito precisos 7. O Rio de
Janeiro, uma das Unidades da Federação que apresentou piora nesse período regride em
termos da classificação no índice de Whipple, passando à categoria de dados relativamente
precisos, integrando ainda esse grupo as Unidades da Federação do Amazonas, Maranhão e
Pernambuco.

7
Vale lembrar que todas as Unidades da Federação das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já se encontravam
classificadas na categoria de dados muito precisos desde 1991.

10
Tabela 6
Unidades da Federação - Índice de Whipple
2000 e 2010

Unidades da Federação 2000* 2010


Homens Mulheres Homens Mulheres
Rondônia 103,17 102,82 104,20 103,42
Acre 109,52 106,29 106,60 104,63
Amazonas 110,27 109,77 110,49 107,32
Roraima 106,70 105,97 106,92 104,09
Pará 107,68 106,46 108,58 104,97
Amapá 106,89 103,69 106,70 104,10
Tocantins 103,81 104,13 104,84 103,46
Maranhão 107,38 106,69 108,92 105,93
Piauí 103,54 103,11 103,80 102,42
Ceará 104,31 103,77 107,14 104,99
Rio Grande do Norte 105,58 105,04 105,29 104,28
Paraíba 105,07 105,25 104,59 103,49
Pernambuco 106,23 106,40 106,89 105,34
Alagoas 108,43 107,62 106,21 104,85
Sergipe 105,98 105,82 105,46 104,94
Bahia 106,51 106,35 105,91 104,66
Minas Gerais 103,15 103,09 104,14 102,95
Espírito Santo 102,49 102,22 104,26 102,54
Rio de Janeiro 104,17 103,62 108,15 105,86
São Paulo 103,76 103,40 105,26 103,94
Paraná 103,18 103,11 104,17 103,09
Santa Catarina 102,33 102,36 102,79 102,28
Rio Grande do Sul 102,33 102,29 102,69 102,17
Mato Grosso do Sul 102,67 103,28 103,52 102,84
Mato Grosso 105,33 104,40 105,80 104,00
Goiás 103,70 103,35 106,01 103,92
Distrito Federal 103,03 102,79 105,55 104,69
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Registra-se que em 2000, observa-se que o valor do índice de Whipple para os homens é
maior do que para as mulheres em praticamente todas as Unidades da Federação, podendo tal
constatação ser generalizada em 2010 8.

A piora na qualidade da informação em termos de preferência por dígitos foi mais acentuada
nas Capitais e nas Regiões Metropolitanas consideradas. O aumento generalizado do índice
de Whipple, com maior intensidade para a população do sexo masculino, alterou, inclusive, a
classificação de um número significativo delas. As exceções foram para Maceió (capital) para
ambos os sexos, Campo Grande (Capital) para mulheres e Recife (Região Metropolitana)
para mulheres (Tabs. 7 e 8).

Chama atenção o fato de que se em 2000 apenas cinco Capitais e uma Região Metropolitana
foram classificadas com de dados relativamente precisos, em 2010, a maioria deles passa a
ser classificada nessa categoria. Especificamente, no caso de Fortaleza, tanto Capital como

8
Interessante constatar de que se em 1970 a preferência pelos dígitos 0 e 5 era mais forte entre as mulheres, isso
não se repetiu nos censos seguintes.

11
Região Metropolitana, a classificação piora ainda mais, passando a categoria de dados
relativamente aproximados.

Tabela 7
Capitais - Índice de Whipple
2000 e 2010

Capitais 2000* 2010


Homens Mulheres Homens Mulheres
Porto Velho 102,84 103,02 106,22 105,94
Rio Branco 106,86 102,43 106,95 104,41
Manaus 104,14 104,54 108,17 106,83
Boa Vista 101,57 103,07 105,66 104,24
Belém 105,07 104,92 106,86 105,23
Macapá 106,40 103,85 106,90 104,37
Palmas 103,00 104,59 104,39 104,58
São Luís 103,69 103,24 108,35 106,79
Teresina 103,25 102,46 103,66 103,04
Fortaleza 104,07 103,99 110,89 107,69
Natal 105,03 104,44 105,36 105,16
João Pessoa 104,12 104,64 105,15 104,65
Recife 104,56 105,07 106,61 105,16
Maceió 104,65 104,78 104,03 103,85
Aracaju 104,24 104,52 105,76 105,72
Salvador 102,59 103,21 106,14 105,22
Belo Horizonte 101,90 102,52 104,91 103,84
Vitória 101,25 101,69 104,58 102,84
Rio de Janeiro 103,72 103,50 107,81 105,83
São Paulo 104,56 104,10 106,68 105,15
Curitiba 102,40 103,34 105,05 104,10
Florianópolis 101,73 101,84 103,22 104,12
Porto Alegre 102,38 101,63 103,73 102,76
Campos Grande 102,61 103,41 102,92 102,91
Cuiabá 104,13 104,04 107,20 106,27
Goiânia 103,02 103,20 105,26 103,76
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Tabela 8
Regiões Metropolitanas - Índice de Whipple
2000 e 2010

Regiões Metropolitanas 2000* 2010


Homens Mulheres Homens Mulheres
RM de Belém 104,85 104,65 107,41 105,20
RM de Fortaleza 104,17 103,91 109,99 107,09
RM de Recife 104,97 105,28 106,66 105,15
RM de Salvador 102,76 103,16 106,08 104,98
RM de Belo Horizonte 101,83 101,90 104,45 103,30
RM do Rio de Janeiro 104,11 103,61 108,57 106,24
RM de São Paulo 104,57 104,01 106,47 104,79
RM de Curitiba 103,00 103,37 105,20 103,81
RM de Porto Alegre 102,20 101,85 102,85 102,42
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

12
A qualidade da informação em termos do Índice de Wipple guarda estreita relação com a
forma de declaração da idade. De maneira geral as Unidades da Federação, Capitais e
Regiões Metropolitanas classificadas no grupo de dados muito precisos pelo Índice são
aquelas que também apresentaram os menores percentuais de declaração da informação de
idade pela idade presumida. À medida que esse percentual aumenta, ou seja, observa-se uma
piora na qualidade da informação, aumenta o valor do Índice de Whipple – piora a
informação atribuída à preferência por dígitos (Graf. 3).

Gráfico 3
Brasil, Unidades da Federação, Capitais e Regiões Metropolitanas: Índice de Whipple e
percentual de idade presumida, para homens e mulheres, 2010

Fonte: elaboração dos autores.

Outra medida utilizada para avaliação da qualidade da informação sobre idade é o Índice de
Myers 9, que mensura a atração e repulsão que cada um dos dígitos exerce na declaração de
idade dos indivíduos. Além da avaliação de sua evolução outra forma interessante de se
reconhecer a potencialidade desse índice consiste em observar quais seriam os dígitos
preferenciais dos indivíduos quando da declaração de idade.

Analisando os principais dígitos que provocariam atração e repulsão, no caso das


informações de idade, segundo o sexo, para as Unidades da Federação, Capitais e Regiões
Metropolitanas para os censos de 1970 a 2000, Horta (2005) aponta que é significativa a
atração que o dígito “0” tem sobre as declarações de idade dos indivíduos, sendo
intensamente verificado nos censos de 1970, 1980 e 2000. Em seguida, mas não com
tamanha intensidade destaca-se o dígito “5” para os censos de 1970 e 1980. No caso do censo
de 2000, os dígitos “8” e “2” ocorrem com maior freqüência comparativamente ao “5”. No
Censo de 1991, apesar de destacar-se em alguns momentos, o dígito “0” perde relevância
para o dígito “5”, principalmente para as declarações de idade das mulheres. Observa-se que
em 1991, os dígitos “1” e o “6” também aparecem como dígitos de atração, o que não se
verifica nem antes, nem em 2000. Isto se deve ao fato já referido, ao se analisar o índice de
Whipple, de o censo ter se dado em um ano terminado em “1” (1991), diferentemente dos
demais. Os resultados para o censo de 2010 apontam claramente a preferência pelos dígitos
9
A descrição detalhada do método pode ser encontrada em MYERS, R. J. Errors and Bias in the reporting of
ages in census data. Transactions of Actuarial Society of America, v.41, n.104, p. 411-415, 1940.

13
“0” e “5” para as Unidades da Federação, Capitais e as 9 Regiões Metropolitanas (Tabs. 1 a
3, Anexo).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em termos gerais, pode-se dizer que os resultados das análises realizadas neste estudo
apontam para uma progressiva melhora das informações de idade, tanto dos homens quanto
das mulheres ao longo dos censos demográficos brasileiros. Entretanto, a melhora observada
não foi linear ao longo do período e uniforme em termos regionais. Significativas oscilações
nos últimos censos, destacadamente para o ano de 2010 poderiam apontar retrocesso na
qualidade da informação sobre idade, principalmente para os homens. Aumenta o percentual
da população que declara a idade através da idade presumida, de forma geral, entretanto com
maior intensidade nas Capitais e Regiões Metropolitanas.

Se nos anos de 1970 e 1980, a qualidade da informação sobre idade estava diretamente
relacionada com as condições sócio-econômicas e culturais da população e os diferenciais
regionais eram significativos, o mesmo não foi observado mais recentemente. Os diferenciais
regionais são hoje menores, destacando-se, em termos de qualidade da informação, Unidades
da Federação das diversas regiões do País.

Poder-se-ia associar a piora da qualidade da informação sobre idade ao processo de


envelhecimento populacional, entretanto, tal hipótese não foi constatada. Para a média
nacional, verificou-se que à medida que aumenta a idade dos indivíduos piora a qualidade da
informação, corroborando com a suposição de que aparentemente o erro de declaração de
idade seria afetado de maneira mais significativa pela população nas idades mais avançadas.
Entretanto, a piora observada entre 2000 e 2010 se deveu mais acentuadamente aos grupos
mais jovens. Evidencia-se, desta forma, a imprecisão das informações por parte dos
informantes.

Na mesma direção e corroborando com as evidências apresentadas, os índices de avaliação


utilizados apontaram que a qualidade das informações de idade, segundo o sexo, nos censos
demográficos vem apresentando, desde 1970, progressivas melhoras, com ressalvas em 2000
e 2010, principalmente para os homens. Ao longo dos cinco últimos levantamentos
censitários, passa-se de dados classificados de “próximos da imprecisão” ou, até mesmo,
“brutos”, para categorias de “precisos” ou “muito precisos”. No entanto, em 2010, Unidades
da Federação, Capitais e Regiões Metropolitanas das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste,
tiveram piora na qualidade da informação, retornando a categoria de dados “relativamente
precisos”. Todavia, como o índice de Whipple mensura a concentração das declarações nas
idades terminadas nos dígitos “0” e “5” e o fato de que analisando a medida proposta por
Myers que apontou atração por dígitos distintos nos censos de 1991 e 2000, a que se ter
cautela na simples interpretação desses valores. Na verdade, nesses dois anos, poderíamos
obter índices mais elevados se estivéssemos avaliando a preferência por outros dígitos que
não “0” e “5”.

A despeito dos questionamentos quanto à forma de mensuração da qualidade da informação


em termos de atração e repulsão de dígitos, é evidente o aumento dos percentuais da idade
presumida. Destaca-se que, em alguns casos, esses percentuais apresentam valores elevados.
A idade assim declarada poderia indicar menor qualidade da informação, tornando as análises
menos confiáveis.

14
Em decorrência dessas constatações, fica evidente a necessidade de utilizar ajustes
matemáticos de forma a estimar distribuições etárias mais suavizadas ao longo da idade dos
indivíduos, que permitam pelo menos, suavizar o problema do erro pela preferência digital.
Lembrando, entretanto, que a utilização de modelos matemáticos deve preservar prováveis
oscilações reais, que seriam resultantes da queda nos níveis de fecundidade das mulheres e/ou
do número de mulheres em idade reprodutiva e de sua estrutura etária interna.

Nesse momento faz-se necessário a busca de respostas para as seguintes questões: Qual foi o
individuo responsável pelas informações dadas ao recenseador? Seria o indivíduo adequado
para dar informações sobre os residentes do domicílio? O IBGE tem o registro do
informante? Qual a posição na família? A possibilidade do preenchimento do questionário
pela internet poderia ter contribuído? Erro de memória? Desconhecimento? Quais seriam os
percentuais para o conjunto da população que respondeu ao questionário da amostra? O que
esperar das informações mais complexas como escolaridade e rendimento?

15
ANEXO

Tabela 1
Unidades da Federação – Dígitos de atração e repulsão segundo o índice de Myers
2000 e 2010
2000* 2010
Unidades da Federação Homens Mulheres Homens Mulheres
Atração Repulsão Atração Repulsão Atração Repulsão Atração Repulsão
Brasil 0e8 1e9 0e5 1e9 0e5 1e3 0e5 1e3

Rondônia 0e8 1e9 0e8 1e9 0e5 9e1 0e5 1e9


Acre 0e8 1e9 0e5 1e3 0e5 1e3 0e5 1e3
Amazonas 0e5 1e3 0e5 1e3 0e5 1e3 0e5 1e3
Roraima 0e8 1e3 0e5 1e9 0e5 9e1 0e5 1e9
Pará 0e8 1e3 0e5 1e9 0e5 1e3 0e5 1e3
Amapá 0e5 1e3 0e8 1e9 0e5 1e3 5e0 1e3
Tocantins 0e8 9e1 0e5 9e1 0e5 9e1 0e5 9e1
Maranhão 0e8 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9
Piauí 0e8 9e1 0e7 9e1 0e4 9e1 0e4 9e1
Ceará 0e8 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 9e1
Rio Grande do Norte 0e2 1e9 0e5 1e9 0e5 9e1 0e5 9e1
Paraíba oe5 1e9 0e5 1e9 0e5 9e1 0e5 1e9
Pernambuco 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9
Alagoas 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9
Sergipe 0e2 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9
Bahia 0e8 1e4 0e5 1, 3 e 9 0e5 1e9 0e5 1e9
Minas Gerais 0e8 1e6 0e8 1e3 0e5 6e1 0e5 3e1
Espírito Santo 0e8 1e6 0e8 1e9 0e2 1e6 0e2 1e6
Rio de Janeiro 0e8 1e6 0e8 1e3 0e5 3e6 0e5 3e6
São Paulo 0e2 1e9 0e5 1,6 e 9 0e5 6e1 0e5 6e3
Paraná 0e8 1e9 0e5 0e9 0e5 1e3 0e5 1e3
Santa Catarina 0e8 1e3 0e8 1e3 0e5 3e1 0e5 3e1
Rio Grande do Sul 0e8 1e3 0e7 1e3 0e5 3e1 0e5 3e1
Mato Grosso do Sul 0e8 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e3
Mato Grosso 0e8 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9 0e5 1e9
Goiás 0e2 1e9 0e8 0e9 0e5 1e9 0e5 1e3
Distrito Federal 0e2 6, 1 e 3 0e8 1e3 0e5 6e1 0e5 1e3
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

16
Tabela 2
Capitais – Dígitos de atração e repulsão segundo o índice de Myers
2000 e 2010
2000* 2010
Capitais Homens Mulheres Homens Mulheres
Atração Repulsão Atração Repulsão Atração Repulsão Atração Repulsão
Porto Velho 0e7 1e9 0e5 9e1 0e5 6e7 0e5 1e8
Rio Branco 0e8 1e4 0e4 6e1 0e5 1e6 0e4 6e1
manaus 0e2 1e6 0e5 1e4 0e5 1e9 0e5 1e9
Boa Vista 0e8 1e9 0, 5 e 7 1e9 0e5 9e1 0e5 1e9
Belé, 0e8 3e1 0e8 3e1 0e5 3e6 0e5 3e6
Macapá 0e8 1e3 0e8 1e3 0e5 1e3 0e5 1e3
Palmas 0e7 9e1 0e8 1e9 0e2 1e6 0e8 7e9
São Luís 0e8 1e4 0, 7 e 8 1e3 0e2 1e3 0e5 3e6
Teresina 0e8 1e9 0e7 9e1 0e2 9e6 0e2 9e6
Fortaleza 0e8 1e3 0e8 1, 3 e 9 0e5 1e9 0e5 9e1
Natal 0e2 1e4 0e5 1e7 0e5 6e7 0e5 9e7
João Pessoa 0e8 1e9 0e5 1, 4 e 6 0e5 1e9 0e5 7e6
Recife 0e8 1e3 0e5 1e3 0e5 6e1 0e5 3e6
Maceió 0e2 1e4 0e2 1e4 0e5 1e9 0e5 1e9
Aracaju 0e8 1e4 0e5 1e4 0e2 1e6 0e5 1e9
Salvador 0e8 4e1 0e2 1e4 0e5 1e7 0e5 1e3
Belo Horizonte 0e2 6e4 0e2 6e3 0e2 6e3 0e2 6e3
Vitória 0e7 9e1 0e2 1, 5 e 6 0e5 9e6 0e2 6e7
Rio de Janeiro 0e8 1e3 0e8 1e3 0e5 3e6 0e5 3e1
São Paulo 0e2 1e3 0e5 1e3 0e5 3e6 0e5 3e6
Curitiba 0e2 6e4 0e5 3e6 0e5 6e3 0e5 3e6
Florianópolis 0e8 3e6 0e9 3e4 0e9 6e3 0e5 4e3
Porto Alegre 0e8 3e1 0e7 1e3 0e5 3e6 0e5 3e6
Campos Grande 0e8 1e9 0e5 1e3 0e5 3e1 0e5 3e1
Cuiabá 0e2 1e6 0e5 9e6 0e5 9e3 0e5 7e6
Goiânia 0e8 1e6 0e8 3e6 0e5 6e3 0e2 6e3
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

Tabela 3
Regiões Metropolitanas – Dígitos de atração e repulsão segundo o índice de Myers
2000 e 2010
2000* 2010
Regiões Metropolitanas Homens Mulheres Homens Mulheres
Atração Repulsão Atração Repulsão Atração Repulsão Atração Repulsão
RM de Belém 0e8 3e1 0e8 3e1 0e5 3e6 0e5 3e1
RM de Fortaleza 0e8 1e3 0e8 1e9 0e5 1e9 0e5 9e1
RM de Recife 0e8 1e6 0e5 1e3 0e5 1e6 0e5 3e1
RM de Salvador 0e2 1e4 0e2 1e3 0e2 1e7 0e5 1e3
RM de Belo Horizonte 0e2 6e4 0e2 6e4 0e2 6e3 0e2 6e3
RM do Rio de Janeiro 0e8 1e6 0e8 1e3 0e5 3e6 0e5 3e6
RM de São Paulo 0e2 1e6 0e5 1e3 0e5 3e6 0e5 3e6
RM de Curitiba 0e8 6e1 0, 5 e 8 3e1 0e5 3e6 0e5 3e6
RM de Porto Alegre 0e8 1e4 0e7 1e3 0e5 3e6 0e5 3e1
Fonte: * Horta (2005) e IBGE, 2010 (www.sidra.ibge.gov.br)

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