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Ethnoracial inequalities and child mortality in

Brazil: a nationwide longitudinal study of 19


million newborn babies
Francisco Enson Sousa Gomes
Isaac Vasconcelos Barbosa
Internato em Saúde Coletiva I
Informações Técnicas

 Autores: Poliana Rebouças, Emanuelle Goes, Julia


Pescarini, Dandara Ramos, Maria Yury Ichihara, Samila
Sena, Rafael Veiga, Laura C Rodrigues, Maurício L Barreto,
Enny S Paixão
 Revista: The Lancet Global Health
 Idioma: Inglês
 Ano de Publicação: 2022

 DOI: https://doi.org/10.1016/S2214-109X(22)00333-3
Introdução

Objetivos de Desenvolvimento Redução da


do Milênio Mortalidade Infantil

Limitação Desigualdades étnico-raciais

Para reduzir as desigualdades étnico-raciais é preciso documentar as


evidências e reconhecer a causa raiz:
Sistêmico

Estrutural
Etnorracismo
Institucionalizado
Introdução

Consequências do Racismo Institucional


na Saúde Materno-Infantil

Barreiras no Acesso a Cuidados Pré-Natais, de Parto e Pós-Natais

Serviços que são Desfavoráveis a Pessoas Negras, Pardas

Diferenças nas chances de sobrevivência infantil


entre diferentes grupos raciais e étnicos foram
encontradas quando investigadas em estudos
anteriores
Objetivo

Examinar as taxas de mortalidade infantil


de acordo com a raça ou cor da pele
materna.

Coorte Recente de 6 anos

19 milhões de Crianças Brasileiras


Metodologia
Coorte

Estudo Retrospectivo
Âmbito Nacional

Sistema Nacional de Informações


Coleta de sobre Nascidos Vivos - SINASC
Dados Sistema de Informações sobre
Mortalidade - SIM

Dados de nascidos vivos


acompanhados até os 5 anos de
idade, óbito ou 31 de dezembro de
2018, o que ocorrer primeiro.
Período de 01/01/2012 a 31/12/2018
Coleta
Metodologia

Informações Maternas
Declaração de
Nascidos Vivos Informações sobre a Gravidez
Informações do Recém-nascido

Nome da Pessoa Causa e Data do Óbito


Declaração de Data de Nascimento Nome e Data de nascimento da
Óbito Idade Mãe
Anos de Escolaridade Município de Residência
Metodologia

Desfecho Primário

Mortalidade Infantil

Faixa Etária

Causa do Óbito

 Realizou-se relacionamento de registros entre o SINASC


e o SIM para obter a população do nosso estudo.
 O processo de vinculação baseou-se em um conjunto de
atributos: nome materno e idade, data de nascimento,
sexo e local de residência (município).
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Discussão

 Os resultados mostraram disparidades significativas nas taxas de mortalidade entre crianças


filhas de mães de diferentes grupos étnico-raciais no Brasil;
 Mesmo após o ajuste, os filhos de mães indígenas tinham 98% mais probabilidade de morrer
do que os de mães brancas nos primeiros 5 anos de vida;
 A mortalidade com menos de 5 anos foi 39% e 19% maior entre filhos de mães negras e
pardas do que filhos de mães brancas;
 No Brasil, mães negras, pardas e indígenas vivem em condições desfavoráveis, com
diminuição da frequência ou início tardio do pré-natal e residem mais longe dos
serviços de saúde durante o parto, que resulta num maior risco de resultados negativos
e aumentam o risco de mortalidade infantil.
Discussão

 A sobrevivência no período pós neonatal e entre 1 e 4 anos é mais afetada pelas


condições de vida da família, renda, educação, saneamento básico, acesso à água
potável e acesso aos serviços de saúde;
 Altas disparidades foram observadas nas mortes relacionadas à desnutrição, diarreia,
gripe e pneumonia, o que pode ser explicado por condições de vida mais
empobrecidas e pior estado nutricional para crianças negras, pardas e indígenas;
 Todas estas causas de morte são potencialmente evitáveis se a atenção e os
cuidados por parte dos serviços de saúde forem recebidos em tempo oportuno, o
que torna essencial reconhecer o racismo como um determinante da falta de acesso
a oportunidades de saúde e cuidados.
Discussão

 LIMITAÇÕES:
 A relação entre o SINASC e o SIM não identificou 100% dos óbitos de crianças
menores de 5 anos, apenas 81,15%.;
 A má qualidade dos dados pode limitar a qualidade da ligação;
 A subnotificação de mortes é mais prevalente em áreas mais empobrecidas do país,
como comunidades indígenas, e pode levar a subestimar a mortalidade nesses grupos;
 Não foi analisado se as 18,85% das mortes não vinculadas eram tendenciosas;
 Algumas estimativas relacionadas com a causa da morte por desnutrição não são
confiáveis devido ao tamanho muito pequeno da amostra envolvida.
Discussão

 Apesar da implementação da Política Nacional Integral de Saúde para os Povos


Indígenas desde 2002 e da Política Nacional Integral de Saúde para a População
Negra desde 2006, ainda faltam recursos;
 As conclusões do estudo reforçam a necessidade de políticas de saúde pública
equitativas, que incluam uma agenda que priorize a saúde das crianças negras,
pardas e indígenas;
 Nos últimos anos, as desigualdades na mortalidade de menores de 5 anos por raça
ou cor da pele materna aumentaram, o que requer atenção urgente, especialmente
no contexto da pandemia da COVID-19, que exacerbou as desigualdades previamente
existentes.
Obrigado pela atenção!

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