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P3: Reprodução e sociedade

Fertilidade, infertilidade, esterilidade, taxas de fecundidade, de natalidade e de gravidez;

1. Conceituar os termos

Fecundidade (fecundidade e idade da mulher)

Número médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final do seu período
reprodutivo, na população residente em determinado espaço geográfico no ano considerado.
A taxa é estimada para um ano calendário determinado, a partir de informações retrospectivas
obtidas em censos e inquéritos demográficos.
Esse indicador é determinante na dinâmica demográfica.
Taxas inferiores a 2,1 são sugestivas de fecundidade insuficiente para assegurar a reposição
populacional.
O décrescimo da taxa pode estar associado a vários fatores, como: urbanização crescente,
redução de mortalidade infantil, melhoria do nível educacional, ampliação do uso de métodos
contraceptivos, maior participação da mulher na força de trabalho e instabilidade de emprego.
É usado para avaliar as tendências da dinâmica demográfica e realizar estudos comparativos
entre áreas geográficas e grupos sociais; realizar projeções de população, levando em conta
hipóteses de tendências de comportamento futuro da fecundidade; subsidiar processos de
planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, trabalho e
previdência social, com projeções demográficas que orientam o redimensionamento da oferta de
serviços, etc.

Fertilidade:

Infertilidade:

Incapacidade de se obter uma gestação bem sucedida após doze meses ou mais de intercurso
sexual regular sem uso de métodos contraceptivos
A infertilidade está presente em 15% a 20% dos casais.
Subfertilidade: casos em que há possibilidade de reversão do quadro (oligoastenozoospermia,
anovulação, entre outros); subfertilidade
 é uma condição em que um casal tem menos probabilidade de engravidar em comparação com

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um casal normal, enquanto a infertilidade
 é a incapacidade de um casal sexualmente ativo e não contraceptivo de engravidar em um ano.
A chance de alcançar uma gravidez é de:
• 50% em 3 meses;
• 60% em 6 meses;
• 85% em um ano.
Daqueles que não engravidaram no primeiro ano, 92% conceberão no segundo ano.
A história clínica define a infertilidade como:
• Primária da paciente (paciente que nunca engravidou);
• Primária do casal (paciente nunca engravidou daquele parceiro);
• Secundária (engravidou uma vez, mesmo com outro parceiro).
As causas de infertilidade podem ser divididas em femininas e masculinas, porém a abordagem
deve sempre levar em conta o casal.
Causas de infertilidade:
• Fator feminino (35%);
• Fator masculino (30%);
• Ambos os parceiros (20%);
• Infertilidade sem causa aparente – ISCA (15%).
Entre os fatores femininos, pode-se listar:
• Tubário (14%);
• Ovulatório (6%);
• Diminuição da reserva ovariana (RO) ou fator ovariano (6%);
• Endometriose (7%);
• Uterino (1%);
• Múltiplas causas (13%).

Natalidade

Número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço
geográfico, no ano considerado.
Em geral, taxas elevadas estão associadas a condições socioeconômicas precárias e a aspectos
culturais da população.

É usado para analisar variações geográficas e temporais da natalidade; possibilita o cálculo do


crescimento vegetativo ou natural da população, subtraindo-se, da taxa bruta de natalidade, a taza

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bruta de mortalidade; é usado para subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de
políticas públicas relativas à atenção materno-infantil;
Possui limitação por conta da subenumeração de nascidos vivios, uma vez que o uso de dados
derivados de sistemas de registro contínuo está condicionado a correções, frequente em áreas
menos desenvolvidas.
Número de nascidos vivos residentes dividido pela população total residente e multiplicado por
1000.

Esterilidade: incapacidade de conceber (azoospermia, ausência de útero…)

2. Entender a taxa de gravidez comulativa e por ciclo e os motivos pelos quais eles caem a
partir dos 30

Por que a fertiladade cai a partir dos 30.

A taxa de gestação em mulheres submetidas a técnicas de reprodução assistida é menor a


partir dos 30 ano
Antes do sétmo mês de gravidez, a maioria das ovogônias se transformou em ovócitos primários,
porém, muitos ovócitos primários são perdidos por um processo degenerativo denominado
atresia. Como consequência, no período da puberdade o número de ovócitos existentes nos
ovários é reduzido para aproximadamente 300 mil. A atresia continua pelo restante da vida
reprodutiva da mulher, de modo que, aos 40 a 45 anos, restam aproximadamente oito mil
ovócitos. Como geralmente só um ovócito é liberado pelos ovários em cada ciclo e a vida
reprodutiva dura de 30 a 40 anos, são liberados por uma mulher somente cerca de 450 ovócitos.
Todos se degeneram po atresia. (Junqueira)

Com o aumento da idade, a fecundidade natural e as taxas de gestação declinam mesmo em


procedimentos de reprodução assistida. Isso porque a fertilidade feminina declina a partir dos 30
anos de idade e , a partir dos 40 anos, há redução pela metade das taxas de festação. Durante a
vida reprodutiva, tanto o número de oócitos se reduz rapidamente como a qualidade oocitária se
altera.

A pior qualidade oocitária parece ser o fator preponderante para esta redução da fertilidade
observada com o avançar da idade, contrapondo outros fatores como a receptividade
endometrial. Esta afirmativa é reforçada por estudos em reprodução assistida usando programas
de doação de oócitos, os quais mostraram que mulheres com mais de 40 anos que receberam
oócitos de mulheres jovens apresentaram a mesma taxa de gestação clínica e de parto que as
doadoras de oócitos.

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As chances de sucesso buscando alcançar uma gravidez saudável com a utilização da FIV
diferenciam conforme a idade da mulher, sendo 35% para as mulheres até 30 anos, 30% para as
mulheres entre 30 e 35 anos, 28% para as mulheres entre 35 e 37 anos, 20% para as mulheres de
38 a 40 anos, 10% quando a idade é de 41 e 42 anos, caindo para 4%, quando a mulher tem mais
de 42 anos de idade.

1. Compreender as taxas de natalidade e fecundidade e como impactam na estatística


populacional

Fecundidade, por definição, é o produto realizado da capacidade reprodutiva, associando-se a


quantidade nascidos vivos e de mulheres em período reprodutivo. Por outro lado, fertilidade é o
potencial reprodutivo de as mulheres. Já, natalidade é a relação entre o número de crianças
nascidas vivas e a população total.

Transição demográfica e encolhimento populacional:


A transição demográfica se inicia com a redução da mortalidade, em função de conquistas
associadas ao progresso técnico. Inicialmente, os avanços nas produção agrícolas contribuiram
para o problema da desnutrição, ocorreu melhorias nos sistemas de saneamento e o combate às
doenças transmissíveis. Assim, alta mortalidade, especialmente a infantil, seria, portanto, o maior
estímulo à manutenção das elevadas taxas de fecundidade no período pré-transicional.
No período pré-transição, quando as sociedades experimentam taxas de natalidade elevadas e
quase estáveis e taxas de mortalidade elevadas e flutuantes, o crescimento vegetativo da
população é baixo e sua estrutura etária é jovem. Na primeira fase da transição, os níveis de
mortalidade caem e os de natalidade mantêm-se elevados; como consequência, o ritmo de
crescimento é acelerado e a estrutura etária da população torna-se ainda mais jovem.
Depois, inicia-se a redução dos níveis de natalidade e persiste a queda dos níveis de mortalidade.
As taxas de crescimento da população diminuem, e a estrutura etária inicia seu processo de
envelhecimento. Observa-se um aumento substantivo da população em idade ativa, reflexo dos
níveis de natalidade elevados do passado. Por fim, os baixos níveis de natalidade e mortalidade
aproximam-se e observa-se uma estagnação das taxas de crescimento. Diminui o peso da
população em idade ativa e nota-se um envelhecimento significativo da estrutura etária.

Transição demográfica: a experiência brasileira

Nas décadas de 1950 e 1960, o descenso da mortalidade combinado com a manutenção de níveis
elevados de natalidade e fecundidade, acima de 40 nascimentos por mil habitantes e mais de 6
filhos por mulher ao final da vida reprodutiva, resultaram nas taxas de crescimento populacional
mais elevadas na história do país: 3,1 e 2,9 % ao ano, respectivamente.

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Nessa fase, observou-se que a população era muito jovem, com idade medianda de 18 anos.

Em 1980, o número de habitantes alcançou os 120 milhões, mas a taxa de crescimento anual
começou a reduzir (sendo 2,5% entre 1970 e 1980); a idade mediana se elevou a 20 anos.

Entre 1991 e 2010, a esperança de vida ao nascer ultrapassou 70 anos, chegando a 73,5 anos em
2010. A taxa bruta de natallidade caiu para 16 nascimetnos por mil habitantes e a taxa de
fecundidade total para 1,9 filhos por mulher, valor abaixo da reposição de 2,1.

Além disso, entre 2000 e 2010 o ritmo de crescimento caiu para 1,2%
Em 2010, a idade mediana aumentou para 27 anos, apenas 1 em cada 4 habitantes tinham idade
inferior a 15 anos e 10,8% tinham 60 anos ou mais de idade.

Dados, observatório nacional da família

Por volta de 2030, deve ser alcançado o patamar de 1,5 que permanecerá estável até 2050.
Queda de fecundidade:

Antigamente, a perpetuação da família era a mior grantia de amparo para a velhice, ou seja,
quando os pais estivessem impossibilitados de trabalhar, a única maneira de sustento é pelo
auxílio dos filhos, os quais começam a contribuir enconomicamente logo quando crianças.
Porém, o declícinio da fecundidade, por sua vez, comçea justamente com a transição desta
cultura familiar para um novo ideal de família, urbana e de menor tamanho.

Escolaridade: mulheres sem instrução ou consideradas analfabetas funcionais, com apenas 1 a 3


anos de estudo, apresentam um maior número de filhos. Uma vez que, a instrução está
relacionada com o acesso a informações.

Em 2001, mulheres com 0 a 4 anos de estudos tinham 3,4 filhos que declinou para 2,9 em
2015.

As mulheres com ensino superior completo têm seus filhos, em média, 5,5 anos após as
mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto: 30,9 anos, no primeiro
caso, contra 25,4 anos, no segundo.

Além disso, há uma relação entre idade reprodutiva, instrução e fecundidade. Isso se dá
porque o número de mulheres com ensino superior compeleto representa apenas 11,2% das
mulheres em idade reprodutiva enquanto o número de mulheres sem instrução corresponde a
33,7% delas.

Domícilio: no Brasil rural de 1970, as mulheres tinham, em média, 7,7 filhos, ou seja, três filhos
a mais do que aquelas que viviam nas cidades (4,6 filhos). Em 2002, estava num valor de 1,3

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filhos, em média, a mais nas áreas rurais (área rural 3,5 e área urbana 2,2). E em 2015, 1,75 para
área urbana e 2,41 para área rural.

Emprego: A entrada da mulher no mercado de trabalho tem contribuido para redução do número
de filhos tidos por elas, uma vez que elas, muitas vezes, adiam seus projetos pessoas, como a
maternidade, para consolidar seus projetos profissionais. Além disso, numa sociedade onde o
trabalho doméstico e a criação de filhos ainda são de responsabilidade prioritária da mulher, um
número menor de filhos representa uma menor carga de trabalho doméstico levando ao
consequente aumento da disponibilidade da mulher para o mercado de trabalho. Outrossim, a
inserção no mercado de trabalho possibilita um maior controle no número de filho porque as
mulheres passam a adquirir uma renda que permite o acesso aos métodos de contracepção.
Rendimento: Em 40% dos domicílios mais pobres as mulheres ainda têm filhos acima do nível
de reposição (mais de 2). Enquanto, nos 20% dos domicílios com maior renda a taxa de
fecundidade está abaixo de 1,3 filho.

Raça\Cor: em 2001, só as mulheres declaradas brancas tinham uma taxa de 2,1 filhos. Em 2015,
caiu para 1,7 filho; mulheres pretas tinha, em 2001, uma taza de 2,7 filhos e mulheres pardas de
2,6, mas em 2015 caiu, respectivamente para 1,9 e 2 em ambos; a taxa de fecundidade das
indígenas é mais alta do que todos os outros grupos de raça\cor com 3,9 filhos, subindo para 5
considerando apenas as que residiam na zona rural, em 2010.

O Brasil tem atualmente uma taxa de prevalência de uso de contraceptivos equivalente a 77%.
Há 25 anos, em 1969, apenas 35% das mulheres casadas ou em algum tipo de união utilizavam
algum método para postergar ou evitar a gravidez, o que comprova, na prática, as mudanças
vistas nas configurações familiares de todo o país.

Consequências
Transição epidemiológica

Associada à transição demográfica está a transição epidemiológica que se caracteriza pela


substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas;
deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos e
transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade
é dominante.

Segundo a teoria, essa transição se dá por três fases:

“A era da fome e das pestilências” que durou desde o início dos tempos históricos até o fim da
idade média e foi caracterizada por alta natalidade, alta mortalidade por doenças infecciosas

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endêmicas e epidemias que assumim com frequência caráter pandêmico, devastando as
populações. Nessa fase a expectativa de vida estava em torno dos 20 anos.

“Era do declínio das pandamia” que vai da Renasceça até o inicio da Revolução industrial e foi
caracterizado por uma melhora na qualidade de vida e redução das pandemias. A expectativa de
vida alcançou os 40 anos.

“Era das doenças degenerativas e das causadas pelo homem” da Revolução Industrial até os
tempos modernos e se caracteriza pelo declínio das doenças infecciosas devido ao avanço da
medicina. Popularização das vacinas e antibioticos. Além de melhores condições de habitação,
alimentação, educação. A expectativa de vida aumenta para 70 anos e as principais causas de
mortalidade passam a ser doenças cardiovasculares e neoplasias malignas.

As estatísticas de mortalidade no Brasil mostram que, até 1940 havia um nítido predomínio das
doenças infecciosas e parasitárias (DIP) como principal causa de morte, representando 43,5% do
total de óbitos.
As doenças do aparelho circulatório correspondiam, em 1930, a 11,8% e as
neoplasias malignas a apenas 2,7% dos óbitos com causa definida. Em 1970, as doenças do
aparelho circulatório já surgiam como a primeira causa de mortalidade (24,8%); as doenças
infecciosas e parasitárias como a segunda (15,7%); e as neoplasias malignas como a terceira
(9,7%) . Dados de 1990 mostraram que as doenças do aparelho circulatório já eram
responsáveis por 34,34% dos óbitos, causas externas com 15,05% e, em seguida as neoplasias
malignas com 12,42%.
O rápido aumento da população idosa brasileira apresenta, como consequência, uma previsão
com maior pressão sobre os sistemas públicos de saúde e previdência, gerando mais demanda de
serviços de saúde, que ocasionará, por vez, aumento em gastos com cuidados médicos e de
internações hospitalares.

1. Explicar os fatores de crescimento da gravidez na adolescência e a repercussão na


sociedade

Em 2015, no Brasil e na América Latina a fecundidade de adolescentes (entre 15 e 19 anos)


estava acima de 60 nascimentos para cada mil mulheres.
Fatores de crescimento da gravidez na adolescia

Causas:

inicio precoce da vida sexual: A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015
já apontava para a realidade de que 27,5% dos escolares brasileiros do 9º ano do ensino

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fundamental já tiveram relação sexual alguma vez na vida. Nesta pesquisa, a maior parte dos
estudantes (88,6%) tinha idade entre 13 e 15 anos, sendo que a metade tinha 14 anos.

família: além de os pais não oferecem as devidas informações sobre o assunto, muitas vezes,
casos de gravidez em outras mulheres adolescentes da família, também influenciam o
comportamento dos jovens.

escolaridade: a abaixa escolaridade e a falta de informação, ao passo que uma escolaridade


adequada estimula o planejamento do futuro, uso de contracepção e prevenção da gravidez.

casamento: em algumas regiões as adolescentes casam precocemente

nível sócio-econômico: a pobreza leva ao aumento de gravidez na adolescência, pois pessoas


com baixo nível socioeconômico têm poucas oportunidades de planejar o futuro, têm baixa
escolaridade, pouco acesso aos recursos financeiros e de saúde;

Em um estudo com jovens participantes de um programa de inclusão sócio-cultural, com


moradores de uma comunidade em São Paulo, os autores encontraram que “sentir-se só” (24%),
“brigas ou tristezas com a família” (23%), “falta de opções na vida” (13%) e “gostar de crianças”
(10%) foram as principais razões indicadas para o desenvolvimento de uma gravidez na
adolescência. Nesse sentido, conclui-se que a maternidade na adolescência foi compreendida
pelos jovens como uma alternativa viável para lidar com uma série de problemas e situações
desfavoráveis presentes em seu contexto sócio-afetivo. Desta forma, a carência afetiva associada
à ausência ou limitação nas perspectivas de construção de um projeto de vida podem ser fatores
determinantes para a ocorrência de uma gestação na adolescência, principalmente, em classes
desprivilegiadas.

Impacto biológicos
A mãe poderá apresentar anemia, principalmente, se possuir baixa renda, fato ligado diretamente
a má alimentação e maior incidência de verminososes, menor ganho de peso, maior risco de
desenvolver doenças e morte durante o parto, abortos e partos prematuros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), filhos de mães adolescentes têm maior
probabilidade de apresentar baixo peso ao nascer . Entre os fatores destacam-se o baixo peso
materno anterior à gestação, as intercorrências gestacionais associadas aos conflitos familiares, o
que interfere no autocuidado com a saúde; o incompleto crescimento físico (composição
corporal, órgãos da reprodução), podendo interferir na transferência de nutrientes para o feto;

Além disso o ingresso tardio ou ausência ao pré-natal entre adolescentes, por razões, como:
dificuldades de assumir a gestação, desconhecimento da importância dessa assistência, situação

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que é agravada na presença de abandono da família e ou parceiro, o que pode trazer riscos para a
mãe e para o feto, uma vez que o pré natal é importante para avaliar as possíveis complicações.
Assim,segundo a OMS, durante o primeiro ano de vida, filhos nascidos de mães adolescentes
apresentam uma taxa de mortalidade infantil duas a três vezes maior que a de mães adultas e um
aumento de seis vezes na incidência de síndrome de morte súbita.
Impactos sociais
Interrupção da escolaridade; a adolescente abandona os estudos para cuidar do filho e o regresso
a escola é dificultado, o que leva à dificuldade para inserção no mercado de trabalho, leva à
dependência financeira dos familiares e à perpetuação da pobreza.
Mais de 60% dos jovens com filhos (que tiveram filhos antes dos 19 anos) já abandonaram a
escola ou repetiram algum ano. A interrupção no progresso escolar leva a um pior resultado para
escolaridade máxima alcançada: quase um terço dos jovens com filhos na adolescência não
completaram o ensino fundamental, enquanto apenas 14% dos jovens fora desse grupo se
encontram nessa situação. Em relação ao ensino médio, mais de 70% dos jovens sem filhos na
adolescência conseguiram chegar a cursar essa etapa, já para jovens com filhos essa porcentagem
cai para 55%.
Outro resultado que chama atenção é a porcentagem de jovens com filhos que não estudam e
nem trabalham: 44,5%, em comparação apenas 18% dos adolescentes sem filhos declararam essa
condição.
Impactos psicológicos

Para a adolescente que passa pela experiência da gravidez não planejada, é comum o sentimento
de perda, seja da própria identidade ou de expectativas sobre o futuro, perda da confiabilidade e
proteção da família. Além disso, cerca de 60% das meninas grávidas são abandonadas pelos
parceiros ainda durante a gravidez, e 20% são deixadas após o parto. Ao mesmo tempo em que
há um ganho de responsabilidade que a adolescente ainda não está preparada para assumir. Tudo
isso gera problemas psicológicos como a baixa autoestima, vivência de alto nível de estresse,
sintomas depressivos e até mesmo sucidio.

Desigualdade social
Dados também elaborados pelo CIDACS (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para
Saúde) apontam que entre os nascidos vivos de mães adolescentes, em 2020, a maior
concentração está nas regiões Norte (21,3%) e Nordeste (16,9%), seguido por Centro-Oeste
(13,5%), Sudeste (11%) e Sul (10,5%).

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FECUNDIDADE NA REGIÃO NORTE:
UMA ANÁLISE SOCIOECONÔMICA E ESPACIAL DO PERFIL REPRODUTIVO DAS
MULHERES NORTISTAS
Mudança demográfica no brasil no início do século XXI

O ENVELHECIMENTO, A TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, DA POPULAÇÃO


BRASILEIRA, E IMPACTO NAS INTERNAÇÕES NO ÂMBITO DO SUS

PROTOCOLO INFERTILIDADE CONJUGAL, BH


ADOLESCENTES E GRÁVIDAS: ONDE BUSCAM APOIO
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: principais causas e consequência

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: ASPECTOS MATERNOS PERINATAIS


IMPACTOS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – ABORDAGEM
INTEGRA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: CONCILIAÇÃO DE VIDA FAMILIAR, ESTUDO E


TRABALHO DOS JOVENS EM RECIFE

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