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TEXTO BA SE

ESTATÍSTICA

Prof. M.e Marcelo de Melo


EQUIPE TÉCNICA EDITORIAL

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ESTATÍSTICA

Prof. M.e Marcelo de Melo


CONCEITOS BÁSICOS EM ESTATÍSTICA

CONCEITOS PRELIMINARES.........................10 TABULAÇÃO...................................................36


O Que é Estatística?............................................................ 10 Estruturação....................................................................... 36
População e Amostra......................................................... 10 REFERÊNCIAS................................................42
Estatística Descritiva e Estatística Indutiva..................... 11
METODOLOGIA DA PESQUISA......................12
Definição dos Objetivos..................................................... 12
Preparação do Plano.......................................................... 13
Sugestões de Preparo de um Questionário.................... 15
Sondagem.......................................................................... 17
Análise dos Resultados.................................................. 17
UNIDADES ESTATÍSTICAS E RAZÕES............18
Unidades Estatísticas Compostas....................................... 18
Porcentagem...................................................................... 23
ÍNDICES, COEFICIENTES E TAXAS.................34
Índice................................................................................. 34
Coeficiente......................................................................... 34
Taxa.................................................................................... 34
Estatística
Unidade 1

CONCEITOS PRELIMINARES

O QUE É ESTATÍSTICA?

Há várias definições do que é “Estatística”. Muitos livros contêm


definições, desde as simples como as complexas, porém, definire-
mos Estatística como sendo:

“Conjunto de técnicas e métodos quantitativos cujo objetivo é o de


estudar e medir fenômenos coletivos. ’’ (DUGÉ DE BOURNOUVILLE,
1939, p. 56).

POPULAÇÃO E AMOSTRA

Como a Estatística tem por objetivo o estudo dos fenômenos co-


letivos e das relações existentes entre eles, dizemos que esses fe-
nômenos se referem a um grande número de elementos, sejam coi-
sas ou pessoas, que serão definidos como população ou universo.
Porém, na Estatística o que interessa são fatos envolvendo grande
número de elementos, investigando leis de comportamento para o
conjunto todo e não para cada um dos elementos.
A população pode ser finita ou infinita. A população finita possui
determinada quantidade de elementos; já a população infinita pos-
sui quantidade infinita de elementos. Porém, populações com uma
grande quantidade de elementos serão tratadas como infinitas.
Para uma população muito grande fica difícil a observação de as-
pectos a serem estudados, pois se perderia muito tempo e muito
custo. Nessas condições, trabalha-se com a observação de uma
amostra suficientemente representativa da população para análise
dos resultados.

Estatística Descritiva e Estatística Indutiva


Estatística Descritiva ou Dedutiva tem por objetivo a análise e des-
crição de determinada população ou amostra, sem a pretensão de
tirar conclusões mais precisas.
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Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

A Estatística Indutiva, ou Inferência Estatística, tem por objetivo


estimar leis de comportamento de uma população através dos resul-
tados obtidos da análise de uma amostra.

Onde obter informações?


Na verdade, embora em algumas circunstâncias tenhamos de
produzir fatos de caráter estatístico, na grande maioria dos casos
devemos utilizar dados que se encontram à nossa disposição em
vários organismos e, nessa qualidade de consumidores de estatísti-
ca, precisaremos ter alguma noção sobre onde iremos encontrá-los.
Seguem algumas sugestões.

- Dados Nacionais
De uma forma geral, informações a respeito do Brasil podem ser
obtidas junto à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), em qualquer de suas agências espalhadas por todo o
Brasil.
Quanto a dados estaduais, devem ser obtidos na Divisão de Esta-
tística do Estado, que geralmente está subordinada a alguma Secre-
taria de Estado, sendo, portanto, de fácil localização em qualquer
Estado do Brasil. No caso do Estado de São Paulo, sugere-se a con-
sulta à Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE),
sediada à Av. Cásper Libero, 464, CEP 01033 - SP, que mantém um
Você sabia ?
serviço de atendimento ao usuário pelo telefone 227-9788. Os da-
dos referentes ao município deverão ser procurados junto às Prefei- IBGE é uma fundação pública
da administração federal bra-
turas que possuem um Serviço de Estatística. sileira criada em 1934 e ins-
talada em 1936 com o nome
de Instituto Nacional de Esta-
tística; seu fundador e grande
incentivador foi o estatístico

- DADOS INTERNACIONAIS Mário Augusto Teixeira de Frei-


tas.1

Vários organismos fornecem informações sobre dados mundiais,


sendo que, através de vários meios(correspondência, internet, di-
gital), pode-se conseguir excelente material estatístico sobre qual-

1 Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Brasileiro_de_Geografia_e_Estat%


C3%ADstica>. Acesso em: 7 mar. 2016.

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Estatística
Unidade 1

quer fato desejado. Como tais órgãos se situam em diversos países,


convém consultar seus respectivos consulados, pois esses poderão
fornecer, de uma maneira segura, o endereço de tais órgãos, e tam-
bém poderão informar se já existe no Brasil uma filial da entidade.
Sendo assim, poderíamos dizer que:

ƒƒ Estatísticas Agrícolas podem ser obtidas no Instituto Internacional


de Agricultura, sediado em Roma;
ƒƒ Estatísticas Comerciais podem ser conseguidas no Bureau Inter-
nacional de Estatística Comercial, sediado em Bruxelas;
ƒƒ Estatísticas Sociais e Trabalhistas podem ser obtidas na
OIT — Organização Internacional do Trabalho, cuja sede se
situa em Genebra;
ƒƒ Outras Estatísticas podem ser obtidas na ONU — Organização
das Nações Unidas, sediada em New York.

METODOLOGIA DA PESQUISA

DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS

Não há como fazer uma pesquisa se os objetivos não estiverem


bem definidos e, para isso, é necessário se pensar no que será pes-
quisado, que tipo de amostragem será utilizada, qual o custo e tem-
pos disponíveis. Tudo deve ser minuciosamente pensado para que
não haja falhas que comprometam todo o trabalho de pesquisa e
análise dos resultados.

PREPARAÇÃO DO PLANO

Nessa fase é necessário que os objetivos estejam claramente defi-


nidos e também deve ser estabelecida a estratégia que possibilitará
a obtenção dos resultados da pesquisa.

12
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

É nessa fase que tem de haver uma preocupação com a forma


pela qual os dados serão coletados.

Formas de coleta
Observação direta: A observação do fato que é realizada através
de uma pessoa ou de algum equipamento como uma câmera de
VÍDEO. Nesse tipo de observação pode-se obter bons resultados,
mas deve-se tomar cuidado para que não se dependa de apenas
um único observador, pois o critério subjetivo do observador pode
apresentar muitos problemas no resultado da pesquisa.
Entrevista: A entrevista pessoal é feita individualmente com cada
elemento, seja da amostra ou população. Por essa razão se torna o
método mais eficiente, porém pode se tornar muito caro. Portanto, é
necessário verificar se há possibilidade de se utilizar esse método.
Auto-entrevista: A fim de baratear o custo, esse método pode ser
utilizado, embora não se podendo contar com a orientação do entre-
vistador. É realizada através de questionários enviados ao entrevis-
tado, pode até mesmo ser enviada pelo correio ou pela mala-direta.

Questionário
Utilizado nos métodos: entrevista e auto-entrevista. Aqui é impor-
tante que se faça um bom questionário, pois dele depende todos os
resultados e análise que serão realizados.
Um bom questionário deve ser:

ƒƒ Completo: deve conter todas as informações pretendidas;


ƒƒ Concreto: as perguntas a serem formuladas devem ser de forma
clara e objetiva;
ƒƒ Secreto: não deve conter a identificação, para que a liberdade do
entrevistado seja preservada;
ƒƒ Discreto: as perguntas não podem ferir a integridade do
pesquisado.

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Estatística
Unidade 1

Estruturação do questionário
Questão aberta: Utilizada para abordar problemas delicados, na
questão aberta é possível o entrevistado colocar sua opinião.

Ex.: Que automóvel você prefere?


Resp.: ______________________

Questão fechada: As respostas são específicas, em que o entre-


vistado somente pode responder o que já está descrito.

Ex.: Que automóvel você prefere?


( ) Volks
( ) Corcel
( ) Chevette
( ) Dodge
( ) Outros

As questões abertas devem ser evitadas, visto que elas gastam


um tempo muito maior na apuração, pois cada uma deverá ser lida
e classificada. O problema pode ser agravado se houver a possibi-
lidade do entrevistado escrever, muitas vezes ele não responde o
que precisamos, escrevendo o que não interessa ao pesquisador,
ou mesmo escrevendo sobre outro assunto.

Questão-filtro: É utilizada para se “filtrar” a opinião do entrevista-


do, de forma que não seja perguntado o que o entrevistado não tem
condições de responder.
Ex.: Você já fumou cigarros Real?
Sim ( ) Não ( )

Questão por quê: É utilizada quando se quer descobrir a opinião


do entrevistado sobre determinado assunto:

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Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

Ex.: Por que você nunca fumou cigarros Real?


( ) Não conhece
( ) Não muda de marca
( ) Teve opiniões contrárias

Questão intensidade: Serve para verificar o quanto o entrevistado


utiliza determinado produto.

Ex.: Quantos maços de cigarros você fuma por semana?


Resp: ............ maços.

Nas questões intensidade é comum o uso de escalas do tipo Li-


kert (de diferencial semântico).
Ex.: Assinale o grau que expressa sua opinião sobre o desempe-
nho da Seleção Brasileira na última Copa de Futebol.

Sugestões de Preparo de um Questionário


Martins sugere em seu livro Princípios da Estatística (1979) algu-
mas sugestões de como preparar um questionário conforme segue:

A – Clareza.
Pergunta deve ser de fácil entendimento para não haver desperdí-
cio de tempo e dinheiro.

Ex.: Deseja-se saber de um entrevistado se “o carro novo é mais


ou menos econômico”. A resposta esperada seria “mais” ou “me-
nos”, porém as respostas podem ser: SIM, NÃO, ÀS VEZES,..., que
não corresponderiam ao objetivo da pergunta.

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Estatística
Unidade 1

B– Modificar perguntas feitas de forma incorreta .


Muitas vezes respostas que precisam ser precisas devem ser mo-
dificadas. Por exemplo, para se saber a idade de uma pessoa, o en-
trevistado têm a tendência de arredondar a resposta, portanto ficaria
melhor perguntar o ano em que nasceu.

C – Certas perguntas devem ser evitadas.


Há perguntas que ferem a integridade dos entrevistados, por isso
devem ser evitadas, por exemplo: perguntar se uma pessoa se sen-
te acima do peso. A pessoa pode se negar a responder ou mentir,
interferindo no resultado real da pesquisa.
Perguntas de cunho pessoal devem ser muito bem pensadas,
para que não haja interferência nas respostas. “Suponho que a cau-
sa do seu desemprego seja a depressão econômica.” Nesse caso,
a grande maioria dos entrevistados responderá sim, pois já lhe esta-
mos colocando essa alternativa.
“Portanto, devemos tomar cuidado na elaboração das ques-
tões, evitando perguntas com essas conotações; nesse caso
deveríamos perguntar: ‘Qual a causa de seu desemprego?’.”
(GILBERTO; DONAIRE, 1993, p. 35).

D - Perguntas objetivas e fáceis de serem ordenadas.

As perguntas devem ser formuladas de modo que o entrevistado


saiba exatamente o que deve responder, evitando palavras difíceis
ou técnicas.
Desse modo, as perguntas se tornam mais fáceis de serem or-
denadas e tabuladas. Se não for o objetivo da pesquisa, perguntas
abertas devem ser evitadas, substituindo-as pelas perguntas fecha-
das e de mais fácil apuração.

E – Definições e Instruções completas.

O pesquisador deve ter certeza do que está querendo saber do


entrevistado que por sua vez não deve ter dúvidas sobre o que
deve responder.
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Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

Por exemplo, em uma pesquisa deve saber quantos cômodos há


na casa do entrevistado. Nesse caso, o entrevistado pode incluir ou
não lavanderia, banheiro externo, etc.
Por isso a pergunta tem que ser clara.

F – Cuidado referente ao tamanho do questionário e ordem das


questões.

O questionário deve ser ordenado colocando as perguntas mais


simples e gerais primeiro e as pessoais mais no final.
Deve-se tomar cuidado também com a quantidade de perguntas
feitas, para que não canse ou chateie o entrevistado, caso não seja
possível diminuir as questões, deve-se então ser desdobrada para
ser respondida em outros momentos.
Além disso, se o questionário tiver que ser preenchido pelo pró-
prio entrevistado estes devem ser interessantes e atrativos.

SONDAGEM

Após a preparação do questionário deve-se, antes de ser utiliza-


do, realizar um pré-teste (pesquisa-piloto), de modo a verificar se as
perguntas foram formuladas de forma clara e sem problema no seu
entendimento. Após o teste, o questionário estará em condições de
ser utilizado.
Com os questionários preenchidos, deve-se verificar se foram res-
pondidos convenientemente a fim do resultado poder ser apurado
e tabulado. Dessa maneira, evita-se que respostas inconvenientes
entrem na apuração, atrapalhando os resultados.

Análise dos Resultados


De posse dos resultados da pesquisa, pode-se analisar os resul-
tados podendo ser:

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Estatística
Unidade 1

ƒƒ Determinação de uma característica (ex.: total de pessoas que


utilizam certo produto);
ƒƒ Verificação de uma hipótese (ex.: qualidade do atendimento em
um call-center) ou ainda a estimação e a verificação dos parâme-
tros da população (ex.: número médio de acidentes de trânsito em
certa rodovia).

Encerrando a pesquisa, é necessário preparar um relatório final


onde devem ser indicados: objetivo, metodologia, valores pessoais,
dificuldades e limitações. O relatório não deve ser tendencioso, mas
deve revelar a verdade, indicando o seu resultado, positivo ou nega-
tivo (MARTINS, 1979).

UNIDADES ESTATÍSTICAS E RAZÕES

Além das unidades comuns para distâncias, pesos, tempo e valor,


como: metro (m), quilograma (kg), hora (h), moeda ($), que podem
ser utilizadas nos levantamentos de dados, a Estatística também se
utiliza de unidades específicas para análise de fatos de ordem eco-
nômica e social: unidades estatísticas compostas.

UNIDADES ESTATÍSTICAS COMPOSTAS

Utilizadas para analisar e medir a produtividade das empresas a


fim de reduzir seus preços, diminuir custos de operação, comparar
com outras empresas concorrentes. São algumas delas:

ƒƒ Funcionários-hora;
ƒƒ Homens-dia;
ƒƒ Máquinas-hora;
ƒƒ Leitos-hora;
ƒƒ Assentos-sessão;
ƒƒ Quilôgramas-km.

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Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

Empregados-dia, funcionários-hora e máquinas-segundos são


unidades utilizadas por muitas empresas, enquanto que leitos-hora
é usada nos hotéis de turismo e hospitais; assentos-sessão é unida-
de usada nos cinemas, teatros, circos etc., e quilôgramas-km é utili-
zada nas empresas de transporte. Tais unidades apresentadas não
esgotam absolutamente o elenco de medidas, pois, segundo a ca-
racterística ou a necessidade, a empresa pode utilizar outras, como:
faturas-dia, peças-homem, cartões digitados-hora etc. A obtenção
do valor dessas unidades é conseguida pelo produto das unidades
envolvidas, conforme pode ser verificado no exemplo a seguir.
Exemplo: Uma empresa fabricante de fogões produziu 60 unida-
des, utilizando em 3 fases de produção os seguintes funcionários:

1.ª fase: Fabricação → 40 homens em 12 dias de 8 horas


2.ª fase: Montagem → 18 homens em 10 dias de 10 horas
3.ª fase: Acabamento → 10 homens em 5 dias de 12 horas

Tivemos, então, em homens-hora, o seguinte resultado:


Fabricação: 40 X 12 X 8 =3 840 homens-hora
Montagem: 18 X 10 X 10 = 1 800 homens-hora
Acabamento: 10 X 5 X 12 = 600 homens-hora

Portanto, a Produção Total de 60 fogões exigiu 3.840 + 1.800 +


600 = 6 240 homens-hora; logo, a produtividade pode ser expressa:
6.240 : 60 = 104 homens-hora por fogão; pode-se interpretar, então,
que 104 homens fazem 1 fogão em 1 hora ou que 1 homem demora
104 horas para fazer um fogão, ou, ainda, que 60 : 6 240 = 0,0096
fogões por homem-hora, o que significa que 0,0096 é a fração de
fogão que é feita por 1 homem em 1 hora.
Se após um intervalo de tempo fizermos novo cálculo e notar-
mos que o número de homens-hora aumentou ou que a fração de
fogão produzida diminuiu, isto indica que a PRODUTIVIDADE DA
EMPRESA DECAIU.
A produtividade é obtida pelo quociente entre a unidade estatísti-
ca composta e a outra unidade envolvida, ou vice-versa.

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Estatística
Unidade 1

Exemplos:

a) homens-hora/geladeira
b) geladeira/homens-hora
c) reais/poltronas-sessão
d) peças/operário-dia

EXEMPLOS-SÉRIE 1

1. (KHALIL/2012). Um navio com 50000 toneladas foi descarregado


por 16 homens, trabalhando cada um durante 6 dias de 8 horas.
Determinar a produtividade do porto.

Resolução:
16 x 6 x 8 = 768
Produtividade: 50000/768
Resposta: 65,1 toneladas por homem-hora

2. (KHALIL/2012). Uma fábrica de fogões para produzir 100 unida-


des utiliza em suas duas etapas de operações os seguintes fun-
cionários:

1.ª etapa: 12 homens trabalhando durante 8 dias de 8 horas.


2.ª etapa: 7 homens trabalhando durante 6 dias de 6 horas.
Determinar a produtividade da empresa.

Resolução:
12 x 8 x 8 = 768
7 x 6 x 6 = 252 768 + 252 = 1020
produtividade da empresa: 1020/100 = 10,2
10,2 homens-hora por fogão

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Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

3. A rotina de uma transportadora é descrita como: 12 caminhões di-


ários num percurso de 36 km cada; 6 outros, três vezes por sema-
na, num percurso de 54 km cada e mais 3, aos domingos, numa
distância de 86 km cada. Exprimir estes dados em caminhões-km
por dia, considerando o período de uma semana.

Resolução:
Caminhões-km por semana: 12x36x7 + 6x54x3 + 3x86 = 4254
4254/7= 607,71 caminhões-km por dia:

4. Um caminhoneiro, durante um mês, transportou para a cidade A,


distante 30 km, 1230 toneladas; para a cidade B, distante 70 km,
7.860 toneladas, e para a cidade C, distante 210 km, 9.650 tone-
ladas. Como o faturamento do caminhoneiroa receita da empresa
desse mês foi $ 20.176.992,00, calcular o preço cobrado por 1
tonelada-km.

Resolução:
1230x30 + 7860x70 + 9650x210 = 2613,600 Tonelada-km
20.176.992/2.613.600 = $ 7,72 por 1 tonelada-km.

5. (Adaptado de KHALIL/2012). Numa empresa A uma carga de


25.000 toneladas, foi descarregada por 20 homens, trabalhando
6 dias, na base de 10 horas por dia. Numa empresa B, 80% da
carga da empresa A, foi descarregada por 8 operários, trabalhan-
do 10 dias, na base de 12 horas. Qual dos dois portos apresenta
maior produtividade?

Porto A:
20 x 6 x 10 = 1200 homens-hora

Produtividade:
25.000/1200 = 20000 = 20,83 toneladas por homem-hora

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Estatística
Unidade 1

Porto B:
8x 10 x 12 = 960 homens hora

Produtividade:
25.000 x 0,8 = 20000
20000/960 = 20,83 toneladas por homem-hora

Resposta : Empresa A e B têm a mesma produtividade

6. (Adaptado de KHALIL/2012). Numa cidade havia um teatro cuja


lotação era de 600 poltronas; fazia 3 sessões por dia e a sua
receita média semana era de $14.000,00. Feita uma reforma con-
veniente, foram instaladas mais 100 poltronas, e ele passou a rea-
lizar 4 sessões diárias e 5 aos domingos. A venda média semanal
de ingressos passou para $ 22.000,00. A produtividade melhorou
ou piorou?

Antes:
600 x 3 x 7 = 12600 poltronas
14000/12600 = $ 1,11 por poltrona-sessão

Links recomendados
Depois:
Qual a diferença entre porcentagem
e percentagem? 700 x 4 x 6 + 700 x 5 = 20300 poltronas
<http://revistaescola.abril.com.br/lingua-
22.000/20300 = $ 1,08 por poltrona-sessão
-portuguesa/fundamentos/qual-diferen-
ca-porcentagem-percentagem-502947.
shtml>
Resposta: A produtividade piorou.

PORCENTAGEM

Razão entre uma parte e o todo (dividido em 100 partes iguais).

Total ― 100%
Parte ― x%

22
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

Porcentagens são utilizadas em inúmeras situações, dependendo


do que se queira estudar.
Exemplo: Custo mensal dos produtos A e B

PRODUTO A PRODUTO B

Despesas Valores ($) % Valores ($) %

Mão-de-obra 1.120,00 44,8 2.280,00 28,5

Matéria-prima 720,00 28,8 2.600,00 32,5

Despesas Gerais 320,00 12,8 1.360,00 17,0

Propaganda 340,00 13,6 1.760,00 22,0

TOTAL 2.500,00 100,0 8.000,00 100,0

 Total → 100% parcela


 ∴ porcentagem = ⋅100
 Parcela → x% total

Ventilador A Ventilador B

1 120 2 280
MO = ⋅ 100 = 44,8% MO = ⋅ 100 = 28,5%
2 500 8 000
720 2 600
MP = ⋅ 100 = 28,8% MP = ⋅ 100 = 32,5%
2 500 8 000
320 1 360
DG = ⋅ 100 = 12,8% DG = ⋅ 100 = 17,0%
2 500 8 000
340 1 760
Prop. = ⋅ 100 = 22,0% Prop. = ⋅ 100 = 22,0%
2 500 8 000

Total.......................... 100,0 Total.......................... 100,0

Diante de tais porcentagens, verifica-se o comportamento mensal


de custos dos produtos e assim com­para-se os custos do produto A
e os custos do produto B.

A. Quando se quiser acompanhar a evolução de um fato ao longo


do tempo, deve-se estabelecer um período (ano, mês, dia), uma
produção, uma renda etc. como sendo a base, sendo ela consi-
derada como 100%. Portanto, a escolha da base a qual os dados

23
Estatística
Unidade 1

serão comparados é fundamental, pois, se uma base for de valor


pequeno, todos os valores a ela comparados darão resultados
altos, enquanto que, se escolhermos uma base excessivamente
alta, todos os valores a ela comparados apresentarão resultados
baixos. Em todo caso, deve-se escolher como base o dado con-
siderado mais normal.

Ex.: Produção em quantidade da Indústria “MAC” Ano 1980 (100%)

VARIAÇÃO
ANOS PERCENTUAL COM
PRODUÇÃO (Q) ANO-BASE 1980
RELAÇÃO À BASE
(80)

80 3200 100,0 —

81 3600 112,5 +12,5

82 3360 105,0 + 5,0

83 3360 105,0 + 5,0

84 3200 100,0 0,0

85 2800 87,5 -12,5

86 3440 107,5 +7,5

 Base → 100% Valores


 ∴ Porcentagem = ⋅ 100
 Valores → X% Base
3 200
80 → ⋅ 100 = 100,0%
3 200
3 600
81 → ⋅ 100 = 112,5%
3 200
3 360
82 → ⋅ 100 = 105,0% e assim sucessivamente
3 200

24
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

Pode-se considerar uma base móvel, isto é, uma base que se mo-
difique para cada dado, assim sendo, cada novo dado sempre será
relacionado com o dado anterior. Teríamos, então:

Ex.: Produção em quantidades da Indústria “MAC” (Base Móvel)


VARIAÇÕES % COM
ANOS PRODUÇÃO (T) BASE MÓVEL
RELAÇÃO À BASE

80 3.200 - -

81 3.600 112,5 12,5

83 3.360 93,3 -6,7

83 3.360 100,0 0,0

84 3.200 95,2 -4,8

85 2.800 87,5 -12,5

86 3.440 122,9 22,9

3 600
81 → ⋅ 100 = 112,5%
3 200
3 360
82 → ⋅ 100 = 93,3%
3 600
3 360
83 → ⋅ 100 = 100,0%
3 360
3 200
84 → ⋅ 100 = 95,2%
3 360
2 800
85 → ⋅ 100 = 87,5%
3 200
3 440
86 → ⋅ 100 = 122,9%
2 800

A utilização das porcentagens nos cálculos é bastante fácil e mui-


to difundida, porém convém salientar que, muitas vezes, as pessoas
se enganam na sua interpretação. Assim:

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Estatística
Unidade 1

Exemplo a — O preço de determinada mercadoria era R$ 10,80


em junho e em novembro passou a ser R$ 1,20, determinada revista
noticiou que houve uma diminuição de 800% no preço da mercado-
ria. Na sua opinião a notícia está certa ou errada?
Resposta: A notícia está errada, pois nada diminui em mais de
100%, uma vez que, se diminuir 100%, já não resta mais nada. O
erro está no fato de a revista ter considerado como base o preço
final de novembro como 100%. Assim:
1,20 → 100 
 x = 900%
10,80 → x 

∴ 900 - 100 = 800% de diminuição

Para evitar tal equívoco devemos sempre levar em consideração,


como base, o dado inicial, neste caso, o preço de $ 10,80.

10,80 → 100 
 x = 11,11%
1,20 → x 
100 - 11,11 = 88,89% de diminuição

Exemplo b — Numa região ocorreram 400 acidentes de automó-


veis, sendo que em apenas 120 deles os carros eram dirigidos por
mulheres. Podemos então concluir que as mulheres são mais cuida-
dosas e seguras ao volante do que os homens?
Resposta: Não podemos concluir nada, pois não sabemos a pro-
porção de homens e mulheres que dirigem. Por exemplo: Pode haver
uma única mulher ou um único homem responsável pelos acidentes
— o erro está em comparar números absolutos, desprezando as
porcentagens.

Exemplo c — A produção do artigo A foi, em 1990, igual a 72% do


total fabricado, enquanto que atualmente (1998) ela atinge apenas
34% do total. Podemos dizer que a produção do artigo A aumentou,
diminuiu ou permaneceu a mesma?
Resposta: Não podemos afirmar se aumentou, diminuiu ou perma-
neceu a mesma, pois não sabemos qual a produção total de 1990
e 1998. Houve uma diminuição relativa com referência à produção

26
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

total, o que absolutamente não significa diminuição absoluta. Aqui o


erro está em fazermos comparações apenas utilizando as porcenta-
gens, esquecendo-nos dos valores absolutos.

Exemplo d — Em uma cidade 12% dos motoristas são mulheres,


entretanto apenas 5% das infrações de trânsito são a elas devidas.
Agora podemos afirmar que as mulheres são melhores motoristas
do que os homens?
Resposta: Supondo igualdade de condições, isto é, que homens
e mulheres permanecem dirigindo o mesmo número de horas,
sim, podemos afirmar que elas são melhores motoristas. Porém,
como, na prática, o número de horas que um homem permanece
ao volante é maior do que para as mulheres, mesmo porque nos
ônibus, caminhões, etc., a preferência é pelos motoristas homens,
não podemos afirmar se elas são ou não melhores motoristas, sem
conhecermos tais valores.

EXEMPLOS-SÉRIE 2
1. Analisar a estrutura do fato abaixo, utilizando porcentagens.
ESPECIFICAÇÃO DESPESA DA FAMÍLIA X DESPESA DA FAMÍLIA Y

Alimentação 5.600 1.140

Vestuário 1.600 680

Habitação 3.600 1.300

Outras despesas 1.700 880

TOTAL 12.500 4.000

27
Estatística
Unidade 1

Resolução
DESPESA DA DESPESA DA
ESPECIFICAÇÃO % %
FAMÍLIA X FAMÍLIA Y

Alimentação 5.600 44,8 1.140 28,5

Vestuário 1.600 12,8 680 17

Habitação 3.600 28,8 1.300 32,5

Outras despesas 1.700 13,6 880 22

TOTAL 12.500 100 4.000 100

2. Acompanhar a evolução da produção da empresa A, utilizando


porcentagens:
Produção Empresa “A” - 80/86
ANOS 80 81 82 83 84 85 86

Prod. 40046 42549 42834 44629 38065 40127 46316

a. considerando como base o ano de 1980;


ANOS 80 81 82 83 84 85 86

Prod. 40046 42549 42834 44629 38065 40127 46316

Base Móvel - 106,25 106,96 111,44 95,05 100,20 115,66

Var % 80 - 6,25 6,96 11,44 -4,95 0,2 15,66

b. considerando como base o ano anterior.

ANOS 80 81 82 83 84 85 86

Prod. 40046 42549 42834 44629 38065 40127 46316

Base Móvel - 106,25 100,67 104,19 85,29 105,42 115,42

Var % 80 - 6,25 0,67 4,19 -14,71 5,42 15,42

28
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

3. Em uma loja, as vendas de determinado produto, durante uma


semana, são:
DIAS UNIDADES

2ª 47

3ª 32

4ª 58

5ª 66

6ª 30

Sáb. 47

Pede-se descrever, percentualmente:


a. vendas diárias em relação ao total da semana:
DIAS UNIDADES %

2ª 47 16,7857

3ª 32 11,4286

4ª 58 20,7143

5ª 66 23,5714

6ª 30 10,7143

Sáb. 47 16,7857

Total 280 100

b. Qual o desenvolvimento das vendas com relação a 50 unidades


(venda considerada base pela empresa)?
DIAS UNIDADES % (50 UNIDADES) VAR %

2ª 47 94 -6

3ª 32 64 -36

4ª 58 116 16

5ª 66 132 32

6ª 30 60 -40

Sáb. 47 94 -6

29
Estatística
Unidade 1

c. Qual o desenvolvimento das vendas de um dia para o outro?


DIAS UNIDADES % (50 UNIDADES) VAR %

2ª 47 - -

3ª 32 68,09 - 31,91

4ª 58 181,25 81,25

5ª 66 113,79 13,79

6ª 30 45,45 - 54,55

Sáb. 47 156,67 - 56,67

4. (NOMELINI, 2009, p. 15). Um inspetor de qualidade de uma em-


presa verificou que existiam 12 peças estragadas, representando
15% do total das peças examinadas.

Queremos saber quantas peças foram examinadas.

12/ 0,15 = 80 peças examinadas

5. Adquiri um item oferecendo 28% de entrada e o remanescente em


3 pagamentos de $ 120,00 e um de $ 144,00. Qual o valor do item?

3x120 + 144 = 504 é 72%


504/ 0,72 = R$ 700,00 preço do ìtem

6. Qual é o número que, aumentado de 13%, vale 1.356?

1356/1,13 = R$ 1200,00

7. Uma indústria vende malhas de sua fabricação com 10% de lu-


cro, o varejista revende-as por $ 52,80, ganhando 20% sobre o
custo. Quanto custa cada malha para o industrial?

52,80/1,2 = 44,00

30
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

44,00/1,1 = R$ 40,00 (custo de cada malha)

8. Qual é o preço de um objeto cujo desconto de 17% corresponde


a $34,00?

34/ 0,17 = R$ 200,00 (preço do objeto)

9. João fez uma compra com 20% de desconto, pagando por uma
mercadoria R$ 56,00 a menos. Quanto João pagou pelo produto?

56 / 0,2 = R$ 280,00
R$ 280,00 x 0,8 = R$ 224,00 (quanto gastou pelo produto)

10. O preço de capa de um livro é R$ 40,00, e é vendido numa


livraria com 25% de lucro, sobre o preço da capa. Para obter lucro
de R$ 1780,00, quantos livros deve a livraria vender?

40 x 1,25 = 50 lucro : 50,00 – 40,00 = R$ 10,00


1780 / 10 = 178 livros

11. Um relógio adquirido por $ 200,00 foi vendido com 20% de lucro
sobre o preço de venda. Qual foi o lucro em reais?

PV = PC + L
PV = 200 + 0,2.PV
PV – 0,2PV = 200
0,8.PV= 200
PV = 200/0,8 = 250,00
Lucro: 250 – 200 = 50,00

31
Estatística
Unidade 1

12. Um fabricante ganha 10% sobre uma mercadoria; um ven-


dedor ganha 15% sobre a venda ao varejista, esse ganha 12%
vendendo-a ao consumidor. Qual a porcentagem de aumento no
preço da mercadoria desde o fabricante até o consumidor?

1,1 x 1,15 x 1,12 = 1,4168


(1,4168 -1) x 100 = 41,68%

13. Um desconto de 10% seguido de um desconto de 20% equi-


vale a um só desconto de quanto?

0,9 x 0,8 = 0,72


1-0,72 = 0,28 = 28% de desconto

14. Um comerciante adquiriu um lote de 300 brinquedos pelo pre-


ço unitário de $ 600,00. Vendeu 2/5 a $ 870,00 cada um e o res-
tante a $720,00 cada um. Calcular a porcentagem de lucro.

300 x 600 = 180.000,00


2/5 de 300 = 120 120 x 870 = 104.400,00
3/5 de 300 = 180 180 x 720 = 129.600,00
104.400,00 + 129.600,00 = 234.000,00
234.000/ 180.000 = 1,3
1,3 – 1 = 0,3 = 30% de lucro

32
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

15. Numa pesquisa sobre certa doença, um pesquisador A en-


controu 2.200 casos em 3.200 doentes, e outro pesquisador B,
45 casos em 60 doentes. Qual dos dois pesquisadores encon-
trou maior porcentagem de incidência e qual dos dois apresenta
maior garantia?

2200/3200 = 0,6875 = 68,75% incidência


45/60 = 0,75 = 75% incidência

Maior incidência B (75%); maior garantia A, pois pesquisou maior


número de casos.

ÍNDICES, COEFICIENTES E TAXAS

Servem para fazer comparações entre duas grandezas.

ÍNDICE

Serve para comparar duas grandezas independentes.


Exemplos:

peso( kg )
IMC =
( altura(cm)) 2

População
Densidade Demográfica =
sup erfície

COEFICIENTE

Serve para comparar duas grandezas sendo que uma está conti-
da na outra.

33
Estatística
Unidade 1

Exemplo:

nascidos
Coeficiente de Natalidade =
população

númerodeaprovados
Coeficiente de aproveitamento escolar =
totaldealunos

TAXA

A fim de se compreender o resultado do coeficiente multiplicamos


o resultado por 10n (10,100,100,1000, etc.).
Taxa = coeficiente X 10n

Ex: Número de óbitos = 72540 População total = 640 000

72540
Coeficiente de Mortalidade = = 0,113
640000

O resultado indica que o coeficiente de mortalidade é de 0,113,


o que significa 0,113 óbito por habitante. Porém, se multiplicarmos
por 1000, teremos a taxa de mortalidade, de melhor compreensão.

Taxa de mortalidade = 0,113 X 1 000 = 113%


113 por mil, o que significa que tivemos 113 óbitos para cada 1
000 habitantes.

EXEMPLOS – SÉRIE 3
1. Considerando que em uma região há:

População = 1.784.327 habitantes


Superfície = 137.420 km2
Nascimentos em 1 ano = 42.327 nascidos vivos
Mortes em 1 ano =16 230 óbitos
Calcular:

34
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

a. Coeficiente de natalidade e taxa de natalidade (por l.000 hab.).

42327/1784327 = 0,02372 índice de natalidade

0,02372 x 1000 = 23,72%o taxa de natalidade

b. Coeficiente de mortalidade e taxa de mortalidade (por l0.000


hab.).

16230/1784327 = 0,00910 coeficiente de mortalidade

0,00910 x 10000 = 91

c. Índice da densidade demográfica.

1784327/137420 = 12,9845 hab/km2

2. Um instituto assistencial em 1980 atendia 500 internos com uma


verba de $ 200.000,00. Em 1985, os internos subiram para 20%,
enquanto que a verba subiu em 50%. Conhecendo-se que o cus-
to de vida, pela desvalorização da moeda, acresceu em 40% no
mesmo período, questiona-se se a circunstância financeira do
instituto, por interno atendido, melhorou ou piorou?

Em 1980
200.000/500 = $400,00 por interno + 40% = R$ 560,00

Em 1985
500 x 1,2 = 600 internos
200.000,00 x 1,5 = 300.000,00
300.000,00/600 = R$ 500,00 por interno

35
Estatística
Unidade 1

Conclusão: Era para receber R$ 560,00 mas recebeu somente R$


Você sabia ? 500,00
Permilagem é a fração cujo A situação da entidade piorou em $60,00 por atendido.
denominador é mil. Bastante
utilizado no cálculo de taxa
de natalidade e mortalidade
que significa a cada mil.

TABULAÇÃO

Depois de realizada a coleta e apuração dos dados é necessário


apresentar os dados. Essa apresentação é comumente apresenta-
da através de gráficos e tabelas. As tabelas devem ter o mínimo de
dados com o máximo de esclarecimentos possíveis.

ESTRUTURAÇÃO

Uma tabela e mesmo um gráfico podem ser decompostos em 3


partes: Cabeçalho, Corpo e Rodapé.

Cabeçalho
É a apresentação do que a tabela está representando, então deve
conter o suficiente para que sejam respondidas as seguintes ques-
tões: O QUÊ? (referente ao fato), ONDE? (relativo ao lugar), QUAN-
DO? (correspondente ao tempo).

Exemplo: Acidentes na Via Dutra em 2014.


O quê? — (fato): Acidentes
Onde? — (lugar): Via Dutra
Quando? - (tempo): 2014

Corpo

36
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

É representado por colunas e subcolunas em série, pelas quais


são colocados os dados apurados. Segundo o corpo, as tabelas
podem ser: de Entradas Simples, de Dupla Entrada e de Múltipla
Entrada.

Exemplo: Entrada Simples

Tabela 1 - Previsão da população para a cidade de São Paulo - 1984-2020

ANOS POPULAÇÃO (1OOO HAB.)*

1984 9.439

1990 11.160

1995 12.224

2000 13.410

2010 14.910

2020 15.532

(*) Hipótese de crescimento baixo


(Fev. 83)

Fonte: Silva, 2016, p. 9

Exemplo: Entrada Dupla

Tabela 2 - Contingente Operacional da Empresa X — 2.000

SEXO / HOMENS MULHERES TOTAL


TIPO

Maiores 60 30 90

Menores 40 10 50

Total 100 40 140

Fonte: Departamento de Relações Industriais.2

2 Disponível em: < www.bsinfor.xpg.com.br/aula_2.doc>. Acesso em: 8 mar. 2016.

37
Estatística
Unidade 1

Exemplo: Entrada Múltipla


Tabela 3 - População presente, segundo as Grandes Regiões e Unidades da
Federação — 1940 – 1980.

GRANDES POPULAÇÃO PRESENTE


REGIÕES E
UNIDADES
DA 01/09/1940 01/07/1950 01/09/19601 01/09/19701 01/09/19801-2
FEDERAÇÃO

BRASIL 41.236.315 51.944.397 70.070.457 93.139.037 119.070.865

NORTE 1.462.420 1.844.655 2.561.782 3.603.860 5.885.536

Rondônia 36.935 69.792 111.064 490.153

Acre 79.768 114.755 158.184 215.299 302.662

Amazonas 438.008 514.099 708.459 955.235 1.427.784

Roraima 18.116 28.304 40.885 79.407

Pará 944.644 1.123.273 1.529.293 2.167.018 3.410.088

Amapá 37.477 67.750 114.359 175.442

NORDESTE 14.434.080 17.973.413 22.181.880 28.111.927 34.855.469

Maranhão 1.235.169 1.583.248 2.469.447 2.992.686 4.000.083

Piauí 817.601 1.045.696 1.242.136 1.680.573 2.138.790

Ceará 2.091.032 2.695.450 3.296.366 4.361.603 5.297.750

Rio Grande do
768.018 967.921 1.145.502 1.550.244 1.901.745
Norte
Paraíba 1.422.282 1.713.259 2.000.851 2.382.617 2.769.521

Pernambuco 2.688.240 3.395.185 4.095.379 5.160.640 6.147.080

Alagoas 951.300 1.093.137 1.258.107 1.588.109 1.989.703

Fernando de
581 1.389 1.241 1.323
Noronha
Sergipe 542.326 644.361 752.256 900.744 1.136.951

Bahia 3.918.112 4.834.575 5.920.447 7.493.470 9.472.523

38
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

SUDESTE 18.345.831 22.548.494 30.630.728 39.853.498 51.746.318

Minas Gerais 6.763.368 7.782.188 9.657.738 11.487.415 13.389.605

Espírito Santo 790.149 957.238 1.170.858 1.599.333 2.019.877

Rio de Janeiro 1.847.857 2.297.194 3.363.038 4.742.884 11.300.665

Guanabara 1.764.141 2.377.451 3.247.710 4.251.918

São Paulo 7.180.316 9.134.423 12.809.231 17.771.948 25.036.171

SUL 5.735.305 7.840.870 11.753.075 16.496.493 19.038.935

Paraná 1.236.276 2.115.547 4.268.239 6.929.868 7.629.405

Santa
1.178.340 1.560.502 2.118.116 2.901.734 3.631.368
Catarina
Rio Grande do
3.320.689 4.164.821 5.366.720 6.664.891 7.778.162
Sul

CENTRO-
1.258.679 1.736.965 2.942.992 5.073.259 7.544.607
OESTE
Mato Grosso
1.367.197
do Sul
Mato Grosso 432.265 522.044 889.539 1.597.090 1.138.866

Goiás 826.414 1.214.921 1.913.289 2.938.677 3.864.629

Distrito
140.164 537.492 1.173.915
Federal
Fonte: IBGE. Diretoria Técnica, Departamento de Censo Demográfico3
1
População residente
2
Resultados preliminares da publicação “Tabulações Avançadas
do Censo Demográfico”
Baseados em uma amostra probabilística, de fração um pouco
inferior a 1% dapopulação e dos domicílios recenseados.

3 Disponível em: < www.bsinfor.xpg.com.br/aula_2.doc>. Acesso em: 8 mar. 2016.


39
Estatística
Unidade 1

Rodapé
No rodapé se coloca todas as informações para esclarecer a inter-
pretação da tabela, e em geral, onde se coloca a fonte dos dados.

Séries Estatísticas
Séries nas quais as tabelas estatísticas apresentam um critério
distinto que as especifica e diferencia. São exemplos:

a. Séries cronológicas
b. Séries específicas
c. Séries geográficas
d. Séries conjugadas

Séries cronológicas
“Ou temporais, pois o tempo é variável, enquanto que o local e o
fato permanecem fixos” (SANTOS, 2004, p. 11).

Tabela 4 - Evolução da demanda de vestibulandos para o 3.º grau (Brasil –


1978/82).

ANOS INSCRITOS

1978 1.250.537

1979 1.559.094

1980 1.803.567

1981 1.735.457

1982 1.689.249

Fonte: COOE INF/SESU/Ministério da Educação4

Séries geográficas
“Ou de localização, onde o local é a variável, enquanto que o tem-
po e o fato permanecem constantes” (SANTOS, 2004, p. 11).

4 Disponível em: < www.bsinfor.xpg.com.br/aula_2.doc>. Acesso em: 8 mar. 2016.


40
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

Tabela 5 - Número de emissoras de rádio nas grandes regiões do Brasil –


1980

GRANDES REGIÕES QUANTIDADE

Norte 43

Nordeste 215

Sudeste 517

Sul 403

Centro-Oeste 85

Brasil 1.263

Fonte: SEEC-ME/IBGE

Séries específicas
“Ou de qualidade, apresentam o local e o tempo constantes, en-
quanto que o fato é que varia” (SANTOS, 2004, p. 11).

Tabela 6 - Matrículas no ensino de 3º grau no Brasil – 1983 (Ciclo Básico)

ÁREAS DE ENSINO MATRÍCULAS

Ciências Biológicas e Profissões de Saúde 180.176

Ciências Exatas e Tecnológicas 334.694

Ciências Agrárias 38.181

Ciências Humanas 761.367

Letras 94.618

Artes 24.612

Básico 5.344

Fonte: Serviço Estatística da Educação e Cultura/IBGE5

Séries Conjugadas
Ou mistas, quando ocorre a combinação entre as séries cro-
nológicas, geográficas e específicas, já que podem variar o fato,
o lugar e o tempo.

5 Idem

41
Estatística
Unidade 1

Tabela 7 - Instituições
de Ensino Superior por
Natureza e Dependência
Administrativa – BRASIL –
1970/82
Fonte: SEEC/MEC6

REFERÊNCIAS

DUGÉ DE BERNOUVILLE, Léo. Initiation l’ analise statistique. Paris:


Librairie Générale de Droit ET de Jurisprudence, 1939.

KHALIL. DISCIPLINA: Estatística e Probabilidade. TÓPICO: Unidades


Estatísticas e Unidades Estatísticas Compostas: Faculdade Carlos
Drummond de Andrade, 2012. Disponível em:<https://contadm.files.
wordpress.com/2012/02/unidades_estatc3adsticas.doc>. Acesso em:
8 mar. 2016.

MARTINS, Gilberto de Andrade; DONAIRE, Denis. Princípios de


Estatística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Princípios de Estatística. São Paulo:


Editora Atlas, 1979.

6 Disponível em: <www.bsinfor.xpg.com.br/aula_2.doc>. Acesso em: 8 mar. 2016.


42
Conceitos Básicos em Estatística
Unidade 1

NOMELINI, Quintiliano Siqueira Schroden. Estatística. Universidade


Federal de Uberlândia, Campus do Pontal, Minas Gerais: Agosto/2009.
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