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DIREITO ECONÔMICO

Relação entre Direito e Economia

 Bens regulados pelo direito econômico – bens econômicos;


 Economia – ciência da escassez;
 O Direito Econômico normatiza a economia no país.

O direito possui a capacidade de reconhecer a escassez de determinados bens para


regula-los, como também pode transformar os bens escassos, os tornando mais econômicos.

Sistemas Econômicos

Organização de uma Sociedade para reconhecer a escassez.

Constitui todo tipo de atividade realizada em um Estado ou País, conjunto de Instituições


no qual uma sociedade visa sanar o problema da escassez.

Problemas econômicos fundamentais:

 Quem produz?
 Para quem se produz?
 Como se produz?

A forma de se organizar o processo produtivo varia de acordo com cada sociedade.

Obs.:

 Necessidades: primárias/naturais, secundárias (depende do contexto), coletivas;


 Bens livres (não econômicos); Bens econômicos;
 Bens de consumo (apto a ser utilizado);
 Bens de produção;
 Bens complementares (a demanda de um cria a demanda de outro); ex.: carro –
combustível;

Tipos de Sistemas Econômicos

1. Sistema econômico de autoridade ou sistema socialista:


 Propriedade pública ou fatores de produção;
 Órgão central Estatal responsável por resolver problemas econômicos;
 Nivelamento de salários;
 Não existe livre iniciativa;
 Não há classes sociais;
2. Sistema econômico de autonomia ou capitalista:
 Propriedade privada dos fatores de produção;
 Livre iniciativa.
 Liberdade de contratar;
 Lucro;
 Existência de Classes sociais;
3. Sistema econômico de tradição.
 Foi incorporado ao sistema capitalista.

Ação do Estado na Economia

Pilares do Sistema Capitalista:

Lucro, liberdade de contratar, propriedade privada, fatores de produção (recursos naturais,


capital, mão de obra).

*O Estado não assume o papel da iniciativa privada.

Art. 173, CRFB/1988:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da


sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela


sociedade;

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,


inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários;

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e


alienações, observados os princípios da administração pública;

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de


administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade


dos administradores.

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não


poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado


e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação
dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos
lucros.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da


pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às
punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a
ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Intervenção direta do Estado na Economia

O Estado de forma excepcional participará como agente econômico.

Modalidades:

a) Intervenção Direta por absorção:

O Estado elimina a participação dos particulares em determinados mercados; o Estado chama


para si a responsabilidade; há um interesse nacional para a intervenção; o monopólio é do Estado
(petróleo);

b) Intervenção direta por participação:

Art. 173, § 3º, CF: “A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.”

Neste caso, o Estado atua em conjunto com os particulares em mercados tipicamente


particulares.

Intervenção Indireta do Estado na Economia

O Estado, neste caso, funciona como agente fiscalizador e incentivador da atividade econômica.

Modalidades:

a) Intervenção indireta por indução:

Manejo de determinadas ferramentas econômicas, instrumento de política fiscal, monetária, para


alcançar determinados objetivos em determinados mercados.

Institui uma política monetária e fiscal, para induzir determinado comportamento; induz um
comportamento através de tributos, para um fim; através da indução controla o poder de compra;

Ex.: redução de IPI em 2008 na crise de exportação – concessão de créditos para venda dos
veículos no mercado nacional, a fim de acabar com a crise;

b) Intervenção indireta por direção:


O Estado estabelece o comportamento não deixando alternativa ao agente econômico; o Estado
cria o comportamento – ou faz ou sai do mercado;

Mercado:

a) Concorrência perfeita – grande número de particulares (vendedores/compradores);


b) Concorrência imperfeita – um dos participantes tem poder suficiente para influenciar a
oferta de determinado produto no mercado;

Obs.: O Estado precisa intervir na economia a fim de mitigar falhas no sistema capitalista. O
Estado só vai assumir o pape de interventor econômico em casos excepcionais, conforme art.
173CF;

Direito Econômico

Disciplina as formas de interferência do Estado no processo de geração de rendas e riquezas da


nação, com o fim de direcionar e conduzir a economia à realização e ao alcance de objetivos e
metas socialmente desejáveis. (Intervenção do Estado como função social)

 Ramo autônomo do direito;


 Art. 24, I, CRFB/1988;

Sujeitos (agentes econômicos – participam do mercado dentro da economia):

1. Estado (agente normatizador);


2. Indivíduos (ex.: ao ofertar a mão de obra no mercado de fatores de produção);
3. Empresas;
4. Coletividade;

Fontes Principais:

 Constituição Federal
 Lei 8.884/1994.

Relação com os demais ramos do direito:

Constitucional, Tributário, Administrativo, Penal, Processual Civil, Empresarial, Internacional,


Ambiental.
Princípios Gerais da Atividade Econômica

Fundamento legal: art.170, 218 e 219, CRFB/1988.

1. Soberania Nacional

Independência econômica; as decisões tomadas devem representar a vontade do Estado


nacional;

2. Propriedade Privada

Não é restrita (ex.: desapropriação); reconhecimento dos direitos inerentes ao domínio da coisa,
objeto de exploração e organização de agentes econômicos.

3. Função social da propriedade

Função limitadores da propriedade privada sobre os bens.

4. Livre concorrência

A ordem econômica requer um mercado competitivo, explorado pelo maior número de agentes
possível.

5. Defesa do consumidor

Sistema de proteção do consumidor nas relações de consumo. Lei 8.078/1990.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na


livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional


de pequeno porte.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade


econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos
casos previstos em lei.
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de


modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da
população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da


inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, a
constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a
criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia.

6. Defesa do Meio Ambiente

As políticas públicas voltadas para o Meio Ambiente devem ser observadas como ferramentas
para gestão consciente dos recursos naturais, e não inibidoras do crescimento.

Art. 225 CF/88

7. Princípio da redução das desigualdades sociais regionais

Art. 3º, III.

 Erradicação da pobreza e da marginalização.


 Busca por existência digna.
 Cabe ao estado planejar e buscar soluções para redução da desigualdade.

8. Princípio da busca do pleno emprego

Preconiza o máximo aproveitamento do capital, mão-de-obra, matéria prima, tecnologia da


produção de bens e serviços.

9. Tratamento favorecido a empresas de pequeno porte.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC

Constitui o conjunto de órgãos governamentais responsável pela promoção da economia


competitiva no Brasil, por meio da prevenção e da pressão de ações que possam limitar ou
prejudicar a livre concorrência.

Lei 1.259/2011

 CADE – Conselho administrativo de defesa econômica; função de julgamento e instrução


de processos;
 SEAE – função de prevenção, difusão da cultura da concorrência; ação preventiva,
repressiva e educativa.

Sistema Financeiro Nacional

Conjunto de órgãos e instituições responsáveis pela gestão da política monetária do governo


federal.

Entidades normativas

Responsáveis pela definição das políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro.

 CMN – Conselho Monetário Nacional


 CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados
 Conselho Nacional de Previdência Complementar

Entidades Supervisoras

Assumem funções executivas como fiscalização das instituições sob sua responsabilidade, assim
como funções normativas.

 Banco Central do Brasil


 Comissão de Valores Monetários
 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
 Previc – Superintendência Nacional de Seguros Complementar

Entidades Operadoras

São responsáveis pela intermediação de recursos entre poupadores e tomadores, ou pela


prestação de serviços.

 Banco do Brasil
 Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social BNDES
 Caixa Econômica Federal

Demais Entidades Operadoras:

 Bancos Comerciais
 Bolsa de Valores

Dumping – prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país, venderem
produtos ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo, para outro país,
para tentar constituir mercado.

Holding – empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas, centralizando
controle sobre elas.

Joint Venture – acordo entre duas ou mais empresas que estabelece alianças estratégicas por
um objetivo comercial comum.
Truste – fusão de várias empresas de modo a formar um monopólio com o intuito de dominar
determinada oferta de produtos e serviços.

Monopólios da União – art. 177, CF.

*** Com relação a ordem Constitucional permitida no Brasil, assinale a correta:

a) Dumping constitui prática permitida no Brasil.


b) Em relação ao meio ambiente, a CF privilegia o sistema capitalista no que diz respeito as
atividades econômicas, ainda que as mesmas sejam nocivas.
c) O Estado sempre será agente econômico em todos os segmentos do mercado.
d) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.
e) O princípio da livre iniciativa é entendido como fundamento exclusivo político, garantidor da
atividade econômica.

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