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RESUMO DE DIREITO ECONOMICO

UNIDADE I
Constituição Econômica: Conceito Tripartido do Art. 170:
Art. 170/CF: A ordem econômica, fundada (fundamentos) na valorização do trabalho humano
e na livre iniciativa, tem por fim (objetivos) assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

FUNDAMENTOS:
a) Livre Iniciativa (Art. 170 p.único/CRFB/88).: Fundamentos do STF para limitar a
Livre Iniciativa: Competência e Proporcionalidade.
b) Valorização do Trabalho Humano

OBJETIVOS:
a) Existência Digna e Justiça Social
Exemplos: A participação dos empregados em fatias de lucro da empresa.
PRINCÍPIOS GERAIS:
a) Princípio da Subsidiariedade
b) Soberania Nacional
c) Propriedade Privada
d) Função Social da Propriedade
e) Livre Concorrência
f) Defesa do Consumidor
g) Defesa do Meio Ambiente
h) Redução das Desigualdades Regionais e Sociais
i) Busca do Pleno Emprego
j) Tratamento Favorecido à Empresas Nacionais de Pequeno Porte: Art. 179 da CF. Lei
Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da ME e da EPP). Legislação
Extravagante específica. (Âmbito tributário, por exemplo).

Conflito Aparentemente Ideológico dos Princípios e Fundamentos:


o Modelo Liberal:
a) como “Fundamento”: Livre iniciativa

b) como “Princípios”: II – Propriedade privada; IV – Livre concorrência; no parágrafo único:


“É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente
dos órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.

o Modelo Socialista
a) como “Fundamentos”: valorização do trabalho humano existência digna, conforme os itames
da justiça social
b) como “Princípios”: III – função social da propriedade V – defesa do consumidor VII –
redução das desigualdades regionais e sociais VIII – busca do pleno emprego IX – (...)
tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e
que tenham sua sede e administração no País.

UNIDADE II
OBJETO DO DIREITO ECONÔMICO
Sistema de Normas Jurídicas de Conteúdo Econômico que visa:

a) Organização da Economia, definindo juridicamente o sistema e o regime econômico.


b) Condução da Economia pelo Estado.
c) Disciplinando as atividades desenvolvidas pelos agentes econômicos, regulando-a
ou fiscalizando-a.
d) Planejamento Econômico.
e) Sistematizar os ideais circunscritos nos artigos 170, 192 e 219 da CRFB/88.

Autonomia do Direito Econômico:

Normas e Princípios próprios de seu respectivo ordenamento jurídico. Princípios


próprios no Art. 170. Competência para Legislar no Art. 24, I.

Competência para Legislar sobre Direito Econômico:

Art. 24, I e Art. 22 da CFRB/88: Competência Concorrente Residual –


Art. 22 c/c 24, I.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

Estado Regulador de Iniciativa Dual:


Compreensão de que tanto o Estado quanto os agentes econômicos privados devem
interagir no mercado, seja por meio da exploração da atividade econômica, seja por
meio da normatização e regulação da atividade econômica.

INTERVENÇÃO DIRETA (NO DOMÍNIO ECONÔMICO):

Este modo de intervenção ocorre quando o Estado atua como se fosse um agente
econômico, assumindo ou participando da gestão ou do controle do capital de uma
unidade econômica que detenha o controle patrimonial dos meios de produção
(Classificação de EROS GRAU).
o Por Absorção: Quando o Estado não permitir o desenvolvimento de
idêntica atividade por outrem, está absorvendo aquele segmento econômico.
Haverá aí a monopolização da atividade. Como os monopólios são aspectos
negativos em um regime de mercado, tais posições de absorção devem ser
pautadas por uma legislação rígida que só as permita em casos extremos.
 Petróleo (Art. 177 da CF)
 Correios (ADPF 46 – Lei Postal 6538/78)
o Por Participação: Ocorre quando o Estado decide manter outros agentes
econômicos atuando no setor. Haverá então apenas uma participação do
Estado, e não uma absorção da atividade. Neste caso a legislação deve
ter em conta que o regime jurídico aplicável ao Estado deve mantê-lo em
pé de igualdade com os demais concorrentes privados, pois, caso
contrário, não haverá participação, mas concorrência desleal que
fatalmente descambará para o monopólio.
 Art. 173 (Princípio da Subsidiariedade)
 Art. 173, §2º da CF (Isonomia de Tratamento)
 Empresas Públicas (Decreto Lei 900/1969): A entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e
capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de
atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força
de contingência ou de conveniência administrativa podendo
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
 Sociedades de Economia Mista (Decreto Lei 900/1969): Entidade
dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei
para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à
União ou a entidade da Administração Indireta.
INTERVENÇÃO INDIRETA (SOBRE O DOMÍNIO ECONÔMICO):

Ocorre quando o Estado atua como emanador de normas com a função de ordenar o
processo produtivo, e não de participar diretamente nele. Não se restringe a uma
atividade legislativa, pois é mais abrangente. Engloba a atuação dos três Poderes. Neste
aspecto entendemos que o Estado pode agir através de leis, medidas provisórias,
portarias, circulares, entre outros. Abrangendo esta concepção, toda e qualquer forma
de expressão do poder normativo. Art. 173, §4ºda CF c/c Art. 174 da CF.

o Normas de Direção: Normas cogentes que não permitem outro


comportamento que não o previsto na norma. Neste caso, seu
descumprimento acarretará uma sanção jurídica. É o típico caso do
tabelamento de preços, que consiste na excepcional fixação e controle de
preços privados pelo Poder Público, visando garantir a proteção dos
consumidores na aquisição de bens e serviços por valores mais compatíveis
com a realidade econômica. (Remédios – Consulta de Preços ANVISA).
 Art. 41 do CDC: No caso de fornecimento de produtos ou de
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços,
os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais, sob pena de,
não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir, à
sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis.
o Normas de Indução: O Estado não determina procedimentos cogentes a
serem observados pelos agentes econômicos. Simplesmente o Estado
estimula ou desestimula determinadas atividades em detrimento de outras,
orientando os agentes econômicos no sentido de adotar aquelas opções que
se tornem economicamente mais vantajosas ou não. Não há sanção jurídica
pela não adoção da opção privilegiada pelo Estado, mas o agente econômico
não poderá usufruir das vantagens oferecidas, caso não as adote.

 - Redução de IPI
 - Aumento da Taxa de Juros – Crédito Habitacional

Sistemas e Modelos Econômicos


o Sistema Capitalista (Modelo Liberal): Garantia da Liberdade dos Agentes
nas tomadas de decisão. O regulador natural é o próprio mercado. Sistema de
Livre Mercado. Economia de Mercado. Garantia da Propriedade Privada
(Individual). Trabalho Assalariado como Base de Mão de Obra. Liberdade de
Concorrência.
o Sistema Socialista (Modelo Intervencionista): Propriedade Coletiva dos
meios de produção. Autoridade Estatal que centraliza e unifica a economia. O
resultado da exploração da atividade econômica é sempre dividido com todos
(remuneração do trabalho). Direito de propriedade limitado pela vontade do
Estado ou quase suprimido. Estatização e controle dos fatores de produção
e recursos econômicos por parte da classe trabalhadora. Visa a redução das
desigualdades sociais.
o Sistema Capitalista Neoliberal – Estado Regulador: Intervenção pontual do
Estado de forma a coibir o exercício abusivo e pernicioso do liberalismo. Busca
do Pleno Emprego. Garantia da Justiça Social, Redução das Desigualdades.
Exemplo: Monopólios, Carteis, Abuso de Poder Econômico. Expoente: John
Maynard Keynes – Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.

 Classificação das atividades econômicas


o Atividade econômica em sentido estrito: Trata-se de todas as atividades típicas do
mercado, que envolvem a produção, circulação e o consumo de bens e serviços,
sendo regidas exclusivamente pelas normas do direito privado.
o Serviços Públicos: Por serviços públicos entende-se toda a atividade prestada para
atendimento das necessidades do Estado ou da sociedade, sempre sob regime de
direito público.
o Proibição de exploração de atividade econômica por parte do Estado 2 hipóteses:

 Segurança nacional - Ocorre nos casos em que a intervenção se faz necessária


para garantir a própria existência e razão de ser do Estado. Como a exploração
de minérios portadores de energia atômica, de incontestável potencial bélico,
exploração de combustíveis fósseis (petróleo), por exemplo.
 Interesse coletivo - Interesse é todo o direcionamento racional de vontade
voltado para a persecução de determinado fim, sendo oriundo da necessidade
que o ser tem em se alcançar resultado útil almejado.

UNIDADE III
1) FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL: ART. 173, §4º/CF

2) FINALIDADE (ART. 1º): Preventiva e Repressiva

PREVENTIVA: O controle de estruturas, que visa submeter ao Sistema Brasileiro de


Proteção à Concorrência a apreciação sobre os atos empresariais que possam vir a
representar concentração e domínio de mercados. Os atos de concentração podem ter
efeitos negativos e positivos sobre o bem-estar econômico, daí a necessidade de sua
apreciação e análise em cada caso concreto.

PREVENTIVA: A promoção da cultura da concorrência refere-se ao papel educacional


das autoridades concorrenciais na disseminação da política de competição saudável na
consciência coletiva de mercado, e ao papel de, direta ou indiretamente, essas
autoridades influírem na formulação das demais políticas públicas, de modo a garantir
que a concorrência seja maximizada e incentivada.

REPRESSIVA: A repressão a condutas anticoncorrenciais traduz-se na análise e


verificação de condutas de empresas que podem configurar infração à ordem
econômica, conforme será tratado adiante.

3) COMPOSIÇÃO DO SBDC: CADE E SEAE/MF (ART. 3º)

3.1) CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE –


ART. 4º e 5º - AUTARQUIA FEDERAL
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE: que é uma entidade
judicante, vinculada ao Ministério da Justiça;

b) Secretaria de Acompanhamento Econômico – SEAE: órgão consultivo de caráter


técnico-financeiro, subordinado ao Ministério da Fazenda; e

c) Secretaria de Direito Econômico – SDE: órgão de caráter investigativo integrante do


Ministério da Justiça.

CADE
Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE: autoridade concorrencial, com
competências ampliadas, composta dos seguintes órgãos:

a.1) Tribunal Administrativo de Defesa Econômica: órgão judicante;

a.2) Superintendência-Geral: órgão executivo, de monitoramento de mercado e


investigativo, o qual substitui e incorpora as atribuições da Secretaria de Direito
Econômico;

a.3) Departamento de Estudos Econômicos: órgão de assessoramento técnico em


matéria econômica;

b) Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência e Secretaria


de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria (Decreto nº 9.745, de 2019): órgãos
consultivos, vinculados aos Ministérios da Economia.

Órgão Judicante: Decisão Administrativa e não Judicial.


Cabe revisão judicial das decisões do CADE? (Mesmo critério do Direito
Administrativo – Só se estiver presente alguma ilegalidade)
O consumidor pode provocar a atuação do CADE? Sim. (Denúncia a S.Geral –
Procedimento Preparatório de Inquérito Administrativo ou Inquérito
Administrativo)
O CADE pode funcionar como órgão consultivo? Sim. (Empresa que consulta o
órgão sobre a legalidade de sua operação(concentração) / conduta (infração
concorrencial).
Procedimentos e Processo Administrativo: Art. 48 da Lei 12.529/11

Departamento de Estudos Econômicos (DEE): Art. 17.: O CADE é dotado de


um Departamento de Estudos Econômicos, dirigido por um Economista-Chefe, a quem
incumbirá elaborar estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação do
Plenário, do Presidente, do Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral, zelando
pelo rigor e atualização técnica e científica das decisões do órgão.

SECRETARIA DE ACOMPANHAMENTO ECONÔMICO (SEAE) SUCEDIDA


PELA SECRETARIA DE PROMOÇÃO DA PRODUTIVIDADE E ADVOCACIA DA
CONCORRÊNCIA (SEPRAC) – ART. 19, I, III, VI, VIII: ADVOCACIA DA
CONCORRÊNCIA:

A Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria - Sefel sucedeu a Secretaria


de Acompanhamento Econômico (Seae) em três eixos principais de atuação:

o Formulação e execução da política fiscal, acompanhamento da evolução do


gasto público e do impacto de políticas governamentais sobre indicadores
sociais;
o Formulação e acompanhamento de políticas públicas no setor de energia;
exercendo as competências relativas à promoção da concorrência; e
o Governança de prêmios e sorteios, coordenando e executando a política e a
regulação de loterias.

A Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência (Seprac) é a


sucessora da extinta Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) em advocacia da
concorrência. Entre suas atribuições estão:

o A elaboração de estudos que analisam, do ponto de vista concorrencial, políticas


públicas, autorregulações e atos normativos de interesse geral dos agentes
econômicos, de consumidores ou usuários de serviços.
o Avaliação de propostas que tramitam no Congresso Nacional; de proposições de
agências reguladoras; de avaliações solicitadas pelo Cade, pela Câmara de
Comércio Exterior ou fóruns nos quais o Ministério da Fazenda participa; e
o Participação na qualidade de amicus curiae em processos administrativos e
judiciais.

DA PROCURADORIA FEDERAL JUNTO AO CADE – ART. 15


a) Prestar consultoria e assessoramento jurídico ao Cade;
b) Representar o Cade judicial e extrajudicialmente;
c) Promover a execução judicial das decisões e julgados do Cade;
d) Promover acordos judiciais nos processos relativos a infrações contra a ordem
econômica, mediante autorização do Tribunal;
e) Emitir, sempre que solicitado expressamente por Conselheiro ou pelo
Superintendente-Geral, parecer nos processos de competência do Cade, sem que tal
determinação implique a suspensão do prazo de análise ou prejuízo à tramitação normal
do processo;

CONTROLE DE CONDUTAS: Ilícitos Concorrenciais – Infrações à Ordem


Econômica – Art. 31-45 (Somente Introdução)

O abuso do poder econômico não é um ato ilícito de fácil identificação. Ao contrário do


que ocorre na relação de consumo, em que as manobras engendradas são mais
perceptíveis pelo cidadão comum, a prática econômica abusiva exige, para ser
diagnosticada e configurada, altos conhecimentos técnicos, bem como especialização e
prática profissional.
CONTROLE DE ESTRUTURAS: Concentrações Econômicas – Art. 88-91
(Somente Introdução)
Por sua vez, os atos de concentração são todos aqueles que, no caso concreto, visam a
qualquer forma de concentração econômica (horizontal, vertical ou conglomeração),
seja por meio de fusão ou de incorporação de empresas, de constituição de sociedade
para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário.

5) RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – ART. 32 E 33

6) DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – ART. 34

Da jurisprudência anglo-saxônica, surgiu a disregard of legal entity, ou seja, a doutrina


da desconsideração da personalidade jurídica. Aplica-se nos casos em que a
personificação da entidade é usada a fim de proteger interesses particulares, como nos
casos de os administradores da sociedade agirem com abuso de direito e fraude à lei,
extrapolando os poderes dados a eles nos estatutos sociais. A desconsideração também
será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

7) ALCANCE DA LEI ANTITRUSTE BRASILEIRA – ART. 31

Observe-se que a teor do disposto no artigo 31 e seguintes da Lei n. 12.529, de 2011, a


sujeição passiva da legislação de proteção à concorrência foi elastecida e maleabilizada
de forma ampla, garantindo-se, assim, sua subsunção punitiva a entes públicos e
privados, tenham ou não finalidade lucrativa, estejam ou não legalmente constituídos,
ainda que operem em regime de exclusividade assegurado em lei.

8) EXCLUSÃO DE PUNIBILIDADE DE OUTROS ILÍTICOS – ART. 35 c/c


ART. 47 (Exemplo: Venda Casada, efeitos sobre o mercado de consumo. Ação Civil
Pública. Ações Individuais dos Consumidores).
9) PRESCRIÇÃO DAS AÇÕES PUNITIVAS – PRAZO QUINQUENAL - ART.
46

A matéria prescricional no que se refere à Lei de Proteção à Concorrência (Lei n.


12.529, de 2011) encontra-se regulada nos termos de seu artigo 46. Assim, prescrevem
em 5 (cinco) anos as ações punitivas da administração pública federal, direta e indireta,
objetivando apurar infrações da ordem econômica, contados da data da prática do ilícito
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessada a prática
do ilícito.

9.1) Interrupção - §1 do Art. 46.


9.2) Suspensão - §2 do Art. 46.
9.3) Leniência Administrativa - §3 do Art. 46.
9.4) Prescrição Penal - §4 do Art. 46.

ART.88-91 DA LEI ANTITRUSTE.

FUNDAMENTO LEGAL: LEI 12.529/11; PORTARIA INTERMINISTERIAL


994/2012 DO CADE

CONCEITUAÇÃO: A ideia central é simples e expressa o aumento de riquezas em


poucas mãos, relacionando-se com o aumento de poder econômico de um ou mais
agentes no mercado. (FORGIONI).

ESPÉCIES DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA:


MERCADO RELEVANTE (MATERIAL, GEOGRÁFICO E TEMPORÁRIO)
o 2.2) CONCENTRAÇÕES HORIZONTAIS: Envolve duas ou mais empresas
atuantes no mesmo mercado ou em mercados de produtos sucedâneos, que
possam competir entre si (ANA MARIA NUSDEO). Ou seja, Concorrentes
Diretos.
o 2.3) CONCENTRAÇÕES VERTICAIS: São operações envolvendo empresas
dentro de uma mesma cadeia produtiva e seus canais de comercialização. Nesse
sentido, podem ser realizadas “para trás”, quando a empresa adquirida for
fornecedora de matéria-prima ou insumos à adquirente.; e “para frente”, quando
a adquirida utilizar na sua produção os bens produzidos pela adquirente. (ANA
MARIA NUSDEO). De modo geral, ocorre entre o Empresário e
Fornecedores ou Distribuidores.
o 2.4) CONCENTRAÇÕES CONGLOMERADAS: Envolvem todas as
operações não abrangidas pelos tipos anteriores, caracterizando-se pelo fato de
as empresas adquirente e adquirida desenvolverem suas atividades em mercados
relevantes distintos e não relacionados verticalmente. (ANA MARIA
NUSDEO). Ou seja, não possuem relação de Concorrência ou
Complementariedade.

DEFINIÇÃO LEGAL: ART. 88, I E II; ART. 90, I, II, III E IV.
Inalcançabilidade dos atos de concentração com a Administração Pública: Art. 90.
p.único.
Art. 90. Parágrafo único. Não serão considerados atos de concentração, para os
efeitos do disposto no art. 88 desta Lei, os descritos no inciso IV do caput, quando
destinados às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos
contratos delas decorrentes.
Operações Societárias mais Comuns:

1) Fusão
2) Aquisição
3) Incorporação
4) Contrato Associativo
5) Consórcio
6) Joint Venture

ANÁLISE PRÉVIA DOS ATOS DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA


(PRIOR REVIEW) – ART. 88, §2º

Art. 88, § 2 O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será prévio e
o

realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a contar do protocolo de petição ou
de sua emenda.

4.1) Dilação de Prazo (§9º do Art. 88):

§ 9 O prazo mencionado no § 2 deste artigo somente poderá ser dilatado:


o o

I - por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, mediante requisição das partes


envolvidas na operação; ou

II - por até 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada do Tribunal, em que


sejam especificados as razões para a extensão, o prazo da prorrogação, que será não
renovável, e as providências cuja realização seja necessária para o julgamento do
processo.

4.2) Gun Jumping - Descumprimento da Notificação Prévia

Por sua vez, a consumação de atos de concentração econômica antes da decisão final da
autoridade antitruste (prática também conhecida como gun jumping pela literatura e
jurisprudência estrangeiras) é vedada pelo artigo 88, §3º da LDC. Esse dispositivo obriga
as partes a absterem-se de concluir o ato de concentração antes de finalizada a análise
prévia do Cade, sob pena de possível declaração de nulidade da operação, imposição de
multa pecuniária em valores que variam entre R$ 60.000,00 e R$ 60.000.000,00 – a
depender da condição econômica dos envolvidos, dolo, má-fé e do potencial
anticompetitivo da operação, entre outros – e a possibilidade de abertura de processo
administrativo contra as partes envolvidas. Assim, devem ser preservadas até a decisão
final da operação as condições de concorrência entre as empresas envolvidas (artigo 88,
§4º da LDC).

Atividades que podem levar à caracterização da consumação prévia de atos de


concentração econômica (gun jumping):
- Trocas de informações entre os agentes econômicos envolvidos em um determinado ato
de concentração;
- Definição de cláusulas contratuais que regem a relação entre agentes econômicos;
- Atividades das partes antes e durante a implementação do ato de concentração.

THE RULE OF REASON (A REGRA DA RAZÃO): ART. 88, §5º E 6º.

A regra da razão traduz-se, portanto, em instituto de hermenêutica teleológica, por meio


da qual a eficácia restritiva de concorrência de determinado ato, a princípio abusivo, é
confrontado com seus efeitos futuros, em seu respectivo mercado relevante. Assim,
quando se verificar que tais efeitos traduzir-se-ão em fatores promotores da
concorrência, ou, ainda, serão efeitos ditos pró-competitivos, tal prática passa a ser
razoável, sendo mantida sua plena validade e eficácia.

§ 5 Serão proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da


o

concorrência em parte substancial de mercado relevante, que possam criar ou


reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na dominação de mercado
relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6 deste artigo.
o

§ 6 Os atos a que se refere o § 5 deste artigo poderão ser autorizados (rule of


o o

reason), desde que sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os
seguintes objetivos:
I - cumulada ou alternativamente:
a) aumentar a produtividade ou a competitividade;
b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e
II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes.

6) SUBMISSÃO TARDIA EX-OFFICIO – ART. 88, §7º.

7) REVISÃO DA APROVAÇÃO POR FALSIDADE – ART. 91, CAPUT E §


ÚNICO.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO DIREITO PROCESSUAL DA
CONCORRÊNCIA. LEI 12.529/11
1) DA MEDIDA PREVENTIVA – ART. 84
a) Procedimentos: Inquérito ou Processo Administrativo
b) Competência: Conselheiro-relator ou Superintendente-Geral
c) Requisitos: Indício ou fundado receio de lesão irreparável ou de difícil reparação ao
mercado ou torne ineficaz o resultado final do processo.
d) Cessação imediata da prática + multa: Art. 84, §1º.
e) Recurso ao Plenário do TADE: 5 dias sem efeito suspensivo. – Art. 84, §2º.

2) DO COMPROMISSO DE CESSAÇÃO DA PRÁTICA: ART. 85


a) Procedimentos: Art. 48, I, II e III (Procedimento Preparatório, Inquérito e Processo
Administrativo) b) Elementos Obrigatórios: Art. 85, §1º, I, II e III.
c) Preclusão Consumativa: Art. 85, §4º.
d) Confidencialidade: Art. 85, §5º.
e) Suspensão do Processo Administrativo: Art. 85, § 6º e 9º e 10º.
f) Título Executivo Extrajudicial: Art. 85, §8º.
g) Alteração das Condições do CCP: Art. 85, §12º.

3) DOS ACORDOS DE LENIÊNCIA: ART. 86

O Programa de Leniência é sistema fundamental para garantir a plena concretização do


princípio constitucional da livre concorrência, com especial relevância para a
implementação da Política Brasileira de Combate a Cartéis. Constitui-se de um conjunto
de iniciativas que visa a:

o Detectar, investigar e punir infrações contra a ordem econômica, notadamente


aquelas expressas na lei de proteção à concorrência;
o Informar e orientar permanentemente as empresas e os cidadãos em geral, a
respeito dos direitos e garantias previstos na legislação antitruste;
o Conscientizar os órgãos públicos a respeito da importância do acordo de leniência
como instrumento fundamental de repressão e punição das infrações contra a ordem
econômica; e
o Assistir, apoiar, orientar e incentivar os proponentes à celebração de acordo de
leniência.
a) Competência: Superintendência-Geral (Para Celebração) – Art. 86, caput. Tribunal
(Para Declarar extinção da Punibilidade ou Redução de Pena) – Art. 86, §4º.
b) Efeitos: Extinção da Punibilidade ou Redução de 1 a 2/3 da Penalidade Aplicável.
c) Colaboração da Empresa: Art. 86, I e II.
d) Requisitos: Art. 86, §1º, I, II, III e IV.
e) Grupos Econômicos: Art. 86, §6º.
f) Sigilo: Art. 86, §9º.
g) Confissão e Rejeição da Proposta: Art. 86, §10.
h) Descumprimento: Art. 86, §12.

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