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DIREITO REGULATÓRIO
UMA ANÁLISE SOBRE A REGULAÇÃO JURÍDICA DAS ATIVIDADES
ECONÔMICAS E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Paulo César Melo da Cunha

INTRODUÇÃO

O ESTADO LIBERAL

O ESTADO SOCIALISTA

O ESTADO BEM-ESTAR

- A legitimação da intervenção do Estado na


economia

- A transição para o Estado Regulador

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A VEDAÇÃO DA INTERVENÇÃO DO ESTADO


NAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

O ESTADO LIBERAL

Pressupunha a garantia da liberdade, de modo a que,


cada indivíduo, livre, seria apto à busca da sua
situação de bem estar. O bem-estar geral, objetivo do
Estado, seria alcançado pela soma das várias
situações de bem-estar individuais.
O modelo se caracterizava pelas liberdades:
• De empresa
• De exercício do direito da propriedade
• De contratação
Para tanto, seria necessária uma absoluta igualdade
de forças entre os indivíduos

O ANTÍDOTO AO MODELO LIBERAL

O ESTADO SOCIALISTA – ESTADO PROVIDÊNCIA –


ESTADO TOTAL

Não se confirmando a igualdade entre os indivíduos, o que


permitia a dominação dos mais fortes sobre os mais fracos, o
modelo consagrado na Revolução Soviética de 1917 marca a
substituição da liberdade de iniciativa privada pela iniciativa
estatal da atividade econômica, planificação estatal da economia
e propriedade estatal dos meios de produção.
O modelo afastava o principal instrumento de comunicação entre
o fornecedor e o consumidor, qual seja, a concorrência, que força
o aprimoramento da produção em termos de qualidade,
quantidade e de preço.

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A FÓRMULA INTERMEDIÁRIA

O ESTADO BEM-ESTAR
Compreendido o fracasso do modelo liberal (especialmente
após a quebra da Bolsa, em 1929), mas sem se aceitar o
modelo do Estado Total, legitimou-se a intervenção do
Estado no domínio econômico, sempre que a liberdade de
iniciativa não se prestasse a ser um instrumento – e não
mais um fim em si mesma – para o bem-estar geral.
A propriedade privada continuou a ser tutelada enquanto
voltada para uma utilização socialmente justa.
O Estado começa a assumir funções para atendimento de
relevantes interesses coletivos ou imperativos de segurança
nacional.
Novas e custosas estruturas administrativas – notadamente
empresas estatais – são criadas para o desempenho dessas
funções.

A MUDANÇA DA FORMA DE INTERVENÇÃO

O ESTADO REGULADOR

Sendo inviável manter todas as estruturas para atendimento


de todas as funções assumidas pelo Estado Bem-Estar, mas
sem pretender retornar ao modelo liberal, substitui-se o
Estado-Executor pelo Estado regulador.
Setores ocupados pelo Estado são transferidos à iniciativa
privada, que passa a exercer tais funções sob regulação
estatal.

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A FUNÇÃO ATUAL DOS PRINCÍPIOS

A impossibilidade do legislador alcançar todos os fatos da vida moderna


por meio da generalidade da lei.
Cada vez mais a lei faz uso de conceitos jurídicos indeterminados, a serem
interpretados diante do caso concreto.
Reforça-se o papel do princípio como norma jurídica dotada de alto grau
de abstração, que serve de parâmetro para a interpretação dos conceitos.
A justiça se faz no caso concreto, mas reina a insegurança sobre os
critérios de interpretação e dos controles sobre essa interpretação.
O papel do advogado público no controle da legalidade da aplicação das
normas dotadas dessa abstração se torna cada vez mais delicado.
O problema do dimensionamento do que representam controle de
legalidade e controle de legitimidade.

O PLANO DIRETOR DA REFORMA DO


ESTADO

Mudança no perfil das funções do Estado – o


princípio da subsidiariedade
Partilha entre Sociedade e Estado
Mudança na Estrutura da Administração Pública,
na gestão e no financiamento dos serviços
públicos
• Princípio da subsidiariedade
– gestão pública x gestão privada
• Princípio da economicidade
– Custo de oportunidade do capital privado e custo/benefício capital
público escasso
• Princípio da eficiência
– Possibilidade de qualidade do resultado da ação estatal em
comparação com as possibilidades do setor privado

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REVISÃO DAS FUNÇÕES DO ESTADO

Função de formulação de políticas públicas – diretamente ligada ao


princípio democrático – indelegável
Diretriz da Reforma: fortalecimento do núcleo
estratégico do Estado

Funções de implementação de políticas públicas


Exame da necessidade ou não da execução direta pelo
próprio Poder Público

Função de produção de bens e serviços para o mercado


Diretriz da Reforma: privatização de empresas estatais,
se superada a motivação de sua criação (“relevante
interesse coletivo” ou “imperativo de segurança
nacional”).

PRINCÍPIOS DA INTERVENÇÃO NA
ECONOMIA

Livre iniciativa
Abstenção do exercício da atividade econômica pelo
Estado
Subsidiariedade da intervenção estatal direta na
economia
A regulação como intervenção leve na economia
Livre concorrência
Eficiência
Proporcionalidade

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AS CARACTERÍSTICAS DO ORDENAMENTO
ECONÔMICO ATÉ OS ANOS 90

Forte presença do Estado, como agente executor das


ações

Forte ação interventiva do Estado na fixação de preços


e tarifas; fixação política dos critérios de remuneração
das empresas sob seu controle

Isso contribuiu para o sucateamento da capacidade de


investimentos estatais

Cria um cenário de insatisfação com os serviços,


favorável à privatização.

TEORIAS QUE JUSTIFICAM A REGULAÇÃO

Pluralismo social – a cada grupamento social um


ordenamento jurídico próprio

Transmissão democrática – reconhecimento do


distanciamento do legislador em relação às
especificidades de cada grupo de interesses

Especialização técnica – a eficiência será atendida se o


ordenamento jurídico for editado com conhecimento
específico sobre a matéria

Legitimação pela participação – ponderação de


interesses exige que estes sejam conhecidos por meios
de canais de comunicação

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POLÍTICA REGULATÓRIA

Maximização da eficiência por meio da


competição

Redução dos malefícios decorrentes das


situações em que a competição é inviável

IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Funções exclusivas do Estado – que exigem


uso de prerrogativas de autoridade –
indelegáveis ao setor privado.
Diretriz da Reforma: criação de agências
• Agências Reguladoras
• Agências Executivas

Funções NÃO exclusivas do Estado


Diretriz da Reforma: Desestatização
• Concessões, permissões
• Terceirizações
• Parcerias com a sociedade civil

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O PAPEL CONSTITUCIONAL DA
PRIVATIZAÇÃO

Sempre que a existência de uma estatal


violar o princípio da livre iniciativa (por
ausência de imperativo de segurança
nacional ou relevante interesse coletivo)
ou o princípio da economicidade (por não
produzir o mesmo retorno de capital que o
proporcionado pelo gerenciamento
privado) deve ser privatizada.

Correto?

ORIGEM

Critério para criação – setor com falhas de


mercado iniciativa – Chefe do Poder Executivo
(Art. 84, II, CR)

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CONCEITOS IMPORTANTES

Distinção entre usuário e consumidor

SERVIÇO SERVIÇO
PÚBLICO PRIVADO

↓ ↓
Usuário Consumidor

↓ ↓

Execução Pública Execução Privada


Regulação Pública

CONCEITOS IMPORTANTES

- Consumidor - Usuário

Art. 5º, XXXII, CR – “O Estado promoverá, na forma da lei, a


defesa do consumidor.”

Art. 2º, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 – “Consumidor é


toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.

Art. 37, § 3º, CR – “A lei disciplinará as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:
(...)
Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017 – “Dispõe sobre participação,
proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da
administração pública.”

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ESTRUTURA DA REGULAÇÃO

Privada – autorregulação – “fundamento na liberdade constitucional de


associação para a proteção de interesses lícitos” (Marcos Juruena V.
Souto)
ex.: bolsas de valores, confederações e justiça desportiva, CONAR
Sociedades intermédias
princípio da subsidiariedade

Pública – não é indispensável que seja uma agência reguladora para


desempenhar a função de controle
ex.: SUSEP, BACEN e, antes, IBC, IAA; nem sequer é necessária
personalidade jurídica – ex.: DAC; há agências que não são reguladoras
(Agências Executivas – Lei nº 9649, arts. 51 e 52); há agências que nem
mesmo são autarquias especiais
Agências Setoriais X Multissetoriais

A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

Conflito de competências com o CADE


• Envolvendo agências reguladoras de serviços públicos – o princípio
da livre concorrência é corolário do princípio da livre iniciativa, que
não existe em matéria de serviços públicos
• Envolvendo agências reguladoras de atividades econômicas – o
princípio da especialidade orienta a definição; princípio da
economicidade veda duas estruturas para o mesmo fim – precedente
BACEN X CADE
Conflito com o Presidente da República – poder
regulamentar não se confunde com a função regulatória, que
é técnica e mais ampla
Previsão Constitucional X Previsão Legal das Agências

Direito Regulatório
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A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

# O histórico dos Projetos de Lei:

PL nº 3337/04
PLS nº 52/13
PL nº 6.621/16 – Capítulo III – Da interação entre as Agências
Reguladoras e os Órgãos de Defesa da Concorrência
Lei nº 13.848, de 25/06/19 - Dispõe sobre a gestão, o processo
decisório e o controle social das agências reguladoras (e altera as
leis de criação de cada agência reguladora)

A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO
CAPÍTULO III - DA INTERAÇÃO ENTRE AS AGÊNCIAS REGULADORAS E OS ÓRGÃOS DE
DEFESA DA CONCORRÊNCIA

Art. 25. Com vistas à promoção da concorrência e à eficácia na implementação da


legislação de defesa da concorrência nos mercados regulados, as agências
reguladoras e os órgãos de defesa da concorrência devem atuar em estreita
cooperação, privilegiando a troca de experiências.
Art. 26. No exercício de suas atribuições, incumbe às agências reguladoras monitorar
e acompanhar as práticas de mercado dos agentes dos setores regulados, de forma
a auxiliar os órgãos de defesa da concorrência na observância do cumprimento da
legislação de defesa da concorrência, nos termos da Lei nº 12.529, de 30 de
novembro de 2011 (Lei de Defesa da Concorrência).
§ 1º Os órgãos de defesa da concorrência são responsáveis pela aplicação da
legislação de defesa da concorrência nos setores regulados, incumbindo-lhes a
análise de atos de concentração, bem como a instauração e a instrução de processos
administrativos para apuração de infrações contra a ordem econômica.

Direito Regulatório
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A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

§ 2º Os órgãos de defesa da concorrência poderão solicitar às agências


reguladoras pareceres técnicos relacionados a seus setores de atuação, os
quais serão utilizados como subsídio à análise de atos de concentração e à
instrução de processos administrativos.
Art. 27. Quando a agência reguladora, no exercício de suas atribuições,
tomar conhecimento de fato que possa configurar infração à ordem
econômica, deverá comunicá-lo imediatamente aos órgãos de defesa da
concorrência para que esses adotem as providências cabíveis.
Art. 28. Sem prejuízo de suas competências legais, o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) notificará a agência
reguladora do teor da decisão sobre condutas potencialmente
anticompetitivas cometidas no exercício das atividades reguladas, bem
como das decisões relativas a atos de concentração julgados por aquele
órgão, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas após a publicação
do respectivo acórdão, para que sejam adotadas as providências legais.

A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

Alguns exemplos:

❶ Lei nº 9.478/98 – cria a Agência Nacional do Petróleo, Gás


Natural e Biocombustíveis:

Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP tomar


conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da
ordem econômica, deverá comunicá-lo imediatamente ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica – Cade e à Secretaria de
Direito Econômico do Ministério da Justiça, para que estes adotem
as providências cabíveis, no âmbito da legislação pertinente.
(Redação dada pela Lei nº 10.202, de 20.2.2001)

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A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

Parágrafo único. Independentemente da comunicação prevista no


caput deste artigo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica –
Cade notificará a ANP do teor da decisão que aplicar sanção por
infração da ordem econômica cometida por empresas ou pessoas
físicas no exercício de atividades relacionadas com o abastecimento
nacional de combustíveis, no prazo máximo de vinte e quatro horas
após a publicação do respectivo acórdão, para que esta adote as
providências legais de sua alçada.

(Parágrafo único incluído pela Lei nº 10.202, de 20.2.2001)

A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

❷ Lei nº 9.472/97 – cria a Agência Nacional de


Telecomunicações:

Art. 7° As normas gerais de proteção à ordem econômica são


aplicáveis ao setor de telecomunicações, quando não conflitarem com
o disposto nesta Lei.
§ 1º Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações,
no regime público ou privado, que visem a qualquer forma de
concentração econômica, inclusive mediante fusão ou incorporação
de empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de
empresas ou qualquer forma de agrupamento societário, ficam
submetidos aos controles, procedimentos e condicionamentos
previstos nas normas gerais de proteção à ordem econômica.

Direito Regulatório
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A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

§ 2° Os atos de que trata o parágrafo anterior serão submetidos à


apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE,
por meio do órgão regulador.

§ 3º Praticará infração da ordem econômica a prestadora de serviço


de telecomunicações que, na celebração de contratos de fornecimento
de bens e serviços, adotar práticas que possam limitar, falsear ou, de
qualquer forma, prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa.

A AGÊNCIA REGULADORA NA ESTRUTURA


DA ADMINISTRAÇÃO

❸ Decreto nº 3.327/00 – Aprova o Regulamento da Agência Nacional de Saúde


Suplementar:

Art. 3o Compete à ANS:

(...)

§ 4o A ANS, ao tomar conhecimento de fato que configure ou possa configurar infração


à ordem econômica, deverá comunicá-la ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica - CADE, à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e à
Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, conforme o
caso.

Obs.: redação constante da Lei nº 8.884/94, não presentes os mesmos órgãos na Lei nº
12.529/11

Direito Regulatório
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CARACTERÍSTICAS

Diretoria Colegiada

Autonomia
• Administrativa
• Gerencial
• Patrimonial
• Financeira – a taxa de regulação
– natureza de tributo para as agências que exercem poder
de polícia
– natureza contratual para as prestadoras de serviços
públicos – o caso da extinção da ASEP

Independência – despolitização – função técnica – nem todas as


funções administrativas são funções políticas

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO E


QUESTÕES POLÊMICAS
Art. 4º À Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato
Grosso do Sul – AGEPAN, observada a competência específica dos outros
entes federados, compete:
I – controlar, fiscalizar, normatizar, padronizar, conceder, homologar e fixar
tarifas dos serviços públicos delegados e tarifados, em decorrência de
norma legal ou regulamentar, disposição convenial ou contratual, ou por
ato administrativo, pelo poder concedente dos serviços públicos: (...) ???
II – regular economicamente os serviços públicos delegados, mediante o
estabelecimento e ou a homologação de tarifas que reflitam o mercado e
os custos reais dos serviços, e, concomitantemente, incentivar os
investimentos e propiciar a razoabilidade e modicidade das tarifas aos
usuários;
III – regular tecnicamente e controlar os padrões de qualidade, fazendo
cumprir os critérios tecnológicos e normas qualitativas, conforme
contratos de delegação, de forma a garantir a continuidade, segurança e
confiabilidade da prestação de serviços públicos delegados;

Direito Regulatório
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ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO E


QUESTÕES POLÊMICAS
V – zelar pelo fiel cumprimento da legislação, dos contratos de delegação
de serviços públicos sob a sua competência regulatória, determinando
diligências ao poder concedente e entidades reguladas e ou tarifadas e
com amplo acesso a dados e informações desses contratantes ou
convenentes;
VI – implementar as diretrizes estabelecidas pelo poder concedente em
relação à concessão de serviços sujeitos à sua competência;
VII – dirimir, em âmbito administrativo, conflitos entre o poder
concedente, as entidades reguladas e os usuários;
VIII – fiscalizar os aspectos técnico, econômico, contábil, financeiro,
operacional e jurídico dos contratos de delegação de serviços públicos sob
sua competência regulatória, aplicando sanções, quando for o caso;
IX – incentivar a competitividade nos diversos setores sujeitos à sua
regulação;

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO E


QUESTÕES POLÊMICAS
SANTA CATARINA - AGÊNCIA REGULADORA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANTA CATARINA

Fonte: http://leisestaduais.com.br/sc/lei-ordinaria-n-16673-2015-santa-catarina-dispoe-sobre-
a-fusao-da-agencia-reguladora-de-servicos-publicos-de-santa-catarina-agesc-com-a-agencia-reguladora-
de-servicos-de-saneamento-basico-do-estado-de-santa-catarina-agesan-cria-a-agencia-de-regulacao-de-
servicos-publicos-de-santa-catarina-aresc-e-estabelece-outras-providencias

LEI Nº 16.673, DE 11 DE AGOSTO DE 2015

Dispõe sobre a fusão da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (AGESC) com a Agência
Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Estado de Santa Catarina (AGESAN), cria a Agência de
Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC) e estabelece outras providências.

Art. 3º Fica criada a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC),
autarquia especial vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico
Sustentável, decorrente da fusão de que trata o art. 2º desta Lei, com sede e foro na Capital
do Estado e prazo de duração indeterminado.
Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à ARESC é caracterizada pela
autonomia administrativa, financeira, técnica, patrimonial e de estabilidade dos mandatos de
seus dirigentes.

Direito Regulatório
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ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA REGULAÇÃO


EM SC SOBRE O QUE JÁ FOI DITO...
Art. 5° (...)
§ 1º No âmbito da atuação dos serviços de que tratam os incisos do caput deste
artigo, compete à ARESC:
I - supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do
cumprimento da legislação específica relativa aos serviços públicos concedidos;
II - fiscalizar a prestação dos serviços públicos concedidos, incluídos os
aspectos contábeis e financeiros e os relativos ao desempenho técnico-operacional;
III - expedir regulamentos de ordem técnica e econômica, visando ao
estabelecimento de padrões de qualidade para:
a) a prestação dos serviços;
b) a otimização dos custos;
c) a segurança das instalações; e
d) o atendimento aos usuários;

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA REGULAÇÃO


EM SC SOBRE O QUE JÁ FOI DITO...
IV - estabelecer o regime tarifário, de forma a garantir a modicidade
das tarifas e o equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos serviços;
V - analisar os custos e o desempenho econômico-financeiro da
prestação dos serviços;
VI - participar da elaboração e supervisionar a implementação da
Política Estadual de Saneamento Básico e do Plano Estadual de Saneamento
Básico; (???)
VII – promover estudos com vistas ao incremento da qualidade e da
eficiência dos serviços prestados e do atendimento a consultas dos usuários,
dos prestadores dos serviços e dos entes delegatários;
VIII - aplicar sanções e penalidades ao prestador do serviço, quando,
sem motivo justificado, houver descumprimento de suas diretrizes técnicas e
econômicas;

Direito Regulatório
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ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA REGULAÇÃO


EM SC SOBRE O QUE JÁ FOI DITO...
IX - celebrar convênios e contratos com órgãos e entidades
internacionais, federais, estaduais e municipais e com pessoas jurídicas de
direito privado, no âmbito de sua área de atuação; (???)
X - manter serviço gratuito de atendimento telefônico para
recebimento de reclamações dos usuários, sem prejuízo do estabelecimento
de outros mecanismos em regulamento;
XI - elaborar e aprovar seu regimento interno, o qual estabelecerá
procedimentos para a realização de audiências e consultas públicas, para o
atendimento às reclamações de usuários e para a edição de seus
regulamentos e demais decisões;
XII - administrar seu quadro de pessoal, seu patrimônio material e seus
recursos financeiros.

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO E


QUESTÕES POLÊMICAS
Pernambuco – Agência Estadual de Regulação de Pernambuco - ARPE
(Lei n° 12.524, de 30/12/03). Fonte:
http://www.arpe.pe.gov.br/images/LEIS/LEI-ARPE-N-12.524.pdf

Art. 1º A Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado


de Pernambuco - ARPE, autarquia especial, vinculada ao Gabinete do
Governador, dotada de autonomia financeira, orçamentária, funcional e
administrativa, com sede na Capital e atuação em todo o território
estadual, tem seus objetivos, competências e sua estrutura organizacional
regulados pela presente Lei.

Direito Regulatório
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ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

Art. 2º Constituem objetivos da ARPE:


I - promover e zelar pela eficiência técnica e economicidade dos serviços públicos
delegados, submetidos à sua competência regulatória, propiciando condições de
regularidade, continuidade, segurança, atualidade, universalidade e modicidade das
tarifas;
II - proteger os usuários contra o abuso de poder econômico que vise à dominação dos
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário das tarifas e de
margens de lucro;
III - estabelecer regras que permitam a efetiva participação do usuário nos
procedimentos relativos às atividades e competências da ARPE, notadamente em
relação à fixação, revisão, reajuste e aprovação de tarifas;
IV - estimular a expansão e a modernização dos serviços públicos delegados, de modo
a buscar a sua universalização e a melhoria dos padrões de qualidade, ressalvada a
competência do Estado quanto à definição das políticas de investimento; e
V - estabelecer parcerias com a sociedade para que atuem em apoio às atividades fins
da ARPE

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

Art. 3º Compete à ARPE a regulação de todos os serviços públicos delegados pelo Estado de
Pernambuco, ou por ele diretamente prestados, embora sujeitos à delegação, quer de sua
competência ou a ele delegados por outros entes federados, em decorrência de norma legal ou
regulamentar, disposição convenial ou contratual. (grifo meu)
§ 1º A atividade reguladora da ARPE deverá ser exercida, em especial, nas seguintes áreas:
I - saneamento;
II - energia elétrica;
III - rodovias;
IV - telecomunicações;
V - transportes;
VI - distribuição de gás canalizado;
VII - inspeção e segurança veicular;
VIII - coleta e tratamento de resíduos sólidos;
IX - atividades lotéricas e outras modalidades de concurso de prognósticos; e
X - outras atividades resultantes de delegação do poder público.

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ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

Rio Grande do Norte – Agência Reguladora de Serviços Públicos do Rio


Grande do Norte – ARSEP (Lei Complementar n° 584, de 28/12/16). Fonte:
http://www.adcon.rn.gov.br/ACERVO/arsep/DOC/DOC000000000149711.P
DF

Art. 1º. A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Rio Grande do Norte


(ARSEP) é uma autarquia sob regime especial, com personalidade jurídica
de Direito Público, dotada de autonomia administrativa, técnica e financeira,
com sede e foro na Capital do Estado, prazo de duração indeterminado e
atuação em todo o território do Estado do Rio Grande do Norte.

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

Art. 8º. Compete ainda à ARSEP:


I - zelar pelo fiel cumprimento da legislação, dos contratos de concessão,
termos de permissão e autorizações de serviços públicos sob a sua
competência regulatória, podendo para tanto determinar diligências junto
ao poder concedente, permitente ou autorizante, bem como junto às
entidades reguladas e usuários ou consumidores, permitido o amplo
acesso a dados e informações relativos aos contratos e atos
compreendidos no âmbito de sua competência;
II - dirimir, em âmbito administrativo e nos limites de sua competência
originária ou delegada, conflitos envolvendo o poder concedente,
entidades reguladas e os respectivos usuários ou consumidores, seja
reprimindo infrações, compondo e arbitrando tais conflitos, assim como
promovendo a coordenação com os órgãos nacional, estadual e municipal
de defesa do consumidor;
III - incentivar a competitividade nos diversos setores sujeitos à sua
regulação;

Direito Regulatório
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ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

IV - implementar as diretrizes estabelecidas pelo poder concedente,


permitente ou autorizante, em relação à concessão, permissão e
autorização de serviços sujeitos à competência da ARSEP;
VII - outorgar concessões, permissões e autorizações, quando o poder
concedente delegar à ARSEP tal atribuição, por meio de instrumento
específico cabível, e sempre em obediência à legislação vigente; (??)
VIII - apurar infrações a normas legais, a contratos de concessão, termos
de permissão e a autorizações, aplicando, em seu âmbito de atuação, as
penalidades previstas;
X - expedir resoluções e instruções, nos limites de sua competência,
objetivando assegurar o cumprimento dos contratos e atos sujeitos à sua
fiscalização, fixando prazos para execução de obrigações e metas por parte
das entidades reguladas, bem como normas complementares para o
desempenho de suas atribuições e o funcionamento dos seus serviços;

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL – AGÊNCIA ESTADUAL DE REGULAÇÃO DE


SERVIÇOS PÚBLICOS DE ENERGIA, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES DA
BAHIA – AGERBA (Lei n° 7.314, de 19/05/98.
Fonte: http://www.agerba.ba.gov.br/upload/legislacao/L11378.pdf

Art. 1° - Fica criada a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos


de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia - AGERBA, autarquia sob
regime especial, com personalidade jurídica de direito público, autonomia
administrativa e financeira, patrimônio próprio, vinculada à Secretaria de
Energia, Transportes e Comunicações, tendo por finalidade regular,
controlar e fiscalizar a qualidade dos serviços públicos concedidos,
permissionados e autorizados, nos segmentos de energia, transportes e
comunicações, competindo-lhe:

Direito Regulatório
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ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

I. atuar, mediante disposição legal ou pactuada, em especial nas áreas de


energia elétrica, gás natural, petróleo e seus derivados, álcool combustível,
rodovias, hidrovias, terminais aeroportuários, hidroviários e rodoviários,
transportes intermunicipais de passageiros e comunicações;
II. promover e zelar pela eficiência econômica e técnica dos serviços
públicos delegados submetidos à sua competência regulatória, propiciando
condições de qualidade, regularidade, continuidade, segurança,
atualidade, universalidade e modicidade das tarifas;
III. proteger os usuários contra o abuso de poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento
arbitrário dos lucros;
IV. elaborar propostas em relação ao estabelecimento, revisão, ajuste e
aprovação de tarifas que permitam a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos de concessões e termos de permissões
de serviços públicos, observando a competência própria das Agências
Nacionais;

ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

V. atender, através das entidades reguladas, as solicitações de serviços


indispensáveis à satisfação das necessidades dos usuários;
VI. promover a estabilidade nas relações entre o poder concedente, entidades
reguladas e usuários;
VII. estimular a expansão e a modernização dos serviços delegados de modo a
buscar a sua universalização e a melhoria dos padrões de qualidade, ressalvada
a competência do Estado quanto à definição das políticas de investimentos;
VIII. promover a livre, ampla e justa competição entre as entidades reguladas,
bem como corrigir os efeitos da competição imperfeita;
IX. fiscalizar os aspectos técnico, econômico, contábil, financeiro, operacional e
jurídico dos contratos de concessões e termos de permissão de serviços públicos,
aplicando, se for o caso, diretamente as sanções cabíveis, entre as quais, multas,
suspensão temporária de participação em licitações, intervenção administrativa
e extinção da concessão ou permissão, em conformidade com a regulamentação
desta Lei e demais normas legais e pactuadas.
X. exercer outras atividades correlatas.

Direito Regulatório
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ALGUNS MODELOS DE REGULAÇÃO

Art. 13 - À Diretoria da AGERBA, constituída por um Diretor Executivo e 2


(dois) Diretores Gerais, compete, em regime de colegiado, analisar, discutir
e decidir, em instância superior, as matérias de competência da Autarquia.
(...)

Art. 14 - O Diretor Executivo e os Diretores Gerais serão nomeados pelo


Governador do Estado.

Art. 15 - O Diretor Executivo e os Diretores Gerais serão brasileiros, de


reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de
sua especialidade, possuindo mais de 5 (cinco) anos no exercício de função
ou atividade profissional relevante para os fins da AGERBA.

CARACTERÍSTICAS

Defesa do Mercado ≠ Defesa do Consumidor

↓ ↓

Defesa do livre ingresso, Defesa do destinatário


permanência e saída de um final da cadeia de
mercado livre de dominação consumo
e submetido à competição

Vulnerabilidade do consumidor – premissa? – falhas de mercado /


assimetria de informações

Direito Regulatório
68

EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES REGULADAS

POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º, III - harmonização dos interesses dos participantes das


relações de consumo e compatibilização da proteção do
consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;

EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES REGULADAS

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do


trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;

Direito Regulatório
69

EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES REGULADAS

A estrutura administrativa encarregada da função


regulatória deve ter o objetivo de compatibilizar a
satisfação do destinatário dos bens e serviços, as
expectativas do fornecedor dos bens e serviços e o
interesse coletivo, ampliando a eficiência econômica e
avaliando custos e benefícios de suas medidas,
procurando minimizar a diferença entre eles.

ESTRUTURA BÁSICA

Regime dos Dirigentes


• Mandato fixo – despolitização – garantia de independência
– Só há dois tipos de provimento – para cargo efetivo e para cargo
em comissão
– ADIN da AGERGS – A crítica de violação ao Princípio
Republicano – o STF entendeu que só é inconstitucional
submeter a exoneração ao Poder Legislativo e não o mandato
fixo
– Posição contrária – dirigente de agência reguladora não é agente
administrativo, mas se assemelha aos agentes políticos, por
conta dos processos especiais de investidura e de
responsabilização
• Mandato não coincidente – princípio da legitimidade – a sociedade
plural – inexistência de déficit democrático – várias correntes de
pensamento representadas
• Quarentena – limitações pós-afastamento

Direito Regulatório
70

ESTRUTURA BÁSICA

ADI 1949 MC / RS - RIO GRANDE DO SUL


MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Julgamento: 18/11/1999 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação: DJ 25-11-2005 PP-00005 / EMENT VOL-02215-1 PP-00058
Dispositivo questionado: Art. 8º da Lei nº 10.931, de 09/01/97, com a
redação dada pela Lei nº 11.292, de 23/12/98: “Art. 8º - O Conselheiro só
poderá ser destituído, no curso de seu mandato, por decisão da Assembléia
Legislativa”.

1. Diversamente dos textos constitucionais anteriores, na Constituição de


1988 - à vista da cláusula final de abertura do art. 52, III -, são válidas as
normas legais, federais ou locais, que subordinam a nomeação
dos dirigentes de autarquias ou fundações públicas à prévia aprovação do
Senado Federal ou da Assembléia Legislativa: jurisprudência consolidada do
Supremo Tribunal.

ESTRUTURA BÁSICA

2. Carece, pois, de plausibilidade a argüição de inconstitucionalidade, no caso,


do condicionamento à aprovação prévia da Assembléia Legislativa da investidura
dos conselheiros da agência reguladora questionada.
3. Diversamente, é inquestionável a relevância da alegação de incompatibilidade
com o princípio fundamental da separação e independência dos poderes, sob o
regime presidencialista, do art. 8º das leis locais, que outorga à Assembléia
Legislativa o poder de destituição dos conselheiros da agência
reguladora autárquica, antes do final do período da sua nomeação a termo.
4. A investidura a termo - não impugnada e plenamente compatível com a
natureza das funções das agências reguladoras - é, porém, incompatível
com a demissão ad nutum pelo Poder Executivo: por isso, para conciliá-la
com a suspensão cautelar da única forma de demissão prevista na lei - ou
seja, a destituição por decisão da Assembléia Legislativa -, impõe-se
explicitar que se suspende a eficácia do art. 8º dos diplomas estaduais
referidos, sem prejuízo das restrições à demissibilidade dos conselheiros
da agência sem justo motivo, pelo Governador do Estado, ou da
superveniência de diferente legislação válida.

Direito Regulatório
71

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO MS (a quarentena)

Art. 11. O membro desligado da Diretoria-Executiva não poderá exercer qualquer cargo
ou função de controlador, diretor, administrador, gerente, preposto, membro de
colegiado, mandatário, consultor ou empregado de qualquer entidade regulada, nem
patrocinar direta ou indiretamente interesses destas com a Agência, pelo prazo de
doze meses, a contar do término do respectivo mandato.
§ 1º A infringência do disposto neste artigo sujeitará o infrator à multa de cem vezes o
valor da sua última remuneração mensal, cobrável pela Agência, por via executiva,
sem prejuízo de outras sanções administrativas, cíveis ou penais cabíveis.
§ 2º Durante o período estabelecido neste artigo, o ex-membro da Diretoria-Executiva,
que não for servidor do quadro efetivo da AGEPAN, continuará prestando serviço na
referida agência ou em outro órgão ou entidade da Administração Pública Estadual,
em área atinente à sua qualificação profissional, mediante remuneração
compensatória equivalente à do cargo de direção que exercia, desde que comprove
não possuir outra fonte de renda diversa das atividades previstas no caput deste
artigo.(redação dada pela Lei nº 4.732, de 5 de outubro de 2015)

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO PR (a quarentena)

Art. 13. Até um ano após deixar o cargo, é vedado aos ex-Diretores e ex-
Conselheiros representar qualquer pessoa ou interesse perante a AGÊNCIA.

Parágrafo único. É vedado, ainda, ao ex-Diretor e ao ex-Conselheiro,


utilizar informações privilegiadas obtidas em decorrência do cargo
exercido, sob pena de incorrer em improbidade administrativa.

Direito Regulatório
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ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO EM SC (a quarentena)

Art. 12. Fica vedado aos ex-membros da Diretoria:

I – até 6 (seis) meses após deixar o cargo, representar qualquer pessoa


natural ou jurídica e respectivos interesses perante a ARESC; e

II - utilizar em benefício próprio informações privilegiadas obtidas em


decorrência do cargo exercido.

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO DF (quarentena)

Art. 20. O ex-diretor da ADASA continuará vinculado à autarquia nos seis


meses seguintes ao término do exercício do cargo, durante os quais estará
impedido de prestar quaisquer serviços, remunerados ou não, a empresas
privadas.

§ 1º Durante o período citado, o ex-diretor continuará prestando serviços a


outro órgão ou entidade da Administração do Distrito Federal, devendo ser
remunerado pela autarquia nas mesmas condições de seu extinto mandato.

§ 2º Exclui-se do disposto neste artigo o ex-diretor que perder o mandato em


função dos motivos dispostos no artigo anterior, salvo o da renúncia.

Direito Regulatório
73

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO ES (quarentena)

Art. 24. É vedado aos Diretores, pelo prazo de 12 (doze)


meses, a contar da extinção do respectivo mandato, exercer,
direta ou indiretamente, qualquer cargo ou função de
controlador, diretor, administrador, gerente, preposto,
mandatário ou consultor de empresas operadoras de serviços
públicos regulados, controlados ou fiscalizados pela ARSP.

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO EM PE (quarentena)

Art. 9º Durante o interregno de 120 (cento e vinte dias), contados a partir


do término de seus mandatos, os Diretores não poderão, a título nenhum,
manter vínculo, contratual ou não, com empresas sujeitas à competência
reguladora da ARPE, incluídos em tais restrições o exercício de cargo de
direção e a prestação de serviços de assessoria ou consultoria de qualquer
espécie, percebendo, neste período, até ser provido em cargo público ou
contratado pela iniciativa privada, compensação pecuniária
correspondente a 100% (cem por cento) da remuneração do cargo
exercido.

Direito Regulatório
74

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO RN (quarentena)

Art. 15. O Diretor da ARSEP, após finalizado seu mandato, continuará


vinculado à autarquia nos 6 (seis) meses seguintes ao exercício do cargo,
durante os quais estará impedido de prestar, direta ou indiretamente,
independentemente da forma ou natureza do contrato, qualquer tipo de
serviço aos concessionários, permissionários e autorizatários que
estiveram sob a regulação, controle ou fiscalização da autarquia durante
sua gestão.

§ 1º Durante o impedimento estabelecido neste artigo, o ex-Diretor


continuará prestando serviços à ARSEP ou a qualquer outro órgão da
Administração Pública, em área compatível com a sua qualificação
profissional, mediante remuneração compulsória equivalente à do cargo
de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes.

AINDA A COMPARAÇÃO COM O RN


(quarentena)

§ 2º Incluem-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de


férias não gozadas, desde que não ultrapassem o limite máximo de 2 (dois)
períodos.

§ 3º O ex-Diretor em período de quarentena não deve acessar informações


não públicas protegidas pelo sigilo da Agência.

§ 4º A infringência ao disposto no caput sujeita o ex-Diretor a multa de R$


106.410,00 (cento e seis mil e quatrocentos e dez reais), sem prejuízo de
outras sanções administrativas, cíveis ou criminais.

§ 5º O valor da multa de que trata o § 4º será atualizado anualmente por


índice oficial definido em regulamento.

Direito Regulatório
75

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO MS (os justos motivos)
Art. 12. O membro da Diretoria-Executiva empossado somente perderá o
cargo na ocorrência, isolada ou cumulativamente:
I – de situações previstas no art. 9° desta Lei;
II – em virtude de condenação judicial;
III – por improbidade administrativa, apurada em processo administrativo e
assegurado o direito de defesa e o contraditório.

Art. 9° Sob pena de perda de mandato, os membros da Diretoria-Executiva


não poderão:
I – exercer qualquer cargo ou função de controlador, diretor, administrador,
gerente, preposto, membro de colegiado, mandatário, consultor ou
empregado de qualquer entidade regulada;
II – receber, a qualquer título, quantias, descontos, vantagens ou benefícios
de qualquer entidade regulada;
III – tornar-se sócio, cotista ou acionista de qualquer entidade regulada
com mais de 1% (um por cento) do capital;

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO PR (os justos motivos)

Art. 10. Os membros dos Conselhos Diretor e Consultivo somente perderão seus
mandatos nas seguintes hipóteses, constatadas, de forma isolada ou cumulativa:
(Redação dada pela Lei Complementar 191 de 26/10/2015)
I - renúncia;
II - condenação judicial transitada em julgado;
III - decisão terminativa em processo administrativo disciplinar;
IV - ausência a três reuniões consecutivas ou a cinco reuniões alternadas por
ano, desde que não justificadas e aprovadas pelo Conselho Diretor;
(Redação dada pela Lei Complementar 191 de 26/10/2015)
V - demais hipóteses previstas nesta Lei.

Fonte:
http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&c
odAto=11335&codTipoAto=&tipoVisualizacao=compilado

Direito Regulatório
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ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO EM SC (os justos motivos)

Art. 11. Fica vedado aos membros da Diretoria, sob pena de perda de mandato:

I - exercer atividade de direção político-partidária;

II - exercer atividade profissional, empresarial ou sindical em entidade sujeita à


regulação e à fiscalização da ARESC;

III - celebrar contrato de prestação de serviço ou instrumento congênere com


entidade sujeita à regulação e à fiscalização da ARESC;

IV - deter participação societária em entidade sujeita à regulação e à fiscalização da


ARESC; e

V - exercer simultaneamente cargo, emprego ou função em entidade sujeita à


regulação e à fiscalização da ARESC.

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO EM MG (os justos motivos)

Art. 16. A exoneração imotivada de membros da Diretoria da ARSAE-MG


somente poderá ocorrer nos quatro meses iniciais dos respectivos
mandatos.

§ 1º Após o prazo a que se refere o caput, os membros da Diretoria da


ARSAE-MG somente perderão o mandato em decorrência de renúncia, de
condenação judicial transitada em julgado, de decisão definitiva em
processo administrativo disciplinar ou de descumprimento injustificado de
Acordo de Resultados da autarquia.

§ 2º Instaurado procedimento administrativo para apuração de


irregularidades, poderá o Governador do Estado, no interesse da
administração, afastar o membro da Diretoria da ARSAE-MG até a sua
conclusão, sem que o afastamento implique prorrogação do mandato ou
extensão do prazo inicialmente previsto para seu término.

Direito Regulatório
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ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO NO DF (os justos motivos)

Do Mandato dos Diretores

Art. 18. O Governador do Distrito Federal indicará, ao encaminhar os nomes dos


diretores para aprovação da Câmara Legislativa, o Diretor Presidente.

(...)

Art. 19. A exoneração dos diretores da Agência só poderá ocorrer em decorrência de


renúncia, de sentença judicial transitada em julgado ou de decisão definitiva em
processo administrativo disciplinar, em função de não-cumprimento de metas e
objetivos estabelecidos pelo contrato de gestão, ou ainda em decorrência de
comprovada improbidade administrativa ou prevaricação no cumprimento do respectivo
mandato.

§ 1º Sem prejuízo do disposto nas legislações penal e de improbidade administrativa


no serviço público, será causa da perda de mandato a inobservância, por qualquer um
dos diretores da ADASA, dos deveres e proibições inerentes ao cargo que ocupa.

AINDA A REGULAÇÃO NO DF
(os justos motivos)

§ 2º Para fins do disposto neste artigo, cabe ao Governador do Distrito Federal mandar
instaurar e julgar o processo administrativo disciplinar a ser conduzido por comissão
especial e determinar, por decreto, o afastamento preventivo do diretor e, por fim, a
perda do mandato, se for o caso.

Direito Regulatório
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ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO:


A REGULAÇÃO EM PE (os justos motivos)

Art. 8º Os membros da Diretoria somente poderão perder o mandato em


virtude de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar.

§ 1º Sem prejuízo do previsto pela lei penal e pela lei de improbidade


administrativa, será causa de perda do mandato a inobservância, pelo
Diretor, dos deveres e proibições inerentes ao cargo, inclusive no que se
refere ao cumprimento das políticas estabelecidas para o setor pelos
Poderes Executivo e Legislativo

ALGUM GRAU DE COMPARAÇÃO: O


EXEMPLO DA LEGISLAÇÃO DA BA
(os justos motivos)
Art. 17 - O Diretor Executivo e os Diretores Gerais somente perderão o cargo
antes do término do seu mandato em virtude de renúncia, ou em quaisquer das
seguintes hipóteses, isolada ou cumulativamente:
I. a constatação de que sua permanência no cargo possa comprometer a
independência e a integridade da AGERBA;
II. violação das regras de ética aplicáveis à AGERBA e aos seus dirigentes;
III. nas hipóteses previstas no Art. 16 da presente Lei; (*)
IV. condenação por crime doloso;
V. condenação por improbidade administrativa;
VI. rejeição definitiva de contas pelo Tribunal de Contas do Estado, uma vez
configurada manifesta improbidade administrativa no exercício da função.

(*) vedação de nomeação quando houver por parte do dirigente o exercício de quaisquer atividades nas
entidades reguladas, recebam quaisquer vantagens pelas entidades reguladas, sejam sócios, quotistas ou
acionistas de quaisquer entidades reguladas ou que exerçam atividades político-partidárias.

Direito Regulatório
79

FUNÇÃO REGULATÓRIA

Função quase-legislativa – regulação normativa

Função executiva – regulação executiva

Função quase-judicial – regulação judicante

REGULAÇÃO NORMATIVA

ESTABELECIMENTO DE NORMAS QUE


DISCIPLINARÃO O MERCADO, POR MEIO DE
RESOLUÇÕES OU DELIBERAÇÕES

Direito Regulatório
80

REGULAÇÃO NORMATIVA

Não representa delegação legislativa

Não representa exercício do poder regulamentar,


privativo do Chefe do Poder Executivo

Cuida de explicitar os comandos técnicos voltados para


o cumprimento dos direitos e deveres estabelecidos em
lei – função executiva

REGULAÇÃO NORMATIVA

Legislação x regulação

Delegação x deslegalização

Regulação x regulamentação

Direito Regulatório
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REGULAÇÃO EXECUTIVA

Atos de atribuição de direitos de ingresso no mercado

Atos de fiscalização

Atos de fixação de tarifas

Criação de empresas estatais

REGULAÇÃO JUDICANTE

Visão prospectiva do regulador – o impacto da norma


sobre casos futuros e sobre o mercado
• o regulador não se limita aos fatos ocorridos no
passado e que envolvem apenas as partes.

Retroalimentação do sistema – a experiência do caso


concreto pode ser transformada em norma

Direito Regulatório
82

REGULAÇÃO JUDICANTE

CARACTERÍSTICAS DO PROCEDIMENTO
PARA PUNIÇÃO DO REGULADO

Fase conciliatória

Fase de mediação

Fase arbitral

Fase recursal

TIPOS DE REGULAÇÃO

Regulação de polícia

Regulação de serviços públicos

Regulação de ordenamento econômico

Regulação de ordenamento social

Direito Regulatório
83

REGULAÇÃO DE POLÍCIA

Regulação na polícia administrativa – eficiência na


segurança do administrado

Eficiência da estrutura do fornecedor


Equipamentos
Direção
Equipe Técnica

Eficiência do Produto do fornecedor


Eficiência dos insumos utilizados pelo fornecedor

REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

O conceito de eficiência é atingido pela


conjugação dos princípios da

• Generalidade
• Regularidade
• Modicidade de custos
• Cortesia
• Atualização

Direito Regulatório
84

REGULAÇÃO DO ORDENAMENTO
ECONÔMICO

O conceito de eficiência busca:

•Prevenção de abuso ou
condicionamento do exercício de
poder econômico
•Correção de assimetrias em defesa do
consumidor

REGULAÇÃO DO ORDENAMENTO SOCIAL

O conceito de eficiência tem por objetivo a


preservação de bens e serviços indispensáveis
ao sustento da vida em sociedade
• ex.: tratamento diferenciado das atividades
econômicas ligadas à:
–saúde - controle de preços de medicamentos
e de planos de saúde
–Previdência – regimes de proteção da
estabilidade de instituições
comercializadoras de planos de previdência
em defesa da economia popular
–educação, pesquisa, preservação ambiental –
controle de mensalidades escolares.

Direito Regulatório
85

REGULAÇÃO

A regulação é uma atividade


administrativa de intervenção do Estado
no domínio econômico, mediante a
ponderação entre interesses em tensão,
buscando maximizar os benefícios em
relação aos custos criados por esta
restrição da liberdade
Assim, a intervenção é orientada pelo
princípio da proporcionalidade

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
DA REGULAÇÃO

O artigo 174 da Constituição trata da função de


regulação, juntamente com a intervenção normativa,
desenvolvida na forma do art. 24, I, da Lei Maior –
normas gerais de direito econômico

Como atividade administrativa, deve se desenvolver em


virtude de lei – princípio da legalidade

A lei define as políticas públicas; à regulação cabe a


sua implementação - princípio da legitimidade

Direito Regulatório
86

O CONTROLE

Em todos os casos, o que se tem é a


produção de atos administrativos, de
execução da vontade da lei.

A agência reguladora, embora


independente e autônoma, integra a
Administração, e, portanto, não é imune
ao controle.

TIPOS DE CONTROLE

Controle administrativo
Auto-tutela – anulação ou revogação
Contrato de gestão - finalístico
Controle social – por meio do direito de petição a
ouvidorias ou aos legitimados à apreciação da validade
dos atos
Recurso hierárquico impróprio
Controle legislativo
Tribunais de Contas
Sustação dos efeitos dos atos ilegais
Controle judicial

Direito Regulatório

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