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Os princípios então são normas de caráter geral, que têm por objeto o norteamento
do sistema jurídico.
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Sendo:
PRINCÍPIOS NORTEADORES
Dentre os princípios IMPLÍCITOS, dois merecem destaque, por serem considerados
como NORTEADORES de toda atuação administrativa. Sendo estes:
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LIMITES DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Importante ressaltar que, mesmo possuindo esta supremacia, o Estado está vinculado
aos princípios aos princípios constitucionais que determinam a forma e os limites de sua
atuação.
Ou seja, em qualquer situação devem ser seguidos outros princípios, como o princípio
do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa, da proporcionalidade, etc.
LEMBRE-SE - Assim como ocorre com TODOS OS PRINCÍPIOS, o da
supremacia do interesse público sobre o privado NÃO TEM CARÁTER ABSOLUTO
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Em decorrência destes princípios apresentados, que servem como “BASE” para os
outros Princípios da Administração Pública, tem-se que a “coisa pública” é um bem maior da
coletividade.
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PRINCÍPIOS EXPRESSOS
A Constituição Federal traz, de forma expressa, cinco princípios que regem a
Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.
Vale ressaltar que esses princípios são aplicados aos três Poderes do Estado
(Executivo, Legislativo e Judiciário), de qualquer das esferas (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) e também à sua Administração Indireta.
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Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade impõe um dever de observância à lei. Entretanto, esse
princípio funciona de maneira diferente para os particulares e para a Administração
Pública, podendo ser visto sob duas perspectivas distintas.
1) EM RELAÇÃO AO PARTICULAR (LEGALIDADE LATO SENSU):
Art. 5º da Constituição Federal:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.
Segundo esse dispositivo constitucional, o particular pode fazer tudo aquilo que a
lei não proíba. Nesse caso a regra é a autonomia da vontade.
2) EM RELAÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LEGALIDADE STRICTO
SENSU)
De acordo com o Art. 37 da Carta Magna a Administração Pública somente pode
fazer aquilo que a lei ordena (atuação vinculada) ou autoriza (atuação discricionária). Ela
jamais pode agir na omissão da lei. O desrespeito a esse princípio torna o ato ilegal (que
deve ser anulado).
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LEGALIDADE X RESERVA LEGAL
O princípio da legalidade diferencia-se do da reserva legal.
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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Esse princípio reflete a impessoalidade na atuação dos agentes públicos, que
devem agir sempre embasados por critérios de interesse público, jamais com o intuito de
favorecer interesses próprios ou de terceiros, não podendo, inclusive, atrelar a atuação
administrativa a sua própria imagem, de forma a promovê-la.
Desse modo, o princípio da impessoalidade pode ser visto sob três perspectivas:
1) ISONOMIA:
O administrador público deve tratar os administrados de maneira isonômica, sem
criar distinções ou critérios de preferência entre eles, que devem ser tratados de maneira
igualitária. Contudo, em determinadas situações, poderá existir um tratamento
diferenciado, embasado na igualdade material (ou substancial).
VEDAÇÃO AO NEPOTISMO
“Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.”
2) FINALIDADE:
A finalidade de toda atuação pública é o interesse social. A Administração sempre
deve agir objetivando fins públicos. Esse princípio veda que o administrador atue visando
a interesses próprios ou de terceiros. Nessa acepção, o princípio da impessoalidade
representa um sinônimo de princípio da finalidade.
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PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Esse princípio torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da
Administração, isto é, nosso ordenamento jurídico expressamente exige que o
administrador público tenha uma conduta pautada por preceitos éticos e morais.
Assim, conforme rege inclusive o Decreto 1.171/94, que trata da ética profissional
do servidor público civil do Poder Executivo federal, o servidor deve decidir não somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e
o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. É necessário que se
atenda não somente à “letra fria” da lei, mas também ao espírito dela, juntando aquilo
que é legal com aquilo que também é ético, moral.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade também pode ser analisado sob dois aspectos. O
primeiro refere-se à obrigação que possui a Administração Pública de publicar seus atos
em meio oficial (Diário Oficial da União, por exemplo), como requisito de sua eficácia.
Convém notar que não se trata de um requisito de validade, mas sim de eficácia, que diz
respeito à produção de efeitos de um ato.
Entretanto, nem todos os atos praticados pela Administração Pública devem ser
publicados em meio oficial, sendo que em determinadas situações prevalecerá o sigilo,
como nos casos em que for imprescindível para a segurança nacional ou em situações
em que deverá haver a preservação da intimidade dos administrados.
FIQUE TRANQUILO – Caso esta lei, não esteja presente em seu edital,
não é necessário estuda-la, levando para a prova apenas a concepção geral
do Princípio da Publicidade.
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TRANSPARÊNCIA
Uma segunda acepção desse princípio é o dever que possui a Administração
Pública de dar transparência a sua atuação, tornando as informações acessíveis aos
administrados, possibilitando, assim, o controle social de sua atuação.
Desse modo, não basta a mera publicação. Para que esse princípio seja realmente
observado, é necessário que essa publicação esteja acessível para os administrados.
Como exemplo, temos o direito à obtenção de certidões em repartições públicas.
Art. 5º da Constituição Federal:
Com base nesse entendimento, o STF já entendeu que publicar a remuneração dos
servidores públicos em site próprio (portal da transparência) não viola a sua intimidade,
pois se trata de uma das maneiras de dar publicidade a esses gastos públicos.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência, diferentemente dos outros princípios expressos, não foi
contemplado no texto original da Constituição Federal de 1988, sendo inserido
posteriormente por meio da EC 19/98, chamada de reforma administrativa.
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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Além dos Princípios citados expressamente pela Constituição de 1988, existem
outros Princípios de Direito Administrativo, que são verdadeiramente importantes para
uma administração pública legal, impessoal, moral, pública e eficiente. Esses Princípios
são chamados de princípios constitucionais implícitos e possuem a mesma importância
para o estudo em questão apresentado.
A ampla defesa deve ser assegurada sempre que a decisão administrativa afetar
interesses de terceiros. Como exemplo, podemos citar o direito à ampla defesa no PAD
(processo administrativo disciplinar), que poderá culminar na penalização de um
servidor.
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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Os serviços públicos têm como destinatário a coletividade, devendo a sua
prestação ser feita de modo contínuo e de maneira que atenda às necessidades da
população.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Este princípio proporciona a Administração o poder para revisar seus próprios atos,
assegurando um meio adicional de controle de sua atuação, reduzindo o
congestionamento do Poder Judiciário.
Assim, esse princípio permite que a Administração Pública exerça o controle sobre
seus próprios atos. Esse controle pode ser realizado sob dois aspectos:
ATENÇÃO – Estes critérios abaixo serão vistos com mais calma quando
tratarmos de ATOS ADMINISTRATIVOS
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CRITÉRIO DE LEGALIDADE
Quando o ato for ilegal ou ilegítimo a Administração Pública deve ANULAR esse
ato (de ofício ou quando provocada). Essa anulação do ato ilegal possui efeitos "ex tunc"
(retroativos).
CRITÉRIO DE MÉRITO
Nesse caso a Administração Pública pode REVOGAR seus próprios atos por
conveniência ou oportunidade. Na revogação os atos válidos (ela é feita por razões de
interesse público, e não por ilegalidades) e gera apenas efeitos "ex nunc" (não
retroagem).
SÚMULA DA AUTOTUTELA
A súmula 473 do STF também trata desse assunto:
"A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS,
QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE
DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR
MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS
OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS,
A APRECIAÇÃO JUDICIAL."
Trata-se de uma relação entre meios e fins, isto é, para o alcance de determinado
fim almejado, deve ser utilizado um meio adequado e proporcional para tanto.
SEGURANÇA JURÍDICA
Esse princípio protege as expectativas legítimas, impedindo que o administrado
seja surpreendido por uma situação inesperada.
Visa dar credibilidade e estabilidade nas relações travadas com o Estado, vedando
que seja aplicada retroativamente uma nova interpretação da lei. Esse princípio está
intimamente relacionado com aos princípios da boa-fé e da confiança.
Este princípio deve ter como base a boa-fé daqueles que estão sujeitos à aplicação
das normas, regras e princípios da Administração Pública
Vale lembrar, porém, que o princípio analisado não impede que o poder público
realize novas interpretações em relação às normas jurídicas e às disposições legais
atinentes a suas condutas.
JURIDICIDADE
O princípio da juridicidade, vai além da legalidade de maneira pragmática. Vincula
a atividade estatal ao conjunto de princípios e regras, valorizando a realização dos
direitos do homem sobre a mera aplicação da lei administrativa.
SINDICABILIDADE
O princípio da SINDICABILIDADE impõe que a Administração Pública se submeta
a controle. Esse controle é feito pelo Poder Judiciário (legalidade) ou pela própria
Administração (mérito administrativo e legalidade).
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