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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO


O Regime Jurídico Administrativo é o CONJUNTO HARMÔNICO de princípios que
definem a LÓGICA DE ATUAÇÃO do ente público, se baseando na existência de
limitações e prerrogativas em face do interesse público.

Os princípios então são normas de caráter geral, que têm por objeto o norteamento
do sistema jurídico.

Eles representam as ideias centrais de um sistema, estabelecendo diretrizes e


orientações gerais, que conferem um sentido lógico e harmonioso, responsável por
pautar todo o ordenamento jurídico e a atuação da Administração Pública.

Os princípios fundamentais da Administração Pública podem ser expressos


(encontrados no texto constitucional) ou implícitos (aqueles que embora não contenham
previsão expressa, são extraídos do texto constitucional).

É importante ressaltar que entre os princípios não existe qualquer tipo de


subordinação ou hierarquia, sejam eles expressos ou implícitos.

LEMBRE-SE – NÃO EXISTE HIERARQUIA entre os princípios, sejam


eles EXPLÍCITOS ou EXPLÍCITOS.

Ainda neste conceito, os Doutrinadores costumam separar a definição de princípios


e regras, sendo:

PRINCÍPIOS - Normas Gerais – Estabelecem o sentido geral de atuar


do ente estatal.

REGRAS - Definem a atuação perante um caso concreto – Estabelecem


a forma e momento da atuação do ente.

Sendo assim, os PRINCÍPIOS tendem a ser mais GERAIS e IMPRECISOS do que


as REGRAS, já que as REGRAS são “Disposições Expressas”, encontrando-se de
pronta disposição ao intérprete.

IMPORTANTE – Não se admite o CONFLITO ENTRE REGRAS E


PRINCÍPIOS, já que os PRINCÍPIOS servem como orientações gerais para a
formação das REGRAS.

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CONTEÚDO DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO


A atuação administrativa deve se pautar pela busca do INTERESSE PÚBLICO, por
isso, a Doutrina diferencia o conceito de interesse público em:

 Interesse Público PRIMÁRIO

 Interesse Público SECUNDÁRIO

Sendo:

INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO – Norteador da Administração


Pública, é o interesse que reflete as necessidades da SOCIEDADE.

INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO – Compreende os interesses do


PRÓPRIO ESTADO como instituição, deve ser buscado de forma
SECUNDÁRIA, pois a “finalidade final” é sempre o INTERESSE PÚBLICO.

PRINCÍPIOS NORTEADORES
Dentre os princípios IMPLÍCITOS, dois merecem destaque, por serem considerados
como NORTEADORES de toda atuação administrativa. Sendo estes:

 SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO

 INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO


Esse princípio, juntamente com o princípio da indisponibilidade do interesse público,
reflete a base do direito administrativo, pautando todas as condutas da Administração
Pública, que sempre agirá sob a ótica desses postulados norteadores.

De acordo com esse princípio, o interesse público, isto é, da coletividade, é mais


importante que os interesses privados.

Também deste princípio extraímos os poderes da Administração Pública, que a coloca


em situação de superioridade em face dos administrados, de modo a poder exercer o seu
mister, a proteção do interesse público.

IMPORTANTE – Apesar da “superioridade” e das “prerrogativas” que o


estado detém ante aos administrados, NÃO EXISTE HIERARQUIA ENTRE
ADMINISTRADOR E ADMINISTRADOS.

#FAZQUESTÃO
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LIMITES DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Importante ressaltar que, mesmo possuindo esta supremacia, o Estado está vinculado
aos princípios aos princípios constitucionais que determinam a forma e os limites de sua
atuação.

Ou seja, em qualquer situação devem ser seguidos outros princípios, como o princípio
do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa, da proporcionalidade, etc.
LEMBRE-SE - Assim como ocorre com TODOS OS PRINCÍPIOS, o da
supremacia do interesse público sobre o privado NÃO TEM CARÁTER ABSOLUTO

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


Esse princípio, implicitamente previsto na Constituição Federal, trata da
indisponibilidade inerente aos bens e serviços públicos, que pertencem à coletividade, e não
à Administração Pública (ou a seus agentes), que apenas atuam em prol da sociedade.

A Administração Pública não é a titular do interesse público, sendo na verdade a


guardiã do mesmo, não podendo, desse modo, ABIR MÃO, de forma injustificada da busca
pela satisfação do interesse público, prezando sempre não onerar a coletividade.

LEMBRE-SE - O administrador público é um mero gestor da coisa alheia,


não podendo dispor (abrir mão) dos interesses públicos, sendo esse princípio o
fundamento dos deveres da Administração.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Em decorrência destes princípios apresentados, que servem como “BASE” para os
outros Princípios da Administração Pública, tem-se que a “coisa pública” é um bem maior da
coletividade.

Dessa forma, em CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NÃO SE APLICA O


PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, conforme súmula do STJ.

SÚMULA 599 - STJ - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes


contra a administração pública

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS
A Constituição Federal traz, de forma expressa, cinco princípios que regem a
Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.

Sobre o princípio da Eficiência, é importante ressaltar que este só se tornou


princípio expresso com o advento da EC 19/98.

Desse modo, os cinco princípios expressos são:


 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

DICA – Lembre-se de “LIMPE”, sendo as iniciais de cada princípio.

Vale ressaltar que esses princípios são aplicados aos três Poderes do Estado
(Executivo, Legislativo e Judiciário), de qualquer das esferas (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) e também à sua Administração Indireta.

Art. 37 da Constituição Federal:

A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte..."

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Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade impõe um dever de observância à lei. Entretanto, esse
princípio funciona de maneira diferente para os particulares e para a Administração
Pública, podendo ser visto sob duas perspectivas distintas.
1) EM RELAÇÃO AO PARTICULAR (LEGALIDADE LATO SENSU):
Art. 5º da Constituição Federal:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.

Segundo esse dispositivo constitucional, o particular pode fazer tudo aquilo que a
lei não proíba. Nesse caso a regra é a autonomia da vontade.
2) EM RELAÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LEGALIDADE STRICTO
SENSU)
De acordo com o Art. 37 da Carta Magna a Administração Pública somente pode
fazer aquilo que a lei ordena (atuação vinculada) ou autoriza (atuação discricionária). Ela
jamais pode agir na omissão da lei. O desrespeito a esse princípio torna o ato ilegal (que
deve ser anulado).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X ADMINISTRAÇÃO PRIVADA


A Administração Pública possui uma submissão total ao que está previsto em lei,
não podendo agir na omissão legal. Sendo inclusive a discricionariedade do
administrador pautada na legalidade.

Já a atuação da Administração Privada é mais ampla, pois não se submete apenas


ao que está previsto em lei, podendo agir na omissão legislativa, desde que não seja ato
ilícito.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Pode fazer APENAS o que a lei permite

ADMINISTRAÇÃO PRIVADA – Pode fazer TUDO que a lei NÃO


PROÍBE

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LEGALIDADE X RESERVA LEGAL
O princípio da legalidade diferencia-se do da reserva legal.

 O princípio da LEGALIDADE pressupõe a submissão e o respeito à lei e


aos atos normativos em geral.

 O princípio da RESERVA LEGAL consiste na necessidade de a


regulamentação de determinadas matérias ser feita necessariamente por
lei formal.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


São situações em que o texto constitucional excepcionaliza a legalidade, admitindo
a atuação da Administração Pública à margem das disposições legais.

Sem entrar em detalhes, pois invadiríamos o Direito Constitucional, são exceções


ao princípio da legalidade:

 Edição de Medida Provisória

 Situações de Estado de Defesa

 Situações de Estado de Sítio

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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Esse princípio reflete a impessoalidade na atuação dos agentes públicos, que
devem agir sempre embasados por critérios de interesse público, jamais com o intuito de
favorecer interesses próprios ou de terceiros, não podendo, inclusive, atrelar a atuação
administrativa a sua própria imagem, de forma a promovê-la.

Desse modo, o princípio da impessoalidade pode ser visto sob três perspectivas:

1) ISONOMIA:
O administrador público deve tratar os administrados de maneira isonômica, sem
criar distinções ou critérios de preferência entre eles, que devem ser tratados de maneira
igualitária. Contudo, em determinadas situações, poderá existir um tratamento
diferenciado, embasado na igualdade material (ou substancial).
VEDAÇÃO AO NEPOTISMO
“Súmula Vinculante 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.”

ATENÇÃO – Para o STF, “nomeações políticas” não são consideradas como


atos de nepotismo

2) FINALIDADE:
A finalidade de toda atuação pública é o interesse social. A Administração sempre
deve agir objetivando fins públicos. Esse princípio veda que o administrador atue visando
a interesses próprios ou de terceiros. Nessa acepção, o princípio da impessoalidade
representa um sinônimo de princípio da finalidade.

3) VEDAÇÃO A PROMOÇÃO PESSOAL (OU PARTIDÁRIA)


Sob essa ótica, o princípio da impessoalidade veda que o administrador utilize
obras públicas para fins de promoção pessoal ou partidária.
CF, Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

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PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Esse princípio torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da
Administração, isto é, nosso ordenamento jurídico expressamente exige que o
administrador público tenha uma conduta pautada por preceitos éticos e morais.

Assim, conforme rege inclusive o Decreto 1.171/94, que trata da ética profissional
do servidor público civil do Poder Executivo federal, o servidor deve decidir não somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e
o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. É necessário que se
atenda não somente à “letra fria” da lei, mas também ao espírito dela, juntando aquilo
que é legal com aquilo que também é ético, moral.

A moralidade administrativa é um dos pressupostos da validade de todo ato


praticado pela Administração Pública. Cabe ressaltar que não se trata da moral segundo
o senso comum, mas sim de uma moral jurídica, extraída do nosso ordenamento jurídico.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade também pode ser analisado sob dois aspectos. O
primeiro refere-se à obrigação que possui a Administração Pública de publicar seus atos
em meio oficial (Diário Oficial da União, por exemplo), como requisito de sua eficácia.
Convém notar que não se trata de um requisito de validade, mas sim de eficácia, que diz
respeito à produção de efeitos de um ato.

LEMBRE-SE – Publicidade é REQUISITO de Eficácia e Moralidade do


Ato Administrativo

Entretanto, nem todos os atos praticados pela Administração Pública devem ser
publicados em meio oficial, sendo que em determinadas situações prevalecerá o sigilo,
como nos casos em que for imprescindível para a segurança nacional ou em situações
em que deverá haver a preservação da intimidade dos administrados.

ATENÇÃO – A Lei 12527/11 (Lei de Acesso informação), regula os


casos de exceção ao princípio da Publicidade, de maneira geral.

FIQUE TRANQUILO – Caso esta lei, não esteja presente em seu edital,
não é necessário estuda-la, levando para a prova apenas a concepção geral
do Princípio da Publicidade.

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TRANSPARÊNCIA
Uma segunda acepção desse princípio é o dever que possui a Administração
Pública de dar transparência a sua atuação, tornando as informações acessíveis aos
administrados, possibilitando, assim, o controle social de sua atuação.

Desse modo, não basta a mera publicação. Para que esse princípio seja realmente
observado, é necessário que essa publicação esteja acessível para os administrados.
Como exemplo, temos o direito à obtenção de certidões em repartições públicas.
Art. 5º da Constituição Federal:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

LEMBRE-SE – Não basta apenas “Publicar o Ato”, esta publicação deve


ser TRANSPARENTE e ACESSÍVEL.

Com base nesse entendimento, o STF já entendeu que publicar a remuneração dos
servidores públicos em site próprio (portal da transparência) não viola a sua intimidade,
pois se trata de uma das maneiras de dar publicidade a esses gastos públicos.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência, diferentemente dos outros princípios expressos, não foi
contemplado no texto original da Constituição Federal de 1988, sendo inserido
posteriormente por meio da EC 19/98, chamada de reforma administrativa.

Esse princípio impõe uma obrigação de que as atribuições públicas sejam


prestadas com presteza, perfeição e rendimento funcional, de modo a prestar um serviço
público que atenda de forma satisfatória às necessidades da coletividade, entretanto,
sem onerar desnecessariamente os cofres públicos, com gastos supérfluos ou
desperdícios.

Para privilegiar esse princípio, a Constituição Federal estabeleceu as avaliações


periódicas de desempenho para os servidores públicos, sendo que, mesmo o estável
pode ser exonerado caso não tenha resultados satisfatórios.

Art. 37, § 1º, da CF: O servidor público estável só perderá o cargo:


III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa.

ATENÇÃO – Atualmente a avaliação periódica de desempenho ainda não se


encontra formalizada, tendo sua lei em discussão.
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EFICIÊNCIA X EFICÁCIA X EFETIVIDADE
Em resumo temos:

 A EFICIÊNCIA é a relação do processo envolvido com seu meio. Assim,


possui foco interno e refere-se aos custos (materiais, econômicos,
pessoais) envolvidos.

EFICIÊNCIA é fazer MAIS com MENOS, sem perder a QUALIDADE

 A EFICÁCIA se expressa pelo alcance dos objetivos ou metas,


independentemente dos custos implicados. Possui foco externo e refere-se
aos RESULTADOS.

 A EFETIVIDADE representa a relação entre os resultados alcançados e as


transformações ocorridas. Possui foco externo e refere-se aos IMPACTOS
causados na sociedade.

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Além dos Princípios citados expressamente pela Constituição de 1988, existem
outros Princípios de Direito Administrativo, que são verdadeiramente importantes para
uma administração pública legal, impessoal, moral, pública e eficiente. Esses Princípios
são chamados de princípios constitucionais implícitos e possuem a mesma importância
para o estudo em questão apresentado.

Os Princípios implícitos da Administração Pública, que podem ser considerados


como de maior relevância são:
 Contraditório e Ampla Defesa
 Continuidade
 Autotutela
 Razoabilidade
 Proporcionalidade
 Finalidade
 Especialidade
 Segurança Jurídica
 Juridicidade
 Sindicabilidade

ATENÇÃO – Outros Princípios Implícitos podem ser conceituados, bem


como cobrados em prova, importante então fazer muitas questões sobre o
tema, além de sempre utilizar a LÓGICA.

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA


Trata-se da proteção constitucionalmente consagrada no art. 5º, inciso LV, da
C.F./88, que diz:
“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ele inerentes.”

A ampla defesa deve ser assegurada sempre que a decisão administrativa afetar
interesses de terceiros. Como exemplo, podemos citar o direito à ampla defesa no PAD
(processo administrativo disciplinar), que poderá culminar na penalização de um
servidor.

Em procedimentos em que inexista a restrição de direitos, não há que se falar em


direito à ampla defesa, como no caso da sindicância investigativa (cuidado, não confunda
com a sindicância, que é uma modalidade de PAD, na qual é exigida a ampla defesa) ou
no inquérito civil ou policial.

#FAZQUESTÃO
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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Os serviços públicos têm como destinatário a coletividade, devendo a sua
prestação ser feita de modo contínuo e de maneira que atenda às necessidades da
população.

Desse modo, os serviços públicos devem ser prestados de maneira adequada e


ininterrupta, somente podendo haver a paralisação da prestação dos mesmos em casos
excepcionais, como em situações de emergência ou havendo aviso prévio.

Esse princípio aplica-se tanto para os entes da Administração Pública como


também para os particulares delegatários de serviços públicos.

No caso de a Administração Pública descumprir sua parte, os serviços prestados


pelo delegatário não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial
transitada em julgado, não se aplicando a cláusula de exceção de contrato não cumprido
(essa cláusula define que a parte que não cumpriu sua parcela no contrato, não pode
exigir que a outra parte cumpra a sua).

Assim, o delegatário de serviço público não pode interromper a prestação alegando


que a Administração Pública não cumpriu sua parte no contrato, somente podendo
rescindir o contrato mediante decisão judicial com trânsito em julgado (aquela que não
comporta mais nenhum recurso, tornou-se definitiva).

PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Este princípio proporciona a Administração o poder para revisar seus próprios atos,
assegurando um meio adicional de controle de sua atuação, reduzindo o
congestionamento do Poder Judiciário.

A autotutela administrativa difere do controle judicial, sendo que a sua execução é


feita pela própria Administração que praticou o ato independente de provocação.

A autotutela autoriza o controle, pela Administração, sob dois aspectos: o da


legalidade, onde ela irá anular seus atos ilegais e o de mérito, onde ela poderá revogar
seus atos que, embora válidos, se mostrarem inoportunos ou inconvenientes.

Assim, esse princípio permite que a Administração Pública exerça o controle sobre
seus próprios atos. Esse controle pode ser realizado sob dois aspectos:

ATENÇÃO – Estes critérios abaixo serão vistos com mais calma quando
tratarmos de ATOS ADMINISTRATIVOS

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CRITÉRIO DE LEGALIDADE
Quando o ato for ilegal ou ilegítimo a Administração Pública deve ANULAR esse
ato (de ofício ou quando provocada). Essa anulação do ato ilegal possui efeitos "ex tunc"
(retroativos).
CRITÉRIO DE MÉRITO
Nesse caso a Administração Pública pode REVOGAR seus próprios atos por
conveniência ou oportunidade. Na revogação os atos válidos (ela é feita por razões de
interesse público, e não por ilegalidades) e gera apenas efeitos "ex nunc" (não
retroagem).
SÚMULA DA AUTOTUTELA
A súmula 473 do STF também trata desse assunto:
"A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS,
QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE
DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR
MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS
OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS,
A APRECIAÇÃO JUDICIAL."

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE


Esses princípios refletem limitações impostas aos atos discricionários, sendo que o
administrador público, ao exercer a margem de escolha dada pela lei, deverá sempre
fazê-lo de forma proporcional e razoável. Assim, esse princípio tem o condão de evitar
os excessos na discricionariedade administrativa.

Caso um ato administrativo não guarde a relação entre a adequação da medida


utilizada e o fim pretendido, teremos um ato excessivo, passível de ser invalidado.

Trata-se de uma relação entre meios e fins, isto é, para o alcance de determinado
fim almejado, deve ser utilizado um meio adequado e proporcional para tanto.

LEMBRE-SE – Estes princípios oferecem LIMITAÇÕES À


DISCRICIONARIEDADE

SEGURANÇA JURÍDICA
Esse princípio protege as expectativas legítimas, impedindo que o administrado
seja surpreendido por uma situação inesperada.

Visa dar credibilidade e estabilidade nas relações travadas com o Estado, vedando
que seja aplicada retroativamente uma nova interpretação da lei. Esse princípio está
intimamente relacionado com aos princípios da boa-fé e da confiança.

Conforme já disse o STF, esse princípio reflete a necessidade de respeitar


situações consolidadas pelo tempo e amparadas pela boa-fé dos administrados.
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PROTEÇÃO À CONFIANÇA
O princípio da proteção da confiança legítima consiste, em uma aplicação do
princípio da Segurança Jurídica.

Este princípio deve ter como base a boa-fé daqueles que estão sujeitos à aplicação
das normas, regras e princípios da Administração Pública

Assim sendo, caso a Administração Pública pratique atos em benefício de


determinados beneficiários, não pode, posteriormente, sob a alegação de que imprimiu
nova interpretação à norma legal, retirar o benefício anteriormente concedido.

Vale lembrar, porém, que o princípio analisado não impede que o poder público
realize novas interpretações em relação às normas jurídicas e às disposições legais
atinentes a suas condutas.

JURIDICIDADE
O princípio da juridicidade, vai além da legalidade de maneira pragmática. Vincula
a atividade estatal ao conjunto de princípios e regras, valorizando a realização dos
direitos do homem sobre a mera aplicação da lei administrativa.

LEMBRE-SE – O princípio da Juridicidade “amplia” o conceito de


legalidade, abrangendo os princípios e regras do direito.

SINDICABILIDADE
O princípio da SINDICABILIDADE impõe que a Administração Pública se submeta
a controle. Esse controle é feito pelo Poder Judiciário (legalidade) ou pela própria
Administração (mérito administrativo e legalidade).

Portanto, pode-se afirmar que a autotutela é uma das formas de expressão do


controle da Administração.

LEMBRE-SE – Este princípio preceitua que, toda a Administração


Pública submete-se a ALGUM TIPO DE CONTROLE.

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