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Pós-graduação
DIREITO DA SAÚDE
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NP-1
AGÊNCIAS REGULADORAS
ANVISA E ANS
Prof: Luiz Cristiano de Andrade
NP-1
ROTEIRO
o Entidades Autárquicas
o Agências Reguladoras
o ANS
o ANVISA
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http://www.bresserpereira.org.br/rgp.asp
PÓS-GRADUAÇÃO NP-1
BIBLIOGRAFIA
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Agências reguladoras: descentralização e deslegalização. In Mutações do
Direito Administrativo, p. 145-184. Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2000.
SUNDFELD, Carlos Ari (coord.). Direito administrativo econômico. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.
_________; ROSILHO, André (org.). Direito da regulação e políticas públicas. São Paulo: Malheiros Editores, 2014.
SALOMÃO FILHO, Calixto. Regulação da atividade econômica. São Paulo: Malheiros Editores, 2001.
MARQUES NETO, Floriano de Azevedo. Agências reguladoras independentes: fundamentos e seu regime jurídico.
Belo Horizonte: Fórum, 2005.
ARAGÃO, Alexandre. Agências reguladoras e a evolução do Direito Administrativo Econômico. Rio de Janeiro:
Editora Forense, 2002.
BINENBOJM, Gustavo. Do executivo unitário à administração pública policêntrica. In Uma teoria do direito
administrativo, p. 239-299. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.
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“O Estado, embora conservando e se possível ampliando sua ação na área social, só deve
executar diretamente as tarefas que são exclusivas de Estado, que envolvem o emprego do
poder de Estado, ou que apliquem os recursos do Estado.”
Bresser Pereira
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Bresser Pereira
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o 3º Setor: Colaboração com o poder público por meio de parceria com entidades sem fins
lucrativos.
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PÓS-GRADUAÇÃO NP-1
AUTARQUIAS
o Pessoas Jurídicas de Direito Público, criadas por lei para exercer funções típicas da
Administração Pública, entre elas a intervenção na ordem econômica.
ENTIDADES AUTÁRQUICAS
Poder de polícia
Serviço público
Intervenção na
ordem econômica
Intervenção na
ordem social
Fomento
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ENTIDADES EUTÁRQUICAS
AUTARQUIAS
Casos concretos
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AGÊNCIAS REGULADORAS
o ADIN 1949-0 – Em 1999, o STF considerou estar de acordo com as normas constitucionais
a impossibilidade de exoneração ad nutum dos dirigentes das agências reguladoras,
reforçando a sua autonomia.
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PÓS-GRADUAÇÃO NP-1
ORIGENS DA REGULAÇÃO
ORIGENS DA REGULAÇÃO
Vital Moreira
Em algum momento da história, existiu Estado que se absteve completamente de intervir na Ordem Econômica?
PÓS-GRADUAÇÃO NP-1
ORIGENS DA REGULAÇÃO
Diogo de Figueiredo
1887: Criação da ICC – Interstate Commerce Comission, criada em regular o setor ferroviário norte-
americano.
1914: Criação da FTC – Federal Trade Comission, derivação do Bureau of Corporations, criado em 1903,
para regular a concorrência e controlar o abuso de poder econômico.
1913: Criação do FED - Federal Reserve System para regular o sistema financeiro.
1934: SEC – Securities and Exchange Comission para regular o mercado de capitais
1934: FCC - Federal Communications Comission, para regular o setor de telecomunicações
1935: NLRB – National Labor Relations Board para regulação das relações trabalhistas e sindicais
1935: SSA - Social Security Administration, para gerir a seguridade social, aposentadorias e pensões.
1970’s: Questionamento da eficácia da regulação (Richard Posner), com as seguintes consequências: (i)
ampliação do controle judicial sobre as agências reguladoras; (ii) aumento da participação da sociedade
civil no processo decisório das agências; (iii) fortalecimento da accountability das agências. Início da
desregulação (transporte aéreo; ferroviário; óleo e gás natural) na segunda metade da década.
1980’s: Governo Reagan passou a supervisionar as agências por meio do OMB – Office of Management and Budget.
AGÊNCIAS REGULADORAS
o Exemplos: Agência Europeia Ambiental (EEA); Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA); Centro
Europeu e de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC); Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
o No Brasil, houve a substituição do modelo do Estado Empresário pelo modelo do Estado Regulador,
cuja intervenção na economia se faz predominantemente de modo indireto.
AGÊNCIAS REGULADORAS
Gustavo Binenbojm defende que o advento das Agências Reguladoras Independentes quebram o
vínculo de unidade no interior da Administração Pública e assinalam a passagem para uma
Administração Pública Policêntrica, “de um desenho piramidal para uma configuração policêntrica.”
AGÊNCIAS REGULADORAS
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NP-1
AGÊNCIAS REGULADORAS
II. Função arbitral, na posição de um terceiro imparcial para compor conflitos de interesses de
acordo com a “solução que melhor realize as políticas públicas para o setor;
III. Poder normativo, em relação aos setores regulados (deslegalização ou regulação complexa e
dinâmica de setores específicos).
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AGÊNCIAS REGULADORAS
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AGÊNCIAS REGULADORAS
Parecer AGU AC 51
Conforme o Parecer AGU 51, os Ministérios poderiam rever (anular e revogar) os atos das
agências reguladoras por recurso hierárquico impróprio ou mesmo de ofício.
AGÊNCIAS REGULADORAS
Contraria as leis das agências reguladoras, que asseguram às agências a posição de última
instância administrativa
Abertura de amplo espaço para interferência
O recurso hierárquico impróprio não pode ser extraído genericamente da supervisão
ministerial, de acordo com os Tribunais Superiores
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Supervisão ministerial das agencias reguladoras: limites, possibilidades e o
Parecer AGU nº AC 51.
Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/viewFile/42129/40820.
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AGÊNCIAS REGULADORAS
III. poder normativo, necessário à disciplina dos serviços públicos e atividades econômicas
reguladas;
Caso concreto:
STF. Pleno. ADI 5501. Rel. Min Marco Aurélio, julgado em 19/05/16
Liberação da Fosfoetanolamina (‘‘Pílula do Câncer’’)
É decisão técnica: cabe à ANVISA (agência reguladora)
Suspensão da eficácia da Lei 13.269/2016
Lei de Processo
Administrativo
LINDB
artigos 20-30
CONCEITOS INSTRUMENTAIS:
Serviço público, serviço de interesse
público e poder de polícia.
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SERVIÇO PÚBLICO
PODER DE POLÍCIA
CTN, art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
PODER DE POLÍCIA
Atividade administrativa que, com base em lei, limita a liberdade e a propriedade dos
membros da coletividade, conformando-se ao atendimento do interesse público
juridicamente definido. (Alexandre Santos Aragão)
ANS
Agência Nacional de Saúde Suplementar
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ANS
Criada pela Lei nº 9.961/2000, com a finalidade de promover a defesa do interesse público
na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às
suas relações com prestadores e consumidores (artigo 3º).
Artigo 1º, Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à ANS é caracterizada
por autonomia administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos,
autonomia nas suas decisões técnicas e mandato fixo de seus dirigentes.
ANS
Artigo 5º A ANS será dirigida por uma Diretoria Colegiada, devendo contar, também, com um
Procurador, um Corregedor e um Ouvidor, além de unidades especializadas incumbidas de
diferentes funções, de acordo com o regimento interno.
Parágrafo único. A ANS contará, ainda, com a Câmara de Saúde Suplementar, de caráter
permanente e consultivo.
Art. 6º A gestão da ANS será exercida por Diretoria Colegiada composta de 5 (cinco) Diretores,
sendo um deles o seu Diretor-Presidente.
Parágrafo único. Os membros da Diretoria Colegiada serão brasileiros, indicados pelo Presidente
da República e por ele nomeados, após aprovação prévia pelo Senado Federal, nos termos
da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, para cumprimento de mandato de 5
(cinco) anos, vedada a recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
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ANS
I - propor políticas e diretrizes gerais ao Conselho Nacional de Saúde Suplementar - CONSU para a
regulação do setor de saúde suplementar;
II - estabelecer as características gerais dos instrumentos contratuais utilizados na atividade das
operadoras;
IV - fixar critérios para os procedimentos de credenciamento e descredenciamento de
prestadores de serviço às operadoras;
V - estabelecer parâmetros e indicadores de qualidade e de cobertura em assistência à saúde
para os serviços próprios e de terceiros oferecidos pelas operadoras;
VI - estabelecer normas para ressarcimento ao Sistema Único de Saúde - SUS;
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ANS
XXIII - fiscalizar as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde e zelar
pelo cumprimento das normas atinentes ao seu funcionamento;
ANS
Art. 18. É instituída a Taxa de Saúde Suplementar, cujo fato gerador é o exercício pela ANS do
poder de polícia que lhe é legalmente atribuído.
(...)
ANS
RESOLUÇÕES
ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
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ANVISA
Criada pela Lei nº 9.782/1999, com a finalidade de promover a proteção da saúde da população,
por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços
submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das
tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fronteiras (art.
6º) .
Artigo 3º, Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada
pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.
POLÍCIA SANITÁRIA
“No nosso sistema constitucional os assuntos de saúde e assistência pública ficam sujeitos à
tríplice regulamentação federal, estadual e municipal, por interessarem simultaneamente a
todas as entidades estatais.”
Hely Lopes Meirelles
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POLÍCIA SANITÁRIA
UNIÃO
A competência da ANVISA é extensa e a agência dispõe de poder de polícia para autorizar ou
interditar o funcionamento de empresas; anuir ou proibir a importação ou exportação de
produtos; fiscalizar laboratórios; monitorar a evolução dos preços de medicamentos e serviços de
saúde. (artigo 7º) Destaca-se a atribuição de monitorar e auditar os órgãos e entidades
estaduais, distrital e municipais que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
(artigo 7º, XXI)
ESTADOS
Os Códigos Sanitários estaduais complementam a legislação federal e estabelecem uma série de
limitações administrativas de ordem sanitária aos particulares, especialmente às construções, ao
setor de alimentação, à poluição do ar e da água.
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POLÍCIA SANITÁRIA
MUNICÍPIOS
POLÍCIA SANITÁRIA
ADI 6341
A União pode legislar sobre o tema, mas o exercício desta competência deve sempre resguardar
a autonomia dos demais entes. A possibilidade do chefe do Executivo Federal definir por decreto
a essencialidade dos serviços públicos, sem observância da autonomia dos entes locais,
afrontaria o princípio da separação dos poderes.
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ANVISA
Art. 9º A Agência será dirigida por uma Diretoria Colegiada, devendo contar, também, com um
Procurador, um Corregedor e um Ouvidor, além de unidades especializadas incumbidas de diferentes
funções.
Parágrafo único. A Agência contará, ainda, com um Conselho Consultivo, que deverá ter, no mínimo,
representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, dos produtores, dos
comerciantes, da comunidade científica e dos usuários, na forma do regulamento.
Art. 10. A gerência e a administração da Agência serão exercidas por Diretoria Colegiada composta de
5 (cinco) membros, sendo um deles o seu Diretor-Presidente, vedada a recondução, nos termos da Lei
nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
Parágrafo único. Os membros da Diretoria Colegiada serão brasileiros, indicados pelo Presidente da
República e por ele nomeados, após aprovação prévia pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f”
do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, para cumprimento de mandato de 5 (cinco) anos,
observado o disposto na Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
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ANVISA
PORTOS,
LABORATÓRIOS SANEANTES AEROPORTOS E FARMACOPEIA
FRONTEIRAS
SANGUE,
SERVIÇOS DE PRODUTOS PARA TECIDOS,
MEDICAMENTOS
SAÚDE A SAÚDE CÉLULAS E
ÓRGÃOS
PÓS-GRADUAÇÃO NP-1
AGÊNCIAS REGULADORAS
Caso concreto
o STF. Pleno. ADI 5501. Rel. Min Marco Aurélio, julgado em 19/05/2016
o Liberação da Fosfoetanolamina (‘‘Pílula do Câncer’’)
o É decisão técnica: cabe à ANVISA (agência reguladora)
o Suspensão da eficácia da Lei 13.269/2016
o Conceitos envolvidos: Deslegalização e discricionariedade técnica
PÓS-GRADUAÇÃO NP-1
AGÊNCIAS REGULADORAS
Caso concreto
AGÊNCIAS REGULADORAS
Caso concreto
“O elastecimento do prazo pretendido pela Anvisa não só contraria a letra da Lei 14.124/2021,
como também o seu espírito, eis que sua edição foi motivada pela exigência de dar-se uma
resposta célere aos pedidos de aprovação das vacinas já liberadas por agências sanitárias
estrangeiras e em pleno uso em outros países.
(...) vencido o prazo definido pelos legisladores, sem manifestação da Agência, presume-se
aprovada a vacina em processo de análise, salvo se, numa legítima inversão do ônus
argumentativo, esta decidir, de forma tecnicamente motivada, pela desaprovação de seu uso no
Brasil".
Ricardo Lewandowski