Você está na página 1de 7

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

Através das Pessoas Jurídicas, órgãos e agentes a Administração Pública exerce


atividades a fim de atender concretamente às necessidades coletivas.

Principais funções da administração: 1) Prestação de Serviços públicos; 2) Poder de


polícia; 3) Fomento; 4) Intervenção do domínio público.

Prestação de Serviços Públicos:

 É a atividade exercida pela Administração pública de forma direta ou indireta, para


atender à necessidade coletiva, sob regime jurídico predominantemente público.
Abrange atividades que, por sua essencialidade ou relevância, foram assumidas pelo
Estado, com ou sem exclusividade. Atualmente, incube ao poder público a prestação
do serviço público. No entanto, o Estado pode transferir a prestação do serviço para
um terceiro, continuando ele (O Estado) a ser o titular.

Art. 175 da Constituição Federal: Incube ao Poder Público, na


forma da lei diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Exemplo de Serviços Públicos: Serviço postal e correio aéreo nacional (art. 21, X/CF);
Serviços de telecomunicação (art. 21, XI/CF); serviços e instalações de energia elétrica e
aproveitamento energético, radiodifusão, navegação aérea, aeroespacial, transporte
ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros em fronteiras nacionais ou que
transponham os limites de Estado ou Território, transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros, serviços de portos marítimos, fluviais e lacustres (art. 21,
XII/CF); serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
nacional (art. 21, XV/CF); serviços nucleares (art. 21, XXIII/CF). E ainda os serviços
sociais do Estado, como saúde, educação, assistência social, previdência social, cultura,
entre outros.

Poder de Polícia:

 Compreende toda atividade de execução das chamadas limitações administrativas. São


restrições impostas por lei ao exercício de direitos individuais em benefício do interesse
coletivo. Dito isto, todas as vezes que o Estado limita, restringe ou regula para o interesse
coletivo, está exercendo poder de polícia.

Exemplo do exercício do Poder de Polícia pela administração:


medidas de polícia, ordens, notificações, licenças, autorizações,
fiscalização e sanções. Como: a limitação do direito de propriedade
que não pode ser usado de forma indiscriminada, pois existem
regras. Outro exemplo recente são as restrições do período de
pandemia que também configuram o poder de polícia do Estado.

Fomento:

 Trata-se da atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de utilidade


pública, ou seja, é quando o Estado usa recursos públicos para o desenvolvimento de
uma área no âmbito social e/ou econômico.

Exemplos de fomento:

a) Investimentos na agricultura;
b) Programas sociais;
c) Parcerias com Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público (Oscips);
d) Financiamento, sob condições especiais, para a construção de hotéis e outras obras
ligadas ao desenvolvimento do turismo, para a organização e o funcionamento de
indústrias relacionadas com a construção civil, e que tenham por fim a produção em
larga escala de materiais aplicáveis na edificação de residências populares,
concorrendo para seu barateamento;
e) desapropriações que favoreçam entidades privadas sem fins lucrativos, que realizem
atividades úteis à coletividade, como os clubes desportivos e as instituições
beneficentes.

Intervenção no domínio econômico:

 Se dá de duas formas:

O Estado através de seus órgãos Receita Federal;


atua como fiscalizador/regulador Secretaria da
INDIRETA
da atividade econômica de natureza Fazenda; Vigilância
privada. Sanitária e etc.

O Estado atua como Petrobrás; Banco do


DIRETA
Empresa (Estatais). Brasil; Infraero e etc.

FUNÇÕES DO ESTADO

LEGISLATIVA JUDICIÁRIA EXECUTIVA/


ADMINISTRATIVA
Estabelece regras gerais e Aplica a lei ao caso
abstratas, denominadas concreto, mediante solução Aplica a lei ao caso
Leis. de conflitos de interesses e concreto, mediante atos
aplicação coativa da lei, concretos voltados para a
quando as partes não o realização dos fins estatais,
façam espontaneamente. de satisfação das
necessidades coletivas.

Não há uma separação absoluta dos poderes (art. 2º/CF: São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário), cada Poder
possui suas funções típicas e atípicas de modo a assegurar um sistema de freios e contrapesos.
O Poder Executivo é responsável pela Função Administrativa pertencente a todos os entes da
Federação (União, Estados, Municípios e DF). Sendo a Função Administrativa exercida pela
administração Pública.

Função de Governo: é a que se relaciona com a superior gestão da vida politica do Estado e
indispensáveis a sua própria existência (objeto de estudo mais do Direito Constitucional).
Função administrativa: é aquela predisposta à gestão dos interesses da coletividade, através
de comandos infralegais ou infraconstitucionais.

A função política ou de Governo compreende as atividades colegislativas e de direção; e a


função administrativa compreende o serviço público, a intervenção, o fomento e a polícia.

SENTIDOS DO TERMO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Sentido Subjetivo, formal ou orgânico:


Trata-se do conjunto de pessoas jurídicas (cada ente é uma pessoa jurídica), órgãos e
agentes públicos designados a exercer a função administrativa em que se triparte a
função estatal.
 Sentido Objetivo, material ou funcional:
Designa a natureza das atividades exercidas pelos referidos entes, ou seja, a
Administração pública é a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.

FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

 Conceito: é a exercida preponderantemente pelo Poder Executivo com caráter


infralegal e mediante a utilização de prerrogativas instrumentais.

Elementos do conceito

1) Exercida preponderantemente pelo Poder Executivo


a) Princípio da tripartição dos poderes que são independentes e harmônicos entre si.
b) Da independência deflui as funções típicas de cada poder (Legislativo, Executivo e
Judiciário). Já da harmonia deriva as funções atípicas.
2) A função administrativa é exercida em caráter infralegal
a) Em razão do princípio da legalidade que subordina a atividade administrativa aos
preceitos legais, não olvidando da supremacia da Constituição.
b) Os atos administrativos são exercidos em concretude com a lei, ou seja, a
administração pública só faz o que a lei permite.
c) É infralegal pois está abaixo da lei, deve se cumprir a legalidade.

3) A função administrativa é exercida mediante a utilização de prerrogativas


instrumentais
a) Para viabilizar a adequada defesa dos interesses da coletividade, a lei confere ao
agente público poderes especiais, prerrogativas ou privilégios cujo uso está
vinculado à defesa do interesse público.
b) Não pode haver tredestinação, isto é, o agir não pode ser indiferente ao interesse
público, sob pena de desvio de finalidade/improbidade administrativa.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Aparelhamento do Estado voltado para exercer as atividades administrativas para que


se cumpra a função administrativa.

Conceito por Hely Lopes Meirelles: “Administração é todo aparelhamento do Estado


preordenado à realização de serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas”.

Conceito por Dirley da Cunha: “A Administração pública é, sem dúvida, a face do


Estado (Estado-Administração) que atua no desempenho da função administrativa”.

MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO

 Caracterizam-se pelas regras de administração que são utilizados. Podendo ser:


Patrimonialista, Burocrático e Gerencial.

Administração Patrimonialista - Caracteriza-se pelo caráter personalista do poder, pela


lógica subjetiva e casuística do sistema jurídico, pela irracionalidade fiscal e pela
tendência à corrupção do quadro administrativo.
 Ainda existem heranças do patrimonialismo no modelo de administração atual
(Gerencial). Ex:
 O patrimonialismo é o modelo pertencente ao período absolutista.
 Não havia diferença entre o que era do Estado e o que era do Soberano.
 Só o Soberano e os seus se beneficiavam.

Administração Burocrática - O Direito Administrativo brasileiro ainda é calcado no


modelo tradicional de Administração burocrática, marcado pelas seguintes características:

a) Toda autoridade baseada na legalidade (a lei determina o modelo de administração);


b) Relações hierarquizadas de subordinação entre órgãos e agentes;
c) Competência técnica como critério para seleção de pessoal que vão fazer parte da
administração;
d) Remuneração baseada na função desempenhada, e não pelas realizações alcançadas;
e) Controle dos fins;
f) Ênfase em processos e ritos (por vezes tão complexos que tornam a administração
morosa/ineficiente).

O modelo de Administração Burocrático foi criado por Max Weber, intitulado Pai da
Burocracia.

Administração Gerencial – Com o advento da EC nº 19/1998, fortemente inspirada no


modelo neoliberal de política econômica, o Brasil adota o modelo de administração
gerencial, A administração gerencial (ou governança consensual) objetiva atribuir maior
agilidade e eficiência na atuação administrativa, enfatizando a obtenção de resultados, em
detrimento de processos e ritos, e estimulando a participação popular na gestão pública.

 A Burocracia ainda existe, no entanto, são introduzidos mecanismos que dê


eficiência. Ex: Estado em rede, é um tipo de mecanismo criado para melhorar a
administração gerencial, incentivando a participação popular.

Administração Burocrática X Administração Gerencial


 A noção central da administração gerencial é o princípio da subsidiariedade pelo qual
não se deve atribuir ao Estado as atividades de exercício inviáveis pela iniciativa
privada.

Quadro comparativo entre administração burocrática e gerencial

Estado em rede

A teoria do Estado em rede foi criada como uma tentativa de aperfeiçoamento no modelo
da administração pública gerencial. Superando a simples busca por resultado, o Estado em
rede visa realizar uma gestão para a cidadania, transformando os indivíduos de
destinatários das políticas públicas em protagonistas na definição das estratégias
governamentais. Seu principal desafio é incorporar a participação da sociedade civil
organizada na priorização e na implementação de estratégias governamentais, fomentando
a gestão regionalizada e a gestão participativa.

Referências legislativas:

 art. 43, da Constituição Federal 1988;


 § 4º, do art. 9º, da Lei de Responsabilidade Fiscal;
 § 5º, do art. 36, da Lei Complementar Federal nº 141/2012 (Gestão da Saúde);
 art. 43, 44 e 45, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade);

Você também pode gostar