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DIREITO ADMINISTRATIVO

Conceitos de Direito Administrativo


Não foram aceitos:
1. Teoria Exegética ou teoria Legalista: lei seca;
2. Critério do Serviço Público ou Escola do Serviço Público : o direito
administrativo estuda o serviço público entendido como toda atividade estatal;
3. Critério do Poder Executivo: não é somente o PE que executa atos
administrativos.
Foram aceitos, mas considerados insuficientes:
1. Critério das Relações Jurídicas: Dir.Adm. Estuda as relações jurídicas do
Estado; é muito amplo;
2. Critério Teleológico: conjunto harmônico de princípios
3. Critério Residual ou Negativo: Tudo o que não é legislativo e jurisdicional, é
atividade de administrar.
4. Critério de distinção entre a atividade jurídica e a atividade social do
Estado
critério da Administração Pública (Hely Lopes Meireles) = conjunto de
princípios e regras que disciplinam os órgãos, os agentes e a atividade administrativa,
realizando de forma direta (não precisa de provocação, ao contrário do Poder
Judiciário), imediata (função jurídica do Estado, ao contrário da função social. Obs.
Aqui, considerando a função jurídica de que o Direito Adm. Não escolhe a política
pública, apenas a executa, ao contrário da função social) e concreta (ao contrário do
Poder Legislativo) os fins desejados pelo Estado. DIC
Conceito de Administração Pública
Em sentido ESTRITO: compõe-se apenas dos órgãos e funções eminentemente
administrativas, excluídos os órgãos e funções políticos (execução de políticas
públicas);
Em sentido AMPLO: abrange órgãos do Governo, que exercem função política
(formação das políticas públicas) e órgãos e pessoas jurídicas que exercem função
meramente administrativa;
Em sentido FORMAL, SUBJETIVO ou ORGÂNICO: é o conjunto de órgãos
ou pessoas jurídicas a que nosso ordenamento jurídico atribui o exercício da função
administrativa do Estado. É formada pela Administração Direta e Indireta;
Em sentido MATERIAL, OBJETIVO ou FUNCIONAL: é o conjunto de
atividades que são consideradas administrativas (serviço público, polícia administrativa,
fomento e intervenção).
Sistema do Contencioso administrativo (sistema francês): os atos praticados
pela administração são revistos e controlados pela própria Administração;
excepcionalmente, o Judiciário revê (atividade pública de caráter privado, repressão
penal, propriedade privada, estado e capacidade das pessoas).
Sistema de jurisdição única (sistema inglês): o Poder Judiciário controla a
Adm. Púb. Em regra. A Adm. Também se controla, mas se submete ao Poder Judiciário,
que fará a última análise (adotado no Brasil).
Estado: pessoa jurídica, de direito público interno, possui personalidade
jurídica (não adotamos a teoria da dupla personalidade: ora pública, ora privada).
Formada por povo, território e governo.
Governo: é o comando, direção do Estado.
Princípio legalidade (critério da não contradição à lei para particulares e
critério de subordinação à lei para a administração).
Princípio da autotutela: 1ª Acepção: revisão dos próprios atos (Súmulas 346
e 473 STF); 2ª Acepção: segundo Maria Sylvia é o dever de zelo com seus próprios
bens.
Segundo Celso Antônio Bandeira de melo, o princípio da impessoalidade
"traduz a idéia de que a administração tem que tratar a todos os administrados sem
discriminações, benéficas ou detrimentosas. nem favoritismo, nem perseguições são
toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoas, políticas ou ideológicas não podem
interferir na atuação administrativa"

Descentralização ocorre mediante OUTORGA (transfere a titularidade e o


serviço público a entidade criada pelo Estado, mediante LEI), ou DELEGAÇÃO
(transfere apenas a execução, mediante LEI, CONTRATO, ou ATO
ADMINISTRATIVO). Existe apenas vinculação à Administração Direta, mas não
subordinação, o que a diferencia da desconcentração. Essa vinculação ocorre mediante
controle finalístico ou tutela administrativa ou supervisão (exige previsão legal). Não há
hierarquia.
Supervisão ministerial: controle de finalidade, de receitas e despesas, escolha e
exoneração do dirigente da pessoa da administração indireta (o que acaba
comprometendo a autonomia). Excepcionalmente, essa nomeação necessita de prévia
aprovação do SF (art. 52 CF, ex. Banco Central e Agências Reguladoras).
A outorga, segundo posição majoritária da doutrina, só pode ser feita às
pessoas da adm. Púb. Indireta de direito público (autarquias e fundações públicas).
A descentralização pode ser feita a pessoa física? SIM. Lembrar que a
descentralização ocorre mediante outorga e delegação, podendo esta ocorrer mediante
concessão, permissão ou autorização. Na maioria dos casos, é feita com PJ, mas na
permissão e autorização, admitem-se pessoas físicas.
A LEI cria autarquias e autoriza a criação das demais pessoas da adm. Indireta.
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, em razão da forma de sua
criação. As demais são de direito privado. Isso, segundo o art. 37, XIX, CF, pois para o
STF, as fundações podem ser criadas por lei específica, quando serão consideradas
espécie do gênero autarquia e terão personalidade de direito público.
LEI COMPLEMENTAR estabelece as áreas de atuação das fundações públicas
de direito privado, segundo entendimento majoritário (nunca foi editada).
Teorias acerca da atuação do Estado e de seus agentes públicos:
1 – teoria do mandato (como se fosse um contrato de mandato – quem assina
no lugar do Estado);
2 – teoria da representação (representação no Brasil é aplicável aos incapazes,
o Estado não é incapaz);
3 – teoria do órgão ou da Imputação (adotada): a atuação do agente é
IMPUTADA ao Estado por força de Lei. Este atua por seus órgãos, os quais atuam por
seus agentes. É aplicada Tb ao funcionário de fato, mas não ao usurpador de função.
Celso Antônio coloca três teorias para caracterizar o órgão:

Subjetiva: identifica o órgão com os agentes públicos. Sua crítica é quanto a realidade,
visto que mesmo desaparecendo o agente, não desapareceria o órgão.

Objetiva: identifica o órgão como a unidade funcional da organização administrativa.


Mesmo sentido a crítica, visto que na realidade é o agente o veiculador da vontade
administrativa.

Eclética: caracteriza como os agentes públicos atuando em unidade funcional da


organização administrativa. Persistem as críticas acima.

Em tese, órgão público não pode celebrar contratos, pois não tem
personalidade jurídica. Contudo, a CF sofreu alteração via emenda que passou a
possibilitar o contrato de gestão feito entre órgãos públicos. Alguns autores dizem que
essa alteração é inconstitucional.
O órgão somente pode entrar em juízo para defender suas prerrogativas
funcionais e no pólo ativo. (personalidade judiciária e não personalidade jurídica)
Classificação dos órgãos:
Quanto à posição na estrutura do estado: INDEPENDENTES: comando de
cada Poder; AUTÔNOMOS: abaixo dos independentes, mas com grande autonomia.
Ex. ministérios; SUPERIORES: abaixo dos dois acima, mas com algum poder de
decisão. Ex. procuradorias e gabinetes; SUBALTERNOS: meros órgãos de execução,
sem poder decisório. (IN-AU-SUP-SUB)
Quanto à estrutura: SIMPLES: não possui ramificações; COMPOSTOS:
possui.
Quanto à atuação funcional: SINGULAR ou COLEGIADO;
Autarquias = serviço público personificado.
Fundações = patrimônio personificado (universitas bonorum).
Atualmente se admite a existência de duas espécies distintas de fundações
públicas na Adm. Púb. Indireta: a) fundações públicas com personalidade de direito
público, criadas por lei, com idêntico regime jurídico das autarquias (autarquia
fundacional); b) fundações públicas com personalidade de direito privado, autorizadas
por lei, mas criadas no momento de seu registro (fundação governamental). As
fundações privadas, ou seja, que não são instituídas pelo Poder Público, são estudadas
em direito civil.
CARACTERÍSTICAS COMUNS às pessoas da adm. Indireta:
Personalidade jurídica própria; receita e patrimônio próprios; autonomia
técnica, administrativa e financeira; não visam lucro (quando o Estado interfere na
atividade econômica, visa imperativos de segurança nacional e relevante interesse
público); possuem finalidade específica (princípio especialidade); são vinculadas à adm.
Direta, mas não sofrem subordinação. Não há hierarquia, mas controle, supervisão
ministerial. São controladas pelo TC. A CPI Tb é mecanismo de controle.
Autarquias possuem fila própria de precatórios. Autarquia presta atividade
típica do Estado e por isso tem regime jurídico idêntico àquele. Sua responsabilidade é
objetiva e o Estado responde subsidiariamente. Seus bens são públicos, e por isso,
inalienáveis (inalienabilidade condicionada/relativa, pois podem ser vendidos caso
estejam desafetados e obedeçam aos requisitos do art. 17 da Lei 8.666), impenhoráveis,
não podem ser onerados (objeto de direito real de garantia – penhor e hipoteca).
Apesar de algumas divergências, prevalece a posição de que o prazo
prescricional em face da autarquia é de 5 anos, nos termos do Decreto nº 20.910/32.
Somente às autarquias e fundações públicas foi estendida a imunidade
recíproca dos impostos. SEM e EP, em regra, não. Mas se prestarem serviço público,
como a ECT, sim.
As autarquias possuem prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para
contestar (art. 188CPC) e exige-se reexame necessário.
Conselho de classe no Brasil tem natureza de autarquia, pois desenvolve poder
de polícia.
Universidades públicas, Agências reguladoras e agências executivas
(Universidades Públicas) são autarquias de regime especial. Nas universidades: 1) o
dirigente de uma universidade é eleito e não nomeado pelo Chefe do Executivo e 2)
autonomia pedagógica que a universidade tem para definir a grade curricular.
Empresa pública = capital exclusivamente público (S/A, Ltda., etc.)
SEM = capital misto (S/A somente)
Disposições comuns SEM e EP:
LICITAÇÃO = se prestadoras de serviço público, Lei 8.666. Se exploradoras
de atividade econômica, art. 173, §1º, III, CF (segurança nacional ou relevante interesse
coletivo): “podem” ter estatuto próprio de licitação. Como a maioria das SEM e EP não
possui esse estatuto próprio, devem seguir a regra geral da Lei 8666. Na prática, elas
não licitam porque, estando sujeitas à Lei nº 8.666, a lei traz dispensas e
inexigibilidades. E citamos dois exemplos: elas têm dispensa pelo limite dobrado (20%
das demais pessoas jurídicas) e utilizam-se da inexigibilidade de licitação quando esta é
prejudicial ao desenvolvimento de sua atividade-fim.
RESPONSABILIDADE = se prestadoras de serviço público, resp. Objetiva
com subsidiariedade do Estado. Se econômica, a regra é do Direito Civil de resp.
subjetiva e prevalece que não há subsidiariedade.
FALÊNCIA: CABM diz o seguinte: se presta serviço público não. Se for
exploradora de atividade econômica, sim. Acontece que a nova lei de falência não faz
essa distinção. A LEI 11.101/05 diz que empresa pública e sociedade de economia mista
não têm falência e ponto final. Para o concurso, o que cai é: não tem regime falimentar.
BENS = seguem o regime de direito público ou privado, a depender se é
prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica, bem como se o
bem está sendo empregado em sua atividade-fim, em razão do princípio da
continuidade.
QUADRO DE PESSOAL = são denominados servidores de entes
governamentais de direito privado. Regime celetista. Concurso público (Banco do
Brasil). Não podem acumular cargos. Obedecem ao teto remuneratório.
Excepcionalmente, caso a EP ou SEM não necessite de dinheiro público para satisfazer
seu custeio, suas despesas correntes (do dia a dia), não haverá obrigatoriedade de
respeito ao teto. Seus servidores são equiparados aos servidores públicos para fins de
responsabilidade por ato de improbidade administrativa, para fins penais e estão sujeitos
aos remédios constitucionais. Obs. Súmula 390 TST e OJ 247: A dispensa dos
empregados é imotivada, sem processo administrativo, salvo a ECT (que tem tratamento
de Fazenda Pública e não pode ficar apenas com as benesse disso, mas Tb com o ônus)
e demais que prestarem serviço público.
Plenário. RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20/3/2013:
Este dever de motivar o ato de demissão dos empregados públicos concursados existe apenas
no caso dos servidores dos Correios? NÃO. Segundo o Min. Relator Ricardo Lewandowski, o
dever de motivar o ato de despedida de empregados estatais, admitidos por concurso, aplica-
se não apenas à ECT, mas a todas as empresas públicas e sociedades de economia mista que
prestem serviços públicos, em razão de não estarem alcançadas pelas disposições do art. 173,
§ 1º, II, da CF/88.
“Os servidores concursados de empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras
de serviços públicos não gozam de estabilidade (art. 41 da CF/88), mas caso sejam demitidos,
este ato de demissão deve ser sempre motivado.”
STF. Plenário. RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20/3/2013.

Petrobrás e o dever de licitar: com a Lei 9478, a Petrobrás ficou desobrigada


de licitar, podendo seguir procedimento definido em decreto pelo PR. Então o TCU
disse que não poderia ser um procedimento exclusivo da Petrobrás, mas que a Lei
deveria dispor para todas as SEM. O STF, no MS 25888 1, disse que o TCU estava
fazendo controle concentrado de constitucionalidade (Súmula 347/STF – “O Tribunal
de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis
e dos atos do Poder Público”).
ADI 1649 = dispensa-se de autorização legislativa a criação de empresas
públicas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a
empresa de economia mista matriz. A lei criadora (autorizadora da criação) é a própria
medida autorizadora. Difere do art. 37, XX, CF (depende de autorização legislativa em
cada caso).
Agências executivas = espécie de autarquia ou fundação pública que tenha
celebrado CONTRATO DE GESTÃO com o respectivo ministério supervisor, com o
fim de cumprir objetivos e metas com este acertados. Seu reconhecimento como tal é
feito por DECRETO. Dispensa de licitação é DOBRADA. Geralmente, é feito com
autarquias ou fundações públicas sucateadas, e é por tempo determinado, é temporário.

1
O Min. Rel. Gilmar Mendes votou: “Não me impressiona o teor da Súmula n° 347 desta Corte, segundo
o qual "o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das
leis e dos atos do Poder Público". A referida regra sumular foi aprovada na Sessão Plenária de
13.12.1963, num contexto constitucional totalmente diferente do atual. Até o advento da Emenda
Constitucional n° 16, de 1965, que introduziu em nosso sistema o controle abstrato de normas, admitia-
se como legítima a recusa, por parte de órgãos não-jurisdicionais, à aplicação da lei considerada
inconstitucional.” Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/22342/o-tribunal-de-contas-da-uniao-e-o-
controle-de-constitucionalidade#ixzz2MmROA0dE
Críticas: é um prêmio à PJ ineficiente e confere mais recurso e mais autonomia para
quem a Lei não deu.
OBS. A dispensa de licitação é dobrada para:
1 – agências executivas;
2 – consórcios públicos (até 3 entes. Se for mais de 3, a dispensa é triplicada);
3 – empresas públicas e sociedades de economia mista.
Agências reguladoras = são autarquias de regime especial (ANATEL, ANAC).
Possuem maior autonomia, pois edita normas técnicas complementares à lei e fiscaliza
outras PJ’s. Instrumentos assecuratórios de sua autonomia ampliada:
1 – dirigentes nomeados para exercer mandato fixo (exceto renúncia,
condenação judicial transitada em julgado ou PAD);
2 – nomeação dos dirigentes sujeita à aprovação ( nomeação especial ou
investidura especial);

3 – quando deixam os cargos, os dirigentes sujeitam-se à quarentena, regra


geral, de 4 meses, período em que continua a receber;
4 – em regra, não existe revisão hierárquica de seus atos;
5 – algumas celebram contrato de gestão.
A Lei 9472, que dispôs sobre as comunicações e a ANATEL, previu que as
agências reguladoras não mais seguiriam a Lei 8666, mas deveriam ter suas próprias
regras de licitação. Esses dispositivos foram considerados inconstitucionais na ADI
1668. O pregão e consulta Tb foram dispostos naquela Lei. A consulta é a modalidade
específica da agência, que só a agência tem, pois hj todos os entes podem fazer pregão. Se cair
na sua prova: qual deve ser o regime de pessoal da agência reguladora? O regime deve ser o
de cargos, o estatutário. Todavia, hoje, o regime de pessoal da agência, pela lei, deve ser o
estatutário, mas, ao mesmo tempo, os contratos temporários inconstitucionais estão sendo
prorrogados.

O art. 173 dispõe que SEM e EP exploradoras de atividade econômica deverão


possuir estatuto jurídico, ou seja, uma lei geral, aplicável às SEM e EP de todos os entes
federados, por isso, lei nacional. Essa lei nunca foi editada.
Embora todas as EP e SEM sejam submetidas ao controle ordinário de suas
contas perante os TC´s, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as exploradoras de
atividade econômica não se sujeitam ao instituto da tomada de contas especial pelo
TCU.
Características das EP e SEM exploradoras de atividade econômica:
1 – empregados públicos (CLT);
2 – concurso;
3 – proibição de cumulação de cargos;
4 – teto remuneratório somente se receberem recursos da U/E/DF/M.

SEM e EP estaduais possuem foro na Justiça Estadual.


SEM federal, idem.
EP federal possui foro na Justiça Federal.

CONTRATO DE GESTÃO = ajuste que objetiva o cumprimento de uma


espécie de programa. Estabelece:

 metas a serem atingidas e seus prazos;


 remuneração de pessoal ou diretores;
 critérios de avaliação de desempenho;
 responsabilidade dos dirigentes.

1ª espécie: art. 37, §8º, Constituição Federal = feito entre órgãos ou com a
Adm. Indireta. Em contrapartida, há ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e
financeira.
2ª espécie: previsto na Lei nº 9.637/98 = feito entre a Adm. Públ. E as
organizações sociais (direito privado). A OS reduz sua autonomia, mas recebe recursos
públicos:

 dotação orçamentária própria


 permissão gratuita de uso de bens públicos;
 cessão de servidores com ônus para origem;
 dispensa de licitação quando a Adm. Contrata prestação de serviço com a
OS para entidades contempladas no contrato de gestão (art. 24, XXIV, Lei 8.66/93);
 o TCU controla os recursos.

Organizações Sociais (OS´s): são pessoas jurídicas de direito privado, sem


fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços
sociais não exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público,
mediante vínculo jurídico instituído por meio de contrato de gestão. Não são
delegatárias de serviço público, pois exercem atividade privada em seu próprio nome,
com incentivo (fomento) do Estado. Não integram a Adm. Púb. Estão sujeitas a controle
do TCU.
Não precisa de concurso, pode acumular cargos, não obedece ao teto
remuneratório, não precisa licitar. Estão dispensadas de fazer licitação, segundo art. 24,
XXIV, da Lei 8.666/93. Marçal Justen Filho interpreta esse inciso da seguinte forma:
para a Adm. Contratar a OS, tem que licitar, mas para a OS fazer contratos decorrentes
do contrato de gestão, não precisa licitar. Mas têm que possuir regras próprias de
contratação com utilização de recursos públicos, por elas mesmas estabelecidas, mas
que atendam aos princípios gerais da licitação (competitividade, isonomia e seleção da
proposta mais vantajosa). Essa característica é aplicável a todo 3º setor: OS, OSCIP.
Serviços sociais autônomos.
Desqualificação: quando a sociedade perde o caráter de OS por ter
descumprido o contrato de gestão (os bens são revertidos e os valores tb).
Quando a OS for contratar não precisará seguir as rígidas regras da Lei de Licitações
de Contratos (Lei n. 8.666/93), devendo respeitar, contudo, os princípios da Administração
Pública elencados no caput do art. 37 da CF/88 (LIMPE) e as normas de seu regulamento
interno (que irão explicar os passos necessários para a contratação).
Não se aplica às organizações sociais a exigência de concurso público (art. 37, II, da
CF/88). Vale ressaltar, no entanto, que o STF exigiu que as organizações sociais, quando forem
contratar seus funcionários deverão fazer um procedimento objetivo e impessoal.

Terceiro Setor: OS, OSCIP e Sistema 'S'.

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Lei nº


9.790/99):
Vínculos: termo de parceria (não é contrato de gestão). Recebem pagamento
via recursos públicos, mas não recursos orçamentários. Precisa existir há pelo menos um
ano no mercado. Pode ser um instrumento de burla ao concurso público.
Atividade sem fim lucrativo.
Controladas pelo TCU relativamente aos recursos que receba.
Podem ser desqualificadas (após prévio PAPrévio, a pedido do Ministério
Público ou de cidadão).
Função regulatória da licitação: segundo essa teoria, a licitação pode ser utilizada
como instrumento de regulação de mercado, de modo a torná-lo mais livre e competitivo,
além de ser possível concebê-la como mecanismo de indução de determinadas práticas (de
mercado) que produzam resultados sociais benéficos, imediatos ou futuros, à sociedade. A
possibilidade de contratação direta, sem licitação, de organizações sociais ou OSCIPs
(Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) é um exemplo dessa função
regulatória da licitação já que, como essa prática, o Estado induz que essas entidades sejam
criadas pelos particulares. Para maiores informações, veja: FERRAZ, Luciano. Função
regulatória da licitação. Disponível em:
http://revista.tce.mg.gov.br/Content/Upload/Materia/490.pdf.

Serviço Social Autônomo (entes de colaboração)


Criados por lei.
Finalidade não lucrativa.
Recebem recursos oriundos de contribuições sociais (parafiscais) e dotações
orçamentárias. Não possuem competência tributária (indelegável), mas capacidade
tributária (delegável para cobrar o tributo).
Controladas pelo TCU, pois recebem recurso público.
Licitação: o TCU entende que pode ter processo simplificado de licitação, pois
está fora da Administração.
Regime de pessoal: celetistas
Entidades de apoio: podem ter natureza de fundação particular ou associação
(não é criada pelo Estado mas pelos servidores da PJ de direito público). Funcionam
dentro de outra PJ, ex. dentro de universidades. Não tem nada de público, salvo o
quadro de pessoal e a sede, que são aproveitados por ela.
Consórcio Públicos (Lei nº 11.107/05)
Podem ser de direito privado ou público. No último caso, comporão a
Administração Indireta (associação pública).
Depende da celebração de CONTRATO, após prévia subscrição de
PROTOCOLO DE INTENÇÕES, ratificado mediante Lei.
É chefiado por um dos Chefes do Executivo dos entes federados consorciados
(representante legal).

Submete-se à apreciação do TC da esfera do representante legal.


Contrato de gestão ou termo de parceria.
Possuem personalidade jurídica distinta dos convênios de cooperação.
Se possuir personalidade de direito público, é considerado ente da
administração indireta daqueles consorciados. Se possuir personalidade de direito
privado, observará as normas de direito público no que concerne à realização de
licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será
regido pela CLT. Nesse caso, há várias correntes sobre o consórcio de natureza privada
ser ou não da adm. Indireta.
1ª Corrente (JSCF, Gasparini, Di Pietro) – Para esses autores, se o consórcio
público tiver personalidade jurídica de direito privado, integra a Administração Pública
Indireta porque ele prestará um serviço de forma descentralizada. Majoritária.
2ª Corrente (CABM) – Os consórcios com personalidade jurídica de direito
privado também integram a Administração Indireta porque esses consórcios nada mais
são do que empresas públicas.
3ª Corrente (Odete Medauar e Gustavo Justino de Oliveira) – Se a lei não falou,
não cabe ao intérprete fazê-lo. Não integrarão a Administração Pública indireta, quando
tiverem personalidade jurídica de direito privado.

PRINCÍPIO ADMINISTRATIVOS

 Para o Supremo Tribunal Federal, o princípio da proporcionalidade está


implícito no princípio do devido processo legal substantivo ou material, possuindo,
assim, dignidade constitucional.
 A supremacia do interesse público NUNCA implica afastamento do
princípio da legalidade, pois só a lei determina o que é interesse público e a atuação
contrária à lei é sempre contrária ao interesse público.
 O princípio constitucional da eficiência vincula-se à noção de
administração gerencial.
 Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade não se situam no
mérito do ato administrativo, mas na legalidade ou legitimidade. Sendo assim, o
Judiciário pode 'anular' o ato desproporcional, o que não acontece no controle de mérito
(conveniência e oportunidade), quando os atos podem ser 'revogados' pela própria
administração.
ATO ADMINISTRATIVO
DEFINIÇÃO: É ato jurídico unilateral (segundo LFG, pode ser bilateral Tb)
regido pelo Direito Público e realizado por agente público, no exercício de função
administrativa. LFG: È manifestação de vontade do Estado e seus agentes que persegue
o interesse público, está abaixo da lei, complementando-a, e é sujeito a controle do
judiciário. Para Hely, além desse conceito amplo, o ato administrativo em sentido estrito
depende de concretude e unilateralidade. Para ele, nem contrato, nem exercício do poder
regulamentar é ato administrativo.

“Atos ajurídicos, conforme denomina Diógenes Gasparini, ou fatos


administrativos são aqueles atos materiais da Administração Pública que não
correspondem a uma manifestação de vontade diante de uma situação, mas são meros
trabalhos dos agentes públicos, tais como a aula ministrada por um professor, um
ofício redigido por uma secretária ou a condução de uma viatura pública. Embora
esses atos não sejam preordenados à produção de efeitos jurídicos específicos, isso não
significa que não possam gerar direitos.”

REQUISITOS DE VALIDADE: COMFoFi


CABM divide os requisitos/elementos do ato em elementos (condição para que
o ato exista, ex. exteriorização da vontade), pressupostos de existência (condição para
que o ato jurídico se transforme em ato administrativo, para que exista um ato
administrativo, a exteriorização da vontade deve emanar de um agente público) e
pressupostos de validade. Para a doutrina majoritária, tudo é elemento.
Competência/Sujeito: elemento vinculado. Excesso de poder (abuso de poder
é gênero do qual são espécies o excesso de poder e o desvio de finalidade); admite
convalidação (salvo se for competência em razão da matéria ou exclusiva); delegação e
avocação transferem apenas o exercício da competência, não sua titularidade.
O Pre.Rep. Pode dispor mediante decreto autônomo sobre “organização e
funcionamento da administração federal” (art. 84, VI, b, Constituição Federal).
Delegação = a) em regra, é sempre admitida, salvo impedimento legal; b)
também é possível para órgãos ou agentes sem subordinação hierárquica; c) deve ser
apenas parcial; d) por prazo determinado; e) revogável a qualquer tempo; f) delegação e
revogação devem ser publicados no meio oficial; g) o ato praticado em delegação deve
mencionar expressamente esse fato e a responsabilidade recai sobre o delegatário.
São atos indelegáveis: 1 – de caráter normativo; 2 – decisão de recursos
administrativos; 3 – matérias de competência exclusiva do delegante.
Avocação: caráter excepcional, por motivos relevantes justificados, temporária,
relação de hierarquia. Segundo Maria Sylvia, não é possível avocar quando se tratar de
competência exclusiva do subordinado.

Finalidade: elemento vinculado à lei; desvio de poder ou finalidade (abuso de


poder); não pode ser convalidado. O desvio de finalidade é vício no motivo e na
finalidade, pois aquele que desvia a finalidade do ato não justifica isso. Motivo falso é
ilegal.

Forma: os atos administrativos não dependem de forma determinada, a não ser


quando a lei expressamente a exigir (no âmbito do processo administrativo, a forma é
sempre e obrigatoriamente a escrita). Em regra, é passível de convalidação, exceto
quando a lei estabelece determinada forma como essencial à validade do ato. É
considerada pela doutrina tradicional como elemento vinculado. Celso Antônio
Bandeira de Melo, todavia, defende ser elemento discricionário, com amparo na lei
9.784/99, art. 22.
Forma e finalidade são elementos, em regra vinculados, mas esses elementos
excepcionalmente podem ser discricionários quando a lei der alternativas, quando a lei
estabelece essa discricionariedade. Ex. art. 62 da Lei 8666 (possibilidade de contrato
facultativo em substituição de notas de empenho, carta-contrato ou ordem de serviço).

Motivo: não confundir com motivação, que é a declaração escrita do motivo. A


falta de motivação acarreta vício de FORMA passível de convalidação. Nas provas, cai
a expressão “matéria de fato ou de direito” ou “pressuposto fático ou jurídico
(normativo)” para indicar o motivo do ato administrativo. O vício de motivo é
insanável, não podendo ser convalidado.
Posição minoritária: JSCF – A motivação é facultativa, só sendo obrigatória em
algumas circunstâncias. Ele diz que ato administrativo do Poder Judiciário tem que ser
motivado (está na CF).
Posição majoritária, incluindo o STF – A motivação é, em regra, obrigatória. Em
quais dispositivos? Para os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário, a regra
é explícita na Constituição, no art. 93, que diz expressamente: “Atos administrativos
praticados pelo Poder Judiciário devem ser motivados, devem ser fundamentados”. Para
os demais Poderes, o dever de motivação está implícito na Constituição. Na norma
infraconstitucional está expresso na Lei 9784/99, art.2º. A motivação está na garantia de
cidadania (também no art. 1º, II, da CF). o direito de informação e a garantia de ir ao
Judiciário também são regras implícitas da necessidade de motivação. O art. 50 da lei
9784 tb traz os atos de motivação obrigatória.
Tredestinação: é a mudança de motivo ocorrida na desapropriação, somente se
respeitar o interesse público.
É possível controle de mérito do ato pelo PJ? Em regra não, mas o PJ pode
controlar a legalidade do ato (lei + princípios, que por vias tortas acaba atingindo o
mérito). Controle de mérito é diferente de controle do motivo e objeto (esses serão
controlados quando forem ilegais Tb, sendo discricionários ou vinculados).
Objeto: nos atos vinculados, cada motivo corresponde a um único objeto. Já
nos atos discricionários, há mais de um objeto (liberdade na valoração do motivo).
Assim, são os elementos MOTIVO e OBJETO que permitem verificar se o ato é
vinculado ou discricionário. Compõem o mérito administrativo dos atos
discricionários, os quais não estão sujeitos a controle judicial (pois resulta na revogação
e não anulação).
O objeto não pode ser convalidado, mas sujeito à CONVERSÃO, que é a
transformação de um ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à
data do ato original. Ex. concessão de uso sem licitação, convertida em permissão ou
autorização, que prescindem de licitação.
Mesmo que a autoridade seja competente tanto para punir um subordinado
como para removê-lo para outra cidade, será inválido o ato de remoção praticado como
meio de punição ao subordinado, ainda que haja necessidade de pessoal na cidade para
onde o servidor foi removido (desvio de finalidade – ato nulo).
Enquanto o desvio de finalidade é sempre nulo, o excesso de poder somente
será nulo quando o vício ocorrer na competência em razão da matéria ou em atos de
competência exclusiva. O vício de competência quanto à pessoa pode ser convalidado.
ELEMENTOS CONVALIDÁVEIS: competência (se não for em razão da
matéria ou exclusiva) e forma.
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
1 – Presunção de legitimidade (de acordo com a moral): presunção de
legalidade (de acordo com a lei) + presunção de veracidade (de acordo com a realidade).
A consequência prática da presunção de legalidade é a autoexecutoriedade do ato;
2 – Auto-executoriedade: Divide-se em exegibilidade (todo ato exigível
significa não precisar do Judiciário) e executoriedade (nem todos atos possuem;
somente haverá nos casos previstos em lei ou urgentes). Assim, não são todos os atos
autoexecutáveis, mas apenas os que forem exigíveis e executáveis.
3 – Imperatividade: atos administrativos independem da vontade dos
administrados, são coercitivos. Exceção para os casos de manifesta ilegalidade. Esse
atributo não está presente nos seguintes atos de Administração: a) atos opinativos ou
enunciativos (certidões); b) atos de gestão (regidos pelo direito privado); e c) atos
negociais (realizados a requerimento do administrado, ex. Licenças e autorizações);
4 – Tipicidade: cada espécie de ato administrativo requer previsão legal. Cada
ato administrativo, pela lei, tem uma aplicação determinada.

E a discricionariedade?
EFEITOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Típicos: que lhes são próprios;
Atípicos (impróprios): a) preliminares ou prodrômicos (produzidos na
situação de pendência do ato, antes da ocorrência dos efeitos típicos, por ex., o dever de
o Senado aprovar ou não o nome indicado pelo Presidente para Ministro, depois de feita
essa indicação); b) reflexos (atingem terceiros)
No Direito Processual Penal, efeito prodrômico quer dizer non reformatio in
pejus.
É importante ler o art. 50 da Lei 9.784/99 (quando a motivação é necessária).
Atos discricionários: A doutrina mais moderna entende que a
discricionariedade existe: a) quando a lei dá à Administração liberdade para atuar dentro
de limites bem definidos; b) quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados.
Como hodiernamente a doutrina reconhece grande carga de vinculação ao
interesse público até nos atos discricionários e uma certa discricionariedade nos atos
vinculados, é mais correto considerar os Graus de vinculação do ato administrativo
(segundo Gustavo Binenbojm) a: regras, conceitos jurídicos indeterminados e
princípios.
Os atos discricionários escapam ao controle jurisdicional somente quanto ao
mérito. Mesmo os elementos objeto e motivo podem ser controlados pelo Judiciário no
que concerne à sua legalidade e legitimidade. O ato discricionário tem por limite a LEI.
Os critérios de conveniência e oportunidade são a própria aplicação da
discricionariedade.
Atos vinculados: todos os atos que impõem sanções administrativas são
vinculados.
Ver que não é o poder que é vinculado ou discricionário, mas o ato dentro de
cada poder.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Quanto aos destinatários:
Minhas críticas a essas características: a pessoa lesada pode impugnar os atos gerais
diretamente mediante o controle difuso de constitucionalidade; os atos gerais também devem
respeitar o direito adquirido.

Quanto à intervenção da vontade administrativa:

O ato complexo é mais complexo que o composto.


Quanto ao alcance: a) internos (seus efeitos jurídicos atingem apenas os
agentes que pertencem à entidade que editou o ato); b) externos.

É importante ressaltar que, enquanto no ato complexo temos um único ato, integrado por
manifestações homogêneas de vontades de órgãos diversos, no ato composto existem dois atos, um
principal e outro acessório ou instrumental. Ex. (do livro de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo em seu
curso direito administrativo, 2011) as nomeações de autoridades ou dirigentes de entidades da
administração sujeitas à aprovação prévia pelo Poder Legislativo. (nomeação do PGR, precedida de
aprovação do senado. O ato de nomeação seria o ato principal, editado pelo Presidente da República, e o
ato de aprovação que nesse caso é prévia, seria o ato acessório ou instrumental, praticado pelo Senado
Federal).

Quanto ao conteúdo: a) declaratórios; b) constitutivos; c) extintivos; d)


alienativos; e) modificativos; e f) abdicativos (somente mediante autorização legislativa
em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público).
Quanto às prerrogativas da Administração: a) atos de império (com
supremacia); b) atos de gestão (com igualdade – atos da Administração) e c) atos de
expediente.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS


Atos normativos: gerais e abstratos, aplicáveis a todas as pessoas que
estiverem em determinada situação. Ex. Decretos, instruções normativas (de
competência dos Ministros de Estado para execução de leis e decretos), regimentos (ao
contrário dos demais, não decorre do poder regulamentar e sim do poder hierárquico,
pois regulamenta o funcionamento de órgãos colegiados) e resoluções (atos expedidos
por altas autoridades do Poder Executivo, menos o Chefe, que só expede decretos, por
presidentes de tribunais, órgãos legislativos ou colegiados administrativos).
Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento interno da administração e
decorrem do Poder Hierárquico. Ex.: instruções (ordens escritas e gerais sobre como
deve ser o modo e forma de execução de determinado serviço público), circulares (são
instruções de alcance mais restrito, que, excepcionalmente podem ter caráter
normativo), avisos/comunicados (notícias publicadas) e portarias (podem conter ordens
emitidas do superior aos subordinados, iniciar sindicância, PAD e nomear servidores
para cargos em comissão ou funções de confiança).
Atos negociais: a vontade da Adm. Púb. Coincide com a do administrado. Ex.:
licença (ato vinculado), autorização (ato discricionário e precário), permissão (se
referente ao uso de bens públicos, é discricionário, se referente à execução de serviços
públicos, é um contrato de adesão precedido de licitação – em ambos os casos é
precária), admissão (ex. admissão em universidade pública de candidato aprovado no
vestibular). Outros exemplos: aprovação, visto, homologação, dispensa, renúncia,
protocolo administrativo.
Atos enunciativos: são aqueles em que a Adm. Limita-se a certificar ou atestar
um fato, ou emitir opinião sobre o assunto, sem vincular-se ao enunciado.
Tecnicamente, não são atos adm., pois não produzem efeitos jurídicos. Ex.: certidões,
atestados, pareceres e apostilas (reconhecem situação anterior; averbação utilizada em
caso de modificação de contratos e em aposentadorias). As recomendações do MP
enquadram-se aqui.
Atos punitivos: podem ser de atuação interna ou externa. Ex. destes: multas,
interdição de atividades e destruição de coisas. Devem ser precedidos de PA, exceto em
situações emergenciais.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


1 – Em razão de fato: a) extinção natural (cumprimento dos efeitos); b)
extinção objetiva (desaparecimento do objeto da relação jurídica); c) extinção subjetiva
(extinção do sujeito da relação jurídica).
2 – Em razão de ato administrativo: a) cassação (o beneficiário do ato
descumpre as condições estabelecidas para o exercício de seu direito); b) Derrubada ou
contraposição (um ato adm. Deixa de ser válido em virtude da emissão de outro ato que
gerou efeitos opostos ao seu) e c) revogação.
Não podem ser objeto de revogação os atos consumados, vinculados, que
tenham gerado direito adquirido, os enunciativos, processuais (precluem), cuja
competência já foi exaurida e complexos (só podem ser revogados pelo Poder
Judiciário).
3 – Em razão de ato administrativo ou de decisão judicial: a) caducidade
(extinção do ato pela superveniência de uma norma que lhe retira os efeitos); b)
anulação (ao contrário da revogação, a anulação possui efeito ex tunc, respeitados os
interesses de terceiros de boa-fé, e possui prazo decadencial de cinco anos)
4 – Em razão de ato do beneficiário: a) renúncia; b) recusa (o beneficiário
não chega a aceitar o ato administrativo)
Ato nulo # ato válido # ato inexistente (ex. Usurpador de função ou atos cujos
objetos sejam juridicamente impossíveis) # ato anulável
Ato perfeito (processo de formação concluído) # válido (conforme o
ordenamento jurídico) # eficaz (apto a produzir efeitos que lhes são próprios) #
exequível (está produzindo efeitos, não possui condição, termo ou encargo).
O art. 61, §único, da Lei 8.666 diz expressamente que publicação é condição eficácia
do contrato.

O CESPE adota o entendimento de que, nos atos de publicação necessária, a


publicação integra o ciclo de formação do ato, o que significa que, enquanto ele não for
publicado, será imperfeito.
A convalidação só é possível quando há vício de competência e forma. Dá-se
mediante: a) ratificação (competência); b) reforma; e c) conversão (alteração completa
do ato). Também ocorre a convalidação dos demais vícios se ultrapassar o prazo de
cinco anos de decadência para anular o ato viciado.
A adm. Tem 5 anos para rever seus próprios atos quando forem favoráveis ao
administrado. Quando é o judiciário que anula, para o STJ não há prazo, mas pode haver
a estabilização dos efeitos, quando se mantém o ato ilegal porque a anulação é mais
arriscada que sua manutenção. Ex. caso dos servidores admitidos sem concurso.
Competência para a prática de atos administrativos:
Competência Primaria: é aquela prevista diretamente pela lei ou pela
constituição federal. (Ou seja, pode inovar no ordenamento jurídico)
Competência Secundária: é aquela emanada de normas infralegais, como, por
exemplo, atos administrativos organizacionais. Caso em que a lei prevê expressamente a
autorização para que seja feito dessa maneira. (Não pode inovar no ordenamento
jurídico)
CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
Poder hierárquico: implica em hierarquia e subordinação, poder de
fiscalização, revisão dos atos praticados pelos subordinados, delegação e avocação de
competências, punição (o poder disciplinar é conseqüência do poder hierárquico).
Poder disciplinar: decorre do poder hierárquico. Ligado ao exercício
funcional. Particulares não podem ser submetidos a esse poder. Tem que ser agente
público. Segundo a doutrina clássica, é um poder, em regra, discricionário. Definir a
infração funcional, que sempre é descrita mediante conceitos jurídicos indeterminados,
é ato discricionário. Por outro lado, o dever de instaurar processo para investigar a
infração e a aplicação da sanção são atos vinculados segundo a doutrina moderna,
amparada na Lei nº 8112/90.
Poder regulamentar ou normativo: complementa a lei para sua fiel execução.
Decreto regulamentar autônomo, ou regulamento, ou regulamento autônomo: conteúdo
de regulamento e forma de decreto; nem todo decreto é regulamentar. Enquanto a lei
provém do CN, o regulamento provém do poder executivo. Há dois tipos de
regulamento: executivo (é a regra no Brasil, visa a regulamentar a lei, a qual, por sua
vez, regulamenta a CF) e autônomo (regulamenta diretamente a CF). Segundo Hely, é
sempre possível; CABM diz que nunca; para o STF e a maioria da doutrina, o decreto
autônomo passou a ser permitido a partir da EC 32/01, que alterou o art. 84, VI, da CF
(organizar os quadros da Adm. E extinguir cargo vago). Parte da doutrina admite o
decreto autônomo no art. 225 da CF para criação de APA’s. ainda não é hipótese
tranqüila, mas está sendo discutido. O CN pode sustar os decretos que exorbitem o
poder regulamentar (art. 49, V).
Poder de polícia: é a compatibilização de interesses públicos e privados.
Intimamente ligado aos direitos de liberdade e propriedade. O Poder Público não
limita esses direitos, mas apenas regulamenta a forma de exercê-los. Assim, não há
dever de indenizar, a não ser quando for realizado de forma abusiva. Não há se falar em
poder de polícia quando houver relação jurídica entre Estado e particular (ex. contrato
de concessão e sua fiscalização, e com relação aos agentes públicos). Quando há
vínculo, há supremacia especial. E quando não há vínculo, a supremacia é geral. Pode
ser preventivo, fiscalizador ou repressivo. É possível ato normativo exercendo poder de
polícia além do regulamentar, bem como ato punitivo dentro do poder de polícia
(multa). Seu exercício conduz à cobrança de taxa de polícia (art. 78 do CTN traz o
conceito de poder de polícia). Polícia administrativa (exerce poder de polícia) X polícia
judiciária (ligada ao crime, sua contenção, exercido por órgãos com essa atribuição
específica). Não é possível delegar o poder de polícia a particulares, mas apenas atos
materiais de polícia, que podem ser preparatórios (tirar as fotos dos radares) ou
posteriores ao poder de polícia (implodir uma construção irregular).
Atributos do poder de polícia:
1) DISCRICIONARIEDADE: quanto ao momento de exercê-lo e à sanção
adequada ao caso concreto, dentre as elencadas em lei. Nem todo ato
emanado do poder de polícia tem esse atributo, ex. licença para dirigir;
2) AUTO-EXECUTORIEDADE: decidir e executar duas decisões sem
intervenção do Poder Judiciário. Só existe se estiver expressamente descrita
em lei ou em situações de emergência;
3) COERCIBILIDADE: a Administração pode se utilizar de força para
remover os obstáculos à efetivação de suas decisões.

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Caso algum cidadão pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor
ação contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o agente público responsável, visto
que a responsabilidade civil na situação hipotética em apreço é solidária. (F)
Fundamentação:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO ESTADO: § 6º DO ART. 37 DA MAGNA CARTA. ILEGITIMIDADE
PASSIVA AD CAUSAM. AGENTE PÚBLICO (EX-PREFEITO). PRÁTICA DE ATO
PRÓPRIO DA FUNÇÃO. DECRETO DE INTERVENÇÃO. O § 6º do artigo 37 da
Magna Carta autoriza a proposição de que somente as pessoas jurídicas de
direito público, ou as pessoas jurídicas de direito privado que prestem
serviços públicos, é que poderão responder, objetivamente, pela reparação
de danos a terceiros. Isto por ato ou omissão dos respectivos agentes, agindo
estes na qualidade de agentes públicos, e não como pessoas comuns. Esse
mesmo dispositivo constitucional consagra, ainda, dupla garantia: uma, em
favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa
jurídica de direito público, ou de direito privado que preste serviço público,
dado que bem maior, praticamente certa, a possibilidade de pagamento do
dano objetivamente sofrido. Outra garantia, no entanto, em prol do servidor
estatal, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa
jurídica a cujo quadro funcional se vincular. Recurso extraordinário a que se
nega provimento.” (RE 327904, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira
Turma, julgado em 15/08/2006, DJ 08-09-2006 PP-00043 EMENT VOL-02246-
03 PP-00454 RTJ VOL-00200-01 PP-00162 RNDJ v. 8, n. 86, 2007, p. 75-78)
A vítima poderá propor a ação diretamente contra o servidor causador
do dano (e não contra o Estado)?

1ª corrente: NÃO 2ª corrente: SIM

A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o A vítima tem a possibilidade de escolher se quer

Estado (Poder Público). Se este for condenado, ajuizar a ação:

poderá acionar o servidor que causou o dano. • somente contra o Estado;

O ofendido não poderá propor a demanda • somente contra o servidor público;

diretamente contra o agente público. • contra o Estado e o servidor público em

litisconsórcio.

Para essa corrente, ao se ler o § 6º do art. 37 da Para essa corrente, o § 6º do art. 37 da CF/88

CF/88, é possível perceber que o dispositivo prevê tão somente que o lesado poderá buscar

consagrou duas garantias: diretamente do Estado a indenização pelos

• a primeira, em favor do particular lesado, prejuízos que seus agentes causaram. Isso não

considerando que a CF/88 assegura que ele poderá significa, contudo, que o dispositivo proíba a vítima

ajuizar ação de indenização contra o Estado, que de acionar diretamente o servidor público causador

tem recursos para pagar, sem ter que provar que o do dano.

agente público agiu com dolo ou culpa;

• a segunda garantia é em favor do agente público Dessa forma, quem decide se irá ajuizar a ação

que causou o dano. A parte final do § 6º do art. contra o agente público ou contra o Estado é a

37, implicitamente, afirma que a vítima não poderá pessoa lesada, não havendo uma obrigatoriedade

ajuizar a ação diretamente contra o servidor na CF/88 de que só ajuíze contra o Poder Público.

público que praticou o fato. Este servidor somente

pode ser responsabilizado pelo dano se for A vítima deverá refletir bastante sobre qual é a

acionado pelo próprio Estado, em ação regressiva, melhor opção porque ambas têm vantagens e

após o Poder Público já ter ressarcido o ofendido. desvantagens.


Outro argumento invocado é o princípio da Se propuser a ação contra o Estado, não terá que

impessoalidade. O agente público atua em nome provar dolo ou culpa. Em compensação, se ganhar

do Estado (e não em nome próprio). O servidor a demanda, será pago, em regra, por meio de

realiza a vontade do Estado em sua atuação. Logo, precatório.

quem causa o dano ao particular é o Estado (e não

o servidor). Se intentar a ação contra o servidor, terá o ônus

de provar que este agiu com dolo ou culpa. Se

ganhar, pode ser que o referido servidor não tenha

patrimônio para pagar a indenização. Em

compensação, o processo tramitará muito mais

rapidamente do que se envolvesse a Fazenda

Pública e a execução é bem mais simples.

Essa posição foi denominada de tese da dupla Adotada pela 4ª Turma do STJ no REsp 1.325.862-

garantia, tendo sido adotada há alguns anos em PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em

um precedente da 1ª Turma do STF (RE 327904, 5/9/2013 (Info 532).

Rel. Min. Carlos Britto, julgado em 15/08/2006).

No mesmo sentido, mas sem mencionar o nome É a posição também da doutrina majoritária (exs:

“dupla garantia”, existe outro precedente: RE Celso Antônio Bandeira de Melo, José dos Santos

344133, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em Carvalho Filho).

09/09/2008; RE 720275/SC , Rel. Min. Dias Toffoli,

julgado em 10/12/2012.

COMPETENCIA PARA PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO:

legislativa: compet privativa da União

declaratória: desapropriações comuns - qualquer ente da federação

desapropriação urbana - só os Municípios

desapropriação rural - só a União

desapropriação confisco - só a União

obs: não se admite que seja feita por entes da Adm Indireta (exceto:
ANEEL DNIT)

executória: competência ampla, podendo até ser delegada a entes da


indireta, a concessionários e a permissionários.

fonte: Curso preparátório para concursos de Renato Saraiva


(questõesdeconcursos.com.br)
Portanto, podemos concluir que o conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da
Constituição Federal pode ser resumido, ratificando-se dessa forma, o entendimento
desta Corte Suprema no sentido de que, para que se considere válida a contratação
temporária, é preciso que: a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo
de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse
público seja excepcional; e) a contratação seja indispensável, sendo vedada a
contratação para os serviços ordinários, permanentes do Estado que estejam sob o
espectro das contingências normais da Administração.

APOSENTADORIA

SITUAÇÃO TEM QUE DEVOLVER?

I – Servidor recebe por decisão ADMINISTRATIVA depois revogada: NÃO

II – Servidor recebe por DECISÃO JUDICIAL depois revogada: SIM

III – Servidor recebe por sentença TRANSITADA EM JULGADO e que NÃO

posteriormente é rescindida:

Provimento originário: ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem
que existisse qualquer vínculo anterior com o Estado.

Provimento derivado: ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público
em virtude do fato de ter um vínculo anterior com a Administração Pública. O
preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior entre o servidor e o Poder Público.

Existem três espécies de provimento derivado:

1) Provimento derivado vertical: ocorre quando o servidor muda para um cargo melhor.
Ex. ascensão funcional (inconstitucional) e promoção.

2) Provimento derivado horizontal: ocorre quando o servidor muda para outro


cargo com atribuições, responsabilidades e remuneração semelhantes. É o caso da
readaptação (art. 24 da Lei n. 8.112/90).

3) Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servidor havia se desligado do


serviço público e retorna em virtude do vínculo anterior. Exs: reintegração, recondução,
aproveitamento e reversão.

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