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EDIÇÃO
EVOLUÇÃO
DO ARCABOUÇO
REGULATÓRIO
R Rum elenda num velique sundenis et plique int, accabor
ibusdamus, et exerferrum erit mo modi unt, at molupiciet DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA
ium explia sequi alignatatae senisque cus ea as dolupis pa vi-
tatiure net et doluptatur as eribeat aspelecabo. Hictur autenit,
nus volorem sitaspedit quam re pre porunt fugiam, quoditiunt,
comnim quam quam, volum elis ium earcia nulpa consenis id
quam, con poribea nam rem ut la corent.
IBGC Discute
Evolução do Arcabouço Regulatório
de Governança Corporativa
COORDENAÇÃO
Maiara Madureira
REDAÇÃO
Giovanni Paolo Falcetta e Maiara Madureira
AGRADECIMENTOS
Ao grupo de trabalho, que dedicou, generosamente, seu tempo para o desenvolvimento deste documento.
A Flavia Mouta, Juliana Bonacorsi de Palma, Karen Dagan, Marina Copola de Carvalho, Mercedes Stinco,
Monica Carvalho e Paula Oda pela participação em audiência restrita que debateu o conteúdo do documento.
ISBN: 978-85-99645-65-9
CDD-658.4
APRESENTAÇÃO 7
INTRODUÇÃO 9
1. INICIATIVAS DIVERSAS 13
1.1 Documentos de melhores práticas 14
1.1.1 IBGC 14
1.1.2 GT Interagentes 14
1.2 Autorregulação 15
1.2.1 ABRAPP, SINDAP e ICSS 15
1.2.2 AMEC 16
1.2.3 B3 17
1.3 Regulação 18
1.3.1 Regulamentação da Lei Anticorrupção (Lei n° 12.846/2013) 18
1.3.2 Guias CGU de Programas de Integridade 18
1.3.3 Lei das Estatais (Lei n° 13.303/2016) 19
1.3.4 CGPAR 20
1.3.5 CVM 20
3. OS MECANISMOS DE ENFORCEMENT 35
3.1 Sanção contratual 35
3.2 Mecanismos reputacionais 35
3.3 Responsabilidade objetiva 36
3.4 Acordos de leniência 38
PERSPECTIVA PRÁTICA 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS 45
REFERÊNCIAS 47
ANEXOS
Anexo 1 Quadro comparativo sobre composição do conselho de administração 53
Anexo 2 Quadro comparativo de práticas sobre composição, qualificação e
competências para comitê de auditoria 57
Anexo 3 Lei Anticorrupção 59
Anexo 4 Histórico da Operação Lava Jato 63
A I 1 2 3 PP CF R AN
Apresentação
Apresentação
A Operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção da história do Brasil, vem trazen-
do, desde 2014, luz para os casos de corrupção envolvendo os diversos entes governa-
mentais e setores da iniciativa privada. Ao mesmo tempo, os recentes escândalos impactaram
a sociedade na conscientização sobre a importância da governança corporativa, em uma
inegável inquietação que mobilizou diversos atores da sociedade a buscar mecanismos para
afastar – ou ao menos mitigar – desvios de conduta e atos ilícitos. Ainda que o Brasil já tivesse
uma legislação e regulamentação com mecanismos para a responsabilização de envolvidos
em casos de corrupção, foi esse cenário de escândalos que possibilitou observar um real avan-
ço no arcabouço regulatório de combate à corrupção e a favor da governança corporativa.
Esse documento tem como objetivo fazer um registro histórico do novo arcabouço de go-
vernança corporativa aplicável às companhias de uma forma geral, focando no relato da cons-
trução de diretrizes, seja de regulação, autorregulação ou documentos de melhores práticas. O
olhar específico mergulhou nas novas regras aplicáveis às empresas estatais, que tiveram que
adaptar suas estruturas e documentos à nova realidade trazida com a regulação, mas as empre-
sas privadas também fizeram parte da construção do documento, uma vez que participaram
ativamente das situações investigadas e também tiveram suas práticas questionadas, embora
não sejam o principal objeto dessa narrativa.
Por ser um movimento ainda recente da sociedade e um processo amplo e contínuo, esse
trabalho concentrou-se em avaliar as discussões e a construção de estruturas e políticas no com-
bate à corrupção e em prol da governança corporativa. Traz, ao final, questionamentos sobre os
desafios que virão com tempo e o amadurecimento cultural e moral da sociedade, quanto à cons-
ciência da importância das práticas de governança corporativa para objetivos de longo prazo.
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Introdução
Introdução
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Introdução
uma noção do problema. Mesmo que diver- resultados. Ainda assim, é perceptível a impor-
sas variáveis possam impactar o movimento tância que investidores e agentes de mercado
acionário, fato é que as ações de emissão atribuem a essas práticas, em especial quando
da JBS após a delação premiada de Joesley há adesão a segmentos especiais de governan-
Batista tiveram uma desvalorização de mais ça corporativa.
de 31% em um único dia e que a Petrobras, Os segmentos especiais da bolsa de va-
após a deflagração da Operação Lava Jato, lores brasileira – (Bolsa, Brasil e Balcão - B3) –
chegou a ter seu valor de mercado reduzido Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado – permitem o
em 85,5% desde seu pico monitoramento das companhias listadas e o
µ A máxima histórica foi histórico, em 2008 µ. enforcement na hipótese de descumprimen-
registrada em 21 de maio de 2008, Também é difícil me- to das obrigações previstas nos respectivos
quando a estatal atingiu o valor de
mercado de R$510,3 bilhões. Em dir a geração de valor gerada regulamentos. Com efeito, 75% das ofertas
18 de janeiro de 2016, quando o pela adoção de boas práticas públicas iniciais de ações (IPOs) foram rea-
valor das ações caiu a menos de de governança corporativa, lizadas no nível mais alto, o Novo Mercado,
R$ 5,00, a petroleira valia apenas
R$ 73,7 bilhões. uma vez que tal análise envol- desde sua criação, em 2000, o que demons-
veria a exclusão de diversas tra que a adesão a segmentos especiais é pra-
variáveis, podendo distorcer ticamente uma exigência dos investidores.
Conflito de interesses
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Introdução
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Iniciativas Diversas
Iniciativas Diversas
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Iniciativas Diversas
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Iniciativas Diversas
1.2 Autorregulação
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Iniciativas Diversas
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Iniciativas Diversas
Selo Stweardship. Dessa forma, a AMEC re- µ Já aderiram ao Código da AMEC: Aberdeen
Standard, Argucia Capital Management, BB DTVM,
aliza, anualmente, o monitoramento dos BNDESPAR, Bridge Trust, Cartica, Claritas, FUNCEF,
investidores que aderirem ao Stewardship Fundação CESP, Hermes, Itaú, Leblon Equities, Petros,
Code µ, premiando os melhores relatórios. Robeco, Santander Asset Management, Teorema, Victoire.
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Iniciativas Diversas
1.3 Regulação
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Iniciativas Diversas
5 pilares
do PROGRAMA DE INTEGRIDADE
1o 2o 3o 4o 5o
COMPROMETIMENTO Monitoramento
Instância Análise de Regras e
E APOIO DA contínuo
responsável perfil e riscos instrumentos
ALTA DIREÇÃO
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Iniciativas Diversas
µ Segundo o artigo 173 da Consti- indevidas, a lei foi além do de 2015 – foram mais de 15, desde então –,
tuição Federal, o estatuto jurídico das
conteúdo mínimo obrigatório
estatais deveria dispor sobre (i) sua fun-
quando voltou a ser bastante ativa.
ção social e as formas de fiscalização disposto pelo diploma cons-
pelo Estado e pela sociedade; (ii) a titucional µ e também previu 1.3.5 CVM
sujeição ao regime jurídico próprio
das empresas privadas; (iii) licitação e
regras relacionadas à transpa- Também merece destaque a movimentação
contração de obras, serviços, compras rência e à organização interna da CVM como reguladora do mercado de
e alienações, observados os princípios de fiscalização e controles. capitais. A autarquia federal, cuja atuação
da administração pública; (iv) a
constituição e o funcionamento dos O texto legal determi- abrange tanto empresas privadas quanto
conselhos de administração e fiscal; nou que os entes federativos estatais, desde que tenham registro de com-
e (v) os mandatos, a avaliação de realizassem a regulamenta- panhia aberta, atualizou a Instrução CVM
desempenho e a responsabilidade dos
administradores. ção da lei em até seis meses 480/2009, que trata do registro de emissores
de sua promulgação, permi- de valores mobiliários admitidos à negocia-
tindo a criação de um regime ção em mercados regulamentados e de seu
simplificado para as estatais que tivessem regime informacional, exigindo diversas
apresentado receita operacional bruta inferior informações adicionais relacionadas a gover-
a R$ 90 milhões no exercício anterior. De modo nança corporativa, inclusive no que se refere
geral, os decretos são bastante semelhantes à a controles internos.
lei, dispensando as companhias menores das Dentre as novas exigências está a en-
práticas cuja adoção não é obrigatória. trega obrigatória do informe de governança
corporativa, no qual as companhias devem
1.3.4 CGPAR dizer se praticam as recomendações do Có-
Em paralelo ao trabalho legislativo, a União digo Brasileiro de Governança Corporativa –
Federal passou a aproveitar melhor a Comis- Companhias Abertas, ou, se não as seguem,
são Interministerial de Governança Corpo- informar o porquê. O modelo “pratique ou
rativa e de Administração de Participações explique” permite que a emissora tenha uma
Societárias – a CGPAR. maior flexibilidade para a adoção das práticas
A comissão, composta pelos Ministros recomendadas e que os investidores tenham
de Estado do Planejamento, Orçamento e um retrato mais fiel da realidade de gover-
Gestão, da Fazenda e o Chefe da Casa Civil nança efetivamente adotada pelas empresas.
da Presidência da República, foi criada em Para as estatais, a CVM criou nova seção
£ A Comissão janeiro de 2007 £ para tratar de matérias no formulário de referência para que fossem
foi criada
relacionadas à governança corporativa nas prestadas informações sobre as atividades de-
por meio do
Decreto nº empresas estatais federais e da administra- senvolvidas para o atendimento ao interesse
6.021/2007, ção de participações societárias da União. público que justificou sua criação e sobre o
que desenhou
as linhas
As primeiras resoluções da comissão re- processo de formação de preços e regras apli-
mestras de lacionadas ao aprimoramento das práticas de cáveis à fixação de tarifas. A exigência está em
sua atuação. governança corporativa foram divulgadas em linha com o disposto no Programa Destaque
dezembro de 2010 e tratavam dos órgãos de em Governança de Estatais, elaborado pela
controles internos das estatais, em especial da B3, e com as recomendações já recorrentes no
auditoria interna, e das melhores práticas para Ofício Circular CVM/SEP, divulgado anualmen-
o conselho de administração. A comissão só di- te com a finalidade de orientar as companhias
vulgou novas resoluções sobre o tema a partir sobre a prestação de informações.
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
As Práticas de
Governança Corporativa no
Novo Contexto Regulatório
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
coordenador
100% participação relevante 100% ou maioria
Código IBGC* independente
coordenador
CBGC* Maioria 1/3 Maioria independente
mínimo de 3,
Sem previsão 20% ou 2 1 ou mais
Novo Mercado* sendo 1 independente
1 conselheiro
Destaque Estatal* Sem previsão 30% Maioria independente
* Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC, Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias
Abertas, Novo Mercado, Programa Destaque em Governança de Estatais e Lei no 13.303/16
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AUTOAVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DO CONSELHO
DELIBERAÇÃO EM ASSEMBLEIA
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
ÃO (COMPULSÓRIA E FACU
ENTAÇ LTATI
EGULAM VA)
R
Sócios
Auditoria Conselho de
Administração Conselho Fiscal
Independente
Auditoria Secretaria de
Interna Governança
C. Auditoria Comitês
Diretores
PARTES
INTERESSADAS
MEIO
AMBIENTE
* O IBGC entende que comitês devem ser órgãos de assessoramento ao conselho de administração, formados por conselheiros, com exceção do
comitê de conduta, que pode ser composto por membros da diretoria e outros níveis hierárquicos da organização.
** A intermediação entre a função de compliance e o conselho de administração pode ser feita pelo comitê de auditoria, quando existente.
Fonte: IBGC, Compliance à Luz da Governança Corporativa, 2017, p. 22.
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Alta Administração
Auditoria Externa
1a Linha de Defesa 2 a Linha de Defesa 3a Linha de Defesa Regulador
Controle Financeiro
Medidas
Controles de Controle
da Gerência Segurança
Interno Auditoria Interna
Gerenciamento de Riscos
Qualidade
Inspeção
Conformidade
Fonte: IIA, Declaração de Posicionamento do IIA: As Três Linhas de Defesa no Gerenciamento Eficaz de Riscos e Controles, 2013, p. 2.
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
riscos garante o estabelecimento prévio de Apesar de a lei ser tão severa, foram
um processo de identificação, mensuração, previstos mecanismos que podem, eventual-
avaliação e monitoramento dos riscos a que mente, mitigar as sanções aplicáveis: é o caso
determinada estatal está sujeita, guiando, da existência de programas de integridade não
assim, a atuação dos agentes de governança. obrigatórios que podem reduzir diretamente a
multa em até 4% se implementados.
2.2.3 Novo Mercado As diretrizes para a implementação
O Regulamento do Novo Mercado tem o e avaliação desses programas de inte-
mesmo tom do Programa Destaque em Go- gridade foram previstas no Decreto nº
vernança de Estatais, determinando a adoção 8.420/2015 Ü. Segundo o decreto, não
de medidas das três linhas de ação do COSO, basta a existência e aplicação de um pro-
como a adoção de um código de conduta, da grama de compliance qualquer; seria
função de conformidade (compliance), da au- necessário que ele atendesse comprova-
ditoria interna e do comitê de auditoria. No damente alguns requisitos e que fosse es-
entanto, dada a heterogeneidade das compa- truturado, aplicado e atualizado de acordo
nhias listadas no segmento, as práticas foram com as características e riscos particulares
bastante simplificadas, a ponto de facilitar a às atividades de cada pessoa jurídica.
adoção adequada por empresas de diferen- O Guia de Integridade do Ministério
tes portes. Ainda assim, há a exigência de: (i) da Transparência e Controladoria Geral da
função de compliance que não acumule fun- União (CGU), por sua vez, é outra fonte que
ções operacionais ou financeiras; (ii) auditoria pode ser utilizada pelas companhias para a
interna, que pode ser terceirizada; e (iii) um implementação de programas de integrida-
comitê de auditoria, estatutário ou não. de. O guia – que também elucida que cada
empresa deve criar ou adaptar o seu progra-
2.2.4 Regulamentação da Lei An- ma às suas atividades, características e riscos
ticorrupção e orientações da CGU particulares – trouxe orientações de como as
para programas de integridade empresas devem implementar e avaliar as
A Lei Anticorrupção estipulou os potenciais políticas e procedimentos de controles inter-
atos lesivos à administração pública e tornou nos, listando os principais normativos que
possível a aplicação de penalidades bastante considera relevantes para o programa de in-
severas àqueles que incorrem nas práticas tegridade e dando especial atenção a outros
ali descritas. No âmbito administrativo, por elementos importantes de um sistema robus-
exemplo, as sanções podem chegar a 20% to de integridade, como comunicação e trei-
do faturamento bruto da pessoa jurídica do namento, a utilização de canais de denúncias,
último exercício anterior ao da instauração a aplicação de eventuais medidas disciplina-
do processo administrativo. res e a ocorrência de ações de remediação.
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
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As Práticas de Governança Corporativa no Novo Contexto Regulatório
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Os Mecanismos de Enforcement
Os Mecanismos de Enforcement
É o caso do Regulamento do Novo Mercado, em que a não adoção das estruturas de con-
troles internos pode ensejar a aplicação de sanções, que vão desde a advertência até a
deslistagem compulsória do segmento, obrigando o acionista controlador a realizar oferta pú-
blica para adquirir as ações de titularidade dos demais acionistas por valor justo, determinado
em laudo de avaliação. A regra já é aplicável às companhias que se listarem no segmento após
2 de janeiro de 2018, mas para as companhias listadas antes desse período, a regra somente
passará a ser exigida após a realização de assembleia geral ordinária em 2021.
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Os Mecanismos de Enforcement
o mesmo mecanismo passou a ser utilizado cedida com base em uma análise anual dos
para tentar recuperar sua imagem, substi- documentos da companhia, enviados e di-
tuindo um enforcement baseado em san- vulgados. O formulário de referência e a carta
ções. As empresas que adotarem melhores anual servem de base para a análise, e, caso
práticas são reconhecidas por isso e o não se verifique que alguma prática não é mais
cumprimento delas é divulgado, o que gera adotada ou não é adotada de maneira efeti-
um custo de imagem para elas. va, a B3 poderá colocar a certificação em revi-
No caso do IG-SEST, o enforcement se são ou retirá-la.
dá por meio da divulgação constante da nota Além da análise anual da certificação,
relativa à avaliação da companhia – no caso há um monitoramento periódico com base
de uma redução, fica visível para o mercado em comunicações da companhia ou em notí-
que a companhia deixou de atender os requi- cias divulgadas pelo mercado. A partir dessas
sitos da lei. notícias, a B3 pode colocar o certificado em
No caso do Programa Destaque em revisão e até verificar se as práticas são efeti-
Governança de Estatais, a certificação é con- vamente adotadas.
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Os Mecanismos de Enforcement
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Os Mecanismos de Enforcement
REQUISITOS
POSSÍVEIS BENEFÍCIOS
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Os Mecanismos de Enforcement
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Perspectiva Prática
Perspectiva Prática
A pós a promulgação da Lei das Estatais, as empresas estatais passaram a buscar o apri-
moramento da governança corporativa para se adequarem ao texto da lei até o prazo de
30 de junho de 2018.
Uma pesquisa realizada pela Deloitte, em parceria com o Instituto dos Auditores Internos
do Brasil (IIA), traz uma perspectiva quantitativa da realidade de algumas empresas. Realizada
entre dezembro de 2017 e abril de 2018, isto é, período anterior ao fim do prazo estipulado
para adequação à Lei das Estatais, a pesquisa entrevistou 77 empresas estatais e sociedades de
economia mista, sendo 19% delas federais, 59% estaduais e 22% municipais.
A avaliação levou em conta o que já estava adequado nas empresas e a expectativa do
que seria adequado dentro e fora do prazo. Um ponto de destaque é a porcentagem de em-
presas com estruturas e práticas de auditoria interna (69%) já adequadas – enquanto aquelas
com comitê de auditoria estatutário definido é de apenas 28%, apesar da alta expectativa de
adequação até o prazo.
Dentre os principais desafios, o item “treinamento e capacitação” é apontado como a
maior adversidade pelos entrevistados (53%) e a “pouca maturidade em relação a governança,
riscos e controles” (34%) vem em segundo lugar. Entretanto, quase um terço (32%) declarou
que não observou qualquer desafio ou barreira relevante nesse processo.
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Perspectiva Prática
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Perspectiva Prática
Desde a fase de adaptação das empresas se adequar conforme a regulação, mas também
à lei, a SEST, o Conselho de Defesa dos Capitais internalizar a cultura da governança. Comple-
do Estado (CODEC) em São Paulo e a Prefeitura mentando os dados da pesquisa, os três órgãos
de São Paulo são importantes atores para que as relatam suas experiências e os desafios encontra-
empresas estatais a nível federal, estadual e mu- dos na adequação aos requerimentos da lei por
nicipal, respectivamente, consigam não apenas partes das empresas acompanhadas por eles.
Estatais Federais
QUANTIDADE
Controle indireto • 97
47 • Controle direto
1.600 30
1.554 25,4
1.501 20
10
1.500
0
4,5
1.439
-10
1.400 -20
1.370 1.404
-30
-32
1.300 -40
2014 2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017
Fonte: Adaptado de Ministério do Planejamento, Boletim das Empresas Estatais Federais, n. 5, 2017.
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Considerações Finais
Considerações Finais
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Considerações Finais
Após a criação dessas normas, iniciou- discussão do projeto de lei das agências re-
-se a fase de implementação. Políticas foram guladoras, que propôs a revogação de um dos
elaboradas, estruturas foram criadas, pro- dispositivos mais importantes da Lei das Es-
cessos internos foram desenvolvidos. Estes, tatais (Lei nº 13.303/2016), a fim de liberar a
aliás, passaram a ter um papel central nas nomeação de dirigentes partidários e seus fa-
empresas, sejam privadas ou estatais: guiar miliares para o comando das estatais, vedação
sua governança. esta alardeada pelos investidores como sinal
Nessa fase de implementação – em que de melhoria na governança destas empresas.
estamos – há algumas incertezas: os meca- Uma crítica merece ser feita desde já:
nismos de enforcement são, de fato, efetivos? a insegurança relativa aos acordos de leniên-
Como será feita a avaliação da implementação cia. Em primeiro lugar, o acordo é adstrito a
das boas práticas de governança corporativa? determinados fatos que devem ser definidos
A resposta a essas questões só surgirá pelo acordante e que não incluem, necessa-
com a aplicação concreta dos novos diplo- riamente, quitação por danos. Além disso, os
mas, no decorrer dos próximos anos. Até o signatários de um acordo perante uma auto-
momento, só foi possível avaliar suas discus- ridade podem continuar expostos a possíveis
sões e a construção de estruturas e políticas. demandas judiciais ou administrativas de
O primeiro ponto de atenção em re- outras autoridades.
lação a essas dúvidas é que ainda não há A coordenação entre autoridades pode
indicadores efetivos para avaliar a imple- ser o ponto mais complicado dos acordos de
mentação das novas práticas de governança leniência, e ela tem dois aspectos bastante
previstas nos documentos de recomendação críticos. O primeiro é o número de entidades
e na legislação e regulamentação em vigor. que podem ser competentes para julgar um
No âmbito da União Federal, o IG-SEST pode mesmo fato e aplicar sanções, proliferando
ser utilizado como um bom exemplo de in- processos. O segundo ocorre quando exis-
dicador de evolução das companhias neste tem pessoas físicas envolvidas, que, em te-
ponto, mas ainda não se vislumbram indica- oria, não são cobertas pelos dispositivos da
dores parecidos em outros entes federativos. Lei Anticorrupção. Nestes casos, o Ministério
Enquanto isso, conta-se com o monitoramen- Público deverá atuar na negociação com os
to por parte dos órgãos responsáveis pelo indivíduos, tornando esses acordos ainda
controle de capitais dos Estados, a exemplo mais complexos.
do Conselho de Defesa dos Capitais do Esta- Enfim, independentemente da aplica-
do (CODEC) em São Paulo, e dos órgãos ex- ção das normas, o maior desafio é fazer com
ternos, como os Tribunais de Contas. que o cumprimento dessas novas obrigações
Outro ponto é que, além da falta de decorra de um movimento cultural, relaciona-
transparência relativa ao monitoramento da do à consciência da importância das práticas
implementação das práticas, ainda existem para seus objetivos de longo prazo, e não ape-
movimentos contrários à evolução do arca- nas para mitigar eventuais responsabilizações.
bouço de governança corporativa. Já expe- É preciso que se passe a viver a gover-
rimentamos esse movimento no âmbito da nança corporativa no dia a dia.
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Referências
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Referências
______. Lei n. 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
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Instruções CVM n. 509/2011, 545/2014 e 591/2017. Dispõe sobre o registro e o exercício
da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários,
define os deveres e as responsabilidades dos administradores das entidades auditadas
no relacionamento com os auditores independentes, e revoga as Instruções CVM nos
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Referências
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
A I 1 2 3 PP CF R AN
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Anexos
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MEMBROS MÍNIMO DE
DEFINIÇÃO
EXTERNOS INDEPENDENTES
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MEMBROS MÍNIMO DE
DEFINIÇÃO
EXTERNOS INDEPENDENTES
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Anexos
I. Soma
• 1% a 2,5% havendo continuidade dos atos lesivos no tempo;
• 1% a 2,5% para tolerância ou ciência de pessoas do corpo diretivo ou gerencial da
pessoa jurídica;
• 1% a 4% no caso de interrupção no fornecimento de serviço público ou na execução
de obra contratada;
• 1% para a situação econômica positiva do infrator, conforme critério definido no
Decreto;
• 5% no caso de reincidência; e
• 1% a 5% no caso de os contratos mantidos ou pretendidos com o órgão ou entidade
lesado terem valores que variam de um milhão e quinhentos mil reais até mais de um
bilhão de reais, conforme detalhado no decreto.
II. Subtração
• 1% no caso de não consumação da infração;
• 1,5% no caso de comprovação de ressarcimento dos danos;
• 1% a 1,5% para o grau de colaboração da pessoa jurídica com a investigação ou a
apuração do ato lesivo, independentemente do acordo de leniência;
• 2% no caso de comunicação espontânea pela pessoa jurídica antes da instauração do
processo administrativo de responsabilização;
• 1% a 4% para comprovação de a pessoa jurídica possuir e aplicar um programa de in-
tegridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Decreto e conforme já analisado
anteriormente; e
• até 2/3 na hipótese de celebração de acordo de leniência pela pessoa jurídica infratora.
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Anexos
Sanções
I. perdimento dos bens, direitos ou valores obtidos direta ou indiretamente com o ato ilícito;
II. suspensão ou interdição parcial das atividades da pessoa jurídica;
III. proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
entidades da administração pública, por 1 a 5 anos; e
IV. dissolução compulsória da pessoa jurídica, quando tiver sido utilizada com abuso
de direito.
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Anexos
Anexo 4 – Histórico da
Operação Lava Jato
O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e
lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das or-
ganizações criminosas inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para
outras organizações criminosas, o nome inicial se consagrou.
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o
Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior es-
tatal do país, esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política
dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia.
No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de 2014, perante
a Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações crimi-
nosas lideradas por doleiros, que são operadores do mercado paralelo de câmbio. Depois, o
Ministério Público Federal recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção
envolvendo a Petrobras.
Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em
cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da
propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse
suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros
investigados na primeira etapa.
As empreiteiras
Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações, para conseguir os
contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo menor
preço. Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma concor-
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Anexos
rência real por uma concorrência aparente. chada. Num segundo momento, o dinheiro
Os preços oferecidos à Petrobras eram calcu- ia do operador financeiro até o beneficiário
lados e ajustados em reuniões secretas nas em espécie, por transferência no exterior ou
quais se definia quem ganharia o contrato e mediante pagamento de bens.
qual seria o preço, inflado em benefício pri-
vado e em prejuízo dos cofres da estatal. O Agentes políticos
cartel tinha até um regulamento, que simu- Outra linha da investigação – correspondente
lava regras de um campeonato de futebol, à sua verticalização – começou em março de
para definir como as obras seriam distribuí- 2015, quando o Procurador-Geral da Repú-
das. Para disfarçar o crime, o registro escrito blica apresentou ao Supremo Tribunal Fede-
da distribuição de obras era feito, por vezes, ral 28 petições para a abertura de inquéritos
como se fosse a distribuição de prêmios de criminais destinados a apurar fatos atribuídos
um bingo (veja aqui documentos). a 55 pessoas, das quais 49 são titulares de
foro por prerrogativa de função (“foro privile-
Funcionários da Petrobras giado”). São pessoas que integram ou estão
As empresas precisavam garantir que apenas relacionadas a partidos políticos responsá-
aquelas do cartel fossem convidadas para veis por indicar e manter os diretores da Pe-
as licitações. Por isso, era conveniente coop- trobras. Elas foram citadas em colaborações
tar agentes públicos. Os funcionários não premiadas feitas na 1ª instância mediante
só se omitiam em relação ao cartel, do qual delegação do Procurador-Geral. A primeira
tinham conhecimento, mas o favoreciam, instância investigará os agentes políticos por
restringindo convidados e incluindo a ga- improbidade, na área cível, e na área criminal
nhadora dentre as participantes, em um jogo aqueles sem prerrogativa de foro.
de cartas marcadas. Segundo levantamentos Essa repartição política revelou-se mais
da Petrobras, eram feitas negociações di- evidente em relação às seguintes diretorias:
retas injustificadas, celebravam-se aditivos de Abastecimento, ocupada por Paulo Rober-
desnecessários e com preços excessivos, to Costa entre 2004 e 2012, de indicação do
aceleravam-se contratações com supressão PP, com posterior apoio do PMDB; de Servi-
de etapas relevantes e vazavam informações ços, ocupada por Renato Duque entre 2003
sigilosas, dentre outras irregularidades. e 2012, de indicação do PT; e Internacional,
ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e
Operadores financeiros 2008, de indicação do PMDB. Para o PGR,
Os operadores financeiros ou intermediários esses grupos políticos agiam em associação
eram responsáveis não só por intermediar o criminosa, de forma estável, com comunhão
pagamento da propina, mas especialmente de esforços e unidade de desígnios para pra-
por entregar a propina disfarçada de dinheiro ticar diversos crimes, dentre os quais corrup-
limpo aos beneficiários. Em um primeiro mo- ção passiva e lavagem de dinheiro. Fernando
mento, o dinheiro ia das empreiteiras até o Baiano e João Vacari Neto atuavam no esque-
operador financeiro. Isso acontecia em espé- ma criminoso como operadores financeiros,
cie, por movimentação no exterior e por meio em nome de integrantes do PMDB e do PT.
de contratos simulados com empresas de fa- Veja a representação gráfica do esquema:
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Anexos
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TÍTULO DA OBRA
EDIÇÃO
EVOLUÇÃO
DO ARCABOUÇO
REGULATÓRIO
E sta publicação tem como objetivo fazer um registro histó-
rico da evolução do arcabouço regulatório de governança DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA
corporativa, com foco nas diretrizes de regulação, autorregula-
ção ou documentos de melhores práticas em prol da governança
corporativa e do combate à corrupção, especialmente aplicáveis
às empresas estatais, que tiveram que se adaptar à nova realida-
de trazida com a regulação.
IBGC Discute