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23 de Abril de 2024
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As estruturas de mercado e o
ordenamento jurídico na
Pandemia de Covid-19 no Brasil.
Formas de organização da sociedade isolada
Publicado por Michelli Silva Picanço há 4 anos

1. Devemos evitar discursos jurídicos na argumentação


da imputabilidade econômica durante a Pandemia?

Objetivo analisar e definir dentro das normas jurídicas os con-


juntos de preceitos e garantias de mercado monopolistas segui-
das por diferentes autores, pois acreditamos que possui certa re-
jeição pelos agentes econômicos, pois existem na realidade as-
pectos negativos relacionados a este tipo de estrutura, como o
poder de reduzir a quantidade de determinado bem ou serviço
oferecido no mercado, como também o controle sobre os preços
deste produto. Muitos monopólios, realmente, revelam prejuí-
zos à sociedade, mas, em determinados casos, podem vir a con-
tribuir para uma melhor organização da produção. (NUSDEO,
2001 apud HOFFMANN, 2015).

De acordo com a Resolução CADE 20/1999 descreve cartel


como acordo explícito ou tácito entre concorrentes do mesmo
mercado envolvendo parte substancial de mercado relevante,
em torno de itens como preços, quotas de produção e distribui-
ção e divisão territorial, na tentativa de aumentar preços e lu-
cros conjuntamente para preços mais próximos ao de monopó-
lio. Além de infração administrativa, há crime, configurado na
Lei 12.529/2011; (ROMANO, 2016).

- Monopólio: designa situação de concorrência imperfeita, em


que uma única empresa detém o mercado de um determinado
produto ou serviço, influenciando o preço que comercializa;

- Oligopólio: é forma evoluída de monopólio, no qual um grupo


de empresas promove o domínio de determina oferta de preços
e ou de serviços;

- Truste: designa as empresas ou grupos que, sem perder a auto-


nomia, se reúnem com o objetivo de dominar o mercado e supri-
mir a livre concorrência. São, na experiência, grandes grupos ou
empresas que controlam todas as etapas da produção, desde a
retirada de matéria-prima da natureza até a distribuição das
mercadorias;

Dessa forma, que contribuições desses conjuntos de estruturas e


instituições garantem elementos para a normatização e defini-
ções na organização das formas econômicas de nossa Constitui-
ção.

Garantias essas que no Brasil, as empresa públicas que não ex-


plorar as atividades econômicas em sentidos restritos devem es-
tar atentas ao Art. 173 da CF/88, que atribui ao Estado as condi-
ções de agentes empresariais a responsabilidade de liberar as
atividades econômicas em concorrência com a iniciativa pri-
vada, bem como disposto ressalvados os casos previstos nesta
Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explo-
rem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços. ( CF/88).

Sobre as estruturas de mercado que tem a função de prever a li-


vre concorrência citamos o Art. 174 da CF/88. Que diz como
agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado, dado o § 4º que dispõem sobre
as cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão priori-
dade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos re-
cursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde este-
jam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV,
na forma da lei.

Desse modo, que ao compreendermos que as políticas voltadas


para as Companhias Holding, são sociedades juridicamente con-
troladas por grupos políticos de atividades de ações com base na
Lei nº 6.404/76, temos na CF/88 nos Art. 1º, 5º e 6º surpreen-
dem pela clareza de mostrar uma nova ordem social e um novo
ambiente a atuar, novas diretrizes para as estratégias dos anos
90 e os caminhos para os anos 2000. Ratificadas no Art. 170 da
CF/88, que estabelece, inequivocamente, as bases para novos
empreendimentos, e o Art. 226 veio mostrar o novo relaciona-
mento familiar.

Quem leu e entendeu pôde ver quase dez anos antes as novas
oportunidades e nelas a holding tinha o seu lugar destacado no
planejamento e no estudo de viabilidades e investimentos em
novos negócios. Temas como a sucessão, impostos causa mortis,
imposto fortuna, doação são também temas mais fáceis de equa-
cionar, abrigados sob a proteção da holding. (TEIXEIRA, 2012).
2. IMPUTABILIDADE E RESPONSABILIDADE

Responsabilidade é a aptidão do agente para ser punido por


seus atos e exige três requisitos: imputabilidade, consciência
da ilicitude e exigibilidade de conduta.

Dolo significa fraude, má fé, maquinação. Agir com dolo


significa que alguém tem a intenção de atingir um fim exclusiva-
mente criminoso para causar dano a outras pessoas. Em Direito
Penal dolo caracteriza-se pela vontade livre e consciente de que-
rer praticar uma conduta descrita em uma norma penal incrimi-
nadora. Dolo é à vontade, imputabilidade, é a capacidade de
compreender essa vontade, assim, por exemplo, se um louco
que pega uma faca e esquarteja a vítima age com dolo, pois des-
fere os golpes com consciência e vontade. O que lhe falta é dis-
cernimento sobre essa vontade. Ele sabe que está esfaqueando a
vítima, mas não tem condições de avaliar a gravidade do que
está fazendo. Um usuário que está portando cocaína para uso
próprio, mas não tem comando sobre essa vontade. Tem dolo,
mas não tem imputabilidade. (BRITES, 2015).

Deste modo que no Art. 29 do Código Penal a disposição "quem,


de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a par-
ticipação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço".

1º se a participação for de menor importância, a pena pode ser


diminuída de um sexto a um terço.

Já no 2º se algum dos concorrentes quis participar de crime me-


nos grave ser-lhes - à aplicada a pena deste; essa pena será au-
mentada até na hipótese de ter sido previsto previsível o resul-
tado mais grave.
3. Processos evolutivos da sociedade e os aspectos pú-
blicos e seus efeitos teóricos.

Adam Smith, buscando em uma visão harmônica do mundo


real, acreditava em uma atuação de livre concorrência, uma mão
invisível da sociedade que a levaria à perfeição, onde os lucros
acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. O Es-
tado não atuava nas decisões da economia, portanto, atuaria
como defesa do mercado regulador das decisões econômicas de
uma nação que teria na coletividade a independência do Estado.

Já em se trabalhando da livre iniciativa criou a laissez-faire que


caracterizou que a riqueza das nações é o trabalho e que um dos
fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão de traba-
lho especializado em tarefas, essa divisão do trabalho em produ-
tividade ampliou o mercado de trabalho e as iniciativas
privadas.

Diante desse, pensamento o Estado teve um papel de protetor


da sociedade contra eventuais ataques e à criação e à manuten-
ção de obras e instituições necessárias, mas não à intervenção
nas leis de mercado e, consequentemente, na prática econômica.

Outro pensador sobre as demandas econômicas foi David Ri-


cardo (1772-1823), que desenvolveu o modelo econômico com
grande potencial analítico dos custos do trabalho e acumulação
do capital, acompanhada de aumentos populacionais, provo-
cando uma elevação da renda da terra, os lucros que a poupança
se tornaria nula, atingindo uma economia estacionária, salários
de subsistência e sem nenhum crescimento.

Contudo, John Maynard Keynes (1883 – 1946), apontou que os


fatores responsáveis pelo volume de emprego é explicado pelo
nível de produção nacional de uma economia, que, por sua vez,
é determinada pela demanda agregada ou efetiva, para ele não
existem forças de auto ajustamento na economia, por isso se
torna necessária a intervenção do Estado por meio de uma polí-
tica de gastos públicos.

Esse modelo de política econômica dos países capitalistas ins-


trumentalizou os aspectos dos trabalhos em três grandes gru-
pos: os monetaristas, os fiscalistas e os pós keynesianos.

Já nos períodos recentes a partir de 1970, consideramos caracte-


rísticas marcantes com o avanço das contribuições dos merca-
dos econômicos, destacamos os avanços na informática e nas
práticas das incorporações econômicas, que se utilizam de pa-
drões de controle macroeconômicos permitindo antecipar mui-
tos problemas e evitar algumas flutuações na economia.

Partindo desses, argumentos podemos compreender como ocor-


rem as estruturas de funcionamento da economia brasileira ba-
seadas em teorias e conceitos relacionadas com as normas jurí-
dicas do país atuando de modo da função das atividades regula-
mentadoras da economia dos Estados.

Antes dessas concepções buscar conceitos que respaldem nosso


pensamento sobre o cenário histórico em que o Brasil, apresen-
tou seu comportamento dos produtores e dos consumidores
quanto a suas decisões de produzir e de consumir.

Segundo a visão de Vasconcellos, o Estado deveria intervir o


menos possível no funcionamento dos mercados, porque estes
livremente resolveriam da maneira mais eficiente possível os
problemas básicos da sociedade: o quê, como e para quem
produzir.

Desse modo, o pensamento concreto do Estado deveria intervir


na economia justificando para a intervenção governamental nos
mercados se apoia no fato de que no mundo real observam-se
desvios em relação ao modelo ideia materializados por Smith,
chamadas de imperfeições de mercado por meio de proteger os
consumidores através das ações governamentais e regulamenta-
ção da comercialização de bens e serviços.

4. Conclusão

A essas formas de estruturar a economia chamamos de Lei Sher-


man, que teve seu início no fim do século XIX, sobre o forte con-
trole dos Estados Unidos onde as empresas pequenas passaram
a ser absorvidas por outras maiores reduzindo as concorrências.

Como ocorreu no Brasil, nos anos de 1960, dado a esse conjunto


de normas baseadas na legislação em defesa da concorrência
durou até os anos de 1990, quando os altos níveis de proteção à
indústria nacional e aos elevados índices de inflação o Estado
brasileiro obteve o controle dos preços.

Segundo Vasconcellos, a Constituição de 1988, trouxe novos ce-


nários para o papel do Estado nas demandas do sistema econô-
mico que teve que buscar formas de proteger os abusos de poder
econômicos e a forma foi a lei, as funções de fiscalização, incen-
tivos e planejamentos para os dessores públicos e privados.

Veja se a elementos constituintes na busca de norma fundamen-


tal que explique o fato no ordenamento juríco que transcenda os
sistemas jurídicos enquanto válidos para categorizar as expres-
sões práticas cooperem para responder e fiscalizar a os mecanis-
mos criados pela economia para atender as demandas da saúde
como formas de defender os princípios da autorresponsabili-
dade pela vida que temos hoje e o contato social com o objetivo
de agrupar sistemas acusatórios no tratamento judiciário brasi-
leiro pós pandemia.

5. REFERÊNCIAS:
HOFFMANN, Priscila Jonck. A evolução do sistema brasi-
leiro de defesa da concorrência: estudos sobre o conse-
lho administrativo de defesa econômica. Florianópolis,
SC, 2015.Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/30410754.pdf. Acesso em:
11/05/2020.

ROMANO, Rogério Tadeu. A questão do cartel. Revista


Jus Navigandi, ISSN XXXXX-4862, Teresina, ano 21, n. 4737,
20 jun. 2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/34768.
Acesso em: 11 maio 2020.

DUARTE JR., Ricardo. Os princípios na ordem econô-


mica da Constituição Federal de 1988. Revista Jus Na-
vigandi, ISSN XXXXX-4862, Teresina, ano 21, n. 4838, 29 set.
2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/51897. Acesso
em: 11 maio 2020.

TEIXEIRA, João Alberto Borges. Holding Familiar: tipo


societário e seu regime de tributação. A importância do
planejamento sucessório, nos seus aspectos societários
e tributários, de acordo com o conceito da governança
corporativa, visando à proteção patrimonial. Disponível
em: https://www.contabeis.com.br/artigos/893/holding-fami-
liar-tipo-societarioeseu-regime-de-tributacao/. Acesso em 11 de
maio de 2020.

BRITES, Anderson. Direito Penal: imputabilidade lei pe-


nal. 2015. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/35697/direito-penal-imputabili-
dade-da-lei-penal

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/as-estruturas-de-mercado-e-o-


ordenamento-juridico-na-pandemia-de-covid-19-no-brasil/866645460
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